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4 O LADO MONETÁRIO TRANSPARENCIAS

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MOEDA
O DESENVOLVIMENTO DO DINHEIRO: DA PERMUTA À MOEDA
(Material extraído dos capítulos 14 e 15 do livro de Introdução à Economia de Francisco Mochon e Roberto Luis Troster. Editora Makron Books.1994 e do capítulo 14 do livro Economia Básica – Resumo da Teoria e Exercícios, de Marco Antônio S. Vasconcelos e Roberto Luis Troster. Editora Atlas, 2ª Edição)
Ao longo da história, os homens utilizaram como meio de pagamento uma grande variedade de objetos e bens que variam desde gado até sal. Os bens utilizados como dinheiro geralmente tinham valor em si e constituíam o que se denomina dinheiro-mercadoria.
O dinheiro-mercadoria é aquele bem que tem o mesmo valor como unidade monetária e como mercadoria.
De qualquer modo, a durabilidade eleita como dinheiro devia reunir uma série de qualidades que podem ser resumidas nos seguintes pontos:
Durabilidade. As pessoas não aceitariam como dinheiro algo que fosse perecível e se deteriorasse em pouco tempo.
Mobilidade. Se as pessoas têm de transportar grandes quantidades de dinheiro, a mercadoria utilizada deve ter um valor elevado em relação a seu peso, de maneira que possa ser transportada com facilidade.
Divisibilidade. O bem escolhido deve poder subdividir-se em pequenas partes com facilidade e sem perda de valor, de forma que pagamentos pequenos possam ser realizados.
Homogeneidade. Esta propriedade implica que qualquer unidade do bem em questão deve ser exatamente igual às demais, já que, de outra forma, as trocas ficariam difíceis.
De oferta limitada. Qualquer mercadoria que não tenha uma oferta limitada não terá valor econômico. 
Funções da moeda
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
As funções da moeda no sistema econômico são fundamentalmente as seguintes:
Instrumento ou meio de trocas: Por ter aceitação geral, serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de produção.
Denominador comum monetário (Unidade de Conta): Possibilita que seja expressos em unidade monetárias os valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema econômico. É um padrão de medida.
Reserva de valor: A posse da moeda representa liquidez imediata para quem a possui. Assim, pode ser acumulada para aquisição de um bem ou serviço no futuro. Claro para que o requisito básico para que a moeda funcione como reserva de valor é sua estabilidade diante dos preços dos bens e serviços, já que a inflação corrói o poder de compra da moeda, e a deflação (queda de preços) a valoriza.
Tipos de Moeda
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Moedas metálicas: Emitidas pelo Banco Central, constituem pequena parcela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor e/ou com unidade monetária fracionada (troco).
Papel-moeda: Também emitido pelo Banco Central, representa parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do público.
O papel-moeda e as moedas metálicas em poder do público (famílias e empresas) são denominadas moeda manual.
Moeda escritural: É representada pelos depósitos a vista (depósitos em conta corrente) nos bancos comerciais (é a moeda contábil, escritural nos bancos comerciais).
Conceito de meios de pagamento
A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento.
Meios de pagamento constituem o total de moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações. 
A liquidez da moeda é capacidade que ela tem de ser um prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações.
Os meios de pagamento em sua forma tradicional são dados pela soma da moeda em poder do público mais os depósitos a vista nos bancos comerciais. Ou seja, pela soma da moeda manual e da moeda escritural.
Os meios de pagamento representam, então, quanto a coletividade tem de moeda “física” (metálica e papel) com o público ou no cofre das empresas somado a quanto ela tem em conta corrente nos bancos.
Enfim, é a moeda que não está rendendo juros, aquela que não está aplicada em contas ou ativos remunerados.
M1 = LIQUIDEZ IMEDIATA
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Note-se, também, que o conceito econômico de moeda é representado apenas pela moeda que está com o setor privado não bancário, ou seja, excluem-se os próprios bancos comerciais, e a moeda que está com as autoridades monetárias. Nesse sentido, os depósitos a vista ou em conta corrente não são dinheiro dos bancos, mas dinheiro que pertence ao público não bancário. O dinheiro que pertence aos bancos são seus encaixes (caixa dos bancos comerciais) e suas reservas (quanto os bancos comerciais mantêm depositado junto ao Banco Central).
Também não são considerados, na definição tradicional de meios de pagamento, as cadernetas de poupança e os depósitos a prazo nos bancos comerciais (captados vias CDBs – Certificados de Depósitos Bancários), por duas razões: não são de liquidez imediata e são remunerados, isto é, rendem juros.
Os meios de pagamento, conceituados como moeda de liquidez imediata, que não rendem juros, também são chamados, na literatura mais específica, de M1.
