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CAPITULO IX

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CAPITULO IX: A antiga moral da família
A religião e moral foram exclusivamente doméstica. Os princípios morais se baseiam na religião, os homens sempre que cometessem algum ato que não fosse a provado pelos deuses, este já sofria uma punição moral, dependendo do ato cometido não podia nem se aproximar mais de seu lar. Para o homem voltar a seu culto era necessário se purificar em cerimônia religiosa, essa religião conhece o perdão.
A falta mais grave era o adultério, isso feria todos os princípios da religião, tornaria o culto profano. O homem traído fazia o papel de juiz condenando a mulher adultera a morte ou no mínimo repudia-la. Eis as primeiras leis da moral doméstica, nos mostra que homem e mulher estão unidos para sempre e ambos tinha a obrigação de se respeitarem multuamente, a união homem e mulher era de caráter sério e sagrado.
A mulher apesar de estar sobre o domínio do marido, ela tinha a responsabilidade de cuidar para que o fogo sagrado não se extinguisse, apesar de não ter autoridade igual à do marido, tinha igual dignidade.
O homem amava sua casa como hoje ama sua igreja, a moral proibia o derramamento de sangue, a suas crenças fortaleceram as noções de justiça, as famílias estabeleceram um vínculo forte entre os membros, que fez com que se respeitassem multuamente. A antiga moral ignorava a caridade mas ensinava as virtudes domésticas.
 
CAPITULO X: A gens em Roma e na Grécia
Gens, formava um corpo de constituição inteiramente aristocrática, uma alteração profunda introduzida pela democracia no regime da Gens.
 
1o O QUE OS ESCRITORESANTIGOS NOS DÃO A CONHECER A RESPEITO DAS "GENS"
Cada gens possuía seu culto, suas festas religiosas e seu túmulo em comum. Os membros de uma mesma gens são unidos, ajudam uns aos outros nas necessidades da vida, toda a gens responde pela dívida de qualquer um de seus membros, resgata prisioneiros, acompanham – o ao julgamento, demonstram uma grande solidariedade entre seus membros. Era contrário à religião reclamar de algum membro da gens ou mesmo testemunhar contra.
Tanto em Roma como na Grécia, as gens tinham suas assembléias, promulgavam decretos os quais seus membros respeitavam até mesmo pela própria cidade.
 
2o EXAME DE ALGUMAS OPINIÕES EMITIDAS PARA EXPLICAR A "GENS" ROMANA
A gens era uma espécie de parentesco artificial, uma associação política de várias famílias estranhas umas às outras, uma característica evidente é que a gens possui um culto próprio como nas famílias.
O sistema da gens apresenta contra si: 1 o direito de sucessão para o herdeiro natural; 2 a comunidade das crenças religiosas onde houvesse comunidade de nascimento; 3 a origem da língua plebéia.
 
3o A "GENS" É A FAMILIA CONSERVANDO AINDA SUA ORGANIZAÇÃO PRIMITIVA E SUA UNIDADE
A gens teve sua origem na religião doméstica de forma natural, conserva a unidade que a religião lhe concedera, e alcançou todo desenvolvimento do direito privado.Era natural que os membros de uma mesma gens usassem o mesmo nome, dessa forma transmitia-se o nome de geração em geração com o objetivo de perpetua-lo.
Foram aparecendo vários ramos e tornando-se independentes, porém o verdadeiro nome era o da gens, pois este era o antepassado oficialmente conhecido.
 
