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CAPTURA DE ENXAMES COM CAIXAS ISCAS E SUA IMPORTÂNCIA NO 
MELHORAMENTO DE ABELHAS AFRICANIZADAS 
 
Ademilson Espencer Egea Soares 
Depto. de Genética. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 
Universidade de São Paulo 
 
1. Introdução 
As abelhas africanas, sabidamente conhecidas como altamente produtivas e agressivas, foram 
introduzidas no Brasil em 1956 em Camaquã na região de Rio Claro-SP com o intuito de se executar 
um programa de melhoramento genético que fosse capaz de aumentar a produção de mel do país, 
associado a uma baixa agressividade. Entretanto, devido a uma manipulação incorreta feita por um 
apicultor que estava visitando o apiário onde as rainhas africanas estavam sob controle, ocorreu a 
enxameação de 26 colméias. Isto levou ao início de um processo de cruzamentos naturais com as 
abelhas de origem européia que haviam sido trazidas pelos imigrantes entre 1840-1850, propiciando a 
formação de um híbrido, que foi chamado de abelha africanizada. 
Essa abelha africanizada embora muito produtiva causou um impacto muito grande no início de 
sua dispersão, devido ao alto grau de agressividade que elas apresentavam e as próprias deficiências 
dos apicultores e da população em geral que não sabiam como trabalhar e conviver com elas. 
(SOARES, et al 1994) 
Houve abandono da atividade apícola, morte de pessoas, animais e a produção de mel, que já 
era baixa, praticamente zerou. Foram dias negros. Entretanto, com o passar do tempo, os apicultores se 
conscientizaram que essas abelhas poderiam ser controladas e exploradas com êxito, se houvesse uma 
adequação e uma total reformulação de técnicas e conceitos válidos para as abelhas européias, mas que 
eram desastrosos para a abelha africanizada. 
Baseando-se em suas próprias experiências e nas informações geradas pelos centros de 
pesquisas, os apicultores conseguiram assimilar as novas técnicas e passaram novamente a acreditar 
que seria possível uma apicultura eficiente com abelhas africanizadas. 
A apicultura voltou a tomar impulso fazendo com que nos anos 80 tivéssemos a chamada 
"explosão doce" no país, quando o Brasil passou de 27º para o 7º produtor mundial de mel, ocupando 
hoje um lugar de destaque no cenário internacional com uma produção de aproximadamente 35.000 
ton/ano, se tornando um dos maiores produtores sul-americano. 
Muito bem adaptada às condições tropicais, essa abelha africanizada apresenta basicamente dois 
modelos de dispersão que têm favorecido a sua sobrevivência e a expansão no continente americano. 
Migrando a uma velocidade de 400-500 km por ano, atingiu o Texas (USA) em outubro de 1990. 
Dentro dos Estados Unidos a abelha africanizada migrou mais rapidamente para a costa oeste chegando 
ao sul da California, e recentemente atingiu a Florida na costa leste. 
Quando as condições de fluxo de alimento são ótimas, com abundância de flores abertas na 
natureza, produzindo néctar e pólen, as abelhas africanizadas trabalham incessantemente. Expandem 
sua população que, em alguns casos, chega a 120 mil abelhas e podem produzir uma divisão natural da 
colônia pelo processo de enxameação. Neste processo ocorre a formação de uma nova rainha e a 
metade das abelhas da colônia sai com a rainha velha à procura de um local adequado de nidificação 
para estabelecer a sua nova moradia. 
Quando o fluxo de alimento diminui, para não morrerem de fome e não terem extinta a sua 
colônia, as abelhas abandonam a colméia e vão em busca de um outro local que apresente condições 
favoráveis a sua sobrevivência. 
 
