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Fundamentos de Filosofia Material Completo

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FUNDAMENTOS
DE FILOSOFIA
Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
CEAD
Faculdades São José-FSJ
Reitor: Prof. Antônio José Zaib
Diretor Geral: Prof. Antônio Charbel José Zaib
Diretor Geral de Ensino: Prof. Dr. Armando Hayassy
Coordenação Geral de EaD: Profª Drª Rita de Cássia Borges de Magalhães Amaral
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade São José
 GUIMARÃES, Ana Lúcia
 
 Fundamentos de Filosofia, 2015.
 p. 144
 Centro de Educação a Distância – CEAD
 ISBN 
 CDD
PRODUÇÃO EDITORIAL - CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – FACULDADES SÃO JOSÉ 
Coordenação de Produção: Rita de Cássia B M Amaral
Editor: CEAD - Centro de Educação a Distância
Projeto Gráfico: Luiz Fernando Pires Machado
FSJ 2015 CEAD: Centro de Educação a Distância – FSJ
 Todos os direitos reservados. É probida a reprodução, mesmo parcial, por 
qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais.
Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
FSJ
Faculdades São José
Rio de Janeiro
2015
Sobre o Autor
Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
Possui graduação, bacharelado e licenciatura, em Ciências Sociais pela Universidade Federal, 
Pós Graduação Lato em Sociologia Urbana UERJ e História Contemporânea UFF Mestrado 
em Ciências Sociais Estudos Urbanos UERJ e Sociologia UFRJ. Doutorado em antropologia 
pelo PPGSA-UFRJ.
Ao longo de 15 anos vem atuando em diversas instituições de ensino públicas e privadas, 
desde o Ensino Médio até o Curso Superior e Pós Graduação. Atuou como Dirigente Sindi-
cal no SINPRO-RIO de 2004 até 2014. É Coordenadora de Projetos na Rede FAETEC RJ. É 
Pesquisadora Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Leopoldina do CNPq. Exerce 
forte atuação no campo de estudos, pesquisas e intervenções do empreendedorismo so-
cial. Sócia efetiva da ABA- Associação Brasileira de Antropologia.
Currículo Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/8922824801406378
Pág. 24 a 30
Pág. 66 a 73
Pág. 107 a 112
Pág. 48 a 53
Pág. 88 a 94
Pág. 125 a 131
Pág. 138 a 143
Pág. 16 a 23
Pág. 60 a 65
Pág. 101 a 106
Pág. 39 a 47
Pág. 80 a 87
Pág. 119 a 124
Pág. 132 a 137
Pág. 10 a 15 Aula 01 - O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
Aula 11 - FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS
Aula 03 - CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O PENSAMENTO...
Aula 13 - ÁAMPLIANDO O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE: AMBIENTAL E...
Aula 05 - RACIONALISMO E CONHECIMENTO
Aula 15 - SOCIEDADE DO TEMPO LIVRE OU DO DESEMPREGO?
Aula 07 - EPISTEMOLOGIA
Aula 17 - TENDÊNCIAS FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS
Aula 09 - CONCEPÇÕES DE POLÍTICA E PODER NO PENSAMENTO FILOSÓFICO
Aula 19 - TEMAS ATUAIS DE FILOSOFIA: DIREITOS HUMANOS E...
Aula 02 - HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES 
Aula 12 - AMPLIANDO A COMPREENSÃO SOBRE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO...
Aula 04 - A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO
Aula 14 - TRABALHO E ALIENAÇÃO
Aula 06 - O MUNDO DOS VALORES: ÉTICA E MORAL
Aula 16 - DEBATENDO A TEMÁTICA ÉTNICORACIAL: O CASO DA ESCRAVIDÃO...
Aula 08 - FILOSOFIA E CULTURA AFROBRASILEIRA
Aula 18 - FILOSOFIA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Aula 10 - ESTÉTICA E FILOSOFIA
Aula 20 - FILOSOFIA E PENSAMENTO CRÍTICO
Pág. 54 a 59
Pág. 95 a 100
Pág. 31 a 38
Pág. 74 a 79
Pág. 113 a 118
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Prezados alunos e alunas, desvendaremos juntos os “mistérios” da filosofia. No 
entanto, é preciso conhecer um pouquinho da História para que possamos nos situar 
na realidade de hoje. Esse “passeio” pela História nos mostrará a passagem da mente 
humana simples para uma mente humana mais complexa. Somos, hoje, fruto daquilo 
que iniciou, em Filosofia, há mais ou menos no século VI a.C. (Antes de Cristo).
Como vocês poderão perceber, dissemos que se iniciou no Séc. VI a.C., porém, como 
tudo que acontece na sociedade é um processo histórico, a Filosofia não foge à essa 
“regra”, quem de nós, simples mortais, ousaria negar que antes dessa data e lugares 
– Séc. VI a.C em Jônia e Magna Grécia- o pensamento filosófico não existia? 
Será que não seria uma tendência do mundo Ocidental de “Ocidentalizar” tudo, 
atribuindo ao Ocidente tudo de bom que vem acontecendo com a Humanidade?
 
Vós que estais em busca de conhecimento e mais autonomia intelectual, inquietais 
com essas afirmações, duvidai e buscai. 
Este é o nosso grande objetivo!!! 
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Ementa
História da Filosofia e Filosofia na História: do mito à filosofia. Filosofia Clássica, 
Medieval e Moderna. Consciência Crítica, Filosofia e Conhecimento: Desenvolvimento 
da Consciência e Conhecimento. Filosofia Moral e Política: Ética, Poder e Estado. 
Cultura: o caso humano – trabalho: liberdade e submissão. Filosofia e educação 
ambiental; Filosofia da pluralidade racial.
Objetivo Geral
Capacitar o aluno a perceber a importância da Filosofia na formação da grande 
tradição do Pensamento Ocidental.
Objetivos Específicos
• Formar consciência crítica, cidadã e possibilitar que o aluno vislumbre o mundo e a 
sociedade com um olhar mais amplo. 
• Vislumbrar a história do pensamento e o pensamento na história, apontando para a 
tolerância com pensamentos diferentes. 
• Mostrar o papel histórico do Estado, suas vicissitudes e críticas.
• Dar ao aluno a possibilidade de ampliar seu capital cultural, ampliando a leitura 
crítica da sociedade através de autores fundamentais na história do Ocidente.
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Conteúdo Programático
UNIDADE I: HISTÓRIA DA FILOSOFIA E FILOSOFIA NA HISTÓRIA.
1.1 A Aurora da Filosofia: os pré-socráticos ao helenismo;
1.2- O pensamento cristão: a patrística e a escolástica;
1.3- Filosofia Moderna: a nova ciência e o racionalismo.
UNIDADE II: CONSCIÊNCIA CRÍTICA, FILOSOFIA E CONHECIMENTO.
2.1- O Conhecimento;
2.2 - Possibilidades de Conhecimento;
2.3 – Conhecimento da história e cultura afro-brasileira.
UNIDADE III: FILOSOFIA MORAL E POLÍTICA
3.1- Filosofia e Poder;
3.2- Estado: origem, função, relações com a sociedade civil e regimes políticos.
3.3- Filosofia e educação ambiental.
3.4- Direitos Humanos e Multiculturalismo.
UNIDADE IV: TRABALHO: LIBERDADE E SUBMISSÃO 
4.1. Trabalho – os diferentes papéis do trabalho – processo de alienação
4.2. Exploração étnico-racial: o caso da escravidão no Brasil.
4.3. Lógica capitalista – perspectivas – sociedade do tempo livre ou do desemprego 
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Bibliografia Básica
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à filosofia. 
3 ed. SP: Moderna. 2003
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2005. 
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia. História e Grandes Temas.16 ed. São Paulo: Saraiva, 
2006. 
SACAVINO, S; CANDAU, V.M ( Orgs). Educação em Direitos Humanos – Temas, questões e 
propostas. Petrópolis ( RJ): DP et Alli Editora, 2008.
SATO, M.; CARVALHO,I. Educação ambiental – Pesquisa e desafios. RS: Artmed, 2008.
SEMENTE, M. ( Org). Educação em Direitos Humanos e Diversidade. Recife: Ed. Universitária, 
2012
Bibliografia Complementar
 
COTRIM, G. Filosofia temática. São Paulo: Saraiva, 2008. 
DELEUZE, G. GUATARI, F. O que é filosofia? 2. ed. SP: editora 34, 2004. 
FONSECA, M, N ,S. Brasil Afrobrasileiro. BH: Editora Autentica, 2010. 
REZENDE, A. Curso de filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de 
graduação. 14 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.OLIVEIRA, Marta Kohl.Vigotsky - 
Aprendizado e Desenvolvimento. São Paulo: Scipione,2010
STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. 4. ed.. Porto Alegre: Artmed,2008.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
 AULA01
 O SURGIMENTO DA FILOSOFIA 
 E SEU SIGNIFICADO
 Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
Caro aluno, esta é a sua chance de aprender um pouquinho 
sobre Filosofia, um verdadeiro caminho para a reflexão e a 
construção de novos saberes. 
Sejam bem-vindos e aproveitem para reter os seguintes pontos 
desta aula:
1- O que é filosofia.
2- Qual o seu significado enquanto disciplina científica.
3- A Origem do pensamento filosófico na Grécia Antiga
4- Os pré-socráticos e seus pensamentos.
Objetivos da aula 01
• Entender o conceito de Filosofia como disciplina acadêmica 
fundamental para formar conhecimento sobre qualquer 
campo de saber.
• Conhecer a origem da filosofia.
• Conhecer o contexto e o pensamento dos principais expoentes 
da Filosofia
O QUE VOCÊ SABE SOBRE?
Nesta aula iremos apresentar a você o conceito de Filosofia, 
como surgiu este campo de estudos, bem como sua origem e 
também os principais clássicos do pensamento filosófico.
A primeira questão que vocês alunos devem ter em mente 
é o que significa estudar Filosofia? Por que a filosofia é uma 
disciplina acadêmica? E como ela surgiu através dos tempos ?
Com esta aula demonstraremos seu conceito e sua trajetória 
de evolução enquanto uma ciência importante no cenário das 
Ciências Sociais.
 