QUASE MOEDA
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Para alguns objetivos, os economistas incluem como moeda a chamada quase-moeda - ativo que tem alta liquidez (embora não tão imediata) e que rende juros, como os títulos públicos, as cadernetas de poupança, os depósitos a prazo e alguns títulos privados, como letras de câmbio e letras imobiliárias.
Os meios de pagamento, no conceito M1, também são chamados de ativos ou haveres monetários. Os demais ativos financeiros, que rendem juros, são chamados de ativos ou haveres não monetários.
A inclusão da quase moeda origina mais três definições de moeda, que podemos também conceituar:
Moeda
M1= moeda em poder do público + depósitos a vista nos bancos comerciais.
Quase Moeda
M2= M1 + títulos públicos.
M3= M2 + depósitos de poupança (caderneta de poupança)
M4 = M3 + títulos privados ( depósitos à prazo – CDB, RDB – letras de câmbio, letras imobiliárias).
Monetização e Desmonetização da Economia
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Em processos inflacionários intensos normalmente ocorre a chamada desmonetização da economia, isto é, diminui a quantidade de moeda sobre o total de ativos financeiros, em decorrência do fato de as pessoas procurarem defender-se da inflação com aplicações financeiras que rendem juros.
A monetização é o processo inverso: com inflação baixa, as pessoas mantêm mais moeda que não rende juros em relação aos demais ativos financeiros.
O grau de monetização ou desmonetização pode ser medido pela razão M1/M4: quando M1 aumenta em relação a M4, temos uma monetização; quando cai relativamente a M4, ocorre a desmonetização.
Criação e Destruição de Moeda ( ou Meios de Pagamento)
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Ocorre criação de moeda quando há um aumento do volume de meios de pagamento e destruição de moeda quando ocorre uma redução dos meios de pagamento. Alguns exemplos ilustram esses fatos.
Aumento dos empréstimos ao setor privado: Criação de moeda (os bancos comerciais tiram de suas reservas e emprestam ao público).
Resgate de um espréstimo no banco: Destruição de moeda (reduz os meios de pagamento, já que sai do público e retorna ao caixa dos bancos).
Saque de um cheque no balcão do banco: Não há nem criação nem destruição de meios de pagamento,pois simplesmente houve uma transferência de depósitos a vista (moeda escritural) para moeda em poder do público (moeda manual).
Depositante retira depósito a vista e o coloca em depósito a prazo: Destruição de moeda, pois os depósitos a prazo são meios de pagamento, dado, que não são de liquidez imediata, e rendem juros.
Oferta de Moeda pelo Banco Central
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
O Banco Central é o órgão responsável pela política monetária que tem como objetivo regular o montante de moeda e de crédito e as taxas de juros, de forma compatível com o nível de atividade econômica. Ou seja, o Banco Central deve procurar manter a liquidez da economia, atendendo às necessidades de transações do sistema econômico.
Compete ao Banco Central do Brasil (Bacen) cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central do Brasil é o órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e a fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país.
Funções do Banco Central
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Banco dos Bancos: O fluxo de caixa dos bancos tanto pode apresentar insuficiência como excesso. No primeiro caso, precisam socorridos, e quem o faz é o Banco Central. No segundo caso, os bancos, para não deixarem seus recursos ociosos, os depositam no Banco Central. Além disso, há necessidade de transferência de fundos entre os bancos comerciais, como resultado positivo ou negativo da câmara de compensação de cheques e outros papéis, o que é feito através de suas contas no Banco Central.
Banco do Governo: Grande parte dos recursos do governo é depositada no Banco Central. Quando o governo necessita de recursos, saca junto ao Banco Central em contrapartida à entrega de títulos da dívida pública.
Controle e regulamentação da oferta de moeda, que é uma função normativa: regula a moeda e crédito do sistema econômico.
Controle dos capitais estrangeiros e das operações com moeda estrangeira.
Fiscalização das instituições financeiras.
Para exercer essas funções, o Banco Central utiliza os instrumentos de política monetária.
BANCO CENTRAL
ATRIBUIÇÕES DE COMPETÊNCIA 
Fiscalizar as instituições financeiras, aplicando, quando necessário, as penalidades previstas em lei. Essas penalidades podem ir desde uma simples advertência aos administradores até intervenção para saneamento ou liquidação extrajudicial da instituição.
Conceder autorização as instituições financeiras, no que se refere ao funcionamento, instalação ou transferência de suas sedes, aos pedidos de fusão e incorporação.
