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Microbiologia resumo - coloração de Gram; meios de cultura e semeadura; fungos; fisiologia e nutrição de microorg; interação hospedeiro;

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Microbiologia:
Coloração de Gram:
Baseia-se na composição da parede celular de bactérias. A maioria das bactérias são Gram+ ou Gram-. As bactérias Gram-positivas te, uma parede celular mais espessas de peptidiogliano do que as bactérias Gram-negativas, o que dificulta a retirada do complexo CV-I pelo álcool-acetona.
Vantagens: é simples de se realizar e a obtenção de informações é rápida; as vezes a informação já é suficiente para começar um tratamento adequado de infecções. Ex: as infecções causadas por bact Gram+ são, usualmente tratadas por penicilina e cefalosporinas, entretrando, mts bact gram- são resistentes a esses antibióticos.
Desvantagens: não é útil na identificação de bact sem parede celular (Mycoplasmas); não cora ou cora fracamente determinadas bactérias; quando o paciente já está sendo submetido a tratamentos com antibióticos pode ocorrer uma alteração na coloração.
Meios de cultura e Semeadura em Meios Sólidos:
Meios de cultura: substratos adequados ao crescimento, multiplicação e desenvolvimento de micro-organismos fora do seu habitat natural.
Para cultivar microorganismos é necessário obedecer algumas exigências nutricionais e ambientais. As exigências nutricionais são fontes de energia, carbono, nitrogênio, minerais, além de água e fatores de crescimento. Já as exigências ambientais conferem pH, atmosfera, e pressão osmótica.
As classificações dos meios de cultura podem ser dada quanto a origem (natural ou artificial; quanto a composição (complexos ou quimicamente definidos); quanto ao estado físico (sólido –ágar 1,5%, gelatina ou silicagel-, semi-sólidos e líquidos; quanto finalidade (meios gerais ou básicos, meios seletivos, meios enriquecidos, meios indicadores ou diferenciais, meios de manutenção-estocagem-transporte).
Ágar Mueller-Hinton (MH): 
Contém 2,0g de extrato bovino, 17,5g de hidrolisado ácido de cascina, 1.5g de amido, 17,0g de Agar e 1L de água purificada, em um pH de 7,03. É ideal para o crescimento das principais bactérias, e utilizado para a realização do texto de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobacterias, não fermentadoras, Staphylococcus ssp. e Enterococcus ssp.
Ágar MacConkey (Mc):
Contém 17,0g de hidrolisado pancreático de gelatina, 1,5g de Hidrolisado pancreático de cascina, 1,5g de hidrolisado péptico de tecido animal, 10,0g de Lactose, 1,5g de sais biliares, 5,0g de cloreto de sódio, 0,03g de vermelho neutro, 0,001g de cristal violeta e 1L de água purificada. As peptonas fornecem nutrientes, o cristal violeta inibe as bactérias Gram-positivas (enterococos e estafilococos), a lactose e o indicador de pH fazem a diferenciação (colônias incolores ou cor de rosa a vermelho e capacidade do isolado para fermentar o hidrato de Carbono.
Ágar SS (Salmonella-Shigella):
Contém 5,0g de extrato bovino, 2,5g de hidrolisado pancreático cascina, 2,5g de hidrolisado péptico de tecido animal, 10,0g de lactose, 8,5g de sais biliares, 8,5g de citrato de sódio, 8,5g de tiosulfato de Sódio, 1,0g de citrato férrico, 0,025 de vermelho neutro, 13,5g de Agar, 0,330mg de Brilliant Green e 1L de água purificada. É um meio moderadamente seletivo e diferencial. Sua finalidade é selecionar e isolar espécies de Salmonella spp. e Shigella spp. Para sua interpretação, sabemos que a cor natural do meio é vermelha, mas quando as colônias contem um centro negro (H₂S) ou colônias incolores são suspeitas de serem Salmonella ssp. Outras colônias incolores também podem ser Shigella spp., mas as colônias cor rosa ou vermelha são suspeitas de serem Escherichia coli ou Klebsiella spp. As bactérias que NÃO fermentam lactose são incolores, e as fermentadoras são rosa.
Agar Manitol:
Contém 1,0g de extrato bovino; 5,0g de hidrolisado pancreático de cascina; 5,0g de hidrolisado péptico de tecido animal, 75,0g de cloreto de sódio; 10,0g de D-manitol; 0,025g de vermelho de fenol; 15,0g de Agar e 1L de água purificada. Os 7,5% de NaCl inibe parcial ou completamente microorganismos que não são estafilococos, e a fermentação do manitol causa alteração do pH, que altera a cor do meio.
Ágar Sabourand (Sb): 
Contém hidrolisado pancreático de cascina (5,0g), hidrolisado péptico de tecido animal (5,0g), glucose (40,0g), Agar (15,0g), croranfenicol (0,4g) e água purificada. A alta concentração de glucose é fonte de energia e vantagem para o desenvolvimento de fungos (estáveis por osmose); o pH ideal é ideal p/ fungos, mas não para muitas bactérias e o Cloranfenicol é um antibiótico acrescentado para inibir o crescimento bacteriano. Esse tipo não é muito seletivo, ma favorece o crescimento de diversos fungos leveduriformes e filamentosos, tem finalidade para o cultivo e crescimento de espécies de Cândida e fungos filamentosos, particularmente associados a identificação do micro-organismo que cresceu.
Semeadura em meios sólidos:
Métodos de esgotamento por estrias: uma alça de inoculação estéril é mergulhada em uma cultura mista semeadura em estrias em um meio de cultura nutritivo; as bactérias são depositadas ao longo das estrais e as ultimas células depositadas são afastadas o suficiente para crescer em colônias isoladas.
