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Aparecida Maria Fontes Genética e Genes do Reparo no dia a dia: Pesquisadores da Universidade de Cambridge utilizam o sistema CRISP (edição do genoma) para corrigir o alelo do gene CFTR em células-tronco primárias adultas de pacientes portadores de fibrose cistica. New York Times 3 March, 2014. Radiation therapy for brain cancer may be improved by Blocking DNA repair mechanisms. Medical News Today, 10 April 2014. Gene Ring1b – proteína de reparo de DNA da região telomérica também envolvida no processo de fusão dos cromossomos. Medical News Today, 26 May, 2014. Novel cancer cell DNA damage repair mechanism unvewiled. Science Daily, December 10, 2013. Roteiro: Tipos de Mecanismo de Reparo 1- Reversão Direta 2- Reparo por excisão de bases 3- Reparo por excisão de nucleotídeos 4- Reparo por pareamento errôneo 5- Reparo por recombinação homóloga 6- Reparo por ligação das extremidades não homólogas Tipos de Reparo Tipos de Reparo (1) Reparo Direto: a. Reparo por fotorreatividade enzimatica:. Dímeros de pirimidina: fotoliase (ausente em mamíferos placentários). b. Reversão ativa da lesão: a enzima O6 metilguanina-metiltransferase reconhece o grupo metil e transfere para seu sítio ativo, sem retirar a base danificada. (2) Reparo de excisão de bases: a glicosilase reconhece a base alterada no DNA e catalisa sua remoção por hidrólise. (3) Reparo por excisão de nucleotídeos: Remoção de adutos no DNA (distorção na dupla-hélice). É o principal mecanismo de reparo. (4) Reparo por pareamento errôneo (MMR – mismatch repair): reparo após a replicação do DNA. Remove bases incorporadas erroneamente durante a replicação Tipos de Reparo (5) Reparo por Recombinação Homóloga (HR): Pareamento com o cromossomo homólogo intacto. A cromátide-irmã serve como molde para síntese de DNA . (6) Reparo de ligação das extremidades não-homólogas (NHEJ): re- ligação direta das extremidades quebradas. Ocorre a ligação das extremidades não homólogas Lesão Causa Mecanismo de Reparo Troca de bases, estruturas em forquilhas e em alças Falha na replicação ou em uma recombinação NER BER Deaminação/depurinação Calor NER BER Oxidação de bases Radiação ionizante Metabolismo oxidativo BER Alquilação/acilação/adutos Agentes químicos NER BER DR Ligação cruzada dentro da fita de DNA Radiação ionizante Agentes químicos NER Ligação cruzada entre fitas Radiação ionizante Agentes químicos NER HR Quebra da dupla fita Radiação ionizante Agentes químicos Estresse oxidativo NHEJ HR Quebra em fita simples Radiação ionizante Agentes químicos Estresse oxidativo NHEJ Primeiro mecanismo de reparo descrito, simultaneamente por Kelner (1949) e Dulbecco (1949). (1a.) Reparo Direto Reparo por Fotorreatividade enzimática: Reparo por Fotorreatividade enzimática: (1a.) Reparo Direto Reparo por Fotorreatividade enzimática: Reparo por Fotorreatividade enzimática: Menck, Nature Genetics 32, 338 - 339 (2002) (1b.) Reparo Direto Reversão ativa da lesão: Reversão ativa da lesão: Não ocorre a remoção da base danificada Ocorre a remoção do grupo metil que modificou a base Essa reação é realizada pela enzima: O6 metilguanina- metiltransferase É uma reação de alto custo energético → uma molécula da enzima é inativada para cada lesão corrigida O grupo metil é transferido para o aminoácido cisteína do sítio ativo da enzima. (1b.) Reparo Direto Reversão ativa da lesão: Reversão ativa da lesão: Inativação do MGMT: tumores responsivos a agentes terapêuticos Metilação da região promotora do gene MGMT em gliomas confere uma boa resposta a agentes alquilantes Metilação da região promotora do gene MGMT em gliomas confere uma boa resposta a agentes alquilantes Reparo por excisão de base ou nucleotídeo: Definição: – é responsável