Buscar

Aula 10 - Pedagogia nas instituições não escolares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Aula 10 – Gestão do Conhecimento. Os desafios da 
formação profissional efetivamente comprometida com os 
interesses dos trabalhadores. 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Conteúdo Programático desta aula
• Conceitos e práticas de Gestão do 
Conhecimento.
• Educação Corporativa, Gestão do 
Conhecimento e Teoria do Capital 
Intelectual – um olhar crítico. 
• Pressupostos de uma proposta de 
formação profissional integral.
• Os desafios da atuação do pedagogo 
diante dos limites e possibilidades de 
implementação de propostas de 
formação profissional comprometidas 
com os interesses dos trabalhadores.
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) 
• A Gestão do Conhecimento, tal qual a Educação Corporativa, ganha
corpo na década de 90, como uma inovação das organizações em
resposta aos tempos de incerteza e ambientes de negócio
turbulentos, sob o enfoque, em geral, do aprendizado organizacional
(FISCHER e AMORIM, 2012).
• Quando a única certeza parece ser a incerteza, as empresas de
sucesso serão aquelas capazes de criar novos conhecimentos
sistematicamente; disseminá-los pela organização; e rapidamente
aplicá-los na fabricação de novas tecnologias e produtos.
• A “empresa criadora de conhecimento” implementa este ciclo de
Gestão do Conhecimento de modo a inovar continuamente. (NONAKA,
1997. p. 27)
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A visão baseada em gestão de pessoas 
compreende o conhecimento como 
processo. 
• Estimula-se que os trabalhadores 
sejam capazes de capturar 
conhecimentos; organizá-los; 
compartilhá-los; aplicá-los; reutilizá-los; 
e gerar novos conhecimentos. 
•Práticas de GC: comunidades de 
prática, fóruns de discussão on line, 
entre outras.
CAMINHOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A visão baseada na tecnologia da 
informação entende o conhecimento 
como objeto. (BITENCOURT, 2010). 
• Na Gestão do Conhecimento com foco 
na tecnologia da informação, há ênfase 
no desenvolvimento de ferramentas, tais 
como: inteligência artificial, sistemas de 
gerenciamento da informação, entre 
outras.
GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Comunidades de prática
• Benchmarking, melhores práticas, 
lições aprendidas
• Grupos de melhoria contínua
• Sistemas de inteligência competitiva
• Páginas Amarelas
• Sistemas de gestão de documentos
• Aportes externos ( consultoria, 
fornecedores, clientes, aquisições etc.)
• Coaching e mentoring
• Fóruns eletrônicos de discussão
PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Grupos de pessoas que 
dividem um interesse comum 
e por meio da interação 
regular desenvolvem 
maneiras de se fazer e 
aprender mais sobre esse 
interesse que as une. 
(Etienne Wenger)
• As comunidades de prática 
são formadas por pessoas que 
querem engajar-se em um 
processo de aprendizagem 
coletiva numa área do 
conhecimento humano.
COMUNIDADES DE PRÁTICA (CoP)
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• As páginas amarelas são uma base de 
dados com informação estruturada sobre 
os funcionários no sistema de intranet 
da empresa, os quais preenchem seu 
perfil profissional. 
• As páginas amarelas devem estimular a 
ligação em rede de pessoas e facilitar a 
pesquisa dos funcionários para encontrar 
e contratar outros com uma 
determinada experiência, técnica, 
competências, etc.
PÁGINAS AMARELAS
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
•Treinamentos presenciais
•Treinamentos a distância 
•Visitas a empresas
•Seminários e grupos de debate
•Programas de disseminação estratégica
•Programas de disseminação de cultura 
organizacional
•Programas de autodesenvolvimento
•Programas de formação em nível 
superior
•Programas de especialização 
profissional
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Recomendações (AMBROSIO, 2003):
- promover a formação de gestores e gestores intermediários;
- promover a formação de formadores – mentores; 
- rejeitar formas inadequadas de formação (formação por catálogo, 
modelos pedagógicos behavioristas na formação de adultos) e 
promover outros modelos como “o aprender fazendo”, a reflexão sobre 
as práticas;
- promover a avaliação constante dos modelos pedagógicos utilizados 
para a formação profissional;
- promover a relação universidade/empresa através da formação 
contínua; e
- promover a avaliação do impacto das novas tecnologias nas funções 
cognitivas.
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- A Teoria do Capital Humano afirma que um aumento na
escolarização implica diretamente melhorias na qualidade de vida
dos indivíduos, em função de um aumento de renda que decorre,
diretamente, da sua melhor qualificação para o desempenho no
mercado de trabalho. “Em outras palavras, o incremento da
produtividade – decorrente do aumento da capacitação – levaria a
que o indivíduo também se beneficiasse pelo aumento dos seus
salários.” (FRIGOTTO, 1989 apud OLIVEIRA, 2001, s/p.).
- Não podemos deixar de mencionar que tal teoria visa justificar as
contradições do sistema capitalista e, portanto, a manutenção das
relações de força e de desigualdade existentes. (OLIVEIRA, 2001).
