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Interprete o título da obra á partir da proposta jurídica de Kelsen para a estrutura da ordem jurídica internacional no pós II guerra mundial

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Interprete o título da obra á partir da proposta jurídica de Kelsen para a estrutura da ordem jurídica internacional no pós II guerra mundial, para tanto descreva o problema enfrentado por Kelsen, a diferença entre conflito jurídico, político e econômico, a proposta de Kelsen e o papel atribuído por Kelsen para o DIP. Aponte ainda de que maneira esta proposta pode ser compreendida dentro do quadro de modelos de dip.
- Problema enfrentado por Kelsen: Logo no prefácio podemos identificar a comparação que Kelsen faz entre o sacrifício de crianças feito pelos Incas, considerada uma antiga civilização pouco avançada com a civilização cristã atual, que considerada muito mais avançada comete as atrocidades da guerra, e, ao invés de religião, baseiam-se em um nacionalismo insensato.
Kelsen diz que a principal tarefa política é garantir a paz mundial, e ainda que se tenha feito ações por parte dos estadistas, Kelsen considera esses feitos insuficientes, como a Liga das Nações, porém desejar um único Estado Mundial é demais. As propostas não devem partir daquilo que é real, e nem do impossível atualmente, mas partir daquilo que é possível.
– Segundo Kelsen, “A paz é um estado caracterizado pela ausência de força”, porém, em um Estado organizado, é necessário o uso da força (centralizado no Estado) para a manutenção da paz, utilizada como sanção àquele violador da ordem. A eficiência do Estado em manter a paz interna é oriundo da centralização do uso da força. Segundo o jurista “ O Estado moderno é o tipo mais perfeito de ordem social que instaura o monopólio comunitário da força... a paz nacional é alcançada no mais alto grau possível”.
De principio, quando se trata de paz internacional, Kelsen fala que para garantir a paz mundial é necessário acabar com a guerra, e a resposta mais óbvia é a união dos Estados individuais (ou o máximo deles) em um único Estado, com poder de uso da força centralizado em um governo mundial, e assim garantir a paz, porém esta ideia seria impossível de concretizar-se diante de diversas dificuldades. 
Historicamente, internamente, para existir a centralização, ocorreram guerras entre civilizações, onde a civilização vencedora subjugava as outras para impor-lhes as suas regras, o uso da força e, em consequência, a paz. Internacionalmente, um Estado mais potente subjugaria ou outros Estados por meio de força para impor a paz, o que é improvável e talvez ineficaz. Kelsen propõe, então, a “paz internacional por meio de direito internacional” criando uma organização garantidora da paz por meio de um tratado internacional, o qual sejam vinculados a maior parte de Estados possível, que vejam a vantagem da colaboração à fim de garantir a paz.
– A luz da época em que a obra foi escrita, Kelsen não enxergava a possibilidade da criação de um Estado Mundial formado por Estado com tamanhos e culturas tão diferentes, separados por dois oceanos e, nos dias atuais, essa dificuldade permanece; assim como permanece a dificuldade de se montar um parlamento, e a resistência dos Estados em abrir mão de sua soberania e independência, além do direito a autodeterminação. Kelzen diz que a ideia de um Estado Federativo Mundial poderia ser concretizada “depois de um longo e lento desenvolvimento que equalize as diferenças culturais entre as nações do mundo...”. Passados setenta anos da publicação da obra, as diferenças ainda são, e serão por muito tempo, intensas. Basta-se ver os noticiários diários sobre o Estado Islâmico, ou o Talibã, ou mesmo Coréia do Norte. Isso acentua ainda mais a ideia de buscar a solução para a paz no direito internacional.
– Kelsen fala sobre a dificuldade de solucionar conflitos entre estados devido a falta de uma autoridade imparcial e competente que pudesse julgar, decidir qual sanção e aplicar a sanção no Estado condenado; cada Estado decidindo se o outro o violou, e aplicando o direito. Segundo Kelsen , a análise objetiva e imparcial... é o estágio mais importante, essencial, de qualquer processo jurídico. Uma vez que não possível retirar dos Estados interessados a prerrogativa de responder á questão de direito e transferi-la de uma vez por todas a uma autoridade imparcial , a saber, um tribunal internacional, está absolutamente excluído qualquer progresso no caminho da pacificação do mundo”. 
Isto posto, o autor defende que se cire de um Tribunal Internacional, onde anuam todos os Estados, vencidos e vencedores, que se submetam as decisões do tribunal, isto logo após o término da guerra, que acontecia.
– Sobre os problemas econômicos mundiais, Kelsen defende que eles são originários na possibilidade de guerra, e não o contrário, sendo que um governo teme a guerra pois terá desvantagens econômicas com ela e o outro espera a guerra pelo motivo contrário. Quando as vantagens ou desvantagens oriundas da guerra acabarem, diminuem também os problemas econômicos e aumentam as possibilidades de reforma econômica. Segundo o jurista “a situação insatisfatória da economia mundial é a conseqüência da guerra”.
