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Fundamentos de Controle e Prevenção da Poluição

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Fundamentos de Controle e 
Prevenção da Poluição 
 
 
Sumário 
 
1. Introdução ..................................................................................................... 2 
2.Poluição Atmosférica........................................................................................... 5 
3 . Poluição nos recursos hídricos .......................................................................... 23 
4 . Poluição do solo .............................................................................................. 34 
5. Poluição sonora ................................................................................................ 41 
6 . Considerações Finais ....................................................................................... 44 
7. Conclusões ...................................................................................................... 47 
8 . Referencias ..................................................................................................... 48 
 
 
 
1. Introdução 
 
Define-se como poluição a interferência do homem no meio em que está 
inserido direta ou indiretamente, seja através de substâncias ou de energia, 
provocando um efeito negativo no seu equilíbrio. 
 
O homem existe há milhões de anos e sempre retirou seu sustento do meio 
ambiente. 
 
No entanto, graças à capacidade de raciocínio e de criar condições de vida mais 
favoráveis, a humanidade cresceu e continua crescendo, dominando a maior 
parte do planeta. 
 
O número de pessoas, que no início do século XXI já ultrapassava a casa de 
seis bilhões, faz aumentar a necessidade de empregos e alimentos, 
constituindo-se assim no primeiro e grande fator de poluição ambiental: o 
crescimento demográfico. 
 
Uma vez que a área de terras cultiváveis não pode crescer no mesmo ritmo que 
a população, o necessário aumento de produção só pode ser atingido mediante 
uma intensificação da agricultura nas áreas já disponíveis. 
 
Para tal, torna-se necessária uma eficiente produção de fertilizantes, seja em 
forma de adubos orgânicos, seja em forma de fertilizantes minerais, exigindo-se 
ainda uma proteção eficiente das plantas cultivadas contra pragas de origem 
vegetal ou animal. 
 
Mas a necessidade do emprego de meios químicos de proteção é perfeitamente 
criticável, porque embora eles possam aumentar a produção em até 50%, a 
fabricação e o uso de fertilizantes e pesticidas se constituem no segundo maior 
componente da poluição ambiental. 
 
O segundo problema, gerado a partir do primeiro, ocorre pelo fato de o 
homem, como nenhum outro ser vivo, conseguir transformar as matérias-
primas de que dispõe, de forma a torná-las úteis para si, seja como 
ferramentas ou máquinas, seja como objeto de lazer ou arte. 
 
No processo de confecção de todos estes artigos, formam-se grandes 
quantidades de resíduos inúteis, que com o tempo acabam por comprometer o 
ambiente. 
 
Além disso, durante esses processos de fabricação, não é consumida apenas a 
energia própria do corpo humano; há consumo de energias provenientes de 
outras fontes. 
 
Assim sendo, todo o processo de industrialização se constitui num dos 
principais responsáveis pela poluição ambiental. 
 
A história da poluição ambiental já começou a ser escrita há vários séculos. Já 
no início da história formaram-se, por ação do homem, produtos de despejo e 
resíduos tóxicos na água dos rios ou na atmosfera. 
 
Por isso, tentou-se desde cedo controlar, através de decretos e normas, a 
produção e remoção desses detritos. 
 
Na antiga Grécia, por exemplo, os curtumes, com seus gases de cheiro 
desagradável, só podiam ser construídos com autorização especial. 
 
As fundições de prata eram obrigadas a ter chaminés particularmente altas, 
para que os gases tóxicos formados (SO2) se pudessem distribuir melhor pela 
atmosfera. 
 
Na antiga Roma, existia um decreto segundo o qual os matadouros, curtumes, 
fabricantes de azeite e lavanderias, que provocavam libertação de cheiros 
desagradáveis, eram apenas permitidos em locais desabitados. 
 
Também os fornos dos fabricantes de vidro só podiam ser levantados em áreas 
restritas das cidades, devido aos gases poluentes liberados (HF). 
 
Na cidade de Zwickau, na Saxônia, o emprego de carvão de pedra nas forjas foi 
proibido na área urbana, em 1348. 
 
Por meio de uma iniciativa popular, os moradores da cidade de Goslar 
conseguiram proibir, em 1407, a calcinação de minérios nas vizinhanças da 
cidade, pois a poluição provocada pelo fumo das fundições tornara-se 
insuportável. 
 
Assim o homem, por necessidade ou ganância,vem interferindo negativamente 
no ambiente ao longo do tempo, poluindo a atmosfera, o solo a água e tudo o 
que nos cerca. 
 
A forma mais correta de se combater essa forma de agressão ao ambiente é 
controlar os recursos e aprender a utilizá-los com sabedoria. 
2. Poluição Atmosférica 
 
A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e material particulado 
que envolve a Terra. 
 
Essa camada é essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos 
processos físicos e biológicos sobre o planeta, uma vez que protege os 
organismos da exposição a níveis arriscados de radiação ultravioleta. 
 
Ademais, contém os gases necessários para os processos vitaisde respiração 
celular e fotossíntese, além de também fornecer a água necessária à vida. 
 
Nosso planeta apresenta uma camada de ar de aproximadamente 800 
quilômetros de espessura, sendo que a quase totalidade do ar situa-se apenas 
numa faixa de 40 quilômetros, tornando-se uma atmosfera rarefeita nos 760 
quilômetros restantes. 
 
A atmosfera se divide em camadas, que estão relacionadas com propriedades 
químicas e físicas, influenciando diretamente na tendência de mudança de 
temperatura da atmosfera de acordo com a altura (fig.1). 
 
A atmosfera terrestre apresenta uma mistura de vários gases, como o 
nitrogênio (78,1%), o oxigênio (20,9%), vapor de água e uma pequena 
quantidade de dióxido de carbono (0,03%) e gases residuais. 
 
 
Figura 1- Camadas atmosféricas. Fonte: <http://camadasatmosfera.xpg.uol.com.br/> (acesso 
em: 11 fev. 2016). 
 
A poluição atmosférica pode ser definida como qualquer forma de matéria ou 
energia com intensidade, concentração, tempo ou características que possam 
tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar 
público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao 
uso e gozo da propriedade e à qualidade de vida da comunidade. 
 
Refere-se às mudanças susceptíveis de causar impacto no nível ambiental 
através da contaminação por gases, partículas sólidas, líquidos em suspensão, 
material biológico ou energia. 
 
A adição dos contaminantes ou de elementos resultantes desses impactos 
podem provocar danos à saúde humana ou ao ecossistema. 
 
A poluição do ar tem sido a mais sentida pela população, pois necessitamos do 
oxigênio para nossa sobrevivência. 
 
Portanto, é um tema extensivamente pesquisado nas últimas décadas e 
caracteriza-se como um fator de grande importância na busca da preservação 
do meio ambiente e na implementação de um desenvolvimento sustentável, 
pois seus efeitos afetam de diversas formas a saúde humana, os ecossistemas 
e os materiais. 
 
Vários fatores influenciam o nível de poluição de uma determinada área, tais 
como: 
 
• Tipos e qualidades de poluentes produzidos pelas atividades 
comunitárias; 
• Topografia; 
• Meteorologia, como umidade relativa do ar, ventos, precipitações, luz 
solar, temperatura, massas de ar. 
 
A frequência, a duração e a concentração dos poluentes a que estão expostos 
os receptores são determinadas pelos movimentos atmosféricos, o que faz da 
atmosfera o meio de propagação desses poluentes emitidos. 
 
A combinação da estabilidade atmosférica com a ausênciade chuvas é um fator 
desfavorável à dispersão dos poluentes. 
 
Um exemplo disso é a piora da qualidade do ar com relação aos parâmetros de 
monóxido de carbono, dióxido de enxofre e material particulado durante os 
meses de inverno, em que as condições meteorológicas existentes não 
favorecem a dispersão dos poluentes. 
 
Outro fator de dispersão dos poluentes são as circulações locais, que são 
padrões meteorológicos específicos de uma determinada região e apresentam 
movimentos atmosféricos de duração máxima de 24 horas. 
 
A temperatura média anual em um centro urbano é mais alta do que em seu 
entorno, podendo atingir uma diferença de até 10°C. 
 