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- A Teoria do Capital Humano estrutura-se a partir de uma leitura do
sistema capitalista que não abrange a dimensão histórica das
relações sociais, as quais são conflituosas em uma sociedade
organizada segundo tal sistema, bem como determinadas pela
apropriação desigual da riqueza.
- Sem apagar o potencial criativo e particular de cada indivíduo, há
de se ressaltar que o ser humano não é a-histórico, não vive
descolado de um conjunto maior de determinantes sociais,
históricos, políticos e econômicos.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- A fragilidade da Teoria do Capital Humano reside não só nos campos
prático e ético, mas também no epistemológico, já que “a sua
construção se desenvolve dentro de um referencial analítico que não
apreende o ser humano e sua história na complexidade de tramas e
das relações nas quais ele está inserido.” (OLIVEIRA, 2001, s/p.).
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Capital Intelectual
Organização
• Estrutura Interna
• Sistemas Administrativos
• Conceitos
• Valores organizacionais• Cultura, missão e visão
• Patentes
• Sistemas computacionais
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Pessoas
Competências individuais 
• Habilidades das pessoas em agir em várias situações
• Educação
• Experiências pessoais
• Valores e habilidades sociais
• Envolvimento das pessoas
• Conhecimento
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Clientes
Estrutura externa 
• Relações com clientes
• Relações com fornecedores
• Marcas 
• Reputação
• Imagem
- Fonte: SVEIBY, 1998 apud CHIAVENATO, 2000, p. 65
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Mais do que se constituir em uma retomada da Teoria do Capital
Humano, o movimento de educação corporativa e gestão do
conhecimento associa-se à Teoria do Capital Intelectual por refletir
outro momento do processo de acumulação capitalista.
- No âmbito da Teoria do Capital Humano temos a hegemonia do
capital onde o Estado de Bem Estar Social cumpria o papel mais
relevante na execução das políticas sociais.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Já a associação entre educação corporativa e gestão do
conhecimento à emergente Teoria do Capital Intelectual denota um
movimento neoliberal, no contexto do Estado Mínimo, de buscar atuar
no planejamento e implementação de políticas de formação
profissional. Muito embora este movimento não prescinda dos recursos
do Estado para tal. (SANTOS, 2004 ; CRUZ, 2010)
- O capital, na ótica neoliberal, rejeita o Estado na gestão das
políticas educacionais, mas não o seu financiamento, seja este
realizado por meio da transferência de recursos públicos ao “mercado
educador” ou por meio do retorno fiscal dos “investimentos” aplicados
em educação.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- A Teoria do Capital Humano tem como ponto central a alocação da 
atividade educacional como componente da produção, que deve 
merecer, por isso, atenção especial dos planejadores de políticas 
educacionais, traduzida em intencionalidade, análise rigorosa das 
taxas de retorno e investigação da produtividade alcançada com os 
investimentos [em educação]. 
- Naquele momento, em que vigorava o modelo de Estado de Bem-
Estar, o capital atribuía ao poder público o papel de protagonista das 
ações educativas formais. 
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Já na Teoria do Capital Intelectual, difundida no contexto do 
chamado Estado mínimo neoliberal, o capital assume para si a função 
de dirigente de projetos educacionais formais e não-formais, 
materializados em programas de educação corporativa, “adoção” de 
escolas etc. 
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Santos (2004) chama a atenção para o fato de que o empresariado 
busca assumir a direção de projetos educacionais, justificando seu 
movimento apoiado na mudança de base técnica do modelo fordista 
para o da especialização flexível. 
- Neste modelo emerge a necessidade de um novo trabalhador, com 
um novo perfil de competências, que deve ser formado de acordo 
com o “ethos” da empresa. 
- Trata-se agora da “educação sob medida” seguindo os princípios do 
contexto organizacional, da cidadania corporativa e das 
competências básicas, entre outros. (MEISTER, 1999)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Como resposta à crise capitalista que se inicia nos anos 1970, no
plano internacional, e as mudanças que ocorrem na sociedade
como consequência, várias estratégias vêm sendo adotadas pelo
empresariado, ao longo dos anos, no sentido de alinhar economia e
educação em prol dos objetivos da produtividade. Entre estas está
a educação corporativa. (CRUZ, 2010, p. 338)
- A Teoria do Capital Humano e A Teoria do Capital Intelectual são
apresentadas em textos da literatura para não só afirmar a
centralidade do papel da educação como também para ressaltar a
importância do capital em planejar e implementar políticas
educacionais sob sua égide.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• O novo modelo de produção exige um “novo trabalhador”, mais
comprometido afetivamente com a organização e com a
produtividade, em uma empresa, “mais humanizada” do que
aquela no fordismo.
• Santos (2004) ressalta que, no entanto, não se indaga quem será
beneficiado com tanta competitividade, nem como será
distribuído socialmente o resultado de toda a produtividade
almejada.
• “A campanha pelo engajamento e pela adesão ética do
trabalhador aos interesses da empresa é justificada pelo
determinismo tecnológico.”