Morfologia e ultra-estrutura de fungos:
O reino fungi é composto de duas partes: fungos macroscópicos e fungos microscópicos. Dentre os fungos microscópicos temos as leveduras e os fungos filamentosos. As características básicas de fungos são: eucariontes, unicelulares ou pluricelulares (esses sem tecido verdadeiro); seu material genético é envolto por uma carioteca, e sua parede celular é envolta por quitina. Podem ser clorofilados ou não e todos são heterotróficos.
Parede celular: multicamada, composta por quitina e outros polissacaídeos, ptns e lipídios.
Membrana Plasmática: é uma bicamada, composta por glicoptns, lipídios e ergosterol;
Citoplasma: o citogel é complexo, contem diversas organelas – mitocôndrias, complexo de Golgi, Ribossomos e Reticulo Endoplasmático.
Núcleo: recoberto por uma membrana (de natureza lipídica)
Reprodução: sexuada e assexuada, com um tempo de geração longo;
Fisiologia: respiração oxidativa com limitada capacidade para anaerobiose (pH 5,6) e de temperatura de crescimento variável.
São aclorofilados (possuem pigmentos que não estão relacionados com a fotossíntese); a parede celular contem glucanos e quitina, e não contem celulose. Como reservas utilizam o glicogênio. Sua reprodução pode ser por brotamento (os brotos normalmente se separam do genitor, mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células), brotamento-fissão (divisão transversal, seguida pela separação das células filhas) ou por divisão binária (consiste na divisão de uma célula em duas células-filhas), todas assexuadamente.
Os fungos se alimentam por absorção (são heterotróficas): compostos simples são absorvidos pelos fungos, e então enzimas digestivas são secretadas pelo fungo que irão quebrar o substrato e o alimento é digerido no meio extracelular, e os compostos simples são absorvidos pelo fungo, reiniciando o ciclo.Podem assumir diversos modos de vida: sapróbio, parasita ou simbionte.
Os fungos são importantes decompositores, mas podem ser patógenos ou causar problemas para a agricultura, causando grandes perdas econômicas. Algumas toxinas podem causar sérias enfermidades ou micoses ao homem. Têm também grande importância comercial, a partir da confecção de alimentos, bebidas e antibióticos. Naturalmente são colonizadores do solo.
Ex de parasitas de animais: Pneumocystis, Candida albicans.
Ex de produtores de toxinas: Aspergillus flavro, Amanita muscari e Psilocybe mexicana.
Liquens: são uma associação simbiótica entre fungos (ascomicetos ou basidiomicetos) e uma alga filamentosa ou cianobactérias. A alga fornece o alimento, enquanto o fungo fornece um ambiente apropriado para o crescimento; esse fungo não cresce sozinho de maneira natural. Os liquens sobrevivem em ambientes extremos, colonizam áreas expostas e não toleram contaminação.
Leveduras:constituem um grupo definido de microorganismos unicelulares (portanto crescem e se reproduzem mais rapidamente). São aproximadamente 350 espécies diferentes de leveduras, em cerca de 39 gêneros. Sua estrutura é unicelular, com células ovais. Já a sua reprodução é assexuada, comumente por brotamento ou gemulação. São utilizadas há milênios na produção de pão e de bebidas alcoólicas. Tem grande importância industrial (conhecido do ponto de vista bioquímico e genético), produz toneladas de bebidas, etanol, combustíveis e pães. As leveduras de interesse em alimentos são conhecidas como ‘’Top yeast’’ (leveduras de superfície) e ‘’botton yeast’’ (leveduras de profundidade).
Exemplos de leveduras: 
S. cerevisae, S. calrsbergensis botton yeast (usadas na panificação, cerveja, vinhos e etc.
S. fragilis, S. lactis fermentam lactose 
S. roufii, S. mellis osmofílicas (frutas secas, xaropes e geléias)
S. baillie fermentação de sucos (cítricos)
Etc
As responsáveis pela produção de álcool são: Saacharomyces cerevisae (produz alccol por meio da degradação parcial, onde na fermentação anaeróbica o gás carbônico não é totalmente transformado em água e açúcar.
Fisiologia, nutrição e crescimento de microorganismos:
 Nutrição: basicamente, as necessidades nutritivas dos micro-organismos são as mesmas de todos os seres vivos que, para renovarem seu protoplasma e exerceram suas atividades requerem: FONTES DE ENERGIA E FONTES DE MATERIAL PLÁSTICO. Em relação a fonte de energia, as bactérias podem ser classificadas conforme a fonte de obtenção em:
Fototróficas: obtem energia a partir da luz;
Quimiotróficas: obtem energia através de reações químicas onde substratos adequados são oxidados. Podem ser divididas em litotróficas (que oxidam compostos inorgânicos) e organotróficas (oxidam compostos orgânicos).
As fontes de material plástico é utilizada para renovação da matéria viva (corpo, soma, plástica). Os elementos quantitativamente mais impostantes são: Carbono, Hidrogenio, Oxigênio, Nitrogenio, Enxofre e Fósforo.
Dentre as que utilizam fontes de Carbono, temos:
Bactérias autotróficas: utilizam CO₂ ou íon bicarbonato a partir dos quais conseguem sintetizar todos os compostos orgânicos que necessitam;
Bacterias heterotróficas: utilizam fontes orgânicas de carbono (maioria das bactérias). Ex: carboidratos, aminoácidos, lipídios, alcoóis, amido, celulos e etc
As fontes de nitrogênio podem ser: N₂ atmosférico (convertido em nitrogenio orgânico por bactérias Azotobacter e Rhizobium, garantem a produtividade e fertilidade do solo), N₂ de compostos inorgânicos (sais de amônio, nitratos e etc), N₂ de compostos orgânicos (como aminoácidos ou hidrolisados de proteínas).