Esse contraste de temperatura forma uma circulação convectiva que contribui 
para a concentração de poluentes nas grandes cidades, originando as ilhas de 
calor. 
 
Vários fatores contribuem para o desenvolvimento dessas ilhas, como o excesso 
de asfalto, que diminui a permeabilidade do solo, a falta de áreas verdes e o 
excesso de prédios. 
 
O ar relativamente quente sobre o centro da cidade é trocado por ares mais 
frios e mais densos, provenientes das zonas rurais. A coluna de ar ascendente 
acumula aerossóis sobre a cidade, formando uma nuvem de poluentes 
concentrados. 
 
Outro fator que influencia na dispersão de poluentes é a inversão térmica, 
condição meteorológica que ocorre quando uma camada de ar quente se 
sobrepõe a uma camada de ar frio. 
 
Isso impede o movimento ascendente do ar, uma vez que o ar abaixo dessa 
camada fica mais frio, portanto, mais pesado, fazendo com que os poluentes se 
mantenham próximos da superfície. 
 
 
2.1- História da poluição atmosférica 
 
Historicamente, os primeiros sinais de poluição do ar no mundo ocorreram na 
era pré-cristã, na qual o carvão mineral era utilizado como combustível. 
 
Nas cidades onde o ar apresentava traços de poluição, pessoas doentes eram 
transportadas para locais onde o ar era mais puro. 
 
No início do século XX, devido ao crescimento populacional e ao 
desenvolvimento industrial em vários países, houve um aumento significativo 
nos níveis de poluentes presentes no ar. 
 
Mesmo assim, segundo Shy (1979), a sociedade não demonstrava nenhuma 
preocupação com o controle da qualidade do ar. 
 
Foi a partir de três episódios dramáticos de poluição excessiva que as 
autoridades políticas e científicas foram despertadas para discutir o assunto. 
 
O primeiro episódio aconteceu no Vale Meuse, na Bélgica, no ano de 1930. No 
local, existia uma grande concentração de indústrias de cerâmica e vidro, 
transformações químicas e minerais, cimento, siderúrgicas, carvoarias, fábrica 
de pólvora, ácido sulfúrico, entre outras. 
 
No início de dezembro, a falta de chuvas e ventos propiciou o acúmulo de 
poluentes na região, ocasionando, em dois dias, a morte de sessenta pessoas. 
 
Outro caso aconteceu no ano de 1948, em Donora, Pensilvânia, Estados 
Unidos, quando, durante seis dias do mês de novembro, uma nuvem 
concentrada de poluentes ficou estacionada na cidade, causando a morte de 20 
pessoas e o adoecimento de milhares de indivíduos com problemas 
respiratórios e cardíacos. 
 
Presumiu-se que a grande quantidade de materiais particulados e dióxido de 
enxofre contribuiu para o episódio. 
 
A partir daí, as autoridades americanas começaram a desenvolver estudos no 
sentido de estabelecer parâmetros para regulamentar a poluição atmosférica, 
sendo seguidas pelo Japão e alguns países da Europa. 
 
Contudo, o caso mais grave aconteceu em Londres, no ano de 1952, onde uma 
inversão térmica fez com que uma nuvem de poluentes, composta 
principalmente de dióxido de enxofre e materiais particulados, permanecesse 
estacionada na cidade por um período de cinco dias. 
 
O saldo dessa tragédia foi a morte de quatro mil pessoas, despertando 
novamente a atenção da sociedade, pesquisadores e autoridades para a 
importância de estabelecer programas responsáveis por controlar a emissão de 
poluentes. 
 
No Brasil, no ano de 1972, iniciou-se na cidade de São Paulo, pela CETESB, o 
monitoramento da qualidade do ar, com a instalação de quatorze estações 
responsáveis por medir os níveis de dióxido de enxofre e fumaça preta. 
 
Nove anos depois, adotou-se o monitoramento automático, através da 
instalação de novas estações que avaliavam a quantidade de MP, dióxido de 
enxofre, ozônio, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos 
presentes no ar. 
 
Também se adotou a utilização de parâmetros meteorológicos, como velocidade 
e direção do vento e umidade relativa do ar. 
 
 
2.2 - Padrões de qualidade do ar 
 
O nível de poluição do ar é medido pela quantificação das substâncias 
poluentes presentes nele. 
 
Esses indicadores de qualidade do ar têm limites máximos para cada poluente 
encontrado na atmosfera definidos legalmente, que objetivam garantir a saúde 
das pessoas e proteger o meio ambiente. 
 
Os padrões de qualidade do ar (PQAr), segundo publicação da Organização 
Mundial da Saúde (OMS), em 2005, variam de acordo com a abordagem 
adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações 
econômicas e vários outros fatores políticos e sociais. 
 
Esses, por sua vez, dependem, entre outras coisas, do nível de 
desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. 
 
As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta essa heterogeneidade e, 
em particular, reconhecem que, ao formular políticas de qualidade do ar, os 
governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de 
adotar os valores propostos como padrões nacionais. 
 
Através da Portaria Normativa nº 348, de 14/03/90, o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) estabeleceu os 
padrões nacionais de qualidade do ar e os respectivos métodos de referência. 
 
Ampliou assim o número de parâmetros anteriormente regulamentados através 
da Portaria GM nº 0231, de 27/04/76. 
 
Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA 
em 28/06/90 e transformados na Resolução CONAMA nº 03/90. 
 
Portanto, o CONAMA vem estabelecendo, por meio de resoluções, as normas 
para o controle da emissão de poluentes do ar por fontes fixas e móveis. 
 
Segundo a Resolução CONAMA n° 03/90: 
 
Art. 1º - São padrões de qualidade do ar as concentrações de 
poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a 
saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como 
ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio 
ambiente em geral. 
 
Parágrafo Único - Entende-se como poluente atmosférico qualquer 
forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, 
concentração, tempo ou características em desacordo com os 
níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: 
 
I - Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; 
II - Inconveniente ao bem-estar público; 
III - Danoso aos materiais, à fauna e flora; 
IV - Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às 
atividades normais da comunidade. 
 
Art. 2º - Para os efeitos desta resolução, ficam estabelecidos os 
seguintes conceitos: 
 
I - Padrões primários de qualidade do ar são as concentrações de 
poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da 
população. 
 
II - Padrões secundários de qualidade do ar são as concentrações 
de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso 
sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à 
fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. 
 
Parágrafo Único - Os padrões de qualidade do ar serão o objetivo 
a ser atingido mediante a estratégia de controle fixada pelos 
padrões de emissão e deverão orientar a elaboração de planos 
regionais de controle de poluição do ar. 
 
A poluição atmosférica traz prejuízos não somente à saúde e à qualidade de 
vida das pessoas,mas também acarretam maiores gastos do Estado, 
decorrentes do aumento do número de atendimentos e internações 
hospitalares, além do uso de medicamentos. 
 
Esses custos poderiam ser evitados com a melhoria da qualidade do ar dos 
centros urbanos. 
 
A poluição do ar pode afetar ainda a qualidade dos materiais (corrosão), do 
solo e das águas (chuvas ácidas), além de influenciar na visibilidade. 
 
A gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento 
socioeconômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para 
tanto, se fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das 
emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico. 
 
A grande dificuldade de se estabelecer uma classificação que determine a 
quantidade de substâncias poluentes no ar é a diversidade de poluentes 
encontrados. Apesar disso, os poluentes são classificados em: 
 
• Poluentes primários: são aqueles emitidos diretamente pelas fontes 
de emissão, ou seja, são agentes poluentes lançados diretamente na 
atmosfera. Exemplo: monóxido de carbono; 
 
• Poluentes secundários: são poluentes que se formam na atmosfera 
através de reações químicas entre os poluentes primários e componentes 
naturais da atmosfera. Exemplo: gás ozônio. 
 
As substâncias poluentes podem ser classificadas de acordo com o seu grupo 
físico-químico: 
 
• Compostos de enxofre; 
• Compostos de nitrogênio; 
• Compostos orgânicos; 
• Compostos halogênicos; 
• Monóxido de carbono; 
• Material particulado; 
• Ozônio. 
 
