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Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 2 Data: 07/08/2014 [] ENTREGOU SYLLABUS [] CONTINUAÇÃO MATÉRIA ANTERIOR [] NÃO VIM À AULA [] NÃO TEVE AULA [] CONTEÚDO COPIADO [x] TEM TAREFA PENDENTE Avisos Monitor: Bruno brunodddc@gmail.com [Fichamento 1 André Ramos Tavares 7ªed Curso de Direito Constitucional. Cap. Constitucionalismo p.117. PS. nota de rodapé nº3 está errada] O constitucionalismo (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013. p.33ss) É um fenômeno antigo alguns datam desde os hebreus. Alguns imaginam que a origem está em Aristóteles, nas constituições atenienses. Ele explica que existem normas mais importantes do que outras. O pressuposto básico de um sistema de direito está no topo do ordenamento jurídico é a norma fundamental. Antigamente não se usava a nomenclatura constituição haviam nomos, leis fundamentais (as quais regulavam o comportamento das pessoas dentro do Estado). O pressuposto é que a Constituição é a lei das leis a lei suprema, a lei superior. Os medievais também possuíam esta concepção. O pressuposto do constitucionalismo suas origens é melhor observado no medievalismo. Nesta época surgiu a teoria de que o direito natural assumiria um lugar de destaque. As leis naturais ficavam num campo de uma norma superior às demais leis. Se dizia que o príncipe não estava vinculado à lei civil, mas à lei natural. Já ao final da Idade Média começouse a reforçar a ideia de Constitucionalismo, com os famosos pactos, contratos (forais), as cartas de franquia que são acordos, convenções entre os reis e os súditos. Não era o constitucionalismo pleno porque estes acordos normalmente possuíam a preponderância do poder real. Mas estes documentos concediam direitos fundamentais. O exemplo célebre é a magna carta libertatum, de 1215, assinada entre João sembraço e seus súditos (ver numeral 39 da carta): as pessoas deveriam ser julgadas pelos seus pares; princípio da graduação da pena e importância do delito (o ladrão de galinha é diferente do estuprador); princípio do no taxation a implementação de taxas sem justo motivo (o nosso artigo 145ss CF88). Estes pactos começaram a ser reduzidos a termos escritos os prolegômenos da constituição escrita. O grande defeito destes acordos é que eles não eram universais eram direitos de povos (alemães, franceses, ingleses, etc). Henry de Bracton foi um autor do século XII precursor da elaboração medieval do constitucionalismo. 1 Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 2 Data: 07/08/2014 Tratados de colonização: foram típicos da história norteamericana. Na Declaração de Independência (e mesmo antes dela), há um certo consenso de que ali nasceu o constitucionalismo moderno. Os puritanos deixam a Inglaterra e chegaram aos EUA, onde fizeram a sua própria constituição. Não havia rei para eles lá. Formaram seu Estado de baixo para cima o povo fez sua própria lei. O preâmbulo da constituição começa com a palavra “nós” vide constituições brasileira e americana. Fundamental Orders of Connecticut muitos aceitamno como o primeiro documento oficial do constitucionalismo moderno. A partir dele nasceram cartas, constituições. Nele fica clara a ideia de que o governo é estabelecido pelos próprios governados. Uma constituição escrita não determina que haja constitucionalismo, assim como a falta dela não implica necessariamente em falta de constitucionalismo. Os EUA declararam sua independência em 1776, mostrando muito do que é o constitucionalismo. Em 1777 houve um pacto entre as colônias antigas surge a Confederação dos EUA, as quais buscavam interesses comuns. Era um tratado internacional. Mas havia um problema o artigo 2 dos Artigos da Confederação o direito dos estadosmembros deixarem o pacto confederado o direito de secessão pois cada estado mantinha sua soberania. A Confederação durou até 1787, quando os estados membros fundaram os EUA como federação e junto com ela a Constituição a primeira escrita do mundo . 1 O Constitucionalismo é o motor propulsor do estado democrático de direito: a fundação da democracia. Importante também para a construção do Constitucionalismo foi a doutrina do contrato social (Hobbes, Locke, Rousseau). Segundo esta doutrina, a sociedade é fundada num acordo, num contrato. Locke, no Segundo Tratado do Governo Civil, mostra a importância da limitação dos poderes, dando destaque à importância da independência do poder legislativo para o “constitucionalismo”. Locke diz que há direitos mas também limitação de direitos. As ideias do Iluminismo também fundamentaram o conceito de contrato social. Podemos agrupar estas ideias em 5 grupos: indivíduo: o individuo tem direitos próprios, que não pertencem a coletividade (ideia liberal), como reação ao absolutismo. razão: o individuo é um ser racional, é sabedor dos seus direitos, que não precisam vir de Deus ou de um governante. Não aceita o que não