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O capítulo XII, “A história se escreve”, do livro Doze Lições sobre a história, de Antonie Prost

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O capítulo XII, “A história se escreve”, do livro Doze Lições sobre a história, de Antonie Prost trata da relação do historiador com sua necessidade de legitimar e sustentar suas bases argumentativas para tornar verídico e historiográfico o sue trabalho. Tendo como base central de argumentação o pensar a escrita da história adotada recentemente pela maioria dos historiadores além a busca do ponto de equilíbrio entre a cientificidade da história e sua escrita. 
O texto começa então tratando da necessidade de implementar notas de rodapé e citações a outros renomados autores e trabalhos historiográficos como uma tentativa de tornar a história como seu início, meio e fim, não sendo o autor da obra o grande culpado pela sua conclusão, mas sim as fontes que ele utilizou. O autor chega a sugerir que o não uso de pronomes na primeira pessoa do singular e sim do plural seria uma tentativa de evitar confrontos para com os leitores, coagindo-os a chegar à mesma conclusão de quem escreve, sugerindo que a conclusão de quem lê seu trabalho será a mesma que a sua caso recorra às mesmas fontes. 
O texto chega a salientar os cuidados necessários com a utilização de conceitos nem sempre claros a quem lê, explicitando os conceitos postos em uma obra necessitam ser bem justificados e elucidados para evitar conclusões equivocadas e até perda de sentido da obra e da própria história por si só. 
Prost identifica ainda que a escrita da história seria um equilíbrio entre tornar a narrativa atrativa a quem lê, sem desapegar-se da ligação com as fontes, alegando que “Um grande livro de história inclui sempre o prazer da linguagem e do estilo”. Para Prost as obras historiográficas além de confiabilidade, carregam em si a necessidade da boa escrita para que não sejam descartadas facilmente. 
O texto de Prost conclui a importância de entender o significado das palavras no decorrer do tempo, levando em consideração seu conceito aplicado à época e o tempo em que foi escrito, construindo e reconstruindo os conceitos para compreendê-los dentro da lógica daquele período, evitando assim cair nas “armadilhas do discurso” e armadilhas essas que o distanciamento temporal pode aproximar ou afastar. 
Desse modo, pensar em um método perfeito e generalizante de se pensar e escrever a história é algo inviável, ao considerarmos que não há fórmula que garanta a compatibilidade de conceitos total ou o distanciamento emocional e temporal necessários para aplicar uma suposta imparcialidade do historiador. 
A ideia de imparcialidade total do autor chega a ser ingênua se pensarmos no método de escrita e fontes pesquisadas. Podemos concluir, desse modo, que a história é exatamente o equilíbrio. O equilíbrio entre as pessoalidades e tendências argumentativas e de observação de quem escreve e a necessidade de escrever uma história o menos tendenciosa possível. Desse modo, talvez, o melhor método de se pensar a história é confrontando diversas historiografias, gerando e revivendo debates em torno da história oficial para que a mesma não seja, de modo algum, entendida como única verdade e sim como um ponto de vista social e politicamente aceito em determinado período. 
Entender o escrever a produção historiográfica como uma ação direta na própria história é uma necessidade constante, levando em consideração que as decisões acerca do objeto, fonte, método de escrita e afins gerará conclusões e tais conclusões podem ser utilizadas com diversos conceitos, de diversos modos, para justificar o passado, o presente e até mesmo entendimentos futuros, sendo a historiografia, de certo modo, a própria história.

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