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LÍGIA LAVEZO FERREIRA 1 RESUMO SEMIOTÉCNICA 2° BIMESTRE SEMIOLOGIA PEDIATRICA O objetivo da consulta pediátrica é o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de um ser, que precisa ser assistido integralmente e de modo particular, uma vez que o ambiente emocional, físico e social vai interferir na constituição orgânica e psíquica deste, com repercussões para toda sua vida. ETAPAS DA INFÂNCIA: Divisão etária da pediatria Recém-nascido: 0 a 28 dias Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses Adolescência: 10 anos a 20 anos ANAMNESE Anámnesis = relato dos padecimentos “Perguntar bem é saber muito” saber a forma de realizar perguntas, deixando na maioria das vezes uma anamnese não orientada, mas passiva ( com os pais falando a vontade) “Pressa: inimiga da competência” deve-se realizar sem pressa, e com cuidado “Quem não sabe o que procura, não entende o que acha (Claude Bernardi)” É causa usual de erro diagnóstico uma história clinica mal realizada. Diagnóstico: História: 60% - anamnese já 60% do diagnóstico o Anamnese + Exame Físico 75-90% o Apenas com a história (anamnese) bem colhida e realizada chegamos ao diagnóstico em 60% das vezes, quando associamos a anamnese ao exame físico corresponde de 75 a 90% do diagnóstico, sem a necessidade da realização de exames complementares História clínica: Completa incluir todos os dados, alimentação, rendimento escolar (em crianças em idade escolar) Sequencial Detalhada Estabelecer um bom vínculo médico-paciente LÍGIA LAVEZO FERREIRA 2 Na anamnese exploram-se as dúvidas e preocupações dos pais. A partir de 3-4 anos, deve-se estabelecer também um diálogo com a criança durante a consulta. O exame físico da criança deve ser sempre realizado com paciência e gentileza, desde a fala em tom e momentos adequados até o modo de manipular ou conter o paciente O desenvolvimento deve ter um enfoque especial na consulta da criança nessa faixa etária e pode ser abordado nos conteúdos afetivo e cognitivo ANAMNESE Identificação Queixa e duração História clínica (HPMA) Interrogatório sobre diversos aparelhos (ISDA) Historia da gestação, parto e nascimento Heredograma Antecedentes mórbidos pessoais História alimentar Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor Antecedentes vacinais Antecedentes mórbidos familiares Fatores socioeconômicos Identificação Nome completo Idade e data de nascimento Cor Sexo Naturalidade Procedência, endereço, tipo de residência Religião Escolaridade Profissão e ocupação dos pais Queixa e duração(QD) Motivo que levou a procurar o médico e tempo de início História pregressa da moléstia atual (HPMA) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 3 Regras da HPMA Modo de interrogar sóbrio, afetivo, sério e atencioso. Anamnese passiva não fazer dirigida, pois pode-se perder detalhes importantes ao interromper a história contada pelos pais Nunca aceitar passivamente os diagnósticos fornecidos pelos familiares. Todos os caracteres propedêuticos dos sintomas devem ser referidos na HPMA, afirmando ou negando. Referir tratamentos já realizados e resultados. o Na história pregressa da doença atual deve-se colher informações de como começou, se antes de teve alguns sinais e sintomas o Não aceitar diagnóstico dado pelos pais de forma alguma História da gestação, parto e nascimento. Essa é a história do paciente (da criança) PRÉ-NATAIS: infecções, medicamentos, sangramentos, hipertensão. NATAIS: tipo de parto, intercorrências, APGAR (choro ao nascer), peso, comprimento. o Informações do nascimento, de como nasceu, se teve algum problema, se chorou, se ficou na UTI, se nasceu de baixo peso.... PERÍODO NEONATAL: alojamento conjunto, aleitamento materno, UTI, medicamentos, icterícia (fototerapia). o Informações logo após o nascimento, se teve icterícia, se ficou em alojamento conjunto ou UTI, se mamou na mãe, por quanto tempo, se tomou algum medicamento qnd nasceu. Antecedentes mórbidos pessoais - da criança Doenças próprias da infância. o Cachumba, sarampo, catapora Outras doenças, alergias, internações, cirurgias Antecedentes nutricionais Sumamente importante na pediatria Tempo de aleitamento materno Aleitamento materno complementado Início de aleitamento artificial Aleitamento artificial qlq outro leite que não seja o materno (em pó, de vaca....) Qnt mais tempo a criança recebe o aleitamento materno, menor a chance de qnd adulto desenvolver doenças degenerativas (como diabetes, ateroesclerose, hipertensão....) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 4 Crianças que começaram cedo a ser alimentadas com leite de vaca desenvolvem muito mais cedo essas doenças Época de introdução de outros alimentos Modo de preparo Alimentação da família Dia alimentar (recordatório de 24 horas) Crescimento e desenvolvimento Sustentação da cabeça, virar na cama, dentição, sentar, engatinhar, andar, primeiras palavras, controle de esfincteres. Desempenho escolar Sociabilidade Antecedentes vacinais Carteira vacinal (sempre solicitar) Eventos adversos Antecedentes familiares (ascendentes e descendentes) Hipertensão Diabetes Infecto-contagiosas Mortes súbita Dislipidemia familiares Cardiopatias graves (óbito < 50 anos) Doenças neuro-comportamentais Atopias – tendência familiar à desenvolver IgE contra alérgenos ambientais o Asma, Rinite alérgica, dermatite atópica Convulsões Anemias hereditárias o falciforme Consanguinidade Fatores socioeconômicos Características do domicílio Saneamento básico Animais domésticos Renda familiar Escolaridade e profissão dos pais LÍGIA LAVEZO FERREIRA 5 EXAME FÍSICO ROTEIRO: ANTROPOMETRIA EXAME FÍSICO GERAL EXAME FÍSICO ESPECIAL O exame físico da criança deve sempre ser realizado com paciência e gentileza (fala em tom gentil, forma de manipular ou conter a criança). Procedimentos finais são os mais temidos e “dolorosos”, por isso devem sempre ser explicados e previamente informados. Em toda a consulta (inicial, retorno, emergência) o exame físico deve ser completo. Tem início no recebimento do paciente observando seu estado geral: o Grau de atividade ou prostração, o Fácies, o Desconforto respiratório, o Irritabilidade e choro fácil, o Cianose e edemas Lactentes exame com o paciente em decúbito dorsal o Ausculta respiratória é realizada em região torácica anterior o Só passa para o decúbito ventral quando fez avaliação do estado geral e de todos os sistemas possíveis em decúbito dorsal. Criança maior 2 anos é capaz de sentar e compreender ordens simples o Exame físico semelhante ao do adulto Por aparelhos e sistemas e não em decúbitos ANTROPOMETRIA Peso Comprimento Altura, Perímetro encefálico e abdominal Peso Crianças menores de 2 anos ou até 16 kg se pesa em balança pediátrica Crianças maiores de 2 anos balança plataforma LÍGIA LAVEZO FERREIRA 6 Comprimento Antropometro horizontal para crianças muito pequenas que não ficam em pé o Cabeça na parte fixa e pernas na móvel o Tentar esticar ao máximo as pernas (lembrar que recém nascidos apresentam uma maior tonicidade muscular, com isso as pernas ficam mais arqueadas)LÍGIA LAVEZO FERREIRA 7 Antropômetro vertical crianças maiores Perímetro cefálico Fita métrica passada pela parte mais saliente do frontal (glabela) e occipital Pode medir até o adolescente, mas é obrigatório até os 3 anos de idade, pq ajuda a determinar o desenvolvimento encefálico Microcefalia abaixo de 32 cm no perímetro cefálico Perímetro torácico < 3 anos: deitado > 3 anos: em pé A fita métrica deve passar na altura dos mamilos LÍGIA LAVEZO FERREIRA 8 Perímetro abdominal Fita métrica passada na altura da cicatriz umbilical EXAME FÍSICO GERAL Impressão geral Pele e anexos Mucosas Ritmo respiratório Nível de consciência Estado nutricional Técnicas básicas para exame físico Inspeção o Processo de observação o Ferramentas: olhos e nariz o A inspeção é feita pelos olhos e nariz (sentir odores)..... o Processo continuo durante a anamnese e o exame físico o Cuidados: iluminação básica e iluminação tangencial o Iluminação tem que ser natural (luz natural, não artificial), sem cores, para não atrapalhar. o Ela já começa na hora que o paciente adentra o consultório – observar fácies, estado de atenção, nutrição.... Palpação Para determinar Usar Posição, textura, tamanho, consistência, liquido, crepitação, forma de uma massa ou estrutura Superfície palmar dos dedos e coxins dos dedos Vibração Superfície ulnares dos dedos e mãos Temperatura Superfície dorsal das mãos LÍGIA LAVEZO FERREIRA 9 Percussão o Percutir tórax ant nos espaços intercostais, de 3 a 5 percutidas o Movimento de punho o Maioria das crianças não consegue percutir nos espaços intercostais pq estão gordinhas o Sempre comparativa Ausculta o A mais usada o Ausculta cardíaca e abdominal o P.A toda criança acima de 3 anos tem que aferir pressão arterial É mais baixa que do adulto SEMIOTÉCNICA DE RECÉM NASCIDOS DIVISÃO ETÁRIA DA PEDIATRIA