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Giuliana Ruiz Uemoto TXX 43 APOSTILA DE IMUNOLOGIA Giuliana Ruiz Uemoto TXX – 2018/1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO Papel do SI: Proteção contra infecções 208 vírus 538 bactérias 317 fungos 287 vermes 57 protozoários parasitas Promove funcionamento normal do corpo (limpeza dos tecidos, reparação de lesões) Remoção de células anormais, incluído malignas Mas o SI também pode causar doenças quando não está fazendo a coisa certa (alergias, autoimunidade, rejeição de transplantes etc.) Imunidade: é definida como a resistência às doenças, mais especificamente às doenças infecciosas O SI é organizado num conjunto de células, tecidos e moléculas que medeiam a resistência às infecções Resposta Imunológica (RI): é a reação coordenada dessas células e moléculas a substâncias estranhas Importância do SI Indivíduos com RI defeituosa são susceptíveis a infecções séricas, que frequentemente põem em risco a vida Vacinação é o método mais eficaz para proteger os indivíduos contra infecções (caso da varíola) A emergência da AIDS a partir de 1980 enfatizou, de maneira trágica, a importância do SI A RI é a principal barreira para sucesso de transplantes Há muitos anos tem-se tentado tratar neoplasias malignas estimulando o SI contra as neoplasias RI anormais são responsáveis por diversas doenças com alto grau de morbidade e mortalidade (doenças autoimunes, alergias) Anticorpos são reagentes inestimáveis para testes laboratoriais na medicina e na pesquisa, pois são reagentes altamente específicos para detectar uma grande variedade de moléculas na circulação, em células e em tecidos A função fisiológica do SI é prevenir infecções e erradicar infecções estabelecidas Entretanto, até mesmo substâncias estranhas não infecciosas podem desencadear RI Papel do SI Implicações Defesa contra infecções A imunidade deficiente resulta em aumento de susceptibilidade a infecções A vacinação aumenta as defesas e protege contra infecções O SI reconhece e responde a transplante de tecido e proteínas introduzidas recentemente A RI é uma barreira aos transplantes e à terapia gênica Defesa contra tumores Potencial para imunoterapia do câncer O SI pode prejudicar as células e induzir inflamação patológica As RI são a causa de doenças inflamatórias alérgicas, autoimunes e outras A Imunidade Inata é responsável pela proteção inicial contra infecções, estando preparada para bloquear a entrada de microrganismo e eliminar rapidamente aqueles que conseguem entrar no tecido Proporciona a primeira linha de defesa inicial contra microrganismos Consiste em mecanismos de defesas celulares e bioquímicos, que já existem mesmo antes da infecção e que estão prontos para responder rapidamente Esses mecanismos reagem aos microrganismos e aos produtos das células lesionadas e respondem essencialmente da mesma maneira a infecções repetidas Barreiras físicas e químicas, como epitélios e substâncias químicas antimicrobiana produzidas nas superfícies epiteliais Células fagocitárias (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas e NK Proteínas do sangue, incluindo membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação Proteínas denominadas citocinas, que regulam e coordenam muitas atividades das células na imunidade natural Apesar de combater muitas infecções de maneira eficaz, microrganismos patogênicos evoluíram para resistir aos seus mecanismos; a defesa contra esses agentes é da RI adaptativa (por isso que defeitos nesse sistema resultam em maior suscetibilidade a infecções) A Imunidade Adquirida, que se desenvolve mais lentamente, é responsável pela resposta mais tardia e mais eficaz contra infecções, é estimulada por microrganismos que invadem os tecidos, adaptando-se à presença dos invasores microbiano Enquanto os mecanismos da imunidade inata reconhecem estruturas comuns a classe de microrganismos, as células da imunidade adaptativa (linfócitos) expressam receptores que reconhecem especificamente diversas substâncias produzidas pelos microrganismos, assim como moléculas não-infecciosas (antígenos) RI adaptativas geram mecanismos especializados Anticorpos eliminam microrganismos presentes nos líquidos extracelulares Linfócitos T ativados eliminam os microrganismos que vivem dentro das células Propriedades das RI adaptativas: Característica Significância funcional Especificidade Garante que antígenos distintos evocam respostas especificas Diversidade Permite que o SI responda a uma grande variedade de antígenos Memória Leva a uma resposta aumentada a exposição repetidas aos mesmos antígenos Expansão clonal Eleva o nº de linfócitos antígenos-específicos para acompanhar o aumento dos microrganismos Especialização Gera resposta ótima para a defesa contra diferentes tipos de microrganismos Contração e homeostasia Permite ao SI responder aos antígenos encontrados recentemente Não-reatividade própria Previne a injuria do hospedeiro durante resposta a anticorpos estranhos Existem 2 tipos de imunidade adaptativa, humoral e celular, que são mediadas por células e moléculas diferentes, sendo projetados para fornecer a defesa contra microrganismos extra e intracelulares (respectivamente) Inata X Adaptativa: INATA ADAPTATIVA Características Especificidade Para moléculas compartilhadas por grupos de microrganismos relacionados e moléculas produzidas por células do hospedeiro lesionadas Para antígenos microbianos e não microbianos Diversidade Limitada; codificada pela linhagem germinativa Muito grande; são produzidos receptores por recombinação somática de segmentos de genes Memória Nenhuma Sim Não-reatividade ao próprio sim Sim Componentes Barreiras celulares e químicas Pele, epitélios de mucosas; moléculas antimicrobianas Linfócitos nos epitélios; anticorpos secretados nas superfícies epiteliais Proteínas do sangue Complemento, outras Anticorpos Células Fagócitos (neutrófilos, macrófagos), NK Linfócitos Imunidade passiva X imunidade ativa Imunidade pode ser induzida em um indivíduo pela infecção e/ou pela vacinação (imunidade ativa) ou conferida pela transferência de anticorpos ou linfócitos de um indivíduo imunizado ativamente (imunidade passiva) Vacina (ativa); soro (passiva) Ambas são específicas, mas apenas a ativa possui memória As RI são alimentadas por um sistema de retroalimentação positiva que amplifica a reação e, por mecanismos de controle, que impedem reações inapropriadas ou patológicas COMPONENTES DO SI O SI deve estar preparado para responder a microrganismos que podem invadir qualquer parte do corpo Fazem parte do SI: órgãos linfoides primários e secundários Neutrófilos, macrófagos, mastócitos, basófilos, eosinófilos, células dendríticas e linfócitos são componentes celulares do SI Os linfócitos B e T estão segregados em locais específicos nos órgãos linfoides Desafios do SI para gerar respostas protetoras eficazes contra patógenos Responder rapidamente a um nº pequeno de diferentes microrganismos que podem invadir qualquer parte do corpo Na RI adaptativa, poucos linfócitos naives precisam reconhecer e responder especificamente a qualquer antígeno Mecanismos efetores do SI adaptativo podem ter de localizar e destruir microrganismos em sítios distantes do local de início da RI CÉLULAS DO SI Fagócitos (neutrófilos e fagócitos mononucleares) Mastócitos, basófilos e eosinófilos Células apresentadoras de antígenos (APC) Linfócitos – são as únicas células que possuem receptores para antígenos diversos, sendo as principais mediadoras da imunidade adquirida. Designação numérica CD (cluster of differenciation) – grupo de diferenciação: nomenclatura padrão usada para designar proteínas de superfície que definem um determinado tipo ou estágio de diferenciação celular, sendo reconhecidas por um grupo de anticorpos Desenvolvimento dos leucócitos (Leucocitopoese)Maturação de células brancas ou leucócitos, a partir de células totipotentes, ou seja, células com alto poder de diferenciação encontrados na medula óssea Células totipotentes também são responsáveis pela hemocitopoese: formar hemácias e megacariócitos (que formam plaquetas) Fagócitos Função primária é identificar, ingerir e destruir microrganismos Macrófagos: constitutivamente nos tecidos respondem rapidamente aos microrganismos invasores Neutrófilos e monócitos (precursores dos macrófagos): sempre presentes no sangue podem ser rapidamente transportados para qualquer lugar Respostas funcionais dos fagócitos consistem em passos sequenciais: recrutamento para o sítio de infecção → reconhecimento e ativação pelos microrganismos → fagocitose e destruição dos microrganismos Neutrófilos Também chamados de leucócitos polimorfonucleares, constituem a população mais abundante de leucócitos circulantes e medeiam as fases iniciais das reações inflamatórias Possui núcleo segmentado em 3 a 5 lóbulos conectados. Citoplasma com 2 tipos de grânulos: Grânulos específicos – lisozima, colagenase, elastase. Grânulos azurófilos – lisossomos que contem enzimas e outras substancias microbicidas, incluindo defensinas e catelicidinas. Um ser humano adulto produz ± 1011 neutrófilos/dia, e cada um circula no sangue por ± 6 horas. Vão para o sítio de inflamação onde duram por algumas horas. Os não recrutados sofrem apoptose e são fagocitados pelos macrófagos no fígado ou no baço. Sistema fagocitário mononuclear Células cuja função primária é fagocitose Funções centrais na imunidade inata e adquirida Origem de um precursor comum na MO → sangue (monócitos) → maturação → tornam-se ativadas em vários tecidos Pelo menos 2 tipos: população inflamatória (recrutada para os sítios de inflamação) e teciduais Amadurecem nos tecidos e se tornam macrófagos Células apresentadoras de antígenos (APCs) São especializadas em capturar antígenos, apresenta-los aos linfócitos e fornecer sinais que estimulem a proliferação e diferenciação desses linfócitos APC apresentam antígeno aos linfócitos T Macrófagos