Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Enzimas 2° / 2017 Prof.a: Flávia F. Mulinari flavia.mulinari@udf.edu.br CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL - UDF Curso: Enfermagem Disciplina: Bioquímica Aplicada à Enfermagem Histórico Prof.a: Flávia F. Mulinari Eduard Buchner (1897) Extraiu da levedura um conjunto de enzimas que podiam fermentar o açúcar álcool; Enzimas funcionavam mesmo quando removidas da célula viva. Século XIX, década de 50 Louis Pasteur concluiu que a fermentação do açúcar em álcool pela levedura era catalisada por “fermentos” = enzimas. Histórico Prof.a: Flávia F. Mulinari Atualmente 2000 enzimas são conhecidas. Meados do século XX Uso de enzimas em processos industriais James Sumner (1926) Isolou e cristalizou a urease de soja; Cristais eram de proteínas; Postulou que “todas as enzimas são proteínas”. Década de 50 – séc. XX 75 enzimas isoladas e cristalizadas; Ficou evidenciado caráter protéico. Enzimas - DEFINIÇÃO Prof.a: Flávia F. Mulinari São catalisadores biológicos que aceleram as reações químicas Aumentam a velocidade das reações sem afetar o equilíbrio químico; Quase a totalidade de reações bioquímicas são realizadas por enzimas,principalmente o metabolismo energético; Permitem maior especificidade das reações (quantidade mínima de substrato); A maioria são proteínas. Enzimas - DEFINIÇÃO Prof.a: Flávia F. Mulinari COFATOR um ou mais íons inorgânicos que são componentes químicos adicionais (não protéico) requeridos para ativar algumas enzimas; Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+. COENZIMAS Quando o cofator é uma molécula orgânica complexa; Tiamina pirofosfato, Coenzima A, ácido lipóico; Muitas vitaminas e nutrientes orgânicos são precursores das coenzimas. Algumas enzimas requerem ambos, a coenzima e os íons metálicos para sua atividade! Enzimas - IMPORTÂNCIA Prof.a: Flávia F. Mulinari Cada traço representa uma enzima Enzimas Prof.a: Flávia F. Mulinari Catálise Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Michaelis Menten Catálise Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Enzima Livre Substrato Complexo ES Estado de Transição Produto Enzima Livre Substrato sofre deformação Catálise Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari A enzima fornece uma superfície catalítica; Esta superfície estabiliza o estado de transição; Transforma o estado de transição em produto. Catálise Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Catálise Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Princípios da Catálise Prof.a: Flávia F. Mulinari A enzima é um “bolso” mágico: (1) Estabilização do Estado de Transição; (2) Expulsa da água; (3) Tem grupos reativos; (4) Auxílio de Co-Enzima. Enzimas - CONCEITOS Prof.a: Flávia F. Mulinari COFATOR um ou mais íons inorgânicos que são componentes químicos adicionais (não protéico) requeridos para ativar algumas enzimas; Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+. COENZIMAS Quando o cofator é uma molécula orgânica complexa; Tiamina pirofosfato, Coenzima A, ácido lipóico; Muitas vitaminas e nutrientes orgânicos são precursores das coenzimas. Algumas enzimas requerem ambos, a coenzima e os íons metálicos para sua atividade! Enzimas - CONCEITOS Prof.a: Flávia F. Mulinari GRUPO PROSTÉTICO É chamado de grupo prostético a parte proteica da enzima que se liga à coenzima ou ao íon metálico, covalentemente. HALOENZIMA É a enzima completa, cataliticamente ativa, unida a sua coenzima e/ou íons metálicos; A parte exclusivamente protéica desta enzima é chamada apoenzima ou apoproteína. Enzimas - CONCEITOS Prof.a: Flávia F. Mulinari Cofator + enzima = Holoenzima Catalicamente Ativo Holoenzima + Cofator = Apoenzima Catalicamente Inativo Sítio Catalítico Prof.a: Flávia F. Mulinari Modelo de Fischer – 1894 – Chave Fechadura A especificidade de uma enzima (a fechadura) por seu substrato (a chave) provém de suas formas geométrica complementares – Maior especificidade. Sítio Catalítico Prof.a: Flávia F. Mulinari Modelo de Koshland – 1958 – Encaixe induzido Os sítios ativos não estão completamente pré-formados e a interação inicial do substrato com a enzima induz uma alteração conformacional na enzima Cinética Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari É o estado de velocidade das reações enzimáticas; Fornece informações sobre: Mecanismo de ação catalíticos; Especificidade enzimática; Fatores que afetam a velocidade das reações; Determinação quantitativa de velocidade da reação. Cinética Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Km = Vmáx / 2 Velocidade inicial da reação Concentração de Substrato Constante de Michaelis (afinidade) Velocidade Máxima Equação de Michaelis - Menten Cinética Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Cinética Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari [S] mmol/L Velocidade mmol/min. 0 0,2 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 [S] mmol/L V el oc id ad e m m ol /m in . 