 
 
 
Esses dois mecanismos, enxameação e abandono, embora sejam altamente adaptativos para a 
sobrevivência das abelhas, podem contribuir para o aumento significativo do número de acidentes com 
animais e pessoas. Ao escolherem o seu novo local de nidificação, como por exemplo: tubulações, 
caixas de madeira ou de papelão, cavidades em postes, paredes, árvores, latas velhas, pneus, 
cupinzeiros, arbustos, tambores, etc, as abelhas podem se posicionar de maneira a provocar acidentes 
fatais. Esses acidentes podem ser produzidos inadvertidamente quando capinamos um gramado, 
cortamos um arbusto, aramos um terreno, batemos no local do enxame ou nele provocamos uma 
vibração sonora, ou de uma forma irresponsável quando atiramos pedras, paus nas colméias ou 
simplesmente quando tentamos mexer com as abelhas sem os devidos conhecimentos e sem os 
equipamentos se segurança e proteção. 
Evidentemente que estes dois mecanismos que contribuem para a dispersão das abelhas e sua 
localização na natureza, apresentam em comum um aspecto fundamental, que é a escolha pelas 
campeiras ou batedoras do sítio definitivo de moradia. A escolha do local onde o enxame vai se 
instalar, envolve inicialmente o reconhecimento dos sítios pelas batedoras, comunicação pela dança e a 
liberação de feromônios, notadamente da glândula de Nassanof das operárias, que sinalizam o local 
definitivo onde se dará a agregação e início da nova colméia. A compreensão e a elucidação de quais 
variáveis poderiam estar influenciando neste comportamento decisório, poderia resultar em uma "caixa 
isca" que fosse altamente atrativa para as abelhas e que fosse extremamente prática para a monitoração 
e retirada dos enxames das regiões passíveis de acidentes. 
O Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Universidade de São 
Paulo) conseguiu tal intento desenvolvendo uma caixa-isca padrão, confeccionada de papelão, que deve 
ser pintada com cores claras (branco ou amarelo) que são 1.5 X mais eficientes que aquelas pintadas 
com cores mais escuras (verde folha, azul marinho ou preta). Deve ter um volume de aproximadamente 
35 litros, conter no seu interior 5 caixilhos, com 1/3 de cera alveolada, e ter um análogo do feromônio 
da glândula de Nassanof, que é extraído do capim limão ou capim erva cidreira (Cymbopogon citratus), 
que é colocado em vaselina e aplicado nas paredes da colméia ou no interior de um tubo eppendorf 
preso no arame do caixilho central. A caixa deve ter uma abertura de 10 cm2 , e dever ser colocada a 
uma altura de 2,0 m do solo. (SOARES; MICHELETTE & PENATTI, 1984) 
Testes comparativos revelaram que a caixa papelão é pelo menos 10 vezes mais atrativa que 
aquelas caixas iscas construídas com madeira e sua durabilidade pode ser aumentada revestindo-as com 
sacos plásticos ou pintando com tintas impermeabilizantes. Essa caixa isca, não serve para criar 
abelhas. É uma caixa que se presta simplesmente para a captura dos enxames e não para se fazer 
apicultura. Embora a caixa de papelão resista até 2 meses com o enxame dentro, eles devem ser 
passados logo para a colméia Langstroth padrão para se desenvolverem. A transferência do enxame 
deve ser feita de preferência depois que a rainha realizou postura nos favos e que já tenha larvas jovens. 
Não convém passar o enxame recém pego porque ele poderá abandonar a sua colméia. (SOARES, 
1996) 
A eficiência dessa caixa isca, já foi determinada em várias situações experimentais, e hoje 
temos a total certeza de que se durante a enxameação ela for encontrada por uma "batedora" que esta 
procurando um local para o enxame se abrigar, seguramente que o enxame irá para dentro da caixa isca. 
Isto abriu a grande possibilidade de prevenir e controlar acidentes em áreas urbanizadas. (DINIZ; 
SOARES, & PECCI, 1994) 
A utilização dessas caixas iscas pelo Departamento de Genética da FMRP-USP como estratégia 
de prevenção de acidentes, já foi realizada na indústria AKZ turbinas (Ribeirão Preto, SP), na Fazenda 
Amália (Cajuru-Serrana, SP) e na própria cidade de Ribeirão Preto, com resultados altamente 
significativos, obtidos através do Programa SOS Apicultor. (DINIZ & SOARES, 1990) 
 
 
 
 
Esse modelo de caixa isca, foi utilizado nos países Centro-Americano, para prevenir acidentes e 
retardar a invasão das abelhas africanizadasno México e nos USA dentro do “Programa de Manejo y 
Control de la Abeja Africanizada”, financiado pelo BID/OIRSA do qual participaram vários 
pesquisadores brasileiros. 
O México que é um dos maiores exportadores de mel, antevendo o que poderia significar a 
entrada das abelhas africanizadas em seu país, utilizou o modelo brasileiro de caixas-iscas, e instalou 
aproximadamente 300.000 caixas iscas nas rotas de entrada com a Guatemala e hoje mantém um 
esquema na própria cidade do México de prevenção de acidentes, utilizando ao redor 30.000 caixas. 
Os apicultores podem optar também por caixas iscas feitas de madeira que são mais duráveis, 
mas devem obedecer os mesmos procedimentos para as caixas de papelão. 
 
