Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ESTEREOQUÍMICA ORGÂNICA Ministrante: Graça Citó Departamento de Química – CCN - UFPI ESTEREOQUÍMICA Estereoquímica é o estudo da Química em três dimensões. A razão e importância da estereoquímica estão baseadas na ocorrência de moléculas que diferem unicamente em seus arranjos espaciais. Muitas dessas moléculas, apresentam a mesma conectividade e diferem apenas no arranjo espacial, apresentam atividades biológicas completamente diferentes. DIVERSOS ENANTIÔMEROS DIASTEREO- ISÔMEROS CONSTITUCIONAIS ESPACIAIS (Estereoisômeros) ISÔMEROS ESTEREOISÔMEROS Isômeros constitucionais são aqueles que têm a mesma fórmula molecular mas diferem na conectividade de seus átomos. Eles se classificam em diversos tipos, tais como: de cadeia, de posição, de função etc.: Como exemplos de isômeros constitucionais, podemos citar: etanol (CH3CH2OH) e éter dimetílico (CH3OCH3), isômeros de função Isômeros espaciais ou estereoisômeros são aqueles que diferem apenas no arranjo espacial de seus átomos ESTEREOISÔMEROS ESTEREOISÔMEROS Diastereoisômeros: não se relacionam como objeto e sua imagem Não são imagem um do outro H3C-CH=CH-CH3 ESTEREOISÔMEROS But-2-eno Diastereoisômeros Cis Trans ESTEREOISÔMEROS HOOC-CHOH-CHOH-COOH Ácido 2,3-di-hidroxibutanodióico Ácido Tartárico Diastereoisômeros Enantiômeros MOLÉCULAS QUIRAIS Enantiômeros: relacionam-se como objeto e sua imagem São isômeros que não se superpõem à sua imagem MOLÉCULAS QUIRAIS O que é uma molécula QUIRAL? É uma molécula não superponível à sua imagem especular, sua imagem é uma outra molécula, é seu enantiômero Uma molécula que é superponível à sua imagem, ou seja, uma molécula cuja imagem especular é ela própria é uma molécula aquiral. MOLÉCULAS QUIRAIS A molécula do 2-bromobutano é um exemplo de molécula QUIRAL Existem duas moléculas de 2-bromo-butano distintas e uma é imagem da outra Estas duas moléculas correspondem, portanto, a um par de ENANTIÔMEROS MOLÉCULAS QUIRAIS O 2-bromo-butano tem um carbono com 4 ligantes diferentes = carbono quiral, carbono assimétrico, centro quiral, centro assimétrico ou centro estereogênico () As moléculas que têm um centro quiral são sempre quirais Estruturas com mais de um centro quiral não são necessariamente quirais Na bromação do butano forma uma mistura 1:1 de enantiômeros 2-brom0-butano Butano 2-brom0-butano (Enantiômeros) Bromação do butano Pró-quirais MOLÉCULAS QUIRAIS Embora a diferença entre os enantiômeros pareça irrelevante, estes compostos apresentam, em geral, atividades biológicas completamente diferentes: um deles pode ser muito ativo, e o outro inativo ou fracamente ativo MOLÉCULAS QUIRAIS LIMONENO Enquanto a forma R apresenta o odor de laranja, a forma S apresenta o odor de limão! R S MOLÉCULAS QUIRAIS As atividades de muitos fármacos também dependem da quiralidade: a talidomida, que causou a má formação de milhares de fetos, quando administrada, na década de 1960, a várias gestantes, é uma molécula QUIRAL. TALIDOMIDA Lançado em 1956 como antigripal (Grippex® ) E como sedativo em 1957 (Contergan®) Em 1980: foram descobertos os diferentes efeitos farmacológicos das duas formas espaciais da Talidomida: uma apresenta a ação farmacológica desejada e a outra o efeito teratogênico. TALIDOMIDA FOCOMELIA Doença congênita que se apresenta com a redução do comprimento dos ossos longos das pernas e / ou braços causada pela talidomida teratogênica. MOLÉCULAS QUIRAIS Em geral as moléculas presentes na estrutura dos organismos vivos são QUIRAIS e