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1 Processo Civil – Ministério Público Conceito Órgão nascido da como agente da repressão penal, titular da pretensão punitiva do Estado- administração, encarregado de defender os interesses da sociedade. É a personificação do interesse coletivo, ante os órgãos jurisdicionais, ou seja o representante da ação do poder social do Estado junto ao Poder Judiciário. O Estado através dele, procura tutelar o interesse público e a ordem jurídica, na relação processual e nos procedimentos de jurisdição voluntária. Funções O Ministério Público age, ora como parte, ora como fiscal da lei (CPC - arts. 81 e 82). Nuca atua como procurador ou mandatário de terceiros (jamais será o representante da parte - CPC. Art. 6°). Assim, na tutela de interesses particulares (Ex.: interditos, pobres, fazenda Pública, etc.), sua função NUNCA é a de REPRESENTANTE da parte. A posição quase sempre é de SUBSTITUTO PROCESSUAL, em razão de sua própria natureza e fins da instituição (age em nome próprio na defesa de interesses alheios). Quase sempre o MP tem legitimidade ativa, e nunca é demandado como sujeito passivo. Como fiscal da lei não tem compromisso com a parte ativa e nem passiva, só defende a prevalência da ordem jurídica e do bem comum. Poderes que lhe são atribuídos são vastos, como os dos próprios litigantes (CPC - arts. 83 e 499). NÃO se deve aplicar, porém aos custos legis as dilatações de prazo para recorrer previstas no artigo 188, já que esse dispositivo, se refere especificamente à sua atuação como PARTE. Natureza MP não é órgão do Judiciário, nem poder da soberania nacional. 2 Na atual estrutura constitucional ocupa posição sui generis, e figura entre os órgãos da administração pública realiza a tutela sobre direitos e interesses, não através da jurisdição, mas através de fiscalização combatendo e opinando, não lhe cabendo decidir ou solucionar litígios (CF/88 - art. 127). Ministério Público - como parte: Nos seguintes casos: � Ação de nulidade de casamento (art. 208 e 1549 do Código Civil); � Ação de dissolução de sociedade civil (art. 670 do Código de Processo Civil de 1.939); � Ação rescisória de sentença fruto de colusão as partes para fraudar a lei (art. 487, inciso III, letra b, do CPC), – ou – quando não foi ouvido no curso do processo em que era obrigatória a sua intervenção (art. 487, inciso III, letra b, do CPC); � Ação direta de declaração de inconstitucionalidade (art. 129, inciso IV, da CF/88); � Ação de indenização de vítima pobre de delito (art. 68 do CPP), – nas medidas cautelares destinadas a mesma indenização (arts. 127 e 142 do CPP); � No pedido de interdição ou na defesa do interditando (art. 1.177 do CPC); � No pedido de especialização de hipoteca legal para garantir gestão de bens de incapaz (art. 1.188 do CPC); � Ação civil pública, para defesa de interesses difusos (Lei 7.347/85), proteção dos interesses individuais ou coletivos relativos à criança e adolescente (Lei 8.069/90, art. 201, V), e na lei de improbidade administrativa (Lei 8.429/92 – art. 17); Alguns privilégios são assegurados ao órgão quando atua como parte – (CPC - arts. 27 e 188 do CPC). Ministério público como custos legis - CPC. ART. 82 Se o interesse em litígio é público o órgão deve atuar. Mas, prevalecendo o poder dispositivo das partes sobre os direitos privados, mormente aquele de expressão econômica, não cabe ao MP intervir nas causas a ele relativas. O MP quando em todas essas eventualidades atua como custos legis, apresenta-se como sujeito especial do processo ou procedimento. “Atua em nome próprio para defesa de interesse que o Estado deve titular nos conflitos litigiosos, ou na administração judicial de direitos subjetivos, a fim de que não fiquem à mercê da vontade privada. Ou, ainda, sujeito especial que participa do processo, como viva vox de interesses da ordem jurídica a serem salvaguardados na composição da lide”. José Frederico Marques. 