Recém-nascido: 0 a 28 dias Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses Adolescência: 10 anos a 20 anos LÍGIA LAVEZO FERREIRA 10 Em pediatria tem 2 seguimentos importantes recém nascidos (até 28 dias de vida), e os acima de 2 meses de idade Período perinatal: 22 semanas – 7 d o Antes do nascimento (22 semanas completas de gestação – 154 dias – 5 meses e meio) até os 7 dias completos após o nascimento Período neonatal: 0 - 28d o Precoce: 0-7d 7 dias completos após o nascimento É hj o responsável por 50% das taxas de mortalidade infantil do país Depende da assistência pré-natal e assistência ao recém- nascido Tem poucos leitos para recém-nascidos o Tardio: 8-28 d Do 8 dia após o nascimento até 28 dias A semiotécnica começa no período neonatal, com a medida do crescimento uterino. Nota-se a diferença entre crianças prematuras e criança com dificuldade no crescimento. Semiotecnica é diferente para os recém nascidos pq tem algumas características que levam o pediatra a examinar principalmente com os olhos o Inspeção é o mais importante na semiotc do recém nascido, do que a palpação IDADE GESTACIONAL OMS Cada idade gestacional apresenta uma característica especifica Pré-termo: menor ou igual 36 semanas e 6 dias Prematuro – todo RN que nasce antes da 37ª semana Características o Pele lisa e fina, não queratinizada. Quanto mais enrugada e queratinizada maior a idade gestacional, o Unhas compridas o Quanto mais prematura a criança menos dobras no pavilhão auricular, menor a curvatura, porque o processo de formação de cartilagem ainda está incipiente no prematuro. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 11 o Prematuro praticamente não tem glândula mamária (abaixo do mamilo), não sente nada (carocinho) Quanto maior a glândula mamária maior a idade gestacional o Auréola também é menor em mais novos (idade gestacional) do que os mais velhos. o Existem fatores respiratórios no bebe que não estão presentes até 36smn, que tem em 37 Então insuficiência respiratória tem hipótese diagnóstica diferente na 34 semn do que na 37 semn Termo 37ª semana a 41ª semana e 6 dias Pós-termo maior ou igual 42 semanas CLASSIFICAÇÃO POR PESO AO NASCER Precisa saber o peso da criança para fazer medicação, saber nutrição Primeira coisa é pesar e medir a criança - antropometria Baixo peso menor 2500g - desnutrida o Pode ser por ser prematura e nasceu antes do tempo, ou chegou na gestação completa de 40 semn com peso de 2500g, é por baixa perfusão plascentária Tem hipoglicemia, hipocalcemia, distúrbios respiratórios. Muito baixo peso menor que 1500g Extremo baixo peso menor 1000g GIG excesso de peso, filho de mãe diabética ANAMNESE A anamnese do recém-nascido (RN) inclui as etapas anteriores ao seu nascimento. Os fatores gestacionais e as condições periparto apresentam grande importância nessa faixa etária. Identificação Inicia-se a avaliação pela identificação com o nome, sexo, idade, etnia, naturalidade (nesta faixa etária, geralmente coincide com a procedência), filiação, endereço A queixa principal e a anamnese são informadas pelo responsável o Ficar atento ao fato de que, muitas vezes, a queixa dos responsáveis pode induzir a um falso diagnóstico. Bebe chorando – mãe acha que é dor, mas quando o alimenta para de chorar (era fome). LÍGIA LAVEZO FERREIRA 12 Dados maternos Idade, estado civil Data da última menstruação (DUM – Regra de Naegele) o Para determinar idade gestacional o Regra de Naegele: Adicionar a data da DUM sete dias e somar nove meses (ou diminuir 3 meses) Exemplo: DUM: 02/08/2004 Data provável do parto: 09/05/2005 (40 sem – 280 dias) o Precisa saber idade gestacional pelo ultrassom, pela Naegele, pelo exame físico neonatal (semiotécnica) e pelo capurro. o Capurro ex somático Textura da pele Forma da orelha Glândula mamaria Formação dos mamilos Pregas plantares Número de gestações Paridade Abortos Doenças maternas durante a gestação o Tem correlação com a avaliação inicial do bebe, pq podem causar doenças no feto. Pré-natal Uso de drogas e medicamentos o Talidomida causa malformações das extremidades Numero de consultas pré-natais Exames sorológicos Exames ultrassonográficos o Detecta defeitos no tubo neural (meningocele...) ajuda a determinar oq vai encontrar qnd o nenê nasce Parto Tipo de parto, indicação de cesárea, Anestesia. Tipo de parto normal pode causar alterações somáticas decorrente desse tipo de parto (por ter fratura de clavícula, tração muito forte durante o parto e causa lesão no plexo braquial) o A fisiologia do parto normal favorece o trato respiratório do bebe LÍGIA LAVEZO FERREIRA 13 Indicação de cesárea só pode ser feita quando esta em trabalho de parto, se não pode causar danos à criança, retardo da absorção do liquido alveolar Uso de anestesia pode causar alterações respiratórias no bebe AMBIÊNCIA DO RECÉM-NASCIDO CALOR E UMIDADE preservação do calor do RN, e retirar umidade para evitar perda de temperatura (enxugar rapidamente) Preservação do calor, bebe esta dentro da barriga da mãe a 37°, e na sala obstétrica está cerca de 26°, deve preservar esse calor Ele nasceu e deve ser enxugado rapidamente,para não perder temperatura o Se cair muito a temp cai o O2, e causa hipoxemia na criança Deve clampear o cordão dp de 1 a 3 min depois de sair da barriga da mãe o Aumenta as concentrações iniciais de hemoglobina e os estoques de ferro nos bebês o Conduta de manter a criança mais tempo sem clampear é para aumentar fluxo sanguíneo vindo da placenta, e previne anemia depois do 3 mês o Pré termo (nasce anteriormente aos nove meses) deve ficar apenas de 30 a 60 segundos junto à mãe e o pós termo nasce com o olhar de vigília Examinar a criança em ambiente fechado sem ventilação pq a criança tem uma perda de água muito grande criança de 3 kg perde 0,5ml/Kg/hora de água o Por isso fechado sem ventilação para não acontecer hipotermia SONS E RUÍDOS deve manter o ambiente silencioso Criança na barriga da mãe está em ambiente quente e silencioso o Barulho grande criança faz reflexo de moro (levanta a mão em susto), pq pode deixar a criança em vigília e causar insuficiência respiratória LUZ E CLARIDADE estimula vigília Recém nascido dorme cerca de 16 h por dia o Deve deixar escuro, pra maior conforto LÍGIA LAVEZO FERREIRA 14 Ambiente da sala de parto: campo estéril, aquecido, sala de parto a 23 graus. Envolver o bebe em um pano, para preservação do calor após o nascimento. Frio pode provocar acidose, isquemia, hipóxia. Manter a criança de um a três minutos próxima da mãe (antes de cortar cordão), e somente após esses 1- 3min cortar o cordão umbilical, situação que resulta em menos situações de anemia e menos riscos de hemorragia futuramente. Pediatra junto ao obstetra, observando, pois se o recém-nascido não estiver bem deve haver intervenção imediata. Três a quatro ordenhas do cordão umbilical em recém-nascido está relacionado com menor mortalidade do neonato precoce (em pesquisa ainda). Criança não suporta muita claridade, e ambientes barulhentos. Manipulação rápida da criança e a luz deve ser apagada, baixa ventilação, luminosidade e bem aquecido. CUIDADOS IMEDIATOS AO RN Inspeção o Cor o Tônus o Choro ou esforço respiratório o Atividade espontânea mto importante, pq já determina que a criança não esta bem apenas pela inspeção. Avaliação inicial da saída da barriga da mãe é importante Deve avaliar cianose e tonicidade, e choro (sinal de que a criança promoveu a primeira inspiração) Cor Criança nasce cianótico (pelo menos de extremidade), o Pq a saturação sanguínea da criança e em torno de 65 a 67% dentro da barriga da mãe o Mas até o 1 a 5 min o bebe está cianótico o Todo bebe nasce com cianose de extremidades, depois ele vai oxigenando e ficando rósea Tônus Todo bebe nasce com certo grau de tonicidade o Pernas e braços fletidos o Criança não pode nascer hipotônica, se nascer hipotônica tem que reanimar LÍGIA LAVEZO FERREIRA 15 Choro Pelo choro sabe que a criança está respirando adequadamente, se nascer sem choro tem que reanimar. Em seguida deve avaliar freq. cardíaca é o parâmetro que vai determinar as diferentes manobras de reanimação neonatal o A freq. cardíaca deve ser avaliada por meio do cordão umbilical (tem 1 veia e 2 artérias – veia maior e artéria menor) o Conta qnts batimentos tem em 6 seg e multiplica por 10, pelo cordão umbilical o Depois só determina pelo estetoscópio por um minuto Atividade espontânea Irritabilidade reflexa todo bebe que estiver bem vai reagir, em criança com depressão não vai reagir o Determinado pelo espirro e tosse Ve qnd vai aspirar a criança (primeira manobra que vai tocar na criança até ai só inspecionou) Cuidados com o RN: inspeção da cor (geralmente nasce cianótico), tônus (geralmente contraído), choro ou esforço respiratório, atividade espontânea. Crianças que se movem pouco na UTI, é perigoso, pois sempre estão em estado de vigília. Hipoativa é sinônimo de problema em RN. Proteger bem a cabeça do neném, porque perde muito calor. Cabeça para a lateral, no momento do nascimento, pode designar asfixia. Pode nascer com mecônio (escórias do intestino) se houve falta de oxigenação dentro do útero, pois a criança estava em acidose e relaxa o esfíncter, excretando mecônio e se impregnando com ele. MECÔNIO subst. presente no tubo intestinal que tem suco pancreático, intestinal, bile, resto de céls intestinais Formado a partir da 16ª a 18ª semana, presente no tubo intestinal até o período que a criança nasce, e após nascimento elimina mecônio. o Eliminado após o nascimento Eliminação antes (intra uterino) por supressão respiratória intrauterina (sofrimento do feto) ou por maturidade do feto o Mecônio dentro do liq aminiotico é complicado, pq o feto deglute e aspira liquido amniótico, que entra no pulmão, causando grandes problemas. Crianças que passam do tempo de nascer pós datismo – pós-termo o Motilina (um peptídeo intestinal que estimula o peristaltismo) é eliminada na criança e aumenta as contrações intestinais e a criança elimina o mecônio no liquido amniótico. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 16 o Criança pode nascer toda manchada de verde, cordão umbilical verde, por estar impregnado com mecônio. o Em determinadas situações, nasceu com mecônio, e hipotônica tem que reanimar- insuficiência resp. o Se nasceu com mecônio e esta chorando bem, não precisa clampear imediatamente, pq não aspirou mecônio. LESÃO DE PLEXO BRAQUIAL mão virada para trás Pq obstetra puxou muito a cabeça da criança durante o parto. FRATURA DE CLAVÍCULA pela manobra de alavanca no parto normal – puxou muito Essa é percebida com o lado fraturado com hipoatividade, edema e mão voltada para trás. ARQUEADURA DOS PÉS E PERNAS Criança nasce com perna arqueada e com pé virado para dentro –normalmente Se tiver muito torto tem que avaliar se é pé torto congênito ou não Crianças com pés virados pra dentro (má formação da musculatura, posição, infecção). Pode haver necessidade de prótese devido à displasia de quadril. FREIO LÍNGUAL CURTO língua forma um V - língua contraída (observar enquanto a criança está chorando) FREQUENTE NO RN: BOSSA SEROSSANGUINOLENTA extravasamento de liquido no subcutâneo decorrente da pressão exercida na hora do parto, cabeça protusa (por compressão da cabeça) Está no subcutâneo, é um edema mole indolor e desaparece em 2 a 3 dias até no máximo 1 semn Acúmulo de líquido no subcutâneo Por compressão da cabeça durante o parto CEFALO-HEMATOMA Decorrente da compressão no canal de parto, mais frequentemente por uso do fórceps no parto. Lesão do periósteo causando sangramento entre o periósteo e a calota craniana o Sangue acumulado pode ser degradado, produz bilirrubina, causando ICTERÍCIA, e pode ir ao SNC (principalmente núcleos da base) da criança e causar lesão neural irreversível. o Leva a um aumento de hemólise levando a icterícia Pode levar a um quadro fatal e limita os ossos craniais. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 17 Fica limitado aos ossos do crânio, é um edema limitado, doloroso, e elástico, pq o periósteo é elástico Doloroso Demora meses para reabsorção total e forma um calo ósseo (fibrose). CONDIÇÕES DE EXAME: Tempo de exame: 5 a 10 minutos (forma rápida). o Tem que examinar mto depressa pq qnt mais tempo fica com ele mais ele chora, e mais ele perde calor Condições ambientais: Tem que tirar a roupa do bebe, fecha-se as janelas devido a intolerância ao frio (ar condicionado com aquecimento). o Ambiente aquecido Manipulação do recém nascido:ultimo exame é na boca e penúltimo no ouvido (otoscópio). Pede para os pais seguraram o braço e coloca a espátula na língua e abaixa (criança maior). o Bebe só encosta a ponta da espátula no lábio superior que por reflexo ele abre a boca. o Escrever coisas que são observadas para passar aos pais. o Não manipular demais pq a criança chora mto, e com isufic resp causa baixa perfusão sanguinea FR 40- 80 Criança chorando não consegue resp as 80x por min, e causa baixa oxigenação Presença dos pais: menos no momento de pesar, se não a criança se joga ou a mãe segura e altera a pesagem da criança. o O bebe pode ser pesado tranquilamente porque ele não rola até o quinto mês de vida. Deve o exame ser sempre na presença dos pais, para diminuir ansiedade, deixar mais tranquila a mãe e criança. Problemas detectados: Afundamento no apêndice xifóide: insuficiência respiratória grave, porque a criança utiliza o abdome para respirar, o afundamento mostra um aumento do esforço respiratório (avaliação da FR observando o abdome em geral). Observar quantos vasos são encontrados no cordão umbilical. Falta de uma artéria pode designar má formação renal. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 18 EXAME FÍSICO MENSURAÇÃO DA CRIANÇA: antropômetro Não tentar esticar as pernas, então deve ser mensurado com a flexão das pernas A parte fixa do antropômetro fica na cabeça, e a móvel nas pernas Parte fixa na cabeça e parte móvel no pé, entretanto o bebê está com tônus em flexão (devido a posição fetal dentro da barriga da mãe). Por convenção, esse é tamanho da criança ao nascer, depois há o relaxamento da musculatura e torna-se mais fácil a mensuração (por isso criança cresce 3 cm na primeira smn). Perímetro cefálico: avaliado no maior diâmetro da cabeça, a 1 cm acima do pavilhão auricular, passando pela parte mais alta do occipital (microcefalia- abaixo de 32 cm). o Criança com aumento muito rápido pode designar hidrocefalia Perímetro torácico: feito bem na reg mamilar, no período médio da insp e expiração (não pode ser inspirado nem totalmente expirado) o É menor que o cefálico cefálico maior 2 cm em relação ao torácico e se igualam no quinto mês de vida. O cérebro no primeiro ano de vida cresce muito e precisa de espaço. O tórax cresce até atingir a simetria. No 6 mês o perímetro cefálico e torácico devem se igualar, para saber se tem patologia No primeiro ano de via até os 12 meses o cérebro da criança atinge 75% do tamanho da vida adulta, e ate 04 ano de vida chega a 85% AUSCULTA: Estetoscópio próprio para criança (campânula menor, com proteção lateral). o Se a criança estiver chorando deve-se esperar que ela se acalme (chupeta com glicose para acalmar). Não tem divisão típica como no adulto, pq o coração é mto pequeno, e deve usar esteto com campanula pequena de recém nascido. Ausculta do lado direito é sempre mais intensa que a esquerda, pq o broncofonte direito é mais retificado e então é mais nítido no lado direito que o esquerdo. PERCUSSÃO LÍGIA LAVEZO FERREIRA 19 PALPAÇÃO: com a polpa digital, não usa palma da mão como no adulto. Feita com o coxim dos dedos. Palpação do abdome de baixo pra cima. o Levanta a perninha da criança, e ela deve estar tranquila (feita no fim). o Bebe tem respiração predominantemente abdominal, então preciso acompanhar a respiração da criança, e não devo palpar na inspiração, só na expiração Dificilmente ocorre palpação do baço e fígado o Fígado é palpável cerca de 2 cm a 2,5cm do rebordo costal o Baço não é palpável normalmente REFLEXOS: Reflexo tônico cervical reflexo do arqueiro Viro a cabeça ela ergue a mão contra lateral Feito para avaliar problemas de origem neurológica. Reflexos primitivos devem estar presentes Reflexo da pressão palmo-plantar pressiona a mão e o dedo inverte, flete em cima do nosso dedo Reflexo de pressão colocar o dedo na palma da mão do bebe Reflexo de busca (procura o seio da mãe) Reflexo de extrusão da língua (eleva a língua) Obs.: sem esses movimentos deve-se procurar uma fono. Reflexo da sucção ela suga tudo que coloca na boca, não é fome Reflexo da marcha coloca em pé e empurra pra frente (como se andasse) Reflexo de moro balança o neném e ele levanta as mãos em susto, importante para avaliar o neném o Reflexo de descer e subir a criança e ela abre os braços Moro LÍGIA LAVEZO FERREIRA 20 Maioria dos reflexos vão até a 7 meses de idade, dp desaparecem AVALIAÇÃO DE DISPLASIA DE QUADRIL: manobra de ortolani para detectar Manobras de BARLOW-ORTOLANI e ORTOLANI primeiros 15 dias Displasia do quadril posicionamento da cabeça do fêmur para o acetábulo está fora de posição, e o fêmur não encaixa e da atrofia da cabeça do fêmur e acetábulo, se feito essas manobras detecta cedo, e tem como corrigir (mov de abertura e deixar a criança nessa posição por 6 meses até o osso se encaixar), agora se não detectar por essa manobra após 1 meses e já é tarde para tratar Ortolani: Cabeça do fêmur fora da posição ideal no acetábulo. o Recolocação da cabeça do fêmur no acetábulo – reduz a cabeça do fêmur o Positivo qnd ouve estalido – indica que a cabeça do fêmur entrou no acetábulo o Adução das perninhas, empurrando-as pra frente (dentro do acetábulo), então abre-se as perninhas (abdução) e ouve uma crepitação. Deve ser investigado. Esta é a melhor manobra. O examinador segura as pernas dos lactentes de modo que seus polegares posicionem-se na parte medial das coxas e dos dedos na parte lateral das coxas do lactente. As coxas são abduzidas delicadamente, e o examinador aplica uma força leve nos trocanteres maiores com os dedos de cada mão. O examinador sentirá resistência a cerca de 30º de abdução e, se houver deslocamento, sentirá um estalido na redução do deslocamento. Manobra de Barlow: (deslocamento) o Manobra é realizada ao se aduzir o quadril (trazendo em direção à linha média) enquanto se aplica uma pequena pressão sobre o joelho, direcionando a força posteriormente o Positiva qnd ouve o estalido indica que o fêmur saiu da articulação. o É mais chata de fazer e é menos utilizada Manobras podem ser feita de 15 a 30 dias, pois não há correção apos esse período. Displasia de quadril Mais comum em meninas, e normalmente quadril esquerda, parto pélvico. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 21 LÍGIA LAVEZO FERREIRA 22 APARELHO GENITAL MASCULINO O aparelho genital masculino compreende pênis (prepúcio + glande + freio + corpo), bolsa escrotal, que armazena os testículos, epidídimos, cordão espermático, próstata e vesículas seminais. A uretra é uma estrutura comum aos aparelhos genital e urinário. PRÓSTATA Faz parte dos órgãos genitais internos da genital masculina. É uma glândula acessória da reprodução. o É uma parte do aparelho reprodutor masc serve para reprodução o Principal função consiste em criar um meio de transporte líquido adequado para os espermatozoides. É atravessada pela porção prostática da uretra, em curva suave Situa-se abaixo da bexiga No homem adulto, o tecido glandular da próstata é constituído principalmente de duas glândulas fundidas em um só corpo, denominadas zona periférica e zona central o Zona periférica é onde ocorrem mais as neoplasias Funciona como um compressor, que comprime uma esponja e esvazia todo o conteúdo do canal, por isso qndse tem mais de uma relação genital o conteúdo ejaculado é menor a cada ejaculação. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 23 A próstata localiza-se de tal maneira que sua face posterior fica bem próxima do reto, o que toma possível palpá-la pelo toque retal. Câncer de próstata US abdominal não serve para nada pq não vê a base da próstata, só o toque mesmo o PSA ex de sangue mostra o funcionamento da próstata, e não se tem ou não tumor, se tiver ele elevado pode ser por inflamação tb, então não é fiel para detecção de neoplasia. Após cirurgia para retirada da próstata pode desenvolver incontinência esfincteriana o Porque o músculo é atingido durante a cirurgia o Se for muito conservador, para preservar o músculo, porque a próstata se acha muito próxima à ele, pode deixar câncer. URETRA Compreende 3 partes: prostática, membranosa e esponjosa. o Na uretra prostática, deságuam os ductos ejaculatórios. Na parte inicial da uretra bulbar, desembocam os ductos das glândulas de Cowper (bulbouretrais produzem secreção mucoide esbranquiçada, rica em albumina, que serve para lubrificar a uretra distal). A uretra constitui o conduto para a eliminação da urina, estendendo-se do orifício interno da bexiga ao meato uretral No homem tem importante participação na função sexual, pois serve para eliminar as secreções prostáticas e as glândulas de Cowper, além de ser responsável pela ejaculação do esperma Qnd tem trauma de bacia pode rasgar a uretra, e dar uma estenose de uretra o Estenose de uretra diminuição da luz da uretra Queda cavalete cai bate o escroto e ocorre estreitamento no ducto, urina vem passa pela próstata, passa pelo esfíncter, mas sai pouca, por causa de um estreitamento do ducto (estenose de uretra) – fibrose cicatricial PÊNIS Formado pela raiz do pênis (parte fixa) o Situada no períneo o Composta de 3 massas de tecido erétil e uma parte livre, chamada corpo do pênis (tb de tec erétil) 3 tubos 1 esponjoso e 2 cavernosos o Corpo Esponjoso envolve a uretra peninana É atravessado em toda sua extensão pela uretra LÍGIA LAVEZO FERREIRA 24 Aloja-se na parte inferior dos cavernosos Envolvido pela túnica albugínea o Corpos cavernosos (2) envolvidos por uma membrana fibrosa e separados entre si por um septo são 2 que se intercomunicam Durante ereção o sangue entra nesses tubos (corpos) e os vasos se contraem e o sangue não sai - mantendo a ereção A ereção do pênis é um fenômeno essencialmente vascular. o O sangue penetra rapidamente nos espaços cavernosos através das artérias causando distensão dos corpos cavernosos. A ereção pode ser iniciada por estímulos locais, que alcançam os centros lombossacros, via nervos pudendos, ou por estímulos puramente psíquicos nascidos no cérebro, com grande participação dos centros hipotalâmicos. Trauma pode romper a cápsula do corpo cavernoso, ou face ant ou post (normalmente a ant), parecendo um osso quebrando GLANDULAS SEMINAIS Situados acima da próstata e atrás da bexiga As vesículas seminais são glândulas secretoras de um líquido albuminoso e alcalino, capaz de ativar os movimentos dos espermatozoides, graças à sua riqueza em frutose. A secreção seminal, cujo pH é alcalino, protege os espermatozoides contra a acidez do meio vaginal durante algum tempo após o coito. As vesículas seminais são produtoras de prostaglandinas - substância de múltiplas ações farmacológicas. Suas funções são reguladas pela testosterona LÍGIA LAVEZO FERREIRA 25 ALTERAÇÕES PRÓSTATA E GLANDULAS SEMINAIS O exame desses órgãos é feito pelo toque retal (seminais não costumam ser palpáveis) o Próstata na face anterior do reto, logo acima, de cada um dos lados, as gandulas seminais, Exame de Toque toca pelo reto a parte posterior da próstata. o Normal consistência fibroelástica Se faz o PSA e está normal há menos de 5% de chance do paciente ter câncer de próstata. Incontinência urinária diagnóstico clínico o Paciente elimina urina sem perceber e quase continuamente. o Observado nas manifestações completas de epispadia, em lesões raquimedulares e esfincterianas. Retenção urinária diagnóstico é feito, basicamente, por anamnese e exame físico, sendo importante tentar definir o tipo de retenção e seu agente causal. o Se a próstata contrai a bexiga sofre, pq não consegue expelir a urina. Hiperplasia prostática benigna o Causa obstrução da bexiga, porque a próstata tem 6 lobos, dois laterais, um anterior, um posterior, e um mediano (comissural e cervical), que podem obstruir o ureter e levar a um problema renal o A hiperplasia prostática impede o alargamento do lúmen uretral, a diminuição de seu comprimento e a redução da tensão de suas paredes contra o lúmen durante o início da micção, alterando completamente a urodinâmica. o Obstrução bexiga doente perde ureter perde massa renal insuficiência renal Câncer de próstata externo e interno o Interno só percebe após o toque e PSA o Sistema de estadiamento TNM o Metástase em gânglios ilíacos e osso o Pede cintilografia óssea e tomo de osso para ver metástase LÍGIA LAVEZO FERREIRA 26 PÊNIS Estruturas arterial e venosa do pênis As artérias que levam o sangue para os espaços cavernosos - artérias helicinas - são ramos da artéria profunda e das artérias dorsais do pênis. o Durante a excitação elas enchem os corpos cavernosos de sangue. As veias convergem para o dorso do pênis para formar a veia dorsal, a qual drena o sangue para o plexo prostático. o As veias que drenam o sangue que foi colocado no corpo cavernoso pelas artérias dorsais e profunda. o Durante a ereção, como os corpos cavernosos ficam cheios de sangue a veia dorsal se achata, e sai pouco sangue de dentro dos corpos cavernosos, mantendo assim a ereção. Os nervos penianos originam-se do 2°, 3° e 4° nervos sacros, por meio dos pudendos e do plexo pélvico. Doença de Peyronie fibrose idiopática dos corpos cavernosos e do septo que os separa o Fibrose ocorre na túnica albugínea dos corpos cavernosos o Dor à ereção e encurtamento do pênis, impedindo as vezes o ato sexual Na hora de ereção puxa pro lado (pênis torto) Curvatura do pênis se faz no sentido da lesão o Diagnóstico pela palpação dos corpos cavernosos sente presença de nódulos fibrosos o Tratamento é cirúrgico em casos mais graves (mas perde cerca de 1 cm do tamanho) ou implante de prótese peniana Priapismo ereção prolongada e dolorosa o Por alta oferta de sangue (arterial), ou por problema de fuga desse sangue (venoso) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 27 o O mecanismo básico do priapismo é essencialmente vascular, mas as causas são várias – neurogênicas, infecciosas traumáticas hematológicas (leucemia e anemia falciforme) uso de injeções intracavernosas de papaverina e prostaglandina. o Contudo, em boa parte dos pacientes, não se consegue determinar o fator etiológico. Todos os tipos de tratamento para aumento peniano são todos picaretagem. Fratura peniana pelo rompimento dos corpos cavernosos o Proveniente de trauma no ato sexual (com o pênis erétil) o Rompe a túnica albugínea do cavernoso e as veias de baixo Disfunção erétil perda da capacidade