ocorrem, apenas, como um dos possíveis enantiômeros. Por exemplo: dos vinte amino-ácidos de nosso organismo, os blocos que compõe as proteínas, 19 estão na forma L. A glicina é a ÚNICA exceção porque não é um composto quiral. MOLÉCULAS QUIRAIS AMINO-ÁCIDOS DA SÉRIE “L” H H 2 N R O O H C C O O H H H 2 N R R = H Gli; R = CH3 Ala; R = CH2SH Cys; R = CH2Ph Phe MOLÉCULAS QUIRAIS Toda molécula QUIRAL apresenta ATIVIDADE ÓPTICA Atividade óptica É a propriedade que certos materiais possuem de girar o plano de polarização de um feixe de luz linearmente Polarizada. Medida de rotação óptica do enantiômero (-) 2-bromo-butano com o polarímetro Amostras que provocam o desvio do plano de polarização da luz são chamadas opticamente ativas O (-)-2-bromo-butano desvia o plano da luz polarizada no sentido anti-horário de 23,1o e o seu enantiômero o (+)-2-bromo-butano desvia o plano no sentido horário de 23,1o O instrumento - Polarímetro O aparelho é formado por uma fonte de luz (1), um filtro polarizador fixo (2), um tubo (3) contendo a amostra (4) e um filtro polarizador para análise (6), que ao ser girado registra o sentido levógiro (-) ou dextrógiro (+) e o ângulo em graus (de 0 a 180). Observe na figura o desvio do plano ao sair a luz do compartimento da amostra (5). Polarimetro A medida Onde "20" é a temperatura da medição em graus centígrados, "D" é a linha D do espectro de emissão do sódio (598 nm), "l" é o comprimento do compartimento da amostra em dm. O valor frequentemente é 1 (isto é, 10 cm) "c" a concentração da amostra em g/mL A medida em condições padrões A atividade óptica de um composto é expressa como “rotação óptica específica []”, que é calculada a partir da fórmula a seguir [a]D = a / (c . l) = leitura da atividade óptica C = concentração em g/mL (soluções) l = comprimento do tubo em dm (1 dm = 10 cm) Problema 1. Colesterol, quando isolado de fonte natural, é obtido como um único enantiômero. A rotação observada da solução de 0,3 g de amostra em 15 mL de clorofórmio contida em um tubo de polarímetro de 10 cm é -0,78o. Calcular a rotação específica do colesterol A rotação óptica dá a composição enantiomérica Uma solução de (+)-alanina de um resíduo fóssil tem [] = +4,25o (i.e. metade do valor do enantiômero puro, podemos deduzir que 50% da amostra é composta do enantiômero (+) e a outra metade é uma mistura racêmica composta de 25% do isômero (+) e 25% do isômero (-). Esta mistura tem 50% de excesso enantiomérico. A composição real da amostra é portanto 75% do isômero (+) e 25% do isômero (-). A amostra é 50% (75%-25%) opticamente pura A amostra de (+) alatina com [] = +4,25o (i.e. metade do valor do enantiômero puro) apresenta: EE = Excesso enantiomérico (% de pureza óptica) EE = 100 x [a]D da amostra ––––––––––––––––––––– [a]D do enantiômero puro EE= (4,25 x 100)/8,5 EE = 50% NÃO APRESENTAM ATIVIDADE ÓPTICA Compostos com moléculas aquirais incluindo composto meso Misturas racêmicas Molécula aquiral: que se superpõe a sua imagem Composto meso: tem dois ou mais carbonos assimétricos e um plano de simetria Misturas racêmica: mistura 1:1 de enantiômeros Substâncias Meso Possuem dois ou mais carbonos assimétricos e um plano de simetria Elas são moléculas aquirais PROJEÇÕES NO PLANO PROJEÇÃO DE NEWMAN PROJEÇÃO EM CAVALETE PROJEÇÃO DE FISCHER É a projeção de uma molécula no plano, vista ao longo de uma ligação. É a projeção de uma molécula no plano, vista em perspectiva em relação a uma ligação alongada. É a projeção de uma molécula no plano, com a cadeia carbônica desenhada