3 Ausência do ministério público no processo Nos casos em que a lei considera obrigatória a intervenção do MP, a falta de sua intimação para acompanhar o feito é causa de NULIDADE do Processo (CPC - arts. 84 e 246). Órgãos do Ministério público Organizado tanto na ordem Federal, como na Estadual de forma, que cada aparelho do Poder Judiciário corresponde ao organismo próprio do MP. STF, STJ, TRF, JUSTIÇA MILITAR, JUSTIÇA ELEITORAL, JUSTIÇA DO TRABALHO, JUSTIÇA FEDERAL DE 1ª INSTÂNCIA O membro do MP em grau máximo é o Procurador Geral da República – há um representante, do MP, atuando em cada um desses órgão JUSTIÇA ESTADUAL - TRIBUNAIS DE 2º GRAU Procuradores de Justiça JUSTIÇA ESTADUAL – 1º GRAU DE JURISDIÇÃO Promotores de Justiça. Princípios e garantias – CF/88 Arts. 127, 128, 129 � DA UNIDADE: seus diversos membros fazem parte de uma só corporação, e podem ser indiferentemente substituídos um por outro em suas funções sem que haja alteração subjetiva nos processos. � DA INDEPENDÊNCIA: cada um dos membros do MP age segundo sua própria consciência jurídica, sem se submeter a ingerência do Poder executivo, nem dos juízes, e nem mesmo dos órgãos superiores de sua instituição. Quanto às garantias, os membros possuem estruturação em carreira, autonomia funcional e administrativa, ingresso em concurso de provas e títulos, vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos (CF/88 – arts. 127 à 129 e Lei Orgânica 8.625/93). 4 Dos auxiliares da justiça Juízo O juiz é detentor do poder jurisdicional – para consecução de suas tarefas necessita da colaboração de órgãos auxiliares que, em seu conjunto e sob sua direção, formam o juízo. Não é possível a prestação jurisdicional sem a participação dos funcionários encarregados da documentação dos atos processuais praticados. O juiz conta com um auxiliar específico que pode agir isoladamente, como depositário ou intérprete, ou pode dirigir uma repartição ou serviço – ofício – como o escrivão (CPC art. 139). Os serventuários do juízo costumam ser divididos em duas categorias: os permanentes e os eventuais. � PERMANENTES: atuam continuamente, prestando colaboração em todo e qualquer processo que tramite pelo juízo (Ex.: escrivão, oficial de justiça, distribuidor). � EVENTUAIS: não integram habitualmente os quadros do juízo, são convocados para tarefas especiais, - intérprete e peritos. Escrivão: mais importante auxiliar do juiz, pois é encarregado de dar andamento ao processo e de documentar os atos que se praticam em seu curso (CPC - arts. 141, 142 e 144). Pratica atos ordinatórios (artigo 162 do CPC). Forma e guarda dos documentos (arts. 166 á 171 do CPC). Oficial de justiça: funcionário do juízo que se encarregado de cumprir mandados relativos a diligências fora de cartórios: citações, intimações, notificações, penhoras, etc. - (art. 143 do CPC) Antigo meirinho. Sua função é apenas cumprir as ordena dos juízes, os quais, ordinariamente, se expressam em documentos escritos – que recebem o nome de MANDADO. Suas tarefas são de duas espécies; 5 Atos de intercâmbio processual: citações, intimações, etc.. Atos de execução ou coação: penhora, arresto, condução, remoção, etc.. Peritos PERITO: auxiliar eventual do juízo, que assiste o juiz quando prova do fato litigioso depender de conhecimento técnico ou científico. Trata-se, portanto, de um auxiliar ocasional por necessidade técnica. CPC. Art. 146 e 147. Depositário e administrador - CPC. Art. 148, 149 e 150 O depositário é o serventuário ouauxiliar da justiça que se encarrega da guarda e conservação dos bens colocados às ordens do juízo. Quando pela natureza dos bens , além de guarda e conservação, competir ao auxiliar da justiça praticar atos de gestão, como no caso de penhora de empresas, a função será exercida por administrador nomeado pelo juiz. Intérprete - CPC. Art. 151, 152 e 153 É aquele a quem se atribui o encargo de traduzir para o Português os atos ou documentos expressados em língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-mudos. Outros auxiliares Podemos citar ainda, em vista do código prever o concurso de várias pessoas: serviço postal, telefônico, força policial, Junta Comercial, etc... Órgãos Judiciários O juiz (pessoa a quem é atribuída a função jurisdicional) não se confunde com o juízo (órgão jurisdicional competente para julgar determinada causa). 6 1°°°° grau da jurisdição civil: órgão monocráticos ou singulares, formados por um único juízo. 