2. Material Genético 
Evidentemente que em uma época de enxameação forte, como acontece geralmente nos meses 
de agosto-março, os enxames que entram nas caixas iscas tem diferentes características e devem ser 
avaliados. 
Trabalhando com caixas iscas numa região de cerrado na região de Luís Antônio, São Paulo, 
verificou-se que que a troca de rainhas que chegavam nos enxames por outras rainhas novas, contribuía 
para evitar o abandono dos futuros ninhos. 
É aconselhável que a troca de rainha ocorra principalmente nos enxames que não se 
desenvolvem satisfatoriamente nos primeiros quinze dias. Este desempenho pode ser avaliado por 
pessagem e aqueles enxames que normalmente não tiveram um ganho de 10 kg nos primeiros quinze 
dias, devem ter suas rainhas trocadas. 
DUAY (1996) mostrou que a simples substituição de rainhas de enxames africanizados 
aumentava a produção de mel em 22,3% e que, quando a substituição era realizada com rainhas 
selecionadas, este aumento chegava a 41,44% e que em apiários sem nenhuma seleção poderia ocorrer 
uma grande variabilidade de produção que variaram de 0 até 153,5 kg de mel. 
Como enfatiza SOUZA (2002) estas grandes diferenças entre as colméias reduzem a 
produtividade e oneram os custos de produção, diminuindo a eficiência e a competitividade do setor. 
Uma vez estabelecido os apiários com os enxames capturados, deve-se definir quais são propósitos e as 
metas a serem alcançadas e direcionar o trabalho de melhoramento que pode ser feito no sentido de: 
incrementar a produção de mel, maior eficiência de coleta de própolis; resistência a doenças 
(comportamento higiênico), redução da agressividade; maior coleta de pólen, maior produção de cera, 
maior produção de geléia real, etc. 
 
3. Seleção para maior eficiência de coleta de mel e própolis. (MANRIQUE, 2001; MANRIQUE & 
SOARES, A.E.E. 2002) 
 
3.1. Introdução 
Os objetivos do presente trabalho foram: realizar uma seleção das melhores colônias produtoras de 
própolis, para iniciar um processo de melhoramento genético, visando aumentar a produtividade de 
própolis, partindo de uma população silvestre não selecionada nem melhorada e verificar se há 
correlação entre produção de própolis e a produção de mel 
 
3.2. Material e Métodos 
O experimento foi desenvolvido de abril a julho de 1999, os trabalhos foram realizados na Reserva 
Florestal "Pé de Gigante" no município de Santa Rita de Passa Quatro, SP com uma superfície de 
10.000 hectares, localizada a 70 km de Ribeirão Preto na via Anhanguera em direção a São Paulo. 
 
 
 
 vegetação fronteiriça predominante é de eucalipto (Eucaliptus sp.), enquanto na reserva a 
vegetação é típica de cerrado, com destaque para: angico (Piptadenia falcata Benth), gabiroba 
(Campomanesia cambedessiana Berg.), pequi (Caryocar brasiliense Camb.), jatobá (Hymenaea 
stilbocarpa Mart.) cipó São João (Pyrostegia venusta) e faveiro (Pterodon apparicioni Pedersoli). O 
clima da região é subtropical úmido, com inverno seco e chuvas fortes no verão. 
A população base foi formada inicialmente por 130 colméias de abelhas africanizadas do 
Departamento de Genética da FMRP-USP, e foram avaliadas somente 100 devido a perdas e alguns 
roubos. Todas as colônias provinham de enxames silvestres capturados no período de agosto de 1998 a 
fevereiro de 1999, em caixas iscas . 
Após a sua captura os enxames eram transferidos para ninhos após completarem a construção 
dos cinco favos de lâminas alveoladas e expandirem a sua população. Os enxames diferiam em tamaho 
e não foi feita uma homogeneização da população. Todas as colméias foram identificadas com uma 
chapa numerada, e foram feitas quatro coletas de própolis no período abril-julho. Em todas as extrações 
eram pesadas e registradas as quantidades de própolis produzidas por cada colméia. 
A seleção da melhor colônia foi feita baseada nos registros de produção de própolis, a qual 
tiveram uma produtividade pelo menos 40% superior as outras colônias, durante a temporada. A 
avaliação da produção foi feita por pesagem direta da própolis colhida em coletores do tipo Apis flora, 
que se coloca em cima da melgueira ou sobreninho e impede que a própolis receba sol ou chuvas 
diretamente, o que pode diminuir sua qualidade. Embora as abelhas estoquem própolis em buracos, 
fendas, caixilhos e alvados, neste experimento só foi considerada a própolis produzida nos coletores, 
por ter menos resíduos que a contaminem, elevando seu preço e valor para gerar produtos derivados, 
além de não prejudicar a colônia. 
 