Filosofia vem do grego e em sua etimologia: philos ou philia 
quer dizer amor ou amizade; e sophia, significa sabedoria; ou 
seja, literalmente significa amor ou amizade pela sabedoria.
Estudar Filosofia remete-nos a compreensão das inquietações e 
problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, 
do conhecimento em suas diversas formas e conceitos, visando 
à verdade, que não deve ser entendida como a verdade 
absoluta. 
Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise 
racional do significado da existência humana, individual e 
coletivamente, com base na compreensão do ser.
 
Ela se distingue de outros campos de conhecimento como 
a religião e a própria mitologia grega. Já que ela através do 
pensamento racional, busca explicar os fenômenos e questões 
humanas. 
Também não podemos reduzir sua definição no que se refere 
a metodologia e à sua concepção de ciência a outros campos 
de saberes que contam com pesquisa empírica e experimentos 
práticos como fundamentos, já que a Filosofia não se prende 
a experimentos. Mas então quais são os métodos dos estudos 
filosóficos? Eles estão apoiados na análise do pensamento, 
experiências práticas e da mente, na lógica e na análise 
conceitual.
Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, 
a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um 
conhecimento, mas uma atitude do homem em relação ao 
universo e seu próprio ser. 
A filosofia volta-se para questões da existência humana, mas 
diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina 
ou na fé e sim na razão. Apesar de algumas semelhanças com 
a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser 
respondidas pelo empirismo experimental.
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C. 
Naquela altura, a Grécia era um centro cultural importante 
e recebia influências de várias partes do mundo. Assim, o 
pensamento crítico começou a florescer e muitos indivíduos 
começaram a procurar respostas fora da mitologia grega. Essa 
atitude de reflexão que busca o conhecimento significou o 
nascimento da Filosofia.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
PÁG. 02
Antes de surgir o termo filosofia, Heródoto já usava o verbo 
filosofar e Heráclito usava o substantivo filósofo. No entanto, 
vários autores indicam que Tales de Mileto foi o primeiro 
filósofo (sem se descrever como tal) e Pitágoras foi o primeiro 
que se classificou como filósofo ou amante da sabedoria.
Observemos pelas fotos dos filósofos acima que eram 
indivíduos que realmente se dedicavam a atividade do pensar, 
do questionar a existência das coisas, do mundo sensível, este 
que podemos tocar e materializar.
Assim, devemos destacar:
A FILOSOFIA É UMA CIÊNCIA QUE BUSCA CONHECER DE 
FORMA CLARA E RACIONAL A NATUREZA, O SER HUMANO 
E O UNIVERSO QUE NOS RODEIA E AS TRANSFORMAÇÕES 
QUE NELAS ACONTECEM.
Sobre sua Origem:
A FILOSOFIA SE ORIGINOU NO SÉCULO VII A.C. EM 
COLÔNIAS GREGAS LOCALIZADAS NA CIDADE DE MILETO 
QUANDO ALGUNS HOMENS PERCEBERAM QUE TUDO 
PODIA SER CONHECIDO ATRAVÉS DA RAZÃO HUMANA E 
QUE O CONHECIMENTO NÃO SE LIMITAVA APENAS PARA 
DEUSES. PITÁGORAS FOI QUEM CRIOU O TERMO FILOSOFIA 
QUE SIGNIFICA “AMIZADE PELA SABEDORIA”. O TERMO 
FOI CRIADO QUANDO PITÁGORAS VIU QUE OS DEUSES 
POSSUÍAM TODO O CONHECIMENTO E SABEDORIA QUE 
EXISTIA, PASSANDO ASSIM A PERCEBER QUE O HOMEM 
PODERIA DESEJAR E BUSCAR TAL SABEDORIA PLENA POR 
MEIO DA FILOSOFIA.
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
 
Os Pré-Socráticos foram os primeiros Filósofos Gregos que 
viveram entre os séculos VII a V a.C. Habitaram a cidade de 
Atenas antes dos sofistas e nomeadamente antes de Sócrates. 
Há semelhança de Sócrates conhecem-se apenas notícias e 
fragmentos das suas obras, que só chegaram até nós porque 
foram citados ou copiados em obras de Filósofos posteriores. 
Esta aula retrata, duma forma geral, os Filósofos pré-Socráticos 
e as ideias que defendiam.
Tales de Mileto (624-548 a.C): 
 Tales tem uma vasta colaboração para o pensamento filosófico 
ocidental: era matemático e entre suas várias viagens, uma 
delas ao Egito, elaborou uma teoria de como se davam as 
cheias do rio Nilo.
Também observou as pirâmides, através de um cálculo 
elaborado a partir da proporção entre cumprimento da sombra 
projetada pela pirâmide e sua altura, o que ainda hoje é um 
importante método geométrico para se medir áreas, o teorema 
de Tales. Mas como monista/naturalista, Tales também cria que 
todas as coisas derivariam de um único elemento. Para ele, a 
origem, o ‘arché’ das coisas, estava na água.
 
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C): 
Também era monista, e acreditava que todas as coisas 
derivavam do vapor ou o próprio ar em si. Contestando a teoria 
da água de Tales, Anaxímenes buscou a origem da água e 
chegou ao vapor e, através dessa linha de raciocínio identificou 
no ar a origem do universo. O arché, para Anaxímenes, era o 
“pneuma” (ou ar).
 
Anaximandro de Mileto (611-547 a.C):
 
 Discípulo e sucessor de Tales, Anaximandro era matemático, 
filósofo, político e também monista. Ele cria que a origem de 
todas as coisas estaria no “áperion” (ou infinito), ou seja, uma 
substância indeterminada e infindável que gerava todos os 
outros elementos e coisas do universo.
Heráclito de Éfeso: 
 Tinha uma característica altiva e melancólica, reconhecido por 
ser um pensador genial; porém, arrogante, que desprezava a 
plebe. Não se têm dados exatos sobre nascimento e morte, 
mas sabe-se que o florescimento de seu pensamento se deu 
em 504 -500 a.C. 
 
Heráclito cria que a origem das coisas não estava num único 
elemento, mas sim, em uma cadeia de fenômenos que gerava 
a mutabilidade constante das formas naturais e dos elementos. 
Era tido, por essa linha de pensamento, como um dos mais 
evidentes e geniais pensadores pré-socráticos.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
PÁG. 03
Pitágoras de Samos: 
 
Um dos maiores matemáticos da história, por suas teorias de 
cálculo como o teorema de Pitágoras, era também um filósofo 
exímio que buscava a origem de todas as coisas, como bom 
matemático, no número, ou melhor dizendo, nas relações 
matemáticas. 
 
Pouco se sabe a fundo sobre a doutrina e a vida de Pitágoras, 
além das fundações que ele instituiu, o êxodo para Itália e a 
Escola Pitagórica fazem parte disso. Além de influenciar numa 
reforma educacional e política na Itália.
APRENDENDO UM POUCOMAIS...
Assista o Vídeo: O Barato de Pitágoras
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=kHlZxwgpNLs
Zenão de Eléia: 
Diferentemente de Heráclito, Zenão via na política, e no 
envolvimento do povo nessas questões uma importante 
chave para o avanço de uma sociedade e do conhecimento. 
Escrevia suas obras em prosa, mesmo quando elas se tratavam 
de assuntos extremamente acadêmicos. Seguia uma linha 
diferente da dos pitagóricos. 
A característica principal de Zelão foi a dialética, método 
que consistia em se questionar pessoas até se chegar a uma 
resposta satisfatória, porém, não definitiva.
Chegamos ao final da aula 01 e espero que você tenha atingido 
os objetivos propostos...
Vamos em frente e rumo a aula 02.
Até lá, caro(a) aluno(a)
SÍNTESE DA AULA:
Nesta aula compreendemos que a filosofia é uma disciplina 
acdêmica que nos ajuda a questionar e pensar sobre as coisas 
que existem. Ajuda-nos a construir o pensamento crítico e 
também a iniciar uma atividade de produção de conhecimento, 
portanto, a Filosofia é mais do que uma disciplina acdêmica, é 
um método de analise do mundo social. Vimos também que 
sua origem na Grécia antiga nos remonta um contexto em 
que as pessoas queriam entender mais sobre sua existência 
social, seus valores e princípios de convivência. Além disso, 
apresentamos também as contribuições fundamentai que 
pensadores gregos ofereceram para o avanço da filosofia.
 