Além de Carbono e Nitrogênio, as bactérias necessitam de uma série de outros elementos osb a forma de compostos inorgânicos: 
Macronutrientes: necessários em quantidades apreciáveis – Fósforo (sob a forma de fosfatos), importante no metabolismo energético e síntese de ácidos nucléicos; Enxofre – necessário para fazer parte de aa como cistéina e cistina e síntese de vitaminas como biotina e timina; Potássio, ativador de enzimas e regulador da pressão osmótica; e magnésio, ativador de enzimas extracelulares e fator importante na síntese de ptns e união das frações ribossômicas.
Micronutrientes: necessários em pouca quantidade – não tem um papel esclarecido, entretanto são necessários em casos específicos. São cobre, zinco, manganês, sódio e etc
Os fatores de crescimento são compostos orgânicos indispensáveis a um micro-organismo, mas que ele não consegue sintetizar. Tais fatores, portanto, devem estar presentes no meio para que então ele possa crescer. São vitaminas, aa, nucleotídios e ácidos graxos. As necessidades desses fatores são variáveis e especificas para cada microorganismos.
 A água é indispensável para o crescimento de bactérias, ela age como um solvente universal (passagem de substancias em solução através da membrana citoplasmática) e regulação da pressão osmótica e térmica.
O oxigênio atmosférico funciona apenas como um receptor final de hidrogênio na respiração aeróbica. A partir dos diversos comportamentos que as bactérias podem ter ao entrar em contato com O₂, as classificamos em: 
Aeróbias: necessitam da presença de O₂;
Microaerófilas: necessitam da presença de pequenas quantidades de O₂, não toletando as pressões normais de O₂ atmosférico;
Anaeróbias estritas: não toleram a presença de O₂ atmosférico (morta);
Anaeróbias não-estritas: não utilizam O₂, mas esse não é tóxico;
Facultativas: podem crescer na presença ou na ausência de O₂ livre.
Nas condições artificiais de laboratório, o crescimento bacteriano é conseguido pela semeadura dos mesmo em Meios de Cultura (material nutriente), não há um meio de cultura universal pois, o que é exigido por uma bactéria inibe totalmente o crescimento da outra. Para compor um meio adequado, é necessário conhecer a fisiologia da bactéria em estudo.
Meios de cultura: existem muitos meios de cultura, e a escolha deve considerar a origem do material a ser analisado, a espécie que se imagina estar presente nessa amostra e as necessidades nutricionais dos micro-organismos. Algumas bact não são capazer de crescer em nenhum meio de cultura desenvolvido. Esses meios de cultuta podem ser líquido ou sólidos, e pode ser quimicamente definido ou complexo.
Meio quimicamente definidos: é aquele cuja composição exata é conhecida. Para permitir o crescimento o meio deverá conter uma fonte de energia, uma fonte de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo e todos os fatores orgânicos que o organismo não é capaz de sintetizar. Para um quimio-heterotrófico deve haver compostos orgânicos que sirvam como fonte de carbono e energia, como a glicose. Os organismos que necessitam de mts fatores de crescimento são descritos socomo fastidiosos.
Meio complexo: são compostos de nutrientes como extrato de levedura, de carne ou de plantas ou de produtos de digestão protéica dessas e de outras fontes. A composição química exata pode conter pequenas variações em diferentes lotes do produto. Muitas bact heterotróficas e fungos crescem normalmente em meios complexo. Esse componente proteico, além de energia fornece também carbono, nitrognio e enxofre. A proteína é uma molécula grande, relativamente insolúvel, que algumas bactérias não podem utilizar diretamente, então necessita de uma disgestão parcial, onde ocorre a produção de pequenas cadeias de aa denominados peptonas, que são solúveis e podem ser metabolizadas pelas bactérias.
Os meios seletivos e diferenciais são muito utilizados para a determinação de um micro-organismo especifico associado a uma doença. Esses meios podem ser meios seletivos, meios diferencias ou meios seletivos e diferenciais.
Meio seletivo: elaborados com o objetivo de favorecer o crescimento da bactéria de interesse inibindo o crescimento de outras bactérias. Ex: Agar verde brilhante, onde o corante verde brilhante favorece seletivamente o crescimento de bactérias Gram-negativas, e é utilizado no isolamento seletivo de Salmonella Gram-.
Meios diferenciais: utilizados para fácil identificação da colônia da bcteria de interesse quando existem outras bactérias crescendo na mesma placa. Ex: método de Agar sangue, utilizado na identificação de bactérias capazer de lisar cels. Sanguineas, como Streptococcus pyogenes, causadora de infecções de garganta, elas formam um anel claro em torno da colônia.
Meios seletivos e diferenciais: em alguns casos as características dos meios seletivos e diferenciais podem ser combinadas no mesmo meio de cultivo. Ex: Agar MacConkey, como seletivo contem sais biliares e cristal violeta que favorece o crescimento de bactérias gram- e inibe Gram+, e como diferencial contem lactose, permitindo diferenciar as bactérias Gram-negatias capazes de utilizar a lactose daquelas que não a utilizam. Os fermentadores intensos de lactose, como a Escherichia, Klebisiella e Enterobacter apresentam colônias rosas/vermelhas; os fermentadores lentos ou fracos de lactose, podemaparecer incolores ou transparentes após 24h ou rosa pálidas em 24h-48h; as não-fermentadores de lactose, como Salmonella, Shigella produzem colônias incolores ou transparentes.
Um meio seletivo e difencial é o meio Ni (favorece o crescimento de bactérias que conseguem crescer na presença de altas concentrações de NaCl como bactérias do gênero Staphylococcus spp.). É um meio seletivo para Staphylococcus spp. no qual haverá o crescimento de dois tipos de colônias, uma com halo esbranquiçado (formado pela precipitação de lecitina encontrada no ovo) que indica lecitina positiva, que é característica de S. aureus; e outra sem halo, que indica lecitinase negativa, característica de S. epidermides.