25 50 75 100 1 2 3 4 5 60 0 0 25 50 74 85 90 94 97 99 Parâmetros cinéticos Velocidade máxima (Vmáx): é a velocidade máxima alcançada pela enzima Km: é a concentração de substrato que faz com que a enzima funcione na metade da Vmáx 0,5mmol/L 100mmol/min Constante de Michaelis Prof.a: Flávia F. Mulinari “...é numericamente igual à concentração do substrato (mol/L) na qual a velocidade inicial da reação corresponde à metade da velocidade máxima.” E2 - Vmáx.= 0,64 mol/min E2 - Vmáx/2 = 0,32 mol/min Km = 0,15 E1 - Vmáx.= 0,32 mol/min E1 - Vmáx./2 = 0,16 mol/min Km = 0,13 Cinética Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Existem três fatores que alteram a velocidade da reação enzimática: pH; Temperatura; Concentração de subtrato - [S]. Cinética Enzimática - pH Prof.a: Flávia F. Mulinari Ionização do sítio ativo; Desnaturação da enzima. Cinética Enzimática – T°C Prof.a: Flávia F. Mulinari A velocidade da reação aumenta com T°C até o pico; Uma elevação maior resulta na desnaturação. Cinética Enzimática – [S] Prof.a: Flávia F. Mulinari A velocidade da reação aumenta conforme a quantidade de substrato até a Vmax ser atingida; Platô Saturação a enzima Cinética Enzimática – [S] Prof.a: Flávia F. Mulinari [Substrato] em excesso S S S S S S S S + E E E E E E E E S S S S E E E E + P P P P P P P P S S S S S S S S Velocidade da reação independe da [S] Cinética Enzimática – [S] Prof.a: Flávia F. Mulinari Qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. INIBIDORES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS INCOMPETITIVOS Inibição Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari Inibidores são substâncias que possam diminuir a velocidade de uma reação enzimática; Podem ser Reversíveis ou Irreversíveis; A inibição pode ser; Competitiva; Não competitiva; Mista Inibição Competitiva Prof.a: Flávia F. Mulinari O inibidor liga-se reversivelmente ao sítio ativo que o substrato normalmente ocuparia. Se ligam ao síto ativo mas não podem ser convertidos em produto; Como inibidor e substrato competem pelo mesmo sítio esse tipo de inibição é chamado competitiva; Podem ser retirados do sítio ativo por um excesso de substrato, portanto aumenta o Km mas não altera a velocidade máxima [S] mmol/L V e lo c id a d e m m o l/ m in .25 50 75 100 1 2 3 4 5 60 0 Sem inibidor Inibidor Em conc.2X Inibidor Em conc. X “Km aparente” aumenta Vmáx não muda Inibição Competitiva Inibição não - competitiva Prof.a: Flávia F. Mulinari O inibidor e subtrato ligam-se em sítios diferentes. Inibição não - competitiva O inibidor se liga de forma irreversível à enzima inativando-a; Atua como se diminuísse a concentração de enzima, na verdade diminuí a concentração de enzima ativa; As moléculas que não se ligaram ao inibidor funcionam normalmente, por isso o Km não muda E E-I E E E E E E E E E-I Inibidor em concentração X E-I E E E E E E E E E E E E Sem inibidor E-I E E E E E E-I E-I E-I E-I E-I E Inibidor em concentração 2X [S] mmol/L V e lo c id a d e m m o l/ m in . 25 50 75 100 1 2 3 4 5 60 0 sem inibidor inibidor na conc. X inibidor na conc. 2X Km Vmáx diminui não muda 1. Regulação pelo produto (feedback negativo) EnzimaS Quando o produto se liga ao sítio regulador inativa a enzima Enzima 1 Enz. 2 Enz. 4S P Quando produto da via se liga à enzima regulatória da via inibe sua atividade... Sítio regulador P Via metabólica 1.1 – Inibição pelo produto imediato da enzima 1.2 – Inibição pelo produto final da via Regulação da Atividade Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari ...e, por conseqüência, inibe a via Prof.a: Flávia F. Mulinari 2 - Regulação por fosforilação-defosforilação Enzima OH Enzima OPO3 -2 cinase fosfatase PO4 -3 Forma ativa (ou forma inativa) Forma inativa (ou forma ativa) ATP ADP fosforilação defosforilação Cinase: enzima regulatória que fosforila outras enzimas Fosfatase: enzima regulatória que defosforila outras enzimas A fosforilação é uma modificação covalente reversível forma defosforilada Forma fosforilada ciclo fosforilação-defosforilação Regulação da Atividade Enzimática