Agora que você já conhece os pré-socráticos, entenda um 
pouco mais de filosofia com este vídeo e vamos a tutoria on 
line: 
Vamos assistis ao vídeo O Mundo de Sofia
https://www.youtube.com/watch?v=EGjEUiC0C6s 
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
PÁG. 04
ATIVIDADE FUNDAMENTAL:
Escolha dois dos Pré-Socráticos e compare suas idéias.
Gabarito: O aluno deverá escolher dois dos filósofos 
apresentados e abordar suas ideias.
Qual a mensagem que fica sobre o vídeo O Mundo de Sofia?
Gabarito: O aluno deve refletir que Sofia era uma menina de 
quase quinze anos que morava com sua mãe pois o trabalho 
de seu pai o deixava ausente boa parte do tempo. Em um dia 
belo, quando voltava da escola, encontrou com dois pequenos 
envelopes brancos, não simultaneamente. Cada um deles 
continha uma indagação e elas levaram Sofia a refletir sobre 
a vida e a origem do mundo. Também recebeu um cartão-
postal que deveria ser entregue a uma pessoa que ela nem 
conhecia e a qual o nome era Hilde. E com isso, desenvolver 
seu pensamento filosófico.Sofia foi pensar e refletir sobre os 
envelopes em um esconderijo no jardim de sua casa. Para ela, 
ele representava um mundo à parte, um paraíso particular, 
como o jardim do Éden mencionado na Bíblia.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
PÁG. 05
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. 
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e 
Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006.
SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e 
Desafios.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 01 | O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E SEU SIGNIFICADO
PÁG. 06
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
 AULA02
 HISTÓRIA DA FILOSOFIA 
 E SUAS FRASES
 Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
O que você conhece sobre?
A história da Filosofia e suas fases?
 
Nesta aula iremos apresentar a você como a filosofia se construiu 
através dos tempos como uma disciplina eminentemente 
voltada para a concepção do pensamento crítico e como se 
consolidou em diferentes períodos históricos.
 
 Vamos entender e conhecer mais um pouco sobre a História e 
evolução do pensamento filosófico. Abordaremos também as 
fases da filosofia através dos tempos. 
 
Sejam bem-vindos e aproveitem para reter os seguintes pontos 
desta aula:
1- História da Filosofia: fases do pensamento filosófico: Antiga, 
Medieval, Moderna e Contemporânea.
2- Qual a ênfase do pensamento filosófico em cada contexto 
histórico
3- A importância do olhar filosófico através dos tempos
Objetivos da aula 02
• Entender a história da Filosofia e seus principais expoentes de 
pensamento
• Conhecer a Filosofia através dos tempos
• Conhecer o contexto e o pensamento dos principais expoentes 
da Filosofia nas diferentes fases da mesma
Nesta aula iremos apresentar a você como a filosofia se construiu 
através dos tempos como uma disciplina eminentemente 
voltada para a concepção do pensamento crítico e como se 
consolidou em diferentes períodos históricos.
INICIANDO... 
 
Os primeiros filósofos gregos tentaram entender o mundo 
com o uso da razão, sem recorrer à religião, à revelação, à 
autoridade ou à tradição. Eles eram considerados professores 
que ensinavam seus discípulos a usar a razão e a pensar por si 
mesmos. 
Tendo vivido entre o século VI a.C e princípios do século V a.C., 
esses filósofos mais antigos, dos quais poucos conhecimentos 
foram conservados através dos tempos, são também chamados 
de pré-socráticos, por que antecederam Sócrates, o primeiro 
filósofo cujo método de pensar, bastante sistemático, foi 
efetivamente preservado para a posteridade. Vimos sobre eles 
na aula passada.
Filosofia Antiga - (século VI a.C. ao V d.C.)
A Filosofia Antiga vai perguntar sempre sobre o princípio 
de todas as coisas e seu objeto de estudos é a totalidade da 
realidade e do ser.
 Para alcançar tal intento, ela vai perscrutar sobre o primeiro 
princípio de todas as coisas, o porquê anterior a todas as 
causas, a causa não causada. Os gregos chamam este princípio 
de Physis (a essência de tudo). 
Inicialmente os pensadores chamados pré-socráticos, como 
vimos, vão procurar a Physis na natureza, no mundo que existe 
antes mesmo dos seres humanos. Por isso, são chamados de 
Físicos.
 
O método da Filosofia Antiga é a compreensão racional da 
totalidade do ser. Isto quer dizer que, diferentemente das 
explicações míticas ou religiosas, os filósofos devem fundar suas 
pesquisas e argumentos sobre o raciocínio lógico, buscando as 
causas dos fenômenos. 
Enquanto o mito e a religião buscam compreender o mundo 
através da crença e da narrativa, a Filosofia vai fundamentar 
suas explicações na Razão (Lógos). Este é o seu método, que, 
aliás, foi herdado por quase todas as ciências que conhecemos 
hoje.
O OBJETIVO DA FILOSOFIA ANTIGA É BASTANTE 
PRETENSIOSO: CONHECER E CONTEMPLAR A VERDADE.
Para os gregos, contemplar (Theorein) significa conhecer 
racionalmente sem se envolver com o objeto conhecido. Do 
verbo Theorein é que deriva a nossa palavra Teoria. Tal sentido 
está ainda muito presente nas ciências atuais, que acreditam 
na possibilidade de um conhecimento realmente objetivo, 
neutro e imparcial da realidade.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
PÁG. 02
Esta crença é uma herança forte da Filosofia grega, que 
se propôs um objetivo arquimediano: olhar e conhecer a 
realidade a partir de um ponto-de-vista abstrato, fora do real, 
de onde apenas os deuses (e os demônios) podiam contemplar 
o mundo. Esta é a marca fundamental da Filosofia Antiga que 
condicionou indelevelmente o Ocidente.
Podemos dizer que a Filosofia Antiga compreende o período 
Pré-socrático e o Pós-socrático. Corresponde ao período 
compreendido entre os séculos VI e V a.C. 
SUAS FIGURAS DE DESTAQUE SÃO PLATÃO E ARISTÓTELES.
OUTROS, DE QUEM SE SABE MENOS, COMO TALES, 
ANAXIMANDRO, ANAXÍMENES, HERÁCLITO, PARMÊNIDES, 
EMPÉDOCLES E DEMÓCRITO.
Sobre Sócrates e Platão falaremos na próxima aula, no entanto 
sobre estes outros vamos dar a diretriz de seu pensamento, 
para que você saiba o que diziam. E os Pré-socráticos também 
já vimos na aula 01.
Filosofia Medieval
A Filosofia Medieval desenvolveu-seno período que vai do 
século VIII ao século XIV. Seus espaços foram, principalmente, 
os mosteiros e ordens religiosas européias, onde a Igreja 
Católica tinha hegemonia.
 
Entretanto, houve manifestações filosóficas fora do mundo 
cristão, em especial no mundo árabe e judeu. A Filosofia 
desse período foi uma das responsáveis pela criação das 
universidades. 
SUA PRINCIPAL DISCUSSÃO: A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO, 
OU SEJA, A TENTATIVA DE SEPARAR O QUE PERTENCERIA A 
DEUS (A TEOLOGIA) E O QUE PERTENCERIA AOS HOMENS.
Ela está principalmente subordinada à Igreja Católica, e seus 
representantes capitais são Santo Agostinho e São Tomás de 
Aquino.
• Santo Agostinho => desenvolveu uma abordagem original 
à filosofia e teologia, acreditando que a graça de Cristo era 
indispensável para a liberdade humana, ajudou a formular a 
doutrina do pecado original e deu contribuições seminais ao 
desenvolvimento da teoria da guerra justa.
 
• São Tomás de Aquino=> formulou um amplo sistema 
filosófico que conciliava a fé cristã com o pensamento do grego 
Aristóteles (384-332 a. C.). 
Segundo ele, cabe à razão ordenar e classificar o mundo para 
entendê-lo. Está aí o princípio operacional do pensamento 
tomista, adjetivo pelo qual passou para a história sua filosofia 
inaugurada. 
Filosofia Moderna
Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se entende até o final 
do século XVIII, no continente europeu. Nessa época, a Europa 
foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos 
Estados Nacionais, das grandes navegações e dos processos de 
colonização e formação dos impérios.
 
A Igreja Católica per¬deu a hegemonia para o protestantismo 
e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem frente 
à religião. 
SUA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA: A PREOCUPAÇÃO COM 
O HOMEM RACIONAL E LIVRE, COM AS MUDANÇAS NA 
POLÍTICA E COM A ESPERANÇA NAS CIÊNCIAS EMPÍRICAS.
 
No período moderno a filosofia passou a ter uma divisão 
melhor de seu foco de estudo. No início ainda era comum 
vermos questões no que dizia respeito a provar a existência de 
Deus e a imortalidade da alma. 
 
Muitos filósofos deste período pareciam estar usando a filosofia 
para abrir caminhos que pudessem ajudar a fundamentar 
algum tipo de concepção, de ideia. Era como se tentassem 
encontrar uma forma de provar aquilo que tentavam passar.
 
