Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA Profª Drª Ana Lúcia Guimarães CEAD Faculdades São José-FSJ Reitor: Prof. Antônio José Zaib Diretor Geral: Prof. Antônio Charbel José Zaib Diretor Geral de Ensino: Prof. Dr. Armando Hayassy Coordenação Geral de EaD: Profª Drª Rita de Cássia Borges de Magalhães Amaral Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade São José GUIMARÃES, Ana Lúcia Fundamentos de Filosofia, 2015. p. 144 Centro de Educação a Distância – CEAD ISBN CDD PRODUÇÃO EDITORIAL - CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – FACULDADES SÃO JOSÉ Coordenação de Produção: Rita de Cássia B M Amaral Editor: CEAD - Centro de Educação a Distância Projeto Gráfico: Luiz Fernando Pires Machado FSJ 2015 CEAD: Centro de Educação a Distância – FSJ Todos os direitos reservados. É probida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais. Profª Drª Ana Lúcia Guimarães FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA FSJ Faculdades São José Rio de Janeiro 2015 Sobre o Autor Profª Drª Ana Lúcia Guimarães Possui graduação, bacharelado e licenciatura, em Ciências Sociais pela Universidade Federal, Pós Graduação Lato em Sociologia Urbana UERJ e História Contemporânea UFF Mestrado em Ciências Sociais Estudos Urbanos UERJ e Sociologia UFRJ. Doutorado em antropologia pelo PPGSA-UFRJ. Ao longo de 15 anos vem atuando em diversas instituições de ensino públicas e privadas, desde o Ensino Médio até o Curso Superior e Pós Graduação. Atuou como Dirigente Sindi- cal no SINPRO-RIO de 2004 até 2014. É Coordenadora de Projetos na Rede FAETEC RJ. É Pesquisadora Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Leopoldina do CNPq. Exerce forte atuação no campo de estudos, pesquisas e intervenções do empreendedorismo so- cial. Sócia efetiva da ABA- Associação Brasileira de Antropologia. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8922824801406378 Pág. 24 a 30 Pág. 66 a 73 Pág. 107 a 112 Pág. 48 a 53 Pág. 88 a 94 Pág. 125 a 131 Pág. 138 a 143 Pág. 16 a 23 Pág. 60 a 65 Pág. 101 a 106 Pág. 39 a 47 Pág. 80 a 87 Pág. 119 a 124 Pág. 132 a 137 Pág. 10 a 15 Aula 01 - O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO Aula 11 - FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS Aula 03 - CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O PENSAMENTO... Aula 13 - ÁAMPLIANDO O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE: AMBIENTAL E... Aula 05 - RACIONALISMO E CONHECIMENTO Aula 15 - SOCIEDADE DO TEMPO LIVRE OU DO DESEMPREGO? Aula 07 - EPISTEMOLOGIA Aula 17 - TENDÊNCIAS FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS Aula 09 - CONCEPÇÕES DE POLÍTICA E PODER NO PENSAMENTO FILOSÓFICO Aula 19 - TEMAS ATUAIS DE FILOSOFIA: DIREITOS HUMANOS E... Aula 02 - HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES Aula 12 - AMPLIANDO A COMPREENSÃO SOBRE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO... Aula 04 - A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO Aula 14 - TRABALHO E ALIENAÇÃO Aula 06 - O MUNDO DOS VALORES: ÉTICA E MORAL Aula 16 - DEBATENDO A TEMÁTICA ÉTNICORACIAL: O CASO DA ESCRAVIDÃO... Aula 08 - FILOSOFIA E CULTURA AFROBRASILEIRA Aula 18 - FILOSOFIA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL Aula 10 - ESTÉTICA E FILOSOFIA Aula 20 - FILOSOFIA E PENSAMENTO CRÍTICO Pág. 54 a 59 Pág. 95 a 100 Pág. 31 a 38 Pág. 74 a 79 Pág. 113 a 118 ÍNDICE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezados alunos e alunas, desvendaremos juntos os “mistérios” da filosofia. No entanto, é preciso conhecer um pouquinho da História para que possamos nos situar na realidade de hoje. Esse “passeio” pela História nos mostrará a passagem da mente humana simples para uma mente humana mais complexa. Somos, hoje, fruto daquilo que iniciou, em Filosofia, há mais ou menos no século VI a.C. (Antes de Cristo). Como vocês poderão perceber, dissemos que se iniciou no Séc. VI a.C., porém, como tudo que acontece na sociedade é um processo histórico, a Filosofia não foge à essa “regra”, quem de nós, simples mortais, ousaria negar que antes dessa data e lugares – Séc. VI a.C em Jônia e Magna Grécia- o pensamento filosófico não existia? Será que não seria uma tendência do mundo Ocidental de “Ocidentalizar” tudo, atribuindo ao Ocidente tudo de bom que vem acontecendo com a Humanidade? Vós que estais em busca de conhecimento e mais autonomia intelectual, inquietais com essas afirmações, duvidai e buscai. Este é o nosso grande objetivo!!! PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa História da Filosofia e Filosofia na História: do mito à filosofia. Filosofia Clássica, Medieval e Moderna. Consciência Crítica, Filosofia e Conhecimento: Desenvolvimento da Consciência e Conhecimento. Filosofia Moral e Política: Ética, Poder e Estado. Cultura: o caso humano – trabalho: liberdade e submissão. Filosofia e educação ambiental; Filosofia da pluralidade racial. Objetivo Geral Capacitar o aluno a perceber a importância da Filosofia na formação da grande tradição do Pensamento Ocidental. Objetivos Específicos • Formar consciência crítica, cidadã e possibilitar que o aluno vislumbre o mundo e a sociedade com um olhar mais amplo. • Vislumbrar a história do pensamento e o pensamento na história, apontando para a tolerância com pensamentos diferentes. • Mostrar o papel histórico do Estado, suas vicissitudes e críticas. • Dar ao aluno a possibilidade de ampliar seu capital cultural, ampliando a leitura crítica da sociedade através de autores fundamentais na história do Ocidente. PROGRAMA DA DISCIPLINA Conteúdo Programático UNIDADE I: HISTÓRIA DA FILOSOFIA E FILOSOFIA NA HISTÓRIA. 1.1 A Aurora da Filosofia: os pré-socráticos ao helenismo; 1.2- O pensamento cristão: a patrística e a escolástica; 1.3- Filosofia Moderna: a nova ciência e o racionalismo. UNIDADE II: CONSCIÊNCIA CRÍTICA, FILOSOFIA E CONHECIMENTO. 2.1- O Conhecimento; 2.2 - Possibilidades de Conhecimento; 2.3 – Conhecimento da história e cultura afro-brasileira. UNIDADE III: FILOSOFIA MORAL E POLÍTICA 3.1- Filosofia e Poder; 3.2- Estado: origem, função, relações com a sociedade civil e regimes políticos. 3.3- Filosofia e educação ambiental. 3.4- Direitos Humanos e Multiculturalismo. UNIDADE IV: TRABALHO: LIBERDADE E SUBMISSÃO 4.1. Trabalho – os diferentes papéis do trabalho – processo de alienação 4.2. Exploração étnico-racial: o caso da escravidão no Brasil. 4.3. Lógica capitalista – perspectivas – sociedade do tempo livre ou do desemprego PROGRAMA DA DISCIPLINA Bibliografia Básica ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à filosofia. 3 ed. SP: Moderna. 2003 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2005. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia. História e Grandes Temas.16 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SACAVINO, S; CANDAU, V.M ( Orgs). Educação em Direitos Humanos – Temas, questões e propostas. Petrópolis ( RJ): DP et Alli Editora, 2008. SATO, M.; CARVALHO,I. Educação ambiental – Pesquisa e desafios. RS: Artmed, 2008. SEMENTE, M. ( Org). Educação em Direitos Humanos e Diversidade. Recife: Ed. Universitária, 2012 Bibliografia Complementar COTRIM, G. Filosofia temática. São Paulo: Saraiva, 2008. DELEUZE, G. GUATARI, F. O que é filosofia? 2. ed. SP: editora 34, 2004. FONSECA, M, N ,S. Brasil Afrobrasileiro. BH: Editora Autentica, 2010. REZENDE, A. Curso de filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. 14 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.OLIVEIRA, Marta Kohl.Vigotsky - Aprendizado e Desenvolvimento. São Paulo: Scipione,2010 STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. 4. ed.. Porto Alegre: Artmed,2008. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA01 O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO Profª Drª Ana Lúcia Guimarães Caro aluno, esta é a sua chance de aprender um pouquinho sobre Filosofia, um verdadeiro caminho para a reflexão e a construção de novos saberes. Sejam bem-vindos e aproveitem para reter os seguintes pontos desta aula: 1- O que é filosofia. 2- Qual o seu significado enquanto disciplina científica. 