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Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 1 Universidade Federal de Lavras Departamento de Química – DQI Apostila de Química Experimental Lavras, 2017-01 Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 2 Cronograma para GQI 161 – 1/2017 Aula Dias Mês Prática 1 02-05 05 Apresentação do laboratório e segurança 2 09-12 05 Tratamento de dados 3 16-19 05 Cálculo da densidade de líquidos e sólidos 4 23-26 05 Quantificação do teor de água no etanol combustível 5 30-02 05 e 06 Processos Gerais de Separação e Forças Intermoleculares 6 06-09 06 Preparo de soluções KOH e HCl 7 13 e 14 06 Padronização de soluções (aula para as turmas de terça e quarta-feira) -- 15 e 16 06 Não haverá aula para as turmas de quinta e sexta-feira 20 e 21 06 Não haverá aula para as turmas de terça e quarta-feira 7 22 e 23 06 Padronização de soluções (reposição para as turmas de quinta e sexta-feira) 8 27-30 06 Estequiometria -- 01 07 Prova 1 – sábado 9 04-07 07 Curva de solubilidade 10 11-14 07 Cinética 11 18-21 07 Equilíbrio e Preparo da aula de corrosão -- 25-28 07 Semana de Feriado 12 01-04 08 Corrosão 05 08 Prova 2 – sábado 12 08 Prova segunda chamada 19 08 Prova substitutiva Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 3 Sumário Instruções Gerais.................................................................................................................. 04 Prática 1 - Tratamento de dados........................................................................................... 17 Prática 2 – Cálculo da densidade de líquidos e sólidos.......................................................... 30 Prática 3 – Quantificação do teor de água no etanol combustível......................................... 37 Prática 4 – Processos Gerais de Separação e Forças Intermoleculares................................... 41 Prática 5 – Preparo de soluções de KOH e HCl....................................................................... 46 Prática 6 – Padronização de soluções ácidas (HCl) e básicas (KOH)........................................ 50 Prática 7 – Estequiometria.................................................................................................... 55 Prática 8 – Determinação da curva de solubilidade do nitrato de potássio............................ 58 Prática 9 – Cinética Química................................................................................................. 62 Prática 10 – Equilíbrio Químico............................................................................................. 65 Prática 11 – Corrosão........................................................................................................... 68 Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 4 ✓ Instruções Gerais Introdução As atividades propostas para a parte experimental da disciplina Química Geral visam proporcionar ao aluno uma oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um laboratório de química. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade no manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação crítica dos experimentos realizados. Objetivo Familiarizar o aluno com o ambiente do laboratório. Identificar os equipamentos e vidrarias. Familiarizar o aluno com os procedimentos básicos. Apresentar os procedimentos de segurança. Familiarizar o aluno com a redação de um relatório. Aulas práticas Dinâmica das aulas ✓ Leitura com antecedência do assunto a ser abordado na aula. A fase pré-laboratório tem como objetivo familiarizar o aluno com o experimento a ser realizado. Leia com antecedência o roteiro da aula a ser realizada, procurando compreender os objetivos, os procedimentos a serem adotados, e de especial atenção às advertências em relação à segurança; ✓ O aluno deve apresentar antes do início da aula o pré-relatório em material apropriado (individual); ✓ A prática inicia-se com uma discussão entre professor e alunos, sobre os aspectos teóricos e práticos relevantes; ✓ Execução pelos alunos dos experimentos; ✓ Interpretação e discussão dos resultados, juntamente com o professor durante a aula; ✓ Apresentação dos resultados e discussão num relatório. O relatório é feito em papel almaço por equipe. Elaboração do relatório Um relatório é o relato detalhado de um experimento científico, geralmente realizado em laboratório. Aprender a elaborar um relatório significa, antes de tudo, aprender a organizar dados, informações e resultados obtidos e transmiti-los de maneira correta, segundo os critérios científicos aceitos no mundo todo. Assim, o relatório faz parte do experimento. Um relatório tem como objetivo principal, informar com exatidão e clareza como um experimento foi realizado. Caso queiram repetir o experimento, que sejam capazes de fazê-lo seguindo a descrição do seu relatório.Devido à importância de se saber escrever bem dados científicos, o que também é de extrema importância para professores, após a realização de alguns experimentos deste curso, cada equipe de alunos elaborará um Relatório Científico. Este deverá ser entregue, impreterivelmente, uma semana após a execução do trabalho experimental. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 5 Estilo Impessoal Um bom relatório deve ser curto, de linguagem correta e não prolixo ou ambíguo em caderno exclusivo. As ideias devem ser expressas de maneira clara, concisa e em bom estilo de linguagem. É praxe redigir relatórios de uma forma impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado, pois se relata algo que já foi feito. Assim, para relatar a determinação da massa de algumas amostras sólidas, pode-se escrever: "A massa das amostras sólidas maciças foi determinada utilizando-se uma balança..."; ou "Determinou-se a massa das amostras sólidas maciças utilizando-se uma balança...” Não se deve usar formas como: "Eu determinei a massa..." ou "Pesei as amostras..."; sempre evite a forma pessoal. As Partes de um Relatório Um relatório deve conter os seguintes itens: 1. Uma página de capa 2. Introdução 3. Objetivos (10%) 4. Parte Experimental 5. Resultados e discussão (60%) 6. Conclusão (10%) 7. Bibliografia (10%) 8. Questionário (10%) A seguir são apresentados alguns esclarecimentos para a preparação de cada item. Para esta disciplina serão necessários apresentar no relatório apenas os itens 1, 3, 5, 6, 7 e 8, cujas pontuações são dadas acima. Capa A capa do relatório deverá conter: o nome da instituição, nomes dos autores, título do experimento e local/data de realização do experimento. A Figura 1 apresenta um modelo de capa em papel A4. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 6 Figura 1. Modelo de capa para relatórios científicos em papel A4. Introdução A introdução deve conter uma descrição teórica sobre o fenômeno/assunto em estudo, o qual deve ser extraído de livros textos relacionados. Entretanto, não pode ser uma cópia de um texto ou de qualquer outra referência pesquisada, mas sim uma redação que oriente o leitor para o problema estudado e sua importância. Na introdução deve conter também uma breve descrição do assunto central do experimento, de modo a apresentá-lo ao leitor, ou seja, inteirá-lo do que será feito e o porquê da realização do experimento. Objetivos: Parte do relatórioonde são apresentados os objetivos específicos do experimento, ou seja, o que realmente se quer observar. Parte Experimental Este item pode ser dividido nos seguintes subitens: (i) Materiais e reagentes; (ii) Procedimentos e (iii) Resultados e Discussão. (i) Materiais e reagentes: deve conter o nome e quantidade de todas as vidrarias, reagentes e demais materiais utilizados no experimento. No caso das vidrarias, informar a capacidade volumétrica, e em caso de utilizar soluções, informe a concentração em molL-1. (ii) Procedimentos: Deve conter uma descrição precisa e detalhada dos procedimentos utilizados, inclusive modificações que tenham sido feitas no roteiro, informando todos os dados importantes como quantidades de reagentes, solventes, tempo, temperatura das reações, métodos de análises, etc. (iii) Resultados e Discussão: Esta seção é uma das mais importantes de um relatório. Primeiramente os resultados obtidos devem ser apresentados da forma mais clara e completa possível, na forma de tabelas, gráficos, equações químicas, cálculos, etc. Os dados devem estar inseridos dentro de um texto, seguindo Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 7 uma sequência lógica e de fácil entendimento. Em seguida, os resultados obtidos devem ser discutidos, ou seja, comentados pelos autores. Deve-se discutir possíveis fontes de erro, correlaciona-las com os dados obtidos, e, sempre que possível, comparar os resultados obtidos com os da literatura. Estes itens podem, opcionalmente, ser apresentados separadamente. Conclusão Constitui numa análise crítica e resumida do trabalho todo tendo relação estreita com os objetivos propostos. Neste item deve ser verificado se os objetivos específicos foram atingidos, podendo-se ainda fazer proposições que levem a melhores resultados. Bibliografia É a lista de livros ou obras de referência e artigos de revistas utilizados na confecção do relatório. No texto, deve haver citação da referência usando-se números entre colchetes para as referências (Exemplo: [1]). As referências bibliográficas devem ser apresentadas segundo as normas da ABNT, como exemplificado abaixo. a) para citar livros: 1 - KOTZ, J. C., TREICHEL Jr., P. Química e Reações Químicas, 4ª ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002. p. 250-71. v. I. b) para citar páginas da internet: 1 - http://www.ufsj.edu.br. Acesso em: 07 de outubro de 2013. NÃO ENCADERNE O RELATÓRIO. SIGA A SEQUÊNCIA DOS ITENS CITADOS ACIMA, SEM DEIXAR FOLHAS OU ESPAÇOS EM BRANCO! Apresentação de tabelas e gráficos Uma maneira rápida e eficiente de se registrar dados em um relatório é sob a forma de tabelas. Em geral, uma tabela é mostrada como no exemplo abaixo: Tabela X – Valores da densidade de algumas substâncias simples mais comuns (a 20ºC, a menos que outro valor seja indicado).