4o EXTENSÃO DA FAMÍLIA, A ESCRIVIDÃO E A CLIENTELA
Outro elemento passa a fazer parte da família, o servo. Como a religião doméstica não permitia a entrada de pessoas estranha na família, para que o servo pudesse entrar, ele era iniciado no culto doméstico.
Após sua aceitação na família, o servo passava a tanto ao culto quanto ao seu senhor, sendo inclusive enterrado na mesma sepultura da família.
O servo libertado chama-se cliente, apesar de livro continuava a reconhecer a autoridade do seu senhor, o cliente era um servidor ligado ao patrão. Esse vínculo formado pela religião jamais era rompido.
LIVRO TERCEIRO: A CIDADE
 
CAPÍTULO I: A fratria e a cúria: a tribo
A religião doméstica proibia que duas famílias se unissem e confundirem-se. Mas era possível que várias famílias se unissem para celebração de um culto que lhes fosse comum, daí surgi a fatria na língua grega e cúria na latina.
Toda fatria e cúria possuíam seu altar e seus deuses protetores, culto religiosos que conservavam sua peculiaridade. Seus banquetes fúnebres, orações.
Para se tornar parte de uma fatria, era indispensável ter nascido do casamento entre as pessoas que a compunham, a sua admissão na fatria se fazia através de ato religioso, e passava a ter um vínculo indissolúvel.
A sociedade cresceu sobre esse sistema, as fatrias e cúrias se agruparam dando origem as tribos, essa por sua vez também estabeleceu sua religião, com seu altar e sua divindade protetora, essa divindade normalmente era da mesma natureza da fatria ou da família . A tribo promulgava seus decretos, possuía um tribunal de jurisdição sobre seus membros e acima dela não havia nenhum poder.
 
CAPÍTULO II: Novas Crenças Religiosas
 
1o OS DEUSES DA NATUREZA FÍSICA
A religião antiga, primeiro tomou seus deuses com sendo da alma humana, o culto aos antepassados, e a segunda veio os deuses de natureza física, os fenômenos da natureza.
Isso não o levou a concepção de um Deus único, por se tratar de natureza, ignoravam a Terra , o Sol e os Astros (planetas), porém para o solo, a árvore, a nuvem, as águas dos rios, o sol e outros, passaram a olhar como deuses lhes dirigindo preces e adorações.
Essas duas religiões não tiveram entre si algo em comum.
 
2o A RELÇÃO DESSA RELIGIÃO COM O DESENVOLVIENTO DA SOCIEDADE HUMANA
A religião natural surgiu de diferentes pensamentos como conseqüência de sua força natural.
Tendo – se dado que essas crenças apareceram quando se viviam no Estado de família, esses deuses eram considerados demônios. Aconteceu que com o passar do tempo esses deuses passaram a ser adorados pelas famílias e logo toda cidade passou a adora-los.
Essa nova religião atuava num campo mais amplo e como conseqüência surge uma nova moral, que não se limitava a ensinar os deveres de família. Na medida que foi se desenvolvendo a sociedade cresceu, o fogo sagrado deixou de ser uma divindade e passou a ser o altar de sacrifícios dos Deuses e ficava no interior dos templos.
CAPÍTULO III: Forma-se a Cidade
As tribos se associaram entre si com a condição de o culto de cada uma delas fosse respeitado, essa aliança nasceu a cidade.
A religião subsistiu em pequenos cultos que dos quais se estabeleceu o culto comum, já politicamente continuou a funcionar pequenos governos que em cima dos quais se levantou o governo comum. A cidade era uma confederação e por isso durante muitos séculos respeitou a independência religiosa e civil das fatrias cúrias e famílias.
A religião foi um fator determinante na formação das cidades, os homens a medida que a para eles uma divindade em comum, vão se associando em grupos cada vez maiores conforme as regras aplicadas nas famílias e sucessivamente nas fatrias cúrias e cidades. A concepção religiosa foi entre os antigos a inspiração para organização das sociedades.
 