Realizar e controlar as operações de redescontos e as de empréstimos dentro do âmbito das instituições financeiras bancárias;
Executar a emissão do dinheiro e controlar a liquidez do mercado;
Efetuar o controle do crédito, de capitais estrangeiros e receber os depósitos compulsórios dos bancos;
Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
Supervisionar os serviços de compensação de cheques entre instituições financeiras; e
Receber depósitos compulsórios das instituições financeiras e executar operações de política monetária.
Instrumentos de Política Monetária
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Controle das emissões: O Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda manual da economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas emissões e respectivos volumes.
Depósitos Compulsórios ou Reservas Obrigatórias: Os bancos comerciais, além de possuírem os chamados encaixes técnicos ( o caixa dos bancos comerciais), são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado por este sobre os depósitos a vista. Basta o Banco Central aumentar ou diminuir o percentual do depósito compulsório para influir no volume ofertado de empréstimos bancários (e, portanto, na criação de depósitos ou moeda escritural). Além de uma conta de depósitos compulsórios, os bancos comerciais mantêm junto ao Banco Central uma conta de depósito voluntários (ou reservas livres), onde são lançados os cheques de compensação entre os bancos.
Operações com Mercado Aberto (Open Market): Consistem na compra e venda de títulos públicos ou obrigações pelo governo. Quando o governo coloca em seus títulos junto ao público, o efeito é de reduzir os meios de pagamento (“enxuga” os meios de pagamento) já que parte da moeda em poder do público retorna ao governo como pagamento desses títulos. Ao contrário, quando o governo compra os títulos, efetua pagamento em moeda aos portadores dos mesmos, o que aumenta a oferta de moeda (os meios de pagamento).
Instrumentos de Política Monetária
Matéria extraída do livro “Fundamentos de Economia”, de Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva.
Política de Redesconto: Consiste na liberação de recursos pelo Banco aos comerciais que podem ser empréstimos ou redescontos de títulos. Existem os redescontos de liquidez, que são empréstimos para os bancos comerciais cobrirem um eventual débito na compensação de cheques, e os redescontos especiais ou seletivos, que são empréstimos autorizados pelo Banco Central visando beneficiar setores específicos. Por exemplo, para estimular a compra de máquinas agrícolas, o Banco Central abre uma linha especial de crédito, pela qual os bancos comerciais emprestam (descontam) aos produtores rurais e redescontam o título junto ao Banco Central.
Além desses instrumentos típicos da política econômica, o Banco Central pode afetar o fluxo de moeda através da regulamentação da moeda e do crédito como:
contingenciamento de crédito;
 fixação da taxa de juros; e
 limites de prazos para o consumidor, etc)
MULTIPLICADOR BANCÁRIO
Oferta de moeda pelos bancos comerciais. O multiplicador monetário (ou multiplicador bancário)
Os bancos comerciais também podem aumentar os meios de pagamento ( isto é, aumentar a oferta de moeda) através da multiplicação da moeda escritural ou depósitos a vista.
Um depósito a vista ou em conta corrente num banco comercial representa um fundo disponível, que pode ser movimentado a qualquer instante pelo titular da conta corrente através de cheque. No entanto existe um fluxo contínuo de depósitos e saques, de tal forma que o banco não precisa manter a totalidade dos recursos captados de depósito a vista para fazer frente aos pagamentos dos cheques emitidos pelos correntistas.
Dessa forma , o banco precisa guardar em seus cofres apenas a parte dos depósitos a vista que lhe permita cobrir as reservas técnicas ou caixa (para pagamentos dos cheques) e os depósitos compulsórios e voluntários (cheques de compensação), podendo emprestar o restante a seus clientes, pois dispõe de uma carta patente que lhe permite fazer isso.
O cliente que tomou o dinheiro emprestado faz um depósito a vista no mesmo ou em outro banco. Desse novo depósito, o banco retém o montante de reservas que cubra as reservas técnicas, bem como o depósito compulsório e do depósito voluntário junto ao Banco Central, e o restante torna a emprestar para outro cliente, que, por sua vez, faz novo depósito a vista, e assim sucessivamente. 
Note-se que apenas os bancos comerciais, dentre os intermediários financeiros privados, podem efetuar empréstimos com suas obrigações, isto é, depósitos à vista. Os chamados intermediários financeiros não bancários, como financeiras, bancos de investimentos, apenas transferem recursos de aplicadores para tomadores, e suas obrigações não são consideradas meios de pagamento. 
Ou seja, osbancos comerciais podem emitir ativos monetários e não monetários, enquanto as instituições financeiras não bancárias operam exclusivamente com ativos não monetários.