* Substância ρ/(g.cm-3) Substância ρ/(g.cm-3) Alumínio 2,699 Gálio (a 29,6ºC) 5,878 Bário 3,5 Manganês 7,20 a 7,40 Carbono (diamante) 3,14 a 3,52 Níquel (a 25ºC) 8,876 Carbono (grafite) 1,9 a 2,3 Paládio 12,00 Estrôncio 2,54 Tungstênio 19,3 Ferro 7,860 Zircônio 6,494 *FONTE: WEAST, Robert cm. (Ed.) Handbook of Chemistry and Physics. 5º.ed.Cleveland (OH), CRC.Pres., 1976.p.B-5 a B-6 e F-5. Uma maneira de se detectar visualmente como varia uma quantidade (eixo y) à medida que uma segunda quantidade (eixo x) também varia é através de um gráfico. Salvo raras exceções, para montar um gráfico, utiliza- se papel milimetrado. Para que um gráfico possa ser o mais útil possível, é importante que os seguintes pontos sejam observados ao montá-lo: a) Deve-se utilizar, na ordenada e na abscissa, escalas suficientemente expandidas de modo a ocupar a maior porção possível do papel milimetrado. A origem da escala de cada eixo não precisa Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 8 necessariamente aparecer no gráfico; a escala deve ser iniciada tomando-se um valor ligeiramente abaixo do valor máximo medido. Por exemplo, suponha que se tenha feito medidas de temperatura cujos valores encontram-se num intervalo que vai de 80oC a 125oC. Assim, a escala para representar tais valores deveria começar em 70oC ou 75oC e terminar em 130oC ou 135oC. b) Deve-se indicar, junto aos eixos, os símbolos das grandezas correspondentes divididos por suas respectivas unidades; isto porque os valores representados nos eixos devem ser números puros, isto é, adimensionais. Toda grandeza é igual ao produto entre um valor numérico e uma unidade (grandeza = valor numérico x unidade). Portanto, o valor numérico representando o eixo deve ser igual ao quociente grandeza/unidade. c) Deve-se indicar o que será representado no gráfico através de um título ou de uma legenda. d) Deve-se marcar os valores da escala em cada eixo de forma clara; não se deve colocar setas para indicar o sentido de crescimento das quantidades representadas em cada eixo. e) Deve-se indicar cada ponto de cada curva lançada no gráfico por meio de pequenos círculos, quadrados, triângulos, etc., usando, para cada curva, um único tipo de representação para os pontos. Cada curva, deve ser traçada com distintas convenções (linhas contínuas, tracejadas, pontilhadas, etc.). f) Ao se traçar uma curva, deve-se traçá-la de modo a representar a tendência média dos pontos (procedimento conhecido como interpolação); não se deve, a menos que assim solicitado, unir os pontos através de segmentos de retas( isto resulta num histograma). A Figura 2 mostra um gráfico obedecendo a estas convenções. Figura 2. Massas de duas amostras em função de seus volumes. Note que o coeficiente angular corresponde à densidade destas amostras. 6 7 8 9 10 11 30 40 50 60 Amostra 1 Amostra 2 M / g (e ix o y) V / cm 3 (eixo x) Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 9 Segurança no Laboratório: Todo o laboratório deve ser considerado um local contendo riscos para as pessoas que trabalham ou se encontram nele. Em virtude disso, é necessário ter normas adequadas de conduta para que não ocorra nenhum dano à saúde de pessoas, bem como às instalações e equipamentos do mesmo. A única maneira de evitar os perigos associados ao trabalho no laboratório é conhecer e respeitar as normas de segurança. *As normas e critérios de segurança aqui colocados visam atender as necessidades dos procedimentos desta apostila, e não devem ser considerados únicos ou suficientes se pretendemos ir além das práticas aqui apresentadas. Outros cuidados adicionais serão destacados durante a descrição da prática conforme a necessidade em particular. Em um laboratório é importante: . Atenção . Prevenção de acidentes . Consciência da importância de trabalhar em segurança. Portanto, no laboratório: 1. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será sempre uma valiosa ajuda em caso de acidentes. 2. É obrigatório o uso de avental, sapato fechado (usar sempre algum tipo de calçado que cubra todo o pé) e cabelo sempre preso durante as aulas.Não usar saias ou bermudas no laboratório; 3. É terminantemente proibido fumar, comer ou beber. Da mesma forma, não se deve provar qualquer substância do laboratório, mesmo que inofensiva. 4. Evite o usode lentes de contato, devido ao perigo de num acidente ocorrer à retenção de líquido corrosivo entre a lente e a córnea. 5. Não deixar livros, blusas, etc., jogadas nas bancadas. Ao contrário, colocá-los longe de onde se executam as operações; 6. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros experimentais e consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto com o professor antes de tentar fazer o experimento; 7. Procurar conhecer a toxidez dos vários reagentes usados e tratá-los com a devida seriedade; 8. Os alunos não devem tentar nenhuma reação não especificada pelo professor. Reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis; 9. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evite derramar líquidos e sólidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente. Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho; 10. Não se deve cheirar um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em direção ao nariz, enquanto se segura o frasco com a outra mão. 11. Não leve as mãos à boca ou aos olhos quando estiver trabalhando com produtos químicos. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 10 12. Nunca acenda um bico de gás quando alguém no laboratório estiver usando algum solvente orgânico. Os vapores de solventes voláteis, como éter etílico, podem se deslocar através de longas distâncias e se inflamar facilmente. 13. Feche cuidadosamente as torneiras dos bicos de gás depois de seu uso. 14. Nunca despeje água num ácido, mas sim o ácido sobre a água. Além disso, o ácido deve ser adicionado lentamente, com agitação constante. 15. Não pipete nenhum tipo de produto com a boca. 16. Não deixe vidros, metais ou qualquer outro material, em temperatura elevada, em lugares em que possam eles ser tocados inadvertidamente. 17. Não aqueça tubos de ensaio com a boca virada para o seu lado, nem para o lado de outra pessoa. 18. Não aqueça reagentes em sistemas fechados. 19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio; 20. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco errado. Certifique- se de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro experimental; 21. Nunca torne a colocar no frasco o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos ou pinças para sólidos; 22. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases; 23. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama.; 24. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida sem supervisão; 25. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos; 26. O material inútil (rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada. Pergunte ao professor; 27. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o nariz. Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua direção; 28. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases tóxicos ou corrosivos; Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA; 29. Feche todas as gavetas e portas que abrir. 30. Ao término do experimento, lave o material utilizado, limpe sua bancada de trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. Verifique se os equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes fechados; 31. Aprenda a localização e a utilização do extintor de incêndio; 32. Verifique as condições da aparelhagem. Não trabalhar com material imperfeito ou defeituoso, principalmente com vidro que tenha pontas ou arestas cortantes. Qualquer material de vidro trincado deve ser rejeitado e comunicado ao professor; 33. Use sempre um pedaço de pano protegendo a mão quando estiver cortando vidro ou introduzindo-o em orifícios. Antes de inserir tubos de vidro em tubos de borracha ou rolhas lubrifique-os. 34. Tenha cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão. Dessecadores sob vácuo devem ser protegidos com fita adesiva e colocados em grades de proteção própria; Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 11 35. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos, comunique o professor logo no primeiro dia de aula; 36. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado; 37. Jogue papéis usados e materiais inservíveis no lixo somente quando não apresentar riscos; 38. Verifique a tensão dos aparelhos elétricos antes de ligar; 39. Todas as vezes que ocorrer um acidente com algum aparelho elétrico (centrífuga, por exemplo), puxar imediatamente o pino da tomada; 40. O último usuário, ao sair do laboratório, deve desligar tudo e desconectar os aparelhos da rede elétrica. Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está fazendo. Referentes ao Laboratório: • Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho; • Faça limpeza prévia, com material apropriado antes de colocá-los para lavagem; • Rotule os reagentes ou soluções preparadas e as amostras coletadas; • Em caso de derramamento de produtos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos, tomarem as seguintes precauções: A) Parar o trabalho, isolando na medida do possível a área; B) Advertir pessoas próximas sobre o ocorrido; C) Só efetuar a limpeza após consultar a ficha de emergência do produto; D) Alertar o professor; E) Verificar e corrigir a causa do problema; Em caso de pequenos acidentes • Queimaduras por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis: lavar a área atingida repetidas vezes com bastante água de torneira; • Todas as vezes que ocorrer um acidente com algum aparelho elétrico (centrífuga, por exemplo), puxar imediatamente o pino da tomada; • Ao cortar um tubo de vidro ou tentar inseri-lo numa rolha de borracha, enrolar ambos num pedaço de pano a fim de evitar cortes; • Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros quebrados, por exemplo). O mercúrio, além de corrosivo, é muito tóxico. Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre ou zinco em pó; • Procurar conhecer a toxicidade dos vários reagentes usados e tratá-los com a devida seriedade; • Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ocorrido. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 12 Descarte de resíduos Não descarte resíduos da aula na pia. As Instruções para descarte dos mesmos serão fornecidas pelo professor durante as aulas. Equipamentos Básicos de Laboratório A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de uma variedade de equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, porém com finalidades específicas. O emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a experiência será executada. Materiais de vidro 1. Tubo de ensaio: utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena escala. 2. Béquer: recipiente com ou sem graduação, utilizado para o preparo de soluções, aquecimento de líquidos, recristalizações. 3. Erlenmeyer: frasco utilizado para aquecer líquidos oupara efetuar titulações. 4. Kitasato: frasco de paredes espessas, munido de saída lateral e usado em filtrações sob vácuo. 5. Balão volumétrico: recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado volume de líquido, a uma dada temperatura; utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. 6. Proveta: frasco com graduações, destinado a medidas aproximadas de volume de líquidos. 7. Bureta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Permite o escoamento do líquido e é muito utilizada em titulações. 8 e 9. Pipeta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois tipos de pipetas: pipeta graduada (8) e pipeta volumétrica (9). A primeira é utilizada para escoar volumes variáveis e a segunda para escoar volumes fixos de líquidos.Antes de serem usadas devem ser lavadas.Para se encher uma pipeta, coloca-se a ponta no líquido e faz-se sucção com a pera. Deve-se ter o cuidado de manter a ponta da mesma sempre abaixo do nível da solução ou líquido, caso contrário, ao se fazer a sucção, o líquido alcança a pera de borracha. A sucção deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço de referência. Feito isso, deixar escoar o líquido lentamente até o traço da referência (zero). Para escoar o líquido, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a ponta encostada na parede do recipiente que vai receber o líquido. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 13 10. Funil: utilizado na transferência de líquidos de um frasco para outro ou para efetuar filtrações simples. 11. Vidro de relógio: usado geralmente para cobrir béqueres contendo soluções e finalidades diversas. 12. Dessecador: utilizado no armazenamento de substâncias quando se necessita de uma atmosfera com baixo teor de umidade. Também pode ser utilizado para manter as substâncias sob pressão reduzida. Existem vários tipos. 13. Pesa-filtro: recipiente destinado à pesagem de sólidos. 14. Bastão de vidro: usado na agitação e transferência de líquidos. 15. Funil de separação: equipamento para separar líquidos não miscíveis. Existem vários modelos. 16, 17 e 18. Condensador: Equipamento destinado à condensação de vapores, em destilações ou aquecimento sob refluxo. Existem três tipos básicos, condensador reto ou liso (16), de bola (17) e espiral (18). O condensador de bolas é usado para refluxo, enquanto os outros modelos são mais utilizados em destilações. 19. Termômetro: Usado para medidas de temperatura. Materiais de porcelana 20. Funil de Büchner: utilizado em filtrações por sucção, devendo ser acoplado a um kitasato. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 14 21. Cápsula de porcelana: usada para efetuar evaporação de líquidos. 22. Cadinho: usado para calcinação de substâncias. 23. Almofariz (gral) e pistilo: destinados à pulverização de sólidos. Além de porcelana, podem ser feitos de ágata, vidro ou metal. Materiais metálicos Suporte (24), mufa (25) e garra (26): peças metálicas usadas para montar aparelhagens em geral. Grampos: peças de vários tipos, como Mohr (27) e Hoffmann (28), cuja finalidade é impedir ou reduzir o fluxo de líquidos ou gases através de tubos flexíveis. 29. Pinça Casteloy: usada para segurar objetos aquecidos. 30. Tela de amianto: tela metálica, contendo amianto, utilizada para distribuir uniformemente o calor, durante o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um bico de gás. 31. Triângulo de ferro com porcelana usado principalmente como suporte em aquecimento de cadinhos. 32. Tripé: usado como suporte, principalmente de telas e triângulos. 33. Bico de gás (Bunsen): fonte de calor destinado ao aquecimento de materiais não inflamáveis. 34. Banho de água ou banho-maria: utilizado para aquecimento até cerca de 100oC. Existem vários modelos. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 15 35. Argola: usada como suporte para funil de vidro ou tela metálica. 36. Espátula: usada para transferir substâncias sólidas. Existem vários modelos. 37. Furador de rolhas: utilizado na perfuração de rolhas de cortiça ou borracha. Materiais diversos 38. Suporte para tubos de ensaio. Existem vários modelos de diversos tamanhos e materiais. 39. Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de ensaio. 40. Pisseta: frasco geralmente contendo água destilada, álcool ou outros solventes, usado para efetuar a lavagem de recipientes ou materiais com jatos do líquido nele contido. 41. Trompa de água: dispositivo para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior de um frasco; muito utilizado em filtrações por sucção. 42. Estufa: equipamento empregado na secagem de materiais, por aquecimento, em geral até 200oC. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 16 43. Mufla ou forno: utilizada na calcinação de substâncias, por aquecimento em altas temperaturas (até 1000 ou 1500C). 44. Manta elétrica: utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis, contidos em balão de fundo redondo. 45. Centrífuga: instrumento que serve para acelerar a sedimentação de sólidos em suspensão em líquidos. 46. Balança: instrumento para determinação de massa. Existem vários modelos com diversos tipos de precisão. Reagentes - Frascos de Reagentes Os reagentes químicos são guardados em frascos de vidro ou de plástico tampados e rotulados. O rótulo deve conter o nome do reagente, sua concentração, data do preparo e nome do responsável. Ex: ✓ Quando qualquer frasco de reagente for aberto, deve-se colocar a sua tampa na mesa sobre um papel toalha, virada para cima. Após o reagente ser usado, tampar novamente o frasco. ✓ Uma porção qualquer de reagente, retirada do frasco de estoque, jamais deve retornar ao mesmo. O aluno deve retirar dos frascos de reagente somente o necessário, evitando desperdícios. ✓ No caso de reagentes sólidos uma espátula quando usada para retirar um reagente de um frasco só poderá ser usada para manipulação de outro reagente, após devidamente lavada e seca. ✓ Verter o reagente líquido, a ser medido, em um pequeno béquer limpo e seco, para ser transferido ou pipetado. Não se devem introduzir pipetas, conta-gotas, etc., nos frascos que os contém. Para transferir um líquido para um recipiente qualquer se deve segurar o frasco de maneira que a mão tampe o rótulo e inclinar o frasco para o lado oposto ao do rótulo. Deste modo, se algum líquido escorrer pelas paredes externas do frasco, não estragará o rótulo, mas se tal ocorrer deve-se limpá-lo imediatamente. HCl 0,10 mol/L 12/07/09 José da Silva Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 17 ✓ Prática 1 - Tratamento de dados 1. Introdução A investigação científica é iniciada com observações, que são normalmente realizadas sob condições rigorosamente controladas no laboratório. As observações podem ser qualitativas (pode-se observar, por exemplo, que a cor da oxidação do ferro é simplesmente marrom avermelhada) ou quantitativas (pode-se observar qual a massa obtida de óxido de ferro na reação). Nenhuma ciência pode progredir muito sem se valer de observações quantitativas, isto significa que devemos fazer medidas. Um processo de medida envolve, geralmente, a leitura de números em algum instrumento, em conseqüência, tem-se sempre alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor experimentalmente. Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro experimental. 2. Medidas experimentais Uma medida experimental é satisfatoriamente representada quando, a esta medida é atribuído um erro e unidade, Grandeza química = <x>Δx unidade Exemplos: Amassa m de um corpo é m=25,3±0,1 g, o volume de um balão volumétrico é 50,00±0,05 mL. Para os casos onde é realizada uma única medida, a quantidade <x> é a própria medida e, para várias medidas, é a média dos valores medidos nas mesmas condições. O Δx é chamado de desvio para várias medidas e, para uma única medida, é chamado de incerteza. Em química as principais unidade no SI são: Grandeza básica Unidade (SI) Comprimento m Massa Kg Volume m3 Quantidade de substância Mol As medidas podem ser classificadas em dois tipos, diretas e indiretas: Medidas diretas: são aquelas obtidas diretamente do instrumento de medida. Como exemplos podem ser citados: comprimento e tempo, sendo realizadas diretamente de trenas e cronômetros, respectivamente. Medidas indiretas: são aquelas obtidas a partir das medidas diretas, com o auxílio de equações. Por exemplo: a área de uma superfície, volume de um corpo ou a vazão de um rio ou canal. Erro experimental Conceitualmente, o erro experimental é a diferença entre o real valor de uma grandeza física (peso, área, velocidade...) e o respectivo valor dessa grandeza obtido através de medições experimentais. Mesmo que o experimento seja realizado com o máximo de cuidado, há sempre fontes de erro que podem afetá-lo. Os erros experimentais podem ser de dois tipos: erros sistemáticos e erros aleatórios. Erros sistemáticos Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 18 Este tipo de erro deve-se a falhas nos métodos empregados ou dos instrumentos de medida, como um instrumento mal calibrado ou usado a uma temperatura diferente daquela em que foi feita a sua calibração. Por sua natureza estes erros têm amplitudes constantes, e afetam os resultados num mesmo sentido, ou para mais, ou para menos. Erros aleatórios Como vimos, por mais perfeito que seja o operador ou o processo de medição de uma grandeza, nunca deixaremos de contar com os fatores acidentais que afetam uma ou mais medidas. Alguns exemplos são: 1. Variação da capacidade de avaliação com o número de medidas efetuadas (cansaço); 2. Variação da capacidade de avaliação ou da perícia, no caso da observação de uma mesma grandeza por vários observadores; 3. Condições próprias dos aparelhos de medidas (menor divisão da escala); 4. Reflexos variáveis do operador (por exemplo no caso de apertar um cronômetro); Aos erros aleatórios são aplicados a teoria dos erros. Assim, os números podem ser exatos ou aproximados. Números exatos são aqueles com nenhuma incerteza (são as constantes físicas ou químicas), já os números aproximados são mais comuns, resultam de medidas diretas ou indiretas e apresentam algum grau de incerteza. Dois são os termos que descrevem a confiança de uma medida numérica: a exatidão e a precisão. ✓ Precisão: se a mesma for repetida várias vezes, representa a variação da mesma em relação ao valor médio medido. ✓ Exatidão: está associada a ausência de erros sistemáticos, mantendo as medidas em torno do valor real. Portanto, quando o conjunto de medidas realizadas se afasta muito da média, a medida é pouco precisa e o conjunto de valores medidos tem alta dispersão (Figura 1 (a, b)). Quando as mesmas estão mais concentradas em torno da média diz-se que a precisão da medida é alta (Figura 1 (c, d)), e os valores medidos tem uma distribuição de baixa dispersão. a) Baixa precisão e baixa exatidão b) Baixa precisão e alta exatidão c) Alta precisão e baixa exatidão d) Alta precisão e alta exatidão Figura 3. Representação da precisão e exatidão em medidas experimentais 3. Tratamento estatístico de dados com erros aleatórios Valor médio Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 19 Quando se efetua uma série de medidas de uma grandeza, utilizando um mesmo instrumento, as medidas obtidas terão valores que poderão não coincidir na maioria das vezes, isso devido aos erros experimentais inerentes a qualquer processo de medida. A teoria demonstra que o valor que mais se aproxima do valor real da grandeza é a média aritmética dos valores ( ), denominado valor médio. n Ln (cm) Ln =(LnL ) (cm) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5,7 5,8 5,5 5,6 5,5 5,7 5,8 5,7 5,9 5,8 0,0 + 0,1 0,2 0,1 0,2 0,0 + 0,1 0,0 + 0,2 + 0,1 N = 10 Ln =57 cm nLn = 1,0 cm Suponha que um experimentador realize 10 vezes a medida do comprimento L de uma barra. Essas medidas foram realizadas com uma régua cuja menor divisão era 1 cm, de modo que os milímetros foram avaliados (é costume fazer estimativas com aproximações até décimos da menor divisão da escala do instrumento). Em qualquer das medidas efetuadas encontraram-se, como comprimento da barra, 5 cm completos mais uma fração avaliada da menor divisão, de modo que as flutuações, neste caso, residem nas diferentes avaliações da menor divisão. A tabela ao lado mostra os valores obtidos nas dez medidas realizadas. Calculando-se a média aritmética das medidas efetuadas tem-se L = L N = 5,7 + 5,8 + 5,5 + 5,6 + 5,5 + 5,7 + 5,8 + 5,7 + 5,9 + 5,8 10 = 57 10 = 5,7 cm n que é o valor mais provável para o comprimento da barra. O valor médio é mais preciso e exato quanto maior for o número de medidas. Desvio médio Define-se o desvio de uma medida do conjunto pela diferença entre o valor medido (Ln ) e o valor médio ( L ). Ln =(LnL ) O desvio de cada medida, no caso do exemplo, está indicado na tabela. Desse conjunto deve-se extrair a incerteza que afeta o valor adotado (valor médio). Considera-se, para esse fim, a média aritmética dos valores absolutos dos desvios denominada desvio médio (L ) : L L N = (0,0 + 0,1 + 0,2 + 0,1 + 0,2 + 0,0 + 0,1 + 0,0 + 0,2 + 0,1) 10 cm = 1,0 10 cm = 0,1 cm n Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 20 Esse desvio significa que o erro que se comete ao adotar o valor médio ( = 5,7 cm) é de 0,1 cm. Em outras palavras, o valor real deve estar entre 5,6 e 5,8 cm. Dessa maneira, o comprimento da barra pode ser expresso como: L = (L L ou seja L cm ) ( , , )5 7 0 1 Conjuntos de medidas com desvio médio baixo são mais precisos do que quando o desvio médio é alto. Para os casos onde é realizada uma única medida, a quantidade <L> é a própria medida. O Δx é chamado de incerteza, neste caso, tem o valor da metade da menor divisão da escala do instrumento. Algarismos significativos Cada medida que realizamos envolve um certo grau de incerteza. A dimensão desse erro dependerá do tipo de instrumento de medida. Esta informação é vital para quem queira repetir um experimento ou julgar sua precisão. O método pelo qual é indicado a precisão de uma medida, é descrito em termos de algarismos significativos. Quando se realiza uma medida verifica-se que em cada medida tem-se um número completo de unidades (no caso 5 cm) acrescido de uma fração avaliada dessa unidade. Medindo-se com uma régua centimetrada, tem sentido avaliar décimos (isto é, milímetros), mas é discutível avaliar frações menores. Geralmente, em medições, é possível fazer estimativas com aproximação até décimos da menor divisão da escala do instrumento. Assim, na medida do comprimento da barra, o dígito 5 é isento de dúvida, ou seja, a dúvida ou incerteza da medida reside na avaliação do dígito correspondente à fração avaliada da menor divisão da escala.Denominam-se algarismos significativos de uma medida os algarismos exatos acrescidos de um único algarismo duvidoso. Algarismos significativos = Algarismos exatos + um único algarismo duvidoso Portanto, nas dez medidas efetuadas na determinação do comprimento de uma barra,tem-se dois algarismos significativos: Apresentando-se o resultado de uma medida através do valor médio, é preciso escrevê-lo com um número correto de algarismos significativos. De maneira geral, para se considerar o número de algarismos significativos do valor médio, é conveniente, em primeiro lugar, considerar o desvio médio com apenas um algarismo significativo; este irá então precisar com quantos algarismos significativos deverá ser escrito o valor médio da grandeza. Necessitamos conhecer quantos algarismos foram utilizados em uma determinada medida, para isto são considerados os seguintes itens: ✓ Zeros entre dígitos diferentes de zero são significativos; ✓ Zeros além do ponto decimal no final de um número são significativos; ✓ Zeros que precedem o 1° dígito diferente de zero não são significativos. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 21 Valor medido: Algarismos significativos Valor medido Algarismos significativos 8,80 3 8,08 3 8,008 4 800,80 5 0,008 1 0,00808 3 0,00800 3 8 x 10-3 1 8,12 x 10-2 3 8,00008 x 105 6 Operações envolvendo algarismos significativos Consideramos a seguir a maneira correta de expressar resultados de operações matemáticas envolvendo algarismos significativos. Em operações matemáticas é importante que cada resultado seja expresso com o número correto de algarismos significativos. Isto significa que um valor calculado não deve expressar uma precisão maio nem menor do que aquelas dos números usados para o cálculo. Para isso, existem duas regras. A primeira delas, a regra de adição- subtração, enfatiza o número de dígitos à direita da vírgula do número decimal. Regra da adição subtração: nestas duas operações aritméticas, o resultado deve ter o número de dígitos à direita da vírgula igual ao da parcela com menores dígitos após a vírgula. Exemplo: Massa substância: 3,68 g Massa recipiente: 29,3 g Massa total: 33,0 g Como 29,3 contêm somente um algarismo após a vírgula, arredonda-se o resultado (32,98) para 33,0g. Empregamos a mesma regra na subtração: Massa recipiente com substância: 29,3456 g Massa recipiente vazio : 19,11 g Massa da substância: 10,24 g Regra da multiplicação-divisão: Nestas duas operações aritméticas, o resultado deve ter o número de algarismos significativos igual ao termo com menos número de algarismos significativos. Exemplos, omitidas as unidades do aparelho medidor: 1,473 / 2,6 = 0,57 Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 22 No caso, o quociente é expresso com dois algarismos significativos, porque o divisor apresenta somente dois algarismos significativos (2,6). Outros exemplos: 3,94 x 2,1222345 = 8,36 9 x 0,00043 = 0,004 6,734 x 103/ 7,41 x 108 = 9,09 x 10-6 3,6 (7,431 x 108)/ 1,49 (6,67 x 104) = 2,7 x 104 Propagação de erros a) Em uma adição ou subtração, o erro do resultado é a soma dos erros absolutos de cada medida. Exemplos: Massa recipiente com substância: (29,3456 ±0,01) g Massa recipiente vazio : (19,11 ±0,01) g Massa da substância: (10,24 ±0,02) g Massa recipiente com substância: (29,3456 ±0,01) g Massa recipiente vazio : (19,11 ±0,1) g Massa da substância: (10,24 ±0,1) g b) Em uma multiplicação ou divisão, o erro do resultado será a soma dos erros relativos. Exemplo: (15,4 ± 0,2) x (12,3 ± 0,3) = 189 ± 7 Vejamos por que: Cálculo dos erros relativos: 0,2 / 15,4 = 0,013 ou 1,3% 0,3 / 12,3 = 0,024 ou 2,4% Somando-se os erros relativos (0,013 + 0,024) temos 0,037 ou 3,7%. Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 23 Efetuando-se o produto (15,4 x 12,3) temos como resultado 189,42. Se em 100 o erro é de 3,7, em 189,42 será 7. Consequentemente o resultado correto da multiplicação será (189 ± 7) Arredondamentos A redução do número de dígitos de um número, por arredondamento, obedece às seguintes regras: 1) Se o dígito a ser eliminado é maior do que 5, o dígito precedente é aumentado de uma unidade (27,76 é arredondado para 27,8); 2) Se o dígito a ser eliminado é menos do que 5, o dígito precedente é mantido (27,74 é arredondado para 27,7); 3) Se o dígito a ser eliminado é igual a 5, o arredondamento será feito para se obter um número par (27,75 será arredondo para 27,8 e 27,65 será arredondado para 27,6). 4. Metodologia a) Medidas de massa Quando da pesagem do mesmo objeto por várias vezes, a balança deve registrar um mesmo valor (precisa), o qual deve representar exatamente a massa do objeto em questão (exata). Variações de temperatura, umidade e eletricidade estática são algumas das causas da não constância do ponto zero de uma balança. Desta forma, o ponto zero deve ser aferido constantemente durante o período de uso da balança. Erro na pesagem Os erros na pesagem podem ter origem instrumental ou serem devidos à estática elétrica (produzidos sobre o vidro quando atritado com papel ou pano), aos efeitos atmosféricos (absorção ou perda de água, gás carbônico, ou outros gases, até variação de temperatura entre a peça e a atmosfera, que provocará correntes de convecção dentro da câmara de pesagem) ou ainda ao efeito de empuxo do ar. Entre as precauções a serem tomadas está o armazenamento de peças quentes em dessecador antes da pesagem, até que estas atinjam a temperatura ambiente. Cuidados com a Balança: ✓ Deve ficar protegida de qualquer tipo de choque mecânico; ✓ Deve ficar protegida de poeira e corrosão; ✓ Deve ser colocada onde não haja correntes de ar; ✓ Preferencialmente não deve ficar exposta à luz solar direta; ✓ Obrigatoriamente deve estar nivelada; Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 24 ✓ Deve estar sustentada em uma estrutura rígida, preferencialmente de alvenaria, com baixa susceptibilidade à vibrações. ✓ Pode-se por borrachas ou carpet nos pés da balança para diminuir as vibrações. Cuidados com a Pesagem: ✓ Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Estes objetos devem ser manipulados com uma pinça ou com um pedaço de papel limpo; ✓ Todo os objeto deve ser pesado à temperatura ambiente para se evitar erros devido à formação de correntes de convecção; ✓ Nunca colocar reagentes diretamente sobre os pratos da balança. Deve-se pesá-los, preferencialmente, em papel para pesagem ou, na ausência deste, em recipientes de vidro de baixo peso. Sempre que alguma substância cair acidentalmente sobre o prato da balança, este deve ser imediatamente limpo com um pincel macio; ✓ Manter sempre as laterais da câmara de pesagem fechadas quando se faz a tara da balança ou quando se realiza e a leitura do peso, pois qualquer corrente de ar externa pode causar erro na leitura; ✓ Nunca colocar ou retirar objetos do prato de uma balança sem que esta esteja travada; ✓ Nunca deixar pesos na balança após a pesagem. Voltar o marcador para a posição zero sempre que terminar esta operação; Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 25 b) Medidas de volumes Os instrumentos comuns de medida de volume de líquido são de dois tipos: os que medem volume variáveis(e para tanto possuem uma escala graduada) e os que medem volumes definidos (e para tanto possuem apenas um risco ou marca). A medida de volumes de líquidos, em qualquer um dos instrumentos mencionados, implica numa comparação da altura do líquido com uma divisão da escala graduada ou com a marca. A altura do líquido é definida por um menisco, que geralmente é côncavo, a parte inferior do menisco deve ser usada como referência nas medidas de volume.O regime de escoamento para qualquer dos instrumentos mencionados para volume não é total, sobrando sempre líquido na ponta ou em suas laterais. Para obter medições mais precisas, o que fica do volume nos instrumentos, não deve ser transferido, pois essa quantidade já é levada em conta pelo fabricante. No caso de pipetas, existem dois tipos disponíveis no mercado: pipeta de um traço é necessário soprar o volume residual, já a pipeta de dois traços não é necessário soprar o volume residual. Considerações sobre leitura da proveta Vamos considerar a leitura analógica realizada em uma proveta, cuja resolução de escala é de 1 mL. Leituras realizadas em instrumentos com esta resolução devem ser expressos com 1 casa decimal, acrescentando-se o erro da leitura (±0,5). Desta forma, a leitura realizada na proveta da Figura 4 deve ser expressa como 3,8 ± 0,5 mL. O último algarismo apresentado (dígito 8 na primeira casa decimal) é chamado algarismo duvidoso. Na mesma Figura, os valores 3,9; 3,8 ou 3,7 podem ser aceitos como valores corretos para a leitura. É exatamente por causa desta dúvida, que o erro da leitura (±0,5) é apresentado. No resultado final, podemos afirmar com 100% de certeza que o valor correto encontra- se entre 3,3 mL e 4,3 mL. Mas afirmar que o valor lido é 3,8 mL, sem o erro de leitura, é incompleto. A seta indica a correta posição dos olhos do observador para realizar a leitura. Figura 4. Proveta de 50 mL. À esquerda, ampliação da escala. O volume de uma amostra, ao contrário da sua massa, varia com a temperatura. A maioria das medidas volumétricas é feita à temperatura ambiente; assim, a maioria dos equipamentos volumétricos é calibrada para a temperatura de 20oC. Portanto, sempre que se utiliza um equipamento volumétrico deve-se observar o valor da temperatura de calibração, que em escrito no equipamento. Isto é necessário, pois, se a temperatura ambiente for diferente da temperatura na qual o equipamento foi calibrado, forçosamente haverá um erro adicional no volume medido. Avaliação do erro instrumental Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 26 Para se determinar o erro de um material graduado é necessário: a) Separar duas marcas de graduação que indiquem um volume determinado. b) Contar