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Mód IV Abrangência das Ações de saúde - AAS. RESUMO caso 1

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MÓD IV – AAS Pb 1 
Thaís Jacobs 
NOB 91 
Veio do INAMPS a mudança que mais influenciaria os rumos da organização do SUS a partir de 1991: a Norma Operacional Básica do SUS N° 01/91. Sob o 
argumento da inviabilidade conjuntural de regulamentar o artigo 35 da lei 8.080/90, pela dificuldade na operacionalização destes critérios, a NOB 01/91 
redefiniu toda a lógica de financiamento e, conseqüentemente, de organização do SUS, consolidando um sistema de pagamento por produção de serviços 
ao setor publico que permanece, em parte, vigendo até hoje. Envolveu uma alteração do critério de transferência automática, proposto pela legislação 
infraconstitucional, para o critério de transferência negociada. 
LEI 8080 
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes 
critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: 
I. perfil demográfico da região; 
II. perfil epidemiológico da população a ser coberta; 
III. características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; 
IV. desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; 
V. níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; 
VI. previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; 
VII. ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo. 
Foram, na época, tecidas várias críticas com relação ao seu formato centralizador,relacionado aos mecanismos de transferência convenial (o que 
foi,inclusive,objeto de ação judicial),ao repasse condicionado à produção e à própria legitimidade da regulamentação do sistema através de normas e 
portarias que colidiam com as diretrizes da Lei Orgânica da Saúde. Podem ser destacados os efeitos negativos na relação estado/municípios: a lógica do 
repasse financeiro para o custeio das ações de saúde favorecia a relação direta entre o nível federal e os municípios, com pouco poder de intervenção do 
nível estadual na definição dos critérios utilizados = ampliação do envolvimento municipal. 
OBS: As transferências automáticas apresentam-se como transferências não-tributárias regulares, ou seja, transferências de recursos que não se constituem 
como uma repartição regular de tributos,mas que são decorrentes de dispositivos legais. Já as transferências negociadas apresentam-se como 
transferências não-tributárias e não-regulares,por estarem vinculadas a programas específicos e dependerem de mecanismos conveniais. 
 
 
 
MÓD IV – AAS Pb 1 
Thaís Jacobs 
NOB 93 
Em agosto de 1992 havia sido realizada a IX Conferência Nacional de Saúde, cujo tema central era a Municipalização dos Serviços de Saúde (A 
Municipalização é o Caminho) e cujo relatório final apontava para o cumprimento da lei 8.080/90, com agilização da descentral ização e municipalização da 
saúde, bem como o cumprimento de seu artigo 35, que definia a modalidade de transferência fundo a fundo (automática) dos recursos financeiros da União a 
Estados e Municípios. 
 
Na esteira deste movimento ocorre a mudança do governo federal e em janeiro de 1993 é apresentado ao Conselho Nacional de Saúde o documento 
"Descentralização das Ações e Serviços de Saúde - A ousadia de cumprir e fazer cumprir as leis". 
De janeiro a abril de 1993 este documento foi aperfeiçoado e tomou um caráter mais operacional, sendo finalmente implantado a partir da publicação da 
portaria do Ministério da Saúde (MS) no 545, de 20 de maio de 1993 como a NOB 01/93, mantendo-se o subtítulo "A Ousadia de Cumprir e Fazer Cumprir a 
Lei", fazendo alusão ao cumprimento da Constituição Federal e das leis 8.080/90 e 8.142/90. 
A NOB/SUS 01/93 criou 3 modalidades de gestão para os municípios (incipiente, parcial e semiplena) e 2 para os estados (parcial e semiplena), ficando a 
opção a uma das modalidades de gestão a cargo dos estados e municípios, após cumprirem os pré-requisitos da lei 8.142/90. Além disso, radicalizou a 
relação direta entre o nível federal e o municipal com o modelo de gestão semiplena, pois não só rompeu com a exigência do instrumento convenial para a 
transferência de recursos, como preconizado pelas NOBs SUS 01/91 e 01/92, como também honrou com a transferência automática dos recursos federais 
aos fundos municipais. O automatismo foi garantido após o cumprimento dos requisitos para habilitação na gestão semiplena,que tornaramse garantias 
mínimas para o cumprimento das novas responsabilidades gestoras. 
As CIBs garantem a participação da representação municipal,submetendo à negociação “bigestora”(estado e municípios) decisões de natureza alocativa, 
distributiva e operativa do conjunto de serviços de saúde. Por estabelecer a CIB (Comissão Intergestores Bipartite) como instância deliberativa para a 
habilitação municipal,para a definição dos tetos financeiros globais dos municípios e, no caso dos municípios em gestão semiplena,para o montante dos 
recursos federais transferidos, a NOB dividiu de forma igualitária entre estados e municípios a responsabilidade sobre a aprovação dos critérios de 
distribuição dos recursos federais entre os municípios e sobre a definição dos municípios aptos para receberem a transferência automática,“fundo a fundo”. 
 