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• O discurso hegemônico aponta que novas bases técnicas de
produção exigem um novo perfil profissional, assim como um novo
modelo de educação, o qual deve ser implementado pelo “agente
supostamente mais qualificado para esta tarefa, por ser o seu
principal beneficiário: a empresa” (SANTOS, 2004, p. 3).
• Embora saibamos da subordinação da educação profissional ao
mercado, atendendo aos interesses do capital, cumpre-nos
questionar sobre a pertinência desta relação:
• Em que medida a demanda do bloco histórico dominante pela
ampliação da educação e a sede de controle sobre o processo
de formação decorrem das exigências técnicas?
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA CENTRALIDADE DA 
EDUCAÇÃO NO ATUAL MODELO ECONÔMICO DOMINANTE
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A propagação das vantagens do novo modelo de produção recorre
a dicotomias e polaridades.
• Uma dessas polaridades contrapõe o caráter meramente
operativo do trabalhador no fordismo ao que seria o caráter
cognitivo e afetivo deste no paradigma flexível.
• Segundo Gramsci (apud SANTOS, 2004), é possível problematizar
esta dicotomia, pois toda atividade humana possui um caráter
intelectual, por mais impessoal que seja o trabalho. Até mesmo
nas tarefas enfadonhas e repetitivas, o ser humano coloca-se como
sujeito, no que se refere ao estabelecimento de uma relação lógica
com sua atividade.
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA CENTRALIDADE DA 
EDUCAÇÃO NO ATUAL MODELO ECONÔMICO DOMINANTEGESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Fidalgo (1999 apud SANTOS, 2004, p. 4) aponta que o movimento
de restauração da hegemonia capitalista atua de forma ofensiva
às formas de organização da classe trabalhadora, o que se torna
necessário à intensificação da exploração.
• A relação entre qualificação e competência, mais do que
representar diferentes projetos de educação e de avaliação da
capacidade de trabalho, relativos a diferentes modelos
produtivos (fordismo e acumulação flexível), representa, para
efeito de negociação entre empregadores e empregados, um
maior nível de submissão destes, que se mantêm em permanente
situação de incertezas sobre sua própria validade ou não, sua
atualidade frente ao processo produtivo ou não, sua utilidade ou
não. [grifo do autor]
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA CENTRALIDADE DA 
EDUCAÇÃO NO ATUAL MODELO ECONÔMICO DOMINANTE
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
SÍNTESE
• Fidalgo (1999 apud SANTOS, 2004, p. 4) nos leva a concluir
que a tão propalada educação profissional para a classe
trabalhadora no paradigma flexível não se justifica exatamente
pela formação para o trabalho em suas formas mais sofisticadas,
mas pela preparação do trabalhador para o sub-emprego, para
as formas precarizadas e degradantes de trabalho, assim como
para as relações profundamente desiguais, para a acentuação da
assimetria capital-trabalho nas relações de produção.
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA CENTRALIDADE DA 
EDUCAÇÃO NO ATUAL MODELO ECONÔMICO DOMINANTE
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Santos (2004, p. 6) ressalta que na Teoria do Capital Humano a
preocupação com a depreciação da força de trabalho era
constante, daí o apelo do capital ao Estado para assumir o risco dos
investimentos na reprodução da mão de obra.
• Pois naquele momento, os contratos de trabalho garantindo
“direitos de estabilidade e assistência incorriam num duplo perigo:
arcar com os custos dos efeitos da depreciação e perder os
investimentos na reprodução da força de trabalho, realizados por
meio da formação escolar.”
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA CENTRALIDADE DA 
EDUCAÇÃO NO ATUAL MODELO ECONÔMICO DOMINANTE
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Fidalgo (1999 apud SANTOS, 2004, p. 6) indica que:
-nas atuais modalidades de trabalho não há aumento da
complexidade do trabalho individual, portanto, não há
riscos de grandes perdas de capital quando um trabalhador
tem sua capacidade produtiva depreciada. É no plano
coletivo que se localiza o aumento da complexidade, já que
no exercício da polivalência e da multifuncionalidade, todos
os trabalhadores de uma equipe, rotativamente, são capazes
de executar todas as tarefas do grupo, não havendo ninguém
‘indispensável’ à manutenção do ritmo de trabalho.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Diminuem-se os riscos de perda dos investimentos feitos no
trabalhador, logo “o capital pode, apoiado na proposição do Estado
Mínimo, assumir diretamente seus interesses no controle da
reprodução da força de trabalho, deslocando o Estado para a
condição de mero agente (des)regulador e financiador.” (FIDALGO
apud SANTOS, 2004, p.6)
• Cumpre-nos ressaltar que as práticas de Gestão do Conhecimento
expressam no mundo do trabalho o esforço do capital de
objetivação, expropriação, despersonalização e padronização
dos conhecimentos, gestos e atitudes do trabalhador. Chegando,
inclusive, à apropriação e sistematização, por meio de softwares,
do seu conhecimento tácito.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Santos (2004, p. 7) nos chama a atenção para o fato de que
“substituir um trabalhador por outro, ao contrário do senso-comum
veiculado pelo capital, não representa prejuízos ao processo
produtivo, que detém o controle global do processo.”