Principais expoentes:
• Descartes: Buscava conseguir algum fundamento para 
explicar uma determinada concepção científica;
• John Locke: Buscava preparar o território para que fosse mais 
fácil a ciência tomar um rumo e agir de maneira mais direta;
• Berkeley: Buscava competir com alguma conclusão científica, 
contrapondo-se aos métodos utilizados pela ciência.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
PÁG. 03
Com o passar dos tempos a filosofia moderna foi sofrendo 
algumas alterações, deixando de ter seu foco diretamente 
relacionado ao conhecimento material e a descoberta de 
todas as verdade, deixando esse papel para que as ciências 
buscassem descobrir, como também deixando um pouco de 
lado as questões de tentar justificar as crenças religiosas, tão 
abordadas no período filosófico anterior.
 
A fase moderna está organizada em subfases de produção 
filosófica, como veremos a seguir:
Renascimento
 
Consideramos de Renascença o período da filosofia que está 
entre a Idade média e o Iluminismo na Europa, o que inclui o 
século XV. Segundo alguns estudiosos, podemos estender esse 
período até o início dos anos de 1350, até os últimos anos do 
século XVI ou até mesmo o começo do século XVII, depois de 
Cristo.
 
Chamamos de Renascença porque ela se dá como um 
renascimento da filosofia, sendo contrário as reformas 
religiosas, renovando o aprendizado no que diz respeito a 
civilização clássica. 
 
Tendo iniciado na Itália, com o Renascimento Italiano, ela 
logo tomou proporções mais amplas se espalhando por toda 
a Europa. Um nome importante para o renascimento inglês, 
por exemplo, em se tratando da expansão pela Europa, é 
William Shakespeare, que se tornou um dos mais importantes 
pensadores da época sendo lembrado até os dias de hoje.
 
Sua importância para o século XVI foi enorme, o que não 
impediu que ela viesse a sofrer várias divisões. No final de 
seu período ela passou pelas Reformas e contra reformas, 
verdadeiros marcos na história da Renascença, conforme citam 
alguns historiadores, enquanto outros veem apenas como um 
período extenso, sem tanto significado assim.
Filosofia do século XVII
 
Considerada como uma forma de ver o princípio da filosofia 
moderna, se distanciando da forma de pensar do pensamento 
medieval, é comum vermos essa filosofia sendo chamada 
de “idade da razão”, já que ela é tida por muitos como uma 
sucessora da renascença, precedente do iluminismo. É comum 
vermos esta filosofia como uma prévia da visão iluminista.
Século XVII
 
Também conhecida como Iluminismo, foi um movimento 
filosófico que aconteceu na Europa e em alguns países do 
continente americano, que também inclui em seus diferentes 
períodos a idade da razão. Podemos fazer uma ligação do termo 
com a base primária da autoridade, que defendia a razão, um 
movimento intelectual do iluminismo. Este período se encerra 
geralmente entre os anos de 1800.
Século XIX
 
Neste século os filósofos do Iluminismo tinham como referência 
o trabalho de filósofos como Immanuel Kant e Jean-Jacques 
Rousseau, o que contribuiu para influenciar uma nova geração 
de pensadores. Aconteceram nesse período fortes revoluções 
e turbulências decorrentes das pressões do Igualitarismo, que 
viriam a provocar mudanças bem visíveis na filosofia.
Para Saber Mais:
Conheça algumas frases dos filósofos Immanuel Kant e Jean 
Jacques Rousseu
 
O contexto filosófico
 
A partir de então quem passava a ser o fim para a realização 
das coisas é o homem, ao contrário da filosofia antiga, que via 
o homem como um meio pelo qual se chegava a alguma coisa, 
tendo essa análise do ponto de vista político, podemos dizer 
que ele tem ligação com o individualismo e a valorização da 
ideia do trabalho. 
 
Esse individualismo nada mais era que uma consequência da 
igualdade entre as pessoas. Sobre o trabalho, ele é visto com 
uma forma do homem realizar a sua missão na terra, ajudando 
a construir o mundo, uma visão bem diferente de antigamente, 
quando se achava que o trabalho era um defeito, e por isso 
deveria ser direcionado apenas aos escravos.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
PÁG. 04
Filosofia Contemporânea
 
A Filosofia Contemporânea estende-se do final do século 
XVIII até os nossos dias. É possível dizer que seus problemas 
inspiram-se na Revolução Francesa e na Revolução Industrial, 
com a crescente desumanização do processo social de 
produção. Seu espaço central ainda é a Europa, mas cada vez 
mais atinge outros espaços, como, por exemplo, os Estados 
Unidos.
 
Ela pode ser vista como resultado da crise do pensamento 
moderno no século XIX. O questionamento ao projeto moderno 
se faz nos termos de um ataque à centralidade atribuída à 
noção de subjetividade nas tentativas de fundamentação do 
conhecimento empreendidas pelas teorias racionalistas e 
empiristas. 
 
A linguagem surge então como alternativa de explicação 
de nossa relação com a realidade enquanto relação de 
significação. A questão sobre a natureza da linguagem, sobre 
como a linguagem fala do real, torna-se um problema central 
na filosofia e em outras áreas do saber na passagem do século 
XIX para o século XX.
Alguns Grandes Expoentes:
George Wihelm Friedrich Hegel (1770 – 1831), alemão. Seu 
sistema metafísico era racionalista, historicista e absolutista, 
baseado na doutrina de que “o pensamento e o ser são o 
mesmo”, e que a natureza é a manifestação de um “Espírito 
Absoluto”. 
ArthurSchopenhauer (1788 –1860). Idealista alemão que 
atribuiu à vontade um lugar de destaque em sua metafísica. 
Principal expoente do pessimismo, e rejeitava o idealismo 
absoluto e pregava que a única atitude sustentável está na 
completa indiferença a um mundo irracional. Afirmava que o 
ideal maior era a negação do querer-viver. 
Auguste Comte (1798 - 1857), francês, fundador do positivismo, 
um sistema que negava a metafísica transcendente e afirmava 
que a “Divindade e o homem eram um só”; que o altruísmo é o 
dever maior do homem e que os princípios científicos explicam 
todos os fenômenos. 
Ludwig Feuerbach (1804 –1872), alemão. Argumentava que 
a religião era uma projeção da natureza humana. Influenciou 
Marx. 
John Stuart Mill (1806 –73) . Expoente inglês do utilitarismo; 
diferenciava-se de Bentham ao reconhecer diferenças na 
qualidade e quantidade de prazer. Sobre a “Liberdade” é seu 
mais famoso trabalho (1859). 
Karl Marx (1818 – 83). Pensador revolucionário alemão que, 
juntamente com “Friedrich Engels”, fundou o comunismo 
moderno. Marx também foi importante seguidor de “Hegel”. 
Herbert Spencer (1820 - 1903). Evolucionista inglês cuja sua 
“Filosofia Sintética” interpretava todos os fenômenos de acordo 
com o princípio do progresso evolucionário. (O ser humano 
teria que, evoluir e respeitar as leis, dentro de uma sociedade 
e, de acordo com a necessidade exigida pela maior parte da 
sociedade). 
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900). Alemão. Ele 
afirmava que a “vontade de poder” é básica na vida e, que o 
espontâneo é preferível ao metódico. Atacou o “Cristianismo”, 
principalmente, por ser um sistema que apoiava os fracos, 
enquanto o valor maior pertence ao “além-do-homem”. 
Nietzsche – Foi um extraordinário poeta e romancista e um 
dos mais influentes filósofos modernos. Por motivos de saúde, 
renunciou a um cargo em uma Universidade na Suíça em 1879 
e passou a década seguinte escrevendo suas principais obras, 
no ritmo de um livro por ano. Sua existência criativa terminou 
num colapso mental em 1889. Após sua morte, em 1900, sua 
irmã Elizabeth Foerster deliberadamente desvirtuou seus 
pensamentos com objetivos nacionalistas e anti-semitas. 
John Dewey (1859 – 1952). Pragmatista, norte-americano, que 
desenvolveu um sistema conhecido como “instrumentalismo”. 
Considerava o homem em continuidade com a natureza, mas 
distinto dela. 
Edmund Husserl (1859 – 1938), alemão. Fundador da 
“fenomenologia”. Procurava fundamentar o conhecimento na 
experiência pura sem pressupostos.
Martin Heidegger (1889 – 1973). Discípulo alemão de Husserl, 
que deu continuidade ao desenvolvimento da “fenomenologia” 
e muito influenciou os existencialistas ateístas. 
Ludwig Wittgenstein (1889 –1973), austríaco. O mais influente 
filósofo do séc. XX; Ludwig desenvolveu dois sistemas filosóficos 
altamente originais, porém incompatíveis, dominados pela 
preocupação com as relações entre o mundo e a linguagem. 
Herbert Marcuse (1898 – 1979). Filósofo teuto-americano 
que tentou combinar existencialismo e psicanálise com um 
marxismo libertário que era crítico do comunismo. 
Sir Karl Popper (1902 – 1994). Racionalista crítico britânico; 
defendia que a verdade das leis científicas nunca será provada 
e que o máximo que se pode supor é que elas sobrevivam às 
tentativas de refutá-las. 
Theodor Adorno (1903 – 1969). Filósofo alemão que combinava 
marxismo com estética vanguardista. 
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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PÁG. 05
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980). Influente filósofo francês que 
desenvolveu o pensamento existencialista de Heidegger. 
Defensor ateísta de uma existência humana irracional e 
subjetiva, seu lema era “a existência é anterior à essência”.
Maurice Merleau-Ponty (1907 – 1961). Fenomenólogo francês 
que insistia no papel do corpo humano em nossa experiência 
do mundo.
Simone de Beauvoir (1908 1986). Existencialista francesa que 
fundou a filosofia feminista moderna. 
Claude Lévi-Strauss (nasc.; em 1908). Antropólogo francês e 
defensor do estruturalismo, seus trabalhos investigam a relação 
entre a cultura (um atributo da humanidade) e natureza com 
base na característica distinta do homem – a capacidade de se 
comunicar numa língua. 
Juergen Habermas (nasc.; em 1929), alemão. Crítico marxista 
com fortes tendências Kantianas e liberais. 
Jacques Derrida (nasc.; em 1930), francês. Fundador do 
desconstrutivismo, uma evolução da técnica de Heidegger 
de interpretar filósofos tradicionais com muito cuidado para 
revelar sua constante incoerência.
Bem! Chegamos ao final da aula 02 e espero que você tenha 
compreendido as questões que concernem a Filosofia.
Vamos em frente.
SINTESE DA AULA
 