 
 
 
 
 
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Thaís Jacobs 
NOB 01/96 (Portaria N° 2.203 de 05 de novembro de 1996) 
As NOBs são portarias do ministro da Saúde e reforçam o poder de regulamentação da direção nacional do SUS. Tais instrumentos definem os objetivos e 
diretrizes estratégicas para o processo de descentralização da política de saúde, e contribuem para a normatização e operacionalização das relações entre 
as esferas de governo, não previstas nas leis da Saúde (8.080 e 8.142 de 1990). Outro ponto a ser ressaltado diz respeito ao caráter transitório desse tipo de 
instrumento, que pode ser reeditado ou substituído por outro à medida que o processo de descentralização avança, permitindo a atualização das regras em 
diferentes estágios de implementação do SUS. 
PORTARIA 2203 
FINALDADE DA NOB 
Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus 
munícipes com a conseqüente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do 
SUS. Esse exercício, viabilizado com a imprescindível cooperação técnica e financeira dos poderes públicos estadual e federal, compreende, portanto, não 
só a responsabilidade por algum tipo de prestação de serviços de saúde, como, da mesma forma, a responsabilidade pela gestão de um sistema que atenda, 
com integralidade, à demanda das pessoas pela assistência à saúde e às exigências sanitárias ambientais. Busca-se, dessa forma, a plena responsabilidade 
do poder público municipal. Assim, esse poder se responsabiliza como também pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os poderes 
públicos estadual e federal são sempre co-responsáveis, na respectiva competência ou na ausência da função municipal. Essa responsabilidade, no entanto, 
não exclui o papel da família, da comunidade e dos próprios indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. Isso implica aperfeiçoar a gestão 
dos serviços de saúde no país e a própria organização do Sistema, visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das 
necessidades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu território 
• reorganizar o modelo assistencial, passando aos municípios a responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde; 
• aumentar a participação percentual da transferência regular e automática (“fundo a fundo”) dos recursos federais a municípios e implementar esta 
modalidade de transferência aos estados, reduzindo a transferência por remuneração de serviçosproduzidos; 
• fortalecer a gestão do SUS, compartilhada entre os governos municipais, estaduais e federal, através das CITs e CIBs, como espaços permanentes 
de negociação e pactuação entre gestores; 
• estabelecer vínculo entre o cidadão e o SUS, conferindo visibilidade quanto à autoridade responsável pela sua saúde, provendo o cadastramento e 
adscrição da clientela. 
Para conferir viabilidade aos objetivos da NOB SUS 01/96 foram previstas uma série de medidas,entre elas: 
• A elaboração de uma proposta de Planejamento e Programação Pactuada e Integrada (PPI) entre as instâncias de governo que traduza as 
responsabilidades, objetivos, metas, referências intermunicipais, recursos e tetos financeiros, em todos os níveis de gestão, garantindo o 
acesso universal aos serviços de saúde, diretamente, ou por referência a outro município, sempre por intermédio da relação gestor-gestor. O 
processo de elaboração da Programação Pactuada entre gestores e Integrada entre esferas de governo deve respeitar a autonomia de cada 
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A NOB SUS 01/96 foi publicada em novembro de 1996 e sua implementação efetiva só teve início em 1998. No entanto, de 1997 a 1998, o MS publicou 
uma série de portarias com o objetivo de estabelecer as alterações, as medidas e os parâmetros necessários à sua operacionalização. Essas portarias 
acabaram por alterar significativamente o conteúdo original da NOB, particularmente no que se refere às formas e aos instrumentos de financiamento 
específicos nela previstos. Pode-se dizer que a NOB SUS 01/96 nunca foi integralmente implementada em seu modelo inicial. 
 
