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Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 7 Data: 25/08/2014 [] ENTREGOU SYLLABUS [X] CONTINUAÇÃO MATÉRIA ANTERIOR (4) [] NÃO VIM À AULA [] NÃO TEVE AULA [] CONTEÚDO COPIADO [] TEM TAREFA PENDENTE (continuação da aula 4 14082014) Normas constitucionais quanto a aplicabilidade A. autoexequíveis: são completas; são definidas, quanto ao seu resultado; bastantes em si mesmas. B. não autoexequíveis: dependem de complementação 1. incompletas: não são suficientemente definidas, nem quanto a hipótese, nem quanto ao objeto (o que aquela norma quer). Ex.: lei que define a criação de determinado instituto processual sem esclarecer qual procedimento aplicável. 2. condicionadas: são as normas que, embora definidas na hipóteses e no dispositivo, foram condicionadas a uma lei posterior. Ex.: lei que fala a greve de funcionários públicos. 3. programáticas: indicam planos ou programas de atuação governamental. Carecem de leis ordinárias para complementação ou regulamentação daquelas matérias. Ex.: art 23 CFRB88. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Constituição Escrita Documento formal e solene redigido pelo poder constituinte originário que faz o texto da constituição. Normalmente, a constituição escrita tende a ser uma constituição rígida, 1 Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 7 Data: 25/08/2014 embora não haja uma equivalência direta e necessária. O processo de alteração constitucional das normas rígidas é mais difícil do que o procedimento necessário para alterar leis ordinárias. Exemplo de constituição rígida é a dos EUA de 1787. O Brasil também possui uma constituição rígida. Também são conhecidas como constituições dogmáticas. Constituições não escritas tendem a ser constituições mais flexíveis. Exemplo é a da Inglaterra. Não tendo declaração formal e solene, considera diversos documentos para compor sua constituição. O Human Right Act (1998) foi recepcionado pela Inglaterra. Em 2009 a Inglaterra criou um Tribunal Constitucional para julgar a constitucionalidade das leis. São também conhecidas como constituições históricas. Constituição semirrígida ou semiflexível é aquela que possui normas mais rígidas e flexíveis no mesmo texto constitucional. A Constituição Italiana de 1848 o estatuto albertino foi um exemplo. Outro exemplo foi a brasileira de 1824. Poder Constituinte (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013.p. 50ss) [leitura fichamento Sieyès Qu’ estce qye le tiers état (o que é o terceiro estado)] É uma doutrina francesa. Sieyès diz que o povo é que deve criar sua Constituição, bem como alterála. O poder constituinte originário é permanente. O povo se preocupa com os direitos atuais, e a nação se preocupa com o futuro. Vedel (autor francês) diz que o “poder constituinte é formado pelos mortos, pelos vivos e por aqueles que estão por vir”. Poder constituinte é o poder que permite a criação da constituição. Sieyès foi a grande influência na criação de diversas constituições francesas (1791, 1795, 1799). No Brasil, o primeiro autor que citou Sieyès e a tese do poder constituinte foi Manoel Gonçalves Ferreira Filho. As demais regras e poderes constitucionais provêm “de um poder que é fonte de todos os demais, pois é o que constitui o Estado, estabelecendo seus poderes, atribuindolhes e limitandolhes a competência: o Poder Constituinte” . 1 Titularidade do poder constituinte Sieyès diz que o titular do Poder Constituinte é a nação, e não o povo. Nação, para ele, não é um conjunto de homens que a compõem num determinado momento histórico. A nação encarna a ideia de permanência de uma comunidade, é a expressão dos interesses permanentes de uma comunidade. 1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013.p.51 2 Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 7 Data: 25/08/2014 CFRB88 Art 1º § único titularidade do poder constituinte: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. “Não se confunde o titular do Poder Constituinte com o seu agente. Este é o homem, ou o grupo de homens, que em nome do titular do Poder Constituinte estabelece a Constituição do Estado. Assim, por exemplo, o ente coletivo, Assembleia Constituinte, costuma ser o agente do Poder Constituinte do povo.” 2 Permanência do poder constituinte Não morre depois da obra realizada, ou seja, após a feitura da Constituição. Quem fica submetido à constituição é o poder constituído por ela. “Da distinção entre titular e agente decorre que o Poder Constituinte do titular permanece, enquanto o do agente se esgota” . 3 A sociedade tem o direito natural de rever as decisões tomadas, mesmo quanto ao futuro e destino da civilização. Ela pode ser revista por uma mutação constitucional. O poder constituinte é uma revolução um hiato constitucional (descompasso entre o texto legal 4 e a ordem constitucional). Mutação constitucional Expressão inventadapor uma paulista chamada Ana Candida da Cunha Ferraz, que escreveu uma tese “Processos informais de mudança da constituição”. Significa que o texto constitucional continua o mesmo, mas o sentido e o alcance da norma sofrem uma mutação. Reforma constitucional São os processos estabelecidos pela norma constitucional que prevem sua própria alteração. Hiato autoritário O divorcio entre o texto legal e a realidade constitucional pode dar espaço para a quebra ilegítima da Constituição (típico de golpe de estado). Ex.: Ato Institucional nº 5 de 1964. 2 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013.p.54 3 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013.p.55 4 expressão de Ivo Dantas 3
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