• O capital muda seu foco da Teoria do Capital Humano para a
Teoria do Capital Intelectual por ser possível hoje, por meio,
dentre outros fatores, das práticas de gestão do conhecimento,
apoiadas em ferramentas tecnológicas, objetivar, expropriar e
controlar o “conhecimento tácito” do trabalhador.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Outro ponto relevante a ser tratado na análise crítica sobre o
papel anunciado pelo capital para a educação no paradigma
flexível consiste em explicitar o contexto no qual esta se inscreve,
ou seja, no modelo de competências, o qual visa substituir o
modelo da qualificação. Machado (In: FIDALGO, 1996 apud SANTOS,
2004, p. 8) afirma que:
- neste ‘novo modelo da competência’ haveria uma tendência
de arrefecimento da própria noção de qualificação apoiada
na correspondência entre saber, responsabilidade, carreira
e salário, em favor de outros valores qualitativos como
colaboração, engajamento e mobilidade, fortemente
apelativos da estrutura subjetiva do ser-do-trabalho.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
A noção de qualificação do trabalho tem sido esvaziada em favor
da noção de competência.
- A primeira (...) pressupunha no contexto das relações de
trabalho e de negociação coletiva próprias à gestão e
regulação fordistas, acordos sobre parâmetros e critérios
globais e impessoais. A noção de competência individualiza a
referência, relaciona a classificação a padrões de
desempenho e a meios para o alcance dos resultados e se
apresenta independente das especificidades da divisão
técnica. Neste caso, confrontam-se os indivíduos e
performances esperadas e a negociação passa a ser
personalizada. Os trabalhadores submetem-se, então, a
testes de validação contínua da sua adequação às funções de
trabalho e às exigências de mobilidade e flexibilidade
funcionais.
ANÁLISE CRÍTICA DO MODELO DE COMPETÊNCIAS 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Faz-se necessário avançar na discussão do aparente paradoxo
“aumento das exigências do paradigma flexível por maior
escolaridade formal dos trabalhadores” versus “a implementação
do modelo de competências”.
Este último contribui para diminuir os custos da mão de obra,
destruir os acordos coletivos que padronizam a remuneração de
acordo com a qualificação e tempo de serviço ao mesmo tempo em
que “serve como justificativa para a substituição dos saberes
formais no currículo escolar, deslocando para o campo da formação
de competências o interesse pedagógico.” (SANTOS, 2004, p. 9)
ANÁLISE CRÍTICA DO MODELO DE COMPETÊNCIAS 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
O discurso dominante:
•propaga a exigência de maior escolaridade, mas diz considerar, na
avaliação da força de trabalho, as competências, não a
qualificação;
•propaga a necessidade de competências, mas novas formas de
trabalho não exigem necessariamente,nem maior qualificação,
nem maior competência;
•divulga amplamente que o novo trabalhador deverá ser capaz de
lidar com os eventos, deflagradores das competências, definidos
essencialmente por seu caráter de imprevisão e criatividade no
trato, mas investe recursos inestimáveis no controle e
padronização das ocorrências do trabalho.
ANÁLISE CRÍTICA DO MODELO DE COMPETÊNCIAS 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
O discurso dominante:
• afirma formalmente a valorização das competências, que
pertencem à esfera privada do indivíduo, mas persegue
incansavelmente formas cada vez mais elaboradas de objetivar,
expropriar e padronizar o conhecimento tácito, gerando o
paradoxo da complexificação do trabalhador coletivo e
simplificação e esvaziamento do trabalhador individual, que, ao ser
descartado, não deixa marcas pessoais, pois seu valor já foi
agregado à mercadoria e ao processo coletivo de trabalho.
(SANTOS, 2004, p. 9)
ANÁLISE CRÍTICA DO MODELO DE COMPETÊNCIAS 
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Outra possibilidade de compreendermos a centralidade da
educação no discurso do bloco hegemônico e as crescentes
iniciativas de educação corporativa, bem como o surgimento e uso
do conceito de capital intelectual, diz respeito à função
socializadora da prática pedagógica.
• Falamos da formação ética, moral, ou, em termos gramscianos,
da conformação psicofísica necessária ao ajustamento do
trabalhador às condições de trabalho; da formação do espírito
“empreendedor” frente à extinção dos direitos trabalhistas.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Nesse caso, a formação “preparará ‘corações e mentes’ para as
relações sociais precarizadas, para a legitimação dos critérios de
remuneração, que passam a ser fundamentados na docilidade e na
capacidade de adaptação.” (SANTOS, 2004, p.9)
• Santos (2004, p. 10) aponta que “a incorporação dos conceitos de
teorias psicológicas como a da Inteligência Emocional de Daniel
Goleman”, e de novas denominações para substituir o termo
“empregado” e “funcionário” expressam as iniciativas empresariais
de sedução, de desarmamento do espírito classista, de formação
da ilusão de pacto e de mútua colaboração.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• As expressões “colaboradores” e “times” parecem evocar uma
conotação “lúdica, esportiva, da competição ‘saudável’” (IDEM)
em uma organização hipermoderna.