gestor: o município elabora sua própria programação, aprovando-a no CMS (Conselho Municipal de Saúde); o estado harmoniza e 
compatibiliza as programações municipais, incorporando as ações sob sua responsabilidade direta, mediante negociação na CIB, cujo 
resultado é deliberado pelo CES 
• O aprimoramento da organização e operação dos sistemas de controle,avaliação e auditoria,através da integração das ações dos municípios 
com as dos estados e MS e da atualização permanente dos Bancos de Dados Nacionais. 
• O aumento da transferência regular e automática (“fundo a fundo”) dos recursos federais através da criação de novos mecanismos e 
incentivos financeiros a serem distribuídos segundo critérios de capacitação e organização da assistência à saúde nos estados e municípios 
(novas condições de gestão). 
A promoção e reorganização do modelo de atenção à saúde, adotando-se como estratégia principal a ampliação de cobertura do Programa de Saúde da 
Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) através da criação de um incentivo financeiro de acordo com a população 
efetivamente coberta pelos programas e da incorporação dos procedimentos relacionados aos programas no custeio federal da atenção básica. Isso 
relaciona-se com o PAB: consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de 
responsabilidade tipicamente municipal. Fica estabelecido um acréscimo percentual ao montante do PAB sempre que estiverem atuando integradamente à 
rede municipal, equipes de saúde da família, agentes comunitários de saúde, ou estratégias similares de garantia da integralidade da assistência. Os 
recursos do PAB foram divididos em PAB fixo e PAB variável. PAB fixo transferido tendo por base o valor per capita; PAB variável depende da adesão do 
município a programas prioritários: PACS, PSF, etc. Exemplo: 
a) Programa de Saúde da Família (PSF): 
• acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para cada 5% da população coberta, até atingir 60% da população total do município; 
 b) Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS): 
• acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para cada 5% da população coberta até atingir 60% da população total do município 
As estratégias do PACS e PSF em todo o país, em dezembro de 2000, já atingiam respectivamente 51,5% e 22,5% da população brasileira, com cobertura 
variável entre as regiões do país 
A partir da NOB SUS 01/96 são criados para os estados duas condições de gestão: avançada do sistema estadual e plena do sistema estadual. Para os 
municípios, as condições de gestão estabelecidas foram: plena da atenção básica e plena do sistema municipal. Para cada uma dessas condições de gestão 
foram previstas modalidades de repasse/transferência de recursos federais,divididas entre o custeio da assistência hospitalar e ambulatorial, as ações de 
vigilância sanitária e as ações de epidemiologia e de controle de doenças. 
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NOAS 
 
O processo de reorientação da gestão do SUS, desenvolvido ao longo dos últimos dez anos, pode ser caracterizado como um movimento pendular de 
descentralização/centralização, pontuado pela elaboração e implementação das Normas Operacionais Básicas. O movimento descentralizador foi iniciado 
com a implementação das Normas Operacionais Básicas de 1993 (NOB 01/93) (MS, 1993) e especialmente a de 1996 (NOB 01/96) (MS, 1996), que 
induziram a redefinição de funções e competências das três esferas de governo (federal, estadual e municipal) no que se refere à gestão, organização e 
prestação de serviços de saúde, através da transferência de recursos (financeiros, basicamente, mas também físicos, humanos e materiais) do nível federal 
e estadual para os municípios. 
 
Nesse contexto, um processo de (re)centralização estaria se iniciando no momento atual, com a implementação da Norma Operacional da Assistência à 
Saúde (NOAS 2001) (MS, 2001), que pretende estimular um fortalecimento do papel das Secretarias Estaduais de Saúde, no sentido de assumirem a 
coordenação de um processo de regionalização da assistência que implica na organização de sistemas microrregionais de saúde, com os quais se busca 
superar uma “excessiva” descentralização da gestão ocorrida no momento anterior. 
 
PORTARIA 95: Cabe às Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal a elaboração do Plano Diretor de Regionalização (instrumento de 
ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de 
intervenção coerentes com as necessidades de saúde da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção), em consonância com 
o Plano Estadual de Saúde, sua submissão à aprovação da Comissão Intergestores Bipartite - CIB e do Conselho Estadual de Saúde – CES e o 
encaminhamento ao Ministério da Saúde 
 
A Noas 01/2001 (Brasil, 2001a) busca, em relação à NOB/96, ampliar as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica de Saúde (ABS), definir o 
processo de regionalização da assistência, criar mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do SUS e atualizar os critérios de habilitação de 
estados e municípios 
 
De acordo com a Noas/2001, os municípios podem habilitar-se em duas condições: gestão plena da atenção básica ampliada’ (GPABA); e gestão plena do 
sistema municipal (GPSM). 
 
Na GPABA, a administração municipal assume gradativamente a responsabilidade de organizar e desenvolver o sistema municipal de saúde, em que se 
insere o conjunto de ações que caracterizam a atenção básica, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de 
saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação. 
 