pode ser demonstrado (ideia de Descartes). Assim, o homem é capaz de instituir uma ordem jurídica para regular a vida. 1 GRANT, A. C. O controle jurisdicional de constitucionalidade das leis 2 Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 2 Data: 07/08/2014 natureza: o individuo pode ser governado por um mundo que pode ser uma natureza boa, previdente felicidade: é o fim do individuo a busca da sua própria felicidade. Faz parte da sua natureza. A felicidade não está no reino de Deus, mas aqui e agora, no reino dos homens. progresso: otimismo quanto ao futuro, por meio de um aperfeiçoamento constante através da razão. Noção polêmica de Constituição (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013. p.37) O constitucionalismo ganhou uma marca, um estigma, ao impingir que, devido à sua origem, toda constituição é liberal, que é dirigente. Ela nasceu liberal, mas passou a ser social. Passouse a adotar uma noção polêmica de constituição: ela não existia para organizar as leis fundamentais, uma fundação que daria vida ao Estado, mas sim com sentido de fundar um estado liberalper si . 2 [Recomendação de leitura: Aliomar Baleeiro limitações constitucionais ao poder de tributar] [COMPLEMENTO] FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 39ªed. 2013. “Elementos que se vão combinar na ideia de constituição escrita podem ser identificados, de um lado, nos pactos e nos forais ou cartas de franquia e contratos de colonização; de outro, nas doutrinas contratualistas medievais e na das leis fundamentais do Reino, formulada pelos legistas. Combinação esta realizada sob os auspícios da filosofia iluminista.” p. 34 Pactos e forais (ou cartas de franquia) “(...) são convenções entre o monarca e os súditos concernentes ao modo de governo e às garantias de direitos individuais. Seu fundamento é o acordo de vontades (ainda que os reis disfarcem sua transigência com a roupagem da outorga de direitos). O mais célebre destes pactos é a Magna Carta, que consubstancia o acordo entre João sem Terra e seus súditos revoltados (...) (1215) (...) outro que a doutrina inglesa aponta é a Petition of Rights (1628) que os parlamentares lograram impor ao Rei da Inglaterra (Carlos I) (...)” p. 34 “Os forais ou cartas de franquia, que se encontram por toda a Europa, têm em comum com os pactos a forma escrita e a matéria, que é a proteção a direitos individuais. 2 Art 16 DDHC defende rol de direitos e separação de poderes. 3 Faculdade de Direito Semestre 2014/2 Direito Constitucional I Professor Carlos Eduardo Dieder Reverbel Aula 2 Data: 07/08/2014 Esboçase nelas, porém, a participação dos súditos no governo local, inserindose assim, nesses forais, um elemento propriamente político, estranho à maioria dos pactos. Por outro lado, seu fundamento é a outorga pelo senhor (...)” p.34 Contratos de colonização “Chegados à America, os peregrinos, mormente puritanos, imbuídos de igualitarismo, não encontrando na nova terra poder estabelecido, fixaram, por mútuo consenso, as regras por que haveriam de governarse. Firmase, assim, pelos chefes de família a bordo do Mayflower o célebre ‘Compact’ (1620); desse modo se estabeleceram as Fundamental Orders of Connecticut (1639), mais tarde confirmadas pelo rei Carlos II que as incorporou à Carta outorgada em 1662. Tranparece aí a ideia de estabelecimento e organização do governo pelos próprios governados, que é outro dos pilares da ideia de constituição.” p. 35 Leis fundamentais do Reino “A existência de leis fundamentais que se impõem ao próprio rei é uma criação dos legistas franceses, empenhados em proteger a Coroa, contra as fraquezas do próprio monarca. Afirmava esta doutrina que, acima do soberano e fora do seu alcance, há regras que constituem um corpo específico, seja quanto à sua matéria, seja quanto à sua autoridade, seja quanto à sua estabilidade. Quanto à sua matéria, que é a aquisição, o exercício e a transmissão do poder. Quanto à sua autoridade, que é superior às regras emanadas do Poder Legislativo ordinário que são nulas se com elas conflitarem. Quanto à sua estabilidade, enfim, pois são imutáveis, ou, ao menos, como concediam alguns, somente alteráveis pelos Estados Gerais. (...) Nesta doutrina, encontrase indubitavelmente a fonte da superioridade e da intocabilidade das regras concernentes ao poder, que se empresta às Constituições escritas.” p. 35. As doutrinas do pacto social “Antecedente próximo da ideia de Constituição é a de Pacto, ou Contrato, Social. Na verdade, a ideia de Constituição foi por muitos associada à de renovação ou restabelecimento do Pacto Social. (...) dessas lições resulta sempre que o poder decorre da vontade dos homens e tem um estatuto fixado por estes. Estatuto que se impõe aos governantes e visa assegurar a paz (único objetivo para Hobbes) e os direitos naturais (objetivo principal para Locke e Rousseau)”. p. 36 4
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