• O termo “colaborador” ainda tende a escamotear a situação de
trabalhadores que atuam em uma mesma empresa, porém com
contratos de trabalho diferentes, como se mostra o caso dos
empregados terceirizados.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Há a valorização da “ética”, tanto no plano da formação
como no plano do exercício do trabalho, sendo esta
considerada um elemento de produtividade.
• Em tempos de pulverização da força organizativa sindical,
de negociações salariais pautadas em desequilíbrio de forças,
a ideologia dominante promove o coroamento dessa
realidade pela substituição da ética de classe pela “ética” do
individualismo e da subjetividade abstrata, o que não deixa
de ser uma ética de classe, mas a ética de sua classe.
(SANTOS, 2004, p. 10)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Síntese:
• A Teoria do Capital Humano e a Teoria do Capital intelectual
atuam como “ideologias, no sentido gramsciano de concepção de
mundo orgânica a uma classe social, que têm como função a
cimentação do bloco histórico”.
• Ambas “mostram-se adequadas às relações entre capital e Estado
em duas fases do processo de acumulação capitalista
contemporâneo: Estado de Bem-Estar-Social e Neoliberalismo”,
respectivamente. (SANTOS, 2004, p. 10)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Análise sob o ponto de vista político:
Se contássemos somente com uma análise do papel das duas
teorias do ponto de vista do determinismo tecnológico poderíamos
acabar por concluir que suas diferenças residiriam no fato de que
havia a “defesa do ensino técnico profissionalizante relativo à
época da Teoria do Capital Humano, decorrente do fordismo-
taylorismo como base técnica da produção” e a “defesa da
educação básica adequada à base técnica toyotista, onde as
tarefas realizadas sob o paradigma da microeletrônica exigiriam
um perfil mais cognitivo no trabalhador.” (SANTOS, 2004, p.15)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Para avançar na avaliação crítica do papel de ambas as teorias,
sendo a base do estudo de Santos (2004) a análise política, faz-se
necessário ressaltar as suas diferenças, situando-as no panorama
político subjacente a cada uma das abordagens.
• Na época da TCH, a relação do capital com o Estado permitia
uma aliança com o aparente protagonismo do segundo na
elaboração das políticas educacionais.
• Já a relação entre capital e Estado no Neoliberalismo ressalta a
campanha de desmoralização e desmonte do Estado social, o que,
em parte, justifica a extrema ênfase dada pelo capital e seus
representantes, os organismos internacionais, ao papel de sua
própria classe na formulação e implementação de políticas
educacionais. (SANTOS, 2004, p.15 e 16)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Outro ponto de distinção entre a TCH e a Teoria do Capital
Intelectual reside na questão da inalienabilidade (característica
de um bem que não pode ser transferido a outro proprietário) do
Capital Humano.
• Hoje com as novas bases técnicas do sistema produtivo e como as
novas tecnologias da informação e da comunicação esta questão
tende a estar minimizada.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Se antes os investimentos em educação eram perdidos
quando os trabalhadores não exerciam mais suas funções em
determinada organização, porque suas competências e,
especialmente, seus conhecimentos seguiam com ele, hoje
seus conhecimentos tendem a ser incorporados na
organização e compartilhados com os trabalhadores da
mesma equipe a partir, por exemplo, da polivalência, das
novas práticas de gestão do conhecimento e das novas
ferramentas tecnológicas.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES• Não se trata aqui de uma simples mudança de terminologia - de
capital humano para capital intelectual. Na verdade, estamos
abordando o real “avanço da classe hegemônica em seus
propósitos de objetivação, expropriação e controle do
conhecimento.”
•Novas formas de gerenciamento adotam a exploração do
conhecimento tácito e não do explícito, pois é “na apropriação do
saber tácito que reside o ‘segredo’ da formação e preservação do
capital intelectual.” (NONAKA e TAKEUCHI, 1997 apud SANTOS,
2004)
• A conclusão de Santos (2004) aponta as diferenças entre as duas
teorias, ressaltando que com o ideário da Teoria do Capital
Intelectual torna-se mais intensa a expropriação do trabalhador.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A Teoria do Capital Humano e a Teoria do Capital Intelectual são,
como faces da mesma moeda, ao mesmo tempo iguais e diferentes:
são iguais em sua lógica instrumental, nas relações de produção
fundadas no antagonismo que lhes são subjacentes e são diferentes
porque a expropriação é mais violenta, pela alienação daquilo que,
até então, era considerado inalienável: o saber.
• A mudança de humano para intelectual denuncia esse processo de
alienação: não é mais o homem, o capital, mas sua parte ‘útil’,
que pode ser expropriada.