o número de divisões entre essas marcas de graduação. c) Dividir o volume dado entre essas duas marcas de graduação pelo número de divisões correspondentes. Exemplo: Tomando-se, por exemplo, uma proveta de 10 mL, para a qual a separação entre duas marcas com volume determinado corresponde a um volume de 1mL. Após contar as divisões encontramos 10 divisões. Para essa proveta o erro instrumental será dado por: Erro = 1 mL : 10 = 0,1 mL Cálculo do limite de erro: ✓ Dentre os erros mais comuns nas medidas volumétricas, destacam-se: ✓ Leitura da graduação volumétrica obtida pela parte superior do menisco; ✓ Medição de volume de soluções quentes; ✓ Uso de instrumento inadequado para medir volumes; ✓ Uso de instrumento molhado ou sujo; ✓ Formação de bolhas nos recipientes; ✓ Controle indevido da velocidade de escoamento. De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes líquidos, usam-se provetas, enquanto, para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e balões volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos volumétricos são calibrados pelo fabricante e a temperatura padrão de calibração é de 20o C. Instrumento Capacidade (mL) Carga máxima (g) Precisão Bureta 50mL Não definida 1/10 Pipeta graduada 5mL Não definida 1/10 Proveta graduada(1) 10mL Não definida 1/10 Proveta graduada(2) 50mL Não definida 1/2 Proveta graduada(3) 100mL Não definida 1/1 Béquer 100mL Não definida - Balança (?) - ? ? Balões Volumétricos Pipetas Volumétricas Capacidade (mL) Limite de Erro Capacidade(mL) Limite de Erro 25 0,05 2 0,006 50 0,10 5 0,01 100 0,15 10 0,02 200 0,20 25 0,03 300 0,25 50 0,05 500 0,30 100 0,08 1000 0,50 200 0,10 2000 1,00 Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 27 5. Procedimento Materiais Reagentes • Proveta de 50 mL; • Béquer de 25, 50 e 100 mL (1 unid. de cada) • Pisseta com água destilada • Pipeta de Pasteur • Pipeta de 10 mL com pipetador • Bureta • Suporte universal com garra e mufa • 3 tubos de ensaio • Mesa suporte para tubo de ensaio • Água destilada PROCEDIMENTO A: 1. Preencher uma proveta de 50 mL com 25 mL água. Com o auxílio de uma pipeta Pasteur adicione 20 gotas de água. Observe a variação de volume. 2. Preencher um béquer de 50 mL com 25 mL de água. Com o auxílio de uma pipeta Pasteur adicione 20 gotas de água. Observe a variação de volume. 3. Em qual vidraria conseguiu-se observar melhor a variação de volume? Qual dos dois instrumentos você julga ser melhor para medir o volume de líquidos? 4. Qual a relação entre o diâmetro da secção transversal do recipiente utilizado e a sensibilidade (perceptividade da variação da medida). PROCEDIMENTO B: 1. Preencher uma proveta de 50 mL com água. Adicione a água da proveta em um béquer de 100 mL e anote o volume observado e sua incerteza. 2. Utilizando uma pipeta de 10 mL transfira este volume de água para um béquer de 50 mL. Anote o volume observado no béquer com a respectiva incerteza. 3. Preencha a tabela abaixo com os dados obtidos neste experimento. Tabela 1. Dados obtidos no procedimento B. Vidraria Volume observado (mL) Incerteza (mL) Proveta Béquer 100 mL Pipeta Béquer 50 mL Entre estas vidrarias, qual possui maior e menor precisão? Explique. PROCEDIMENTO C: 1. Encha uma bureta com água; 2. Zere a bureta; 3. Em seguida, encha um tubo de ensaio utilizando a bureta e faça a leitura do volume utilizado; 4. Repita as etapas anteriores para mais dois tubos de ensaio de mesmo volume; 5. Calcule o valor médio e o desvio médio das medidas; 6. Expresse o valor da medida adequadamente; Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 28 Tabela 2. Resultados obtidos no procedimento C. Tubo V (mL) 1 2 3 Média Desvio médio 7. Explique porque os volumes medidos não foram idênticos. Questionário: 1) Um processo de medida envolve, geralmente, a leitura de números em algum instrumento, em conseqüência, tem-se sempre alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor experimentalmente. Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro experimental. Uma medida experimental é satisfatoriamente representada quando, a esta medida é atribuído um erro e unidade, Grandeza química = <x> x unidade. Neste caso, qual a leitura correta que se faz em cada caso? a) b) 2) A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e utilização de substâncias ou materiais. A densidade é uma grandeza que expressa quanto há de massa por unidade de volume. ρ= m V Desta forma é uma propriedade intensiva da matéria, isto é, seu valor independe da quantidade de matéria. Hoje, o teor de água no álcool hidratado utilizado como combustível é controlado nos postos de serviço através da densidade da mistura. A densidade é obtida através de uma equação (medidas indiretas), com base em medições realizadas diretamente de equipamentos (medidas diretas). Portanto, junto aos resultados temos erros oriundos das medidas originais, tornando necessário o conhecimento de como o erro da medida original pode afetar a grandeza final. Se uma massa de água a 25oC é determinada pela balança abaixo, conforme a figura, e o volume medido pela proveta abaixo, responda: a) com quantos algarismossignificativos devemos escrever o valor da massa? b) com quantos algarismos significativos devemos escrever o valor d o volume? c) com quantos algarismos significativos devemos escrever o valor da densidade? Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 29 3)Complete a tabela Número (m) Número de significativos Notação científica Arredondamento (2 significativos) 26,31 20,000 0,206 0,00206 0,00000007320 1,34 mil 606 393,68 0,0000000007 4) Faça as operações aritméticas indicadas considerando que cada número é resultado de uma medida experimental: a) 351+2,982= b) 25,128-0,0042= c) 13,51+1,00754+0,214= d) 4,6254-10,1= e) 14,021+14= f) 126 x 2,51= g) 3,658 x 9,2= h) 68,1/38= i) (3,8 x 108) x (2,65 x 105)= j) (8,1 x 10-4)/(2,4587 x 10-5)= 5)Converter as seguintes massas para gramas: a) 3,89 x 10-6 kg b) 1,8 x 104 mg c) 6 g d) 12 ng e) 8 pg f) 3,24 t Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 30 ✓ Prática 2 – Cálculo da densidade de líquidos e sólidos 1. OBJETIVOS ✓ Construir e utilizar um densímetro de baixo custo ✓ Determinar a densidade de líquidos puros ✓ Determinar a densidade de materiais sólidos 2. INTRODUÇÃO As propriedades físicas da matéria agrupam-se em duas categorias principais: intensivas e extensivas. Existem propriedades que independem de quanto se tem de matéria. Por exemplo, a temperatura de uma amostra de matéria não depende do seu tamanho e sim, do meio onde ela se encontra; já a massa depende. Assim, a temperatura é uma propriedade intensiva (outro exemplo: densidade) e a massa é uma propriedade extensiva (outros exemplos: volume e quantidade de matéria). É interessante ressaltar que a razão entre duas propriedades extensivas é uma intensiva. Exemplos disso são a densidade e a concentração. Mas o que é densidade? Para entender o que é densidade, inicialmente cabe lembrar que toda amostra de matéria tem massa e ocupa espaço (tem volume), ao mesmo tempo. Isto significa que, numa dada condição, se porções de matéria de um mesmo tipo têm volumes diferentes, necessariamente elas têm massas diferentes. Além disso, estas massas são diretamente proporcionais ao volume e vice-versa. Logo, quanto maior o volume (V) de uma dada porção de matéria, maior será sua massa (m), pois são diretamente proporcionais, ou seja: m V (lê-se: a massa é proporcional ao volume) Agora, cabe perguntar: é possível saber a massa de uma dada porção de matéria medindo apenas seu volume? A resposta é sim, mas desde que se conheça a constante de proporcionalidade entre estas duas grandezas (massa e volume). Esta constante de proporcionalidade, por convenção, é denominada densidade e tem como símbolo a letra grega (lê-se: rô). Densidade, portanto, nada mais é que uma grandeza que expressa quanto há de massa (m) por unidade de volume (V) de uma dada porção de matéria. Portanto: = m/ V Equação 1 A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e utilização de substâncias ou materiais. Muitos processos químicos, tais como fermentação de amidos, fabricação de ácidos e oxidação de amônia, são controlados através da medida da densidade. Hoje, o teor de água no álcool hidratado utilizado como combustível é controlado nos postos de serviço através da densidade da mistura hidro-etanólica. Polímeros comerciais, como, por exemplo, o polietileno, são caracterizados comercialmente através de suas densidades. As substâncias simples de muitos elementos químicos podem ser identificadas através dos seus valores de densidade. Métodos que podem ser utilizados para determinar a densidade de sólidos O volume de uma amostra de matéria é o seu tamanho ou extensão tridimensional. Isto é, o volume de uma amostra de matéria nada mais é do que quanto de espaço a amostra ocupa. A determinação do volume de uma amostra de matéria nem sempre é simples. A seguir são apresentados dois métodos para a determinara densidade de amostras sólidas: Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 31 a) Utilizando a geometria da amostra sólida Se a amostra for