e células B apresentam antígenos aos linfócitos T Células dendríticas foliculares (FDC) apresenta antígenos aos linfócitos B Célula dendrítica APCs mais importantes para ativação de células T naive Função importante na ligação entre imunidade inata e adaptativa Presentes em quase todos os tecidos Ativadas tornam-se móveis e migram para os gânglios linfáticos Macrófago Apresentam antígenos para os T CD4+ helper nos sítios de infecção, ativando essas células, levando a produção de moléculas que ativam os macrófagos, intensificando suas atividades microbicidas Linfócito B Apresentam antígenos para os T CD4+ helper nos gânglios linfáticos e no baço Etapa chave na cooperação dos T CD4+ helper na resposta imune humoral Maturação dos macrófagos e DCs Mastócitos, basófilos e eosinófilos Mastócitos: Presentes na pele e mucosas, próximos a pequenos vasos e nervos Receptores para a fração Fc de IgG e IgM Grânulos com citocinas e histaminas produzem alterações nos vasos sanguíneos que fazem parte da inflamação Basófilos: Semelhanças estruturais e funcionais com os mastócitos Circulam no sangue (1% dos leucócitos) e podem ser recrutados para sítios inflamatórios Receptores para a fração Fc de IgG e IgM Eosinófilos: Circulam no sangue e seus grânulos contem enzimas que agem nas PC de parasitas, mas podem lesionar tecidos Presentes normalmente nos tecidos (mucosas do TGI, GU e RESP), podem aumentar em nº em razão do recrutamento do sangue em condições inflamatórias Linfócitos Principais células da imunidade adquirida São as únicas que expressam receptores de antígenos distribuídos clonalmente Cada qual com uma especificidade distinta para diferentes determinantes antigênicos Milhões de clones permite reconhecer e responder milhões de antígenos estranhos Os genes que codificam os receptores são formados por recombinação de segmentos de DNA durante a maturação (recombinação somática randômica) Subtipos de linfócitos – se diferem nas suas funções e produtos proteicos: B: produzem anticorpos Subtipos B: células B foliculares, células B da zona marginal e células B-1, com distintas localizações nos tecidos linfoides T: são mediadores da imunidade celular Subtipos de T: T CD4+ auxiliares, T CD8+ citotóxicos, T CD4+ reguladoras (todas expressam antígeno ɑβ) e Tγδ Células natural killer (NKT) B-1, Tγδ e NKT considerados da imunidade inata e adaptativa Proteínas de membrana são utilizadas como marcadores fenotípicos para distinguir populações de linfócitos Cluster of differentiation é uma maneira universalmente adotada para nomeação de moléculas de superfície celular que são características de determinada linhagem celular Utilizam-se anticorpos monoclonais para diferenciar populações de linfócitos Desenvolvimento dos linfócitos: Origem nas células tronco da medula As principais etapas de desenvolvimento ocorrem nos órgãos linfoides primários Linfócito B → medula óssea; linfócito T → timo Células B e T maduras são chamadas “linfócitos virgens (naive) ”, estes emergem da medula óssea ou do timo, migram para os órgãos linfoides periféricos, onde são ativados pelos antígenos a proliferar e diferenciarem-se em células efetoras e de memória, algumas das quais depois migram para os tecidos Os locais onde os linfócitos maduros são produzidos são chamados de órgãos linfoides geradores/primários. Os linfoides maduros saem dos órgãos linfoides geradores e entram na circulação e nos órgãos linfoides periféricos/secundários, onde podem encontrar o antígeno para o qual expressam receptores específicos. Quando os linfócitos virgens (naive) reconhecem os antígenos microbianos e reconhecem sinais adicionais desencadeados pelos patógenos, os linfócitos específicos para o antígeno proliferara se diferenciam em células efetoras e células de memória. Os linfócitos virgens (naive) expressam receptores para antígenos, mas não desempenham as funções necessárias para eliminá-los. Essas células residem na circulação e nos órgãos linfoides por semanas ou até meses esperando encontrar um antígeno é assim seriam ativados. Se não ocorrer essa ativação pelos antígenos os linfócitos virgens morrem por apoptose e são substituídos por novas células que se originam dos órgãos linfoides geradores/primários PROPRIEDADES CÉLULAS VIRGENS CÉLULAS EFETORAS CÉLULAS DE MEMÓRIA Receptor antigênico SIM Células B: reduzida Células T: sim SIM Vida média Semanas ou meses Normalmente pequenas (dias) Longa (anos) Função efetora Nenhuma SIM Células B: secreção de anticorpo Células T auxiliares: secreção de citocinas CTLs: morte celular NENHUMA TECIDOS LINFÓIDES – CLASSIFICAÇÃO Órgãos linfoides geradores: órgãos linfoides primários ou centrais; nos quais os linfócitos começam a expressar seus receptores de antígenos e atingem maturidade fenotípica e funcional Órgãos linfoides periféricos: órgãos linfoides secundários; nos quais as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e desenvolvidas Timo: Sítio de maturação da célula T 2 lóbos, divididos em múltiplos lóbulos Córtex externo: densa população de linfócitos T Medula interna: população mais dispersa de linfócitos T, onde também há macrófagos e células dendríticas Células do estroma produzem IL-7, necessária para a maturação dos linfócitos T Células epiteliais medulares tímicas (TMEC): apresenta antígenos próprios para as células T Sistema linfático: Consiste em vasos especializados que drenam os líquidos dos tecidos para os gânglios linfáticos e desses para o sangue Essencial para a homeostase dos líquidos teciduais e das respostas imunológicas Capta antígenos microbianos do sítio de entrada e transporta-os aos gânglios linfáticos, onde podem deflagrar a RI Células dendríticas captam alguns antígenos microbianos e entram nos vasos linfáticos, enquanto outros microrganismosou antígenos solúveis podem ser capturados diretamente Quimiocinas produzidas nos sítios de infecção Os linfócitos B e T localizam-se em regiões distintas do córtex Essa segregação anatômica depende das citocinas que são secretadas pelas células do estroma em cada área, o que direciona a migração dos linfócitos Células T virgens expressam o receptor CCR7, que liga as quimiocinas CCL19 e CCL21 produzidas pelo estroma nas zonas de células T do gânglio linfático Células dendríticas também expressam receptor CCR7 Células B virgens expressam o receptor CXCR5, que reconhece a quimiocina CXCL13, produzidas nos folículos por FDC A segregação assegura que cada população de linfócito esteja em estrito contato com APC apropriadas Baço Órgão altamente vascularizado cujas principais funções são retirar da circulação células sanguíneas lesionadas e senescentes e partículas (como imunocomplexos e microrganismos opsonizados), além de iniciar as respostas imunológicas adaptativas aos antígenos capturados do sangue Polpa vermelha: sinunsóides vasculares preenchidos por sangue Polpa branca: rica em linfócitos densamente agrupados e que aparecem com nódulos brancos (folículos) contra o fundo da polpa vermelha A vasculatura do baço forma um arcabouço no qual se prendem as polpas branca e vermelha As artérias que entram na polpa branca são envolvidas por uma bainha de linfócitos (PALS = bainha linfoide peri-arteolar) Na PALS são observados nos folículos linfoides Na polpa vermelha, as ramificações artérias transportam o sangue para os seios venosos esplênicos, onde seus constituintes interagem com a zona marginal adjacente PALS A zona marginal é rica em macrófagos, e sua proximidade com os linfócitos T da PALS permite interações A segregação dos linfócitos T nas bainhas linfoides periarteriolares e das células B e zonas marginais é um processo altamente regulado e dependente de produção de diferentes citocinas e quimiocinas pelas células do estroma A polpa branca é organizada ao redor das arteríolas centrais, distintas dos ramos que formam sinusóides vasculares SISTEMA IMUNOLÓGICO INATO INTRODUÇÃO Os mecanismos de defesa da imunidade inata estão sempre prontos para reconhecer e eliminar microrganismos, estando completamente funcionais antes do encontro com os patógenos ou são rapidamente ativados por eles Não reagem a substâncias não-microbianas Podem responder a células danificadas pelos microrganismos Em contraposição, a imunidade adaptativa precisa ser estimulada e se adaptar para encontrar o microrganismo antes de se tornar eficaz As RI adaptativas podem ser direcionadas tanto contra antígenos microbianos quanto não-microbianos, podem reconhecer uma gama muito maior de substâncias, apresentam memória e especialização dos mecanismos efetores Não se engane! Não pense que a imunidade inata é inespecífica e fraca! Ela está direcionada especificamente contra microrganismos e se constitui num mecanismo de defesa inicial poderoso! Ela também pode instruir o SI adaptativo a responder eficazmente contra os microrganismos FUNÇÕES DA IMUNIDADE INATA É primeira resposta aos microrganismos previne, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos Seus mecanismos reconhecem os produtos de células danificadas e mortas do hospedeiro e servem para eliminar tais células, iniciando o processo de reparo A imunidade inata aos microrganismos estimula as respostas imunológicas adaptativas e podem influenciar a natureza das respostas especificas, tornando-as mais eficazes contra diferentes tipos de patógenos Os dois principais tipos de resposta imune inato que nos protegem contra microrganismo são a inflamação e a defesa antiviral RECONHECIMENTO DE MICRORGANISMOS SI inato reconhece estruturas moleculares que são características de patógenos microbianos (PAMPs) e padrões moleculares associados a danos (DAMPs), mas não de células de mamíferos PAMP (padrões moleculares associados a patógenos): substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata O SI inato reconhece produtos microbianos que são frequentemente essenciais à sobrevivência destes microrganismos, enquanto, por outro lado, podem sofrer mutações ou perder