CAPÍTULO IV: A cidade
Cidade e urbe não eram palavras sinônimas no mundo antigo. Cidade era a associação religiosa e política das famílias e tribos, Urbe era o santuário dessa sociedade.
Quando as tribos decidiam se unir e terem o mesmo culto, era necessário fundar a Urbe para representar o santuário do culto comum, assim a fundação da Urbe foi era sempre um ato religioso.
O primeiro cuidado fundador era escolher o local da nova cidade, essa escolha sempre fica entregue a decisão dos deuses. Chegado o dia da fundação primeiramente é oferecido um sacrifício, após a cerimônia cava-se um pequeno fosso e lança o torrão de terra trazido da cidade anterior, a religião proibia deixar a terra onde os antepassados repousavam, com esse ato julgavam trazer para ali a alma dos seus ancestrais da antiga pátria. Acende-se o fogo e ao redor desse ergue-se a cidade.
Esses costumes nos mostra como foi a urbe, dentro dos limites sagrados, ao redor do altar, a cidade foi domicílio religiosoque abrigava os deuses e acolhia os homens da cidade.
Como os deuses sempre estavam ligados a cidade, o povo jamais devia deixa-la. Havia um acordo entre deuses e homens, todas as cidades foram construídas para serem eternas.
CAPÍTULO V: O culto do fundador: a lenda de Enéias
O fundador era o homem que realizava o culto religioso, sem o qual a cidade não podia se estabelecer.
Pode-se imaginar o respeito que as pessoas tinham por esse homem, pois era o pai da cidade. Depois de morto era cultuado como um deus e passava ser um antepassado comum para todas as pessoas da cidade.
Consideram Enéias, o fundador de Roma. Na destruição de Tróia, graças a Enéias o fogo sagrado não se extinguiu, o povo e os deuses fogem com Enéias a procura de um novo local onde possam se estabelecer. Mas a escolha desse local está sempre ligada aos deuses, então Enéias consulta os oráculos e se deixa conduzir pela divindade.
CAPÍTULO VI: Os deuses da cidade
Nos tempos antigos, o culto era o vínculo de toda e qualquer sociedade.O altar da cidade ficava dentro do prédio, os gregos davam o nome de pritaneu e os romanos de vesta.
Cada cidade possuía seus próprios deuses e eram comumente da mesma natureza que os da religião primitiva. Todo homem que prestara algum serviço à cidade, desde aquele que fundara tornava-se um deus para essa cidade.
Os mortos fossem quem fossem eram guardas do país sob condição de lhe renderem o culto, as cidades possuíam divindades políadas, entre eles Zeus, Atena e Hera.
Cada cidade possuía o seu corpo de sacerdotes, entre os sacerdotes de duas cidades não havia nenhum vínculo, pois cada um possuía seus dogmas, suas orações, livros litúrgicos sempre mantido em segredo.
Os homens rendiam o culto a seus deuses em troca de proteção da cidade, quando uma cidade era conquistada atribuíam a culpa aos deuses, atiram-lhe pedras e destruíam seus templos. Em tempos de guerra procuravam se apoderar dos deuses das cidades conquistadas através de cerimônias, tanto para passar para o seu lado como para destruí-lo.
CAPÍTULO VII: A religião da cidade
 
1o Os Banquetes Públicos
A principal cerimônia da cidade era o banquete comum, em honra a suas divindades, com toda a população presente. Em algumas pessoas faz o banquete comum todos os dias.
 
2o As Festas e o Calendário
Do tempo que o homem tem para viver, deve dar um quinhão aos deuses. Tudo que era sagrado havia festa, festa dos muros da cidade, território, fundador, dos campos de trabalho, toda cidade tinha a sua festa para cada divindade adotada como protetora, em dia de festa o trabalho era proibido. O calendário era a sucessão de festas religiosas regulado pela pelas leis da religião e só conhecido pelos sacerdotes.
 
3o O Censo e a Lustração
Uma das cerimônias mais importante na religião da cidade chamava-se festa da puruficação, tinha por finalidade o resgate das faltas cometidas pelos cidadãos contra o culto, o responsável para realizar essa festa chamava-se Censor.
Para isso exigia-se que nenhum estrangeiro pode estar presente e todos os cidadãos devem estar presentes. A perda do direito de cidadania era o castigo para o homem que não se inscrevesse no censo.
O censor era o senhor absoluto naquele dia , determinava o lugar de cada homem, se colocado entre os senadores seria senador, assim sucessivamente.
 