na vertical, de cima para baixo, tendo as ligações horizontais colocadas à frente do plano e os terminais verticais para trás do plano. Projeção de Newman Etano alternada eclipsada É a projeção de uma molécula no plano, vista ao longo de uma ligação. PROJEÇÃO DE NEWMAN PROJEÇÃO EM ZIG ZAG PROJEÇÃO EM CAVALETE É a projeção de uma molécula no plano, vista em perspectiva em relação a uma ligação alongada. Glicose Glicose D-(+)- L-(-)- PROJEÇÃO DE FISCHER É a projeção de uma molécula no plano, com a cadeia carbônica desenhada na vertical, de cima para baixo, tendo as ligações horizontais colocadas à frente do plano e os terminais verticais para trás do plano. PROJEÇÃO DE FISCHER D-(-)- Eritrose L-(+)- Eritrose D-(-)- Treose Treose L-(+)- enantiômeros enantiômeros diastereoisômeros PROJEÇÃO DE FISCHER L-(-)- Tartárico D-(+)- Tartárico Idênticas Enantiômeros Diastereoisômeros Ac. Meso tartárico Ácido Ácido Diastereoisômeros Será que existe uma correlação entre o sinal da rotação óptica e o arranjo espacial dos grupos substituintes (configuração absoluta)? Não A conversão do ácido (-)-lático em (+)–lactato muda o sinal e valor da rotação, entretanto, a configuração absoluta do centro quiral permanece a mesma DESCRITORES CONFIGURACIONAIS E CONFORMACIONAIS 1. Descritores usados para especificar configuração absoluta: Símbolos (R) e (S) usados para definir centros quirais; (R): Rectus, do latim, direita (S): Sinister, do latim, esquerda NOMENCLATURA R/S (Cahn, Ingold e Prelog) Classificar os ligantes em ordem de prioridade Observar a face formada pelos três ligantes de maior prioridade Se a seqüência destes ligantes estiver no sentido horário, o carbono será denominado “R” (de rectus, direita) Se a seqüência destes ligantes estiver no sentido anti-horário, o carbono será denominado “S” (de sinister, esquerda) 1 1 2 2 3 3 4 4 NOMENCLATURA R/S (Cahn, Ingold e Prelog) Regras para definição da ordem de prioridade dos ligantes a um carbono assimétrico (quiral) Maior prioridade para o átomo de maior número atômico ligado ao carbono assimétrico NOMENCLATURA R/S (Cahn, Ingold e Prelog) 1 2 3 4 1 2 3 4 (S) Regras para definição da ordem de prioridade dos ligantes a um carbono assimétrico (quiral) Maior prioridade para o átomo de maior número atômico ligado ao carbono assimétrico 1.1. Um substituinte etila tem prioridade sobre um metila 1.1. Um substituinte 1-metil-etila tem prioridade sobre um etila 1.2. A prioridade é decidida no primeiro ponto de diferença. Uma vez resolvido este ponto, a constituição do resto da cadeia é irrelevante NOMENCLATURA R/S (Cahn, Ingold e Prelog) Regras para definição da ordem de prioridade dos ligantes a um carbono assimétrico Em caso de ligações múltiplas, considera-se a existência de múltiplos ligantes 3 4 2 1 (S) 1 2 4 HO H 3CH(CH3)2 CH=CH2 Ligante com configuração (R) tem prioridades sobre ligante com configuração (S) 3 4 1 2 (R) 3 1 2 4 (R) (S) Ligante com configuração (R) tem prioridades sobre ligante com configuração (S) (R) (S) 3 1 4 2 (R) (R) (S) 3 1 4 2 (R) A rotação de uma projeção de Fischer pode ou não mudar a configuração absoluta A rotação de uma projeção de Fischer pode ou não mudar a configuração absoluta A troca de substituinte em uma projeção de Fischer muda a configuração absoluta As projeções de Fischer A e B correspondem a mesma molécula ou um par de enantiômeros? Dois centros quirais podem gerar quatro estereoisômeros: cloração do 2-bromo-butano em C-3 Dois centros quirais podem gerar quatro estereoisômeros: cloração do 2-bromo-butano