por reparar as lesões mais prevalentes no DNA, as quais podem ser geradas por fatores endógenos ou exógenos, como produto da desaminação, depurinação, depirimidinação, alquilação, oxidação e decomposição espontânea. Taxa: – fatores ambientais ou processos metabólicos normais da célula causam danos no DNA com uma taxa de 1.000 a 1 milhão de lesões/célula/ dia. Reparo por excisão apresentam 3 características comuns: Etapa 1 = incisão (endonuclease) e excisão (exonuclease) Etapa 1 = incisão (endonuclease) e excisão (exonuclease) Etapa 2 = ressíntese do DNA (DNA polimerases β, δ, ε) Etapa 2 = ressíntese do DNA (DNA polimerases β, δ, ε) Etapa 3 = ligação das extremidades (DNA ligases) Etapa 3 = ligação das extremidades (DNA ligases) (2) Reparo por excisão de bases Etapas: Etapas: Remoção da base danificada (DNA glicosilase) sítio AP Incisão do sítio AP na porção 5’ (endonuclease) Excisão do terminal 5’ e remoção (exonuclease) gerando lacuna de 1 nucleotídeo (via curta) ou 2-13 nucleotídeos (via longa) Síntese DNA (DNA polimerase) Ligação da cadeia (DNA ligase) (2) Reparo por excisão de bases Ação da enzima: glicosilase Ação da enzima: glicosilase Reparo de excisão de base: glicosilase Reparo: – 1) formação de um filamento formando pares de bases errôneas AU no lugar GC; 2) a enzima uracil-DNA-glicosilase cliva a ligação base-açucar liberando a base incorreta; Reparo de excisão de bases: glicosilase Reparo: – 3) a proteina XRCC1 traz a nuclease APE1 ao sítio de dano e cliva a extremidade 5´; 4) fator de replicação C recruta PCNA e DNA polimerase; Reparo de excisão de bases: glicosilase Reparo: – 5) DNA polimerase desloca de 2 a 8 nucleotídoeos do sítio de dano e ao mesmo tempo polimeriza por complementariedade de base; 6) FEN1 é uma endonuclease que é recrutada por RFC que cliva e desloca o oligonucleotídeo e 7) uma ligase sela os nucleotídeos novos incorporados Síndrome associada ao Reparo de Excisão de Base Cancer de cólon e pólipos adenomatosos : – risco aumentado em indíviduos com mutacoes em MUTYH G C O C O C Oxidative stress Replication Repair Repair O A Replication T A G C OGG1 MUTYH David et al 2007 Nature 447: 941 Síndrome associada ao Reparo de Excisão de Base Glicosilases Genes Substrato Uracil DNA glicosilase UNG1/UN G2 SMUG1 Uracil de ss e dsDNA Uracil de ss e dsDNA, hidroximetiluracil, formuracil 3-metiladenina DNA glicosilase Aag 3-metiladenina hipoxantina Endonuclease III/Timina glicol DNA glicosilase NTH1 Lesões guanina oxidada Endonuclease VIII NEIL1 NEIL2 5-hidroxiuracil; 5-hidroxicitosina; 5,6 dihidrouracil, timina glicol, formamido-pirimidinas (FapyA/G) 5-hidroxiuracil e 5-hidroxicitosina Fapy/8-oxoguanina DNA glicosilase hOGG1 8-hidroxiguanina, Me7- formamidopirimidina -G Tipos Glicosilases Tipos Glicosilases Glicosilases Genes Substrato A-G-mismatch DNA glicosilase MYH Adenina de G:A. 8-oxoG:A.2- hidroxiadenina G-T-mismatch DNA glicosilase MBD4 (MED1) TDG Timina de T:G Reconhece um G:T mal pareado na sequência CpG Formiluracil DNA glicosilase MBD4 Formiluracil mal pareado com G http://www.youtube.com/watch?v=72oT6N90iWc&l ist=PLA570AD41B24F551F http://www.youtube.com/watch?v=g4khROaOO6c Sistema BERSistema BER Sistema BERSistema BER (3) Reparo por excisão de nucleotídeos Etapas: Etapas: Reconhecimento da lesão no DNA (complexo XPA-XPC) ligam-se ao DNA danificado Abertura da dupla hélice atividade de helicase XPB e XPD Dupla incisão na cadeia danificada: 3’ (XPG) e 5’ (XPF) Síntese DNA (DNA polimerase) Ligação da cadeia (DNA ligase) (3) Reparo por excisão de nucleotídeos (3) Reparo por excisão de nucleotídeosReparo por excisão de nucleotídeo em humanos https://www.youtube.com/watch?v=bg UH9NfO2QM Sistema BERSistema BER Reparo por excisão de nucleotídeo Reparo por excisão