O cultivo de bactérias anaeróbias apresentam um problema especial: deve-se utilizar para seu crescimento meios de cultivo especiais, chamados Meios Redutores. Estes contem reagentes, como tiogliconato de sódio que são capazes de se combinar com o oxigênio dissolvido eliminando esse elemento do meio de cultura. É realizado em tubo com tampas seladoras, ou quando em placas de Petri, é necessário um isolamento em uma jarra especial:
Jarras de anaerobiose: uma embalagem com reagentes químicos é colocada na jarra umedecida com alguns mls de H₂O, essa jarra é selada e por meio da reação com produtos químicos com a água, liberando H₂ e CO₂. Um catalisador de paládio combina com o O₂ presente com o H₂ liberado formando H₂O (eliminação do O₂).
Muitos pesquisadores utilizam capelas especiais transparentes totalmente seladas contendo gás inerte sem oxigênio no seu interior para trabalhar com bactérias anaeróbias.
Os meios de enriquecimento são usados para o isolamento de bactérias presentes em pequeno numero em relação a outras que estão em grande quantidade. O meio de enriquecimento é liquido e contem todos os nutrientes necessários para favorecer a multiplicação da bateria de interesse. Pode ser considerado um meio de enriquecimento seletivo se apresenta a caracteristica especial de favorecer o crescimento do microorg de interesse, tornando possível sua detecção.
Outros fatores envolvidos na nutrição são: 
TEMPERATURA: cada microorg tem seu ótimo de temperatura para a absorção de nutrientes, intimamente relacionado ao seu crescimento e desenvolvimento. Podem ser classificadas como: 
- Psicrófilos: crescem e absorvem melhor nutrientes entre as temperaturas de 0ºC e 18ºC;
-Mesófilos: entre 25ºC e 40ºC
-Termófilos: entre 40ºC a 70ºC
CONCENTRAÇÃO HIDROGENIONICA (pH): para bactérias os valores de pH em torno de 7,0 são os mais adequados para a absorção de nutrientes, embora existam algumas bactérias adaptadas a viver em ambientes ácidos e alcalinos. Para bolores e leveduras a faixa de pH é mais ampla. 
Os critérios que devem ser considerados para o escolha do meio de cultura são: a origem do material a ser analisado, a espécie que se imagina estar presente na amostra, as necessidades nutricionais do microorg, a quantidade de água necessária e o pH ajustado, e o meio devera ser inicialmente estéril. 
Crescimento bacteriano: é uma somatória dos processos metabólicos progressivos que normalmente conduz a divisão (reprodução assexuada) com produção de duas células filhas a partir de uma célula mãe. Quando uma determinada bactéria é semeada em um meio liquido de composição apropriada e incubação adequada o seu crescimento segue uma curva característica e definida:
1ª fase: FASE DE LAG- praticamente não ocorre divisão celular, porem há aumento de massa; é considerada um período de adaptação que precede a fase logarítmica. Não deve ser considerada como um período de repouso, mas de intensa atividade metabólica.
2ª fase: FASE DE LOG ou EXPONENCIAL- é o período onde a multiplicação é máxima e constante; bactérias crescem e se reproduzem assexuadamente por fissão binária, cada duplicação no num de bactérias numa cultura representa uma nova geração (aumento logarítmico). Termina quando as condições do meio de cultura se alterar pela atividade metabólica das bactérias não provendo mais as condições necessárias para manter o crescimento uniforme.
3ª fase: FASE DE ESTACIONÁRIA- durante ela a velocidade de multiplicação diminui gradualmente até que e anule. O num de bactérias novas equivale ao numero das que estão morrendo, e a falta de nutrientes, acumulo de materiais tóxicos e a falta de espaço pode cessar o crescimento de uma cultura.
4ª fase- FASE DE DECLINIO- nessa fase os microorg diminuem de numero ate que a cultura se torne estéril. A excessiva falta de nutrientes e o acumulo de materiais tóxicos são as principais causas de morte. 
O tempo de geração, que implica diretamente na velocidade de crescimento depende de uma série de fatores: temp de incubação, aeração do meio, concentração de íons hidrogênio (pH) e natureza do microorganismo.
- temperatura de incubação: varia de acordo com o microorganismo, conforme o seu habitat natural, o estado ótimo onde suas enzimas estão na forma mais ativa. Assim, obedecida essa temperatura ideal, o tempo de geração será menor.Para psicrófilos é 15ºC, para mesófilos 37º;c e para termófilos de 50º-60ºC. A temp ótima d crescimento de mts bactérias fica em torno de 37ºC (mesófilas). Cada espécie bacteriana apresenta uma temperatura mínima, máxima e ótima para seu crescimento.
A aeração do meio acelera o crescimento de organismos aeróbios estritos e de facultativos fermentativos; entretanto, a aeração é TÓXICA para os anaeróbios estritos.
A concentração de íons Hidrogenio (pH): o ph do meio de cultura é importante p a atividade enzimática. Em geral, o pH próximo do neutro é requerido para o desenvolvimento de cultura em termos de velocidade. Acredita-se que a medida que o ph se afasta da meutralidade, os íons presentes no meio afetam ptns, impedindo assim uma penetração adequada nos nutrientes.
Natureza do organismo: dependendo das características metabólicas dos microorganismos, seu tempo de geração será maior ou menor. As bactérias marinhas, por exemplo, tem tempo de geração de 10min, enquanto as do gênero Mycobacterium demoram algumas semanas.
Metabolismo bacteriano:
Metabolismo = conjunto de todas as reações químicas que acontecem em um organismo.
Meio de cultura= solução nutriente utilizada para promover o crescimento de micro-organismos em laboratório.