2°°°° grau da jurisdição civil: instância recursal, juízes coletivos ou colegiados: desembargadores ou ministros. O juiz tem o poder presidencialista dentro do processo, dirigindo os trabalhos, mantém a ordem e a lei, tem direito de ofício, incluídos aí os provimentos cautelares. Requisitos do juiz A função jurisdicional para ser válida, em qualquer grau de jurisdição, e eficazmente exercida, reclama a concorrência de vários requisitos jurídicos: 1- JURISDICIONALIDADE: devem estar os juízes investidos do poder de jurisdição; 2- COMPETÊNCIA: devem estar dentro da faixa de atribuição atribuídas em lei; 3- IMPARCIALIDADE: devem ficar na posição de terceiros em relação a parte interessada; 4- INDEPENDÊNCIA: sem subordinação jurídica aos tribunais superiores, bem como aos poderes executivo e legislativo; vincula-se somente ao ordenamento jurídico; 5- PROCESSUALIDADE: obedecer a ordem processual estabelecida por lei, evitando tumulto, arbitrariedade, etc.. Garantias da magistratura: CF/88- ART. 95 Para assegurar a independência do juiz, para que ele possa bem julgar, a Constituição outorga-lhe três garantias especiais: VITALICIEDADE: não podem perder o cargo, salvo por sentença judicial; INAMOVIBILIDADE: não podem ser removidos compulsoriamente, salvo por interesse público, reconhecido por 2/3 do tribunal competente ou do CNJ, CF/88, art. 95, inciso III, e 93, VIII, EC N° 45/04. IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS: de mesma maneira que os membros do Ministério Público, conforme A LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA (LOMAN – Lei Complementar n°35, de março de 1979). Poderes e deveres do juiz – ART. 125 do CPC 7 É direito da parte de exigir que o magistrado use desses poderes sempre que a causa tome rumo contrário aos desígnios de direito processual. Estando privada a parte de fazer justiça com as próprias mãos, em nenhuma hipótese o juiz deve abster-se de prestar a tutela jurisdicional (CPC - ART. 126 e 127). No processamento e julgamento da lide, deve o juiz, agir conforme o CPC (juiz não legisla, apenas aplica a lei). Somente quando não houver norma legal, sobre o tema, é que o juiz, tendo o dever de julgar, deve recorrer a analogia, costumes e princípios gerais do direito. Eqüidade: somente nos casos previstos em lei. Não pode o juiz decidir fora do limite da lide, conhecer questões suscitadas , que dizem respeito a iniciativa da parte. Não se permite o julgamento extra, ultra ou citra petita. O juiz deve obstar a fraude, quando dela convencer-se. Deve, determinar a produção das provas, na apuração da verdade dos fatos que interessam à solução da causa, indeferindo as diligências inúteis e protelatórias. CPC - ART. 128 e 129. Ao apurar as provas o juiz fará livremente, não podendo ir além do pedido. Não pode ser arbitrário, deve apreciar segundo critérios legais, devendo fundamentar a sentença com os motivos expressos de seu convencimento, aliás o fundamento das decisões, é obrigatório, sob pena de nulidade (CPC - ART. 130 e 131 c/c CF - ART. 93, IX). Deve ser observada a identidade física do juiz, vinculação do juiz da causa só ocorre quando na audiência houver coleta de provas orais, pois este é que fundamenta o princípio da identidade física do juiz. Simples remoção do juiz, mesmo quando para outra comarca, não o desvincula da obrigação de sentenciar, se foi quem conduziu e encerrou a instrução do feito. CPC - ART. 132. Responsabilidade do juiz - CPC. Art. 133 OBJETIVA: exceção no direito brasileiro, só possível com autorização legal, não há necessidade da conduta ser dolosa ou culposa, basta o nexo de causalidade entre a atitude e o dano. 8 Encontramos este tipo de responsabilidade, nos transportes ferroviários e no Código de defesa do consumidor. SUBJETIVA: regra geral no direito civil brasileiro, todo aquele que causar prejuízo à outrem agindo com culpa ou dolo, fica obrigado a repara o dano. Força maior ou caso fortuito eximem as responsabilidades. Responsabilidade do juiz - subjetiva na modalidade dolosa. Garantia de imparcialidade do juiz Não basta que na sua consciência, o juiz sinta-se capaz de exercitar seu ofício com habitual imparcialidade; é necessário que não suscite em ninguém a dúvida de que