3.3. Produção de mel 
A produção de mel foi feita durante a floração do eucalipto (Eucaliptus sp.) de abril a julho de 
1999, simultaneamente com a produção de própolis e também foram testadas 100 colônias. A avaliação 
da produção de mel foi feita com uma metodologia indireta, os quadros foram colhidos com um 
mínimo de operculação de 2/3, depois eram centrifugados e juntava-se o mel remanescente que 
escorrera da cera, depois de tirar as impurezas , o mel era colocado em baldes de 25 kg.. Para 
determinar o peso líquido de mel/colônia, a produção total de mel foi dividida entre o número total de 
quadros colhidos e foi determinado um fator de correção pelo qual se multiplicava e se obtinha o peso 
de cada quadro que multiplicado pelo quadros colhidos por colonia, dava o total em kg/colonia. 
 
4. Análise estatística 
Foram feitas as provas não paramétricas de Mann-Whitney e a de Kruskal-Wallis 
 
5. Resultados e Discussão 
Na Tabela 1, são mostrados os dados de produção média de própolis por apiários onde não se 
apresentaram diferenças estatísticas entre os apiários, segundo a prova de Kruskal-Wallis. No entanto, 
observaram-se marcadas diferenças biológicas ressaltando o apiário Cynthia que teve a maior 
produtividade de própolis com uma média de 68,82 g/colônia, mais de três vezes superior à média total, 
enquanto a produtividade do apiário Americano foi zero. Todavia o número de colônia por apiários 
poderia influir na coleta de própolis, mas este efeito não foi tão contundente, visto que a diferença 
média entre o apiário mais populoso (Pé de Gigante) e o Magnético, for de apenas 4 gramas. Embora 
essas médias fossem estatisticamente semelhantes, quando se comparam com os dados da primeira 
seleção, elas indicam que mais importante do que população é a própria disponibilidade de pasto 
 
 
 
 
apícola que pode influenciar consideravelmente, visto que a vegetação na região é pobre no 
fornecimento de resina em quantidade e em qualidade. Também é importante ressaltar o fato que 
somente 25 colônias (25% do total) produziram própolis o que poderia dar uma idéia do baixo 
potencial propolizador destes enxames, ou que, poderia ser devido à pouca habilidade genética de 
coletar própolis ou que a própolis fora depositada em outro lugares das colméias, como descrito por 
THIMANN & MANRIQUE (2001) que observaram na Venezuela, que as abelhas, usando o mesmo 
coletor Apis Flora, depositavam a própolis entre os quadros, fechando todos os espaços vazios. Por 
outro lado, observamos, que as colônias 156 e 99 do apiário Cynthia produziram respectivamente 571,9 
e 102,4 gramas de própolisverde e que foram as únicas colônias em coletarem tal tipo. 
Esta coleta preferencial de resina, transformada em própolis verde, provavelmente de alecrim do 
campo (pouco abundante na região) poderia indicar uma tendência genética com algum traço herdável, 
tal como é sugerido por NYE & MACKENSEN (1965) que apontaram que o comportamento coletor de 
pólen de alfafa por parte de algumas abelhas é herdável. Resultados similares foram reportados por 
MACKENSEN & TUCKER (1973) quanto a diferenças na coleta de pólen entre duas linhagens de 
abelhas selecionadas para coletar pólen de alfafa. 
 
Tabela 1 - Produção média de própolis na Reserva Florestal "Pé de Gigante" Santa Rita de Passa uatro, 
SP. De abril a julho de 1999. 
 