Nesta aula conhecemos um pouco mais da Filosofia e também 
suas fases históricas, bem como os pensadores e suas ideias 
filosóficas em cada contexto vivido. Entendemos assim, que 
o fazer filosófico pressupões questões de seu tempo, de sua 
experiência. Inquietações que geram questionamentos e 
reflexões a ponto de produzir explicações racionais mas que 
pertencem a um universo social, político e econômico no qual 
são produzidas.
 
Agora que você aprendeu um pouco mais sobre a história da 
Filosofia, assista a este vídeo e reflita esta história.
 
Assista ao vídeo Da Servidão Moderna
O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição 
do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante 
e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta 
condição subserviente. Assista e o relacione aos conteúdos 
aqui abordados.
Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=i7KaNFWJBG4
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
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ATIVIDADE FUNDAMENTAL:
Tendo assistido ao Vídeo, disserte sobre a principal reflexão 
filosófica que o vídeo apresenta na atualidade.
 
A principal ideia do filme SERVIDÃO MODERNA, é nos mostrar 
quanto e como ainda continuamos escravos no mundo 
capitalista e comerciário, apesar de tentarempor muitas maneiras 
nos ludibriar dessa ideia, indubitavelmente não passamos de 
modernos escravos.
O Sistema econômico só existe devido o trabalho humano 
e este se torna contínuo em consequência damão de obra 
que o rege, procurar sempre se atualizar, aperfeiçoar com 
recursos tecnológicos, já que em um mundo comercial como 
o nosso, para talvez, sermos reconhecidos e bem pagos, temos 
que produzirmelhor e mais e isso, se dá com tecnologias e 
informações adquiridas, talvez, esta seja a única diferença entre 
o escravo moderno e o escravo da época da chibata, é que o 
reconhecimento se vem dainformação, do intelecto, pois é 
isso o que mais escravizamos, as nossas ideias, nossa mente, 
nossas informações e experiências adquiridas com o tempo e 
não somente os trabalhos braçais são suficientes,não somente 
nossa força física, hoje nossos Senhores também querem nosso 
esgotamento mental.
Apresente as fases históricas da Filosofia e sua principais 
diretrizes de pensamento.
A Filosofia Antiga vai perguntar sempre sobre o princípio 
de todas as coisas e seu objeto de estudos é a totalidade da 
realidade e do ser.
Filosofia Medieval está principalmente subordinada à Igreja 
Católica, e seus representantes capitais são Santo Agostinho e 
São Tomás de Aquino.
Filosofia Moderna a filosofia passou a ter uma divisão melhor 
de seu foco de estudo. No início ainda era comum vermos 
questões no que dizia respeito a provar a existência de Deus e 
a imortalidade da alma. Muitos filósofos deste período pareciam 
estar usando a filosofia para abrir caminhos que pudessem 
ajudar a fundamentar algum tipo de concepção, de ideia.
Filosofia contemporânea pode ser vista como resultado da crise 
do pensamento moderno no século XIX. O questionamento ao 
projeto moderno se faz nos termos de um ataque à centralidadeatribuída à noção de subjetividade nas tentativas de 
fundamentação do conhecimento empreendidas pelas teorias 
racionalistas e empiristas.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. 
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e 
Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006.
SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e 
Desafios.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 02 | HISTÓRIA DA FILOSOFIA E SUAS FRASES
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FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
 AULA03
 CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E 
 PLATÃO PARA O PENSAMENTO 
 FILOSÓFICO
 Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
O QUE VOCÊ SABE SOBRE DE SÓCRATES 
E PLATÃO?
Nesta aula entenderemos melhor quais as principais 
contribuições de dois grandes expoentes do pensamento 
filosófico: Sócrates e Platão. Com isto, reforçaremos também 
a ideia de porque a Filosofia consiste em uma disciplina que 
permite a formação do pensamento crítico.
OBJETIVOS
• Entender quem foram Sócrates e Platão;
• Apresentar o pensamento filosófico desses pensadores;
• Mostrar que a Filosofia se desenvolve de acordo com as 
questões de seu contexto de origem.
SÓCRATES E PLATÃO NO PENSAMENTO 
FILOSÓFICO
Sócrates (470-399 a.C.) tomou como ponto de partida o 
princípio básico da doutrina sofista. “O homem é a medida de 
todas as coisas”. Para ele, se o homem é a medida de todas as 
coisas é a obrigação de todo homem procurar conhecer a si 
mesmo. 
Para Sócrates o homem deveria procurar conhecer a si mesmo, 
também deveria procurar os elementos determinantes 
da finalidade da vida e da educação. Porém a consciência 
individual deveria deixar de se fundamentar por simples 
opiniões para poder guiar-se por idéias de valor universal. 
Sócrates nada deixou escrito e tiveram suas idéias divulgadas 
por dois de seus principais discípulos, Xenofonte e Platão. 
Evidentemente devido ao brilho deles é de se supor que 
nem sempre tenham sido realmente fieis ao pensamento 
do mestre. Nos diálogos de Platão, Sócrates figura como 
principal interlocutor. Ainda que muitas vezes seja incluído 
entre os sofistas recusa tal classificação opondo-se a eles de 
forma critica. Sócrates se indispôs com os poderosos do seu 
tempo que o acusaram de não crer nos deuses da cidade e de 
corromper a mocidade e por isso o condenaram a morte. 
 
Costumava conversar com todos, fossem velhos ou moças, 
pobres ou escravos, investigando por meio de seu método de 
conhecimento. 
 
A partir do pressuposto “só sei que nada sei”, que consiste 
justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, 
inicia a busca do saber.
 
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, 
pois defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da 
sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, 
afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes 
não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos 
gregos.
FRASES CLÁSSICAS ATRIBUÍDAS A SÓCRATES
A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.
Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que 
assim procedem.
A ociosidade é que envelhece, não o trabalho.
O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.
Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor 
empregado.
Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.
Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que 
estão equivocados.
O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
A verdade não está com os homens, mas entre os homens.
Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, 
responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir 
imparcialmente.
Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.
Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados 
fracos.
Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.
Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... 
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Sócrates andava pelas ruas de Atenas fazendo aos atenienses 
algumas perguntas: “O que é isso em que você acredita?”, “O 
que é isso que você está dizendo?”, “O que é isso que você está 
fazendo?”. Os atenienses achavam, por exemplo, que sabiam o 
que era a justiça. Sócrates lhes fazia perguntas de tal maneira 
sobre a justiça que, embaraçados e confusos, chegavam à 
conclusão de que não sabiam o que ela significava. 
 
Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a coragem. 
Com suas perguntas incansáveis, Sócrates os fazia concluir 
que não sabiam o que significava a coragem. Os atenienses 
acreditavam também que sabiam o que eram a bondade, a 
beleza, a verdade, mas um prolongado diálogo com Sócrates 
os fazia perceber que não sabiam o que era aquilo em que 
acreditavam. 
 
A pergunta “O que é?” era o questionamento sobre a realidade 
essencial e profunda de uma coisa para além das aparências 
e contra as aparências. Com essa pergunta, Sócrates levava os 
atenienses a descobrir a diferença entre parecer e ser, entre 
mera crença ou opinião e verdade.
 
Sócrates propunha que, antes de querer conhecer a natureza e 
antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, primeiro 
e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. Como vimos na 
Introdução, a expressão “Conhece-te a ti mesmo”, ou o oráculo 
que estava gravado no pórtico do templo de Apoio, em Delfos, 
deus da luz e da sabedoria, foi o centro das preocupações e 
investigações de Sócrates. 
 
Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que 
os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros 
conhecimentos verdadeiros é que se diz que o período 
socrático é antropológico, isto é, voltado para o conhecimento 
do homem (em grego, ántropos), particularmente de seu 
espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade.
 
Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, 
pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de 
desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. 
Levado perante a assembléia, Sócrates não se defendeu e 
foi condenado a tomar um veneno - a cicuta - e obrigado a 
suicidar-se. Ele fazia a juventude pensar.
 