O efeito de criação múltipla de depósito a vista e, portanto, de meios de pagamento pode ser visualizados no quadro a seguir, onde se supõe que:
a emissão primária da moeda pelo Banco Central seja R$100.000, sendo essa quantidade de moeda entregue ao público;
as pessoas depositarão todo o dinheiro nos bancos comerciais para movimentá-lo através de cheques (por simplificação, estamos supondo por enquanto que nesse processo, a moeda em poder do público é nula);
os bancos precisam manter em reservas técnicas, compulsórias e voluntárias dos depósitos;
os bancos irão reter apenas o necessário para cobrir as reservas e emprestarão os recursos remanescentes.
IMPORTANTE
O multiplicador bancário ou multiplicador monetário corresponde ao inverso da taxa de reservas ou depósito compulsório (K=1/r). Assim, quanto menor o recolhimento da taxa de reservas ou de depósito compulsório, maior o poder do multiplicador bancário.
Fórmula do multiplicador bancário: K=1/r, onde K é multiplicador bancário e r é taxa de reserva ou de depósito bancário.
O multiplicador bancário não depende apenas da taxa de reservas ou depósito compulsório, mas das reservas dos bancos comerciais e pelas preferências do público entre papel moeda e o depósito à vista.
DEPÓSITO COMPULSÓRIO
Paulo Rabello de Castro, “Bons ou Maus Lucros, AG, 30/8/2006, p. 20
De cada real depositado numa conta corrente, o banco recolhe compulsoriamente R$0,45 ao Banco Central (45% de depósito compulsório).
Em seguida, é obrigado a recolher mais 8%, aplicados em títulos do tesouro nacional.
Com que lhe restou disponível, o banco terá que emprestar mais 27% à agricultura e ao microcrédito a taxas favorecidas. 
Final da história: sobre cada real depositado, o banco só ficará com R$0,20 para empréstimos livres.
Enquanto na China, em agosto de 2006,, o percentual de depósito compulsório era de 8,5%.
DEPÓSITO COMPULSÓRIO
As regras do depósito compulsório variam conforme o tipo de depósito. Exemplo para cada real depositado à vista pelo cliente em sua conta corrente, 45% são repassados ao BACEN na forma de depósito compulsório, sem remuneração para o banco.
CRÉDITO RURAL
Visando o desenvolvimento da agricultura, do saldo disponível são aplicados 25% no setor rural com uma taxa média de 28% ao ano e 2% no microcrédito.
TÍTULO DO TESOURO NACIONAL
Do saldo restante, 28%, os bancos são obrigados a aplicar 8% em títulos do Tesouro Nacional (depósitos remunerados). Logo, do total aplicado só 20% ficam liberados para o bancos aplicarem livremente.
DEPÓSITO COMPULSÓRIO
CADERNETA DE POUPANÇA
Até mesmo quando ocorre aplicação em caderneta de poupança incide depósito compulsório (remunerado). Ou seja, do total aplicado em caderneta de poupança, 20% tem que ser direcionado ao BACEN. Este depósito é remunerado com a Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês. Do saldo disponível, os bancos devem ainda aplicar 65% em financiamento habitacional, valores que são remunerados com a taxa de 12% ao ano. Portanto, do total aplicado, os bancos só podem aplicar 15% de forma livre.
CDB e RDB 
NÃO HÁ INCIDÊNCIA DE COMPULSÓRIO
O motivo pelo qual os bancos tem grande interesse que os clientes apliquem os recursos em Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB), deve-se ao fato desses depósitos a prazo não sofrerem incidência de depósito compulsório. Portanto, todo o dinheiro pode ser utilizado para empréstimos às pessoas físicas e jurídicas.
 
COLOCANDO DINHEIRO NA ECONOMIA
Em 24 de setembro de 2008, o governo anunciou medidas para reduzir os efeitos da crise financeira global. As medidas visam disponibilizar maior quantidade de recursos para as empresas brasileiras que estão com dificuldade de conseguir recursos fora do país.
LEASING:
O BC anunciou que vai adiar o aumento da alíquota do compulsório sobre leasing. Esse compulsório, que começou a ser cobrado em 2008, era uma das medidas do governo para reduzir a quantidade dce crédito na economia e, consequenteme3nte, segurar o consumo e a inflação.
A alíquota, que é hoje de 15%, iria subir para 23% em novembro e 25% em janeiro. Os aumentos iriam tirar cerca de R$8 bilhões da economia. Com o adiamento em dois meses de cada elevação, o sistema financeiro ganhará mais dinheiro nesse período.
OUTROS DEPÓSITOS
A outra medida do BC diz respeito à exigência adicional sobre depósitos. Hoje, os bancos são obrigados a depositar no BC 45% do dinheiro captado nos depósitos à vista, 15% dos depósitos à prazo e 20% de poupança.