Apiário Número de colônias Produção de própolis (g/colônia) 
Pé de Gigante 47 9,60±20,12 N.S 
Cynthia 15 68,82±159,21 N.S 
Magnético 19 14,23±46,67 N.S 
Do Meio 8 23,39±45,97 N.S 
Ximena 5 15,69±19,44 N.S 
Yolanda 3 48,97±7,57 N.S 
Americano 3 0 N.S 
Total/ Média 100 21,87±69,40 
N.S = Não significativo, segundo a prova de Kruskal-Wallis. 
 
5.1. Produção de mel 
Na Tabela 2 é apresentada a produção de mel por apiário no Pé de Gigante, onde foram 
encontradas diferenças significativas (P= 0,015), segundo a prova de Kruskal-Wallis, entre os apiários 
Yolanda, Ximena e Cynthia, quando comparados com os apiários Magnético, Pé de Gigante, Do Meio 
e Americano. 
A produção média não esteve influenciada nem pela localização dos apiários distantes entre si a 
menos de 400 metros nem pelo número de colônias por apiários, já que apiários com o mesmo número 
de colônias tiveram produtividade dispares, sendo a máxima em Yolanda (31,67 kg/colônia) e a 
mínima no Americano (0kg/colônia), com uma variação alta no apiário Yolanda de 0 kg - 48 
kg/colônia, mostrando a existência de variabilidade das abelhas africanizadas na produção de mel, dado 
o elevado nível de hibridização destas abelhas. Esta variabilidade na produção de mel foi constatada 
por DUAY (1996) no Brasil, tanto em abelhas africanizadas selecionadas quanto não selecionadas, com 
variabilidade de 0 a153 kg para as selecionadas e 0 a 90,5 kg para as não selecionadas. 
A diferença na produção de mel entre os diferentes apiários poderia ser explicada 
principalmente por características genéticas das abelhas, população e pela idade da rainha, visto que 
todas elas receberam o mesmo tipo de manejo, após serem capturadas como enxames. 
 
 
 
 
 
Nesse sentido, ROOT (1985) menciona que a idade da rainha tem uma relação inversa com o 
número de abelhas da colônia e sua produtividade, dado que rainhas velhas ovopositam menos e mais 
espalhado, diminuindo a população. Por outro lado, as abelhas que têm boa disposição para produzir 
mel têm menos tendência a enxamear, trocando periodicamente a sua rainha velha por substituição 
natural (RUTTNER, 1988). 
Outro fator que pôde ter influenciado foi a época de captura dos enxames, já que os primeiros a 
serem capturados poderiam crescer e se desenvolver mais rápido, razão pela qual produziram uma 
maior quantidade de mel. 
Embora, SPIVAK et al.(1989) relatem que não encontraram correlação em colméias com graus 
variados de africanização entre o peso inicial da colônia ou a área de cria com a quantidade total de 
mel, na Costa Rica que apresentaram médias variando de 42,5 a 50,3 kg. 
 
Tabela 2 Produção média de mel nos apiários da Reserva Florestal "Pé de Gigante”, Santa Rita de 
Passa Quatro, SP. De abril a julho de 1999. 
 
Apiário Número de colônias Produção de mel 
kg/colônia 
Pé de Gigante 47 13,27±12,20 b 
Cynthia 15 21,80±17,73 a 
Magnético 19 17,52±14,85 ab 
Do Meio 8 13,00±12,65 b 
Ximena 5 26,40±6,54 a 
Yolanda 3 31,67±5,51 a 
Americano 3 0 c 
Total/ Média 100 16,34±13,14 
 
Letras minúsculas diferentes indicam diferenças significativas (P<0.05), segundo a prova de 
Kruskal-Wallis. 
A Tabela 3 mostra a produção média de mel das colônias que produziram própolis e mel e 
aquelas que produziram somente mel. Nesta avaliação observou-se que as colônias propolisadoras 
tiveram um desempenho altamente significativo (P = <0.001), segundo o teste de Mann-Whitney, na 
produção de mel, comparado com as que produziram só mel, com uma produtividade 2,04 vezes maior, 
estes resultados diferem dos FUNARI et al. (1998) que mostraram que, apesar de não apresentarem 
diferenças significativas, as colônias mais produtoras de mel produziram menos própolis. Por outro 
lado, a análise de Correlação de Pearson, mostrou que a produção de própolis e de mel tem um 
coeficiente de correlação positivo, com um valor de r = 0,4215 e P= 0,00001256. Esta tendência faz 
sentido, porque a produção de mel está correlacionada com a atividade de forrageamento (SUGDEN & 
FURGALA, 1982) e a coleta da própolis é mais uma atividade de forrageamento embora não seja para 
produzir alimento, mas para se proteger. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3 - Produção média de mel de colônias propolisadoras e não propolisadoras nos apiários da 
Reserva Florestal "Pé de Gigante". Santa Rita de Passa Quatro, SP. De abril a julho de 1999. 
 