Inóculo: micro-organismos colocados em um meio de cultura;
Cultura: micro-organismos que crescem e se multiplicam em meios de cultura
Cultura pura: corresponde a uma cultura com um único tipo de micro-organismo
Cultura mista: corresponde a uma cultura com mais de um tipo de micro-organismos.
Metabolismo:
Compostos orgânicos complexos (substratos) são quebrados em compostos mais simples (produtos) por meio do catabolismo, liberando energia. Já no anabolismo, moléculas orgânicas simples (monômeros) passam por biossintese, formando macromoléculas e outros constituintes celulares, com o consumo de energia. 
O ATP armazena energia originada no catabolismo e libera, posteriormente essa energia para o anabolismo.
Catabolismo de carboidratos: 
- A maioria dos microorg oxidam carboidratos como fonte primária de obtenção de energia, sendo a glicose o carboidrato mais utilizado como fonte de energia.
- Lipídios e proteínas também podem ser catabolizados para a produção de energia; 
-Para produzir energia a partir da glicose, os micro-org utilizam dois processos gerais: a respiração celular e a fermentação.
- A glicólise corresponde a quebra da glicose, por meio de uma série e reações bioquímicas, produzindo ácido pirúvico, acompanhada pela produção de ATP e NADH.
As reações catabólicas podem ser usadas na identificação de bactérias.
A fermentação é qualquer deterioração de alimentos por micro-organismos, e qualquer processo metabólico (anaeróbico). Seu produto final varia de acordo com o substrato as enzimas ativas ou inativas de cada micro-organismos. A análise do produto final da fermentação é útil para a identificação de micro-organismos. É um processo que libera energia a partir de açucares, aminoácidose outroo, e não requer oxigênio, mas pode ocorrer na presença dele.
Série bioquímica:
O meio IAL (Instituto Adolfo Lutz) é um meio amplamente empregado para a identificação de bactérias Gram-negativas. Foi desenvolvido em 1972 por Pessoa e Silva e possibilita 9 reações de identificação em um único tubo, de acordo com a motilidade, lisina, fermentação da glicose e sacarose, utilização do aa L-triptofano, hidrolise da uréia e formação do indol. É um meio composto por indol, L-triptofano, sacarose, gás sulfídrico, gás, glicose, uréia, lisina e motilidade. Não é viável a todas as bactérias, visto que não atende as exigências nutricionais de todas.
Respiração celular:
Também é conhecida como Ciclo de Krebs. É um processo oxidativo que transfere energia do ácido pirúvico, formando ATP e NADH
Tanto a fermentação quanto a respiração celular obtem energia sob a forma de ATP, e em ambos existe uma primeira fase comum, a glicólise. Amboas são processos catabólicos.
Existem algumas diferenças entre a respiração e a fermentação, como: na fermentação formam-se menos moléculas de ATP do que na respiração, a fermentação pode ocorrer na ausência de O₂, os produtos formados na fermentação tem potencial de energia alto (álcool etílico e acido lático), mas em contrapartida, a água e o CO₂ formados na respiração têm um potencial de energia baixo.
Anabolismo:
Muitas vezes esses processos envolve, reações de síntese por desidratação (reação que libera água) e são endergônicos (consomem mais energias do que produzem). É um conjunto de processos biossintéticos que requerem energia e que forma os componentes celulares a partir de moléculas menores: os nutrientes. As reações anabolicas transferem energia do ATP para moléculas complexas. Exemplo de processos anabólicos são as formacções de ptns a partir de aa, de ácidos nucléicos a partir de nucleotídeos e de polissacarídeos a partir de açucares simples. Esses processos biossinteticos geram os materiais para o crescimento celular. No anabolismo moléculas simples (glicose, aa, glicerol e ácidos graxos) formam moléculas complexas (carboidratos, ptns e lipídios).
- Bactérias fastidiosas: elas tem exisgencias nutricionais altas, portanto necessitam de meios de cultura específicos, enriquecidos com compostos específicos para que sejam capazes de se desenvolverem in vitro. Ex de gêneros fastidiosos são: Neisseria spp. e Haemophilus spp. Essas bactérias precisam dos fatores de crescimento livres.
 * O Ágar Chocolate, é um meio composto por uma mistura especial de peptonas, amido, cloreto de sódio, Agar, suplemento e hemácia de carneiro desfibrinada estéril.
 * O Ágar Thayer Martin Chocolate é composto por uma mistura especial de peptonas, amido, cloreto de sódio, água, hemácia de carneiro desfibrinada estéril, VCTN e VITOX.
Em meios de cultura semissólido conseguimos observar a motilidade, visualização do crescimento bacteriano além do locar de inoculação.
Ágar Lowenstein Jensen: é composto por asparagina, fosfato monopotassico, sulfato de magnésio, citrato de maginesio, fécula de batata, verde mataquita, suplementos, glicerol e emulssão de ovo.
A estocagem de bactérias devem ser realizadas em meios de cultura liquido com tampa.
Interação microorganismo x hospedeiro:
No corpo humano há uma microbiota normal, que corresponde a uma população de microorganismos que habitam os tecidos de pessoas saudáveis. O corpo humano/animal é um ambiente favorável para o crescimento de muitos microorganismos, pois é rico em nutrientes orgânicos e fatores de crescimento, além de fornecer condições de pH, pressão osmótica e temperatura constante. O primeiro contato com microorganismos ocorre ao nascimento e a partir de então, a colonização passa a ser de uma forma heterogênea, de acordo com o órgão (que diferem física e quimicamente), transformando o ambiente em seletivo.
Microbiota normal: microorganismos com mecanismos de adaptação ao hospedeiro. Geralmente é encontrada em regiões mais expostas do corpo, como pele, cavidade oral, trato resporatorio, trato intestinal e trato genitourinário. Há ambientes estéreis que são livres de microbiota, como sangue, linfa, sistema nervoso e órgãos. 