A GPABA tem como áreas de atuação estratégicas mínimas para habilitação: o controle da tuberculose; a eliminação da hanseníase; o controle da 
hipertensão arterial; o controle do diabetes mellitus; a saúde da criança; a saúde da mulher e a saúde bucal, na qual se inclui o fornecimento de 
medicamentos e de métodos anticoncepcionais, devendo estas ações serem assumidas por todos os municípios brasileiros, de acordo com o seu perfil 
epidemiológico. 
 
MÓDIV – AAS Pb 1 
Thaís Jacobs 
Na GPSM, a administração municipal assume a responsabilidade de organizar e desenvolver o sistema municipal de saúde, prestando os serviços à 
população sob sua gestão, assim como contratando, controlando, auditorando e pagando aos prestadores de serviços nos três níveis de atenção. Segundo a 
lógica da regionalização, proposta pela Noas, os municípios são agrupados em microrregiões, cada uma sendo composta por um ou mais módulos de saúde. 
Em cada módulo haverá um município-sede, que deverá estar habilitado em GPSM e oferecerá atendimentos no primeiro nível de referência, em média 
complexidade, para a população de todos os outros municípios do módulo. 
 
Assim, a atenção básica ampliada será oferecida em todos os municípios e os procedimentos mais importantes de média complexidade deverão ser 
oferecidos no município-sede, que receberá os recursos para esse atendimento fundo a fundo, calculados em termos per capita, de acordo com a população 
de todos os municípios incluídos no respectivo módulo. Os demais procedimentos, com maior complexidade, serão referenciados para outros locais no 
próprio estado ou em outros estados, sendo financiados com recursos estaduais ou do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PACTO PELA VIDA 
Em fevereiro de 2006 foram publicadas, por meio da Portaria n.399/GM, as Diretrizes do Pacto pela Saúde, que apresenta três dimensões: Pacto em Defesa 
do SUS, Pacto pela Vida e Pacto de Gestão. O Pacto pela Vida reforça no SUS, o movimento da gestão pública por resultados. 
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise 
da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no campo da saúde 
que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses 
resultados. 
Transcorridas quase duas décadas do processo de institucionalização do Sistema Único de Saúde, a sua implantação e implementação evoluíram 
muito, especialmente em relação aos processos de descentralização e municipalização das ações e serviços de saúde. O processo de descentralização 
ampliou o contato do Sistema com a realidade social, política e administrativa do país e com suas especificidades regionais, tornando-se mais complexo e 
colocando os gestores a frente de desafios que busquem superar a fragmentação das políticas e programas de saúde através da organização de uma rede 
regionalizada e hierarquizada de ações e serviços e da qualificação da gestão. 
Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários 
Municipais de Saúde - CONASEMS, pactuaram responsabilidades entre os três gestores do SUS, no campo da gestão do Sistema e da atenção à saúde. O 
documento a seguir contempla o pacto firmado entre os três gestores do SUS a partir de uma unidade de princípios que, guardando coerência com a 
diversidade operativa, respeita as diferenças loco-regionais, agrega os pactos anteriormente existentes, reforça a organização das regiões sanitárias 
instituindo mecanismos de co-gestão e planejamento regional, fortalece os espaços e mecanismos de controle social, qualifica o acesso da população a 
atenção integral à saúde, redefine os instrumentos de regulação, programação e avaliação, valoriza a macro função de cooperação técnica entre os gestores 
e propõe um financiamento tripartite que estimula critérios de equidade nas transferências fundo a fundo. 
A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões - Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS - possibilita a efetivação de acordos 
entre as três esferas de gestão do SUS para a reforma de aspectos institucionais vigentes, promovendo inovações nos processos e instrumentos de gestão 
que visam alcançar maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas e ao mesmo tempo, redefine responsabilidades coletivas por resultados 
sanitários em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social. 
 
 
 
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As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são: 
SAÚDE DO IDOSO: 
As diretrizes no Pacto pela Vida a serem seguidas na saúde do idoso são: promoção do envelhecimento ativo e saudável; atenção integral à saúde do idoso; 
estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção à saúde do 
idoso; estímulo à participação e fortalecimento do controle social; formação e educação permanente dos trabalhadores de saúde do SUS, na área de saúde 
do idoso; divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) para trabalhadores de saúde, gestores e usuários do SUS; 
promoção de cooperação nacional e internacional nas experiências de atenção à saúde dos idosos; apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas 
• Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: 
• Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama. 
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: 
• Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias. 
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA 
• Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias. 
PROMOÇÃO DA SAÚDE: 
• Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população 
brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regula,r alimentação saudável e combate ao 
tabagismo. 
 