muitos dos antígenos que são reconhecidos pelo SI adaptativo PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AOS PATÓGENOS TIPO DE MICRORGANISMO Ácidos nucleicos SsRNA dsDNA CpG Vírus Vírus Vírus e bactérias Proteínas Pilina Flagelina Bactéria Bactéria Lipídeos de PC LPS Ácido lipoteicoico BG+ BGN CH Manana Glucanas dectina Fungos, bactérias Fungos RECONHECIMENTO DE ESTRUTURAS DANIFICADAS SI inato também reconhece estruturas moleculares endógenas que são produzidas ou liberadas por células danificada DAMP (padrões moleculares associados a danos): podem ser produzidos como resultado de danos celulares provocados por infecções, toxinas químicas, queimadura, traumas ou redução de suprimento sanguíneo Os DAMP geralmente são liberados de células mortas ou por apoptose PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS A DANOS Proteínas induzidas por estresse HSP Cristais Urato monossódico Proteínas nucleares HMGB1 RECEPTORES PARA PAMPs E DAMPs O SI inato usa diversos tipos de receptores celulares, presentes em diferentes localizações nas células, e moléculas solúveis no sangue e nas secreções de mucosas para reconhecer PAMP e DAMP → receptores de reconhecimento de padrões (PRRs) Quem expressa? – Fagócitos (neutrófilos e macrófagos), células dendríticas, células epiteliais (que compõem barreiras externas), dentre outras Onde? – MP, membrana endossômica e no citoplasma (isso garante responder a microrganismos presentes fora ou no interior da célula) Os receptores do SI inato são codificados por genes em sua sequência germinativa, enquanto os da imunidade adaptativa são gerados por mecanismos de recombinação somática a partir de genes em precursores de linfócitos maduros Não reage contra células e tecidos normais → pela especificidade para PAMP e DAMP ou por proteínas reguladoras expressas em células normais RECEPTORES SEMELHANTES À TOLL TLR (Toll Like Receptor): homologia a uma proteína da Drosophila chamada “Toll” São especificas para diferentes componentes dos microrganismos São encontrados na superfície celular e em membranas intracelulares (endossomas) e, assim, são capazes de reconhecer microrganismos em diferentes localizações celulares O reconhecimento de ligantes microbianos leva à ativação de diversas vias de sinalização e de fatores de transcrição, que induzem a expressão de genes que codificam citocinas, enzimas e outras proteínas envolvidas nas funções antimicrobianas dos fagócitos ativados e células dendríticas Dois dos mais importantes fatores de transcrição ativados pelos sinais dos TLR são: NF-κb (fator nuclear κB) – promove a expressão de várias citocinas e moléculas de adesão IRF-3 (fator de resposta ao INF-3) – estimula a produção dos INF do tipo 1 (citocinas que bloqueiam a replicação viral) Estrutura, localização e especificidades Funções de sinalização OUTROS TIPOS DE RECEPTORES Receptores semelhantes a NOD (NLR) = proteína contendo domínio de oligomerização nucleotódica: família de mais de 20 diferentes proteínas citosólicas, algumas das quais percebem PAMP e DAMP citoplasmáticos e recrutam outras proteínas, formando complexos de sinalização que promovem a inflamação Receptores semelhantes a RIG (RLR) = gene indutivel por ácido retinóico I: são sensores citosólicos de RNA viral que respondem a ácidos nucleicos virais através da produção de INF antivirais de tipo I Receptores similares à lecitina de tipo C = exemplo é p receptor de mamose CD206: reconhece certos açucares terminais presentes nos CH da superfície bacteriana (D-mamose, L-fucose e N-acetil-D-glucosamina) Receptores scavenger: grupo de proteínas de MC relacionadas à ingestão de lipoproteínas oxidadas pelas células (exemplos: SR-A e CD36, expressos em macrófagos, medeiam a fagocitose de microrganismos) ReceptoresN-formil mer-leu-phe: FPR e FPRLI, expressos por neutrófilos e macrófagos, respectivamente, reconhecem peptídeos bacterianos contendo resíduos de N-fromilados e estimulam o movimento direcionado dessas células COMPONENTES CELULARES As células do SI inato realizam diversas funções: Formam barreiras físicas que impedem infecções Expressam vários receptores capazes de reconhecer PAMP e DAMP Produzem citocinas inflamatórias e proteínas antivirais Algumas são críticas à estimulação das RI adaptativas subsequentes Barreiras epiteliais: As portas de entrada frequentemente dos microrganismos (pele, TGI, resp) são protegidos por epitélio continuo que fornece barreiras físicas e químicas contra infecções As células epiteliais, assim como alguns leucócitos, produzem peptídeos que apresentam propriedades antimicrobianos (defensinas, catelicidinas) As barreiras epiteliais contêm certos tipos de linfócitos (linfócitos T intraepiteliais Tγδ) que reconhecem e respondem aos microrganismos comumente encontrados Fagócitos: São células cuja função primaria é identificar, ingerir e destruir microrganismos Macrófagos: constitutivamente nos tecidos respondem rapidamente aos microrganismos invasores Neutrófilos e monócitos: sempre presentes no sangue podem ser rapidamente transportados para qualquer lugar As respostas funcionais dos fagócitos consistem em passos sequenciais: recrutamento para sítio de infecção → reconhecimento e ativação pelos microrganismos → fagocitose e destruição dos microrganismos Por meio do contato direto ou pela secreção de citocinas, comunicam-se com outras células de forma que promovem ou regulem as RI Células dendríticas: Respondem aos microrganismos através da produção de citocinas que recrutam os leucócitos e iniciam a RI adaptativa São especializadas em capturar antígenos, apresenta-los aos linfócitos e fornecer sinais que estimulem a proliferação e diferenciação desses linfócitos Importante ponte entre a imunidade inata e adaptativa Células NK: São uma classe de linfócitos que reconhecem células infectadas e estressadas e respondem destruindo essas células e produzindo uma citocina que ativa macrófagos, o INF-γ 10% dos linfócitos do sangue e dos tecidos Quando ativadas, liberam proteínas contidas nos seus grânulos que entram nas células infectadas e ativam enzimas que induzem a morte por apoptose Assim, eliminam reservatórios celulares de infecções Funções: Morte de células danificadas ou infectadas Ativam macrófagos para matar microrganismos RECRUTAMENTO DOS LEUCÓCITOS PARA OS TECIDOS Neutrófilos e monócitos migram para os tecidos lesionados ou com infecção → inflamação Etapas: Agente infeccioso penetra no epitélio e entra no tecido subepitelial Macrófagos resistentes reconhecem o patógeno e produzem citocinas (TNF, IL-1) As citocinas agem nas células endoteliais dos pequenos vasos no local da infecção fazendo com que elas expressem moléculas de adesão (E-selectina e P-selectina) Neutrófilos e monócitos circulantes expressam CH de superfície que se ligam fracamente às selectinas Leucócitos expressam moléculas de adesão (integrinas) em situação de baixa afinidade Fluxo sanguíneo + ligações fracas resultam no “rolamento” As células endoteliais em resposta ao TNF e IL-1 dos macrófagos, produzem quimiocinas Essa quimiocinas se ligam às glicoproteínas na superfície luminal das células endoteliais, sendo apresentadas aos leucócitos que estão “rolando” Essas quimiocinas estimulam rápido aumento de afinidade das integrinas dos leucócitos Ao mesmo tempo, TNF e IL-1 estimulam as células endoteliais a expressarem os ligantes para as integrinas Os leucócitos se aderem firmemente ao endotélio e migram entre as células endoteliais, através da parede do vaso, seguindo o gradiente de quimiocina até chegar ao local da infecção O acúmulo de leucócitos no local da infecção, com a vasodilatação concomitante e o aumento do fluxo de líquidos e proteínas para os tecidos, é chamado de inflamação FAGOCITOSE E DESTRUIÇÃO INTRACELULAR DOS MICRORGANISMOS Neutrófilos e macrófagos usam vários tipos de receptores para reconhecer os microrganismos no sangue e nos tecidos extravasculares para iniciar as respostas que promovem a destruição de patógenos Fagócitos fagocitam patógenos e destroem os microrganismos ingeridos em vesículas intracelulares Ao mesmo tempo que são ingeridos (ligado a receptores), são produzidos sinais que ativam diversas enzimas no fagolisossoma Oxidase fagocitária – converte oxigênio molecular em ânion superóxido e radicais livres (IROs – intermediários reativos de oxigênio) tóxicos para os microrganismos ON sintetase induzida – catalisa a conversão da arginina em ON Proteases lisossômicas: quebram as proteínas microbianas VIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO Pode ser iniciado por 3 vias distintas todas levando a produção de C3b; o qual inicia as últimas etapas da ativação do complemento, culminando na formação de um complexo multiproteico chamado complexo de ataque à membrana (MAC), que inclui o C5b, C6, C7, C8 e C9, e causam a lise de microrganismos de parede fina. Os subprodutos peptídicos liberados durante a ativação do complemento são C3a e C5a indutores da inflamação. São exibidas as principais funções das proteínas produzidas nas diversas etapas. A via ALTERNATIVA é desencadeada quando algumas proteínas do complemento são ativadas na superfície dos microrganismos e não podem ser controladas, porque as proteínas reguladoras do complemento não estão presentes nos patógenos, mas nas células do hospedeiro. É competente da imunidade inata. A via CLÁSSICA é desencadeada com mais frequência depois que anticorpos se ligam a microrganismos ou outros antígenos, sendo um componente do braço humoral da imunidade adquirida. A via da LECTINA é ativada quando uma proteína plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante de manose (MBL), liga-se à manose terminal nas glicoproteinas da superfície dos microrganismos. A lectina ativa proteínas da via lassidão, mas como é iniciada por um produto bacteriano na ausência de anticorpos, é um componente da imunidade inata. As proteínas ativadas do implemento são enzimas proteolíticas