A presença da microbiota normal em determinadas regiões depende dos seguintes fatores: temperatura, umidade corporal, pH e substancias inibitórias (GL Sudoriparas: lisozima; Gl Sebáceas: lipídios complexos). A exposição aos microorganismos que a compoe é continua, e pode gerar: colonização permanente – bact que estão sempre presentes no organismo- , colonização transitória – colonização sem exercer nenhuma patologia e dura um tempo limitado, pega de outras pessoas e ambientes- e doenças (processos patológicos que geram lesão).
 A microbiota normal do corpo humano (MNCH) pode ser responsável por uma serie de doenças, chamadas infecções endógenas, e acontecem quando microorganismos deixam o seu sitio normal e migram para um novo local no corpo (cirurgias, perfurações), pelo uso de antibioticos ou imunossupressores e com pacientes na UTI.
A MNCH são alguns microorganismos de interesse médicoque produzem doenças raramente.
Pouco numerosa (até 1000/ml) estão presentes na pele seca, uretra, estomago, duodeno e jejuno
Moderadamente numerosas (de 100.00 a 1.000.000/ml) presente no couro cabeludo, axilas, face e fossas nasais.
Muito numerosas (superior a 1.000.000/ml) presentes no trato respiratório, saliva, sulco gengivodental, íleo inferior, colon e vagina.
A microbiota normal da pele contém Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus (cocos Gram+), Propionibacterium acnes, Corynebacterium spp (bacilos Gram+). Como fatores necessita de baixo pH (3-5), umidade, substancias inibitórias (lisozima, lipídeos complexos). Se localizam no extrato córneo e foliculos pilosos.
A microbiota normal das fossas nasais são Staphylococcus aureus (presentes em 50-70% das pessoas) e Corynebacterium. Fatores: movimentos ciliar e lisozima.
A microbiota normal da cavidade oral é numerosa e diversificada. A saliva contem uma concentração de 10^8 bacterias por ml, placas dentais 10^11 bacterias/ml. São Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Bactereoides, Actinonyces e Treponema. São de grande importância para a odontologia (causam carie dentaria e doenças periodontais) e para a medicina (causam endocardites). A alta umidade, a temperatura constante (34 a 36ºC), o pH proximo ao neutro e a disponibilidade de nutrientes permitem o estabelecimento de uma microbiota complexa, composta por +300 espécies de bacterias que habitam diversas regiões da boca. A microbiota oral inicia-se de 6 a 10h após o nascimento, sendo que o gênero pioneiro é o Streptococcus.
A microbiota conjuntiva normalmente é estéril. Na vagina há presença de glicogênio, que é transformado em ácido lático, e faz com que o pH caia p/ 4,5. Essa microbiota varia com a idade, ph e secreção hormonal.
 Desde o 1º mês da puberdade até menopausa, há Lactobacillus sp, que utiliza o glicogênio presente na mucosa (importante p/ manutenção do pH). Se o pH mudar por qualquer outro fator, essa bactéria muda de lugar, deixando a mucosa sucetivel a infecções de outas bactérias. Essas outras bactérias não utilizam o glicogênio (já que somente lactobacillus consegue) e então o pH não cai, o que continua impedindo a colonização por Lactobacillus.
Na infância e no pós menopausa é colonizada por Corynebacterium, S. epidermidis, E. coli
Na uretra tem S. epidermidis, Corynebacterium, S. faecalis e Escherichia coli.
Microbiota normal do Aparelho Digestivo: é extremamente variada em espécies, e poucas são aeróbias (10²/10^4 anaerobias) e correspondem a mais de 30% do peso das feses. Tem importante papel de defesa e são os mais importantes agentes de infecção endógenas. No estomago há um numero variado após as refeições, principalmente de Helicobacter pylori.
Mecanismos de virulência: 
Após o microorganismos conseguir acessar o hospedeiro, ele precisa aderir, invadir, evadir as defesas e causar lesão nos tecidos. A porta de entrada para eles são membranasmucosas (trato respiratório, gastrointestinal, geniurinario e conjuntiva), pele e por via parenteral. Pelo trato respiratório pode entrar por inalação (causando pneumonia ou tuberculose), trato gastrointestinal por meio de alimentos, água e dedo contaminados, causando febre tifóide, shigelose e cólera.Algumas bactérias tem porta de entrada preferencial pois seus receptores se ligam + facilmente, como a salmonela, estreptococos e Yersina pestis.
Dose infecciosa (50%): na pele o Bacillus anthracis precisam de 10-50 endosporos, por inalalão 10.000-20.000 e por ingestão 250.000-1.000.000.
Dose letal (50%): a toxina botulínica (botox) a partir de 0,03 ng/kg; a toxina shga a partir de 250ng/kg e a enterotoxina staph de 1.350 ng/kg.7
Os mecanismos de virulência são
 ADESÃO: por meio de adesinas, glicocálice e fimbrias. As adesinas são moléculas de superfície no patogeno que se unem especificamente a receptores de superfície no hospedeiro, a maioria é composta de glicoptns ou lipoptns.
INVASÃO: por meio de invasinas, a partir de fagocitose natural ou de fagocitose induzida pela bactéria. A evasão do sistema imunológico do hospedeiro pode ser pela cápsula, componentes da parede celular, enzima, variação antigênica e penetração no citoesqueleto da célula do hospedeiro.
- cápsula: utilizada pelo Streptococcus pneumoniae. Envolve proteção contra fagocitose.
COMPONENTES DA PAREDE CELULAR: dificultam o acesso do macrófago. O Streptococcus pyogenes atuam assim por meio da ptn M. 