 
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ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE 
• Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de 
atenção à saúde do SUS. 
PORTARIA Nº 2.669, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2009 
Estabelece as prioridades, objetivos, metas e indicadores de monitoramento e avaliação do Pacto pela Saúde, nos componentes pela Vida e de Gestão, e as 
orientações, prazos e diretrizes do seu processo de pactuação para o biênio 2010 - 2011. 
 Tratar/seguir as 
lesões precursoras 
do câncer do colo 
do útero no nível 
ambulatorial. 
100% de 
seguimento/tratamento 
informado de mulheres 
com diagnóstico de 
lesões intraepiteliais de 
alto grau do colo do 
útero. 
100% de 
seguimento/tratamento 
informado de mulheres 
com diagnóstico de 
lesões intraepiteliais 
de alto grau do colo do 
útero. 
Ampliar a oferta de 
mamografia visando 
alcançar uma 
cobertura de 60% 
da população alvo. 
Razão entre 
mamografias realizadas 
nas mulheres de 50 a 69 
anos e a população 
feminina nesta faixa 
etária, em determinado 
local e ano ³0,12. 
Razão entre 
mamografias 
realizadas nas 
mulheres de 50 a 69 
anos e a população 
feminina nesta faixa 
etária, em 
determinado local e 
ano ³0,16. 
3.Redução 
da 
mortalidade 
infantil e 
materna. 
Reduzir a 
mortalidade infantil. 
Reduzir a mortalidade 
infantil em 2,4%. 
Reduzir a mortalidade 
infantil em 2,4%. 
 
PACTO PELA VIDA META BRASIL 
PRIORIDA- 
DES 
OBJETIVOS 2010 2011 
1.Atenção à 
saúde do 
idoso. 
Promover a 
formação e 
educação 
permanente dos 
profissionais de 
saúde do SUS 
na área de 
saúde da 
pessoa idosa. 
Redução em 2% da 
taxa de internação 
hospitalar em 
pessoas idosas por 
fratura de fêmur.Redução em 2% da 
taxa de internação 
hospitalar em pessoas 
idosas por fratura de 
fêmur. 
2.Controle 
do câncer 
de 
colo de 
útero 
e de mama. 
Ampliar a oferta 
do exame 
preventivo do 
câncer do colo 
do útero 
visando 
alcançar uma 
cobertura de 
80% da 
população alvo. 
Razão entre 
exames 
citopatológicos do 
colo do útero na 
faixa etária de 25 a 
59 anos e a 
população alvo, em 
determinado local e 
ano ³ 0,20. 
Razão entre exames 
citopatológicos do colo 
do útero na faixa etária 
de 25 a 59 anos e a 
população alvo, em 
determinado local e 
ano ³ 0,23. 
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RAS 
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde, um eixo estruturante do Pacto de Gestão e orienta a descentralização das ações e serviços de 
saúde e a organização da Rede Regional de Atenção à Saúde 
As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos 
comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela 
atenção primária à saúde prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa e de forma humanizada -, e com 
responsabilidades sanitárias e econômicas por esta população 
As redes de atenção à saúde constituem-se de três elementos: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção à saúde 
A população O primeiro elemento das redes de atenção à saúde e sua razão de ser é uma população, colocada sob sua responsabilidade sanitária e 
econômica. A atenção à saúde baseada na população é a habilidade de um sistema em estabelecer as necessidades de saúde de uma população 
específica, sob sua responsabilidade, segundo os riscos, de implementar e avaliar as intervenções sanitárias relativas a essa população e de prover o 
cuidado para as pessoas no contexto de sua cultura e de suas preferências 
O conhecimento da população de uma rede de atenção à saúde envolve um processo complexo, estruturado em vários momentos, sob a responsabilidade 
fundamental da atenção primária (USF): o processo de territorialização; o cadastramento das famílias; a classificação das famílias por riscos 
sociossanitários; a vinculação das famílias à unidade de atenção primária à saúde/equipe do Programa de Saúde da Família; a identificação de 
subpopulações com fatores de riscos; a identificação das subpopulações com condições de saúde estabelecidas por graus de riscos; e a identificação de 
subpopulações com condições de saúde muito complexas 
A estrutura operacional das redes de atenção à saúde compõe-se de cinco componentes: o centro de comunicação, a atenção primária à saúde; os pontos 
de atenção secundários e terciários; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos; e o sistema de governança da rede de atenção à saúde. Os três primeiros 
correspondem aos nós das redes e o quarto, às ligações que comunicam os diferentes nós. E o quinto, o componente que governa as relações entre os 
quatro primeiros. 
OBS: O centro de comunicação das redes de atenção à saúde é o nó intercambiador no qual se coordenam os fluxos e contrafluxos do sistema de atenção à 
saúde e é constituído pela atenção primária à saúde (unidade de atenção primária à saúde ou equipe do Programa de Saúde da Família) 
Os pontos de atenção secundários e terciários são os nós das redes onde se ofertam determinados serviços especializados, gerados através de uma função 
de produção singular. Eles se diferenciam por suas respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos de atenção terciários mais densos 
tecnologicamente que os pontos de atenção secundários e, por essa razão, tendem a ser mais concentrados espacialmente. Na rede de saúde, a atenção 
secundária é formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a 
terciária, historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio 
diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência (UPAs). Atenção terciária ou alta complexidade designa o conjunto de terapias 
e procedimentos de elevada especialização, que empregam tecnologias duras e que são realizados no ambiente hospitalar (HOSPITAIS) 
• Sistemas de governança: A governança das redes de atenção à saúde é o arranjo organizativo que permite a gestão de todos os 
componentes das redes de atenção à saúde, de forma a gerar um excedente cooperativo entre os atores sociais em situação, aumentar a 
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interdependência entre eles e obter resultados sanitários e econômicos para a população adscrita. A governança das redes de atenção à 
saúde, no SUS, deve ser feita por meio de arranjos interfederativos, coerentes com o federalismo cooperativo que se pratica no Brasil. São as 
comissões intergestores que se materializam: no plano nacional, na comissão intergestores tripartite; nos estados, nas comissões 
intergestores bipartite; e nas regiões de saúde, nas comissões intergestores bipartite regionais 
Os modelos de atenção à saúde. Os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes de atenção à saúde, 
articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de 
atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e 
epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. A necessidade de se mudarem os 
sistemas de atenção à saúde para que possam responder com efetividade, eficiência e segurança a situações de saúde dominadas pelas condições crônicas 
levou ao desenvolvimento dos modelos de atenção à saúde. 
 