Há também uma exigência adicional pela qual o banco deve recolher 8% dos recursos à vista e a prazo e 10% da poupança. Pelas regras, quando a soma do valor a ser recolhido pelos bancos nessas três alíquotas fica abaixo dos R$100 milhões, no entanto, o banco não recolhe nada. E, se ficar acima, o banco ainda pode recolher apenas o que ultrapassar os R$100 milhões.
Agora, o BC aumentou o limite de dedução para R$300 milhões. Ou seja, só será recolhido aquilo que ultrapassar os R$300 milhões. Com isso, segundo o BC, serão injetados mais R$5,2 bilhões no sistema financeiro, já que menos dinheiro ficará “preso”.
DEMANDA POR MOEDA
(Material extraído do capítulo 14 do livro Economia Básica – Resumo da Teoria e Exercícios, de Marco Antônio S. Vasconcelos e Roberto Luis Troster. Editora Atlas, 2ª Edição)
Segundo Keynes, existem três motivos para demandar moeda, isto é, para reter encaixes monetários:
motivo de transação;
motivo de precaução;
motivo de especulação.
Os motivos de transação e precaução já tinham sido levantados na teoria clássica, enquanto o motivo de especulação foi analisado por Keynes.
DEMANDA DE MOEDA POR MOTIVO DE TRANSAÇÃO
As pessoas retêm moeda para efetuar pagamentos que vencem antes da data de recebimento de sua renda, ou seja , para fazer face à diferença de datas entre os recebimentos e os gastos diários com alimentação e transportes, etc.
Claramente, a demanda de moeda para transação depende do nível de renda: quando a renda aumenta, os gastos também aumentam e os saldos de moeda para harmonizar esses fluxos devem aumentar. 
A relação entre a quantidade média de moeda retida (demandada) e a renda monetária anual é chamada de coeficiente marshallliano ou coeficiente de Cambridge e é definida como a retenção média da de moeda pela coletividade, em proporção à renda nacional, em determinado período de tempo.
O coeficiente marshalliano é considerado relativamente estável a curto prazo, já que depende de alguns parâmetros que se modificam lentamente, tais como hábitos da coletividade (quanto maior a utilização de cheques e cartões de crédito menor a necessidade de reter moeda) e o grau de verticalização da economia. Atualmente, a aceleração do processo de fusão e compra entre várias empresas contribui para diminuir a necessidade de moeda para transação. Quando uma empresa compra outra, as operações entre elas passam a ser meramente contábeis.
DEMANDA POR MOTIVO DE PRECAUÇÃO
A segunda razão para as empresas e indivíduos reterem (demandarem) moeda é a incerteza quanto às datas de recebimentos e pagamentos. Pagamentos inesperados, ou recebimentos atrasados, fazem com que as pessoas retenham uma parcela de moeda como precaução. Claramente, esses saldos monetários (encaixes monetários) de segurança ou precaução devem depender da renda do indivíduo ou da empresa. Quanto maior a empresa, ou mais rica a pessoa, maior a necessidade de moeda para a precaução.
DEMANDA POR MOTIVO DE ESPECULAÇÃO
Keynes deu nova dimensão à moeda, ao colocá-la também como uma forma de riqueza, de patrimônio. Segundo Keynes, as pessoas demandam moeda não apenas para satisfazer transações correntes, mastambém para especulação. Por exemplo, se as pessoas julgam que é melhor comprar ações no mês seguinte, em vez de hoje, porque isso propiciará maiores rendimentos, ele guarda moeda nesse período, até o mês o seguinte, Embora o raciocínio keynesiano esteja preso mais à especulação com títulos, essa idéia também pode ser aplicada no caso da compra de imóvel: se julgamos que os preços dos imóveis cairão no futuro, esperamos um pouca mais para comprá-lo.
Evidentemente, se as pessoas retêm moeda para especulação é porque esperam ganhar no futuro com essa decisão. Portanto, a demanda de moeda para especulação depende da comparação entre o que ganharia no futuro e o que ganharia hoje, ou seja, entre o rendimento futuro e o rendimento presente.
Do ponto de vista de quem retém a moeda, a taxa de juros representa o rendimento que esse indivíduo teria, se comprasse títulos. Ou seja, para quem empresta, ou seja, aplica, é um rendimento; para quem toma emprestado, é um custo.
Dessa forma, pode-se estabelecer uma relação entre demanda de moeda por especulação e a taxa de juros de mercado. É de se esperar que essa relação seja inversa: quanto maior a taxa de juros os agentes reterão menos moeda em seu poder. Isso porque muitos especuladores julgam que, como os juros estão elevados hoje, só tendem cair no futuro.