Agora, vamos conhecer um pouco de outro grande filósofo, 
Platão. 
Me acompanhe caríssimo(a) aluno(a)...
Nasceu em Atenas, em 428/7 a.C. Portanto, seu nascimento 
ocorreu logo após a morte de Péricles, com quem Atenas 
chegara ao apogeu de sua democracia, e o falecimento cerca 
de dez anos antes da batalha de Queronéia, que efetivou o 
domínio de Filipe da Macedônia sobre a Grécia. 
 
Platão viveu entre a fase áurea da democracia ateniense e o 
final do período helênico. Esse contexto histórico determinaria 
o caráter essencialmente político de sua filosofia como 
estabelecimento das condições para um estado político 
perfeito, o filósofo como o dirigente político ideal. 
O interesse pela política estava ainda mais intimamente ligado 
a Platão por ele pertencer a uma família aristocrata que tinha 
participação efetiva nos destinos políticos da Grécia. 
Contudo, o acontecimento que mais marcou foi seu encontro 
com Sócrates, mestre que, sem escola e sem livros, usando 
apenas o diálogo, levava seus discípulos ao conhecimento de 
si mesmos, do bem e das virtudes, ao mesmo tempo em que 
demolia preconceitos e abalava falsos valores e reputações. Já 
restaurada a democracia, Sócrates, acusado de corromper os 
jovens, foi condenado à morte.
Ao elaborar a teoria das idéias, Platão ao mesmo tempo 
reformula a dialética socrática, transformando-a numa 
construçãoteorética. 
Para Sócrates, o diálogo constituía um confronto de 
opiniões que era, na verdade, a ocasião para o dramático 
embate entre consciências e oportunidade para produzir-
se o conhecimento de si mesmo: em Platão, a dialética vai 
perdendo progressivamente seu caráter pessoal e dramático 
para tornar-se um método impessoal e teórico que visa os 
próprios problemas, e não apenas à sondagem da consciência 
dos interlocutores. 
A nova dialética articula-se, de início, em uma forma 
ascendente: do mundo das idéias. No plano sensível, a 
constatação de existência dos seres, dá-se através dos sentidos, 
o conhecimento não ultrapassando a esfera da opinião (doxa).
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... 
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A superação da doxa tem início com a passagem ao plano 
inteligível, através do conhecimento discursivo e mediatizador 
(diânoia): esse primeiro nível de conhecimento inteligível 
estabelece ligações racionais (como ocorre na matemática), 
mas o conhecimento inteligível só chega à plenitude ao 
conseguir a evidência puramente intelectual (noêsis) das idéias. 
As várias etapas do conhecimento estão metaforizadas na 
República através da alegoria da caverna : o homem saindo da 
caverna onde estivera prisioneiro por diversos graus de sombra 
e luz, que simbolizam os diversos graus de conhecimento , até 
olhar diretamente o sol , fonte de toda luz, símbolo do último 
da ascensão e dialética.
PARA SABER MAIS SOBRE DIALÉTICA... 
CONSULTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica
Fundamentado na Teoria das Idéias e nas possibilidades 
apresentadas pelos indivíduos para realizar a ascensão dialética. 
Platão cria um sistema político apresentado primeiramente na 
República e posteriormente reformulado nas Leis.
A base fundamental postulada para o Estado é a justiça, virtude 
que seria conseguida na medida em que cada parte da alma 
(a razão, a coragem, e o instinto) estivesse preenchendo suas 
funções. 
Assim,o governo da cidade seria composto por três classes, 
formando um todo harmonioso: os magistrados – filósofos 
, representando a razão; os guerreiros, a coragem; e os 
trabalhadores, encarregados da satisfação das necessidades 
materiais. 
A realização de tal modelo de sociedade resultaria da adoção 
de determinado sistema educacional: os cidadãos, homens e 
mulheres, em igualdade de condições, seriam encaminhados 
desde pequenos para as funções que poderiam desempenhar 
com mais aptidão. Visando a prevenir as divisões políticas, 
Platão propõe a participação comum dos cidadãos nos bens 
materiais e também a supressão da família.
As Leis introduzem modificações no modelo político de Platão: 
suprime-se a comunidade de bens, mulheres e crianças, 
havendo uma espécie de conciliação entre a monarquia 
constitucional e a democracia.
Consciente da complexidade de seu sistema político assentado 
na teoria das idéias, Platão previa as dificuldades que grande 
parte da população da polis teria para entende-lo. Assim o 
Estado concebido por ele seria governado por magistrados-
filósofos, pois só estes seriam capazes de compreender e por 
em prática a virtude da justiça.
Platão defende no homem uma alma imortal, racional, livre, 
espiritual. Admite a metempsicose. Em ética: toda felicidade 
consiste na contemplação das idéias e, sobretudo, da idéia 
suprema do bem. 
Mas, o que é metempsicose?
Metempsicose (do grego: meta: mudança + en: em + psiquê: 
alma) é o termo genérico para transmigração da alma, de um 
corpo para outro, seja este do mesmo tipo de ser vivo ou não. 
Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas 
abrange a possibilidade da alma humana encarnar em animais 
ou vegetais.
Metempsicose diz respeito à transferência de almas
Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/metempsicose/
Continuando...
Seu conceito político (Estado totalitário, igualdade social dos 
sexos, supressão da família, educação nacional da juventude) 
ele próprio rejeitou mais tarde, desde que os governados são 
seres humanos, não deuses. Sua doutrina, em geral, é tão 
elevada que informou até a mística católica. 
Assim como há um rigoroso paralelismo entre a psicologia 
platônica e sua ética,há também uma perfeita correspondência 
entre sua ética e a sua política. A morte de Sócrates e suas 
experiências políticas na Sicília levaram Platão a verificar que 
não é possível ser justo na cidade injusta, e que a realização da 
filosofia implica não só a educação do homem, mas a reforma 
da sociedade e do Estado.
A pedagogia platônica, que incluía não só a formação 
intelectual, mas também os exercícios físicos, a disciplina do 
corpo,revelam-se, assim, uma propedêutica da política, pois 
sua razão de ser é a formação do homem de acordo com a 
Paidéia (modelo ou ideal de cultura) e sua preparação para a 
vida na cidade.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 03 | CONTRIBUIÇÃO DE SÓCRATES E PLATÃO PARA O... 
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Para ilustrar melhor a Pedagogia Platônica... vamos assistir o 
vídeo abaixo e refletirmos um pouco mais sobre essa idéia?
Acesse: https://www.youtube.com/playlist?list=PL129944938F
FB0E35
Continuando...
Assim, como o amor é um demônio, um intermediário entre os 
deuses e os homens, assim também o filósofo é um mediador 
entre o sábio e o ignorante. O sábio não precisa filosofar 
porque já tem a sabedoria, e o ignorante porque não a tem e 
não experimenta a necessidade de tê-la. 
Só pode filosofar aquele que, não sabendo, tem consciência de 
que não sabe e, por isso mesmo, quer saber. 
Amor da sabedoria, e não sabedoria propriamente, a filosofia 
é o caminho que nos deve conduzir do mundo das aparências 
ao mundo da realidade, da contemplação das sombras à visão 
das idéias, imutáveis e eternas, iluminadas pela idéia suprema 
do Bem.
A REPÚBLICA PRINCIPAL OBRA DE PLATÃO
A República, discute a questão 
do conhecimento. 
Qual a visão que as pessoas tem sobre 
as coisas.
Vejam um importante texto que abre as portas para o 
conhecimento humano.
O Mito da Caverna
 
O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria 
da Caverna” é uma passagem do livro “A República” do 
filósofo grego Platão. O mito fala sobre prisioneiros (desde o 
nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e 
que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que 
é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. 
 
Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando 
pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e 
situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às 
imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das 
correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo 
externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que 
passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens 
projetadas por estátuas. 
 
Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real 
ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, 
com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo 
conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas 
ainda presos. 
 
Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, 
pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que 
enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão 
o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de 
falar daquelas idéias consideradas absurdas.
O que Platão quis dizer ?
 
Os seres humanos tem uma visão distorcida da realidade. No 
mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos 
apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e 
informações que recebemos durante a vida. 
 
A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens 
que não representam a realidade. Só é possível conhecer a 
realidade, quando nos libertamos destas influências culturaise 
sociais, ou seja, quando saímos da caverna.
 