O nível de qualidade do ar é determinado através da interação das fontes de 
poluição e da atmosfera, além da demonstração dos efeitos negativos sobre os 
seres vivos receptores dessas substâncias nocivas e dos materiais. 
 
A qualidade do ar é determinada por um sistema de fontes móveis (veículos 
automotores) e fontes estacionárias (indústrias), pela topografia e pelas 
condições meteorológicas da região. 
 
Os grupos de poluentes que determinam a qualidade do ar são escolhidos de 
acordo com a frequência de sua ocorrência e de seus efeitos nocivos. Os 
principais são: 
 
• Material particulado (MP): material particulado suspenso na 
atmosfera é o nome dado aos poluentes constituídos por poeiras, 
fumaças e a totalidade de material líquido e sólido suspenso na 
atmosfera; 
 
• Fumaça: processos de combustão originam esse MP suspenso na 
atmosfera; 
 
• Dióxido de enxofre: impureza encontrada na queima dos derivados de 
petróleo (gasolina e óleo diesel) e no carvão mineral; 
 
• Monóxido de carbono: resultante da queima incompleta de 
combustíveis orgânicos, sendo que os principais emissores são os 
veículos automotores; 
 
• Oxidantes fotoquímicos: conjunto de gases originados a partir de 
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênios que reagem na atmosfera 
quando ativados pela radiação solar; 
 
• Hidrocarbonetos: a queima incompleta e a evaporação dos 
combustíveis e produtos orgânicos voláteis resultam em gases e vapores 
denominados hidrocarbonetos; 
 
• Óxidos de nitrogênio: são formados por 90% de monóxido de 
nitrogênio e 10% de dióxido de nitrogênio. 
 
O monóxido de nitrogênio, sob a ação dos raios solares, transforma-se 
em dióxido de nitrogênio, sendo fundamental na formação de oxidantes 
fotoquímicos, como o ozônio. 
 
 
2.3 - Fontes de poluição atmosférica 
 
Os tipos de fontes poluentes do ar são variados, sendo classificados de acordo 
com a origem: antropogênicas (causadas pela ação humana) ou naturais 
(Quadro 1). 
 
Também são classificados de acordo com sua especificidade espacial (Quadro 
2), e ainda de acordo com quantidade de emissão (Quadro 3). 
 
Tipo de fonte Exemplos 
Antropogênicas 
Poluição gerada por carros, fábricas, aerossóis, produção 
de energia, evaporação de químicos voláteis, emissão de 
poeiras como se verifica nas industrias madeireiras e de 
extração mineral, queimas de lixo, de combustível, 
fermentação de resíduos. 
Naturais 
Emissões provenientes de vulcões, metanos emitidos 
naturalmente por animais, fuligem de incêndios florestais, 
liberação de compostos radioativos por rochas, 
desnitrificação por bactérias, decomposição anaeróbica de 
matéria orgânica. 
Quadro 1 – Classificação de fontes, segundo a fonte causadora. Fonte: autoria própria. 
 
Tipo de fonte Exemplos 
Estacionárias Chaminé de uma indústria que emite poluente. 
Moveis Veículos, aviões, barcos, locomotivas, motocicletas etc. 
Quadro 2 – Classificação de fontes, segundo distribuição espacial. Fonte: autoria própria. 
 
Tipo de fonte Exemplos 
Pontuais 
Fontes que descarregam grandes quantidades de um 
mesmo poluente. Ex.: vilas, cidades, fábricas. 
Moveis 
Fontes que descarregam pequenas quantidades de um 
mesmo poluente. Ex.: veículos, fazendas etc. 
Quadro 3 – Classificação de fontes, segundo quantidades emitidas. Fonte: autoria própria. 
 
2.4 - Fenômenos ambientais decorrentes da poluição atmosférica 
 
- Efeito da camada de ozônio: 
 
O ozônio (O3) é um dos gases que compõem a atmosfera, sendo que cerca de 
90% de suas moléculas se concentram entre 20 e 35km de altitude, na região 
denominada camada de ozônio (ver Figura 1). 
 
Sua importância está no fato de ser o único gás que filtra a radiação ultravioleta 
do tipo B (UV-B), nociva aos seres vivos. 
 
Apesar da sua relevância, a camada de ozônio começou a sofrer com os efeitos 
da poluição crescente provocada pela industrialização mundial. 
 
Os principais destruidores são produtos químicos como halon, tetracloreto de 
carbono (CTC), hidroclorofluorcabono (HCFC), clorofluorcarbono (CFC) e 
brometo de metila. 
 
Quando liberadas no meio ambiente, deslocam-se atmosfera acima, 
degradando a camada de ozônio. 
 
 
- Chuva ácida: 
 
É um fenômeno atmosférico causado, em escala local ou regional, pela 
precipitação de chuva carregada com grande quantidade de ácidos, resultante 
do lançamento de poluentes produzidos pelas atividades humanas. 
 
A combinação de gás carbônico e água presentes na atmosfera produzem ácido 
carbônico que, embora em pequena quantidade, já torna as chuvas 
normalmente ácidas. 
 
Os principais responsáveis pela precipitação de chuvas com elevados níveis de 
acidez da atmosfera são o trióxido de enxofre, resultante da combinação do 
dióxido de enxofre com o oxigênio, e o dióxido de nitrogênio lançado na 
atmosfera. 
 
Essas substâncias, ao se combinarem com água em suspensão, transformam-se 
em ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso respectivamente. Esses ácidos têm 
elevada capacidade de corrosão. 
 
- Smog fotoquímico: 
 
O smog fotoquímico é a reação de hidrocarbonetos, não muito poluentes, com 
gases presentes na atmosfera como O3, NO e NO2. 
 
O ozônio é o principal componente do smog fotoquímico. Essa substância reage 
com hidrocarbonetos formando álcoois, cetonas e aldeídos, aumentando o 
número de compostos orgânicos poluentes da atmosfera, como o formaldeído e 
a acroleína. 
 
Hidrocarbonetos insaturados podem reagir com o NO e o NO2, formando 
nitratos orgânicos, substâncias poluentes e muito irritantes. 
 
- Efeito estufa: 
 
O efeito estufa é um mecanismo natural do planeta Terra para possibilitar a 
manutenção da temperatura numa média de 15°C, ideal para o equilíbrio de 
grande parte das formas de vida em nosso planeta. 
 
Sem o efeito estufa natural, o planeta Terra poderia ficar muito frio, 
inviabilizando o desenvolvimento de grande parte das espécies animais e 
vegetais. Isso ocorreria pois a radiação solar refletida pela Terra se perderia 
totalmente. 
 
- Inversão térmica: 
 
Normalmente o ar quente é mais leve que o ar frio, e na atmosfera da Terra o 
ar frio tende a ficar em cima nas altitudes elevadas. 
 
Essa naturalidade na atmosfera força que o ar frio desça pelasua maior 
densidade e esquente perto da superfície e suba novamente após aquecido, 
provocando um ciclo de troca (convecção) e limpeza dos poluentes. 
 
Geralmente esse fenômeno ocorre quando o solo esfria muito rápido à noite, 
favorecendo o efeito estufa, que consequentemente reduz o efeito da inversão 
na medida que o dia vai avançando. 
 
 
2.5 - Técnicas aplicadas, equipamentos utilizados no controle da 
poluição atmosférica 
 
Existem várias tecnologias de controle da poluição atmosférica e estratégias 
disponíveis para reduzir a poluição do ar. 
 
As mais utilizadas na indústria e setor automobilístico para redução da emissão 
de poluentes são as seguintes: 
 
• Ciclones de poeiras: são separadores mecânicos de partículas, em que o 
gás com partículas é forçado a girar de forma ciclônica, fazendo com que 
através da diferença de massa entre as partículas e o gás, estas movam-
se em direção à parte externa do vórtice, podendo então ser recolhidas; 
 
• Precipitador eletrostático: equipamento industrial, utilizado na recolha 
de material particulado de gases de exaustão. 
 