VARIAÇÃO ANTIGENICA: muda a ptn expressada fugindo do efeito do anticorpo em uma segunda infecção. É utilizada pela Neisseria gonorrhoea.
ENZIMAS: coagulases (coagulam o fibrinogênio do sangue), quinases (degradam a fibrina). Hialuronidases (hidrolisam o ac hialuronico – s. aureus), colagenases (destroem colágeno que fazem ligação dos tecidos – clostridium perfringens).
PENETRAÇÃO NO CITOESQUELETO DO HOSPEDEIRO
LESÃO: acontece após superar as defesas do hospedeiro, pode ser usando os nutrientes presentes na célula, lesão direta e produção de toxinas (exotoxinas e endotoxinas).
Ex utilizando nutrientes: sideroforos retiram ferro das ptns carreadoras, pois tem uma maior afinidade pelo Fe do que as células. A produção de toxinas pode ser por endotoxinas e exotoxinas.
 As endotoxinas são ptns secretadas por bactérias Gram-positiva, principalmente plasmidios e fagos. São solúveis nos líquidos corporais e produzem antitoxinas e toxoides.
As exotoxinas são divididas em 3 grupos: superantigenos, que atuam na superfície celular (s. aureus); toxinas que lisam a membrana celular, que causam morte celular e toxinas que apresenta subunidades A-B.
A toxina diftérica, liberada pela bactéria Corynebacterium diphteriae, é codificada por um fago (gene tox), que gera fragmentos A (ligam à superfície celular) e B (bloqueiam a síntese protéica).
A toxina botulinica, liberada pela bactéria Clostridium botulinum, é caracterizada por paralisia muscular e causa morte por parada respiratória. Pode entrar em contato por meio da ingestão de alimentos contaminados, que germinam e produzem a toxina, que bloqueia a liberação de acetilcolina e causa paralisia flácida. No SNC bloqueia a transmissão do impulso nervoso. 
A bactéria Clostridium tetani libera a neurotoxina tetanospasmina, que liga-se as junções neuromusculares dos neurônios motores onde é endocitada e bloqueia a liberação de glicina pelos neurônios, bloqueando os impulsos inibitórios aos neurônios motores. Os sinais inciais são riso sardônico, e geralmente aparece em 12-48h, tem tb espasmos generalizados, posturas de descorticação, opistónios, sem perda de consciência mas com dores severas e duram +/- 2 semanas.
As endotoxinas são lipopolissacarideos (LPS) de bactérias Gram-negativas; peptidioglicano de bacterias Gram-positivas, que tem os efeitos patológicos iguais, porém nesse ultimo menos potente.
Ecossistema Bucal:
É estimado que o corpo humano é constituído de 10¹⁴ (100 trilhoes) de células, das quais apenas 10% (10 trilhões) são próprias. Os outros 90% (90 trilhões) são micro-organismos que compõe a Microbiota Residente. Na superfície cutânea temos 10⁴-10⁶/cm²; na cavidade oral temos 10⁸ ml na saliva, 10⁸-10¹¹ na placa dentária, 10⁹-10¹⁰ unidades formadoras de colônias/cm² na superfície dorsal, e no colon 10¹⁰-10¹²/mL.
A microbiota bucal tem uma complexidade anatômica, devido a presença de superfícies mucosas e dentes, tornando a cavidade bucal, em termos ecológicos, distinta de todas as demais superfícies do organismo. Em função de suas diferentes características biológicas, distintos habitatas possibilitam o desenvolvimento de distintas microbiotas, e desse modo, a cavidade bucal alberga uma complexa comunidade bacteriana, abrangendo mais de 30 generos e mais de 700 diferentes espécies.
Na vida intra uterina, a cavidade bucal é estéril. Mas durante o parto o recém nascido entra em contato com a microbiota uterina e vaginal materna, além dos microorg presentes no meio ambiente e pessoal hospitalar. Estes microorganismos são estéreis e incluem estreptococos, lactoboacilos, coliformes, leveduras e alguns vírus e protozoários.
Microbiota residente: quase sempre se apresentam em todos os indivíduos, são subdivididas em:
- Microbiota indígena: espécies presentes em grande nº, +1% do total de viáveis de um sitio em particular.Exs: placas dentarias (biofilme), supra/subgengival e superfície lingual.
-Microbiota suplementar: espécies presentes me pequeno nº, menos de 1% do total de viáveis de um sitio em particular.
- Microbiota transitória: espécies de presença ocasional.
A aquisição da microbiota oral vem por meio da transmissão vertical (de um decendente para o outro) por espécies pioneiras (tem capacidade de se fixar no tecido bucal), que sofrem sucessão (multiplicam-se mudando a superfície e possibilitando a fixação de outros microorg) e aumentam a diversidade das espécies e formando uma comunidade clímax (como o biofilme maduro).
Na transmissão vertical há adesão colonização bacteriana das superfícies e mucosas lisas, por meio de uma adesão especifica, a partir de adesinas. As principais espécies que colonizam a língua primeiramente é a S. salivarius, na bochecha são as S. oralis e na superfície lisa é principalmente S. oralis e S. sanguinis.
Em papilas linguais pode haver uma retenção mecânica, agindo como reservatório de S. salivarius, S. oralis e outros streptococcus. O sítio precoce de colonização de P gengivalis, P. intermédia, C. rectus, A.a.T.denticola, T. forsythia e outras anaeróbias.
Estratificação do biofilme (placa dentaria):
A complexidade da microbiota oral incia-se com o irromper dos dentes, originando dois novos impares habitats: Superficie dentaria e sulco gengival.
BIOFILME: é o termo que descreve uma comunidade microbiana, irreversivelmente aderida a uma superfície não descamativa (dentes, próteses, implantes, cateteresm tubulações etc.) inserida em uma matiz polimérica extracelular (PEC ou glicocalix).