Tratamento 
 
Número de colônias Produção média de mel 
kg/colônia 
Colônias propolisadoras 25 26,98±13,53 a 
Colônias não propolisadoras 75 13,23±13,12 b 
Total/ Média 100 16,34±14,14 
 
Letras minúsculas distintas indicam diferenças altamente significativas (P<0.001), segundo a 
prova Mann-Whitney. 
 
 
 
6. CONCLUSÕES 
Os resultados obtidos mostram que nem todas as abelhas coletam própolis tanto em quantidade 
(menos do 50 % das colônias) quanto em qualidade (com diferença até de 12 vezes em teor de 
flavonóides), o qual poderia sugerir diferenças genéticas embora todas as colônias fossem de híbridos 
africanizados. 
Houve correlação entre a produção de própolis e a produção de mel, com valor de r= 0.422. Observou-
se que as colônias produtoras de própolis produziram maior quantidade de mel do mel do que aquelas 
que não coletaram própolis. 
 
7. BIBLIOGRAFIA 
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Doutorado, FMRP-USP, 108 páginas. 
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THIMANN, R & MANRIQUE, A. 2001. Recolección de propoleo en colonias de abejas africanizadas durante 
la temporada de lluvias en el apiario de la UNELLEZ, Guanare, Venezuela. Revista UNELLEZ de Ciencia y 
Tecnología. p.23. 
 