4o A Religião na Assembléia, No Senado, No Tribunal e No exército; O Triunfo
A assembléia iniciava-se sempre com um ato religioso, a Tribuna era lugar sagrado, olocal de reunião do senado sempre foi o templo.
Na guerra a religião se mostrou mais poderosa que na paz, o exército ostentava a insígnia da cidade, levava consigo as estátuas de suas divindades, os deuses indicavam o início das batalhas.
Assim tanto em tempo de paz como de guerra, religião intervinha em todos os atos dos homens, envolvendo o homem, alma, corpo, vida privada, vida pública, assembléias, tribunais, tudo estava sob o julgo da religião. Governava o homem com autoridade absoluta que coisa alguma permanecia fora do seu poder.
CAPÍTULO VIII: O ritual e os anais.
A religião era um vínculo que matinha o homem em escravidão, deixava-se governar por ela, temiam seus próprios deuses e passavam a vida inteira a apazigua-los.
Cada família tinha um livro onde estavam condensadas suas fórmulas, a menor falta convertia o ato sagrado em sacrilégio. Mas o mais importante é que as fórmulas nunca fosse esquecida e os ritos jamais se alterassem.
Os ritos nunca eram mostrados aos estranhos, revelar um rito ou uma fórmula era trair a religião, no pensamento desse povo tudo que fosse antigo se considerava sagrado, a cidade não podia esquecer coisa alguma, pois tudo estava ligado ao culto.
Na história se inscreviam todos os acontecimentos referente a religião para lição e piedade dos descendentes, isso era prova material da existência dos deuses. Os anais da cidade eram rudes, esses documentos nunca saiam do santuário e apenas os sacerdotes podiam ler.
Mais tarde esses anais se divulgaram e Roma publicou o seu.
CAPÍTULO IX: O governo da cidade. O rei
 
1o AUTORIDADE RELIGIOSA DO REI
A religião prescrevia que o lar tivesse um sacerdote supremo, de modo igual a cidade possuía o sacerdote do lar público que chamamos de rei, sendo o culto do lar público a fonte de sua dignidade e poder, a principal função do rei era a realização de cerimônias religiosa.
Preocupados com muitas guerras criou-se os flâmines, para substituir o rei quando este estava ausente de Roma.
 
2o AUTORIDADE POLÍTICA DO REI
Assim como família, a cidade tinha o seu chefe político, era colocado entre os deuses e o homem. Era o sacerdote que velava pelo fogo sagrado, como a religião se envolvia com o governo, justiça e guerra, resultou que o rei era ao mesmo tempo magistrado, juiz e militar, o sacerdócio foi hereditário assim como o próprio poder.
Entre essas populações a sociedade foi se formando pouco a pouco, não foi Idea pela ambição de alguns, nasceu da necessidade coletiva. Os reis não tinham necessidade a força material , sua autoridade em poder era mantida pela crença. Os povos estabeleceram o regime republicano mas o rei continuou a ser venerado.
CAPÍTULO X: O magistrado
O magistrado que substituiu o rei foi, como este, sacerdote e chefe político. O caráter do magistrado se assemelha aos de Estado das sociedades modernas. Sacerdócio justiça e comando confundem-se numa mesma pessoa. O magistrado representa a cidade, associação tão religiosa quanto política.
Não havia magistrado que não realiza-se algum ato sagrado, para os antigos qualquer forma de autoridade de algum modo era religiosa.
Quando as revoluções suprimiram a realeza, os homens procuram uma forma de eleição aprovada pelos deuses. O magistrado recebia um pressagio dos deuses, ele indicava a pessoa para que fosse votada, a participação do povo não ia além de retificar o candidato indicado. Todos acreditavam que a escolha do candidato era feita pelos deuses.
A cidade exigia que o magistrado fosse de família pura, se asseguravam que o candidato estava apto ao para desempenhar as funções religiosas, ficando a cidade compreendida em suas mãos.
CAPÍTULO XI: A Lei
A lei surgiu a principio como uma parte da religião. Durante muito tempo só os pontífices eram os jurisconsultos.Todas as contestações relativas ao casamento, divórcio, direitos civis e religiosos eram levados ao seu tribunal.
As leis não foram feitas pelos homens, surgiu como conseqüência direta e necessária da crença, era a própria religião, aplicada nas relações dos homens entre si. Para os antigos obedecer a lei era obedecer aos deuses.
A princípio a lei era imutável porque era divina, nunca se revogavam as leis. Esse princípio foi causa de uma grande confusão, as leis opostas de diferentes épocas, achavam-se associadas e todas tinham o direto de serem igualmente respeitadas.
As leis antigas nunca tiveram considerações, não se explicava suas razões e os homens a obedeciam porque crêem nela. O Direito não era nada mais que uma das facesda religião.
 