motivos pessoais não influem no seu ânimo para julgar a causa. CPC: estabelece causas que tornam o juiz impedido ou suspeito - vedando-lhe a participação em certas causas. As causas (impedimento e suspeição) são arguidas por meio de exceção. Aplicam-se tanto à juízes singulares como membros do tribunal. Não admiti-se aplicação analógica e nem interpretação extensiva. É dever do juiz reconhecer e declarar, ex officio, seu próprio impedimento ou suspeição (autuado em apenso ao autos principais, e tem efeito suspensivo com relação ao processo, CPC - ART. 299, 306, 312, 313 e 314). IMPEDIMENTOS: Mais graves, e se desobedecidas, tornam vulnerável a coisa julgada, ensejam ações rescisórias da sentença. CPC - ART. 485, II e 134. No caso do inciso IV do artigo 134, observe-se que a parte não pode mudar de advogado apenas para provocar o impedimento do juiz. Esse impedimento só ocorre quando o juiz da causa, já encontra o advogado atuando - artigo 134 - parágrafo único. Caso especial de impedimento no tribunal: CPC - ART. 136. SUSPEIÇÃO: 9 Causas que permitem o afastamento do juiz, mas não afetam coisa julgada, se não houver oportuna recusa de julgador pela parte. CPC - ART. 135. Declarando-se o juiz suspeito, por motivo de foro íntimo, artigo 135, parágrafo único; não necessita declará-lo e explicitá-lo o julgador. CPC - ART. 137 e 304. Atos do juiz Juiz está dotado de duas espécies de poder: � dar solução à lide; � conduzir o feito - segundo o procedimento legal, resolvendo todos os incidentes que surgirem até o momento adequado à pretensão jurisdicional; O juiz pratica atos de duas naturezas: � Decisórios: conteúdo de deliberação ou comando; � Não Decisórios: apenas função administrativa ou de polícia judiciária. ATOS DECISÓRIOS: Conforme a natureza do processo, cognição ou de execução, os atos do juiz podem ser divididos em: ATOS DECISÓRIOS PROPRIAMENTE DITOS: Visa-se prepara ou obter declaração da vontade da lei frente ao caso concreto; ATOS EXECUTÓRIOS: Procura-se a realização da mesma vontade da lei, através de providências concretas sobre o patrimônio do devedor, para satisfação do direito do credor. “A atividade do juiz, no desenvolvimento da relação processual, se manifesta especialmente por meio de atos decisórios - despachos e sentenças.” M. Amaral Santos. CPC - ART. 162.Enumeração dos atos decisórios feitos no próprio CPC, para superar divergências doutrinárias de classificação destes atos decisórios (sentença, decisão interlocutória, despacho). 10 DECISÃO: todo e qualquer pronunciamento do juiz resolvendo ema controvérsia, com o que abrange no seu significado as próprias sentenças. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: CONTEÚDO ESPECÍFICO: deliberação que solucionam questões incidentes no curso do processo, que não levam ao encerramento do feito - sob pena de nulidade, devem ser adequadamente fundamentada. (CPC - ART. 165 c/c CF - ART. 93, IX.) DESPACHOS: são ordens judiciais dispondo sobre o andamento do processo - denominados ordinatórios ou de expediente - não decidem incidente algum - tão somente impulsionam o processo. Despacho difere de decisão, pois do primeiro não cabe recurso algum, enquanto desta sempre cabe agravo. CPC - ART. 504 Caso os despachos, ultrapassem os seus limites, de impulso processual, e acarretam ônus ou afetam direito, causando algum dano, deixa de ser despacho de mero expediente e enseja recurso. Despachos, não podem ser objeto de recurso, portanto não precluem, assim é que a citação ordenada no despacho liminar, não impede que o juiz, posteriormente declare inepta a petição inicial em que o referido despacho foi requerido. Sentença Titular do interesse em conflito que são sujeitos na lide, possuem direito subjetivo (direito de ação) à prestação jurisdicional, a que corresponde um dever do Estado-juiz (declaração da vontade concreta da lei, para por fim a lide) é através da sentença que o Estado satisfaz esse direito. “Sentença é emitida como prestação do Estado, em virtude da obrigação assumida na relação jurídica processual - processo - quando as partes vierem a juízo, exercerem a prestação à tutela jurídica.” Pontes de Miranda.
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