SINTESE DA AULA
Nesta aula conhecemos um pouco mais do pensamento 
Filosófico de dois expoentes da filosofia Sócrates e Platão. 
Sócrates nasceu em Atenas e tornou-se um dos principais 
pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates 
fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi 
influenciado pelo conhecimento de um outro importante 
filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e 
pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma 
humana.
Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um 
dos homens mais sábios e inteligentes. Já Platão, discípulo de 
Sócrates, nasceu também em Atenas e é considerado um dos 
principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente 
a filosofia ocidental. Suas idéias baseiam-se na diferenciação 
do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das idéias e a 
inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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ATIVIDADE FUNDAMENTAL:
Assista este vídeo: www.youtube.com/watch?v=LAu-nAVl9H4 
e faça uma pesquisa na web para escrever um resumo das 
principais ideias de Sócrates
RESPOSTA: 
O ALUNO DEVE PESQUISAR E IDENTIFICAR
Amor 
No Simpósio, de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa 
Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na 
genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na origem do 
conceito socrático-platônico do amor. 
Conhecimento 
Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua 
própria ignorância (Só sei que nada sei.). Ele acreditava que os 
atos errados eram conseqüências da própria ignorância. Nunca 
proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas 
a se sentirem ignorantes de tanto perguntar, problematização 
sobre conceitos que as pessoas tinham dogmas, verdades. De 
tanto questionar, principalmente os sábios, começou arrebanhar 
inimigos. 
Virtude 
Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem 
era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de 
buscar a riqueza material. Convidava outros a se concentrarem 
na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava 
que esse era o melhor modo de se crescer como uma população. 
Suas ações são provas disso: ao fim de sua vida, aceitou sua 
sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria de 
Atenas, pois acreditava que não podia fugir de sua comunidade. 
Acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes, 
tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a 
mais importante de todas as coisas
2- Analise o texto Mito das Cavernas de Platão procurando 
identificar sua mensagem sobre o conhecimento.
RESPOSTA: 
Platão referia-se aos seus contemporâneos, com suas crenças e 
superstições. O filósofo era qual um fugitivo capaz de fugir das 
amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, 
partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo 
mais amplo. Ao falar destas verdades para os homens afeitos às 
suas impressões, não apenas não seria compreendido, como 
tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. 
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e 
Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006.
SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e 
Desafios.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
 AULA04
 A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES 
 PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO
 Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
Nesta aula 04 vamos entender e conhecer sobre a vida e obra 
de aristóteles, grande filósofo grego. Qual foi sua contribuição 
para as discussões e reflexões filosóficas.
1- Quem foi Aristóteles e em que contexto produziu suas ideias.
2- Vida e Obra de Aristóteles.
3- Principais contribuições
OBJETIVOS
• Entender o pensamento de Aristóteles e o valor do mesmo 
para a filosofia;
• Conhecer o pensamento filosófico e político de Aristóteles;
• Conhecer o contexto em que suas ideias são produzidas
O QUE VOCÊ SABE SOBRE?
Nesta aula iremos apresentar a você quem foi Aristóteles, seu 
contexto de produção das ideias e reflexões e que legado ele 
deixa para a história da Filosofia e mesmo, da política, na qual 
tem forte contribuição.
Aristóteles (384-322 a. C.) foi aluno de Platão e estudou na 
academia do mestre durante 20 anos, até a morte de Platão, em 
347 a. C. Portanto conhecia a fundo as teses platônicas sobre o 
conhecimento. Sabemos que o pensamento de Platão girava 
em torno da dualidade mundo-sensível e mundo inteligível, e 
que a matemática era uma exigência elementar para aqueles 
que queriam progredir na investigação filosófica. Aristóteles 
foi influenciado em muitos aspectos por Platão, porém soube 
distanciar-se do pensamento do mestre a ponto de inaugurar 
uma filosofia própria. 
 
Aristóteles foi essencialmente um homem de cultura, de 
estudo, de pesquisas, de pensamento, que se foi isolando da 
vida prática, social e política, para se dedicar à investigação 
científica. A atividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa, 
como a sua cultura e seu gênio universal. “Assimilou Aristóteles 
escreve magistralmente Leonel Franca todos os conhecimentos 
anteriores e acrescentou-lhes o trabalho próprio, fruto de muita 
observação e de profundas meditações. 
 
Escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas desde 
os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo 
coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de 
sua admirável inteligência. Não lhe faltou nenhum dos dotes e 
requisitos que constituem o verdadeiro filósofo: profundidade 
e firmeza de inteligência, agudeza de penetração, vigor de 
raciocínio, poder admirável de síntese, faculdade de criação e 
invenção aliadas a uma vasta erudição histórica e universalidade 
de conhecimentos científicos.
 
O grande estagirita explorou o mundo do pensamento em 
todas as suas direções. Pelo elenco dos principais escritos que 
dele ainda nos restam, poder-se-á avaliar a sua prodigiosa 
atividade literária”.
Espere... Vamos conhecer o significado da palavra estagirita?
Acesse: http://www.dicionarioweb.com.br/estagirita/
 
A primeira edição completa das obras de Aristóteles é a 
de Andronico de Rodes pela metade do último século a.C. 
substancialmente autêntica, salvo uns apócrifos e umas 
interpolações. Aqui classificamos as obras doutrinais de 
Aristóteles do modo seguinte, tendo presente a edição de 
Andronico de Rodes.
I. Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon mais 
tarde, não por Aristóteles. O nome, entretanto, corresponde 
muito bem à intenção do autor, que considerava a lógica 
instrumento da ciência.
II. Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna cosmologia e 
a antropologia, e pertencentes à filosofia teorética, juntamente 
com a metafísica.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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III. Escritos metafísicos: a Metafísica famosa, em catorze livros. É 
uma compilação feita depois da morte de Aristóteles mediante 
seus apontamentos manuscritos, referentes à metafísica geral 
e à teologia. O nome de metafísica é devido ao lugar que ela 
ocupa na coleção de Andrônico, que a colocou depois da física.
IV. Escritos morais e políticos: a Ética a Nicômaco, em dez livros, 
provavelmente publicada por Nicômaco, seu filho, ao qual é 
dedicada; a Ética a Eudemo, inacabada, refazimento da ética de 
Aristóteles, devido a Eudemo; a Grande Ética, compêndio das 
duas precedentes,em especial da segunda; a Política, em oito 
livros, incompleta.
V. Escritos retóricos e poéticos: a Retórica, em três livros; a 
Poética, em dois livros, que, no seu estado atual, é apenas uma 
parte da obra de Aristóteles. As obras de Aristóteles as doutrinas 
que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem 
enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e 
aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia 
filosófica, de que foi ele o criador.
O Pensamento: A Gnosiologia
Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: 
deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude 
inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema 
fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. 
O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu 
problema, são as essências imutáveis e a razão última das 
coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas 
relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, 
nos indivíduos, de que constituem a essência. 
A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão 
mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida 
da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência. A 
filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividir-se-ia em teorética, 
prática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, 
racional. 
A teorética, por sua vez, divide-se em física, matemática e 
filosofia primeira (metafísica e teologia); a filosofia prática 
divide-se em ética e política; a poética em estética e técnica. 
Aristóteles é o criador da lógica, como ciência especial, sobre 
a base socrático-platônica; é denominada por ele analítica 
e representa a metodologia científica. Trata Aristóteles os 
problemas lógicos e gnosiológicos no conjunto daqueles 
escritos que tomaram mais tarde o nome de Órganon. 
Limitar-nos-emos mais especialmente aos problemas gerais da 
lógica de Aristóteles, porque aí está a sua gnosiologia. 
 
IMPORTANTE: Outra palavra para conhecermos o seu 
significado.
Acesse: http://www.significados.com.br/gnosiologia/
Continuando...
Foi dito que, em geral, a ciência, a filosofia - conforme Aristóteles, 
bem como segundo Platão - tem como objeto o universal e o 
necessário; pois não pode haver ciência em torno do individual 
e do contingente, conhecidos sensivelmente. Sob o ponto de 
vista metafísico, o objeto da ciência aristotélica é a forma, como 
idéia era o objeto da ciência platônica. 
A ciência platônica e aristotélica são, portanto, ambas 
objetivas, realistas: tudo que se pode aprender precede a 
sensação e é independente dela. No sentido estrito, a filosofia 
aristotélica é dedução do particular pelo universal, explicação 
do condicionado mediante a condição, porquanto o primeiro 
elemento depende do segundo. 
Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenômeno 
particular depende da lei universal e o efeito da causa. Objeto 
essencial da lógica aristotélica é precisamente este processo de 
derivação ideal, que corresponde a uma derivação real.
Seu problema fundamental é o problema do 
ser, não o problema da vida
Ora, em termos de influência, Aristóteles herdou e levou 
adiante a noção de que o conhecimento envolve explicação, 
uma busca das causas das coisas. Na Academia de Platão 
também se discutia ciências naturais e se estudava retórica e 
lógica, disciplinas a que Aristóteles vai se dedicar com grande 
empenho.
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
AULA 04 | A CONTRIBUIÇÃO DE ARISTÓTELES PARA O...
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- Porém, ele rompe com o mestre naquilo que é a base da 
filosofia platônica: não aceita a existência dos dois mundos 
de Platão. À procura da essência das coisas, para Aristóteles 
não é preciso pensar as propriedades essenciais dos objetos 
separado desses mesmos objetos. Ou seja, podemos falar do 
mundo sensível a partir dele mesmo. Os conceitos que criamos 
são obra de nosso pensamento, e não entidades que desfrutam 
que uma existência em separado. 
 