CAPÍTULO XII: O cidadão e o estrangeiro
Reconhecia-se como cidadão, todo homem que participa do culto religioso da cidade, dessa participação vinha seus direitos civis e políticos, pelo contrário o estrangeiro é aquele que não tem acesso ao culto, aquém os deuses da cidade não protegem nem sequer tem direto de invoca-los.
Facultar o direito de cidadania a um estrangeiro era uma verdadeira violação dos princípios fundamentais do culto religioso. As leis da cidade não existiam para eles.
O escravo de certa maneira era mais bem tratado que o estrangeiro, para que pudesse ter algum valor era necessário tornar-se cliente de qualquer cidadão, desta forma adquiria alguns direitos civis e a proteção das leis.
CAPÍTULO XIII: O patriotismo O exilo.
A grande pátria era a cidade, com seu pritaneu, seus heróis e território demarcado pela religião. Estado, Cidade e Pátria representavam todo um conjunto de divindades locais que tinham grande poder sobre as almas.
Somente na sua pátria, ele tem dignidade de homem e seus deveres, o cidadão não pode ser homem em outro lugar.
A posse da pátria era muito importante, pois a punição pelos grandes crimes era o exílio. O exilado ao abandonar a pátria deixava ali seus deuses, não conseguia encontrar uma religião que pudesse consola-lo e protege-lo. O exilado perdendo a religião de sua pátria perdia tudo.
 
CAPÍTULO XIV: Do espírito municipal
Cada cidade tinha sua própria religião, seus códigos , suas festas. O calendário de uma não podia ser igual a outra.
A natureza física exerce uma certa influência, mas as crenças era algo muito mais forte. Por essa razão não puderam estabelecer nenhuma outra organização social que não fosse a cidade.
O espírito da cidade está fundamentado na religião, de forma que não é possível a união de duas cidades.
CAPÍTULO XV: Relações entre as cidades; a guerra; a paz a aliança dos deuses
Quando as cidades estavam em guerra, não era apenas os homens que combatiam, também os deuses.
Antes da batalha o soldado profere contra o exército inimigo uma maldição, depois duelavam com uma fúria selvagem bem própria de quem julgava ter os deuses a seu lado. O vencedor podia usar sua vitória como melhor lhe aprouvesse. Quando o vencedor não exterminava o vencido, tinha o direito de destruir sua associação religiosa e política.
O tratado de paz era feito através de ato religioso, essa cerimônia religiosa atribuía às convenções internacionais de caráter sagrado e inviolável, assim como nas guerras os deuses estavam presentes. Estipulava-se que haveria uma aliança entre os deuses e o homem.
 
CAPITULO XVI: As confederações; as colônias
Algumas cidades se agruparam numa espécie de confederação, essas também tiveram seu templo e cultos religiosos.Essas anfictionias e confederações exerceram pouca ação política.
Uma colônia não era anexo ao Estado, era independente, todavia possuía um vínculo de natureza particular e isso provinha de um pacto de quando fora fundada.
 