vascular da ereção o O sangue entra e sai, não ocorre achatamento das veias o Diabeticos, fumantes.... Fimose afecção na qual o orifício prepucial é tão pequeno que não se consegueexpor a glande. o Pode ser congênita (+ comum) ou adquirida o Adquirida de corrente de processo inflamatório acompanhado de edema e formação de tecido cicatricial. Inflamação por infecção com cândida - má higiene o É precursor do câncer peniano é um fator de irritação crônica que conduz ao aparecimento do carcinoma do pênis Carcinoma do pênis é raramente observado em pessoas circuncisadas na infância Hipospádias são depressões o Deformidade congênita na qual a uretra se abre na face ventral do pênis, fora de sua posição normal, porém ao longo do seu trajeto. o É a anomalia congênita mais comum da uretra o Fusão incompleta das pregas ou dobras uretrais. o Constitui uma barreira anatômica, podendo levar a dificuldade de fertilização o Tem que suturar até os 2 anos de idade LÍGIA LAVEZO FERREIRA 28 Câncer peniano disseminação hematogênica e linfática o Morre por choque hipovolêmico Rompe artéria femoral do paciente Escroto ou bolsa testicular (não existe bolsa escrotal) o Bolsa cutânea que contém os testículos, os epidídimos e a parte mais proximal dos cordões espermáticos o De fora para dentro, o escroto é formado pela: Pele Túnica de Dartos Fáscia espermática externa Músculo cremaster Fáscia espermática interna Túnica vaginal própria. Serve de sustentação para os testículos e tem importante papel na regulação da temperatura com relação ao ambiente. Varicocele varizes do plexo panpiniforme que envolve o cordão espermático o Mais comuns no lado esquerdo veia espermática é tributária da renal e não tem válvulas Mais comum do lado esquerdo do que direito pq a drenagem para a veia renal é por ângulo reto, do lado direito leva em ângulo obliqua a veia lombar. o Do lado direito a veia espermática desagua na cava LÍGIA LAVEZO FERREIRA 29 Toda vez que se constata varicocele direita deve-se pesquisar um tumor retroperitoneal Se acontecer do lado direito tem que pesquisar se não tem obstrução o Leva a infertilidade o Precisa de cirurgia Tratamento resseca as veias o Causa mais reversível de infertilidade se tratar volta a ser fértil Distopias testiculares (criptoquirdia) o É o posicionamento congênito do testículo fora do escroto, por falha de sua migração a partir de seu local de origem embrionária abdominal até a bolsa testicular. o Pode causar esterilidade (temperatura da parede abdominal é mais elevada que do saco testicular) Sinais e sintomas das alterações no trato urinário: LÍGIA LAVEZO FERREIRA 30 Alterações na micção, edema, dor, febre, alterações no ritmo urinário e no aspecto da urina. Sendo que as alterações são: Oligúria excreção de um volume urinário menor que as necessidades fisiológicas, sendo a causa principal lesão renal Poliúria diurese maior que 2500 ml, insuficiência renal crônica moderada Anúria diurese menor que 100ml, obstrução das artérias renais e ureteres ou necrose cortical bilateral Disúria dor, ardor causado por inflamações no ureter e alergias Urgência necessidade incontida de ir ao banheiro Polaciúria necessidade de urinar varias vezes no intervalo de duas horas Noctúria necessidade de urinar durante a noite devido a perda da capacidade de concentrar a urina Retenção urinária incapacidade de esvaziar a bexiga devido a obstrução no ureter Incontinência eliminação involuntária da bexiga, causado por bexiga neurogênica Piúria números anormais de leucócitos na urina, geralmente devido a infecções urinárias e pielonefrite aguda Aspecto normal: urina transparente, amarelada. Alterações são: Hematúria (sangue na urina) Hemoglobinúria (hemólise intravascular) Mioglobubinúria (destruição muscular) Porfirinúria (porfirina na urina—marrom) Vasectomia- não tem espermatozóide no ejaculado, mas continua ejaculando, sendo que problema no testículo, próstata ou vesícula seminal pode dificultar a ejaculação. Exame do testículo – palpação, sendo que se deve verificar a consistência deste. O paciente deve estar em decúbito dorsal ou posição ortostática. Verificar o tamanho, características da pele e aspectos vasculares. Se o escroto estiver aderido anteriormente ao testículo diagnostico de goma sinfilitica e posteriormente seria tuberculose epididimária. A sequência de palpação é: testículo, túnica intima, epidídimo, cordão espermático e anel inguinal externo. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 31 Varicocele dor testicular, infertilidade e manobra de Vasalva para detectar, visto que a veia dilata, quando se prende a respiração. Causas de Infertilidade: ósteo externo da uretra no local errado (hipospádia), testículo acima (criptoquidismo), varicocele Hiperplasia prostática benigna crescimento benigno da próstata, atrapalha saída de urina Próstata é um obstáculo pra saída da urina. Crescimento concêntrico da próstata interfere na excreção Células renais não se regeneram devido a uma obstrução prostática pode se afetar células renais. Câncer de próstata- crescimento excêntrico, não interfere na ida ao banheiro. Câncer só vai afetar depois de 67 anos. Paciente com suspeita de câncer, este ocorre na zona periférica da próstata por isso, a importância do toque retal, é imprescindível destacar que ultrassom não detecta câncer de próstata, desde que seja transrretal. Além disso, só o exame de sangue não serve pra substituir o toque porque o tumor pode estar dormente. O toque depende da posição correta, da lubrificação e introdução do dedo por movimentos giratórios. Deve-se examinar o tamanho da próstata, a consistência, o sulco mediano, sua mobilidade, seus contornos e sua superfície. Câncer peniano relacionado com má higiene – fimose por inflamação Principal fator de mortalidade choque hipovolêmico por comprometimento da artéria femoral Fimose não exposição da glande do pênis, sendo que fimose, estenose de meato uretral geram um jato urinário fraco e lento. Priapismo- ereção persistente, prolongada e dolorosa, sem desejo sexual. Pode ser causado por infecções, traumatismo, leucemia e anemia falciforme. . Hipospadias a uretra se abre fora daposição normal, mas dentro do trajeto Hemospermia presença de sangue no esperma, causado por cirrose, esquistossomose LÍGIA LAVEZO FERREIRA 32 SEMIOTÉCNICA OFTALMOLÓGICA Todo médico deve saber fazer um exame oftalmológico básico, obtendo e interpretando corretamente os dados fundamentais. Doenças oculares podem refletir-se em outros setores, da mesma maneira que as de outros sistemas podem ter importantes manifestações nos olhos. Exemplos: o exoftalmo (olhos saltados) sugere sempre hipertireoidismo o blefaroptose (Ptose palpebral olho caído) pode ser uma manifestação de miastenia gravis. Observar a maneira do paciente andar (por ai já ve se tem boa visão), exame já inicia com a entrada do paciente Ver se tem supercílio, tamanho da pupila, simetria dos olhos, cor da pele, abertura do olho Fazer anamnese bem feita (remédios, inicio, duração...) O que é importante na oftalmologia ver acuidade visual do paciente o A acuidade visual é testada em cada um dos olhos separadamente. o Ao se ocluir o olho que não está sendo examinado, deve-se evitar pressioná-lo, pois isto pode provocar distorção na imagem com diminuição da acuidade visual. o Se o paciente usar óculos, esta acuidade deve ser avaliada com a correção óptica.MEDIDA DA VISÃO OPTOTIPOS: são símbolos usados para medir a acuidade visual ESCALA DE LANDOLT outro tipo de escala que tem como base um anel (coroa circular) incompleto, negro , que lembra um C o A largura do anel e a abertura é um quinto do diâmetro exterior o Menos usado ESCALA DE SNELLEN Método mais usado o Há letras de diferentes tamanhos, equidistantes 5 cm. o Figuras (“E”) – tipo iletrado para adultos e crianças que não sabem ler o O paciente fica sentado a aproximadamente 6 m (20 pés) de distância da escala Quanto mais afastado estiver o quadro, menor é a imagem na retina. Combinando estes dois fatores, tamanho das letras e distância entre o paciente e o quadro, é possível LÍGIA LAVEZO FERREIRA 33 determinar o ângulo visual mínimo que corresponde à melhor acuidade visual. o A acuidade visual normal por convenção é 20/20. Se o paciente é capaz de ler somente a linha 20/30, isso deve ser registrado o A medida é feita a seis metros de distância o Um olho de cada vez, normalmente primeiro o direito e depois o esquerdo - precisa tampar o olho o Deve ficar sempre com o óculos pra realizar o teste o Uso de projetor ÂNGULO VISUAL (α) Considera-se normal todo olho capaz de perceber separação de no mínimo 1 minuto de arco (sexagésima parte do grau) ACUIDADE VISUAL A acuidade visual remota ( para longe), é realizada a 6 m, ou 20 pés de distância LÍGIA LAVEZO FERREIRA 34 20 corresponde à distância que é feito o exame 200 corresponde ao tamanho da letra 20/200 significa que a letra maior é vista a 200 pés como se estivesse