DEMANDA ESPONTÂNEA / REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA 
A atenção básica deve se constituir como grande articuladora da rede de atenção à saúde, desenvolvendo-se como importante porta de entrada e 
ordenadora da rede. Dessa forma, o atendimento à demanda espontânea deve ser realizado pelas UBS, principalmente os casos de pacientes crônicos em 
episódios de agudização e urgências de menor gravidade. Nas situações de emergência, a equipe deve estar capacitada para diagnosticar precocemente os 
casos graves, iniciar manobras de suporte básico de vida e acionar o serviço de remoção para que haja a adequada continuidade do atendimento. 
Entretanto, é fundamental que as unidades básicas possuam adequada retaguarda pactuada para o referenciamento dos pacientes que, uma vez acolhidos, 
avaliados e tratados, necessitem de cuidados de outros serviços. 
Assim, mediados pelas “Centrais de Regulação de Urgências” e pela comunicação entre profissionais e gestores de diferentes serviços, devem ser 
pactuados e definidos os fluxos e mecanismos de transferência/encaminhamento dos usuários que necessitarem de outros recursos assistenciais, de forma 
a garantir o acesso, em tempo oportuno, ao tipo de tecnologia necessária 
Referência acontece quando um serviço de menor complexidade encaminha e remete clientes a um serviço de maior complexidade, acompanha-o e marca 
seu atendimento. A contrarreferência acontece quando a situação é resolvida e o cliente é encaminhado novamente ao serviço de procedência para 
continuar o seu acompanhamento. Esta articulação deve garantir a continuidade de ações preventivas e curativas, tanto individuais como coletivas. 
Modelo tecnoassistencial de saúde, possui uma configuração estrutural na representação de uma pirâmide. Como base desta estrutura identifica-se uma 
ampla rede de serviços de saúde que respondem pela atenção de uma população definida. Esta estrutura serve também como portade entrada, garantindo 
o acesso universal e hierarquizado dos usuários aos serviços. Da mesma forma, os usuários têm seu fluxo assegurado dentre estes níveis de complexidade 
de assistência em saúde, pelo sistema de referência e contrarreferência. 
 
 
 
MÓD IV – AAS Pb 1 
Thaís Jacobs

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