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2014-08-11 3ª Aula de Direito Constitucional - I

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Faculdade de Direito 
Semestre 2014/2 
 
Direito Constitucional ­ I  Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel 
Aula 3  Data: 11/08/2014 
 
 
[] ENTREGOU SYLLABUS  [x] CONTINUAÇÃO MATÉRIA ANTERIOR  [] NÃO VIM À AULA 
[] NÃO TEVE AULA  [] CONTEÚDO COPIADO  [] TEM TAREFA PENDENTE 
 
A cada rei derrubado, uma nova Constituição apareceu. O Constitucionalismo foi o                       
fenômeno que sucedeu as monarquias absolutistas. Exceção a esta regra foi a França,                         
que manteve a monarquia (sua 1ª Constituição foi em 1791, a 1ª escrita e anotada da                               
Europa, influenciando diversas outras constituições). 
 
Evolução do Constitucionalismo 
 
A 1ª Guerra Mundial vai marcar uma nova mudança no fenômeno do Constitucionalismo.                         
Houve uma mudança na concepção: a ideia era agora de que as constituições deveriam                           
se separar do Liberalismo e se vincular a uma nova ideia, um novo matiz. Ao final da                                 
Guerra, houve uma ascensão dos partidos socialistas, dos partidos cristãos, que                     
começam a colocar nos textos constitucionais matérias econômicas e sociais. 
 
Em 1919 surgiu a Constituição alemã de Weimar, sucedendo a constituição do Reich                         
Alemão. Foi a primeira que se preocupou com os fatores sociais. Ela abre um capítulo                             
novo, “Da Vida Econômica”. Esta constituição se preocupou com os direitos sociais;                       
apareceu uma nova racionalização do poder. A Constituição Mexicana de 1917 também                       1
fala de direitos econômicos e sociais, mas teve menor impacto do que a de Weimar. A                               
alemã teve influência em praticamente toda a Europa Báltica e até mesmo no Brasil, na                             
Constituição de 1934. A Constituição Francesa de 1853 avançou, um pouco, na presença                         
dos direitos sociais: fez uma crítica ao liberalismo clássico ­ não bastava ter liberdade para                             
trabalhar, mas também deveria ter direito ao trabalho, ou seja, uma regulamentação do                         
trabalho, consolidada mais tarde na OIT (Organização Internacional do Trabalho). Seu                     
artigo 12 dizia: “criam­se empregos públicos próprios para empregar os braços                     
desocupados”. 
 
Evolução das Constituições Sociais 
 
1º estágio (França) => 2º (Mexico) => 3º (Alemanha: Weimar) 
 
Estas constituições pós­guerra tentaram enquadrar a vida política, social, econômica,                   
jurídica das pessoas num texto constitucional. O resultado foi o engessamento das                       
constituições. O efeito bom foi que os direitos sociais e econômicos se solidificaram. O                           
efeito mau foi o fato de que engessou a própria evolução deles. 
 
 
 
1 O Mandado de Segurança brasileiro teve origem, segundo o professor, na Constituição Mexicana de 
Queratono. 
1 
  
Faculdade de Direito 
Semestre 2014/2 
 
Direito Constitucional ­ I  Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel 
Aula 3  Data: 11/08/2014 
 
Constituições marxistas 
 
URSS teve diversas constituições: 1924, 1936, 1977. Pelo menos até 1936, a matéria                         
econômica era supervalorizada e definiram coisas que ‘previam’ o futuro. A CFRB/88, a                         
título de exemplo, também tem um lugar que define a taxa de juros em 12% ao ano. 
 
Havia as constituições­balanço, e as constituições­dirigentes. As primeiras eram                 
criadas a cada vez que o Estado Socialista atingia determinado patamar, e nova                         
constituição era feita para fazer um ‘balanço’ deste novo estado de coisas. Como exemplo                           
temos as diversas constituições soviéticas. A constituição dirigente, defendida por autores                     
marxistas, como Canotilho, buscavam estabelecer normas programáticas para levar o                   
Estado a um ideal a ser concretizado. Como exemplo temos a constituição portuguesa de                           
1976. 
 
 
 
Depois da 2ª Guerra Mundial, se começou a harmonizar um constitucionalismo de                       
estado democrático e social de direitos. Esta é a 3ª fase. 
 
Breve síntese da retrospectiva histórica 
 
1ª fase  
Até o séc XVIII 
2ª fase  
Sec XX 1919 
3ª fase  
Sec XX 1945 
4ª fase  
1945 em diante 
constituições 
liberais 
social e 
econômico 
conciliar 
constitucionalismo 
liberal com o social 
auxiliar a terceira fase na 
regulamentação dos seus 
dispositivos. O direito que é do 
Brasil passa a ser o direito para 
outras nações. Os problemas 
são universais, que demandam 
a necessidade de declarações 
de direitos universais também 
Servia para 
limitar o poder 
do Estado 
Estado de 
bem estar 
social 
  Flexibilização das soberanias 
pela submissão a tratados 
internacionais. A Constituição 
da França de 1958 foi inspirada 
nos tratados e declarações. 
Tem um bloco constitucional 
que acolhe as declarações de 
direitos do homem e do cidadão 
 
 
2 
  
Faculdade de Direito 
Semestre 2014/2 
 
Direito Constitucional ­ I  Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel 
Aula 3  Data: 11/08/2014 
 
Conceito de Constituição 
(FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed.                 
2013.p.40ss) 
 
O mais universal, mais aceito é: Constituição, no seu sentido semântico, é a organização                           
de alguma coisa. Designa a natureza peculiar de cada Estado. Aquilo que faz o Estado ser                               
o que ele é. Aplicado ao Estado, a Constituição designa a organização fundamental                         
total, quer social, quer política, quer jurídica, quer econômica. À integração de todos                         
estes aspectos é que podemos denominar constituição total. 
 
Conceito jurídico de Constituição 
 
É utilizado para designar a organização jurídica fundamental do Estado, que segundo a                         
lição de Kelsen, “é o conjunto das normas positivas que regem a produção do Direito”.                             
Isto é, as normas condizentes à forma de Estado, forma de governo, ao modo de                             
aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos, e aos limites de                           
sua ação. 
 
Tipos de normas constitucionais 
 
Regras materialmente constitucionais  Regras formalmente constitucionais 
Normas que pela matéria indica que são             
constitucionais: forma de estado, de         
governo, forma de aquisição (eleições),         
etc. 
Normas que não são matéria         
constitucional mas foram colocadas na         
constituição 
 
A CFRB/88 possui muito de regras formalmente constitucionais. Isso acaba geralmente                     
enfraquecendo temas importantes e sobrevalorizando os de pouca importância. Como                   
exemplo (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed.                   
2013.), há a Emenda Constitucional nº72/2013 “que estendeu direitos sociais aos                     
empregados domésticos, o que poderia ser feito por uma simples lei ordinária”. Outro                         
exemplo seria o artigo 242, §2º, da CFRB88, onde se define o nome do Colégio D. Pedro                                 
II. 
3

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