sólida e possuir uma geometria bem definida, basta conhecer os parâmetros necessários para o cálculo do volume; por exemplo, no caso de uma amostra cúbica o valor de seu volume pode ser obtido determinando-se o comprimento “a” de um de seus lados, pois o volume é igual a este comprimento elevado ao cubo, isto é, V = a3 = a x a x a. A seguir são apresentadas diferentes formas geométricas e as respectivas formulas para cálculo de volume. No entanto, raros são os casos em que a amostra sólida apresenta uma geometria perfeitamente definida. Neste caso é necessário utilizar outro método para determinar o volume da amostra. b) Deslocamento de volume Quando um objeto é submerso em um líquido o volume de água deslocado é igual ao volume daquele objeto. Arquimedes utilizou este conceito para provar que uma coroa de ouro puro havia sido fraudada durante sua construção com teores de prata. Um pouco de história Hierão, assim que se tornou rei de Siracura, mandou fazer uma coroa de ouro, para ofertar aos deuses imortais. Para isso, contratou um homem e ofereceu-lhe uma grande quantidade de ouro. Na data prevista, o homem trouxe-lhe a coroa executada na perfeição, que tinha o mesmo peso do ouro fornecido. Porém, correram rumores de que parte do ouro havia sido subtraído, e substituído por prata. Hierão ficou indignado com a fraude, e sem saber como o roubo poderia ser descoberto, passou o problema para Arquimedes. Um dia, enquanto tomava banho na banheira, Arquimedes observou que, à medida que seu corpo mergulhava na banheira, a água transbordava, descobrindo o método para a solução do problema. Assim, pegou duas massas de ouro e prata, com o mesmo peso da coroa, e um vasilhame de água, cheio até a borda. Mergulhou e retirou a massa de prata, completando em seguida o volume, medindo a quantidade de água necessária para encher o vasilhame. Em seguida, fez o mesmo com o ouro, observando que precisava de menos água para encher desta vez.Por fim, inseriu a coroa na água. Esta derramou mais água do que o ouro e menos do que a prata. Arquimedes pode então calcular quanta prata havia sido misturada, na coroa, ao ouro, e pode desvendar o mistério da coroa e desmascarar o vilão. Para determinar a densidade de um objeto de forma irregular pode-se mergulhar o objeto em uma vidraria graduada com um pouco de água e observar o volume de líquido deslocado. A diferença de volume será igual ao volume do objeto. Depois de determinar a massa do objeto, pode-se calcular a densidade utilizando a fórmula da densidade (equação 1). R A C B A A AR L V = R 2 L V = R 34 3 V = A 3 V = A B C Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 32 Métodos que podem ser utilizados para determinar a densidade de líquidos a) Picnômetro São vidrarias utilizadas para determinar a massa de um volume conhecido de um líquido. O picnômetro se parece com balões volumétricos e possui volume definido com alta precisão e um pequeno orifício em sua tampa. Esse orifício dispensa o acerto do menisco, pois o líquido deve transbordar por ele, ficando o picnômetro totalmente cheio. Utilizando uma balança, obtém-se a massa de um determinado volume do líquido. Conhecendo estes valores, a densidade do líquido é calculada pela fórmula da densidade. Figura 1.Picnômetro de 100 mL b) Densímetro Para determinarmos o valor da densidade (d = m/v) das substâncias líquidas, basta obtermos diretamente o valor da sua massa e volume. Chegamos a esses resultados por meio de uma balançae uma proveta graduada. Outra forma de medir a densidade de certas substâncias líquidas pode ser feita utilizando o densímetro e empregando o princípio de Arquimedes. São aparelhos que permitem a determinação da densidade de líquidos onde são mergulhados, com leitura direta numa escala, sem necessidade de cálculos ou balanças. Os densímetros servem para determinar a densidade ou as concentrações de líquidos miscíveis. O alcoômetro de Gay Lussac é um densímetro especialmente concebido para determinar a concentração de álcool etílico numa solução com água. Ao introduzirmos este instrumento em um recipiente contendo um desses líquidos, observamos que uma parte do densímetro fica imersa, em uma situação de equilíbrio vertical. A extensão da parte submersa varia de acordo com o líquido e com o tipo de densímetro construído. Para se obter a medida da densidade do líquido nessa situação, é necessário que se iguale o módulo da força peso (P) ao módulo da força de empuxo (E). A determinação desta última se obtém através do princípio de Arquimedes. Esse princípio nos indica que o módulo da força de empuxo (E) é igual ao módulo do peso (P) do volume de líquido deslocado, isto é, do volume da parte submersa. No experimento de hoje iremos construir um densímetro utilizando um canudo, prego e veda rosca. Para isso o prego será inserido em uma das extremidades do canudo e preso com veda rosca. O objeto obtido será o densímetro, que quando colocado em um liquido, o mesmo não irá afundar completamente (Figura 2). Figura 2. Densímetro inserido em recipiente com água. Então para determinar a densidade de um líquido utilizando este densímetro iremos partir do Princípio de Arquimedes. Então, se P = mcanudog Equação 2 (p = peso, m = massa e g = aceleração da gravidade) Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 33 e sendo o empuxo igual ao peso do volume de líquido deslocado pelo densímetro, temos E = mlíquido deslocado g = dVg Equação 3 (V = volume do líquido deslocado e d = densidade) Portanto quando o densímetro se encontra em equilíbrio, temos P = E (módulo do peso igual ao módulo empuxo). Substituindo as equações 2 e 3 nesta igualdade teremos: mg = dVg Equação 4 Simplificando esta equação teremos: m = dV Equação 5 Sabendo que em um densímetro cilíndrico o volume é dado por V = Ah Equação 6 (A = área da base e h = altura submersa do densímetro) Finalmente substituindo a equação 6 na equação 5, teremos: m = dAh → d = m/Ah Equação 7 Na equação 7 m e A são a massa e área da base do densímetro, respectivamente. Como estes valores são constantes para um mesmo densímetro, pode considerar que m/A é uma constante k. Sendo assim a equação 7 pode ser escrita como: d = k/h Onde: d = densidade, k = constante e h = altura submersa do densímetro. 2. PARTE EXPERIMENTAL 2.1. Materiais, equipamentos e reagentes Materiais Reagentes • Balança analítica • 1 Proveta de 100 mL • 1 béquer de 50 mL • Régua • Canudinho • Prego • Veda rosca • Densímetro comercial • Bloquinhos de madeira, bolinha de gude • Paquímetro • Água destilada • Óleo de cozinha • Álcool comercial • Gasolina Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 34 2.2. Procedimentos A) Construção do densímetro 1. Introduza o prego em uma das extremidades do canudo; 2. Prenda o prego no canudo utilizando-se fita veda rosca; B) Calibração do densímetro utilizando água destilada 1. Utilizando um densímetro comercial determine a densidade da água destilada dágua=________________ 2. Coloque cerca de 100 mL de água na proveta de 100 mL; 3. Coloque o densímetro construído dentro da proveta com água; 4. Utilizando uma régua, meça a altura (em centímetros) da parte submersa do densímetro; 5. Utilizando a fórmula d = k/h e calcule o valor da constante k; k = _____________ g/cm2 OBS: k é uma constante característica do densímetro, depende da massa e área da base – m/A. Portanto, não depende do líquido que fizemos a calibração e será a mesma utilizada na determinação da densidade, com este densímetro, de outros líquidos. C) Determinando a densidade de diferentes substâncias 1. Utilizando um béquer, coloque cerca de 100 mL da substância em uma proveta de 100 mL devidamente limpa; 2. Coloque o densímetro construído dentro da proveta contendo a substância; 3. Utilizando uma régua, meça a altura (em centímetros) do densímetro que está submerso na substância; 4. Calcule a densidade da substância; 5. Repita as etapas de 1 a 4 para as diferentes amostras. Coloque os valores encontrados na tabela a seguir: Tabela1. Dados experimentais obtidos para a determinação da densidade de diferentes substâncias. Substância Altura submersa do densímetro / cm Densidade calculada / g cm-3 Etanol Gasolina Óleo Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 35 Tabela 2. Densidade dos líquidos, g/cm3, T=_____ºC. Equipes d etanol d gasolina d óleo 1 2 3 4 5 6 Média Desvio Tabela 3. Determinação do erro relativo percentual Substância dteórica (g/cm3) dexp(g/cm3) Erro,% Etanol Gasolina Óleo D) Densidade absoluta de sólidos Neste parte do experimento você irá determinar a densidade da bolinha de gude de duas formas distintas: (i) pela forma geométrica, utilizando o volume obtido pelo raio da bolinha de gude e (ii) a partir do volume obtido pelo princípio de Arquimedes. Obtenção pela forma geométrica 1.Pese a massa da bolinha de gude. m = ___________________ 2.Utilizando um paquímetro, meça o diâmetro da bolinha de gude. Diâmetro = _____________ 3. Utilizando a fórmula adequada, calcule o volume da bolinha de gude. Vraio =_____________ 4. Utilizando este volume, determine a densidade da bolinha de gude. Obtenção pelo Princípio de Arquimedes 1.Coloque 30 mL de água em uma proveta. 