 
	CAPTURA DE ENXAMES COM CAIXAS ISCAS E SUA IMPORTÂNCIA NO MEL
	1. Introdução
	As abelhas africanas, sabidamente conhecidas como altamente 
	Essa abelha africanizada embora muito produtiva causou um im
	Houve abandono da atividade apícola, morte de pessoas, anima
	Baseando-se em suas próprias experiências e nas informações 
	A apicultura voltou a tomar impulso fazendo com que nos anos
	Muito bem adaptada às condições tropicais, essa abelha afric
	Migrando a uma velocidade de 400-500 km por ano, atingiu o T
	Quando as condições de fluxo de alimento são ótimas, com abu
	Quando o fluxo de alimento diminui, para não morrerem de fom
	Esses dois mecanismos, enxameação e abandono, embora sejam a
	Evidentemente que estes dois mecanismos que contribuem para 
	O Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribei
	Testes comparativos revelaram que a caixa papelão é pelo me
	A eficiência dessa caixa isca, já foi determinada em várias 
	A utilização dessas caixas iscas pelo Departamento de Genéti
	Esse modelo de caixa isca, foi utilizado nos países Centro-A
	O México que é um dos maiores exportadores de mel, antevendo
	Os apicultores podem optar também por caixas iscas feitas de
	2. Material Genético
	Evidentemente que em uma época de enxameação forte, como aco
	Trabalhando com caixas iscas numa região de cerrado na regiã
	É aconselhável que a troca de rainha ocorra principalmente n
	DUAY (1996) mostrou que a simples substituição de rainhas de
	Como enfatiza SOUZA (2002) estas grandes diferenças entre as
	Uma vez estabelecido os apiários com os enxames capturados, 
	3. Seleção para maior eficiência de coleta de mel e própoli
	3.1. Introdução
	Os objetivos do presente trabalho foram: realizar uma seleçã
	3.2. Material e Métodos
	O experimento foi desenvolvido de abril a julho de 1999, os 
	vegetação fronteiriça predominante é de eucalipto (Eucaliptu
	A população base foi formada inicialmente por 130 colméias d
	Após a sua captura os enxames eram transferidos para ninhos 
	A seleção da melhor colônia foi feita baseada nos registros 
	3.3. Produção de mel
	A produção de mel foi feita durante a floração do eucalipto 
	4. Análise estatística
	Foram feitas as provas não paramétricas de Mann-Whitney e a 
	5. Resultados e Discussão
	Na Tabela 1, são mostrados os dados de produção média de pró
	apícola que pode influenciar consideravelmente, visto que a 
	Esta coleta preferencial de resina, transformada em própolis
	Tabela 1 - Produção média de própolis na Reserva Florestal "
	Apiário
	Número de colônias
	Produção de própolis (g/colônia)
	Pé de Gigante
	47
	9,60±20,12 N.S
	Cynthia
	15
	68,82±159,21 N.S
	Magnético
	19
	14,23±46,67 N.S
	Do Meio
	8
	23,39±45,97 N.S
	Ximena
	5
	15,69±19,44 N.S
	Yolanda
	3
	48,97±7,57 N.S
	Americano
	3
	0 N.S
	Total/ Média
	100
	21,87±69,40
	N.S = Não significativo, segundo a prova de Kruskal-Wallis.
	5.1. Produção de mel
	Na Tabela 2 é apresentada a produção de mel por apiário no P
	A produção média não esteve influenciada nem pela localizaçã
	A diferença na produção de mel entre os diferentes apiários 
	Nesse sentido, ROOT (1985) menciona que a idade da rainha te
	Outro fator que pôde ter influenciado foi a época de captura
	Embora, SPIVAK et al.(1989) relatem que não encontraram corr
	Tabela 2 Produção média de mel nos apiários da Reserva Flore
	Apiário
	Número de colônias
	Produção de mel
	kg/colônia
	Pé de Gigante
	47
	13,27±12,20 b
	Cynthia
	15
	21,80±17,73 a
	Magnético
	19
	17,52±14,85 ab
	Do Meio
	8
	13,00±12,65 b
	Ximena
	5
	26,40±6,54 a
	Yolanda
	3
	31,67±5,51 a
	Americano
	3
	0 c
	Total/ Média
	100
	16,34±13,14
	Letras minúsculas diferentes indicam diferenças significativ
	A Tabela 3 mostra a produção média de mel das colônias que p
	Tabela 3 - Produção média de mel de colônias propolisadoras 
	Tratamento
	Número de colônias
	Produção média de mel
	kg/colônia
	Colônias propolisadoras
	25
	26,98±13,53 a
	Colônias não propolisadoras
	75
	13,23±13,12 b
	Total/ Média
	100
	16,34±14,14
	Letras minúsculas distintas indicam diferenças altamente sig
	6. CONCLUSÕES
	Os resultados obtidos mostram que nem todas as abelhas colet
	Houve correlação entre a produção de própolis e a produção d
	7. BIBLIOGRAFIA
	DINIZ, N. M. & SOARES, A. E. E. 1990. Programa de prevención
	DINIZ, N.M.; SOARES, A.E.E. & PECCI, V.B. 1994. Africanized 
	DUAY, R.P. 1996. Produção de mel em abelhas africanizadas, A
	FUNARI, S.; ROCHA, H.; SFORCIN, J.; PEROSA, J.; CURI, P. & C
	MANRIQUE, A.J. 2001. Seleção de abelhas africanizadas para a
	MANRIQUE, A.J. & SOARES, A.E.E. 2002. Início de um programa 
	MACKENSEN, O. & TUCKER, S. 1973. Preference for some other p
	NYE, W. P. & MACKENSEN, O. 1965. Preliminary report on sele
	ROOT, A. 1985. El ABC y XYZ de la apicultura. Editorial Hem
	RUTTNER, F. 1988. Breeding Techniques and Selection of the 
	SOARES, A.E.E. 1996. Alternativas de controle da agressivida
	SOARES, A. E. E.; MICHELETTE, E. R. F. & PENATTI, A. 1984. A
	SOARES, A.E.E.; MICHELETTE, E.R.F.; DINIZ, N.M. & TEIXEIRA, 
	SOUZA, D.C. 2002. Captura de enxames de abelhas africanizada
	SPIVAK, M.; BATRA, S.; SEGREDA, F. CASTRO, A. & RAMIREZ, W. 
	SUDGEN, M. & FURGALA, B. 1982. Evaluation of six commercial 
	SZABO, T. & LEFKOVITCH, L. 1987. Fourth generation of closed
	THIMANN, R & MANRIQUE, A. 2001. Recolección de propoleo en c

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