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NIETZSCHE E A MODERNIDADE I. A Modernidade A modernidade costuma ser entendida como um ideário ou visão de mundo relacionada ao projeto empreendido a partir da transição teórica operada por Descartes, com a ruptura com a tradição herdada — o pensamento medieval dominado pela Escolástica — e o estabelecimento da autonomia da razão, o que teve enormes repercussões sobre a filosofia, a cultura e as sociedades ocidentais. “O que é modernidade? Como uma primeira aproximação, digamos simplesmente o seguinte: ‘modernidade’ refere-se a estilo, costume de vida ou organização social que emergiram na Europa a partir do século XVII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos mundiais em sua influência”. (GIDDENS, 1991, p.8) René Descartes (1596-1650) – Fundador da Filosofia Moderna Revolução Científica o período que começou no século XVI e prolongou-se até o século XVIII. Galileu Galilei (1564 – 1642) é o fundador da ciência moderna e o teórico do método científico e da autonomia da pesquisa cientifica. Reconhecimento da soberania dos Estados Nacionais: Westfalia, 1648; Congresso de Viena, 1815 e Tratado de Versalhes, 1919. Revolução Francesa (1789-1799) Iluminismo (XVIII) (Século das Luzes ou Ilustração): Newton (1643-1727), Kant (1724-1804), Enciclopédia (1772). Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Cresce o papel das instituições sociais de controle e instrução do corpo e do comportamento, como o hospital, a polícia a prisão e o manicômio, além do surgimento de novas instituições gestoras da coletividade, como o Estado-nação. Desenvolvimento da indústria bélica. O desequilíbrio ambiental. A desigualdade econômica e social. O massacre dos povos e culturas não-ocidentais. A insustentabilidade do modelo de crescimento sem limites do capitalismo. A Educação para o Trabalho e o Estado. Crise de valores. Modernidade e capitalismo: o projeto moderno consolida-se com a Revolução Industrial e está normalmente relacionado com o desenvolvimento do capitalismo. Na modernidade, as mudanças ocorrem de maneira muito mais acelerada do que nas sociedades ocidentais pré-modernas. O progresso das ciências é constante, assim como a inovação tecnológica. A crença na providência divina e substituída pela crença no poder transformador da razão, da ciência e do capital. A modernidade é marcada pelo desenvolvimento de uma sociedade majoritariamente urbana. Nos aspectos filosóficos, detecta-se a noção de que a Natureza deve servir à Cultura; o Estado-Nação se consolida, assim como dignidade da pessoa humana. II. Nietzsche Para Nietzsche, filosofar correponde a empreender a tarefa de suspeitar de todos os valores, saberes e práticas legitimados e consolidados pela Modernidade. Sua intenção era, através de uma filosofia da suspeita, revirar o subsolo psíquico e cultural do homem moderno, denunciar as falácias da metafísica e da modernidade política, científica e cultural. Nietzsche submete à crítica todos os domínios vitais de nossa civilização ocidental: científicos, éticos, religiosos e políticos. Para ele, não resta dúvida de que, herdeiro dos progressos do Iluminismo, julgamo-nos liberados das cadeias da ignorância e da superstição. Nietzsche denuncia o “otimismo teórico” subjacente a esta concepção. A moralidade e a política moderna são produtos da transformação vulgarizada de antigos valores metafísicos e religiosos. Nesse sentido, Nietzsche é um dos mais intransigentes críticos do nivelamento e da massificação da humanidade, através da constituição do Estado-Nação, do Direito, da Ciência e da Pedagogia Moderna. Para ele, esse processo é conseqüência da extensão global da sociedade civil burguesa, tal como esta se configurou a partir da Revolução Francesa. Nietzsche se opõe à supressão das diferenças; à padronização de valores que, sob o pretexto de universalidade, encobre, de fato, a imposição totalitária de interesses particulares. Por isso, ele é também um opositor da igualdade entendida como uniformidade. Assim, denunciou a transformação de pessoas em peças anônimas da engrenagem global de interesses e a manipulação de corações e mentes pelos grandes dispositivos formadores de opinião. Nietzsche também denuncia o Niilismo das sociedades modernas, isto é, sua crise de valores. IV. O pensamento de Nietzsche Filosofia da cultura: pensar o problema da Cultura sob um ângulo crítico à modernidade; Crítica da Metafísica e da religião, e da forma subreptícia/escondida com que se imiscuíram/insinuaram no horizonte de valores supostamente emancipado da modernidade; Crítica de noções antigas de Verdade, Falsidade, Justiça, Bem, Mal, Virtude V. Tarefas centrais do pensamento de Nietzsche Compreender a lógica dos antagonismos modernos; denunciar todas as formas de mistificação; estimular uma cultura afirmativa; criar novos valores. VI. Conceitos Apoio e Dionísio, transformadas em categorias estéticas; a “grande saúde”; Vontade de poder; Além-do-homem (Übermensch); O “espírito livre”; O Eterno Retorno; Niilismo; Genealogia; a figura da “Morte de Deus”; a “grande política”. �PAGE � �PAGE �2�
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