de nucleotídeo Sindromes associadas ao Reparo por excisão de nucleotídeo Xeroderma Pigmentosum: – descrita em 1874 Sindrome de Cockayne: Tricotiodistrofia Sindrome cérebro- óculo-fácio-esquelética Síndrome XP com deSanctis-Cacchione Síndrome UV-sensível XP e Câncer SC e envelhecimento precoce (4) Reparo por pareamento errôneo Reparo durante replicação do DNA: bases incorporadas erroneamente no DNA durante a replicação (DNA pol: 1 base errada na cadeia filha/10 milhões pb) REVISÃO DE PROVA “PROOFREADING”: corrige 99,9% dos erros de replicação Eliminação de bases mal pareadas e alças de deleção/inserção Atua na cadeia recém-sintetizada Genes MSH, MLH e PMS → as proteínas formam complexos (heterodímeros) (4) Reparo por pareamento errôneo Mutações em genes MMR segregam com a síndrome de predisposição ao câncer colorretal não polipose (HNPCC) Maioria dos pacientes são heterozigotos para mutações recessivas na linhagem germinativa em genes MMR (MLH, MSH, PMS) Células tumorais sofrem perda do alelo normal e exibem instabilidade de microssatélites → números variáveis de repetições de microssatélites nas células tumorais Câncer de cólon não-poliposo familial: - manifestação <45 anos - pelo menos 3 parentes afetados - mutações em MLH1 e MSH2 são mais comuns - 70 a 85% de risco (4) Reparo por pareamento errôneo Reparo de Pareamento Errôneo X Idade Kenyon et al 2012 Blood 120: 3229 Reparo de Pareamento Errôneo X Idade Kenyon et al 2012 Blood 120: 3229 (4) Reparo por pareamento errôneo Li et al, Cell 153, 590 (2013) Síndrome associada ao Pareamento Errôneo e Diagnóstico Síndrome de Link: – com susceptibilidade aumentada a câncer coloretal, endometrial e ovariano por mutações em um dos genes: MSH2, MLH1, MSH6 e PMS2. Síndrome associada ao Pareamento Errôneo e Diagnóstico (5 e 6) Quebras de fita de DNA (5 e 6) Quebras de fita de DNA (5 e 6) Quebras de fita de DNA (5) Reparo por Recombinação Homóloga Etapas: Etapas: Reconhecimento da quebra e pareamento do cromossomo homólogo intacto com o cromossomo que apresenta a quebra dupla. A cromátide-irmã serve como molde para síntese de DNA restaura a sequência original Ligação das extremidades Degradação das extremidades danificadas Deslocamento da cromátide-irmã intacta para o sítio a ser reparado (5) Reparo por Recombinação Homóloga (5) Reparo por Recombinação Homóloga (5) Primeira família câncer de mama (1852) Pierre Paul Broca, 1852 Genes BRCA1 e BRCA2 (6) Reparo de ligação das extremidades não- homologas (NHEJ) Ligação das extremidades não-homologas (NHEJ): variações no número de cópias CNV: – forma de diversidade genômica que envolve sequencias de DNA >1kb e estão presentes no genoma em número variável de cópias. CNV nos genes CCL3L1 e DEFB4 está associada com susceptibilidade aumentada a infecção por HIV e Doença de Crohn. CNV nos genes CCL3L1 e DEFB4 está associada com susceptibilidade aumentada a infecção por HIV e Doença de Crohn. Microdeleção de 520 kb na região 16p12.1 está associada com predisposição a doenças neuropsiquiátricas. Microdeleção de 520 kb na região 16p12.1 está associada com predisposição a doenças neuropsiquiátricas. Bibliografia EMERY Genética Médica - Peter Turnpenny e Sian Ellard (2009) 13ª Edição. Editora Elsevier – Churchil Livingstone Jorde LB, Carey JC, Bamshad MJ – Genética Médica (2010) 4ª Edição. Editora Elsevier – Mosby Rimoin, Pyeritz and Korf (2013) Emery and Rimoin’s Principles and Practice of Medical Genetics – Sixth Edition – Ed AP Cox MM, Doudna JA, O´Donnell M (2012) – Biologia Molecular: Princípios e Técnicas – Primeira Edição – Ed. Artmed. Pinto NS (2013) – Curso: Lesões no DNA: mecanismos de reparo e mutagênese – 59ª Renião da Sociedade Brasileira Genetica.
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