que lidam outras proteínas do complemento, em uma cascata enzimática que pode ser rapidamente ampliada. O componente central do complemento é uma proteína plasmática chamada C3, que é clivada pelas enzimas das etapas. Um dos fragmentos é o C3b capaz de revesti os microrganismos, ligando-os as células fagocitárias por meio de receptores de C3b expressos nos fagócitos, esse processo de revestimento é chamado de OPSONIZAÇÃO. Outros fragmentos proteolíticos são C5a e C3a, que são quimioterápicos para leucócitos (sobretudo neutrófilos e monócitos) promovendo o recrutamento de leucócitos no local da ativação do complemento (INFLAMAÇÃO). Em terceiro lugar, a ativação do complemento culmina na formação de um complexo polimérico que se insere na membrana microbiana, perturbando a permeabilidade da barreira que leva a lise osmótica ou à apoptose do microrganismo. CITOCINAS DA IMUNIDADE INATA Em respostas aos patógenos, células dendríticas, macrófagos e outras células secretam citocinas, intermediarias em muitas reações da imunidade inata A maioria cuja estrutura está definida é chamada de INTERLEUCINAS Na imunidade inata, as fontes principais são as células dendríticas e os macrófagos ativados, ao reconhecerem microrganismos Podem ter ações: autócrinas, parácrinas e endócrinas Desempenham várias funções na defesa do hospedeiro TNF e IL-1 são as principais envolvidas no recrutamento de neutrófilos e monócitos do sangue para o sítio de infecção ↑[TNF] produz trombos no endotélio, reduz a PA por meio de uma combinação de contratilidade miocárdica reduzida e vasodilatação Infecções disseminadas graves, como por BGN, podem levar ao choque séptico OUTRAS PORTEINAS PLASMÁTICAS MBL (lectina ligante de mamose) é uma proteína circulante que reconhece CH microbianos e pode cobrir os microrganismos para que sejamfagocitados ou ativar o complexo pela via da lectina PCR (proteína C reativa) liga-se à fosforilcolina dos microrganismos, revestindo-os para que sejam fagocitadas pelos macrófagos que expressam seu receptor (níveis circulantes de PCR aumentam rapidamente após a instalação da infecção) → essa resposta protetora é chamada de resposta da fase aguda à infecção RESPOSTA INFLATÓRIA A principal forma pela qual o SI inato lida com infecções e lesões teciduais é através da indução da inflamação aguda, que é o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e fluídos derivados do sangue em um sítio de infecção ou lesão no tecido extravascular Diversas citocinas, produzidas principalmente por macrófagos, medeiam a inflamação TNF e IL-1 ativam células endoteliais, estimulam a produção de quimiocinas e aumentam a produção de neutrófilos na medula óssea Elas também induzem a produção de IL-6, e as três moléculas medeiam efeitos sistêmicos, incluindo febre e a síntese de proteínas de fase aguda pelo fígado Inflamação local: TNF e IL-1 agem sobre leucócitos e o endotélio, induzido inflamação aguda, e também induzem a expressão de IL-6 por leucócitos e outros tipos celulares Efeitos protetores sistêmicos: TNF, IL-1 e IL-6 medeiram os efeitos protetores sistêmicos da inflamação, incluindo febre, síntese de proteínas de fase aguda pelo fígado e o aumento da produção de leucócitos pela medula óssea Efeitos patogênicos sistêmicos: O TNF sistêmico pode provocar anomalias patológicas que levam ao choque séptico, incluindo redução da função cardíaca, trombose, extravasamento capilar e anomalias metabólicas em virtude da resistência à insulina CAPTURA E APRESENTAÇÃO DOS ANTÍGENOS AOS LINFÓCITOS ANTÍGENOS RECONHECIDOS PELAS CÉLULAS T A maioria dos linfócitos T reconhece antígenos peptídicos que estão ligados e são apresentados pelas moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) das células apresentadoras de antígenos (APCs) MHC: é um locus genético cujos produtos principais desempenham o papel de moléculas apresentadoras de antígenos Linfócito T: só podem reconhecer antígenos apresentados por essas moléculas – essa propriedade é chamada de Restrição pelo MHC ⇗ reconhece alguns aa de antígenos Linfócitos T – TCR (especificidade dupla) ⇘ reconhece resíduos da molécula de MHC Reconhecimento do complexo Peptídeo/MHC pela célula T as APCs capturam os antígenos microbianos e os apresentam para serem reconhecidos pelos linfócitos T Os linfócitos T virgens precisam ver os antígenos proteicos apresentados pelas APCs para iniciar a expansão clonal e a diferenciação das células efetoras Células T efetoras diferenciadas precisam reconhecer outra vez antígenos apresentados pelas APCs para ativar as funções efetoras (RI humoral ou mediada por células) Vias de entrada do antígeno As vias de entrada são a pelo TGI e trato respiratório. Uma vez dentro do organismo o antígeno proveniente do epitélio e do tecido conjuntivo pode ser coletado pelo GÂNGLIO LINFÁTICO (LINFONODO); já o antígeno transportado pela corrente sanguínea é capturado por células apresentadoras de antígenos no baço. Os antígenos proteicos dos patógenos são capturados, sobretudo, pelas células dendríticas e concentradas nos órgãos linfoides periféricos, onde a RI (resposta adquirida ou adaptativa) é iniciada Células Dendríticas: estão presentes no epitélio de tecidos subendoteliais, nos órgãos linfóides periféricos e, em menor quantidade, na maioria dos outros órgãos (na pele, CD epidérmicas = Langerhans). As células dendríticas epiteliais são consideradas imaturas porque ainda não são eficazes na estimulação dos linfócitos T. Sequência de Eventos: As CD expressam receptores de membrana que se ligam aos microrganismos. As CD capturam por endocitose os antígenos microbianos. Ao mesmo tempo, os micro-organismos estimulam as RI inata ligando-se a receptores do tipo Toll (TLRs) e outros receptores nas CD. Isso resulta na produção de citocinas inflamatórias como TNF e IL-1, que combinadas com a sinalização direta do TLRs, ativam as CDs. Quando as CDs são ativadas, elas perdem sua adesividade pelo epitélio e passam a expressar os receptores de quimiocinas CCR7, que é específico paracitocinas quimioatrativas (quimiocinas) produzidas nas zonas de células T dos linfonodos. Durante a migração as CD amadurecem, passando de células projetadas para capturar antígenos para APCs capazes de estimular os linfócitos T. Esse amadurecimento reflete na expressão estável de moléculas MHC, que apresentam os antígenos para as células T e outras moléculas co-etimuladoras. *Lembre-se que os linfócitos T virgens circulam continuamente pelos linfonodos e expressam CCR7 que promovem a sua entrada nas zonas T dos linfonodos. Consequentemente as CDs transportando o antígeno capturado e as células T virgens que o reconhecem, são unidas no linfonodo. CD imatura CD madura Principal função Captação do antígeno Apresentação do antígeno às células T Expressão de receptores Fc, receptores de mamose ++ _ Expressão de moléculas envolvidas na ativação das células T - ou baixa ++ Moléculas do MHC de classe Meia vida Nº de moléculas de superfície - 10h ~106 >100h ~7x106 Captura dos antígenos proteicos pelas APCs Tipos diferentes de APCs desempenham funções distintas nas RI dependentes de células T Células dendríticas: mais potentes na ativação dos linfócitos T virgens (não só iniciam as respostas das células T, como também podem influenciar a natureza da resposta, por exemplo, direcionando a diferenciação das células T CD4+) Macrófagos: fagocitam patógenos e apresentam seus antígenos às células T efetoras Linfócitos B: ingerem antígenos proteicos, apresentando-os às células T auxiliares As células dendríticas também podem estar envolvidas no desencadeamento da resposta dos linfócitos T CD8+ contra antígenos dos patógenos intracelulares CD ingerem as células infectadas e apresentam antígenos presentes nessas células aos linfócitos T CD8+ virgens, processo denominado APRESENTAÇÃO CRUZADA As CDs também podem apresentar os antígenos às T CD4+. Assim, podemos ter células T CD8+ virgens que se tornam CTLs efetoras que geralmente necessitam o auxílio das células T CD4+ auxiliares Estrutura e função das moléculas do MHC As moléculas do MHC são proteínas presentes na membrana das APCs que apresentam antígenos peptídicos para reconhecimento pelos linfócitos T Descobriu-se que o MHC é o locus genético que age como principal determinante de aceitação ou rejeição de enxertos de tecidos trocados entre indivíduos (mas enxertos não são fenômenos biológicos naturais) A função fisiológica das moléculas do MHC é a apresentação de peptídeos derivados de antígenos proteicos aos linfócitos T (base do fenômeno da restrição pelo MHC) O locus do MHC é uma coleção de genes encontrada em todos os mamíferos que codificam o MHC e outras proteínas (nos humanos são chamadas de antígenos leucocitários humanos – HLAs, por terem sido descobertas como antígenos de leucócitos) O locus do MHC contém dois conjuntos de genes altamente polimórficos(garante que diferentes indivíduos são capazes de apresentar e responder a diferentes peptídeos microbianos) → MHC de classe I e MHC de classe II, além de outros genes não-polimórficos que codificam outras proteínas MHC de classe I: uma cadeia α (que contém dois domínios aminoterminais α1 e α2, polimórficos, que formam uma fenda de ligação) ligada de maneira não-covalente a uma proteína chamada β2-microglobulina (não codificada no HLA) MHC de classe II: duas cadeias, uma cadeia α (que contém o domínio polimórfico α1) e uma cadeia β (que contém o domínio polimórfico β1) que formam uma fenda de ligação Ligação de peptídeo às moléculas do MHC: resíduo ancora do peptídeo; bolsas no assoalho da fenda de ligação de peptídeos da molécula do MHC de classe II As moléculas do MHC das classes I e II são proteínas de membrana que contém, na sua porção aminoterminal, uma fenda que seliga peptídeos Os genes do MHC se expressam de maneira co-dominante, ou seja, os alelos herdados do pai e da mãe se expressam igualmente – aumenta o nº de diferentes moléculas de MHC