em C-3 Total de isômeros: 2n n= no de centros quirais Dois centros quirais que têm os mesmos substituintes dão origem a três estereisômeros: bromação do 2-bromo-butano em C-3 Composto meso com mais de dois centros quirais Dê a configuração absoluta de cada centro quiral Estereoquímica em reações: Reações em que há formação de moléculas quirais Br 2 luz B r H H B r Mecanismo da monobromação do butano em C-2 2 Br. + Br. . . Br 2 + + HBr Etapa 1 Etapa 3 Etapa 2 + Br. (R) (S) HALOGENAÇÃO DE ALCANOS HALOGENAÇÃO DE HALETOS DE ALQUILA B r C H 3 B r H H 3 C C H 3 B r B r B r H B r H 3 C C H 3 B r H B r H H 3 C C H 3 B r H H B r H 3 C C H 3 B r H Br 2 / luz (R)-2-bromobutano (R,R) (R,S) (S) (R) Reações a partir de moléculas que já contém carbono quiral: Reação a partir de moléculas que NÃO CONTÊM CARBONO QUIRAL: ADIÇÃO DE BROMO A ALCENOS H H 3 C C H 3 H H 3 C H C H 3 H Br 2 / CCl 4 H C H 3 B r H B r C H 3 H C H 3 B r B r H C H 3 B r C H 3 H H B r C H 3 B r C H 3 H B r H C H 3 Br 2 / CCl 4 + cis trans eritro (meso) treo (mistura racêmica) ADIÇÃO DE BROMO A ALCENOS Mecanismo da bromação do trans-but-2-eno H 3 C H B r B r H C H 3 (a) H B r C H 3 C H 3 H B r B r H C H 3 C H 3 B r H Br 2 / CCl 4 H H 3 C C H 3 H C H 3 H H 3 C H B r + (b) (b) (a) Br _ B r H B r H H 3 C C H 3 Adição ao trans-but-2-eno forma o eritro (meso) eritro (meso) R,S S,R trans ADIÇÃO DE BROMO A ALCENOS Mecanismo da bromação do cis-but-2-eno H CH3 B r B r H C H 3 (a) Br H C H 3 C H 3 H B r H Br C H 3 C H 3 B r H Br 2 / CCl 4 H H 3 C H CH3 H CH3 H 3 C H B r + (b) (b) (a) Br _ B r H B r CH3 H C H 3 treo (mistura racêmica) A adição ao cis-but-2-eno forma uma mistura recêmica R,R s,s cis Identificação de Carbonos Assimétricos em Substâncias Cíclicas Esses dois grupos são diferentes cis-1-bromo-3-metil-ciclo-hexano trans-1-bromo-3-metil-ciclo-hexano DESCRITORES CONFIGURACIONAIS E CONFORMACION 2. Descritores usados para especificar configurações relativas: 2.1. Descritores eritro e treo; 2.2. Descritores exo e endo; 2.3. Descritores sin e anti; 2.4. Símbolos a e b; 2.5. Símbolos D e L. 2.1. Descritores eritro e treo; (D-treo-Cloranfenicol) 2-(2,2-dicloroacetamido)- 1-(p-nitrofenil)- D(-)-treo- propano-1,3-diol 1 2 3 Eritro: os dois grupos dos centros quirais C1 e C2 estão do mesmo lado Treo: os dois grupos dos centros quirais C1 e C2 estão de lados opostos 2.2. Descritores exo e endo endo-2-metilbiciclo[2.2.1]heptano exo-2-metilbiciclo[2.2.1]heptano 2.3. Descritores sin e anti anti-7-bromobiciclo[2.2.1]hept-2-eno 2.4. Símbolos a e b (9,11β,16,17)-9-Fluoro-11,17,21-tri-hidroxi-16-metilpregna-1,4-dieno-3,20-diona (DEXAMETASONA) D-(+)-Glicose L-(-)-Glicose 2.5. Símbolos D e L D: a hidroxila do penúltimo carbono quiral encontra-se a direita L: a hidroxila do penúltimo carbono quiral encontra-se a direita Descritores usados para especificar a configuração de ligações duplas ou de sistemas cíclicos: 3.1. Descritores cis e trans; 3.2. Símbolos (E) e (Z) (Entgegen, Zuzammen); 3.1. Descritores cis e trans cis-But-2-eno trans-But-2-eno trans-1,2-dimetilciclo-hexano 3.2. Símbolos (E) e (Z) (Entgegen, Zuzammen) 1 1 (Z)-1,3-dibromobut-2-eno (E)-1,3-dibromobut-2-eno 1 1 Descritores usados para especificar a estereoquímica de anéis de seis membros: 4.1. Conformações cadeira, barco e barco torcido 4.2. Substituintes axiais (ax) e equatoriais (eq); 4.1. Conformações cadeira, barco e barco torcido barco cadeira barco torcido 4.2. Substituintes axiais (ax) e equatoriais (eq) substituintes axiais substituintes equatoriais
Compartilhar