• O uso da terminologia ‘intelectual’ denota maior objetivação do
que o uso da terminologia ‘humano’, que remete à integralidade do
ser.(SANTOS, 2004, p.16)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Em síntese, as razões para a diferença e identidade nas
relações entre capital e Estado nas duas teorias residem no
fato de que
na fase da Teoria do Capital Humano, havia a expectativa e o
apelo de que os sistemas escolares se responsabilizassem pela
formação do capital, e na era da ‘empregabilidade' neoliberal,
na Teoria do Capital Intelectual, o capital autoproclama sua
autoridade para definir, planejar e implementar políticas
educacionais. (SANTOS, 2004, p. 17)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Se é para tornar-se propriedade do trabalhador, se é
inalienável, que o capital humano seja ‘produzido’ pelo poder
público, mesmo que com a finalidade de servir ao capital; mas
se é para tornar-se propriedade da classe hegemônica, se é
passível de expropriação sem os ônus sociais dos investimentos
na longevidade, por exemplo, então que seja o capital
intelectual, objetivável, produzido sob o controle direto do
empresariado. (SANTOS, 2004, p. 17)
EDUCAÇÃO CORPORATIVA, GESTÃO DO CONHECIMENTO E 
TEORIA DO CAPITAL INTELECTUAL – UM OLHAR CRÍTICO
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Pautar as propostas de educação profissional na politecnia.
• A politecnia diz respeito ao “domínio dos fundamentos científicos
das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho
moderno” (SAVIANI, 2003, p. 140 apud FRIGOTTO, CIAVATTA, e
RAMOS, 2005, p.35).
• Esta proposta difere da formação profissional que se constitui em
um “adestramento a uma determinada habilidade sem o
conhecimento dos fundamentos dessa habilidade e, menos ainda, da
articulação dessa habilidade com o conjunto do processo produtivo”
(SAVIANI, 1997, p. 40 apud FRIGOTTO, CIAVATTA, e RAMOS, 2005,
p.35).
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Adotar o trabalho como princípio educativo.
• Significa considerar o ser humano em sua totalidade histórica e a
articulação entre trabalho manual e intelectual, presentes no
processo produtivo contemporâneo, bem como as controvertidas
implicações daí decorrentes no âmbito dos processos de formação
humana para o trabalho.
• Deve-se, portanto, preparar as pessoas para compreenderem a
realidade e nela atuarem como profissionais e, acima de tudo, como
cidadãos, a partir de uma sólida formação.
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
-Implementar a noção de itinerários formativos.
• Devemos nos afastar das propostas de educação profissional
que, baseadas nas noções de “empregabilidade” e
“competências”, se constituem em “projetos fragmentados e
aligeirados de formação profissional, associados aos princípios
de flexibilidade dos currículos e da própria formação”.
(FRIGOTTO, CIAVATTA, e RAMOS, 2005, p.38).
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
-Implementar a noção de itinerários formativos.
• A indicação para que os cursos e etapas sejam organizados com
base em itinerários formativos visa superar a “oferta
fragmentada e descontínua de formação profissional que não
redundavam em créditos para os trabalhadores, seja para fins de
exercício de uma ocupação, seja para o prosseguimento de
estudos”. (FRIGOTTO, CIAVATTA, e RAMOS, 2005, p.39).
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Desenvolver e implementar o currículo integrado de forma
coletiva
• Trata-se da elaboração e materialização de um currículo que
articule e integre os conhecimentos gerais, técnicos e tecnológicos
em uma perspectiva crítica e ampla de formação do sujeito
trabalhador. (FERREIRAe GARCIA, 2005)
• Ressalta-se a necessidade de construção coletiva desta proposta
enquanto imperativo posto pela prática social, e não somente como
comportamento desejável diante dos anseios de uma “sociedade
democrática”.
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• No “currículo integrado”, conhecimentos gerais e específicos para
o exercício profissional se integram.
• O objetivo do currículo integrado consiste na formação inicial e
continuada de trabalhadores enquanto pessoas que compreendem a
realidade e nela podem atuar como profissionais. (FERREIRA e
GARCIA, 2005)
•Trata-se do desenvolvimento da pessoa humana, incluindo a
formação ética, a autonomia intelectual, o desenvolvimento do
senso crítico, a compreensão dos fundamentos científicos-
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e
prática.
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
-Ter na omnilateralidade um princípio da educação profissional. 
•A politecnia e o trabalho como princípio educativo visam uma 
educação unitária e crítica para o trabalhador, superando as 
“polaridades: conhecimento geral e específico,técnico e político, 
humanista e técnico, teórico e prático” (FRIGOTTO, 1993, p. 13 
apud SOUZA, SANTANA, DELUIZ, 1999, p. 76). 
•Isto engloba o desenvolvimento multilateral do indivíduo, na busca 
de sua formação omnilateral. 
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
-Ter na omnilateralidade um princípio da educação profissional. 
•Trata-se de uma educação capaz de desenvolver “ao máximo as 
potencialidades dos indivíduos.” 
•Constitui “uma formação humana oposta à formação unilateral 
provocada pelo trabalho alienado, pela divisão social do trabalho”. 