Opera carregando eletrostaticamente as partículas e depois captando-as 
por atração eletromagnética. É uma máquina de elevado custo e 
consumo energético, porém, de alta eficácia; 
 
• Carvão ativado: os filtros de carvão ativado são normalmente utilizados 
na purificação de gases, para remover vapores de óleos, cheiros e outros 
hidrocarbonetos do ar. 
 
O carvão ativado é uma forma de carbono que foi transformado para 
torná-lo extremamente porosa e, portanto, ter uma grande área 
disponível para adsorção ou reações químicas; 
 
• Conversor catalítico: dispositivo usado para reduzir a toxicidade das 
emissões dos gases de escape de um motor de combustão interna. 
 
Introduzido nos Estados Unidos a partir de 1975 de forma que fosse 
cumprida a legislação exigida pela EPA sobre emissões de gases nocivos; 
 
• Biofiltros: consistem na aplicação de microrganismos, incluindo bactérias 
e fungos, que são imobilizados no biofilme para degradar os compostos 
poluentes. 
 
Esses microrganismos oxidam a matéria, eliminando assim os compostos 
indesejados. 
 
É particularmente utilizado no controle de compostos orgânicos voláteis 
(COVs), H2S (sulfeto de hidrogênio), odores e amoníacos. 
 
Reduzir a poluição é hoje uma das principais preocupações da maioria dos 
países do mundo. 
 
Porém, não obstante a vasta legislação que tem sido publicada visando essa 
redução, a tarefa não é fácil, pois exige uma ação internacional organizada 
(recordelembre que a poluição não conhece fronteiras), enormes investimentos 
e a intervenção ativa de todos os cidadãos em geral e das empresas em 
particular. 
 
É evidente que não se podem fechar as fábricas e mandar parar os automóveis 
e os aviões. Por isso, a diminuição da poluição tem de passar por um conjunto 
muito vasto de medidas, de que se dão a seguir alguns exemplos: 
 
• Instalação nas fábricas de dispositivos (catalisadores) que retenham os 
fumos e os gases, podendo estes ser até reutilizados como fontes 
energéticas. 
 
De acordo com o princípio de que "deve pagar quem polui", essa medida 
tem já caráter obrigatório em vários países industrializados, em diversos 
setores da indústria; 
 
• Utilização de tecnologias alternativas, ou seja, de tecnologias diferentes 
que reduzam o consumo de energia, tornem a indústria menos poluidora 
(tecnologias limpas) e valorizem os resíduos; 
 
• Aplicação de catalisadores em todos os automóveis novos, de modo a 
diminuir o máximo de emissão de fumos e gases e a redução da 
quantidade de chumbo e enxofre nos combustíveis (gasolina, gasóleo). 
 
Pensa-se que essas medidas reduzirão entre 70% e 90% a poluição do 
ar provocada pelos veículos motorizados; 
 
• Obrigatoriedade de inspeções periódicas a todos os tipos de veículos 
automóveis no que diz respeito aos níveis de poluição atmosférica 
(nomeadamente a emissão de fumos) e sonora (especialmente sobre o 
nível de ruído dos tubos de escape), como já acontece em muitos países; 
 
• Substituição de alguns produtos químicos industriais perigosos, como, 
por exemplo, os que têm levado à destruição da camada do ozônio. 
 
A substituição das tecnologias tradicionais por tecnologias alternativas (limpas), 
nas unidades fabris já em operação, exige profundas alterações na estrutura 
dessas unidades e, por consequência, elevadíssimos investimentos, só ao 
alcance das grandes empresas. 
 
No entanto, as fábricas e indústrias recém-criadas podem adaptar as 
tecnologias alternativas ainda na implementação do projeto, ou seja, ainda na 
fase inicial de instalação. 
 
Isso já vem acontecendo na indústria automotiva, por exemplo, na qual os 
novos veículos já vêm equipados com sistemas antipoluição (catalisadores) e 
adaptados ao consumo de "gasolina verde" (sem chumbo) ou ainda 
biocombustíveis. 
 
Também a substituição dos produtos químicos perigosos por outros de menor 
impacto ambiental exige dispendiosas pesquisas, aumentando ainda mais o 
custo do produto final, e é por isso que têm surgido conflitos entre as instâncias 
governamentais e muitas empresas produtoras de uma vasta gama de produtos 
químicos destruidores da camada de ozônio. 
 
Fica assim estabelecido o confronto entre a necessidade de preservar o 
ambiente e a sobrevivência das empresas. 
 
3. Poluição nos recursos hídricos 
 
3.1 A água 
 
Água é uma substância cujas moléculas são compostas por um átomo de 
oxigênio e dois átomos de hidrogênio. 
 
Trata-se de um líquido inodoro (sem odor), insípido (sem sabor) e incolor 
(sem cor), embora também se possa encontrar no seu estado sólido (quando 
está em forma de gelo) ou no seu estado gasoso (vapor). 
 
A água é o componente que aparece em maior abundância 
na superfície terrestre (cobre cerca de 71% da crosta terrestre). 
 
Forma os oceanos, os rios e as chuvas, além de ser parte integrante de todos 
os organismos vivos. 
 
A circulação da água nos ecossistemas produz-se através de um ciclo que 
consiste na evaporação ou na transpiração (ressoar), na precipitação ou no 
deslocamento para o mar. 
 
Chama-se de água doce a água que contém uma quantidade mínima de sais 
dissolvidos (ao contrário da água do mar, que é salgada). 
 
Através de um processo de potabilização, o ser humano consegue tornar a 
água doce potável, isto é, própria para o consumo, graças ao valor equilibrado 
dos seus minerais. 
 
A água mineral, por sua vez, é a água que contém minerais e outras 
substâncias dissolvidas, a que se lhe pode acrescentar um valor terapêutico ou 
alterar o sabor. 
 
Esse tipo de água é o que se comercializa engarrafado em todo o mundo para o 
consumo humano. 
 
A água é um composto inorgânico presente no meio celular de qualquer ser 
vivo, sendo fundamental nas diversas reações metabólicas que ocorrem na 
matéria viva; daí a principal preocupação do homem em obtê-la em 
quantidades suficientes para o seu consumo e necessidades diárias. 
 
Na natureza, a água é responsável pela manutenção da umidade do ar e 
contribui para a estabilidade do clima no planeta, além de ser protagonista das 
mais belas paisagens. 
 
O volume total da água permanece constante no planeta, sendo estimado em 
torno de 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos. 
 
Os oceanos constituem cerca de 97,5% de toda a água do planeta. Dos 2,5% 
restantes, aproximadamente 1,9% está localizada nas calotas polares e nas 
geleiras, enquanto apenas 0,6% é encontrada na forma de água subterrânea, 
em lagos, rios, e também na atmosfera, como vapor. 
 
Esses números são importantes para nos conscientizarmos e sabermos da 
importância de preservar os recursos hídricos disponíveis no planeta. 
 
3.2 Ciclo da água 
 
O ciclo biogeoquímico da água é responsávelpela sua renovação no planeta. 
Este ciclo, que se inicia com os raios solares incidentes nas águas dos oceanos, 
rios e reservatórios, tem sua transferência de água assim descrita: 
 
- Precipitação - Resultante da condensação do vapor d’água na forma de 
gotículas que se precipitam, compreendendo a totalidade das águas que caem 
da atmosfera e entram em contato com a superfície. Podem apresentar-se sob 
diversas formas: chuva, neve, granizo e orvalho. 
 
Quando a água das chuvas atinge a terra, ocorrem dois fenômenos: um deles 
consiste no seu escoamento superficial em direção aos canais de menor 
declividade, alimentando diretamente os rios, e o outro é a infiltração no solo, 
alimentando os lençóis subterrâneos. 
 
A quantidade de água que escoa depende da intensidade das chuvas e da 
capacidade de absorção do solo; 
 
- Evapotranspiração - A energia solar, incidente no planeta, é responsável pela 
evaporação das águas dos rios, reservatórios e mares, bem como pela 
transpiração das plantas. 
 
 
Figura 2 - Ciclo da água. Fonte: <http://www.revistaecologico.com.br/> (acesso em: 11 fev. 
2016). 
 
3.3 Poluição das águas 
 
A poluição hídrica, também conhecida como poluição das águas, é caracterizada 
pela introdução de qualquer matéria ou energia responsável pela alteração das 
propriedades físico-químicas de um corpo d’água. 
 