a 20/20 20/20 a 20/40 considerada visão útil, acima disso já não é visão útil 20/200 6 /60 0,1 20/100 6/30 0,2 20/20 6/6 1,0 20/10 6/3 2,0 Acuidade visual Se uma pessoa não enxerga nenhum dos optotipos deve-se deve-se caminhar na sua direção até o ponto em que este consiga identificar quantos dedos o examinador está mostrando (acuidade visual- dedos a 3 m). SPL sem percepção de luz cegueira total PL (PJ) percepção de luz, se tem ou não projeção de luz M/M movimento de mão C/D conta dedos (erguer os dedos e ver se o paciente sabe quantos tem) 20/400 (corresponde 6/120m) 0,05 (meio de visão) 20/200 (6/60) 0,1 Biomicrospópio Lâmpada de Fenda Microscópio de 400x de aumento 1. Exame da pálpebra o Investiga –se a cor, textura, posição e os movimentos das pálpebras, além de eventual edema 2. Exame da conjuntiva o Conjuntiva é uma membrana mucosa, transparente e fina, que reveste a esclerótica até o limbo e a superfície posterior da pálpebra. o Esclera normal tem cor branco-porcelana 3. Exame da córnea e íris o A superfície corneana normal é tão regular que forma excelente área de reflexão, de modo que pequenas alterações são facilmente observadas com uma boa iluminação o O examinador deve avaliar, em primeiro lugar, seu tamanho normal é 10,6 mm (parte vertical) por 11,7 mm (parte horizontal). Megalocórnea sugere glaucoma congênito, já a microcórnea faz pensar em rubéola. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 35 o Verificar opacidade, irregularidades o Para o exame detalhado da córnea, da câmara anterior, da íris e do cristalino, necessita-se da lâmpada de fenda; é um exame da alçada do oftalmologista 4. Exame da câmara anterior 5. Exame do Cristalino o Pequena lente transparente situada entre a íris, à frente, e o vítreo, atrás, presa ao corpo ciliar por um conjunto de fibrilas - a zônula. o Examinado com pupilaa em midríase (dilatada) e lâmpada de fenda o Ver deslocamento o Perda de transparência (catarata) o 6. Exame do seio camerular 7. Exame do vítreo anterior 8. Tonometria de aplanação 9. Exame do vítreo posterior 10. Exame de retina OFTALMOSCÓPIO para ver o fundo de olho Paciente muito jovem, de retina grossa, o fundo do olho é meio azulado Parte branca papila ou disco óptico de onde sai o nervo óptio, cabeça do nervo óptico Riscos vermelhos grossos são veias, e finos são arteríolas Mácula é a região mais nobre da retina SEMIOTÉCNICA ORTOPÉDICA ANAMNESE Identificação (idade, raça, sexo..) Queixa e duração dos sintomas (características da dor) História pregressa das queixas atuais LÍGIA LAVEZO FERREIRA 36 Interrogatório sobre outros aparelhos(digestório, respiratório) Antecedentes mórbidos pessoais, familiares e hereditários (perguntas sobre atividade física, alimentação) Maioria dos diagnósticos são feitos através da anamnese, por isso ela é fundamental Paciente na maioria das vezes já chega com exames prontos, encaminhado por outro profissional. Perguntar a queixa principal, que direciona para o problema, se é crônico ou agudo História prévia da doença atual nessa parte destrincha mais sobre a principal queixa, principal problema o Normalmente a procura por atendimento na ortopedia é por dor ou deformidade Principal sinal e sintoma da ortopedia dor e deformidade A consulta não deve ser prolongada, a anmnese deve ser direcionada, o que diminui muito o tempo História da pratica de exercícios é muito importante. EXAME FÍSICO Inspeção estática O exame físico começa sempre com a inspeção estática do paciente (paciente em pé com menor quantidade de roupa possível) Observa atrofias, aumento de volume, assimetria do tronco, hipertrofias Simetria corporal (ombro mais alto que o outro, sifotico) Deformidades (joelho valgo ou varo, atrofias, lesões dos tornozelos ou desvio lateral da coluna vertebral – alteram a marcha (inspeção dinâmica)) Posições viciosas Lesões cutâneas Atitudes Inspeção dinâmica Marcha o Observa a marcha, o tipo de marcha, as fases da marcha (fase de apoio, balanço....) cada fase pode ter uma alteração. Palpação Informações subjetivas e objetivas Palpação é fundamental, deve-se palpar grupos musculares, articulações, LÍGIA LAVEZO FERREIRA 37 Palpação dá sinais subjetivos e objetivos, se é dolorosa ou não, móvel, consistência. Deve incluir tecidos adjacentes ao osso. Observar: o Aumento de volume o Consistência o Formato o Localização o Tamanho o Relação com os tecidos moles o Sinais flogísticos (dor, edema, calor, rubor) Mensuração Sempre comparativa, podendo ser circunferencial (hipertrofia ou atrofia) e longitudinal o Pra fazer mensuração longitudinal do membro inferior usa ponto de referencia proximal o trocanter maior, mas não é um ponto preciso, então usa espinha ilíaca como ponto de referência o Medida circunferencial tb é comparativa, e escolhe o local que quer medir Diferenças entre membro inferior são necessários de verificação (escanograma) o A verdadeira mensuração só é feita com escaneograma coloca uma régua de ferro e radiografa todo o membro (em várias tiradas) e mede, ou de forma digital, e no próprio comp o radiologista mede. Mobilidade passiva Eixo sempre na articulação Amplitude de movimentos o Amplitude articular toda articulação tem uma amplitude normal Precisa conhecer de cada articulação o Muitas patologias do quadril limitam rotação interna do quadril, por isso precisa saber como se faz. o Articulação do ombro (manguito rotador) dor irradia para braço o Articulação do quadril dor irradia para permas e joelho Bloqueio na extensão (ex: -20 para extensão) o Extensãovai de 0 ate o máximo, qnd falta 20 grauspra chegar na extensão total (0), fala menos 20° o Paciente com dor perde um pouco da extensão ativa (que ele mesmo faz), mas mantem a passiva (profissional que faz) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 38 Exame ortopédico nunca pode terminar sem o exame neurovascular precisa ver como está perfusão, está perfundindo bem? o Temperatura da perna, ver se é ortopédico ou vascular Mobilidade ativa (médico pede e paciente executa) : Amplitude e força muscular (0 a 5) 0 - sem contração nenhuma 1 - com contração mas sem movimento 2 - com movimento mas não vence a gravidade 3 - não vence resistência, mas vence gravidade 4 - vence resistência, mas não é uma força normal 5 - é uma força normal Manobras especiais São testes com atos específicos utilizados para evidenciar lesões determinadas. A maioria das patologias ortopédicas tem manobras especiais para diagnóstico o Teste da síndrome do túnel do carpo se comprimir a região por um tempo e o paciente falar que tem formigamento (parestesia) no nervo mediano o Confirmação por eletroneuromiografia (exame para ver lesão muscular) Informações adicionais espasmo muscular pode ser detectado imobilizando um músculo e mexendo outro adjacente. escoliose idiopática (sem causa aparente) típica do adolescente, escoliose postural (devido a uma perna mais curta que a outra por exemplo, sendo a escoliose compensatória). o Na escoliose, pode-se realizar um teste e há observação que um lado fica mais alto que outro (manobra de Adams). o Maioria das escolioses estão associadas a retificação da cifose torácica, diminuindo a capacidade respiratória. Teste para ligamento cruzado rodar a perna internamente e fletir o joelho, (sente uma parada brusca). o Na lesão de cruzado o diagnostico é clinico. Lesão de menisco sentida no espaço articular (falseia, sente algo que sai do lugar) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 39 Exames complementares Os exames subsidiário são para auxiliar o diagnóstico Exames de imagem são os mais utilizados o Radiografia É fundamental Pedir 2 incidências para mudar ângulo e diminuir sobreposição - RX de frente e de perfil o Tomografia Computadorizada Excelente para tecido ósseo, pobre para tecido mole Ótimo para traumas o Vantagens em relação ao RX: Possibilidade de imagem tridimensional, Medida precisa do coeficiente de atenuação tecidual (possibilitando distinguir entre estruturas diferentes) Natureza não invasiva Quase sempre diminuição da exposição à radiação. o Ressonância Magnética Melhor para ver tecidos moles (articulações) - dá detalhes Pode ser usada para o diagnóstico de alterações osteoarticulares o Ultrassonografia Usado para tecidos moles Alterações de partes moles, sobretudo periarticulares É um método inócuo, rápido e econômico Ótimo para ver musculo, ligamento, tendão, articulação (vê derrame articular) o Cintilografia óssea Usa contraste fosforo com tecnécio, é inespecífico, é usado para estadiar (detecção de metástase, tumores, avaliação de traumas...) o Eletromiografia para ver lesão muscular o Artroscopia para diagnóstico e para cirurgia. Quando não se chega ao diagnóstico por outros meios Recurso no diagnóstico e tratamento de lesões traumáticas do joelho, pode ser utilizada nas afecções mono articulares dessa articulação, possibilitando biopsia dirigida. Exames laboratoriais pouco usados em ortopedia o São