Assim, quanto maior a taxa de juros, maior a compra de títulos e menor a demanda de moeda para especulação.
 
CONCEITO DE ARMADILHA DE LIQUIDEZ
Keynes aponta uma possibilidade em que a política monetária seria totalmente ineficaz para tirar uma economia de uma situação desemprego. Se a economia estiver em depressão e com um nível de taxa de juros muito baixo (baixa rentabilidade dos títulos), toda a expansão monetária seria retida para fins especulativos, não sendo aplicada na atividade produtiva, porque os especuladores esperam que a taxa de juros só poderá subir brevemente ( não pode ficar mais baixa do que está)
OPEN MARKET
Material extraído do capítulo 2 do livro “Mercado Financeiro” de Alexandre Assaf Neto.
Principais objetivos:
Controle diário do volume de oferta de moeda, adequando a liquidez da economia à programação monetária do governo;
Manipulação das taxas de juros a curto prazo (não só em decorrência do volume da oferta da moeda, como também das taxas pagas pelas autoridades monetárias em suas operações com títulos públicos negociados);
Permite que as instituições utilizem suas disponibilidades monetárias ociosas em diversas operações financeiras (aplicações) de curto e de curtíssimo prazos;
Criação de liquidez para os títulos públicos, motivando as negociações com todos os demais títulos.
OPEN MARKET
Material extraído do capítulo 2 do livro “Mercado Financeiro” de Alexandre Assaf Neto.
MERCADO PRIMÁRIO
As colocações desses títulos, quando realizadas pela primeira vez, constituem o chamado mercado primário. 
Mercado primário é representado pela negociação direta ( e primária) entre o emitente dos títulos (governo) e seus adquirentes (instituições financeiras).
Diante dos objetivos retratados, o mercado primário contribui para a realização dos dois primeiros; ou seja, o Banco Central, negociando diretamente com os agentes econômicos títulos de emissão pública, influi, dentro da periodicidade em que são negociados esses ativos, no volume dos meios de pagamento e no custo do crédito.
OPEN MARKET
Material extraído do capítulo 2 do livro “Mercado Financeiro” de Alexandre Assaf Neto.
MERCADO PRIMÁRIO
LEILÃO: FORMAL E INFORMAL
As colocações primárias dos títulos costumam-se se desenvolver por meio de leilões periódicos, coordenados pelo Banco Central, nos quais são estabelecidas a priori as principais características da oferta (quantidade de títulos colocadas em circulação, etc). Os leilões podem ser do tipo formal, em que participam todas as instituições financeiras interessadas e informal ( go around), em que os negócios são realizados primeiramente com os dealers (instituições financeiras legalmente credenciadas a atuar no mercado em nome do Banco Central) e repassados, em seguida, às demais instituições financeiras do mercado.
Os brokers são corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, legalmente habilitadas a operar pelo Banco Central, que têm por função básica promover a intermediação dos títulos entre os dealers e os demais agentes do mercado.
OPEN MARKET
Material extraído do capítulo 2 do livro “Mercado Financeiro” de Alexandre Assaf Neto.
MERCADO SECUNDÁRIO
No denominado mercado secundário, verifica-se a transferência (ou renegociação) para terceiros dos títulos adquiridos no mercado primário, no qual não ocorre a negociação direta entre o órgão público emitente dos títulos e os poupadores.
Em realidade, o mercado secundário constitui-se em importante fonte de financiamento das carteiras de aplicações formadas pelas instituições financeiras. Por exemplo, se uma instituição adquire determinado título com um prazo de resgate de 182 dias, a determinada taxa de juros, procurará financiar essa posição por meio da revenda do título a uma taxa naturalmente inferior àquela que obteve em sua aplicação. 
Como o financiamento ocorre normalmente a prazos bem curtos (geralmente inferiores ao prazo de resgate do título negociados), a instituição financeira, passado o tempo de colocação pactuado com o poupador, deverá recomprar o título à taxa de juros contratada. Em momento posterior à recompra, inicia-se novamente o processo de revenda do título, que se repetirá até a data de vencimento (resgate) definida na aquisição original (182 dias). 
OPEN MARKET
Material extraído do capítulo 2 do livro “Mercado Financeiro” de Alexandre Assaf Neto.
OPERAÇÕES OVERNIGHT
É interessante comentar, ainda as conhecidas operações overnight, que se desenvolvem dentro do âmbito do mercado aberto. Nessa modalidade, o poupador adquire títulos no mercado secundário com o compromisso de negociá-los no dia seguinte, sendo a taxa de juros fixada livremente entre as partes. Como as operações do mercado secundário, o overnigth apresenta prazo e preço de recompra predeterminados, diferenciando-se somente pelo seu curtíssimo prazo (um dia).