Os principais responsáveis por esse tipo de poluição são os lançamentos de 
efluentes industriais, agrícolas, comerciais e esgotos domésticos, além de 
resíduos sólidos diversos. 
 
Isso compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, afetando a 
saúde de espécies animais e vegetais em vários pontos do planeta. 
 
Os prejuízos desse processo são imensos: além de comprometer a qualidade da 
água para abastecimento, ocorre a morte de espécies aquáticas, além da 
proliferação de doenças como a febre tifoide, meningite, cólera, hepatites A e 
B, entre outras. 
 
Outros fatores negativos da poluição hídrica são: odor, grande concentração de 
mosquitos e eutrofização (quando o esgoto é lançado nos meios aquosos, o 
excesso de nutrientes provoca o crescimento de algas, impedindo a passagem 
da luz e a transferência do oxigênio atmosférico para o meio aquático). 
 
Várias formas de poluição aquática afetam as nossas reservas d’água, podendo 
ser classificadas em: 
 
• Poluição biológica (ou natural): presença de vírus ou bactérias 
patógenas, principalmente na água potencialmente potável; 
 
• Poluição térmica: pelo descarte, nos corpos receptores, de grandes 
volumes de água aquecida usada no arrefecimento de uma série de 
processos industriais. 
 
Esse tipo de poluição causa três efeitos deletérios: com o aumento da 
temperatura, ocorre a diminuição da solubilidade dos gases em água, 
ocasionando um decréscimo na quantidade de oxigênio dissolvida na 
água; diminuição do ciclo de vida de algumas espécies aquáticas, 
afetando o ciclo de reprodução; e potencializa-se a ação dos poluentes já 
presentes na água, pelo aumento na velocidade das reações; 
 
• Poluição física ou sedimentar: descarga de material em suspensão. Esses 
sedimentos bloqueiam a entrada dos raios solares na lâmina de água, 
interferindo no processo de fotossíntese e diminuindo a visibilidade dos 
animais aquáticos de encontrar alimento; além disso, carreiam poluentes 
químicos e biológicos neles adsorvidos; 
 
• Poluição química: ocorre devido à presença de produtos químicos 
indesejáveis. Os agentes poluidores mais comuns presentes nas águas 
são: 
 
o Fertilizantes - Utilizados na agricultura para aumentar a 
produtividade, os fertilizantes são arrastados pela irrigação e pelas 
chuvas para as águas subterrâneas, lagos e rios. 
 
Quando os fertilizantes e outros nutrientes vegetais entram nas 
águas paradas de um lago ou em um rio de águas lentas, causam 
um rápido crescimento de plantas superficiais, especialmente das 
algas. 
 
À medida que essas plantas crescem, formam um tapete que 
pode cobrir a superfície, isolando a água do oxigênio do ar. Sem o 
oxigênio, os peixes e outros animais aquáticos virtualmente 
desaparecem dessas águas; 
 
o Outros problemas ocasionados pela proliferação das algas são 
alterações na água, como o sabor, a turbidez, a cor e a presença 
de odores e de substâncias tóxicas liberadas por esses 
organismos, além de aderirem às paredes dos reservatórios e 
tubulações, aumentando os custos no tratamento da água; 
 
o Compostos orgânicos sintéticos: existe uma grande diversidade 
desses compostos; entre eles, temos os plásticos, detergentes, 
solventes, tintas, inseticidas, herbicidas, produtos farmacêuticos e 
aditivos alimentares. Muitos desses produtos são tóxicos e dão cor 
ou sabor à água. 
 
Com o passar do tempo, com o crescimento populacional e o aumento na 
quantidade e composição de resíduos e efluentes produzidos pela sociedade, o 
solo saturado foi perdendo a capacidade de reter os poluentes. 
 
Quando o solo perde essa propriedade de depuração, as águas subterrâneas 
correm o risco de ser contaminadas. 
 
São inúmeras as fontes poluidoras que ameaçam as águas subterrâneas, como: 
 
• Os chamados "lixões", aterros sanitários não adequados; 
• Acidentes com substâncias tóxicas; 
• Atividades incorretas de armazenamento; 
• Manuseio e descarte de matériasprimas, produtos e efluentes; 
• Resíduos provenientes de atividades industriais e mineradoras, que 
expõem o aquífero, sistemas de saneamento in situ; 
• Vazamento das redes coletoras de esgoto; 
• Uso incorreto de agrotóxicos e fertilizantes; 
• Processos de irrigação que podem provocar problemas de salinização ou 
aumentar a lixiviação de contaminantes para a água subterrânea; 
• Outras fontes dispersas de poluição. 
 
A presença do nitrato em águas subterrâneas é um indicador de poluição, pois 
a origem dessa substância está relacionada a atividades agrícolas e esgotos 
sanitários. 
 
O grande problema é a remoção do nitrato presente na água; muitas vezes, 
torna-se oneroso, tornando inviável recuperar a porção de água que foi 
contaminada por essa substância, colocando em risco a potabilidade da água 
utilizada por uma determinada população. 
 
O potencial de poluição de um determinado aquífero depende de sua 
vulnerabilidade, ou seja, são levados em conta se esse aquífero está confinado 
ou não, a sua profundidade, as características do estrato acima da zona 
saturada. 
 
Além disso, outros fatores importantes a serem considerados são a quantidade, 
forma e características do poluente lançado. 
 
3.4 - Principais processos poluidores da água 
 
Os principais processos poluidores das aguas são: 
 
• Contaminação - É a introdução de compostos em quantidades acima 
das normais, podendo ou não afetar os organismos que habitam no 
sistema ecológico e cuja origem poderá ser natural. 
 
A principal origem de contaminação é por matéria orgânica, vinda dos 
esgotos domésticos e das águas residuais das indústrias de alimentos. 
 
A DBO (demanda bioquímica de oxigênio) expressa a concentração de 
matéria orgânica ativa no ambiente aquático. 
 
Outro agente contaminante são os organismos patogênicos 
transmissores de doenças; seu principal indicador são as bactérias 
coliformes. 
 
Os compostos organossintéticos formam um grupo de 
contaminantes perigoso, pois por serem sintetizados artificialmente a sua 
biodegradabilidade é muito baixa, provocando graves problemas, pois a 
contaminação por agrotóxicos tem seus efeitos principalmente no 
sistema nervoso central do ser humano. 
 
Os metais pesados contribuem muito para a poluição das águas, têm 
sua origem no uso de agrotóxicos, de fertilizantes e de processos 
industriais. 
 
Dependendo do tipo de metal e da sua concentração, os metais pesados 
causam efeitos na biota aquática e também sobre os seres humanosde 
várias formas; 
 
• Assoreamento - É um dos principais problemas que afetam os rios, 
principalmente os que passam por grandes cidades. Neste processo 
ocorre o acúmulo de lixo, entulho e outros detritos no fundo dos rios. 
 
Com isso, o rio passa a suportar cada vez menos água, provocando 
enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas. 
 
Além da ação do homem, o assoreamento dos rios é provocado também 
de forma natural, pois com o passar do tempo, vai ocorrendo o acúmulo 
de terra ou areia no fundo dos rios. 
 
O processo de assoreamento provoca o aparecimento de línguas de 
terras e afeta o componente estético, diminuindo o espelho d'água do 
manancial. 
 
Outro fator muito relevante devido ao assoreamento refere-se à 
diminuição da comunidade bentônica, que habita o fundo dos rios, lagos 
e outros corpos hídricos, e que tem importância vital para a cadeia 
alimentar e o equilíbrio ecológico do ambiente aquático; 
 
• Eutrofização - É o aumento da concentração de nutrientes em águas 
naturais, doces ou salgadas, decorrentes de um processo de 
intensificação do fornecimento de nutrientes (principalmente nitratos e 
fosfatos), o que acelera o crescimento de algas e outros vegetais e a 
deterioração da qualidade das águas. 
 
Embora seja um processo natural de maturação de uma massa d’água, 
pode ser causado ou intensificado pela ação humana (lançamento de 
esgotos e outros efluentes, lixiviação de fertilizantes do solo etc.). 
 