PRINCÍPIOS DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
INTEGRAL, COMPROMETIDA COM OS INTERESSES DOS 
TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
- Ao capital interessa “uma formação profissional esvaziada de
sentido e voltada para o aumento da produtividade, para a
competitividade, objetivando o acúmulo e a sobrevivência do
capital.“ (MAZZAFERA, 2010, p. 21).
- Apontamos a necessidade de uma proposta de formação
profissional contra-hegemônica que materializa uma educação
transformadora, afirmando a omnilateralidade e a humanização do
trabalhador pelo trabalho como princípios. (PEREIRA; LIMA, 2009
apud MAZZAFERA, 2010, p. 21).
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A modernização da estrutura produtiva passa a exigir uma política
de recursos humanos baseada na “formação mais generalista da
força de trabalho, indicando a necessidade de um conteúdo maior e
mais amplo de educação geral.” (DELUIZ, 1995, p. 103)
• A necessidade de elevação generalizada da qualificação para a
maioria dos trabalhadores atribui nova dimensão ao treinamento,
tendendo o atendimento às necessidades imediatas a ceder lugar a
uma preocupação mais abrangente de formação geral.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• É preciso que o pedagogo perceba as contradições presentes nas
relações associadas à qualificação dos trabalhadores e contribua
para que esta possibilidade de ampliação da formação do
trabalhador se torne realidade.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• A formação geral e abrangente vem ao encontro das
necessidades dos assalariados, pois podem permitir-lhes a
transferibilidade de qualificações, abrindo-lhes possibilidades de
trabalho além da fábrica, ramos ou setor específico, em um
contexto de rotatividade de empregos e precarização de contratos
de trabalho. (DELUIZ, 1995)
• A proposta de educação profissional deve valorizar a educação
geral, bem com a integração da formação geral e específica.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Para o pedagogo torna-se importante também verificar que: se os
interesses dos trabalhadores e empresários em torno das
qualificações parecem similares, na sua essência possuem
objetivos diferenciados, e, muitas vezes, antagônicos.
• Segundo Deluiz (1995), as qualificações serão definidas e
implementadas a favor dos trabalhadores se estes perceberam seu
papel fundamental nas discussões e na tomada de decisões sobre
as aplicações da ciência e tecnologia aos processos de produção de
bens e serviços e passarem a atuar efetivamente nestas esferas.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• Kuenzer (2005) em meio ao processo de acumulação flexível
discute os processos de “exclusão includente” e “inclusão
excludente” na perspectiva dos mundos da educação e do trabalho.
• Aponta que há, por um lado, a chamada “exclusão includente”.
• O capital lança mão de estratégias para excluir o trabalhador do
mercado formal e inseri-lo na informalidade e precarização das suas
condições de trabalho.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
•A autora expõe que há uma outra lógica, por outro lado, em
direção contrária, do ponto de vista da educação, a ela
dialeticamente relacionada: a “inclusão excludente”.
•Trata-se de estratégias de inclusão dos indivíduos na educação
escolar sem que a esta inclusão correspondam os necessários
padrões de qualidade que permitam a formação de sujeitos
autônomos intelectual e eticamente.
•A “certificação vazia” expressa a inclusão dos indivíduos no
sistema escolar, mas não garante a sua inclusão no mercado de
trabalho e na participação ativa na vida da sociedade (SAVIANI,
2007).
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
• São exemplos dessas estratégias: a “substituição da escolarização
básica por cursos aligeirados de formação profissional, que
supostamente melhorarão as condições de empregabilidade” dos
indivíduos; a certificação conferida por muitos cursos supletivos sem
que haja, de modo geral, o rigor e a seriedade necessária à
formação de jovens e adultos; e ainda a “formação superior
aligeirada em instituições superiores de idoneidade discutível”.
(KUENZER, 2005, s/p.).
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
•No interior das organizações a formação dos trabalhadores
flexíveis demanda profissionais generalistas não mais preparados
para especialidades, mas capazes de desempenhar várias tarefas
a partir de uma formação básica e multidisciplinar.
•Estudos tem mostrado mais “a banalização da formação teórica
através de propostas pedagógicas não gerais, mas genéricas e
superficiais, que não atendem às demandas de formação teórico-
prática já explicitadas, do que a ampliação da qualidade da
formação” dos trabalhadores.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOSTRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Cabe, então, ao pedagogo ser capaz de realizar uma leitura
crítica de mundo, em especial, do que ocorre na organização
onde atua, desvendando propostas de educação profissional que
no discurso parecem atender aos interesses dos trabalhadores,
mas que na prática fortalecem os objetivos do capital.
Torna-se importante perceber que o trabalho pedagógico, escolar
e não escolar, ocorre nas e através das relações sociais e
produtivas, não estando, portanto, imune às determinações do
capitalismo.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Enquanto não for historicamente superada a divisão entre capital
e trabalho, “não há possibilidade de existência de práticas
pedagógicas autônomas, mas apenas contraditórias, cuja direção
depende das opções políticas das instituições e dos profissionais
da educação no processo” de
construção/implementação/avaliação do projeto político-
pedagógico para a formação profissional dos trabalhadores.