CAPÍTULOXVII: O romano; o ateniense
A religião com seus dogmas e práticas outorgou aos romanos e gregos seu modo de pensar e de agir.
O romano ou patrício era o homem nobre, poderoso e rico. Todo o dia oferece sacrifício em sua casa, todo momento consulta os deuses, só corta cabelo na lua cheia, carrega amuletos. É valente mas com a condição que os auspícios lhe tenham assegurado a vitória. Acredita-se que há mais deuses em Roma do que cidadãos, por temerem os deuses vieram o a ser senhor da terra.
O ateniense afastava-se do romano pelo caráter de espírito, mas se assemelhava pelo temor aos deuses, concebido como incosntante, caprichoso e tão livre pensador.
O ateniense tem suas coleções de antigos oráculos, não começa nenhuma frase sem antes invocar a boa forma.
 
CAPÍTULO XVIII: Da onipotência do Estado; os antigos não conheceram a liberdade individual
Em sociedade estabelecida sobre tais princípios, a liberdade individual não existia, a vida privada não fugia da onipotência do Estado, tal era o seu poder que ordenava a inversão dos sentimentos naturais e era obedecido.
Os antigos não conheciam a liberdade de vida privada, nem a de educação, nem a religiosa, o homem não tinha sequer a mais ligeira concepção do que fosse a liberdade.
LIVRO QUATRO: AS REVOLUÇÕES
A primeira transformação foi no campo das idéias como conseqüência natural do desenvolvimento do espírito humano fazendo desaparecer as antigas crenças. O segundo encontra-se na classe que está a margem dessa organização, que sofria e querendo destruí-la declarou uma guerra sem tréguas.
 
CAPÍTULO I: Patrícios e Cliente
Os patrícios eram os chefes das famílias, eles compunham o senado e as assembléias deliberativas, tinham o comando da cidade. Os clientes como já vimos, eram as pessoas que se submetiam a outras para poderem ter acesso a algum culto e proteção.
 
CAPÍTULO II: Os plebeus
O povo era compreendido de patrícios e clientes, a plebe estava fora. Uma classe muito numerosa que provavelmente fossem remanescentes de povos conquistados e subjulgados.
Três palavras caracterizavam os plebeus: "Não tem culto", não tendo culto, não tinha aquilo que autorizava o homem a ter um pedaço de terra, fazendo dela sua propriedade. Não tendo religião todo plebeu era impuro, dessa religião proveio a distinção de classes.
 
CAPÍTULO III: Primeira revolução
 
1o A AUTORIDADE POLÍTICA É TIRADA AOS REIS
Surge uma aristocracia formada pelos patres, que ganha força e promove a luta contra os reis. A Realeza é despojada do seu antigo poder, tornou-se apenas um sacerdócio.
 
2o A HISTÓRIA DESSA REVOLUÇÃO EM ESPARTA
A realeza foi deposta do seu poder pela aristocracia, que entregou para os magistrados anuais denominados éforos. Para os reis restou apenas o sacerdócio.
 
3o A MESMA REVOLUÇÃO EM ATENAS
Teseu transformou o governo de monárquico em republicano, onde o corpo político era composto pela aristocracia.
 
4o A MESMA REVOLUÇÃO EM ROMA
A aristocracia assume o poder, porém as classes inferiores reclamam e a realeza é restabelecida sob forma de eleição.Numa, foi mais sacerdócio que guerreiro. O terceiro rei foi mais guerreiro que sacerdócio, foi morto, com isso o senado se restitui com toda sua autoridade.
O quinto rei, voltou-se contra o senado e foi assassinado, o sexto rei tomou o poder com um golpe de Estado apoiado pelas classes inferiores, foi degolado.
A cidade fica momentaneamente sem o rei, a aristocracia se aproveita, toma o poder definitivamente, para realeza só restou o sacerdócio.
 