3- A Origem do pensamento filosófico na Grécia Antiga 4- Os pré-socráticos e seus pensamentos. Objetivos da aula 01 • Entender o conceito de Filosofia como disciplina acadêmica fundamental para formar conhecimento sobre qualquer campo de saber. • Conhecer a origem da filosofia. • Conhecer o contexto e o pensamento dos principais expoentes da Filosofia O QUE VOCÊ SABE SOBRE? Nesta aula iremos apresentar a você o conceito de Filosofia, como surgiu este campo de estudos, bem como sua origem e também os principais clássicos do pensamento filosófico. A primeira questão que vocês alunos devem ter em mente é o que significa estudar Filosofia? Por que a filosofia é uma disciplina acadêmica? E como ela surgiu através dos tempos ? Com esta aula demonstraremos seu conceito e sua trajetória de evolução enquanto uma ciência importante no cenário das Ciências Sociais. Filosofia vem do grego e em sua etimologia: philos ou philia quer dizer amor ou amizade; e sophia, significa sabedoria; ou seja, literalmente significa amor ou amizade pela sabedoria. Estudar Filosofia remete-nos a compreensão das inquietações e problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, do conhecimento em suas diversas formas e conceitos, visando à verdade, que não deve ser entendida como a verdade absoluta. Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser. Ela se distingue de outros campos de conhecimento como a religião e a própria mitologia grega. Já que ela através do pensamento racional, busca explicar os fenômenos e questões humanas. Também não podemos reduzir sua definição no que se refere a metodologia e à sua concepção de ciência a outros campos de saberes que contam com pesquisa empírica e experimentos práticos como fundamentos, já que a Filosofia não se prende a experimentos. Mas então quais são os métodos dos estudos filosóficos? Eles estão apoiados na análise do pensamento, experiências práticas e da mente, na lógica e na análise conceitual. Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude do homem em relação ao universo e seu próprio ser. A filosofia volta-se para questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé e sim na razão. Apesar de algumas semelhanças com a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser respondidas pelo empirismo experimental. O SURGIMENTO DA FILOSOFIA A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C. Naquela altura, a Grécia era um centro cultural importante e recebia influências de várias partes do mundo. Assim, o pensamento crítico começou a florescer e muitos indivíduos começaram a procurar respostas fora da mitologia grega. Essa atitude de reflexão que busca o conhecimento significou o nascimento da Filosofia. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO PÁG. 02 Antes de surgir o termo filosofia, Heródoto já usava o verbo filosofar e Heráclito usava o substantivo filósofo. No entanto, vários autores indicam que Tales de Mileto foi o primeiro filósofo (sem se descrever como tal) e Pitágoras foi o primeiro que se classificou como filósofo ou amante da sabedoria. Observemos pelas fotos dos filósofos acima que eram indivíduos que realmente se dedicavam a atividade do pensar, do questionar a existência das coisas, do mundo sensível, este que podemos tocar e materializar. Assim, devemos destacar: A FILOSOFIA É UMA CIÊNCIA QUE BUSCA CONHECER DE FORMA CLARA E RACIONAL A NATUREZA, O SER HUMANO E O UNIVERSO QUE NOS RODEIA E AS TRANSFORMAÇÕES QUE NELAS ACONTECEM. Sobre sua Origem: A FILOSOFIA SE ORIGINOU NO SÉCULO VII A.C. EM COLÔNIAS GREGAS LOCALIZADAS NA CIDADE DE MILETO QUANDO ALGUNS HOMENS PERCEBERAM QUE TUDO PODIA SER CONHECIDO ATRAVÉS DA RAZÃO HUMANA E QUE O CONHECIMENTO NÃO SE LIMITAVA APENAS PARA DEUSES. PITÁGORAS FOI QUEM CRIOU O TERMO FILOSOFIA QUE SIGNIFICA “AMIZADE PELA SABEDORIA”. O TERMO FOI CRIADO QUANDO PITÁGORAS VIU QUE OS DEUSES POSSUÍAM TODO O CONHECIMENTO E SABEDORIA QUE EXISTIA, PASSANDO ASSIM A PERCEBER QUE O HOMEM PODERIA DESEJAR E BUSCAR TAL SABEDORIA PLENA POR MEIO DA FILOSOFIA. OS PRÉ-SOCRÁTICOS Os Pré-Socráticos foram os primeiros Filósofos Gregos que viveram entre os séculos VII a V a.C. Habitaram a cidade de Atenas antes dos sofistas e nomeadamente antes de Sócrates. Há semelhança de Sócrates conhecem-se apenas notícias e fragmentos das suas obras, que só chegaram até nós porque foram citados ou copiados em obras de Filósofos posteriores. Esta aula retrata, duma forma geral, os Filósofos pré-Socráticos e as ideias que defendiam. Tales de Mileto (624-548 a.C): Tales tem uma vasta colaboração para o pensamento filosófico ocidental: era matemático e entre suas várias viagens, uma delas ao Egito, elaborou uma teoria de como se davam as cheias do rio Nilo. Também observou as pirâmides, através de um cálculo elaborado a partir da proporção entre cumprimento da sombra projetada pela pirâmide e sua altura, o que ainda hoje é um importante método geométrico para se medir áreas, o teorema de Tales. Mas como monista/naturalista, Tales também cria que todas as coisas derivariam de um único elemento. Para ele, a origem, o ‘arché’ das coisas, estava na água. Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C): Também era monista, e acreditava que todas as coisas derivavam do vapor ou o próprio ar em si. Contestando a teoria da água de Tales, Anaxímenes buscou a origem da água e chegou ao vapor e, através dessa linha de raciocínio identificou no ar a origem do universo. O arché, para Anaxímenes, era o “pneuma” (ou ar). Anaximandro de Mileto (611-547 a.C): Discípulo e sucessor de Tales, Anaximandro era matemático, filósofo, político e também monista. Ele cria que a origem de todas as coisas estaria no “áperion” (ou infinito), ou seja, uma substância indeterminada e infindável que gerava todos os outros elementos e coisas do universo. Heráclito de Éfeso: Tinha uma característica altiva e melancólica, reconhecido por ser um pensador genial; porém, arrogante, que desprezava a plebe. Não se têm dados exatos sobre nascimento e morte, mas sabe-se que o florescimento de seu pensamento se deu em 504 -500 a.C. Heráclito cria que a origem das coisas não estava num único elemento, mas sim, em uma cadeia de fenômenos que gerava a mutabilidade constante das formas naturais e dos elementos. Era tido, por essa linha de pensamento, como um dos mais evidentes e geniais pensadores pré-socráticos. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO PÁG. 03 Pitágoras de Samos: Um dos maiores matemáticos da história, por suas teorias de cálculo como o teorema de Pitágoras, era também um filósofo exímio que buscava a origem de todas as coisas, como bom matemático, no número, ou melhor dizendo, nas relações matemáticas. Pouco se sabe a fundo sobre a doutrina e a vida de Pitágoras, além das fundações que ele instituiu, o êxodo para Itália e a Escola Pitagórica fazem parte disso. Além de influenciar numa reforma educacional e política na Itália. APRENDENDO UM POUCOMAIS... Assista o Vídeo: O Barato de Pitágoras Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=kHlZxwgpNLs Zenão de Eléia: Diferentemente de Heráclito, Zenão via na política, e no envolvimento do povo nessas questões uma importante chave para o avanço de uma sociedade e do conhecimento. Escrevia suas obras em prosa, mesmo quando elas se tratavam de assuntos extremamente acadêmicos. Seguia uma linha diferente da dos pitagóricos. A característica principal de Zelão foi a dialética, método que consistia em se questionar pessoas até se chegar a uma resposta satisfatória, porém, não definitiva. Chegamos ao final da aula 01 e espero que você tenha atingido os objetivos propostos... Vamos em frente e rumo a aula 02. Até lá, caro(a) aluno(a) SÍNTESE DA AULA: Nesta aula compreendemos que a filosofia é uma disciplina acdêmica que nos ajuda a questionar e pensar sobre as coisas que existem. Ajuda-nos a construir o pensamento crítico e também a iniciar uma atividade de produção de conhecimento, portanto, a Filosofia é mais do que uma disciplina acdêmica, é um método de analise do mundo social. Vimos também que sua origem na Grécia antiga nos remonta um contexto em que as pessoas queriam entender mais sobre sua existência social, seus valores e princípios de convivência. Além disso, apresentamos também as contribuições fundamentai que pensadores gregos ofereceram para o avanço da filosofia. Agora que você já conhece os pré-socráticos, entenda um pouco mais de filosofia com este vídeo e vamos a tutoria on line: Vamos assistis ao vídeo O Mundo de Sofia https://www.youtube.com/watch?v=EGjEUiC0C6s FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO PÁG. 04 ATIVIDADE FUNDAMENTAL: Escolha dois dos Pré-Socráticos e compare suas idéias. Gabarito: O aluno deverá escolher dois dos filósofos apresentados e abordar suas ideias. Qual a mensagem que fica sobre o vídeo O Mundo de Sofia? Gabarito: O aluno deve refletir que Sofia era uma menina de quase quinze anos que morava com sua mãe pois o trabalho de seu pai o deixava ausente boa parte do tempo. Em um dia belo, quando voltava da escola, encontrou com dois pequenos envelopes brancos, não simultaneamente. Cada um deles continha uma indagação e elas levaram Sofia a refletir sobre a vida e a origem do mundo. Também recebeu um cartão- postal que deveria ser entregue a uma pessoa que ela nem conhecia e a qual o nome era Hilde. E com isso, desenvolver seu pensamento filosófico.Sofia foi pensar e refletir sobre os envelopes em um esconderijo no jardim de sua casa. Para ela, ele representava um mundo à parte, um paraíso particular, como o jardim do Éden mencionado na Bíblia. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO PÁG. 05 Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006. SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e Desafios. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO PÁG. 06 FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA02 HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES Profª Drª Ana Lúcia Guimarães O que você conhece sobre? A história da Filosofia e suas fases? Nesta aula iremos apresentar a você como a filosofia se construiu através dos tempos como uma disciplina eminentemente voltada para a concepção do pensamento crítico e como se consolidou em diferentes períodos históricos. Vamos entender e conhecer mais um pouco sobre a História e evolução do pensamento filosófico. Abordaremos também as fases da filosofia através dos tempos. Sejam bem-vindos e aproveitem para reter os seguintes pontos desta aula: 1- História da Filosofia: fases do pensamento filosófico: Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. 2- Qual a ênfase do pensamento filosófico em cada contexto histórico 3- A importância do olhar filosófico através dos tempos Objetivos da aula 02 • Entender a história da Filosofia e seus principais expoentes de pensamento • Conhecer a Filosofia através dos tempos • Conhecer o contexto e o pensamento dos principais expoentes da Filosofia nas diferentes fases da mesma Nesta aula iremos apresentar a você como a filosofia se construiu através dos tempos como uma disciplina eminentemente voltada para a concepção do pensamento crítico e como se consolidou em diferentes períodos históricos. INICIANDO... Os primeiros filósofos gregos tentaram entender o mundo com o uso da razão, sem recorrer à religião, à revelação, à autoridade ou à tradição. Eles eram considerados professores que ensinavam seus discípulos a usar a razão e a pensar por si mesmos. Tendo vivido entre o século VI a.C e princípios do século V a.C., esses filósofos mais antigos, dos quais poucos conhecimentos foram conservados através dos tempos, são também chamados de pré-socráticos, por que antecederam Sócrates, o primeiro filósofo cujo método de pensar, bastante sistemático, foi efetivamente preservado para a posteridade. Vimos sobre eles na aula passada. Filosofia Antiga - (século VI a.C. ao V d.C.) A Filosofia Antiga vai perguntar sempre sobre o princípio de todas as coisas e seu objeto de estudos é a totalidade da realidade e do ser. Para alcançar tal intento, ela vai perscrutar sobre o primeiro princípio de todas as coisas, o porquê anterior a todas as causas, a causa não causada. Os gregos chamam este princípio de Physis (a essência de tudo). Inicialmente os pensadores chamados pré-socráticos, como vimos, vão procurar a Physis na natureza, no mundo que existe antes mesmo dos seres humanos. Por isso, são chamados de Físicos. O método da Filosofia Antiga é a compreensão racional da totalidade do ser. Isto quer dizer que, diferentemente das explicações míticas ou religiosas, os filósofos devem fundar suas pesquisas e argumentos sobre o raciocínio lógico, buscando as causas dos fenômenos. Enquanto o mito e a religião buscam compreender o mundo através da crença e da narrativa, a Filosofia vai fundamentar suas explicações na Razão (Lógos). Este é o seu método, que, aliás, foi herdado por quase todas as ciências que conhecemos hoje. O OBJETIVO DA FILOSOFIA ANTIGA É BASTANTE PRETENSIOSO: CONHECER E CONTEMPLAR A VERDADE. Para os gregos, contemplar (Theorein) significa conhecer racionalmente sem se envolver com o objeto conhecido. Do verbo Theorein é que deriva a nossa palavra Teoria. Tal sentido está ainda muito presente nas ciências atuais, que acreditam na possibilidade de um conhecimento realmente objetivo, neutro e imparcial da realidade. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 02 Esta crença é uma herança forte da Filosofia grega, que se propôs um objetivo arquimediano: olhar e conhecer a realidade a partir de um ponto-de-vista abstrato, fora do real, de onde apenas os deuses (e os demônios) podiam contemplar o mundo. Esta é a marca fundamental da Filosofia Antiga que condicionou indelevelmente o Ocidente. Podemos dizer que a Filosofia Antiga compreende o período Pré-socrático e o Pós-socrático. Corresponde ao período compreendido entre os séculos VI e V a.C. SUAS FIGURAS DE DESTAQUE SÃO PLATÃO E ARISTÓTELES. OUTROS, DE QUEM SE SABE MENOS, COMO TALES, ANAXIMANDRO, ANAXÍMENES, HERÁCLITO, PARMÊNIDES, EMPÉDOCLES E DEMÓCRITO. Sobre Sócrates e Platão falaremos na próxima aula, no entanto sobre estes outros vamos dar a diretriz de seu pensamento, para que você saiba o que diziam. E os Pré-socráticos também já vimos na aula 01. Filosofia Medieval A Filosofia Medieval desenvolveu-seno período que vai do século VIII ao século XIV. Seus espaços foram, principalmente, os mosteiros e ordens religiosas européias, onde a Igreja Católica tinha hegemonia. Entretanto, houve manifestações filosóficas fora do mundo cristão, em especial no mundo árabe e judeu. A Filosofia desse período foi uma das responsáveis pela criação das universidades. SUA PRINCIPAL DISCUSSÃO: A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO, OU SEJA, A TENTATIVA DE SEPARAR O QUE PERTENCERIA A DEUS (A TEOLOGIA) E O QUE PERTENCERIA AOS HOMENS. Ela está principalmente subordinada à Igreja Católica, e seus representantes capitais são Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. • Santo Agostinho => desenvolveu uma abordagem original à filosofia e teologia, acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a liberdade humana, ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu contribuições seminais ao desenvolvimento da teoria da guerra justa. • São Tomás de Aquino=> formulou um amplo sistema filosófico que conciliava a fé cristã com o pensamento do grego Aristóteles (384-332 a. C.). Segundo ele, cabe à razão ordenar e classificar o mundo para entendê-lo. Está aí o princípio operacional do pensamento tomista, adjetivo pelo qual passou para a história sua filosofia inaugurada. Filosofia Moderna Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se entende até o final do século XVIII, no continente europeu. Nessa época, a Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados Nacionais, das grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos impérios. A Igreja Católica per¬deu a hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem frente à religião. SUA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA: A PREOCUPAÇÃO COM O HOMEM RACIONAL E LIVRE, COM AS MUDANÇAS NA POLÍTICA E COM A ESPERANÇA NAS CIÊNCIAS EMPÍRICAS. No período moderno a filosofia passou a ter uma divisão melhor de seu foco de estudo. No início ainda era comum vermos questões no que dizia respeito a provar a existência de Deus e a imortalidade da alma. Muitos filósofos deste período pareciam estar usando a filosofia para abrir caminhos que pudessem ajudar a fundamentar algum tipo de concepção, de ideia. Era como se tentassem encontrar uma forma de provar aquilo que tentavam passar. Principais expoentes: • Descartes: Buscava conseguir algum fundamento para explicar uma determinada concepção científica; • John Locke: Buscava preparar o território para que fosse mais fácil a ciência tomar um rumo e agir de maneira mais direta; • Berkeley: Buscava competir com alguma conclusão científica, contrapondo-se aos métodos utilizados pela ciência. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 03 Com o passar dos tempos a filosofia moderna foi sofrendo algumas alterações, deixando de ter seu foco diretamente relacionado ao conhecimento material e a descoberta de todas as verdade, deixando esse papel para que as ciências buscassem descobrir, como também deixando um pouco de lado as questões de tentar justificar as crenças religiosas, tão abordadas no período filosófico anterior. A fase moderna está organizada em subfases de produção filosófica, como veremos a seguir: Renascimento Consideramos de Renascença o período da filosofia que está entre a Idade média e o Iluminismo na Europa, o que inclui o século XV. Segundo alguns estudiosos, podemos estender esse período até o início dos anos de 1350, até os últimos anos do século XVI ou até mesmo o começo do século XVII, depois de Cristo. Chamamos de Renascença porque ela se dá como um renascimento da filosofia, sendo contrário as reformas religiosas, renovando o aprendizado no que diz respeito a civilização clássica. Tendo iniciado na Itália, com o Renascimento Italiano, ela logo tomou proporções mais amplas se espalhando por toda a Europa. Um nome importante para o renascimento inglês, por exemplo, em se tratando da expansão pela Europa, é William Shakespeare, que se tornou um dos mais importantes pensadores da época sendo lembrado até os dias de hoje. Sua importância para o século XVI foi enorme, o que não impediu que ela viesse a sofrer várias divisões. No final de seu período ela passou pelas Reformas e contra reformas, verdadeiros marcos na história da Renascença, conforme citam alguns historiadores, enquanto outros veem apenas como um período extenso, sem tanto significado assim. Filosofia do século XVII Considerada como uma forma de ver o princípio da filosofia moderna, se distanciando da forma de pensar do pensamento medieval, é comum vermos essa filosofia sendo chamada de “idade da razão”, já que ela é tida por muitos como uma sucessora da renascença, precedente do iluminismo. É comum vermos esta filosofia como uma prévia da visão iluminista. Século XVII Também conhecida como Iluminismo, foi um movimento filosófico que aconteceu na Europa e em alguns países do continente americano, que também inclui em seus diferentes períodos a idade da razão. Podemos fazer uma ligação do termo com a base primária da autoridade, que defendia a razão, um movimento intelectual do iluminismo. Este período se encerra geralmente entre os anos de 1800. Século XIX Neste século os filósofos do Iluminismo tinham como referência o trabalho de filósofos como Immanuel Kant e Jean-Jacques Rousseau, o que contribuiu para influenciar uma nova geração de pensadores. Aconteceram nesse período fortes revoluções e turbulências decorrentes das pressões do Igualitarismo, que viriam a provocar mudanças bem visíveis na filosofia. Para Saber Mais: Conheça algumas frases dos filósofos Immanuel Kant e Jean Jacques Rousseu O contexto filosófico A partir de então quem passava a ser o fim para a realização das coisas é o homem, ao contrário da filosofia antiga, que via o homem como um meio pelo qual se chegava a alguma coisa, tendo essa análise do ponto de vista político, podemos dizer que ele tem ligação com o individualismo e a valorização da ideia do trabalho. Esse individualismo nada mais era que uma consequência da igualdade entre as pessoas. Sobre o trabalho, ele é visto com uma forma do homem realizar a sua missão na terra, ajudando a construir o mundo, uma visão bem diferente de antigamente, quando se achava que o trabalho era um defeito, e por isso deveria ser direcionado apenas aos escravos. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 04 Filosofia Contemporânea A Filosofia Contemporânea estende-se do final do século XVIII até os nossos dias. É possível dizer que seus problemas inspiram-se na Revolução Francesa e na Revolução Industrial, com a crescente desumanização do processo social de produção. Seu espaço central ainda é a Europa, mas cada vez mais atinge outros espaços, como, por exemplo, os Estados Unidos. Ela pode ser vista como resultado da crise do pensamento moderno no século XIX. O questionamento ao projeto moderno se faz nos termos de um ataque à centralidade atribuída à noção de subjetividade nas tentativas de fundamentação do conhecimento empreendidas pelas teorias racionalistas e empiristas. A linguagem surge então como alternativa de explicação de nossa relação com a realidade enquanto relação de significação. A questão sobre a natureza da linguagem, sobre como a linguagem fala do real, torna-se um problema central na filosofia e em outras áreas do saber na passagem do século XIX para o século XX. Alguns Grandes Expoentes: George Wihelm Friedrich Hegel (1770 – 1831), alemão. Seu sistema metafísico era racionalista, historicista e absolutista, baseado na doutrina de que “o pensamento e o ser são o mesmo”, e que a natureza é a manifestação de um “Espírito Absoluto”. ArthurSchopenhauer (1788 –1860). Idealista alemão que atribuiu à vontade um lugar de destaque em sua metafísica. Principal expoente do pessimismo, e rejeitava o idealismo absoluto e pregava que a única atitude sustentável está na completa indiferença a um mundo irracional. Afirmava que o ideal maior era a negação do querer-viver. Auguste Comte (1798 - 1857), francês, fundador do positivismo, um sistema que negava a metafísica transcendente e afirmava que a “Divindade e o homem eram um só”; que o altruísmo é o dever maior do homem e que os princípios científicos explicam todos os fenômenos. Ludwig Feuerbach (1804 –1872), alemão. Argumentava que a religião era uma projeção da natureza humana. Influenciou Marx. John Stuart Mill (1806 –73) . Expoente inglês do utilitarismo; diferenciava-se de Bentham ao reconhecer diferenças na qualidade e quantidade de prazer. Sobre a “Liberdade” é seu mais famoso trabalho (1859). Karl Marx (1818 – 83). Pensador revolucionário alemão que, juntamente com “Friedrich Engels”, fundou o comunismo moderno. Marx também foi importante seguidor de “Hegel”. Herbert Spencer (1820 - 1903). Evolucionista inglês cuja sua “Filosofia Sintética” interpretava todos os fenômenos de acordo com o princípio do progresso evolucionário. (O ser humano teria que, evoluir e respeitar as leis, dentro de uma sociedade e, de acordo com a necessidade exigida pela maior parte da sociedade). Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900). Alemão. Ele afirmava que a “vontade de poder” é básica na vida e, que o espontâneo é preferível ao metódico. Atacou o “Cristianismo”, principalmente, por ser um sistema que apoiava os fracos, enquanto o valor maior pertence ao “além-do-homem”. Nietzsche – Foi um extraordinário poeta e romancista e um dos mais influentes filósofos modernos. Por motivos de saúde, renunciou a um cargo em uma Universidade na Suíça em 1879 e passou a década seguinte escrevendo suas principais obras, no ritmo de um livro por ano. Sua existência criativa terminou num colapso mental em 1889. Após sua morte, em 1900, sua irmã Elizabeth Foerster deliberadamente desvirtuou seus pensamentos com objetivos nacionalistas e anti-semitas. John Dewey (1859 – 1952). Pragmatista, norte-americano, que desenvolveu um sistema conhecido como “instrumentalismo”. Considerava o homem em continuidade com a natureza, mas distinto dela. Edmund Husserl (1859 – 1938), alemão. Fundador da “fenomenologia”. Procurava fundamentar o conhecimento na experiência pura sem pressupostos. Martin Heidegger (1889 – 1973). Discípulo alemão de Husserl, que deu continuidade ao desenvolvimento da “fenomenologia” e muito influenciou os existencialistas ateístas. Ludwig Wittgenstein (1889 –1973), austríaco. O mais influente filósofo do séc. XX; Ludwig desenvolveu dois sistemas filosóficos altamente originais, porém incompatíveis, dominados pela preocupação com as relações entre o mundo e a linguagem. Herbert Marcuse (1898 – 1979). Filósofo teuto-americano que tentou combinar existencialismo e psicanálise com um marxismo libertário que era crítico do comunismo. Sir Karl Popper (1902 – 1994). Racionalista crítico britânico; defendia que a verdade das leis científicas nunca será provada e que o máximo que se pode supor é que elas sobrevivam às tentativas de refutá-las. Theodor Adorno (1903 – 1969). Filósofo alemão que combinava marxismo com estética vanguardista. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 05 Jean-Paul Sartre (1905 – 1980). Influente filósofo francês que desenvolveu o pensamento existencialista de Heidegger. Defensor ateísta de uma existência humana irracional e subjetiva, seu lema era “a existência é anterior à essência”. Maurice Merleau-Ponty (1907 – 1961). Fenomenólogo francês que insistia no papel do corpo humano em nossa experiência do mundo. Simone de Beauvoir (1908 1986). Existencialista francesa que fundou a filosofia feminista moderna. Claude Lévi-Strauss (nasc.; em 1908). Antropólogo francês e defensor do estruturalismo, seus trabalhos investigam a relação entre a cultura (um atributo da humanidade) e natureza com base na característica distinta do homem – a capacidade de se comunicar numa língua. Juergen Habermas (nasc.; em 1929), alemão. Crítico marxista com fortes tendências Kantianas e liberais. Jacques Derrida (nasc.; em 1930), francês. Fundador do desconstrutivismo, uma evolução da técnica de Heidegger de interpretar filósofos tradicionais com muito cuidado para revelar sua constante incoerência. Bem! Chegamos ao final da aula 02 e espero que você tenha compreendido as questões que concernem a Filosofia. Vamos em frente. SINTESE DA AULA Nesta aula conhecemos um pouco mais da Filosofia e também suas fases históricas, bem como os pensadores e suas ideias filosóficas em cada contexto vivido. Entendemos assim, que o fazer filosófico pressupões questões de seu tempo, de sua experiência. Inquietações que geram questionamentos e reflexões a ponto de produzir explicações racionais mas que pertencem a um universo social, político e econômico no qual são produzidas. Agora que você aprendeu um pouco mais sobre a história da Filosofia, assista a este vídeo e reflita esta história. Assista ao vídeo Da Servidão Moderna O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Assista e o relacione aos conteúdos aqui abordados. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=i7KaNFWJBG4 FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 06 ATIVIDADE FUNDAMENTAL: Tendo assistido ao Vídeo, disserte sobre a principal reflexão filosófica que o vídeo apresenta na atualidade. A principal ideia do filme SERVIDÃO MODERNA, é nos mostrar quanto e como ainda continuamos escravos no mundo capitalista e comerciário, apesar de tentarempor muitas maneiras nos ludibriar dessa ideia, indubitavelmente não passamos de modernos escravos. O Sistema econômico só existe devido o trabalho humano e este se torna contínuo em consequência damão de obra que o rege, procurar sempre se atualizar, aperfeiçoar com recursos tecnológicos, já que em um mundo comercial como o nosso, para talvez, sermos reconhecidos e bem pagos, temos que produzirmelhor e mais e isso, se dá com tecnologias e informações adquiridas, talvez, esta seja a única diferença entre o escravo moderno e o escravo da época da chibata, é que o reconhecimento se vem dainformação, do intelecto, pois é isso o que mais escravizamos, as nossas ideias, nossa mente, nossas informações e experiências adquiridas com o tempo e não somente os trabalhos braçais são suficientes,não somente nossa força física, hoje nossos Senhores também querem nosso esgotamento mental. Apresente as fases históricas da Filosofia e sua principais diretrizes de pensamento. A Filosofia Antiga vai perguntar sempre sobre o princípio de todas as coisas e seu objeto de estudos é a totalidade da realidade e do ser. Filosofia Medieval está principalmente subordinada à Igreja Católica, e seus representantes capitais são Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Filosofia Moderna a filosofia passou a ter uma divisão melhor de seu foco de estudo. No início ainda era comum vermos questões no que dizia respeito a provar a existência de Deus e a imortalidade da alma. Muitos filósofos deste período pareciam estar usando a filosofia para abrir caminhos que pudessem ajudar a fundamentar algum tipo de concepção, de ideia. Filosofia contemporânea pode ser vista como resultado da crise do pensamento moderno no século XIX. O questionamento ao projeto moderno se faz nos termos de um ataque à centralidadeatribuída à noção de subjetividade nas tentativas de fundamentação do conhecimento empreendidas pelas teorias racionalistas e empiristas. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 07 Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006. SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e Desafios. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES PÁG. 08 FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA03 CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO Profª Drª Ana Lúcia Guimarães O QUE VOCÊ SABE SOBRE DE SÓCRATES E PLATÃO? Nesta aula entenderemos melhor quais as principais contribuições de dois grandes expoentes do pensamento filosófico: Sócrates e Platão. Com isto, reforçaremos também a ideia de porque a Filosofia consiste em uma disciplina que permite a formação do pensamento crítico. OBJETIVOS • Entender quem foram Sócrates e Platão; • Apresentar o pensamento filosófico desses pensadores; • Mostrar que a Filosofia se desenvolve de acordo com as questões de seu contexto de origem. SÓCRATES E PLATÃO NO PENSAMENTO FILOSÓFICO Sócrates (470-399 a.C.) tomou como ponto de partida o princípio básico da doutrina sofista. “O homem é a medida de todas as coisas”. Para ele, se o homem é a medida de todas as coisas é a obrigação de todo homem procurar conhecer a si mesmo. Para Sócrates o homem deveria procurar conhecer a si mesmo, também deveria procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da educação. Porém a consciência individual deveria deixar de se fundamentar por simples opiniões para poder guiar-se por idéias de valor universal. Sócrates nada deixou escrito e tiveram suas idéias divulgadas por dois de seus principais discípulos, Xenofonte e Platão. Evidentemente devido ao brilho deles é de se supor que nem sempre tenham sido realmente fieis ao pensamento do mestre. Nos diálogos de Platão, Sócrates figura como principal interlocutor. Ainda que muitas vezes seja incluído entre os sofistas recusa tal classificação opondo-se a eles de forma critica. Sócrates se indispôs com os poderosos do seu tempo que o acusaram de não crer nos deuses da cidade e de corromper a mocidade e por isso o condenaram a morte. Costumava conversar com todos, fossem velhos ou moças, pobres ou escravos, investigando por meio de seu método de conhecimento. A partir do pressuposto “só sei que nada sei”, que consiste justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, inicia a busca do saber. Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos. FRASES CLÁSSICAS ATRIBUÍDAS A SÓCRATES A vida que não passamos em revista não vale a pena viver. A palavra é o fio de ouro do pensamento. Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância. É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal. Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem. A ociosidade é que envelhece, não o trabalho. O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância. Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado. Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes. Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados. O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia. A verdade não está com os homens, mas entre os homens. Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente. Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir. Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos. Todo o meu saber consiste em saber que nada sei. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 02 Sócrates andava pelas ruas de Atenas fazendo aos atenienses algumas perguntas: “O que é isso em que você acredita?”, “O que é isso que você está dizendo?”, “O que é isso que você está fazendo?”. Os atenienses achavam, por exemplo, que sabiam o que era a justiça. Sócrates lhes fazia perguntas de tal maneira sobre a justiça que, embaraçados e confusos, chegavam à conclusão de que não sabiam o que ela significava. Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a coragem. Com suas perguntas incansáveis, Sócrates os fazia concluir que não sabiam o que significava a coragem. Os atenienses acreditavam também que sabiam o que eram a bondade, a beleza, a verdade, mas um prolongado diálogo com Sócrates os fazia perceber que não sabiam o que era aquilo em que acreditavam. A pergunta “O que é?” era o questionamento sobre a realidade essencial e profunda de uma coisa para além das aparências e contra as aparências. Com essa pergunta, Sócrates levava os atenienses a descobrir a diferença entre parecer e ser, entre mera crença ou opinião e verdade. Sócrates propunha que, antes de querer conhecer a natureza e antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. Como vimos na Introdução, a expressão “Conhece-te a ti mesmo”, ou o oráculo que estava gravado no pórtico do templo de Apoio, em Delfos, deus da luz e da sabedoria, foi o centro das preocupações e investigações de Sócrates. Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é, voltado para o conhecimento do homem (em grego, ántropos), particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembléia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno - a cicuta - e obrigado a suicidar-se. Ele fazia a juventude pensar. Agora, vamos conhecer um pouco de outro grande filósofo, Platão. Me acompanhe caríssimo(a) aluno(a)... Nasceu em Atenas, em 428/7 a.C. Portanto, seu nascimento ocorreu logo após a morte de Péricles, com quem Atenas chegara ao apogeu de sua democracia, e o falecimento cerca de dez anos antes da batalha de Queronéia, que efetivou o domínio de Filipe da Macedônia sobre a Grécia. Platão viveu entre a fase áurea da democracia ateniense e o final do período helênico. Esse contexto histórico determinaria o caráter essencialmente político de sua filosofia como estabelecimento das condições para um estado político perfeito, o filósofo como o dirigente político ideal. O interesse pela política estava ainda mais intimamente ligado a Platão por ele pertencer a uma família aristocrata que tinha participação efetiva nos destinos políticos da Grécia. Contudo, o acontecimento que mais marcou foi seu encontro com Sócrates, mestre que, sem escola e sem livros, usando apenas o diálogo, levava seus discípulos ao conhecimento de si mesmos, do bem e das virtudes, ao mesmo tempo em que demolia preconceitos e abalava falsos valores e reputações. Já restaurada a democracia, Sócrates, acusado de corromper os jovens, foi condenado à morte. Ao elaborar a teoria das idéias, Platão ao mesmo tempo reformula a dialética socrática, transformando-a numa construçãoteorética. Para Sócrates, o diálogo constituía um confronto de opiniões que era, na verdade, a ocasião para o dramático embate entre consciências e oportunidade para produzir- se o conhecimento de si mesmo: em Platão, a dialética vai perdendo progressivamente seu caráter pessoal e dramático para tornar-se um método impessoal e teórico que visa os próprios problemas, e não apenas à sondagem da consciência dos interlocutores. A nova dialética articula-se, de início, em uma forma ascendente: do mundo das idéias. No plano sensível, a constatação de existência dos seres, dá-se através dos sentidos, o conhecimento não ultrapassando a esfera da opinião (doxa). FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 03 A superação da doxa tem início com a passagem ao plano inteligível, através do conhecimento discursivo e mediatizador (diânoia): esse primeiro nível de conhecimento inteligível estabelece ligações racionais (como ocorre na matemática), mas o conhecimento inteligível só chega à plenitude ao conseguir a evidência puramente intelectual (noêsis) das idéias. As várias etapas do conhecimento estão metaforizadas na República através da alegoria da caverna : o homem saindo da caverna onde estivera prisioneiro por diversos graus de sombra e luz, que simbolizam os diversos graus de conhecimento , até olhar diretamente o sol , fonte de toda luz, símbolo do último da ascensão e dialética. PARA SABER MAIS SOBRE DIALÉTICA... CONSULTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica Fundamentado na Teoria das Idéias e nas possibilidades apresentadas pelos indivíduos para realizar a ascensão dialética. Platão cria um sistema político apresentado primeiramente na República e posteriormente reformulado nas Leis. A base fundamental postulada para o Estado é a justiça, virtude que seria conseguida na medida em que cada parte da alma (a razão, a coragem, e o instinto) estivesse preenchendo suas funções. Assim,o governo da cidade seria composto por três classes, formando um todo harmonioso: os magistrados – filósofos , representando a razão; os guerreiros, a coragem; e os trabalhadores, encarregados da satisfação das necessidades materiais. A realização de tal modelo de sociedade resultaria da adoção de determinado sistema educacional: os cidadãos, homens e mulheres, em igualdade de condições, seriam encaminhados desde pequenos para as funções que poderiam desempenhar com mais aptidão. Visando a prevenir as divisões políticas, Platão propõe a participação comum dos cidadãos nos bens materiais e também a supressão da família. As Leis introduzem modificações no modelo político de Platão: suprime-se a comunidade de bens, mulheres e crianças, havendo uma espécie de conciliação entre a monarquia constitucional e a democracia. Consciente da complexidade de seu sistema político assentado na teoria das idéias, Platão previa as dificuldades que grande parte da população da polis teria para entende-lo. Assim o Estado concebido por ele seria governado por magistrados- filósofos, pois só estes seriam capazes de compreender e por em prática a virtude da justiça. Platão defende no homem uma alma imortal, racional, livre, espiritual. Admite a metempsicose. Em ética: toda felicidade consiste na contemplação das idéias e, sobretudo, da idéia suprema do bem. Mas, o que é metempsicose? Metempsicose (do grego: meta: mudança + en: em + psiquê: alma) é o termo genérico para transmigração da alma, de um corpo para outro, seja este do mesmo tipo de ser vivo ou não. Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas abrange a possibilidade da alma humana encarnar em animais ou vegetais. Metempsicose diz respeito à transferência de almas Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/metempsicose/ Continuando... Seu conceito político (Estado totalitário, igualdade social dos sexos, supressão da família, educação nacional da juventude) ele próprio rejeitou mais tarde, desde que os governados são seres humanos, não deuses. Sua doutrina, em geral, é tão elevada que informou até a mística católica. Assim como há um rigoroso paralelismo entre a psicologia platônica e sua ética,há também uma perfeita correspondência entre sua ética e a sua política. A morte de Sócrates e suas experiências políticas na Sicília levaram Platão a verificar que não é possível ser justo na cidade injusta, e que a realização da filosofia implica não só a educação do homem, mas a reforma da sociedade e do Estado. A pedagogia platônica, que incluía não só a formação intelectual, mas também os exercícios físicos, a disciplina do corpo,revelam-se, assim, uma propedêutica da política, pois sua razão de ser é a formação do homem de acordo com a Paidéia (modelo ou ideal de cultura) e sua preparação para a vida na cidade. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 04 Para ilustrar melhor a Pedagogia Platônica... vamos assistir o vídeo abaixo e refletirmos um pouco mais sobre essa idéia? Acesse: https://www.youtube.com/playlist?list=PL129944938F FB0E35 Continuando... Assim, como o amor é um demônio, um intermediário entre os deuses e os homens, assim também o filósofo é um mediador entre o sábio e o ignorante. O sábio não precisa filosofar porque já tem a sabedoria, e o ignorante porque não a tem e não experimenta a necessidade de tê-la. Só pode filosofar aquele que, não sabendo, tem consciência de que não sabe e, por isso mesmo, quer saber. Amor da sabedoria, e não sabedoria propriamente, a filosofia é o caminho que nos deve conduzir do mundo das aparências ao mundo da realidade, da contemplação das sombras à visão das idéias, imutáveis e eternas, iluminadas pela idéia suprema do Bem. A REPÚBLICA PRINCIPAL OBRA DE PLATÃO A República, discute a questão do conhecimento. Qual a visão que as pessoas tem sobre as coisas. Vejam um importante texto que abre as portas para o conhecimento humano. O Mito da Caverna O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro “A República” do filósofo grego Platão. O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações. Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas idéias consideradas absurdas. O que Platão quis dizer ? Os seres humanos tem uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturaise sociais, ou seja, quando saímos da caverna. SINTESE DA AULA Nesta aula conhecemos um pouco mais do pensamento Filosófico de dois expoentes da filosofia Sócrates e Platão. Sócrates nasceu em Atenas e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana. Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Já Platão, discípulo de Sócrates, nasceu também em Atenas e é considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas idéias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das idéias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria). FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 05 ATIVIDADE FUNDAMENTAL: Assista este vídeo: www.youtube.com/watch?v=LAu-nAVl9H4 e faça uma pesquisa na web para escrever um resumo das principais ideias de Sócrates RESPOSTA: O ALUNO DEVE PESQUISAR E IDENTIFICAR Amor No Simpósio, de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor. Conhecimento Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância (Só sei que nada sei.). Ele acreditava que os atos errados eram conseqüências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a se sentirem ignorantes de tanto perguntar, problematização sobre conceitos que as pessoas tinham dogmas, verdades. De tanto questionar, principalmente os sábios, começou arrebanhar inimigos. Virtude Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material. Convidava outros a se concentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que esse era o melhor modo de se crescer como uma população. Suas ações são provas disso: ao fim de sua vida, aceitou sua sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria de Atenas, pois acreditava que não podia fugir de sua comunidade. Acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes, tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas 2- Analise o texto Mito das Cavernas de Platão procurando identificar sua mensagem sobre o conhecimento. RESPOSTA: Platão referia-se aos seus contemporâneos, com suas crenças e superstições. O filósofo era qual um fugitivo capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo mais amplo. Ao falar destas verdades para os homens afeitos às suas impressões, não apenas não seria compreendido, como tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 06 Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006. SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e Desafios. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... PÁG. 07 FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA04 A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO Profª Drª Ana Lúcia Guimarães Nesta aula 04 vamos entender e conhecer sobre a vida e obra de aristóteles, grande filósofo grego. Qual foi sua contribuição para as discussões e reflexões filosóficas. 1- Quem foi Aristóteles e em que contexto produziu suas ideias. 2- Vida e Obra de Aristóteles. 3- Principais contribuições OBJETIVOS • Entender o pensamento de Aristóteles e o valor do mesmo para a filosofia; • Conhecer o pensamento filosófico e político de Aristóteles; • Conhecer o contexto em que suas ideias são produzidas O QUE VOCÊ SABE SOBRE? Nesta aula iremos apresentar a você quem foi Aristóteles, seu contexto de produção das ideias e reflexões e que legado ele deixa para a história da Filosofia e mesmo, da política, na qual tem forte contribuição. Aristóteles (384-322 a. C.) foi aluno de Platão e estudou na academia do mestre durante 20 anos, até a morte de Platão, em 347 a. C. Portanto conhecia a fundo as teses platônicas sobre o conhecimento. Sabemos que o pensamento de Platão girava em torno da dualidade mundo-sensível e mundo inteligível, e que a matemática era uma exigência elementar para aqueles que queriam progredir na investigação filosófica. Aristóteles foi influenciado em muitos aspectos por Platão, porém soube distanciar-se do pensamento do mestre a ponto de inaugurar uma filosofia própria. Aristóteles foi essencialmente um homem de cultura, de estudo, de pesquisas, de pensamento, que se foi isolando da vida prática, social e política, para se dedicar à investigação científica. A atividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa, como a sua cultura e seu gênio universal. “Assimilou Aristóteles escreve magistralmente Leonel Franca todos os conhecimentos anteriores e acrescentou-lhes o trabalho próprio, fruto de muita observação e de profundas meditações. Escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável inteligência. Não lhe faltou nenhum dos dotes e requisitos que constituem o verdadeiro filósofo: profundidade e firmeza de inteligência, agudeza de penetração, vigor de raciocínio, poder admirável de síntese, faculdade de criação e invenção aliadas a uma vasta erudição histórica e universalidade de conhecimentos científicos. O grande estagirita explorou o mundo do pensamento em todas as suas direções. Pelo elenco dos principais escritos que dele ainda nos restam, poder-se-á avaliar a sua prodigiosa atividade literária”. Espere... Vamos conhecer o significado da palavra estagirita? Acesse: http://www.dicionarioweb.com.br/estagirita/ A primeira edição completa das obras de Aristóteles é a de Andronico de Rodes pela metade do último século a.C. substancialmente autêntica, salvo uns apócrifos e umas interpolações. Aqui classificamos as obras doutrinais de Aristóteles do modo seguinte, tendo presente a edição de Andronico de Rodes. I. Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon mais tarde, não por Aristóteles. O nome, entretanto, corresponde muito bem à intenção do autor, que considerava a lógica instrumento da ciência. II. Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna cosmologia e a antropologia, e pertencentes à filosofia teorética, juntamente com a metafísica. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 02 III. Escritos metafísicos: a Metafísica famosa, em catorze livros. É uma compilação feita depois da morte de Aristóteles mediante seus apontamentos manuscritos, referentes à metafísica geral e à teologia. O nome de metafísica é devido ao lugar que ela ocupa na coleção de Andrônico, que a colocou depois da física. IV. Escritos morais e políticos: a Ética a Nicômaco, em dez livros, provavelmente publicada por Nicômaco, seu filho, ao qual é dedicada; a Ética a Eudemo, inacabada, refazimento da ética de Aristóteles, devido a Eudemo; a Grande Ética, compêndio das duas precedentes,em especial da segunda; a Política, em oito livros, incompleta. V. Escritos retóricos e poéticos: a Retórica, em três livros; a Poética, em dois livros, que, no seu estado atual, é apenas uma parte da obra de Aristóteles. As obras de Aristóteles as doutrinas que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia filosófica, de que foi ele o criador. O Pensamento: A Gnosiologia Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência. A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividir-se-ia em teorética, prática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional. A teorética, por sua vez, divide-se em física, matemática e filosofia primeira (metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em ética e política; a poética em estética e técnica. Aristóteles é o criador da lógica, como ciência especial, sobre a base socrático-platônica; é denominada por ele analítica e representa a metodologia científica. Trata Aristóteles os problemas lógicos e gnosiológicos no conjunto daqueles escritos que tomaram mais tarde o nome de Órganon. Limitar-nos-emos mais especialmente aos problemas gerais da lógica de Aristóteles, porque aí está a sua gnosiologia. IMPORTANTE: Outra palavra para conhecermos o seu significado. Acesse: http://www.significados.com.br/gnosiologia/ Continuando... Foi dito que, em geral, a ciência, a filosofia - conforme Aristóteles, bem como segundo Platão - tem como objeto o universal e o necessário; pois não pode haver ciência em torno do individual e do contingente, conhecidos sensivelmente. Sob o ponto de vista metafísico, o objeto da ciência aristotélica é a forma, como idéia era o objeto da ciência platônica. A ciência platônica e aristotélica são, portanto, ambas objetivas, realistas: tudo que se pode aprender precede a sensação e é independente dela. No sentido estrito, a filosofia aristotélica é dedução do particular pelo universal, explicação do condicionado mediante a condição, porquanto o primeiro elemento depende do segundo. Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenômeno particular depende da lei universal e o efeito da causa. Objeto essencial da lógica aristotélica é precisamente este processo de derivação ideal, que corresponde a uma derivação real. Seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida Ora, em termos de influência, Aristóteles herdou e levou adiante a noção de que o conhecimento envolve explicação, uma busca das causas das coisas. Na Academia de Platão também se discutia ciências naturais e se estudava retórica e lógica, disciplinas a que Aristóteles vai se dedicar com grande empenho. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 03 - Porém, ele rompe com o mestre naquilo que é a base da filosofia platônica: não aceita a existência dos dois mundos de Platão. À procura da essência das coisas, para Aristóteles não é preciso pensar as propriedades essenciais dos objetos separado desses mesmos objetos. Ou seja, podemos falar do mundo sensível a partir dele mesmo. Os conceitos que criamos são obra de nosso pensamento, e não entidades que desfrutam que uma existência em separado. Aristóteles e Platão: diferenças e proximidades Se Platão foi um genuíno racionalista, Aristóteles foi o que podemos chamar de um empirista. Porque ele apostou na sensibilidade, no mundo dos fenômenos, naquilo que nós vemos, percebemos e que, para ele, constituíam a matéria- prima de nosso pensar. E ele fez isso nos esboços da Ética a Nicômaco, ao trabalhar o conceito de Mímesis e em outras diferentes disciplinas. Quer dizer: ele toma o mundo sensível como ponto de partida, sem aquele preconceito, sem o desprezo que Platão nutria por ele, o qual aparece bem evidente na Alegoria da Caverna. ARISTÓTELES E A POLÍTICA O homem, quando perfeito, é o melhor dos animais, mas é também o pior de todos quando afastado da lei e da justiça, pois a injustiça é mais perniciosa quando armada, e o homem nasce dotado de armas para serem bem usadas pela inteligência e pelo talento, mas podem sê-lo em sentido inteiramente oposto. Logo, quando destituído de qualidades morais, o homem é o mais impiedoso e selvagem dos animais, e o pior em relação ao sexo e à gula” Aristóteles - “Política”, 1252 b. A “Política” (Politéia) divide-se em oito livros, que tratam: da composição da cidade, da escravidão, da família, das riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa também as constituições de outras cidades, num notável exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. Aristóteles, por sua vez, não foge da tentação de também idealizar qual o modo de vida mais desejável para as cidades e os indivíduos, mas dedica a isso bem menos tempo do que seu mestre. Finaliza a obra com os objetivos da educação e a importância das matérias a serem ensinadas. Segundo ele, governo e constituição significam a mesma coisa, sendo que o governo pode ser exercido de três maneiras diferentes; por um só, por poucos ou por muitos. Se tais governos têm como objetivo o bem comum, podemos dizer que são constituições retas, ou puras. Por outro lado, se os poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado de um só, de um grupo ou de apenas uma classe social, essa constituição está desvirtuada, depravou-se. Nota-se aqui o claro confronto ressaltado por ele entre a busca do bem comum e o interesse privado ou de classe. Quando um regime se inclina para o último, para algum tipo de exclusivismo, voltando as costas ao coletivo, é porque perverteu-se. O governo deve buscar realizar o bem comum. Por isso constrói uma tipologia de governo fundada na questão do tipo puro, como sendo o governo do bem comum e o impuro, as formas de governo que se degeneraram. Observe: Formas de governo Formas puras Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às tradições Aristocracia: governo dos melhor homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Formas pervertidas Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 04 SINTESE DA AULA Nesta aula conhecemos um pouco mais do pensamentode Aristóteles e vimos que podemos encontrá-lo investigando o “ser enquanto ser”. Tal investigação sobre o que são e como são as coisas é fundamental para poder compreender o mundo. Nesse sentido, a sua metafísica discorre sobre princípios que garantam a realidade das coisas, como: o princípio de identidade, da não contradição e do terceiro excluído. Além dos princípios, Aristóteles aponta quatro causas que fazem as coisas serem o que são: material, formal, eficiente e final. Em ética, Aristóteles discorda da ideia platônica que via as paixões humanas como negativas e que precisavam ser controladas pela razão. Para ele, as paixões humanas não são nem boas e nem ruins. Ruim é quando as paixões são viciosas, isto é, quando estão em excesso ou em falta. Ter raiva de alguém não é ruim, por exemplo, pois ruim é aplicar em determinada situação mais raiva do que o necessário ou menos raiva do que o necessário. Nesse sentido, Aristóteles pensa que virtude é encontrar uma justa medida entre o excesso e a falta das paixões. Agir corretamente é um treino constante de dosar corretamente as paixões. No campo político, Aristóteles se preocupou menos com hipóteses de uma sociedade ideal e mais com um estudo dos sistemas políticos e leis existentes em sua época. Assim, diferente de Platão, que teorizou uma cidade ideal, Aristóteles pensou uma sociedade que não fosse nem totalmente democrática e nem totalmente aristocrática: a política permitiria que os conflitos entre ricos e pobres pudessem ser amenizados. Estimados alunos, chegamos ao final de mais uma aula e esperamos que você tenha atingido o objetivo proposto. Para ilustrarmos melhor as nossas discussões selecionamos um vídeo para que vocês possam assistir e refletirem sobre a temática: Acessem: https://www.youtube.com/watch?v=2lH0pgZ-2AA FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 05 ATIVIDADE FUNDAMENTAL: 1- Quais as principais ideias de Aristóteles? RESPOSTA: O ALUNO DEVE IDENTIFICAR Sua metafísica discorre sobre princípios que garantam a realidade das coisas, como: o princípio de identidade, da não contradição e do terceiro excluído. Além dos princípios, Aristóteles aponta quatro causas que fazem as coisas serem o que são: material, formal, eficiente e final. Em ética, Aristóteles discorda da ideia platônica que via as paixões humanas como negativas e que precisavam ser controladas pela razão. Para ele, as paixões humanas não são nem boas e nem ruins. Ruim é quando as paixões são viciosas, isto é, quando estão em excesso ou em falta. Ter raiva de alguém não é ruim, por exemplo, pois ruim é aplicar em determinada situação mais raiva do que o necessário ou menos raiva do que o necessário. Nesse sentido, Aristóteles pensa que virtude é encontrar uma justa medida entre o excesso e a falta das paixões. Agir corretamente é um treino constante de dosar corretamente as paixões. No campo político, Aristóteles se preocupou menos com hipóteses de uma sociedade ideal e mais com um estudo dos sistemas políticos e leis existentes em sua época. Assim, diferente de Platão, que teorizou uma cidade ideal, Aristóteles pensou uma sociedade que não fosse nem totalmente democrática e nem totalmente aristocrática: a política permitiria que os conflitos entre ricos e pobres pudessem ser amenizados. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 06 ATIVIDADE FUNDAMENTAL: 2- Construa a tipologia de governo pautada nos conceitos de puro e impuro para Aristóteles. RESPOSTA: Formas puras Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às tradições Aristocracia: governo dos melhor homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Formas pervertidas Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 07 Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006. SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e Desafios. FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O... PÁG. 08 FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA AULA05 RACIONALISMO E CONHECIMENTO Profª Drª Ana Lúcia Guimarães Estimados Alunos, Nesta aula 05 vamos entender e conhecer mais um pouco sobre o Racionalismo e Conhecimento. Abordaremos esses conceitos e sua importância para os fundamentos do estudo da Filosofia. 1- Conceito de Racionalismo 2- Racionalismo e Empirismo: o pensamento de Descartes e Jonh Locke 3- O que é conhecimento e suas teorias através da história 4- Tipos de conhecimento Objetivos da aula 05 • Entender os conceitos de racionalismo e conhecimento • Conhecer os pensadores que definiram seus fundamentos • Identificar os tipos de conhecimento. O QUE VOCÊ SABE SOBRE? Nesta aula iremos apresentar a você como a importância do entendimento do racionalismo e do conhecimento, bem como os grandes pensadores que definiram suas teorias. Além disso, apresentaremos os tipos de conhecimento. Racionalismo e Conhecimento Os conceitos de Racionalismo e Conhecimento estão relacionados a própria história da origem do conhecimento que toma como grande fundamentação as duas correntes filosóficas: Empirismo e Racionalismo através de seus pensadores principais, Locke e Descartes respectivamente. Assim, precisamos conhecer um pouco de cada conceito e seus fundamentos para entender o valor que a Filosofia concebe ao pensamento racional e mesmo o desenvolvimento do pensamento crítico. Conceito de Racionalismo O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo. Ele tem como método recapitular a “cadeia de raciocínio” para se estar certo de que não há omissões, tratar o preceito da análise (dividir as dificuldades que se apresentem em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas). Considerar a com ordem os pensamentos, começando dos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais complexos. • Racionalismo e Empirismo: o pensamento de Descartes e Jonh Locke René Descartes (1596 – 1650) René Descartes é considerado universalmente o pai da filosofia moderna. Também conhecido como Cartesius, foi um filósofo, um físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo pelo seu trabalho revolucionário da Filosofia, tendo também sido famoso por ser o inventor do sistema de coordenadas cartesiano,
Compartilhar