que podem apresentar peptídeos às células T MHC de classe I: existem 3 genes polimórficos (HLA-A, HLA-B e HLA-C), e cada indivíduo herda um conjunto desses do pai e outro da mãe. Portanto, qualquer célula do corpo expressa 6 moléculas diferente da classe I. MHC de classe II: um par de HLA-DP (DPA1 e DPB1, codificando as cadeias α e β), um par de HLA-DQ (DQA1 e DQB1, codificando as cadeias α e β), um gene HLA-DRα (DRA1) e um ou dois genes HLA-DRβ (DRB1 ou DRB3, -4 ou -5). Portanto, um indivíduo heterozigoto pode herdar 6 ou 8 alelos de MHC classe II, três ou quatro de cada um dos pais HALÓTIPO DE MHC: as séries de alelos de MHC presentes em cada cromossoma – ex.: um indivíduo pode ser HLA-A2, HLA-B5, HLA-DR3, e assim por diante. É claro que heterozigotos terão dois halótipos HLA, um de cada cromossoma As moléculas da classe I se expressam em todas as células nucleadas – CTLs CD8+ podem matar qualquer célula infectada por vírus –, mas as moléculas da classe II se expressam principalmente nas CD, macrófagos e linfócitos B – linfócitos CD4+ auxiliares interagem com CD, macrófagos e linfócitos B As fendas de ligação de peptídeos das moléculas do MHC ligam peptídeos derivados de antígenos, apresentando-os para o reconhecimento pelas células T Cada molécula do MHC pode apresentar um peptídeo de cada vez, porque possui apenas uma fenda, mas cada molécula do MHC é capaz de apresentar diversos tipos de antígenos. As moléculas do MHC ligam apenas peptídeos, e não outros tipos de antígenos. As moléculas do MHC adquirem sua carga peptídica durante sua biossíntese e montagem dentro das células. Características da ligação dos peptídeos às moléculas de MHC As proteínas que são internalizadas pelas APCs profissionais (CDs, macrófagos e células B) são processadas em vesículas e apresentadas por moléculas do MHC da classe II, enquanto as proteínas no citosol de células nucleadas são processadas no citoplasma e apresentadas por moléculas do MHC da classe I Essas duas vias envolvem organelas diferentes e proteínas celulares diferentes São projetadas para pegar amostras de todas as proteínas presentes nos ambientes extracelulares e intracelulares A segregação das vias também garante o reconhecimento por diferentes classes de linfócitos Significado fisiológico da apresentação de antígenos associados ao MHC A restrição do reconhecimento pelas células T a peptídeos associados ao MHC garante que elas só reconhecerão e responderão a antígenos associados a uma célula Ao segregar as vias das classes I e II de processamento antigênico, o SI é capaz de responder a microrganismos extra e intracelulares da melhor forma para combate-los RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO NO SI ADAPTATIVO INTRODUÇÃO O reconhecimento antigênico é o evento inicial nas respostas dos linfócitos Esse reconhecimento antigênico especifico é tarefa de dois tipos de proteínas de superfície de linfócitos: Anticorpos ligados à membrana das células B Receptores de células T (TCRs – T cell receptors) A função desses receptores é reconhecer antígenos e estimular a respostas das células que os expressam Os receptores devem ser capazes de se ligar e distinguir entre muitas estruturas químicas, com frequência intimamente relacionadas Receptores de antígenos são clonalmente distribuídos, o que significa que cada clone possui uma especificidade particular que tem um único receptor, diferente dos receptores de todos os outros clones O nº total, ou repertorio, de especificidade dos linfócitos é muito grande Embora cada clone reconheça um antígeno diferente, os receptores transmitem fundamentalmente os mesmos sinais bioquímicos em todos os linfócitos A diversidade do reconhecimento antigênico implica a existência de muitas proteínas receptoras de antígenos estruturalmente diferentes, mas que podem ser racionalmente codificado por herança genômica (germline). Dessa forma, deve haver mecanismos especiais para a geração dessa diversidade. Receptores de antígenos dos linfócitos Anticorpos Receptores de antígenos nas células T Desenvolvimento dos repertórios imunológicos Maturação dos linfócitos Geração de receptores de antígenos diversos Maturação e seleção de linfócitos B e T RECEPTORES DE ANTÍGENOS DOS LINFÓCITOS Os receptores dos linfócitos B e T reconhecem estruturas quimicamente diferentes Linfócitos B (anticorpos ligados à membrana e os anticorpos que são secretados): são capazes de reconhecer proteínas, lipídeos, CH, ácidos nucleicos, pequenos grupos químicos simples e partes de macromoléculas → permitem o reconhecimento de diversos patógenos e toxinas em sua forma nativa Linfócitos T: só podem reconhecer peptídeos apresentados ligados a proteínas codificados pelo locus genético do MHC ⇗ célula B: anticorpos (imunoglobulinas) ligados à membrana ou secretados Receptores dos linfócitos ⇘ célula T: TCRs – sempre ligados à membrana Moléculas receptoras de antígenos consistem em regiões, ou domínios, que estão envolvidas no reconhecimento antigênico (que variam entre os clones de linfócitos) e outras regiões que são requeridas para a integridade estrutural e para as outras funções efetoras (que são relativamente conservadas em todos os linfócitos) Regiões variáveis (V) = porção de reconhecimento antigênico Regiões constantes (C) = as regiões preservadas Mesmo entre as regiões variáveis, muito da variabilidade das sequencias é concentrada em curtas sequências, que são chamadas de regiões hipervariáveis, ou regiões derteminantes da complementariedade (CDRs, complementary-determining regions). Isso é, são complementares à estrutura dos antígenos Receptores de antígenos são ligados não-covalentemente a outras moléculas invariáveis, as quais funcionam como transmissoras para dentro da célula dos sinais de ativação que são desencadeados pelo reconhecimento antigênico Complexo receptor da célula B: BCR (B cell receptor) Complexo receptor da célula T: TCR (T cell receptor) Uma molécula de anticorpo é composta de 4 cadeias polipeptídicas, incluindo 2 cadeias pesadas (H) idênticas e 2 cadeias leves (L) idênticas, onde cada cadeia contém uma região variável e uma região constante As quatro cadeias estão dispostas de modo a formar uma molécula em forma de “Y” Cada cadeia leve = um domínio V e um domínio C Cada cadeia pesada = um domínio V e 3 ou 4 domínios C ANTICORPOS Cada região variável da cadeia pesada (VH) ou da cadeia leve (VL) possui 3 regiões hiérvariáveis (CDRs) Dentre as 3, a maior variabilidade é encontrada na CDR3, localizada na junção das regiões V e C Fab → fragmento do anticorpo que contém uma cadeia leve (apenas um domínio V e C) ligada aos primeiros domínios V e C de uma cadeia pesada → contém a porção do anticorpo que reconhece o antígeno Fc → os demais domínios C da cadeia pesada (fragmento cristalino, porque tende a cristalizar em solução) Estrutura: Regiões de hipervariabilidade da cadeia leve: regiões determinantes da complementaridade (CDRs) Há dois tipos de cadeias leves → κ e λ que diferem na região C. Cada célula B expressa uma ou outra Há 5 tipos de cadeias pesadas → μ, δ, Υ, ε e ɑ que também diferem nas suas regiões C Anticorpos com cadeias pesadas diferentes pertencem a ISOTIPOS, ou CLASSES, diferentes →IgM, IgD, IgG, IgE e IgA, independentemente da classe da cadeia leve As partes dos antígenos que são reconhecidas pelos anticorpos são chamadas de EPÍTOPOS ou DETERMINANTES A força com a qual uma superfície de ligações de um anticorpo se liga a um epítopo é chamada de AFINIDADE Anticorpos produzidos contra um antígeno podem ligar outros antígenos estruturalmente similares → REAÇÃO CRUZADA RECEPTORES DE ANTÍGENOS NAS CÉLULAS T O TCR para antígenos peptídeos apresentados pelas moléculas de MHC é um heterodímero ligado à membrana composto de uma cadeia ɑ e uma cadeia β, cada uma contendo uma região variável(V) e uma região constante (C) Tanto a cadeia ɑ como a cadeia β do TCR participam do reconhecimento específico das moléculas de MHC e peptídeos ligados Estrutura do receptor de antígeno TCR MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS Pela teoria da seleção clonal, existem talvez 109 clones de linfócitos com especificidades diferentes. Eles surgem antes do encontro com o antígeno. Se cada receptor fosse codificado por um gene, não haveria genes suficientes no genoma humano. A geração dessa diversidade está intimamente ligada ao processo de maturação dos linfócitos! A maturação dos linfócitos a partir das células-tronco da medula óssea consiste em três tipos de processos: Proliferação das células imaturas Expressão dos genes dos receptores de antígenos Seleção dos linfócitos que expressam receptores funcionais *Isto vale tanto para linfócito B como para T! Linfócitos imaturos passam por uma ampla proliferação em vários estágios durante a sua maturação. Os linfócitos são selecionados em vários estágios durante o processo de maturação de modo a preservar sua capacidade funcional. Pode haver falhas na geração de genes úteis para receptores de antígenos. A proliferação garante um número adequado de células com receptores funcionais. Após as proteínas dos receptores ser produzidas, esses receptores transmitem sinais para proliferação, garantindo que somente clones com receptores intactos sejam selecionados a se expandir. Durante a proliferação, linfócitos B e T passam por ciclos de proliferação e expressão de cadeias de receptores por recombinação gênica. Células que falham na expressão de receptores funcionais sofrem apoptose, pois não recebem os sinais necessários para sobrevivência. No fim do processo as células passam pela seleção positiva e negativa. ORGANIZAÇÃO DOS LOCI DO RECEPTOR DE ANTÍGENOS NA LINHAGEM GERMINATIVA RECOMBINAÇÃO E EXPRESSÃO DOS GENES DE IG O comprometimento do progenitor do linfócito para tornar-se um linfócito B está associado à recombinação de um segmento gênico VH de Ig com um segmento D e um J (seleção randômica) São dois eventos de recombinação