Prof.a: Flávia F. Mulinari São enzimas que forma ligação não-covalente reversível; Possui o sítio alostérico além do sítio ativo; São reguladas por efetores ou moduladores: Moduladores ou efetores +: Aumenta a afinidade da enzima pela substrato; Moduladores ou efetores - : Diminui a afinidade da enzima pelo substrato. Regulação da Atividade Enzimática 3 - Enzimas AlostéricasREGULADOR ALOSTÉRICO Classificação e Nomenclatura Prof.a: Flávia F. Mulinari Século XIX - poucas enzimas identificadas Adição do sufixo ”ASE” ao nome do substrato: Gorduras (lipo - grego) – LIPASE Amido (amylon - grego) – AMILASE Nomes arbitrários: Tripsina e pepsina – proteases Classificação e Nomenclatura Prof.a: Flávia F. Mulinari 1955 - Comissão de Enzimologistas (EC) foi nomeada pela União Internacional de Bioquímica (IUB) sistematizar a classificação das enzimas. Cada enzima código com 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada: 1° dígito - classe 2° dígito - subclasse 3° dígito - sub-subclasse 4° dígito – N° de ordem dentro da subclasse 1. Oxido-redutases (reações de oxidação-redução ou transferência de elétrons) 2. Transferases (transferem grupos funcionais entre moléculas) 3. Hidrolases (reações de hidrólise) 4. Liases (catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico) 5. Isomerases (transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros) 6. Ligases (catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas pré-existentes, sempre às custas de energia) Classificação e Nomenclatura Prof.a: Flávia F. Mulinari ADP + D-Glicose-6-fosfatoATP + D-Glicose IUB - ATP: glicose fosfotransferase E.C. 2.7.1.1 2 - classe - Transferase 7 - subclasse - Fosfotransferases 1 - sub-subclasse - Fosfotransferase que utiliza grupo hidroxila como receptor 1 - indica ser a D-glicose o receptor do grupo fosfato Nome comum: Hexoquinase Importância Econômica – Obtenção Industrial Prof.a: Flávia F. Mulinari ORIGEM VEGETAL: sementes, sucos, polpas, raízes (por trituração de tecidos); ORIGEM ANIMAL: mucosa gástrica, pâncreas, fígado, sangue (por trituração de tecidos); ORIGEM MICROBIANA: bactérias, fungos, leveduras (por cultura) APLICAÇÕES Indústria (Alimentícia, Têxtil, higiene, papel); Diagnóstico clínico Prof.a: Flávia F. Mulinari Papaína Bromelina Ficina Alta atividade proteolítica Aplicações: clarificação da cerveja, amaciamento de carnes, auxiliar da digestão Importância Econômica – Origem Vegetal Prof.a: Flávia F. Mulinari Importância Econômica – Origem Animal PANCREATINA pâncreas de porcos atividade amilolítica, proteolítica e lipolítica Aplicação em medicamentos Distúrbio digestivo Conversão da insulina suína em humana PEPSINA mucosa do estômago de porcos Indústria da cerveja, Fabricação queijos; Medicamento como auxiliar digestivo Pouco utilizadas Substituídas pelas enzimas de origem microbiana Prof.a: Flávia F. Mulinari Importância Econômica – Origem Microbiana FERMENTAÇÃO Todo processo no qual os microrganismos catalisam a conversão de uma substância (substrato) num determinado produto (enzimas). Processo Fermentativo Genérico Prof.a: Flávia F. Mulinari ENZIMAS ORIGEM APLICAÇÃO Oxidoredutase Glicose -oxidase Aspergillus Niger Penicillium glaucum Antioxidante em alimentos; controle da coloração do vinho, Diagnóstico clínico de glicose Catalase Aspergillus niger Remoção de H2O2 de leite e queijo Hidrolases - amilase bacteriana Bacillus amyloliquefaciens Degradação do amido em maltose e xaropes de glicose para alimentos; produção álcool a partir amido Prof.a: Flávia F. Mulinari ENZIMAS ORIGEM APLICAÇÃO Hidrolases - amilase fúngica Aspergillus ninger A. oryzae Liquefação do amido; indústria de cerveja, pão , papeis - galactosidase Saccharomycies cerevisiae Aspergillus niger Produção de leite de soja - galactosidase Bacillus Sp, A. niger, A. oryzae, E. coli, Streptococcus fragilis, S. lactis Hidrólise da lactose no leite Celulase A. niger Processamento de frutas e vegetais, indústria têxtil Invertase Saccharomyces cerevisiae Açúcar invertido para confeitaria e cerveja Prof.a: Flávia F. Mulinari ENZIMAS ORIGEM APLICAÇÃO Hidrolases Lipases A. Niger , a. oryzae Processamento do couro, modificação do flaver de manteiga e queijo Protease alcalina bacteriana Bacillus subtilis, B. amyloliquefaciens Indústria de detergentes e couro Liase Pectina-liase A. Niger Clarificação de sucos de frutas Isomerase Glicose – isomerase Bacillus coagulans, Streptomyces albus Isomerização da glicose em xaropes com alto teor de frutose Muito Obrigada !!!
Compartilhar