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Módulo 7 - Embargos de Declaração

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Das peças que serão vistas no manual, talvez esta seja a de menor probabilidade para a segunda fase, pois não comporta muitas teses. Isso não significa, no entanto, que não pode cair. Nas duas últimas provas, a FGV, ao exigir um relaxamento e uma apelação do assistente de acusação, surpreendeu a todos com as suas escolhas. Por esse motivo, não há como descartar qualquer peça.
Os embargos de declaração não tem como objetivo a reforma de decisão judicial, mas o mero esclarecimento ou correção de alguma obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. Obscuridade significa falta de clareza, tornando difícil compreender o que foi, de fato, decidido. Ambíguo é o que tem duplo sentido, fazendo também com que seja difícil entender a decisão. A contradição ocorre quando, no corpo da decisão, o magistrado diverge do seu próprio posicionamento (por exemplo, reconhece o direito a um benefício mas deixa de aplicá-lo). Por fim, na omissão, o julgador deixa de analisar um ponto que deveria ter sido apreciado.
Talvez a maior “pegadinha” dos embargos seja a sua fundamentação legal. Contra sentença, os embargos são cabíveis no prazo de dois dias, com base no art. 382 do CPP. Se, no entanto, o recurso for oposto contra acórdão, a fundamentação está prevista no art. 619. Por fim, em processos em trâmite no JECrim, o recurso deve ser embasado no art. 83 da Lei 9.099/95, e o prazo é de cinco dias.
Outra peculiaridade importante reside na diferença entre a suspensão e a interrupção do prazo. Nos embargos dos arts. 382 e 619, o prazo para os demais recursos é interrompido. Isso significa que, após o julgamento dos embargos, o prazo para apelação, por exemplo, volta a correr do zero. No JECrim (art. 83 da Lei 9.099/95), no entanto, os embargos apenas suspendem o prazo para os demais recursos. A suspensão não faz com que o prazo volte a correr do zero. Por isso, caso a parte oponha embargos no 4º dia de prazo, após o seu julgamento, esses quatro dias serão descontados do prazo do recurso subsequente.
A competência para julgar os embargos é do próprio juiz prolator da decisão recorrida, e não da instância imediatamente superior. Ademais, como já comentado, os embargos não servem para modificar a sentença ou o acórdão. Portanto, não há como pedir para que o juiz reconsidere o seu posicionamento, mas apenas para que esclareça a sua decisão ou corrija eventual erro.
Modelo de embargos de declaração
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CRIMINAL DA COMARCA …
Observação: alguns exemplos de endereçamento:
a) Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator da … Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado …;
b) Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator da … Turma do Tribunal Regional Federal da … Região;
c) Excelentíssimo Senhor Juiz Federal da … Vara Criminal da Seção Judiciária de …;
d) Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito do … Juizado Especial Criminal da Comarca ….
Nome, já qualificado nos autos do processo criminal n. …, por seu advogado, que esta subscreve, vem, perante Vossa Excelência, com fundamento do art. 382, do Código de Processo Penal, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, pelas razões a seguir expostas:
Observação: atenção à fundamentação!
I. DOS FATOS
Na fundamentação da sentença, Vossa Excelência reconhece que o embargante praticou o crime previsto no art. 157, “caput”, do Código Penal, afastada qualquer causa de aumento, pois o uso de arma de brinquedo não seria razão para a aplicação do § 2º, I, do mesmo artigo.
Contudo, no dispositivo, o recorrente foi condenado pela prática do crime previsto no art. 157, § 2º, I, do Código Penal.
II. DO DIREITO
Portanto, trata-se de decisão inegavelmente contraditória, haja vista que, ao discorrer em sua fundamentação, Vossa Excelência afirmou ter o réu praticado o crime em sua forma simples, sem causa de aumento.
Entrementes, foi aplicada a pena do art. 157, § 2º, I, do Código Penal, em total contrariedade a tudo o que foi exposto no restante sentença.
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, para que se corrija a referida contradição, aplicando-se a pena prevista no art. 157, “caput”, do Código Penal.
Observação: no modelo, não há confissão do crime ou coisa semelhante. Em verdade, pede-se ao juiz para que corrija a sentença, aplicando o seu próprio entendimento, nos termos do art. 157, “caput”, do Código Penal, sem qualquer prejuízo de eventual pedido de absolvição, em apelação subsequente.
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado.

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