(KUENZER, 2005, s/p.).
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Este projeto expressará, na verdade, “os consensos e práticas
possíveis em um espaço escolar ou não escolar atravessado por
relações de poder, concepções teóricas, ideológicas e políticas
também contraditórias, para não falar dos diferentes
percursos de formação profissional” (KUENZER, 2005, s/p.).
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
Nos espaços educativos capitalistas, a superação destes limites só é
possível através da categoria contradição, que permite compreender
que “o capitalismo é atravessado por positividades e negatividades,
avanços e retrocessos, que ao mesmo tempo evitam e aceleram a
sua superação” (KUENZER, 2005, s/p.).
É a partir desta compreensão que se deve analisar as possibilidades
históricas de construção de uma proposta de educação profissional
politécnica, expressa por um processo de formação integral, crítico
e omnilateral.
OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO DIANTE DOS LIMITES 
E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROMETIDAS COM OS 
INTERESSES DOS TRABALHADORES
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, C. (Org.). Gestão contemporânea de pessoas - novas
práticas, conceitos tradicionais. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Edição Compacta. 6ª ed. São
PAulo: Atlas, 2000
CRUZ, D. Educação corporativa: A proposta empresarial no discurso e
na prática. Educ. rev. [online], vol.26, n.2, p. 317-357, 2010.
Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
46982010000200016
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DELUIZ, N. Formação do Trabalhador: produtividade & cidadania. Rio
de Janeiro: Shape Editora, 1995.
FERREIRA, E. B. e GARCIA, S. R. de O. O ensino médio integrado à
educação profissional: um projeto em construção nos estados do
Espírito Santo e do Paraná In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. e RAMOS,
M. (Orgs.) Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. São
Paulo: Cortez, 2005, p. 148 – 173
FISCHER, A. L. e AMORIM, W. A. C.. Gestão do conhecimento e
educação corporativa: integração, complementaridade e
sobreposições. In: Educação Corporativa: fundamentos, evolução e
implementação de projetos. São Paulo: Atlas, 2012, p. 199 - 219
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRIGOTTO, G. CIAVATTA, M. RAMOS, M. A GÊNESE DO DECRETO N. 
5.154/2004 um debate no contexto controverso da democracia 
restrita. In: Trabalho necessário. Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, 2005, p. 1 
– 26. (Disponível em: 
http://forumeja.org.br/pf/sites/forumeja.org.br.pf/files/CIAVATTAFRI
GOTTORAMOS.pdf Acesso em 3/3/1013)
KUENZER, A. Pedagogia do trabalho na acumulação flexível, entrevista 
com Neise Deluiz. Boletim técnico do SENAC. Rio de Janeiro: SENAC, 
v. 31, nº 1, 2005. Disponível em: 
http://www.senac.br/BTS/311/boltec311c.htmAcesso em 23/3/2013
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAZZAFERA, L. M. O Curso de Habilitação Profissional de Técnico em
Saúde Bucal no âmbito do SUS/BA: um estudo sobre sua
avaliabilidade. (Dissertação de Mestrado Profissional) Salvador:
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Saúde Coletiva, Programa
de Pós-graduação em Saúde Coletiva, 2010
MEISTER, J. C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual
através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books,
1999.
NONAKA, I. A Empresa criadora de Conhecimento. In: STARKEY, K. 
Como as organizações aprendem: relatos de sucesso das grandes 
empresas. São Paulo: Futura, 1997, p. 27 – 43
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, R. A Teoria do Capital Humano e a Educação Profissional 
Brasileira. In: Boletim Técnico do SENAC. Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, 
jan./abril, 2001, p. 27-37 Disponível em 
http://www.senac.br/BTS/271/boltec271c.htmAcesso em 10/03/2013
SAMPAIO, I. M. e SOUZA, L. M. A Formação do Trabalhador em Debate: 
repensando a questão da qualificação profissional. In: VI Seminário do 
Trabalho – Trabalho, Economia e Educação, maio/2008, UNESP, 
Marília, p. 1 – 13. Disponível em 
http://www.estudosdotrabalho.org/anais6seminariodotrabalho/InayaM
ariaSampaioELucieneMariaSouza.pdf
GESTÃO DO CONHECIMENTO. OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. – AULA 10
PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO ESCOLARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, A. de F. T. dos. Teoria do Capital Intelectual e Teoria do 
Capital Humano: Estado, Capital e Trabalho na política educacional em 
dois momentos do processo de acumulação. In: REUNIÃO ANUAL DA 
ANPED, 27, 2004. Caxambu. Trabalhos Apresentados. Rio de Janeiro: 
ANPED, 2004. Disponível em:
http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt09/t095.pdf
Acesso em 18/12/2012
SOUZA, D. B. de, SANTANA, M. A.; DELUIZ, N.. Trabalho e Educação: 
Centrais Sindicais e Reestruturação Produtiva no Brasil. Rio de 
Janeiro: Quartet, 1999.

Outros materiais