gênica: junção D-J, seguida de junção de uma região V ao complexo DJ, com deleção e a perda dos seguimentos intermediários O comprometimento da célula B imatura agora possui um gene recombinado VDJ no locus da cadeia pesada Esse gene é transcrito, e o RNA primário (complexo VDJ) passa por edição (splicing) na primeira região C do RNA, que acontece para codificar a cadeia μ, formando o mRNA μ completo O mRNA μ é traduzido, originando a cadeia μ, que é a primeira proteína Ig sintetizada durante a maturação da célula B Uma sequência similar leva à produção da cadeia leve da célula B (ou das cadeias α e β dos linfócitos T) RESPOSTAS IMUNES MEDIADAS POR CÉLULAS Eliminação dos microrganismos capazes de viver em vesículas ou no citoplasma das células infectadas é a principal função dos linfócitos T na imunidade adaptativa ETAPAS NA RESPOSTA DA CÉLULAS T As respostas dos linfócitos T aos antígenos microbianos associados à célula consistem em uma série de etapas sequenciais que resultam no aumento do número de células T antígeno-específicas e na conversão de células T virgens em células efetoras Células T virgens: função é reconhecer antígenos microbianos Células T efetoras: função é eliminar microrganismos Reconhecimento do complexo peptídeo-MHC pela célula 7 Reconhecimento de um antígeno e co-estimulação Para que as respostas das células T se iniciem, é preciso que vários receptores localizados nessas células reconheçam os ligantes situados nas APCs: O TCR reconhece os antígenos peptídicos associados ao MHC O co-receptor CD4 ou CD8 reconhece as moléculas do MHC As moléculas de adesão reforçam a ligação das células T com as APCs Os receptores para os co-estimuladores reconhecem os sinais secundários produzidos pelas APCs Além dos receptores para antígenos, as moléculas envolvidas nas respostas das células T aos antígenos são chamadas de moléculas acessórias dos linfócitos T Elas não variam entre todas as células T – 2 categorias: sinalização e adesão Principais moléculas de superfície (receptores) das células T CD4+ envolvidas na ativação dessas células e as moléculas (ligantes) presentes na superfície das APCs que são reconhecidas por esses receptores Receptores dos peptídeos associados ao MHC Reconhecimento O receptor das células T para antígenos e o co-receptor CD4 ou CD8 reconhecem, juntos, o complexo formado por antígenos peptídicos e moléculas do MHC nas APCs, e esse reconhecimento produz o primeiro sinal, ou sinal inicial, para a ativação das células T Os sinais bioquímicos que levam à ativação das células Tsão desencadeados por um conjunto de proteínas que se liga ao TCR para formar o complexo TCR pelo receptor CD4 ou CD8 O TCR reconhece os antígenos, mas não é capaz de transmitir sinais bioquímicos para o interior da célula O TCR está associado de modo não-covalente a um complexo de três proteínas que forma o CD3 e a um homodímero de outra proteína sinalizadora denominada cadeia ζ Papel das moléculas de adesão na ativação das células T As moléculas de adesão localizadas na superfície das células T reconhecem seus ligantes na superfície das APCs e estabilizam a ligação das células T com as APCs Para induzir uma resposta eficaz, a ligação das células T com as APCs precisa permanecer por um tempo suficiente longo para que o limiar de sinalização necessário seja alcançado A molécula de adesão mais importante pertence à família das proteínas heterodiméricas denominadas integrinas Papel da co-estimulação na ativação das células T A ativação total das células T depende do reconhecimento de co-estimuladores presentes na superfície das APCs O nome co-estimulador deriva do fato de que essas moléculas produzem estímulos para as células T, os quais agem em conjunto com a estimulação proveniente do antígeno Os co-estimuladores de células T mais bem definidos são: B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86); que são expressas nas superfícies das APCs e cuja expressão aumenta quando as APCs encontram microrganismos As proteínas B7 são reconhecidas por um receptor chamado CD28, que é expresso em praticamente todas as células T A necessidade de co-estimulação assegura que os linfócitos T virgens sejam totalmente ativados pelos antígenos microbianos e não por substâncias estranhas danosas, pois os microrganismos estimulam a expressão dos co-estimuladores B7 na superfície das APCs Um outro grupo de moléculas que participa do aumento dos sinais co-estimuladores dirigidos para as células T consiste no ligante para a CD40 (CD154), presente nas células T, e na CD40, localizada na superfície das APCs O CD40L expresso na superfície da célula T estimulada por antígeno liga-se à CD40 localizada na superfície das APCs, ativando-as As APCs ativadas expressão mais B7 e secretam citocinas, como a IL-12, que intensificam a diferenciação das células T Estímulos para a ativação das células T CD8+ A ativação das células T CD8+ é estimulada pelo reconhecimento dos peptídeos associados ao MHC de classe I e requer co-estimulação e/ou células T auxiliares CD4+ A resposta da células T CD8+ requer que antígenos citoplasmáticos sejam apresentados de maneira cruzada pelas células dendríticas, e sua diferenciação em CTLs pode precisar de ativação concomitante das células T auxiliares CD4+ Quando células infectadas por vírus são englobadas pelas células dendríticas, os antígenos virais do citosol são apresentados em complexos formados por MHC de classe I e, aqueles do interior de vesículas, em complexos formados por moléculas MHC de classe II. Assim, tanto as células CD8+ quanto as células CD4+ específicas para os antígenos virais são ativadas umas próximas às outras EXPANSÃO CLONAL Um ou 2 dias após sua ativação, os linfócitos T começam a proliferar, resultando na expansão de clones antígenos – específicos Essa expansão ajuda a RI adaptativa a equiparar-se com a divisão dos microrganismos e fornecerrapidamente uma população de linfócitos antígenos-específicos da qual podem ser geradas células efetoras para combater a infecção Células T CD8+ específicas para qualquer um dos antígenos proteicos microbianos é cerca de um para 105 ou 106 linfócitos presentes no corpo No clímax de algumas infecções virais (1 semana), até 10 a 20% dos linfócitos podem se tornar específicos para o vírus causador dessa infecção! Aumento de 100.000 vezes, com a população duplicando a cada 6 horas! A expansão de células CD4+ é menor (100 a 1000 vezes), uma vez que as células CD4+ efetoras secretam citocinas que ativam outras células efetoras DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS T VIRGENS EM CÉLULAS EFETORAS As células T auxiliares CD4+ diferenciam-se em células efetoras que respondem ao antígeno por meio da produção de moléculas de superfície cuja função principal é ativar fagócitos e linfócitos B A proteína de superfície celular mais importante envolvida na função causadora da célula T CD4+ é o ligante para CD40 (CD40L) O CD40L liga-se ao seu receptor (CD40) expresso principalmente na superfície de macrófagos, linfócitos B e células dendríticas As células T auxiliares CD4+ podem se diferenciar em subgrupos de células efetoras que produzem grupos distintos de citocinas, os quais realizam funções diferentes Células Th1: secreção de INF-γ; defesa do hospedeiro contra microrganismos intracelulares; inflamaçãoCélula Th2: secreção de IL-2, IL-5, IL-13; defesa do hospedeiro contra helmintos; reações alérgicas Célula Th17: secreção de IL-17; defesa do hospedeiro contra algumas bactérias; desordem inflamatórias MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS INTRODUÇÃO A imunidade mediada por células é o tipo de defesa dos hospedeiros que é mediada por linfócitos T, e serve como mecanismo de defesa contra os microrganismos que sobrevivem e se replicam dentro de fagócitos e das células não fagocíticas Existem duas possibilidades: Os microrganismos podem ser englobados por fagócitos sobreviver dentro de vesículas (fagolisossomos) ou escapar para o citoplasma, onde não são suscetíveis aos mecanismos microbicidas dos fagócitos Vírus podem se ligar a receptores situados na superfície de uma grande variedade de células e são capazes de infectar o citoplasma dessas células e nele se duplicar IMUNIDADE CELULAR As RI mediadas por células consistem no desenvolvimento de células T efetoras a partir de células virgens nos órgãos linfoides periféricos, na migração dessas células T efetoras e de outros leucócitos para os sítios de infecção, e/ou a ativação dos leucócitos mediada por citocinas para destruir microrganismos ou a morte direta de células infectadas O desenvolvimento de células T efetoras envolve a sequência de reconhecimento antígeno, expansão clonal e diferenciação que é característica de todas as respostas imunológicas adaptativas Após a ativação e expansão, células diferenciadas podem realizar suas funções efetoras: T auxiliares (CD4+) – Th1, Th2; T citotóxicas (CD8+) – Th 17, T CD8 Outros padrões de diferenciação das células TCD4 frente ao perfil de TGF-β → Treg – suprimir respostas imunes e manter a autotolerância IL-10 → Th3 – imunorregulação do sistema imune das mucosas, abundantes no intestino + TR1 – descrita in vitro inibe a função de macrófagos e células dendríticas Tipos de reações imunológicas mediadas por células T A linhagem das células T efetoras CD4+ liga o reconhecimento específico dos microrganismos com o recrutamento e ativação de outros leucócitos que destroem os microrganismos A natureza dos leucócitos que são recrutados e ativados é determinada pelo subgrupo de células T efetoras CD4+ que são induzidas na RI. Em geral: Células TH1 ativam macrófagos Células TH2 recrutam e ativam eosinófilos Reações TH17 são dominadas pelos neutrófilos (e números variáveis de macrófagos) Diferenciação das células T CD4+ em efetoras Resposta Th1 A resposta imunológica adaptativa aos microrganismos que são fagocitados e vivem dentro dos fagossomos dos macrófagos é mediada