É um dos principais problemas enfrentados no gerenciamento de 
recursos hídricos; 
 
• Acidificação das chuvas - É um problema ambiental bem conhecido 
em muitas partes do mundo, em particular nas regiões de maior 
concentração industrial. 
 
A acidificação das chuvas está associada principalmente à presença de 
NOx e SO2 provindos dos processos de combustão especialmente de 
combustíveis fósseis. 
 
Na presença da radiação solar, as reações desses gases com a água da 
chuva ocasionam a formação de ácidos nítrico e sulfúrico e como 
consequência diminui o pH da água de acordo com os níveis de poluição. 
 
O impacto das chuvas ácidas provoca a deterioração dos ambientes 
naturais, das águas, dos solos e vegetação; dos materiais empregados 
nas construções civis, monumentos antigos, entre outros. 
 
3.5 Qualidade e índices de qualidade da água 
 
Na avaliação da qualidade das águas, devemos observar quais variáveis, 
incluindo nesse universo as biológicas, serão escolhidas e monitoradas. 
 
Além disso, devemos saber que os padrões utilizados para a análise dos 
resultados dependem do enquadramento e, consequentemente, dos usos 
previstos para os diferentes tipos de água. 
 
Esses usos incluem o abastecimento público, a irrigação, a dessedentação 
(matar a própria sede), atividades recreativas, balneabilidade, proteção da vida 
aquática e uso paisagístico. 
 
Os padrões de qualidade para as variáveis biológicas apresentam 
regulamentação federal, determinada pela Portaria nº 518/04 do Ministério da 
Saúde. 
 
Essa Portaria define padrões para as variáveis, como coliformes fecais, 
presença de protozoários, concentração de cianotoxinas e quantidade de 
cianobactérias, com o objetivo de preservar a saúde da população. 
 
Existe também a Resolução CONAMA nº 274/00, que estabelece os padrões 
para balneabilidade, incluindo coliformes termo-tolerantes e E.coli, e a 
Resolução CONAMA nº 357/05, que estabelece critérios para classificação e 
enquadramento dos corpos d’águas, bem como condições e padrões de 
lançamentos de efluentes. 
 
Esses instrumentos legais são acrescidos da legislação existente nas esferas 
estadual e municipal. 
 
A apresentação dos resultados de monitoramento é feita por meio de índices 
que sistematizam a informação de grande número de variáveis, facilitando a 
compreensão dos resultados obtidos. 
 
Esses índices são utilizados para classificar determinado corpo d’água em faixas 
de qualidade: péssima, ruim, regular, boa e ótima. 
 
 
4. Poluição do solo 
 
O solo é a camada superficial da crosta terrestre, sendo fundamental para a 
vida de várias espécies. 
 
Sua poluição ocorre devido aos malefícios diretos e indiretos causados pela 
desordenada exploração e ocupação do meio ambiente, depositando no solo 
elementos químicos estranhos, prejudiciais às formas de vida micro e 
macrobiológicas e sua colaboração em relação às interações ecológicas 
regulares. 
 
No início da história da humanidade, o lixo produzido era formado basicamente 
de folhas, frutos, galhos de plantas, pelas fezes e demais resíduos do ser 
humano e dos outros animais. 
 
Esses restos eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados e reutilizados 
nos ciclos do ambiente. 
 
Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, o 
desenvolvimento das indústrias e da tecnologia cada vez mais produzem 
resíduos que se acumulam no meio ambiente. 
 
Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, reciclado e 
"devolvido" ao ambiente, há o lixo industrial eletrônico, hospitalar, as 
embalagens de papel e de plástico, garrafas, latas etc. 
 
Esses materiais, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não são 
decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza. 
 
A produção exagerada de lixo é uma das principais responsáveis pela poluição 
do solo. 
 
A utilização de agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes químicos nas atividades 
agrícolas também contamina o solo. 
 
Esses produtos químicos são prejudiciais às formas de vida microbiológica 
presentes no solo, alterando de forma drástica sua composição, que uma vez 
contaminado acaba afetando as plantações e as áreas de pastagens. 
 
Sendo assim, os vegetais absorvem essas substâncias, que são ingeridas pelos 
humanos e por outros animais. 
 
Dessa forma, a contaminação do solo gera riscos à saúde e manutenção de 
todo organismo vivente na área contaminada, bem como o possível contato 
humano diretamente com o meio, com os vapores do agente contaminante e 
contaminação dos caminhos e lençóis de água presentes naquela área. 
 
Em várias ocasiões o ser humano está à mercê de um contato com a poluição 
infiltrada no solo, permitindo a propagação de doenças. 
 
4.1 – Tipos de poluição do solo 
 
De acordo com sua origem, a poluição pode ser classificada como: 
 
• Poluição do solo de origem humana: a contaminação do solo nas 
grandes cidades se dá principalmente pelo acúmulo de lixo em áreas de 
descarte, os chamados resíduos sólidos urbanos; 
 
• Poluição do solo de origem agrícola: a contaminação do solo, nas áreas 
rurais, dá-se sobre tudo pelo uso indevido de agrotóxicos e por 
adubação incorreta ou excessiva. Restos de cultivo e resíduos orgânicos 
de origem animal também podem ser poluentes, se mal manejados; 
 
• Poluição do solo de origem industrial: a contaminação do solo por 
resíduos industriais ocorre, na maioria dos casos, por depósito ilegal de 
restos industriais, normalmente associados a metais pesados, produtos 
químicos perigosos ou restos industriais, enterrados em solo sem 
precaução adequada. 
 
4.2 – Causas da Poluição do solo 
 
As principais causas da poluição do solo são: o acúmulo de lixo sólido (como 
embalagens de plástico, papel e metal) e de produtos químicos (como 
fertilizantes, pesticidas e herbicidas). 
 
O vidro, por exemplo, leva cerca de cinco mil anos para se decompor, enquanto 
certos tipos de plástico, impermeáveis ao processo de biodegradação 
promovido pelos microrganismos, levam milhões de anos para se 
desintegrarem. 
 
Pode-se então descrever essas causas como: 
 
• Lixo químico - A poluição do solo também pode ser ocasionada por 
produtos químicos lançado nele sem os devidos cuidados. 
 
Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem do seu lixo 
químico, isto é, substâncias químicas utilizadasna produção industrial 
que se acumulam no solo. 
 
Outro tipo de lixo extremamente perigoso é o produzido pelas usinas 
nucleares. Os lixos radioativos causam problemas sérios de saúde, não 
havendo conhecimento científico até hoje sobre como descartá-lo de 
forma segura; 
 
• Uso de fertilizantes - Usá-los para corrigir deficiências do solo de forma 
indiscriminada acaba contaminando o solo com impurezas e/ou com uma 
sobrecarga de nutrientes para os vegetais, desequilibrando assim a 
composição natural do solo. 
 
Alguns metais pesados, como chumbo e cádmio, também são 
encontrados em fertilizantes, aumentando a toxidade o solo, sendo um 
grande perigo para as plantações. 
 
Esses poluentes são posteriormente arrastados com a água das chuvas 
ou se infiltram no solo, indo para em lençóis freáticos e mananciais, 
poluindo assim os cursos d'água; 
 
• Uso de pesticidas, herbicidas e inseticidas - Agrotóxicos são usados para 
diminuir o número de pestes que atuam em plantações e prejudicam a 
atividade agrícola, mesmo que, para isso, elas causem danos 
irreversíveis ao meio ambiente. 
 
Essas substâncias são absorvidas pelo solo, terminando por contaminar 
as plantações que crescem ali. O consumo posterior desses vegetais 
contaminados pode causar sérios danos à saúde humana e de animais. 
Outro problema é a redução de fertilidade do solo contaminado; 
 
• Despejo incorreto de resíduos sólidos - Em geral, os lixos doméstico, 
industrial e rural têm em sua composição uma variedade de produtos 
químicos prejudiciais ao meio ambiente. 
 
Esse lixo é degradado e resulta na produção de chorume, que é um 
líquido altamente tóxico, resultante da decomposição dos resíduos 
orgânicos. 
 