Instituições financeiras geralmente se utilizam do overnight, visando compor o equilíbrio de seu caixa; apresentando reservas insuficientes, vendem títulos, comprando-os quando ocorrem sobras de caixa. Os resultados são determinados com base nos juros pagos pelos títulos que lastreiam as operações e aqueles calculados no overnight.
As transações do mercado aberto são controladas e custodiadas no Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custodia –, que registra os débitos e os créditos correspondentes às decisões de compra e venda de títulos públicos nas contas das instituições financeiras. No final do dia, cada instituição interligada ao Selic recebe um extrato de sua posição financeira, o qual tem como reflexo as operações realizadas. Esquematicamente, quando se processa uma operação de compra (ou venda) de títulos, à parte vendedora (financiada) é debitado prontamente o volume negociado, ocorrendo simultaneamente a transferência do direito de posse dos títulos para o cliente aplicador.
MERCADO MONETÁRIO
Matéria extraída do capítulo 4 do livro “Mercado Financeiro”, de Alexandre Assaf Neto
SISTEMAS DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO DE TÍTULOS: SELIC 
Grande parte dos títulos públicos e privados negociados no mercado monetário são escriturais, ou seja, não são emitidos fisicamente, exigindo maior organização em sua liquidação e transferência. As negociações com esses valores são, dessa forma, controladas e custodiadas por dois sistemas especiais, denominadas de Selic e Cetip.
O Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia – foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e a Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) em 1979, voltado a operarcom títulos públicos de emissão do Bacen e do Tesouro Nacional. Esse sistema constitui-se, em verdade, num grande computador que tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e de venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural.
Os vários negócios com esses títulos são acertados diretamente entre os operadores das instituições financeiras credenciadas a operar no mercado monetário, que repassam as informações, via terminal, ao Selic, para que ocorra a transferência do dinheiro e, a seguir, dos títulos envolvidos nas operações.
MERCADO MONETÁRIO
Matéria extraída do capítulo 4 do livro “Mercado Financeiro”, de Alexandre Assaf Neto
SISTEMAS DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO DE TÍTULOS: CETIP
A Cetip – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados – que passou a funcionar a partir de 1986 como um sistema bastante semelhante ao Selic, só que abrigando títulos privados, como CDB, RDB, debêntures, CDI etc. Algumas vezes, o sistema opera também com títulos que se encontram em poder do setor privado da economia.
As operações financeiras da Cetip processam-se por transferências bancárias de fundos (cheques ou formas equivalentes) e somente após as respectivas compensações é que o sistema providencia as transferências da custódia dos títulos.
OBJETIVOS BÁSICOS
Os dois sistemas de liquidação e custódia (Selic e Cetip) têm por objetivo básico promover a boa liquidação das operações do mercado monetário, propiciando maior segurança e autenticidade aos negócios realizados. Por sua importância no volume de operações do mercado monetário, o Selic e a Cetip divulgam periodicamente duas taxas de juros amplamente adotadas pelos agentes econômicos, a taxa Selic e taxa Cetip.
MERCADO MONETÁRIO
Matéria extraída do capítulo 4 do livro “Mercado Financeiro”, de Alexandre Assaf Neto
TÍTULOS PÚBLICOS
Essencialmente, os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional estão voltados para a execução da política fiscal do Governo, antecipando receitas orçamentárias ou financiando déficits fiscais. Os títulos de emissão do Banco Central, de menor duração, têm por objetivo principal a implementação e execução da política monetária. Os títulos da dívida pública do Governo Federal, classificados pela natureza de suas emissões, e suas principais caraterísticas de negociação, são apresentados a seguir:
	Títulos do Tesouro Nacional
	 Títulos do Banco Central
	LTN – Letras do Tesouro Nacional
	BBC – Bônus do Banco Central
	LFT – Letras Financeiras do Tesouro
	LBC – Letras do Banco Central
	NTN – Notas do Tesouro Nacional
	NBC – Notas do Banco Central
Os títulos estaduais e municipais apresentam baixa liquidez no mercado, tendo uma circulação mais restrita. Os títulos públicos federais, ao contrário, têm maior aceitação e liquidez.
MERCADO MONETÁRIO
Matéria extraída do capítulo 4 do livro “Mercado Financeiro”, de Alexandre Assaf Neto
TÍTULOS PÚBLICOS
LTN – Letras do Tesouro Nacional: São negociados com deságio (desconto), pagando o investidor uma quantia inferior a seu valor de face. São emitidos com um prazo mínimo de 28 dias;
LFT – Letras Financeiras do Tesouro: têm seus rendimentos definidos pela média da taxa Selic (overnight), garantindo uma rentabilidade de mercado ao investidor. São papéis atraentes, e seus prazos de emissão são definidos pelo Tesouro Nacional.