CAPÍTULO IV: A aristocracia governa as cidades
A religião hereditária era para essa aristocracia título de domínio absoluto. Em Roma esse regime durou pouco tempo, já na Grécia teve um longo período.
Essa aristocracia permaneceu absoluta no poder, conservando título de proprietário, não tendo as classes inferiores direito sobre o solo.
CAPÍTULO V: Segunda revolução; Transformações na constituição da família; desaparece o direito de primogenitura; a gens se desmembra.
As velhas instituições começaram a fraquejar. Pouco a pouco foi-se deixando de lado a regra da indivisão, desaparece o direito de primogenitura.
Esse desmembramento da gens enfraqueceu a antiga família sacerdotal, o que tornou mais fáceis as outras transformações.
CAPÍTULO VI: Libertam-se os clientes
A família antiga compreendia, sob a autoridade de um único chefe, duas classes de categoria desigual: de um lado os ramos mais novos, isto é o indivíduo naturalmente livre; de outro servos ou clientes, inferiores pelo nascimento, mas aproximados do chefe pela sua participação no culto doméstico
O cliente não tinha direito a nada, nem mesmo sua vida lhe pertencia. Mais tarde, o olhar do cliente começou a estender-se para além do acanhado círculo da família. Via existir fora da família uma sociedade, regras, leis, altares, templos e deuses. No coração desses homens penetrou o ardente desejo de liberdade.
Houve uma guerra entre cliente e patronos, que preencheu logo período da existência de Roma.
O clientecomeçou a alcançar o direito de propriedade, no início o Che da gens demarca-lhe um lote de terra para cultivar. Não muito depois ele se torna possuidor vitalício desse lote, contanto que contribua para todas as despesas do antigo patrono.
O cliente faz am seguida novo: consegue o direito de ao morrer, transmitir o que possui ao filho.
Pouco a pouco os vínculos da clientela afrouxam-se e o cliente vai se afastando do patrão.
CAPÍTULO VII: Terceira revolução. A plebe passa a fazer parte da cidade
A classe inferior, em sua fraqueza, não lobrigou de início outro meio de combater a aristocracia senão apondo-lhe na monarquia.
O povo conseguiu eleger chefes entre os seus; e não podendo dar-lhes um nome de reis chamou-os de tiranos.
O povo na Grécia e em Roma, procurava restaurar a monarquia, mas não por preferir esse regime, a monarquia era para o povo um meio de vencer e de se vingar.
A classe inferior cresceu pouco a pouco em poderio. No século VI, a Grécia e a Itália viram brotar nova fonte de riquezas, aterra já não bastava para todas as necessidades do homem: nasciam as artes, a indústria e o comércio. Pouco a pouco formou uma riqueza mobiliária, cunhou-se moeda e o dinheiro apareceu.
Tudo mudou; os maus foram colocados acima dos bons. A justiça foi alterada, leis antigas deixaram de ter vigência e leis de estranha inovação ás substituíram. A riqueza tornou-se o único objetivo dos desejos dos homens, porque apenas esta lhes reconheceu o poderio. Assim a cidade antiga foi se transformando gradualmente.
Muitos estrangeiros afluíram a Roma, onde a localização se tornava propícia para o comércio, o cliente que conseguia escapar da gens tornava-se plebeu. A ambição da plebe era destruir as antigas barreiras que a excluíam das associações religiosa e política. Os reis protegeram a plebe e a plebe apoiou os reis. Os primeiros progressos dos plebeus deram-se no reinado de Sérvio, sua primeira reforma foi dar terás à plebe. Promulgou leis que até então não as tinha tido. Foi um início de direito comum as duas classes, e para plebe um começo de igualdade.
A plebe constituída em sociedade quase regular teria chefes escolhidos entre seus próprios membros, essa é a origem do tribuno. Assim que a plebe encontrou seus chefes, não tardou em reunir também as suas assembléias deliberativas.Escolhido esse caminho, começou por reclamar um código de leis.
Decidiu-se que os legisladores seriam todos patrícios, mas o seu código, antes de ser promulgado e posto em vigor, devia ser exposto ao público e submetido a aprovação prévia de todas as classes. O patriciado usou de todas as suas forças e habilidades para afastar os plebeus das magistraturas.
A plebe tomou armas e iniciou a guerra civil. O patriciado vencido promulgou um senatus consulto, pelo qual aprovava e confirmava de ante mão todos os decretos que o povo apresentasse naquele ano.
Restava o sacerdócio. Com o transcorrer do tempo, a religião dos plebeus tornou-se coisa séria, chegando esses a crer que era mesmo sobre o ponto de vista do culto e relativamente a seus deuses, iguais aos patrícios. A plebe percebeu que não teria igualdade civil ou política se não tivesse também o sacerdócio.
CAPÍTULO VIII: Modificações no direito privado; Código das Doze Tábuas; Código de Solon
Nos novos códigos o legislador não representa mais a tradição religiosa, mas a vontade popular. A lei doravante tem por princípio o interesse dos homens, e por fundamento o assentimento da maioria..
Um dos pontos onde ás doze tábuas não se afasta do direito antigo, é a conservação do poder do pai.
O código de Sólon corresponde a uma grande revolução social, as leis são as mesmas para todos. Tanto em Atenas como em Roma o direito começou a transformar-se.
 