Os depósitos de lixo, feitos de forma não sanitária, acabam vazando esse 
chorume que atravessa o solo, contaminando-o e atingindo os lençóis 
freáticos. 
 
O número de "lixões" a céu aberto no Brasil é preocupante, sendo que 
grande parte do nosso lixo não tem o despejo correto; 
 
• Mineração - Essa atividade, através de escavações e aberturas de 
imensas crateras, altera de forma significativa a estrutura natural do 
solo, o que é agravado pelo uso de substâncias químicas. 
 
Podem ser citadas como algumas das principais fontes poluidoras do solo: 
inseticidas, solventes, detergentes, remédios e outros produtos farmacêuticos, 
herbicidas, lâmpadas fluorescentes, componentes eletrônicos, tintas, gasolina, 
diesel e óleos automotivos, fluidos hidráulicos, fertilizantes, produtos químicos 
de pilhas e baterias. 
 
4.3 – Consequências da poluição do solo 
 
Uma das principais consequências é a infertilização do solo para plantação e a 
contaminação da água. A terra se torna improdutiva e não se tem como plantar 
nenhum outro tipo de cultura. 
 
Ocorrem também: 
 
• Saturação do solo; 
• Deposição ou infiltração no solo ou no subsolo de substâncias ou 
produtos poluentes; 
• Contaminação do solo com metano e dióxido de carbono; 
• Perda das funções e qualidades do solo devido à introdução de 
poluentes; 
• Alteração da topografia; 
• Perda da fauna; 
• Alteração da densidade e consistência do solo; 
• Alteração da aptidão para drenagem natural; 
• Alteração do solo em profundidade; 
• Alterações da qualidade da água à superfície e em correntes; 
• Lixiviação de contaminantes de instalações, em particular lixiviados de 
aterros; 
• Deposição com impregnação de líquidos poluentes; 
• Aplicação direta de resíduos da terra, como por exemplo lamas de 
esgoto, produção e migração de gás nos aterros conduzindo ao aumento 
de temperatura dos solos; 
• Contaminação dos solos através do movimento ascendente dos lixiviados 
por ação capilar, sob determinadas condições climatéricas. 
 
4.4 - Como evitar a poluição dos solos 
 
O registro e mapeamento de áreas contaminadas e sua consequente 
recuperação demandam uma boa quantidade de tempo e trabalho, dependendo 
de estudos profundos de geologia, hidrologia, química e simulação 
computadorizada. 
 
Algumas soluções para evitar a poluição têm sido propostas: 
 
• Aterros sanitários - Nesses locais, o lixo, coberto com terra e amassado, 
é colocado em grandes buracos. Esse procedimento é repetido várias 
vezes, formando-se camadas sobrepostas. 
 
Os aterros sanitários possuem sistemas de drenagem, que retiram o 
excesso de líquido, e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e 
gasosos. 
 
Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro sanitário 
têm um alto custo econômico; 
 
• Incineração - A incineração reduz bastante o volume de resíduos e 
destrói organismos que causam doenças. 
 
É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a 
instalação de filtros e de equipamentos especiais para filtrar a fumaça 
resultante da incineração, que também é poluente. 
 
O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a 
queima, o material que resta pode ser encaminhado para aterros 
sanitários; 
 
• Compostagem - A compostagem é a transformação dos restos orgânicos 
do lixo em um composto, nesse caso, em adubo. 
 
Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e 
fungos) sobre as substâncias orgânicas do lixo; 
 
• Reciclagem - Reciclar é uma boa opção, pois diversos componentes do 
nosso lixo diário podem ser reaproveitados. 
 
Em várias cidades brasileiras, há a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, 
o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de proteger o 
solo de materiais não recicláveis pela natureza. 
 
5. Poluição sonora 
 
O som é a compressão ou onda mecânica que se propaga de forma 
circuncêntrica em meios que tenham massa e elasticidade, sejam eles sólidos, 
líquidos ou gasosos. 
 
Os sons de qualquer natureza podem se tornar prejudiciais à saúde ou mesmo 
insuportáveis quando emitidos em grande volume e, nesses casos, diz-se que 
determinado som possui nível elevado de pressão sonora ou elevada 
intensidade. 
 
O termo ruído, por sua vez, pode ser utilizado em vários contextos. É algo 
inoportuno, indesejável, que pode prejudicar a percepção de um sinal ou gerar 
desconforto. 
 
Trata-se de um atributo qualitativo, não quantitativo. Quantitativamente, mede-
se, no caso de um determinado som, o seu nível de pressão sonora. 
 
A perda da audição é o efeito mais frequentemente associado a qualquer som, 
seja ele ruidoso ou não, musical ou não, que possua níveis elevados de pressão 
sonora, ou seja, que ultrapasse os limites de tolerância cientificamente já 
estabelecidos para o ouvido humano, para a maioria das pessoas, de forma 
gaussiana. 
 
Esses limites de tolerância estão explicitados em diversas tabelas que 
relacionam os níveis de pressão sonora de sons, ruidoso ou não, e o tempo em 
que, sendo ultrapassado por alguém que se exponha a ele, se poderá sofrer 
lesões auditivas. 
 
Exposição é o contato de forma desprotegida a determinados níveis de pressão 
sonora por tempo e dose suficientes para provocar a lesão auditiva (quando 
são ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos). 
 
Dá-se quando se está "de forma desprotegida" porque entende-se que alguém 
que esteja protegido não estará em exposição ao agente agressor, (no máximo 
encontrar-se-á em risco de exposição). 
 
Essa situação está presente em várias atividades da vida diária em que o 
contato com sons intensos, de forma desprotegida, voluntária (ex.: uso de 
equipamentos de música amplificada) ou involuntária (poluição sonora com 
altos níveis de pressão sonora). 
 
5.1 – Como ocorre a poluição sonora 
 
A poluição sonora ocorre quando, num determinado ambiente, o som altera a 
condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente, 
como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de 
vida das pessoas. 
 
O ruído é oque mais colabora para a existência da poluição sonora. Ele é 
provocado pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de 
transporte, áreas de recreação etc. 
 
Esses ruídos provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas, 
além de provocar alterações comportamentais e orgânicas. 
 
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som deve ficar em 
até 50db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao 
ser humano. 
 
A partir de 50 decibéis, os efeitos negativos começam. Alguns problemas 
podem ocorrer a curto prazo, enquanto outros levam anos para serem notados. 
 
5.2 - Danos da poluição sonora para a saúde 
 
Independentemente de os níveis sonoros serem potencialmente agressores aos 
ouvidos, a poluição sonora pode, em alguns indivíduos, causar estresse, e com 
isto, interferir na comunicação oral, base da convivência humana. 
 
Podem ainda perturbar o sono, o descanso e o relaxamento, impedir a 
concentração e aprendizagem, e o que é considerado mais grave, criar um 
estado de cansaço e tensão que pode afetar significativamente o sistema 
nervoso e cardiovascular. 
 
Há vários tipos de ruídos e sons não ruidosos potencialmente agressivos para o 
órgão auditivo, como o trânsito de veículos, atividades domésticas e públicas e 
o ruído industrial. 
 
O aparelho auditivo não é o único ponto de ataque da poluição sonora, mas 
também o sistema endócrino, especialmente as glândulas que produzem o 
cortisol e outros corticosteroides. 
 
Dessa maneira, níveis de ruído a partir de 45dB podem ser nocivos à saúde 
humana, quando a diferença de medição for maior que 3dB do nível de ruído 
de fundo. 
 
Já a partir de 55dB pode-se considerar uma fonte sonora como incômodo. Se 
este nível de ruído permanecer por um período de tempo longo, a produção 
pessoal pode cair e a sensação de mal-estar de quem está submetido a esta 
fonte sonora pode aumentar enormemente. 
 
Emissões sonoras entre 60 e 75dB produzem estresse físico. Este tipo de 
poluição sonora pode determinar a hipertonia arterial (aumento da pressão 
sanguínea) e provocar doenças circulatórias, como o enfarte do miocárdio 
(ataque do coração) e até mesmo ser a causa de úlceras estomacais. 
 
6 . Considerações finais 
 
6.1 – Educação ambiental 
 
A partir da década de 70, o mundo começou a discutir os problemas ambientais 
causados ao nosso planeta. 
 