Aristóteles e Platão: diferenças e proximidades
 
Se Platão foi um genuíno racionalista, Aristóteles foi o que 
podemos chamar de um empirista. Porque ele apostou na 
sensibilidade, no mundo dos fenômenos, naquilo que nós 
vemos, percebemos e que, para ele, constituíam a matéria-
prima de nosso pensar. E ele fez isso nos esboços da Ética a 
Nicômaco, ao trabalhar o conceito de Mímesis e em outras 
diferentes disciplinas.
Quer dizer: ele toma o mundo sensível como ponto de partida, 
sem aquele preconceito, sem o desprezo que Platão nutria por 
ele, o qual aparece bem evidente na Alegoria da Caverna.
ARISTÓTELES E A POLÍTICA
O homem, quando perfeito, é o melhor dos animais, mas é também 
o pior de todos quando afastado da lei e da justiça, pois a injustiça 
é mais perniciosa quando armada, e o homem nasce dotado de 
armas para serem bem usadas pela inteligência e pelo talento, 
mas podem sê-lo em sentido inteiramente oposto. Logo, quando 
destituído de qualidades morais, o homem é o mais impiedoso e 
selvagem dos animais, e o pior em relação ao sexo e à gula” 
Aristóteles - “Política”, 1252 b. 
 
A “Política” (Politéia) divide-se em oito livros, que tratam: 
da composição da cidade, da escravidão, da família, das 
riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa 
também as constituições de outras cidades, num notável 
exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. 
Aristóteles, por sua vez, não foge da tentação de também 
idealizar qual o modo de vida mais desejável para as cidades 
e os indivíduos, mas dedica a isso bem menos tempo do que 
seu mestre. Finaliza a obra com os objetivos da educação e a 
importância das matérias a serem ensinadas.
Segundo ele, governo e constituição significam a mesma 
coisa, sendo que o governo pode ser exercido de três maneiras 
diferentes; por um só, por poucos ou por muitos. Se tais 
governos têm como objetivo o bem comum, podemos dizer 
que são constituições retas, ou puras. Por outro lado, se os 
poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado 
de um só, de um grupo ou de apenas uma classe social, essa 
constituição está desvirtuada, depravou-se.
Nota-se aqui o claro confronto ressaltado por ele entre a busca 
do bem comum e o interesse privado ou de classe. Quando um 
regime se inclina para o último, para algum tipo de exclusivismo, 
voltando as costas ao coletivo, é porque perverteu-se.
 
O governo deve buscar realizar o bem comum. Por isso constrói 
uma tipologia de governo fundada na questão do tipo puro, 
como sendo o governo do bem comum e o impuro, as formas 
de governo que se degeneraram. Observe:
Formas de governo
Formas puras 
Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário 
ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as 
leis e às tradições 
Aristocracia: governo dos melhor homens da república, 
selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa 
a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade 
Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às 
leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem 
fazer nenhum tipo de discriminação. 
Formas pervertidas
Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder 
por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela 
intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo 
constantemente as leis e a tradição 
Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso 
que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção 
que se encontra no poder em detrimento dos demais 
Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o 
poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando 
sistemático constrangimento aos ricos. 
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SINTESE DA AULA
Nesta aula conhecemos um pouco mais do pensamentode 
Aristóteles e vimos que podemos encontrá-lo investigando o 
“ser enquanto ser”. Tal investigação sobre o que são e como são 
as coisas é fundamental para poder compreender o mundo. 
Nesse sentido, a sua metafísica discorre sobre princípios 
que garantam a realidade das coisas, como: o princípio de 
identidade, da não contradição e do terceiro excluído. Além 
dos princípios, Aristóteles aponta quatro causas que fazem as 
coisas serem o que são: material, formal, eficiente e final.
 
Em ética, Aristóteles discorda da ideia platônica que via as 
paixões humanas como negativas e que precisavam ser 
controladas pela razão. Para ele, as paixões humanas não 
são nem boas e nem ruins. Ruim é quando as paixões são 
viciosas, isto é, quando estão em excesso ou em falta. Ter raiva 
de alguém não é ruim, por exemplo, pois ruim é aplicar em 
determinada situação mais raiva do que o necessário ou menos 
raiva do que o necessário. Nesse sentido, Aristóteles pensa que 
virtude é encontrar uma justa medida entre o excesso e a falta 
das paixões. Agir corretamente é um treino constante de dosar 
corretamente as paixões.
 
No campo político, Aristóteles se preocupou menos com 
hipóteses de uma sociedade ideal e mais com um estudo 
dos sistemas políticos e leis existentes em sua época. Assim, 
diferente de Platão, que teorizou uma cidade ideal, Aristóteles 
pensou uma sociedade que não fosse nem totalmente 
democrática e nem totalmente aristocrática: a política 
permitiria que os conflitos entre ricos e pobres pudessem ser 
amenizados.
Estimados alunos, chegamos ao final de mais uma aula e 
esperamos que você tenha atingido o objetivo proposto.
 
Para ilustrarmos melhor as nossas discussões selecionamos 
um vídeo para que vocês possam assistir e refletirem sobre a 
temática:
Acessem: https://www.youtube.com/watch?v=2lH0pgZ-2AA
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ATIVIDADE FUNDAMENTAL:
1- Quais as principais ideias de Aristóteles? 
RESPOSTA: 
O ALUNO DEVE IDENTIFICAR
Sua metafísica discorre sobre princípios que garantam a realidade 
das coisas, como: o princípio de identidade, da não contradição e 
do terceiro excluído. Além dos princípios, Aristóteles aponta quatro 
causas que fazem as coisas serem o que são: material, formal, 
eficiente e final.
 
Em ética, Aristóteles discorda da ideia platônica que via as paixões 
humanas como negativas e que precisavam ser controladas pela 
razão. Para ele, as paixões humanas não são nem boas e nem ruins. 
Ruim é quando as paixões são viciosas, isto é, quando estão em 
excesso ou em falta. Ter raiva de alguém não é ruim, por exemplo, 
pois ruim é aplicar em determinada situação mais raiva do que 
o necessário ou menos raiva do que o necessário. Nesse sentido, 
Aristóteles pensa que virtude é encontrar uma justa medida entre 
o excesso e a falta das paixões. Agir corretamente é um treino 
constante de dosar corretamente as paixões.
 
No campo político, Aristóteles se preocupou menos com hipóteses 
de uma sociedade ideal e mais com um estudo dos sistemas 
políticos e leis existentes em sua época. Assim, diferente de Platão, 
que teorizou uma cidade ideal, Aristóteles pensou uma sociedade 
que não fosse nem totalmente democrática e nem totalmente 
aristocrática: a política permitiria que os conflitos entre ricos e 
pobres pudessem ser amenizados.
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ATIVIDADE FUNDAMENTAL:
2- Construa a tipologia de governo pautada nos conceitos de 
puro e impuro para Aristóteles.
RESPOSTA: 
Formas puras 
Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou 
perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às 
tradições 
Aristocracia: governo dos melhor homens da república, 
selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a 
cidade procurando o beneficio de toda a coletividade 
Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e 
que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum 
tipo de discriminação. 
Formas pervertidas
Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios 
ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, 
manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente 
as leis e a tradição 
Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que 
rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se 
encontra no poder em detrimento dos demais 
Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder 
favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático 
constrangimento aos ricos. 
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P.. 
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e 
Grandes Temas. São Paulo: Saraiva,2006.
SATO,M. CARVALHO,I. Educação Ambiental – Pesquisa e 
Desafios.
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FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
 AULA05
 RACIONALISMO E CONHECIMENTO
 Profª Drª Ana Lúcia Guimarães
Estimados Alunos,
Nesta aula 05 vamos entender e conhecer mais um pouco sobre 
o Racionalismo e Conhecimento. Abordaremos esses conceitos 
e sua importância para os fundamentos do estudo da Filosofia.
1- Conceito de Racionalismo
2- Racionalismo e Empirismo: o pensamento de Descartes e 
Jonh Locke
3- O que é conhecimento e suas teorias através da história
4- Tipos de conhecimento
Objetivos da aula 05
• Entender os conceitos de racionalismo e conhecimento
• Conhecer os pensadores que definiram seus fundamentos
• Identificar os tipos de conhecimento.
O QUE VOCÊ SABE SOBRE?
Nesta aula iremos apresentar a você como a importância do 
entendimento do racionalismo e do conhecimento, bem como 
os grandes pensadores que definiram suas teorias. Além disso, 
apresentaremos os tipos de conhecimento.
Racionalismo e Conhecimento
 
Os conceitos de Racionalismo e Conhecimento estão 
relacionados a própria história da origem do conhecimento 
que toma como grande fundamentação as duas correntes 
filosóficas: Empirismo e Racionalismo através de seus 
pensadores principais, Locke e Descartes respectivamente.
Assim, precisamos conhecer um pouco de cada conceito e seus 
fundamentos para entender o valor que a Filosofia concebe 
ao pensamento racional e mesmo o desenvolvimento do 
pensamento crítico.
Conceito de Racionalismo
 
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição 
do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este 
usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma 
ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. 
Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas 
conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Ele tem como método recapitular a “cadeia de raciocínio” para 
se estar certo de que não há omissões, tratar o preceito da 
análise (dividir as dificuldades que se apresentem em tantas 
parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas). 
Considerar a com ordem os pensamentos, começando dos 
objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, 
para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais 
complexos.
• Racionalismo e Empirismo: o pensamento de Descartes e 
Jonh Locke
René Descartes (1596 – 1650)
 
René Descartes é considerado universalmente o pai da filosofia 
moderna. Também conhecido como Cartesius, foi um filósofo, 
um físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo 
pelo seu trabalho revolucionário da Filosofia, tendo também 
sido famoso por ser o inventor do sistema de coordenadas 
cartesiano,

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