O autor citou em sua obra uma frase de A.C Pigou: “o medo da guerra é uma das principais causas, por sua influência tanto diretamente quanto indiretamente sobre a política”. Kelsen também cita Robbins em sua obra, que, entre outras ideias, defende que a “anarquia política internacional é a origem do mal de nossa civilização”.
Kelsen menciona o Pato Kellogg-Briand, o qual proibia todo e qualquer tipo de guerra, porém sem substitui-la por qualquer outra sanção, fazendo com que os Estados mais inclinados a violar o direito de outros Estados fossem favorecidos, além disto obrigava os Estados a procurarem solução pacífica para os conflitos mas não obrigava-os a apresentar seus conflitos a um Tribunal Internacional, mostrando a insuficiência deste pacto e defendendo novamente a criação de um Tribunal Internacional.
– Para que este tribunal funcione, Kelsen propõe que exista também exista um poder executivo centralizado, uma força policial independente que possa executar as decisões do tribunal, vinculada a limitação de armamento dos Estados-Membros, e esta ideia esbara novamente da restrição da soberania dos Estados, sendo considerado por ele o mais difícil dos problemas da organização mundial, sendo um dos últimos passos que deveria ser tomado após o Tribunal Internacional criado ter ganhado a confiança dos governos. Se a centralização de execução não for criada, as decisões do Tribunal serão executadas por outros Estados através de suas próprias forças armadas (assim como é feito atualmente).
A evolução do Direito tem sido baseada na centralização,sendo a execução do poder executivo o último estágio, substituindo a autotutela, sendo que nas relações internacionais se desenvolveria da mesma forma. Kelsen soluciona a objeção “não é possível jurisdição internacional sem legislativo internacional...”, sendo baseado principalmente em costumes e acordos.
– Em relação ao Tribunal Internacional, nele seriam apreciados somente os conflitos jurídicos, sendo que os conflitos de natureza política não são passíveis de apreciação judicial, por isso a importância da distinção dos conflitos. Segundo Kelsen, a maioria dos conflitos entre Estados tem natureza econômica ou política e isso não exclui trata-los de maneira jurídica. Um conflito não resolvido pode gerar a tentação de resolve-lo por meio de guerra. E não adianta proibir a guerra sem um procedimento para a situação pacífica obrigatória.
– Kelsen também apresenta a proposta de conciliação,que já era previsto no ar. 20 do Ato Geral de 1928, procedimento que deve ser feito por uma comissão, antes de levar o conflito ao Tribunal, sendo que este não excluiria a possibilidade de conciliação, que é limitada pelo art. 39, que fala, entre outras questões, dos assuntos que devem ser tratados pela jurisdição interna dos Estados, se repetindo no pacto da Liga das Nações. Acontece que todos os assuntos podem ser causa de conflitos internacionais, objetos de tratados internacionais e se assim o for, o direito internacional deve ser aplicado.Segundo o autor “não existe nada na natureza do caso que possa justificar isentar essa disputa da apreciação de um tribunal internacional”.
– Kelsen analisa se um Tribuna Internacional é compatível com a ideia de soberania e igualdade entre os estados. De acordo com os objetivos “restabelecimento do direito e da ordem e inauguração de um sistema de segurança geral”, através do sistema jurídico internacional os estados passam a ter deveres impostos e direitos conferidos, sendo sujeitos de direito internacional e tendo sua autoridade não mais suprema mais sim relativa. “ O Estado é soberano apenas por estar sujeito apenas ao direito internacional”, quer dizer que a autoridade de um Estado é limitada apenas pelo direito internacional. Em relação a igualdade, todos os Estados tem direitos e deveres, porém não os mesmos pois são oriundos de diversos tratados, então podemos entender que todos os estados tem a mesma capacidade para adquirir direitos e deveres; nem um Estado tem jurisdição sobre o outro; os tribunais de um Estado não podem questionar as decisões de outro Estado, etc. Segundo Kelsen, a soberania dos Estados é conseqüência destas normas, e não é incompatível com o princípio da soberania pois é a submissão ao direito que garante a coexistência dos Estados pacificamente.
– Kelsen também propõe a responsabilização individual das pessoas, representantes dos governos que recorreram a guerra ou a provocaram. Kelsen diz que a guerra só pode ser reação a um dano sofrido (bellum justum), interpreta a punição contra os criminosos de guerra como punir os indivíduos responsáveis pela guerra pelos atos cometidos por eles,e não o Estado como corpo organizado, represálias e guerras não são punições de direito penal, não atingem diretamente o indivíduo. Um Estado só pode ser punido se agir com dolo, porém por ser um ente fictício não pode agir com dolo. Os Estados agem através de indivíduos, e seus atos são imputados ao Estado. No direito penal, a sanção é individual, atingindo somente aquele que cometeu o delito. A punição do Estado atinge seus cidadãos, como se fossem responsáveis coletivamente pelos atos do Estado. 
Kelsen cita os casos de pirataria, os quais os indivíduos – piratas, e não o Estado, eram responsabilizados individualmente pelos delitos praticados.

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