Em 1992, aconteceu um grande encontro no Brasil sobre meio ambiente e 
desenvolvimento, chamado de ECO-92, realizado pela Conferência da ONU. 
 
Nesse encontro ficou visível a preocupação com as questões ambientais 
(biodiversidade, desertificação, mudanças climáticas, camada de ozônio em 
perigo), reforçando os princípios e as regras para o combate à degradação 
ambiental. 
 
Foi a partir da Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972 que surgiu a 
educação ambiental (EA) e a evolução de seus conceitos ampliaram-se com a 
ECO-92, sediada no Rio de Janeiro. 
 
Podemos dizer que EA é um processo permanente de formação e informação, 
procurando desenvolver uma consciência crítica para identificação e busca de 
soluções para os problemas ambientais. 
 
No Brasil, a Lei Federal 9.795/99 institui a Política Nacional de Educação 
Ambiental. 
 
Entendem-se por EA os processos por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade 
(baseado no Art. 225 da Constituição Federal/88). 
 
A educação ambiental quer provocar a mudança de comportamento e atitudes 
diante do meio ambiente, de forma a possibilitar a melhoria da qualidade de 
vida. 
 
Estimular o uso dos recursos naturais de forma sustentável e combater o 
desperdício é fundamental para minimizar (diminuir) os problemas ambientais. 
 
Quando falamos em qualidade de vida, devemos estabelecer critérios 
ambientalmente corretos, ou seja, devemos procurar sempre agir de forma 
consciente. 
 
O lixo é um dos grandes problemas ambientais do mundo, e a falta de 
conscientização e de Educação Ambiental do ser humano agrava cada vez mais 
esse problema. 
 
Para entender melhor a questão do lixo, é necessário praticar os 3Rs: 
 
• Reduzir o consumo desnecessário (consumo consciente). Evitar o 
desperdício, principalmente de água (recurso natural finito), de comida e 
de alimentos, tão necessários para a nossa sobrevivência; 
 
• Reutilizar e reaproveitar tudo que for possível, pois quando estamos 
reutilizando ou reaproveitando, possibilitando um novo destino para 
aquele material, deixamos de provocar impactos ambientais; 
 
• Reciclar tudo aquilo que não for possível reutilizar ou reaproveitar. No 
processo de reciclagem, os resíduos podem ser transformados em 
matéria-prima, poupando os recursos naturais, mas de alguma forma 
provoca impactos ambientais. 
 
Os materiais recicláveis são: papel, plástico, vidro, metal, resíduo 
orgânico (óleo de fritura, restos de comida, folhas, poda de árvores etc.). 
 
6.2 - Saúde pública e meio ambiente 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a 
ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental 
e social. 
 
A VIII Conferência Nacional de Saúde Pública, realizada em 1986, marco 
importante na discussão no Brasil da relação saúde/doença, ampliou esse 
conceito. 
 
Incluiu na definição de saúde o acesso a condições de vida e trabalho, bem 
como o acesso igualitário de todos aos serviços de promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
 
Colocou como uma das questões fundamentais a integridade da atenção à 
saúde e a participação social. 
 
Nos últimos anos, tem-se observado que a finalidade dos projetos de 
saneamento tem saído de sua concepção sanitária clássica, recaindo em uma 
abordagem ambiental, que visa não só promover a saúde do homem, mas 
também a conservação do meio físico e biótipo. 
 
Com isso, a avaliação ambiental dos efeitos dos sistemas de saneamento nas 
cidades consolidou-se como uma etapa importante no processo de 
planejamento, no que se refere à formulação e seleção de alternativas e à 
elaboração e detalhamento dos projetos selecionados. 
 
A compreensão dessas diversas relações revela-se um pressuposto fundamental 
para o planejamento dos sistemas de saneamento em centros urbanos, de 
modo a privilegiar os impactos positivos sobre a saúde pública e sobre o meio 
ambiente. 
 
Ressalta-se que o conceito de saneamento compreende os sistemas de 
abastecimento de água e esgotamento sanitário, a coleta e disposição de 
resíduos sólidos, a drenagem urbana e o controle de vetores. 
 
7. Conclusões 
 
Pôde-se notar como o atual modelo econômico estimula o consumo crescente e 
irresponsável de bens materiais. 
 
Percebeu-se, no entanto, que há um limite para essas práticas consumistas, 
pois algumas das consequências indesejáveis desse tipo de ação humana já são 
claras, como a contaminação da água, o esgotamento do solo e a crescente 
poluição atmosférica, principalmente nas grandes cidades. 
 
A poluição tem causado problemas diversos, os quais apresentam diferentes 
graus de complexidade, pois variam conforme o caso e as características 
específicas da região que sofreu o impacto ambiental. 
 
As soluções para mitigar os efeitos negativos do poluente serão dispendiosas 
para a sociedade, caso as medidas a serem tomadas não apresentem ações 
preventivas e também caso não ocorra o envolvimento, além do poder público, 
das empresas, do terceiro setor e da própria população. 
 
O entendimento da EA a todos os setores da sociedade será fundamental para 
que possamos mudar comportamentos, posturas e práticas habituais nocivas ao 
meio ambiente e estabelecer atitudes que verdadeiramentevisem ao 
desenvolvimento sustentável. 
 
Portanto, as questões ambientais não devem ser tratadas apenas como um 
conjunto de temáticas para proteger a vida dos seres vivos, mas também 
promover melhorias do meio ambiente com ações concretas que transformem 
essa realidade e se obtenha qualidade de vida para todos. 
 
8 . Referências Bibliográficas 
 
AMARAL, D. M.; PIUBELI, F. A. A poluição atmosférica interferindo na qualidade 
de vida da sociedade. In: Simpósio de Engenharia de Produção. 10. ed. 
2003, Bauru. Anais... São Paulo: UNESP, 2003. p. 2-10. 
 
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento dos 
resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
 
CARVALHO Jr.; J.A., Lacava, P.T. Emissões em processos de 
combustão. São Paulo: UNESP, 2003. 
 
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções do CONAMA: 
resoluções. Brasília, s.d. 
 
DEL PINO, J. C.; KRUGER, V.. FERREIRA, M. Poluição do ar. Porto Alegre: 
Instituto de Química do Rio Grande do Sul, 1996. 
 
DERÍSIO, José Carlos. Introdução ao Controle da Poluição Ambiental. 3. 
ed. São Paulo: Signus, 2007. 
 
LENZI, Ervim; FAVERO, Luzia Bortotti. Introdução à Química da Atmosfera. 
Ciência, Vida e Sobrevivência. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 
 
MACEDO, J.A.B. Introdução à química ambiental. 2. ed. Belo Horizonte: 
Editora UFMG, 2006. 
 
ROCHA, J.L.; ROSA, A.H.; CARDOSO, A.A. Introdução à química ambiental. 
2. ed. São Paulo: Artmed, 2009. 
 
RUBIO, Paulo Silas; COVRE, Mauricio; CORAZZINE, Roseli. Os impactos da 
poluição. Brasil, 2010. 
	1. Introdução
	2. Poluição Atmosférica
	2.1- História da poluição atmosférica
	2.2 - Padrões de qualidade do ar
	2.3 - Fontes de poluição atmosférica
	2.4 -
	Fenômenos ambientais decorrentes da poluição atmosférica
	2.5 - Técnicas aplicadas, equipamentos utilizados no controle da poluição atmosférica
	3. Poluição nos recursos hídricos
	3.1 A água
	3.2 Ciclo da água
	3.3 Poluição das águas
	3.4 - Principais processos poluidores da água
	3.5 Qualidade e índices de qualidade da água
	4. Poluição do solo
	4.1 – Tipos de poluição do solo
	4.2 – Causas da Poluição do solo
	4.3 – Consequências da poluição do solo
	4.4 - Como evitar a poluição dos solos
	5. Poluição sonora
	5.1 – Como ocorre a poluição sonora
	5.2 - Danos da poluição sonora para a saúde
	6 . Considerações finais
	6.1 – Educação ambiental
	6.2 - Saúde pública e meio ambiente
	7. Conclusões

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