pelas células Th1, que reconhecem antígenos microbianos e ativam fagócitos para destruir os microrganismos ingeridos A função das células Th1 é potencializar as ações microbicidas dos macrófagos e, assim, eliminar a infecção! IL-12 produzida pelas células dendríticas e macrófagos em resposta aos microrganismos, incluindo patógenos intracelulares e o INF-γ produzido pelas NK, estimulam a diferenciação para o perfil Th1 Microrganismos estimulam NK a produzirem INF-γ, ajudando na polarização Th1 e também age sobre células dendríticas e macrófagos para induzir mais secreção de IL-12 INF-γ: funções efetoras – ativação dos macrófagos; - produção de alguns isotipos de anticorpos Ativação de macrófagos → resposta aos macrófagos antigos: Aumenta morte de bactérias fagocitadas Secreção de citocinas inflamatórias Aumento do nº de moléculas requeridas para a ativação da célula T Quando as células Th1 são estimuladas pelo Ag, as células expressam o CD40L e secretam IFN-γ. As ações do IFN-γ nos macrófagos entram em sinergia com CD40L, e juntas elas são potentes estímulos para a ativação de macrófagos Ativação de macrófagos: Respostas dos os macrófagos Importância na imunidade da célula mediadora Produção de espécies de O, ON, ↑ enz lisossomais Morte dos microrganismos nos fagolisossomos (função efetora dos macrófagos) Secreção de citocinas (TNF, IL-1, IL-12) e quimiocinas TNF, IL-1, quimiocininas: recrutamento de leucócitos (inflamação) IL-12: diferenciação de Th1, produção INF-γ ↑ expressão de co-estimuladores de B17, moléculas de MHC ↑ ativação da célula T (ampliação da resposta da célula T) ➚ ↑ expressão de MHC INF-γ → macrófagos ➙ > produção de enzimas proteolíticas (+ morte de patógenos fagocitados) ➘ ↑ produção de IL-1 e TNF-ɑ (↑inflamação) ➚ switch de classe para suptipos de IgG (mais opsonização) Th1 → INF-γ → célula B ➙ indução de hipermutação somática (anticorpos + específicos) ➘ indução de células B de memória Papel do INF-γ: A principal função da Resposta Th1 é ativar os macrófagos para ingerir e destruir os microrganismos O INTERFERON-γ (IFN-γ) É A CITOCINA RESPONSÁVEL PELA MAIORIA DAS FUNÇÕES ESPECIALIZADAS DAS CÉLULAS Th1 É a citocina de “assinatura” das células Th1 As células Th1 também produzem TNF, algumas quimiocinas e outras citocinas Principal citocina de ativação de macrófagos e tem funções na imunidade contra microrganismos intracelulares Ativa os macrófagos a matarem os microrganismos fagocitados Produzido pelas células Th1 funciona junto com o ligante CD40, também expresso pelas células T, para ativar os macrófagos Atua nas células B para promover a mudança a certas subclasses de IgG e para inibir a mudança para isótipos dependentes de IL-4, como a IgE A IgG induzida pelo IFN-γ se ligam aos receptores Fcɣ nos fagócitos e ativam complemento, e ambos os mecanismos promovem a fagocitose de microrganismos opsonizados O IFN-γ promove a diferenciação de células T CD4+ para o subgrupo Th1 e inibe a diferenciação de células Th2 e Th17 Resposta Th2 Essas células estimulam a produção de anticorpos IgE e ativa os eosinófilos e os mastócitos para eliminar helmintos! – helmintos são muito grandes para serem fagocitados por neutrófilos e macrófagos ∴ necessários mecanismos especiais Secretam IL-4, IL-5 e IL-13, que trabalham em conjunto para erradicar as infecções Grânulos têm atividade tóxica sobre vermes, bactérias e outros patógenos ➚ mastócito-FcεR →Liberação dos grânulos (histamina, prostaglandinas, citocinas) → reação alérgica ➚ switch de classe IgE e alguns de subtipos IgG Th2 → IL-4 → + linfócitos B ➙ indução de hipermutação somática (anticorpos + específicos) + ➘ indução de células B de memoria IL-13 → Secreção de muco intestinal e peristaltismo ➚ ADCC IL-5 → + eosinófilos ➙ indução da diferenciação de progenitores mielóides em eosinófilos ➘ aumentoda habilidade de liberação dos grânulos citoplasmáticos IL-4 > estímulo para a produção de anticorpos IgE e para o desenvolvimento de células TH2 de células T CD4+ auxiliares Citocina da assinatura do subgrupo Th2 e funciona tanto como uma citocina indutora como efetora dessas células Principais fontes: linfócitos T CD4+ do subgrupo Th2 e mastócitos ativados + a mudança da classe da cadeia pesada Ig da célula B para isótipo IgE + desenvolvimento de células TH2 e funciona como um fator de crescimento autócrino para células diferenciadas Th2 A IL-4 junto com a IL-13, contribui para uma forma alternativa de ativação dos macrófagos → suprimem a ativação clássica mediada pelo INF-ɣ IL-4 (e a IL-13) estimula o peristaltismo do TGI, e a IL-13 aumenta a secreção do muco das vias aéreas e das células epiteliais intestinais, contribuindo para a eliminação de microrganismos A IL-4 e a IL-13 estimulam o agrupamento de leucócitos, principalmente eosinófilos, com a promoção da expressão de moléculas de adesão no endotélio e a secreção quimiocinas que se ligam aos receptores da quimiocina expressos nos eosinófilos IL-13 Estrutural e funcionalmente semelhante à IL-4 e também desempenha papel fundamental na defesa contra helmintos e nas reações alérgicas A IL-13 é produzida principalmente pelo subgrupo Th2, mas também por basófilos, eosinófilos e células TNK O receptor é expresso em uma variedade de células, incluindo células B, fagócitos mononucleares, células dendríticas, eosinófilos, basófilos, fibroblastos, células endoteliais e células epiteliais brônquicas Algumas funções da IL-13 se sobrepôem às da IL-4: induzem ativação de macrófagos alternativos, que contribuem para reparar tecidos, podem ativar células B para mudar para IgE e para alguns subtipos de IgG e recrutar leucócitos A IL-13 estimula a produção de muco pelas células epiteliais das vias aéreas, um componente importante de reações alérgicas como a asma IL-5 As principais funções da IL-5 são ativar eosinófilos maduros e estimular o crescimento e a diferenciação de eosinófilos, que são capazes de matar helmintos Os eosinófilos expressam receptores Fc específicos para IgE e alguns anticorpos IgG, e são, portanto, capazes de se ligar aos microrganismos, como helmintos, opsonizados por esses anticorpos Th17 TGF-beta, IL-6 e IL-1, trabalham de maneira cooperativa para induzir a produção do RORyt (fator de transcrição) IL-23 importante para a manutenção da resposta Th17 Secretam citocians que recrutam leucócitos, principalmente neutrófilos, para os sítios de infecção Como os neutrófilos são um grande mecanismo de defesa contra bactérias e fungos extracelulares, as células Th17 desempenham um papel importante na defesa contra essas infecções A maioria das ações inflamatórias dessas células são mediadas pela IL17, produzidas pelas Th17 A IL17 induz reações inflamatórias ricas em neutrófilos A IL17 estimula a produção de substâncias antimicrobianas, incluindo as defensinas, de numerosos tipos celulares Principal função efetora das células Th17 é induzir a inflamação neutrofílica, que serve para destruir bactérias e fungos extracelulares → neutrófilos recrutados ingerem e matam os microrganismos extracelulares, incluindo fungos e bactérias CSF- aumento da produção de mais neutrófilos Citocinas de assinatura: IL-17, IL-22, IL-21 Resposta contra antígenos extracelulares Apresentação do Ag é via MHC II Fungos e bactérias extracelulares Ativação dos linfócitos T CD8+ Principais citocinas: IL-2, IFN-γ Resposta contra antígenos no citosol Apresentação do Ag via MHC I Mecanismo: Indução de apoptose na célula alvo, granzimas, perforinas Exemplos de alvos: Vírus Bactérias intracelulares Células neoplásicas Funções efetoras dos linfócitos T Citotóxicos CD8+ Os CTL CD8+ eliminam os microrganismos intracelulares principalmente com a morte de células infectadas A morte mediada por CTL envolve o reconhecimento específico das células-alvo e a entrega de proteínas que induzem à morte celular → “tiro letal” O CTL se liga e reage à célula-alvo usando receptor antigênico, coreceptor (CD8) e moléculas de adesão → formação da sinapse imunológica Dentro de poucos minutos em que o receptor do antígeno de um CTL está reconhecendo seu antígeno em uma célula-alvo, a célula-alvo passa por mudanças que a induzem a morrer por apoptose As proteínas citóxicas nos grânulos dos CTL incluem as granzimas e a perforina. Os CTL também usam um mecanismo de morte independente de grânulos, que é mediado pelas interações das moléculas da membrana nos CTL e nas células-alvo Sob ativação, os CTL expressam uma proteína de membrana chamada ligante de Fas (FasL) Mecanismos de morte das células-alvo mediada por CTL Etapas na lise mediada por CTL das células-alvo Reconhecimento do antígeno e formação da sinapse imunológica Exocitose de grânulos CTL solto Morte da célula-alvo Formação dos conjugados entre os CTL e uma célula-alvo Micrografia eletrônica de 3 CTL que se liga a uma célula-alvo (TC) depois de 1 minuto que os CTLs e os alvos são misturados Micrografia eletrônica do ponto de contato entre um CTL e a célula-alvo. Observa- se grânulos CTL próximos à sinapse Micrografia de fluorescência confocal de uma sinapse imunológica entre uma CTL e uma célula-alvo corada com anticorpos contra catepsinas em um grânulo secretor (azul), LFA-1 (verde) e talina das proteínas citoesqueléticas (vermelha) RESPOSTAS IMUNES HUMORAIS (03/05) A imunidade humoral é o tipo de defesa do hospedeiro medida por anticorpos, importante na proteção contra microrganismos extracelulares e toxinas Os anticorpos são o único mecanismo contra microrganismos extracelulares Mas podem ser importantes contra microrganismos intracelulares, podendo se ligar a eles antes que penetrem nas células ou quando vão passar de uma célula para a outra Apenas os anticorpos medeiam a prevenção de uma infecção, bloqueando a capacidade dos microrganismos de infectar as células hospedeiras, ou se ligando às toxinas microbianas, impedindo que lesem as células Células B respondem e produzem anticorpos específicos para diversos tipos de molécula Células