NTN – Notas do Tesouro Nacional: oferecem rendimentos pós-fixados e atrelados a um indexador da economia. Os juros são pagos periodicamente e o prazo mínimo de emissão é de três meses. São lançadas também séries especiais de NTN, pagando rendimentos diferenciados. Esses títulos apresentam opções de rendimentos e prazos diferentes de acordo com seu tipo de emissão.
MERCADO MONETÁRIO
Matéria extraída do capítulo 4 do livro “Mercado Financeiro”, de Alexandre Assaf Neto
TÍTULOS PÚBLICOS
BBC – Bônus do Banco Central: caracteristicamente de curto prazo utilizados nos leilões de títulos públicos do Banco Central. Apresentam rendimentos prefixados na forma de desconto (deságio). Os prazos desses títulos são, de 28, 35, 42 e 49 dias;
LBC – Letra do Banco Central: são títulos bastante semelhantes às Letras Financeiras do Tesouro (LFT), tendo sua remuneração definida pela taxa média diária (overnight) do Selic. São ativos quase-moeda de grande atratividade para os investidores.
NBC – Notas do Banco Central: oferecem rendimentos postecipados e atrelados a um indexador da economia. Os juros costumam ser pagos periodicamente, e seu prazo de emissão mínimo é de três meses. As autoridades monetárias lançaram uma série especial desse título (NTN-E), com correção atrelada à variação do dólar.
TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO
TAXA REFERENCIAL DE JUROS – TR
A principal razão apontada para a criação da TR (1991) era promover a substituição da indexação presente na economia brasileira, a qual vinha realizando-se mediante inúmeros índices, como ORTN, OTN, BTN, entre outros. Nessa concepção, a taxa referencial devia corrigir todos os instrumentos financeiros de mercado que previssem alguma forma de indexação em seus valores, além de permitir a emissão de títulos públicos e privados com correção atrelada à TR.
A TR é apurada e anunciada mensalmente pelo governo. Sua forma de cálculo segue regras próprias, sendo obtida com base na remuneração média mensal (taxas prefixadas) dos CDB/RDB operados pelos maiores bancos. Atualmente, são considerados as 30 maiores instituições bancárias classificados por volume de captação.
Para o cálculo da TR do mês é deduzido, da taxa média de captação dos bancos, um redutor que deve refletir a tributação incidente sobre CDB/RDB e a taxa de juros da economia. 
TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO
TAXA FINANCEIRA BÁSICA – TBF
A taxa financeira básica foi criada em 1995 com o intuito principal alongar o perfil das aplicações financeiras da economia, meta sempre almejada pelas autoridades monetárias. Os rendimentos da TBF são superiores aos da TR pois em seu cálculo não se inclui o redutos.
O Banco Central calcula a TBF com base nos rendimentos médios mensais oferecidos pelos CDB de 30 dias, informando seu percentual periodicamente ao mercado. A taxa divulgada é utilizada para remunerar as aplicações financeiras a prazo fixo com maturidade mínima de dois meses.
A TBF é uma taxa futura de juros dos títulos de renda fixa do mercado financeiro nacional que transmite aos agentes uma idéias sobre o comportamento dos juros previstos para os próximos 30 dias.
TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO
TAXA DO BANCO CENTRAL: TBC
O Banco Central do Brasil criou uma taxa de juro de caráter mensal – Taxa do Banco Central (TBC) – tendo por objetivo básico referenciar o nível mínimo dos juros nas operações de open market, e para o mercado financeiro de uma maneira geral. As taxas são formadas nos mercados livremente pelos agentes financeiros, como resultado das forças de oferta e demanda de recursos, nos percentuais que excedem ao piso mínimo pela TBC.
TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO – TJLP
A TJLP é uma taxa de juros aplicada preferencialmente em operações de longo prazo, constituída de maneira a viabilizar as operações de maior maturidade e substituir definitivamente a indexação na economia. O prazo de vigência da taxa de juros de longo prazo (TJLP) é de três meses, sendo divulgada pelo Banco Central, como taxa nominal anual, no primeiro dia útil do período de aplicação.
A TJLP é utilizada para remunerar, entre outros, os recursos do PIS/Pasep e do Fundo de Amparo do Trabalhador – FAT. Está previsto seu uso também em substituição à TR em linhas de financiamento geridas pelo BNDES, sendo seu principal fator de correção.
Para cálculo da TJLP, são consideradas as taxas de juros dos títulos da dívida externa e interna do Brasil, consideradas quando de suas respectivas emissões no mercado primário.

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