2. Coloque a bolinha de gude dentro da proveta com água e anote o volume de água deslocado. 3. Calcule a densidade da bolinha de gude utilizando o seu volume determinado pelo Princípio de Arquimedes. Questionário: 1) As ilustrações da figura abaixo representam densímetros como os usados em postos de gasolina. Esses instrumentos têm por finalidade indicar se o álcool combustível está ou não adulterado pela adição de outras substâncias. I II III Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 36 O primeiro dos densímetros representados contém etanol puro (d etanol = 0,8 g/cm3). Dos dois restantes, um está cheio de etanol e água (d água=1,0 g/cm3) e o outro de etanol e gasolina ( d gasolina = 0,7g/cm3), não necessariamente nesta ordem. Com base nas informações, responda: a) Qual a constituição da mistura II? Justifique sua resposta. b) Qual a constituição da mistura III? Justifique sua resposta. c) Quais os valores possíveis de densidade da bola escura? d) Quais os valores possíveis de densidade da bola clara? 2) a) A densidade da água comum, formada por hidrogênio prótio (1H), é de 0,997g/cm3 à 25oC. O que você espera encontrar para densidade da água pesada, formada por deutérios (D=2H), mais ou menos? Justifique a sua resposta! b) Qual o valor da densidade da água comum, em unidades de g/L, mol/mL, mg/mL e kg/m3? Faça o uso correto dos algarismos significativos! c) A densidade da água depende da temperatura. A tabela abaixo mostra a densidade da água para quatro diferentes temperaturas. Qual o aumento de volume esperado, em 50,0mL de água,para uma mudança na temperatura de 25 para 30oC? T, oC 20 25 30 35 d, g/cm3 0,998 0,997 0,996 0,994 d) Numa coluna cilíndrica de diâmetro igual a 5mm, o aumento de volume determinado na letra c corresponde a qual altura? 3) Uma versão rudimentar do densímetro pode ser construída simplesmente com um canudo e prego, conforme a ilustração. Quando colocado em um recipiente com um líquido duas forças atuam no densímetro, a força Peso (P=mg) e o Empuxo (E=dVg), onde m é a massa do densímetro, d a densidade do líquido e V o volume do densímetro imerso na água. Considere que o canudo é cilíndrico, com volume dado por V=Ah, onde A é a área da base. Neste caso, baseado nos dados ao lado onde o sistema encontra-se em equilíbrio E=P, qual a densidade do líquido desconhecido em g/cm3? Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 37 ✓ Prática 3 – Quantificação do teor de água no etanol combustível 1. OBJETIVOS ✓ Quantificar o teor de água no etanol combustível a partir de sua densidade; ✓ Construir uma curva analítica utilizando soluções de etanol de diferentes concentrações; 2. INTRODUÇÃO Para poder ser comercializado em suas mais diversas formas, o etanol passa por uma série de testes que verificam sua qualidade, permitindo que ele seja utilizado de forma saudável e segura. Esses pré-requisitos que o etanol precisa ter para ser comercializado são chamados de especificações, que variam conforme a utilização de cada álcool. Cada produto possui um tipo próprio de especificação, regulada por alguma entidade da área de cada mercadoria. Em relação ao etanol combustível as normas de especificação são, atualmente, estipuladas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) através do Regulamento Técnico ANP nº3/2011, anexo da Resolução ANP Nº7 de 9 de fevereiro de 2011. Nesse regulamento, estão contidas as características que o etanol precisa ter er relação a seu aspecto, cor, massa específica, teor alcoólico, potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica e outros quesitos. Algumas especificações são próprias para o etanol combustível hidratado (vendido como etanol nos postos de combustíveis), outras para o etanol anidro (misturado à gasolina), além das especificações comuns para ambos. O álcool hidratado é o álcool misturado com água, vendido nos postos como etanol combustível. Para poder ser comercializado, a ANP estabelecee vários critérios de qualidade ao produto.Em relação a seu aspecto, o etanol precisa ser límpido e isento de pureza. Isso significa que o líquido deve ser uniforme, da mesma cor, e sem nenhum resíduo sólido em sua mistura. Em relação à massa específica (densidade) do etanol hidratado, ele precisa ter entre 0,8076 a 0,8110 g/cm³, levando-se em conta a temperatura de 20º C. Caso o etanol atinja uma marca de 0,7998 a 0,8027 g/cm³, ele poderá ser vendido como etanol hidratado premium, desde que atenda aos outros pré requisitos e possua uma excelência também em relação ao teor alcoólico. Já o teor alcoólico do etanol hidratado estipulado pelo ANP precisa ser entre 95,1 e 96 º INPM, (unidade de medida equivalente à porcentagem de álcool na mistura). Em relação à massa alcoólica, ela precisa ter entre 92,5 e 93,8% da massa total do etanol hidratado. O etanol será considerado premium caso, além da baixa densidade, tenha entre 95,5 e 97,7% da massa e 97,1 a 98,6% de volume quando ele for importado, distribuído ou revendido. Com relação ao pH, ele precisa estar entre 6 ou 8, ou seja, não pode ser nem muito básico nem muito ácido, permanecendo neutro. Outro item que a ANP especifica é o limite mínimo de álcool e o máximo de água na mistura entre os dois. O mínimo de etanol que a mistura precisa ter é entre 94,5% de volume, enquanto a água pode ser de no máximo 4,9%. Uma maneira simples e rápida para se determinar o teor de água no etanol combustível é utilizar sua densidade e a curva analítica, densidade em função da concentração de etanol (em % V/V) de diferentes soluções. Sendo assim, Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 38 neste experimento iremos determinar a densidade de diferentes soluções de etanol e construir uma curva analítica. A partir desta curva analítica iremos determinar a o teor de água no etanol combustível. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais, equipamentos e reagentes Materiais Reagentes • Balança analítica • Picnômetro ou balão volumétrico de 50 mL • Pipeta de Pasteur • Béquer de 100 mL e 50 mL • Termômetro • Densímetro comercial para água • Alcoolómetro • Etanol combustível • Soluções de etanol 95, 50 e 20% • Água destilada 3.2. Procedimentos Determinando a densidade de líquidos utilizando um picnômetro Observação: Se o laboratório não tiver picnômetro disponível, utilizar um balão volumétrico para realizar o experimento. Seguir os mesmos procedimentos. Primeiro iremos calibrar o picnômetro utilizando água destilada como referência. O procedimento é o seguinte: Procedimento para calibração do picnômetro 1.Utilizando um densímetro comercial determine a densidade da água destilada. (o professor irá fazer isso apenas uma vez e todos vão observar). Valor encontrado:______________________ 2. Determine a massa do picnômetro (com a tampa e seco). Massa do picnômetro:________________- 3. Encha o picnômetro até a borda com a água destilada e coloque a tampa. Algum líquido irá derramar, seque a vidraria com papel antes de pesar novamente. 3. Determine a massa do conjunto (picnômetro + água). 4. Calcule, por diferença, a massa da água. 5. Utilizando a densidade da água, calcule o volume do picnômetro. Anote este volume, pois o mesmo será utilizado para calcular a densidade de soluções de etanol. Volume do picnômetro:_______________________ Química Geral Experimental UFLA/DQI 2017/01 39 Procedimento para determinar a densidade de soluções de etanol e do álcool combustível: 1. Encha o picnômetro até a borda com a solução que se quer determinar a densidade, coloque a tampa. Algum líquido irá derramar, seque a vidraria com um papel antes de pesar novamente. 2. Determine a massa do conjunto (picnômetro + solução). DEVOLVER A SOLUÇÃO PARA O RESPECTIVO FRASCO. 3. Calcule, por diferença, a massa da solução. 4. Calcule a densidade da solução utilizando o volume do picnômetro. 5. Lave o picnômetro e repita os itens 1 a 4 para a solução de etanol preparada. 6. Anote os dados na Tabela 1. Obs. Todos os cálculos devem levar em consideração os algarismos significativos. Tabela 1:Resultados obtidos para o cálculo das densidades das soluções de etanol utilizando o picnômetro. Solução etanol Concentração % (v/v) Massa do picnômetro vazio (g) Massa do picnômetro + solução (g) Massa da solução (g) Densidade obtida com o picnômetro (g cm-3) 1 95 2 50 3 20 4* 0 5* ??? *As soluções 4 e 5 são água destilada e amostra de etanol combustível, respectivamente. 1. Utilizando os dados da Tabela 1 (soluções 1 a 4), construa o gráfico (em papel milimetrado): Densidade versus concentração (% v/v) das soluções de água-álcool. 2. De acordo com os dados da curva analítica construída no item anterior, determine a concentração de etanol no álcool combustível (%V/V) (solução 5 da tabela 1). 3. Calcule o teor (% V/V) de água no álcool combustível. 4. Calcule a concentração de etanol no álcool combustível em quantidade de matéria (mol/L). 5. Calcule a concentração de etanol no álcool combustível em % V/V e em %m/V. 6. A amostra de etanol analisada pelo seu grupo está dentro dos limites de concentração estabelecidos pela ANP?
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