T respondem apenas aos antígenos proteicos Linfócitos B virgens identificam antígenos, mas não produzem anticorpos A ativação estimula a sua diferenciação em células produtoras de anticorpos As respostas dos anticorpos a diferentes antígenos são classificadas como dependentes de T ou independentes de T, segundo a necessidade de células T auxiliares Antígenos proteicos (processados nas APCs e identificados por linfócitos T auxiliares) → potentes indutores da troca de classe de cadeia pesada e da maturação da afinidade Polissacarídeos, Lipídios e outros antígenos não proteicos → produção de anticorpos sem o comprometimento de células T → troca de classe de cadeia pesada e maturação da afinidade relativamente baixas FASES DAS RESPOSTAS IMUNES HUMORAIS Linfócitos B expressam duas classes de anticorpos ligados a membranas que funcionam como receptores para antígenos → IgM e IgD Ativação → Expansão Clonal (proliferação de células antígeno-específicas) → Diferenciação em células efetoras produtoras de anticorpos (Plasmócitos) Uma célula B ativada pode gerar até 4.000 plasmócitos que podem produzir até 1012 moléculas de anticorpos/dia Troca de classe de cadeia pesada (isotípica) → durante a diferenciação, algumas células B podem começar a produzir anticorpos de diferentes classes de cadeias pesadas (isotipos) Maturação da afinidade → exposições repetidas a um antígeno proteico resulta na produção de anticorpos com maior afinidade Diferentes subgrupos de células B respondem preferencialmente a proteínas e antígenos não-proteicos Células B foliculares (são a maioria e residem nos folículos dos órgãos linfóides) → maioria das mudanças de classe T-dependentes e respostas de anticorpos de alta afinidade aos antígenos proteicos, e dão origem às células plasmáticas de vida longa Células B da zona marginal* (zonas marginais dapolpa branca do baço) → respondem a antígenos não-proteicos originados no sangue Células B B-1* → respondem a antígenos não-proteicos nos tecidos mucosos e no peritônio (*) Respostas T-independentes, expressam receptores antigênicos de diversidade limitada e fazem predominantemente respostas IgM Subtipos de células B As respostas dos anticorpos às primeiras e subsequentes exposições a um antígeno, chamadas respostas primárias e secundárias, diferem de maneira quantitativa e qualitativa Resposta primária → primeiro contato com o antígeno Resposta secundária → quantidades maiores de anticorpos e, no caso das respostas T-dependentes, também com aumento da troca de classe de cadeia pesada e maturação da afinidade, pois os estímulos repetidos também levam ao aumento de linfócitos T RESPOSTA PRIMÁRIA RESPOSTA SECUNDÁRIA ATRASO APÓS IMUNIZAÇÃO 5-10 dias 1-3 dias PICO DE RESPOSTA Baixo Alto CLASSE ANTICORPO IgM > IgG Aumento relativo IgG e, sob certas circunstancias, na UgA/IgE (troca na classe da cadeia pesada) AFINIDADE DO ANTICORPO Afinidade média baixa, mais variável Afinidade média alta(maturação da afinidade) CARACTERÍSTICAS DAS RESPOSTAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS ESTIMULAÇÃO DOS LINFÓCITOS B PELOS ANTÍGENOS As respostas imunes humorais têm início quando os linfócitos B antígeno-específicos no baço, linfonodos e nos tecidos mucosos linfóides reconhecem os antígenos Estimulação dos linfócitos B pelos antígenos O agrupamento dos receptores de membrana Ig induzido pelos antígenos dá origem a sinais bioquímicos que são transduzidos pelas moléculas de sinalização associada ao receptor Transdução de sinal mediada por receptores de antígenos nos linfócitos B O PAPEL DAS PROTEÍNAS DO COMPLEMENTO NA ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS Os linfócitos B expressam um receptor para uma proteína do sistema complemento que fornece sinais para a ativação das células Quando o sistema complemento é ativado por um microrganismo, um dos produtos é a proteína C3d que reveste esse microrganismo Os linfócitos B expressam um receptor (CR2 ou CD21) que se liga ao C3d, resultando em sinais secundários para a sua ativação Produtos microbianos também podem se ligar aos receptores do tipo Toll (TLR) nas células B, estimulando a proliferação e a secreção de Ig Papel da proteína do complemento C3d na ativação da célula B CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DA ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B MEDIADAS POR ANTÍGENOS As consequências da ativação das células B pelo antígeno (e sinais secundários) consistem no início da proliferação e da diferenciação das células B e em sua preparação para interagir com os linfócitos T auxiliares (se o antígeno for uma proteína) Resposta de célula B ao antígeno Significado Entrada no ciclo celular, E! Expansão clonal Expressão aumentada de receptores de citocinas Capacidade para responder a citocinas produzidas pelas células T auxiliares Migração para fora dos folículos linfoides Interação com células T auxiliares Secreção de baixos níveis de IgM Fase inicial da resposta imune humoral RESPOSTA DEPENDENTE DE T Precisa haver interação entre os linfócitos B e os linfócitos T para que um antígeno proteico estimule a produção de anticorpos Esse processo é eficiente, pois desencadeiam excelentes respostas em 3 a 7 dias após a exposição As células T auxiliares que foram ativadas de modo a se diferenciar em células efetoras interagem com linfócitos B estimulados por antígenos na borda dos folículos linfoides nos órgãos linfoides periféricos Células T auxiliares CD4+ identificam antígenos proteicos processados, exibidos por APCs, e são ativadas para proliferar e se diferenciar em células efetoras Essas células efetoras começam a migrar para os folículos linfoides Células B virgens residentes nos folículos identificam os antígenos e são ativadas para migrar para fora dos folículos As duas populações celulares se aproximam nas bordas dos folículos e interagem Interações entre células T auxiliares e células B nos tecidos linfoides Apresentação de antígenos pelos linfócitos B às células T auxiliares As células B específicas para um antígeno proteico se ligam e internalizam este antígeno, processando-o e apresentam peptídeos ligados às moléculas do MHC da classe II para as células T auxiliares. As células B e células T auxiliares são específicas para o mesmo antígeno, mas as células B reconhecem os epítopos nativos (conformacionais) e as células T auxiliares reconhecem os fragmentos de peptídeos do antígeno. As células B também expressam co-estimuladores (p. ex.: moléculas B7) que desempenham um papel na ativação da célula T. MECANISMOS DA ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B MEDIADOS PELAS CÉLULAS T AUXILIARES Os linfócitos T auxiliares que identificam os antígenos apresentados pelas células B ativam as células B por meio da expressão do ligante CD40 (CD40L) e da secreção de citocinas 1) As células T auxiliares reconhecem os antígenos de peptídeos apresentados pelas células B e pelos co- estimuladores (B7) nas células B 2) As células T são ativadas para expressar o ligante CD40 (CD40L) e secretam citocinas 3) Ambas se ligam às células B e ativam as células B 4) proliferação e diferenciação de célula B TROCA DE CLASSE DE CADEIA PESADA (ISOTIPOS) Todos os linfócitos B virgens expressam receptores antigênicos dos isotipos IgM e IgD As células T auxiliares estimulam linfócitos B a produzirem anticorpos de classes de diferentes (isotipos) A troca de cadeia pesada é iniciada pela combinação de sinais mediados por CD40L e citocinas. As citocinas produzidas pelas células T auxiliares determinam qual classe de cadeia pesada é produzida ao influenciar qual gene de região constante de cadeia pesada participa na recombinação de troca MATURAÇÃO DA AFINIDADE A maturação da afinidade é o processo pelo qual a afinidade dos anticorpos produzidos em resposta a um antígeno proteico aumenta com uma exposição prolongada ou repetida ao antígeno Esse aumento de afinidade ocorre devido aos pontos de mutação nas regiões variáveis, e em especial nas regiões hipervariáveis A maturação da afinidade só é encontrada nas respostas às células T dependentes de antígenos proteicos, o que sugere que as células auxiliares são fundamentais para o processo 1) Algumas células B ativadas por antígenos, com auxílio das células T, migram para os folículos onde formam os centros germinativos 2) Proliferam rapidamente e acumulam mutações nos seus genes imunoglobulina (Ig) V, dando origem a Células B com diferentes afinidades pelo antígeno 3) Células dendríticas foliculares exibem o antígeno e apenas as células B capazes de identificar o antígeno são selecionadas para sobreviver 4) Células B também se ligam ao antígeno, processam-no e o apresentam às células T auxiliares nos centros germinativos 5) À medida que mais anticorpos são produzidos a quantidade de antígeno disponível diminui, de modo que as células B selecionadas precisam expressar receptores coma maiores afinidades para ligação com antígeno Seleção de células B de alta afinidade nos centros germinativos A ANATOMIA DAS RESPOSTAS IMUNES HUMORAIS 1) A ativação inicial das células B e das células T ocorrem em compartimentos diferentes dos órgãos linfoides periféricos Células B virgens → identificam antígenos nos folículos Células T auxiliares → identificam antígenos nas zonas ricas em células T fora dos folículos 2) Os dois tipos de células interagem nas extremidades dos folículos 3) A diferenciação das células B em células secretoras de anticorpos ocorre principalmente fora dos folículos 4) A maturação da afinidade ocorre nos centros germinativos e a troca de classe de cadeia pesada pode ocorrer fora dos folículos ou nos centros germinativos 5) Alguns plasmócitos secretores de anticorpos migram para a medula ósseae continuam a produzir anticorpos mesmo depois de eliminado o antígeno 6) As células B de memória se desenvolvem sobretudo nos centros germinativos e entram na circulação.
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