CAPÍTULO IX: O princípio que dali em diante, se fundou o governo das cidades, passou a ser o interesse público. A religião deixara de governar os homens.
A eleição não pertence mais aos deuses, mas ao povo.São os homens que escolhem.
CAPITULO X: Tenta-se constituir uma aristocracia da riqueza, estabelecimento da democracia 4o revolução
Não foi a democracia o regime que sucedeu á dominação da aristocracia. Vimos no exemplo de Atenas e de Roma, que a revolução efetuada não fora obra das classes humildes.
Os direitos políticos que na época precedente eram inerentes ao nascimento, passaram a estar durante algum tempo, inerentes a fortuna.
A aristocracia não baseou unicamente sua superioridade na riqueza, procurou também ser da classe militar. A nobreza sacerdotal da época precedente prestara grande serviço, porque foi ela quem pela primeira vez estabeleceu leis e fundou governos regulares.
A classe rica não manteve o domínio por tanto tempo. Diante da riqueza o sentimento mais vulgar no homem não é o respeito, mas a inveja. A desigualdade política que resultava da desigualdade de fortunas, dentro em pouco lhes pareceu iniqüidade, e os homens trabalharam por faze-la desaparecer.
As cidades da Grécia e Itália viviam em estado de guerra. Um dos efeitos da guerra, era ou ficarem as cidades quase sempre obrigadas a conceder armas as classes inferiores. A guerra preencheu o espaço que a aristocracia de riqueza interpusera entre si e as classes inferiores.
O regime democrático foi necessário para que o pobre tivesse amparo e o rico um freio, concedeu-se direitos a todos os homens livres.
CAPÍTULO XI: Normas do governo democrático; exemplo da democracia ateniense
À medida que as revoluções seguiam o seu curso, os povos se afastavam do regime antigo.
Superior ao próprio senado estava a assembléia do povo. Era verdadeira e soberana. Como nas monarquias bem constituídas, a democracia também tinha normas invariáveis às quais se submetia.
Atenas sabia bem que a democracia só podia sustentar-se pelo respeito ás leis.
Os tesmótetas apresentavam seus projetos ao senado, em caso de aprovação convocavam a assembléia para comunicar-lhes. Numa outra estância, reunia-se o povo que devia votar, se aprovado se transformava em lei.
A lei nova sempre vinha com o nome do seu autor, que mais tarde podia

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