exames inespecíficos o Mais em suspeita de infecções Hemograma Velocidade de hemossedimentação Fator reumatoide LÍGIA LAVEZO FERREIRA 40 FAN (fator anti-núcleo) Ácido úrico (gota) Dosagem o cálcio e do fósforo séricos e urinários Aumento da atividade osteoclástica com o consequente aumento da calcemia Ou perda de cálcio elevada pela urina Fosfatase alcalina e ácida Para avaliar e monitorar o grau de neoformação óssea e proliferação osteoclástica SEMIOTÉCNICA NEUROLÓGICA Quando estamos diante de um paciente, precisamos seguir algumas etapas para chegarmos ao diagnóstico: 4 passos para se chegar ao diagnóstico neurológico 1- Reconhecer função comprometida a. Verificar se há uma função neurológica comprometida b. Depende de uma boa história e um bom exame neurológico A primeira etapa para se chegar ao diagnóstico é reconhecer se há alguma função comprometida, e isso se dá através de uma boa anamnese e um bom exame neurológico Essa é a etapa mais importante do processo diagnóstico em neurologia 2- Identificar o local do Sistema Nervoso que foi afetado a. Depende do conhecimento de neuroanatomia 3- Definição da etiologia mais provável – hipóteses diagnósticas a. Depende do conhecimento das doenças e como elas podem se manifestar 4- Métodos complementares Se começar direto por métodos complementares a possibilidade de erros no diagnóstico é muito maior Ex: Paciente com cefaleia com características de migrânea (enxaqueca diagnóstico é só clinico), realiza Eletroencefalograma (EEG) que evidencia a presença de distúrbio epileptifome. A paciente não tem epilepsia!! o Muitas vezes enxaqueca rece o diagnóstico de uma doença desmielinzante por alterações do exame de imagem, mesmo que ela nunca tenha apresentado quadro clínico compatível com doença desmielinizante. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 41 Caso clínico: Sexo masculino, 25 anos. Ao despertar notou fraqueza em membro superior direito de predomínio distal, associada a hipoestesia no mesmo. Hipóteses diagnósticas Déficit focal de início súbito Comprometimento do sistema nervoso central – AVE? Comprometimento do sistema nervoso periférico – Neuropatia aguda compressiva? Precisa saber diferenciar um comprometimento central de um periférico, para poder direcionar melhor o diagnóstico: Comprometimento central: o Além da fraqueza em MSD: Desvio de rima para esquerda Fraqueza em MID Alteração da linguagem - afasia o Histórico de cardiopatia, vasculites o Exame físico Hipertonia, hiperreflexia, sinal de Babinski (reflexo plantar). Comprometimento periférico o Na noite anterior, ingesta excessiva de bedida alcoolica, dormiu sobre o MSD. o Exame físico Comprometimento de grupamento muscular específico Alteração sensitiva em território nervoso específico Hipotonia, hiporreflexia. Áreas associativas estão localizadas junto às áreas corticais primárias. o Aprimoram a função das áreas corticais primárias. Córtex pré-motor (área 6) planeja o movimento que será executado pelo cortex motor primário (executa o movimento) (área 4) o O córtex pré-motor armazena processos motores aprendidos. O movimento é realizado pela coordenação de dois sistemas – sistema piramidal e o sistema extrapiramidal. o O sistema piramidal é o responsável pela motricidade voluntária. O trato córtico-espinhal une o córtex motor cerebral aos neurônios motores da medula espinhal. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 42 O trato córtico-nuclear une o córtex aos motoneurêuronio dos núcleos dos pares cranianos. FRAQUESA NMS (central) E NMI (periférico) Sinal de Babinski sinal reflexo plantar patológico, com extensão do hálux Indica lesão neurológica RACIOCÍNIO DIAGNÓSTICO História clínica e exame físico – um depende do outro o Coleta da história é uma arte o Anos de aperfeiçoamento o Cada paciente tem uma maneira diferente de se expressar. LÍGIA LAVEZO FERREIRA43 História – Diagnóstico em 76-82% o A história isoladamente é responsável por 76-82% dos diagnósticos em neurologia. Exame físico o Estreitar relação médico-paciente; o Complementa história (história clínica + exame físico) – acurácia diagnóstica – 90% o Exame físico isoladamente foi capaz de diagnosticar 1% dos casos ANAMNESE Deve ser paciente e bem conduzida Pode-se deixar o paciente falar livremente de 5-10 min sem interromper Em alguns casos o paciente precisa de maior intervenção – anamnese dirigida o Pacientes com queixas múltiplas, vagas o Importante excluir informações irrelevantes “Tenho essa dor há anos. Fiz uma ressonância e o neuro da minha cidade falou que era uma veia entupida...” o E as características da dor? Instalação, localização, fatores desencadeantes, sintomas relacionados. Determinar um sintoma predominante no quadro clínico o Queixa motora o Queixa sensitiva Dor – inclui cefaleia Modalidades sensitivas gerais Modalidades sensitivas especiais o Queixa relacionada à coordenação e equilíbrio Tontura Dificuldade de marcha o Sintomas paroxísticos Síncope Crises epilépticas o Queixa relacionada a funções mentais superiores Memória, comportamento, função executiva o Em algumas ocasiões, o acompanhante dará mais informações do que o paciente. Epilepsia, declínio cognitivo LÍGIA LAVEZO FERREIRA 44 Início e progressão dos sintomas o Ictal, agudo, crônico EX: Cefaléia Jovem com cefaleia recorrente e com mesmas características Adulto jovem com cefaleia que atingiu o máximo da dor em 1 hora o Piora contínua, em degraus o Doença monofásica, com melhoras e recaídas Sintomas associados o Queixa relacionada à motricidade, mais queixas sensitivas relacionadas. Queixas motoras, sensitivas o Qual o segmento acometido Cranial, bulbar, cervical, membros. Sintomas unilaterais ou bilaterais. Simétricos ou assimétricos. Predomínio distal ou proximal Coordenação e equilíbrio o Sintomas são piores com os olhos fechados? Queixas sensitivas associadas? o Disartria? Diplopia? Perda da consciência paroxística o Episódios estereotipados? o Sugerem crises epilépticas? o Importante a presença do acompanhante. EXAME FÍSICO O exame neurológico é extenso Inclui: o Motricidade o Sensibilidade o Equilíbrio e marcha o Nervos cranianos o Neuropsicológico o Sinais meníngeos Com a ênfase dada dependendo de cada caso Não existe uma sequencia por onde começar o exame e como guia-lo. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 45 MOTRICIDADE Motricidade voluntária o Movimentos ativos o Força muscular Manobras deficitárias Avaliação por grupamento muscular Motricidade passiva – Tônus Reflexos o Superficiais o Profundos Movimentos involuntários MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA – Força muscular 1- MANOBRAS DEFICITÁRIAS Manobras específicas para determinar déficit São mais rápidas e superficiais MMSS: Braços estendidos, Raimiste MMII: Mingazzini, Barré o Avaliação mais rápida – suspeita de AVE Manobra de braços estendidos 1 minuto Membro parético (paresia – perda parcial de motricidade) apresenta oscilações e tende a baixar-se lentamente e progressivamente. o Útil para avaliar, além da fraqueza, distúrbios de movimentos, alterações cerebelares, vestibulares. o Alguns autores consideram tal prova como Manobra deficitária de Mingazzini de Membros superiores Complementa o estudo com motricidade voluntária Manobra de Raimiste Decúbito dorsal, braços apoiados no leito fletidos a 90º, palmas voltadas umas para as outras. Na fraqueza de predomínio distal, evidencia-se inicialmente a queda dos dedos, seguido por mão e antebraço. Manobra de Mingazzini Decúbito dorsal. Flete as pernas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre a bacia. Se déficit, tal posição não se mantém por muito tempo, sofrendo oscilações ou queda o Perna – quadríceps o Coxa – Psoas LÍGIA LAVEZO FERREIRA 46 o Ambos – quadríceps e Psoas Manobra de Barré Décúbito ventral. Pernas fletidas formando um ângulo reto com as coxas. Déficits – oscilações e quedas. 2- AVALIAÇÃO POR GRUPAMENTO MUSCULAR o Quando tem queixa específica o É mais refinada Refina a avaliação da motricidade voluntária o Ex: Pé caído para um dos lados: Radiculopatia L5 Neuropatia do fíbular Radiculopatia L5 Fraqueza do tibial anterior (flexão dorsal), fibular longo (eversão), tibial posterior (inversão) Neuropatia do fibular Fraqueza do tibial anterior (flexão dorsal), fibular longo (eversão). Avaliação da força – segmentos Cervical o Flexão, extensão, flexão lateral e rotação do pescoço Braquial o Abdução do ombro, flexão e extensão do antebraço, flexão e extensão do punho, preensão palmar, abdução dos dedos Crural o Flexão e extensão da coxa, perna, pé e hálux. Como graduar a força – Escalas de força Medical Research Council (MRC) 0 nenhuma contração o “Não vejo contração muscular” LÍGIA LAVEZO FERREIRA 47 1 esboço de contração o “Vejo contrair o músculo mas não exerce movimento” 2 Move a articulação se a gravidade é eliminada o “Movimenta a articulação sobre o plano da maca – não vence a gravidade” 3 Move a articulação – vence a gravidade o “Vence a gravidade, mas não vence resistência” 4 Vence a resistência o 4 - Vence pequena resistência o 4 Vence resistência moderada o 4+ Vence resistência forte 5 Força normal Classificação dos déficits motores Plegia déficit total da função (ausência total de movimento) o MRC 0 e 1 Paresia déficit parcial da função o Mono – um membro afetado o Hemi – Dimídio (lado do corpo) afetado Diparesia ou diplegia paralisia de segmentos simétricos. o Pode afetar face, membros superiores e membros inferiores. Paraparesia ou paraplegia fraqueza de membros inferiores Tetraparesia ou tetraplegia paralisia dos 4 membros. MOTRICIDADE PASSIVA – TÔNUS Estado de tensão permanente dos músculos. o É a resistência reflexa que se opõe à distensão dos músculos. o Fácil de examinar e difícil de avaliar – exames repetitivos. o Paciente tenso – resistência voluntária ao movimento passivo. Exame – paciente relaxado, em decúbito dorsal. o Inspeção o Palpação o Mobilização passiva. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 48 Mobilização passiva Em condições anormais, pode estar aumentado (hipertonia) ou diminuído (hipotonia) Hipertonia se divide em o Elástica – Espasticidade Secundária à comprometimento do trato piramidal Resistência inicial com facilitação posterior Sinal do canivete Velocidade dependente aumenta com o aumento na velocidade do movimento passivo Predomina nos músculos flexores (MMSS) e extensores (MMII) Resulta na postura de Wernicke-Mann Predomina nos músculos distais o Plástica – Rigidez Comprometimento do trato extra piramidal Durante toda a amplitude do movimento apresenta, de maneira alternada, resistência e facilitação do movimento Sinal da Roda denteada Doença de Parkinson, impregnação por neurolépticos REFLEXOS É uma das etapas mais importantes do exame neurológico Pode ser obtido em crianças, pacientes confusos, torporosos ou inconscientes. Dois grandes grupos o Musculares ou profundos o Cuteneomucosos ou superficiais Reflexos profundos São avaliados através da percussão tendínea. o Martelo de percussão Estímulo no ponto certo e velocidade adequada o Estiramento súbito dos receptores musculares aferentes de tração Limiar varia individualmente Paciente deve estar o mais relaxado possível. o Contração excessiva bloqueia o reflexo. Manobra de Jendrassik – facilita a avaliação do reflexo. o Pede pro paciente segurar as mãos, fazendo tração com os dedos, que distrai e facilita avaliação do reflexo LÍGIA LAVEZO FERREIRA 49 Respostas o Abolido = 0 o Diminuído = + o Normal = ++ o Vivo = +++ o Exaltado = ++++ Toda assimetria é anormal. Nem toda simetria é normal Podem ser avaliados em segmento cranial, membros superiores e inferiores Biciptal o Reposta adequada – flexão do antebraço. o Nervo musculocutâneo; Raíz de C5 e C6 o Paciente sentado, com o médico segurando o tendão do bíceps Triciptal o Resposta adequada – extensão do antebraço. o Nervo radial; Raízes de C6-C7-C8 Estiloradial o Resposta – flexão com supinação do antebraço. o Nervo radial; Raízes de C5 e C6 Patelar o Resposta adequada é a extensão da perna por contração do quadríceps. o Nervo femoral; Raízes L3 e L4 Aquileu o Ligeira flexão dorsal. o Nervo tibial; Raízes S1 e S2 Reflexos Superficiais São obtidos em resposta a estímulo cutâneo ou mucoso o Representa mecanismo de defesa Podemos avaliar os reflexos superficiais o Extremidades superiores LÍGIA LAVEZO FERREIRA 50 o Abdome o Extremidades inferiores Reflexo palmomentoniano Ao estímulo tátil na região palmar - tênar, ocorre contração do mento e porção do músculo orbicular da boca. Pode ser encontrado em indivíduos normais. o Quando assimétrico conota lesão em lobo frontal ou comprometimento cortical difuso. Reflexo cutâneo abdominal Estímulo mecânico da pele do abdômen, por toque leve, provoca contração visível dos músculos abdominais, resultando em desvio lateral do umbigo. Estímulos Supraumbilical – T7-T8-T9 Umbilical – T9-T10 Infraumbilical – T11 – T12 o Abolido nas lesões medulares dos respectivos segmentos o Abolição transitória em lesões encefálicas contralaterais. Finalidade do reflexo é proteger órgãos abdominais de qualquer injúria externa. Normalmente ausente – primeiro ano de vida, idosos, obesos, paciente com abdome flácidos, em avental, submetidos a lipoaspiração. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 51 Reflexo cutâneo plantar É o reflexo superficial mais importante! Estímulo plantar com objeto de ponta romba, passando pela borda externa, desde o calcanhar até a porção média dos metatarsos e base do hálux. Respostas o Sem resposta – neuropatias, síndromes cordonais posteriores o Flexão - normal o Extensão – Sinal de Babinski – lesão no SNC MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS Na maioria das vezes, os transtornos de movimento são secundários a lesões nos gânglios da base (sistema extrapiramidal). Contudo, podem ocorrer por comprometimento de outras estruturas do sistema nervoso central – sistema piramidal, cerebelo ou periférico. Podem ser positivos (hipercinesias) ou negativos (hipocinesias, bradicinesias) Tremores Oscilações rítmicas, involuntárias. Resultam de contração alternada de grupos musculares opostos – agonistas e antagonistas. Envolvem todo ou parte do corpo. Importante avaliar o Ritmo, amplitude, frequência, local o Circunstância de aparecimento Repouso – aparece com o relaxamento muscular quase completo Ex: Parkinson Tremor de ação LÍGIA LAVEZO FERREIRA 52 Postural – depende da manutenção de uma atitude corporal. Quando há o tônus de postura Cinético – Aparece no decurso do movimento. Tremor em movimento por medicamento o Influência de estímulos externos – frio, emoção, medicamentos. SENSIBILIDADE MODALIDADES SENSITIVAS Modalidades gerais Dor Temperatura Tato Vibração Posição segmentar (propriocepção) Classificação de Sherrington Sensibilidade exteroceptiva o Diz ao organismo o que está ocorrendo no meio ambiente Sensibilidade proprioceptiva o Nos fornece informação a respeito da tensão nos músculos e tendões ou o Posição das articulações ou a respeito da força muscular. Fibras sensitivas Finas – pouca mielina/sem mielina o Sensibilidade superficial Fibras grossas – ricas em mielina o Sensibilidade profunda Informações chegam no corno posterior (aferente), e saem pelo anterior (eferente) LÍGIA LAVEZO FERREIRA 53 Alteração de sensibilidade Dor e temperatura Dor, temperatura chegam no corno posterior, as fibras cruzam, e vão para SNC (tálamo giro pós) trato espinotalâmico lateral Sistema nervoso central - Via espinotalâmica Via espinotalâmica lateral cruza a linha média e se direcionam ao tálamo. o Do tálamo vão até o giro pós central; o A via espinotalâmica anterior também cruza a medula, anterioremente. Lesão na medula causa perda da sensibilidade contralateral. Sistema Nervoso Periférico – fibras finas Vibração e posição segmentar Vibração e pressão, toque, propriocepção chegam no corno posterior, não cruzam, e vão direto para o tálamo e córtex cerebral colunas posteriores Tato de pressão as fibras cruzam, e vão para SNC trato espinotalâmico anterior Sistema nervoso central: Cordão posterior – fascículo grácil e cuneiforme o Fibras que não cruzam Fibras “cruzam” a nível do bulbo. o Lesão abaixo do bulbo, perda da modalidade sensitiva ipsilateral à lesão. o Lesão acima do bulbo, perda da modalidade sensitiva contralateral à lesão. Sistema Nervoso Periférico – fibras grossas LÍGIA LAVEZO FERREIRA 54 SEMIOTÉCNICA Paciente deitado confortavelmente, com os olhos fechados. Comparar áreas simétricas, porção proximal e distal. Sensibilidade exteroceptiva Dolorosa, térmica e tátil Tátil o Toque leve – chumaço de algodão, polpa digital, pincel com pelos finos. o Sem provocar pressão no tecido subcutâneo. Dolorosa o Ponta de palito de madeira. Térmica o Tubos de ensaio contendo água quente (40-45ºC) ou fria (5-10ºC) o Acima ou abaixo disso – sensibilidade dolorosa. Proprioceptiva Batiestesia – percepção de posição segmentar Palestesia – percepção de estímulo vibratório Posição segmentar - Batiesteria Senso de movimentação articular – depende de impulsos originados no movimento das articulações ou encurtamento muscular. o Movimenta a articulação do paciente Olhos fechados, dedos relaxados e sustentados lateralmente com a menor pressão possível. Se abolidos nos dedos – avaliamos articulações maiores. LÍGIA LAVEZO FERREIRA 55 Percepção Estímulo vibratório- Palestesia Capacidade de perceber estímulo vibratório quando colocamos diapasão de 128Hz sobre proeminências ósseas. o Profunda - sensibilidade Proeminências ósseas – maléolos, tíbias, patelas, cristas ilíacas, processos estiloides do rádio e ulnar, clavículas. Percepção vibratória e quando o instrumento para de vibrar. Guilan Barré perde sensibilidade profunda, pq atinge fibras grossas Receptores profundos que manda a inf do SNC onde está a posição do Halux
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