A formação do biofilme: a adesão/aderência significa fixação ativa de uma bactéria a uma superfície orgânica ou inorgânica, inclusive a superficie de outra bactéria. Existem quatro tipos de adesão bacteriana:
Adesão: adesão bacteriana direta a superfície dentaria via interações inespecíficas e especificas.
Coagregação: adesão de uma bactéria planctônica (livre) a outra bactéria planctônica.
Coadesão: adesão de uma bactéria planctônica (livre) a outra previamente aderida a uma superfície solida.
Adesão via PEC: adesão mediada pela síntese de polissacarídeos extracelulares PEC: glucanos e frutanos.
Película adquirida do esmalte (PAE): é uma camada membranosa amorfa e acelular, com uma espessura de 0,1-0,3 ᶙm. É depositada sobre a superfice dos dentes e é constituída por glicoptns salivares acidas (mucinas) e ricas em cargas elétricas negativas (acido sialico). A adesão dirata a superficie dentaria pode ser por meio de:
- A) interações inerpecificas: eletrostáticas (via íons Ca++ salivares – ligações de Stern-)
- B) interações especificas: pormeio de receptores. Pode ser do tipo Lectina (lectina são adesinas protéicas presentes nas fimbrias e fibrilas que tem afinidade por carboidratos, ex: S. sanguinis e S. oralis, mas também tem outros receptores presentes na PAE, como ptns ricas em prolina, escaterina, amilase, IgA salivar, fragmentos de células bacterianas e mucinas.
A formação do biofilme é por meio da adesão direta aos dentes, entre adesinas bacterianas e receptores da PAE. Após isso, há a adesão de micro-organismos em outros microorg por meio de coagregação e coadesão, formando uma comunidade clímax. -> modelo espacial-temporal da colonização bacteriana das superfícies dentarias.
-C) mediada pela síntese de polissacarídeos extracelulares (PEC glucanos). A partir da sacarose certas espécies do gênero Streptococcus, dentre elas o E. mutans e E. sobrinus, que produzem por ação da enzima Glicosiltransferase os PECs glucano. A partir da sacarose, certas espécies do geneto Streptococcus, dentre elas E. mutans e sobrinus produzem por meio da ação da enzima Frutosiltransferase o PCE frutano. Se é Glucanos ou frutanos depende da alimentação.
A frutosiltransferase injeta glicose à bactéria e a frutose sintetiza levano (PEC) e se polimeriza, virando algo grudento que adere todas as bactérias, independente de recpetores. Quando as bactérias tem uma baixa fonte de nutrição ela utiliza isso.
Biofilme: comunidade microiana, inserida em uma matriz polimérica extracelular (PEC-Glicocalix), irreversivelmente aderida a uma superfície solida não descamativa, como os dentes, próteses, implantes e outros. Faz interações especificas e adesinas reconhece receptores e faz aderência.
Os Polissacarideos Extra Celulares (PECs) mutano, dextano e levano são responsáveis pela adesão dos Estreptococos do Grupo Mutans (S. mutans e S. sobrinus) aos dentes e a outras superfícies, além da coagregação entre os mesmos. Dentre eles, o mutano é o + prejudicial, o dextano +/- e levano é o menos prejudicial.
As bactérias S. Salivarius estão presentes principalmente na língua e na saliva; as S. oralis estão presentes principalmente em superfícies lisas e bochechas; a s. sanguinis esta presente principalmente nas superfícies lisas, e as s. mutans principalmente nas superfícies lisas também.
A cavidade oral é banhada continuamente pela saliva, e mantem sua umidade, temperatura e pH, e ainda tem diferentes teores de O₂, além de fornecer variada fonte de nutrientes, possibilitando o desenvolvimento de extensa e diversificada microbiota. 
Determinantes ecológicos: contem exigências nutricionais e fatores inibidores. As exigências nutricionais são: dieta do hospedeiro, saliva, fluido gengival, células descamadas e subprodutos do metabolismo bacteriano; e os fatores inibidores são pH e O². Esses determinantes são essenciais para atingir as proporções da microbiota total. A streptococcus mutans e L. caseis são extremamente resistentes ao pH acido.
O teor de O² é de 21% no ar atmosférico, de 20% na placa supragengival, 16-12% no espaço gasoso sobre a língua, 1% na superfície vestibular e 1-2% na bolsa periodontal. Na língua há predominância de Streptococcus sp., e no sulco gengival de P. melaninogenica (8%), Treponema sp (0,1%), F. nucleatum (10%) e P. oralis (4%).
Formação e desenvolvimento do biofilme (placa dentaria): se dá entre adesão direta aos dentes, entre adesinas bacterianas e repeptores da PAE. Na placa dentaria de 1 dia há predominância de cocos e algumas poucas formas filamentosas. Após, temos a adesão intermicrobiana, com adesão de microorg em outros, por meio de coagregação e adesão. Em uma placa de 3 dias cocos aderidos a formas filamentosas dão origem a uma estrutura denominada Corncob ou espiga de milho, que é caracteristica de placa dentaria supragengival madura, e vai aumentando conforme o tempo. Em uma placa dentaria subgengival de 2 meses há coagregação entre filamentosos e bacilos, chamada de bristle brush, escova com cerdas ou escova de lavar mamadeira. Em um paciente com periodontite há também a coagregação de espiroquetas de tamanho pequeno e médio.
A placa supragengival é sacarolitica, facultativa, aderente e imóvel, composta por bacilos Gram + e cocos Gram + em maior quantidade do que Bacilos gram – e bactérias moveis.
A placa subgengival é proteolítica, anaeróbia, não aderente e móvel, composta por bacilos gram -, bactérias moveis e espiroquetas, mais do que bacilos e cocos gram+.

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