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AULA 1 – 28/01/2016
Direito Civil – Direito dos Contratos
I – Apresentação do curso
1 – Aulas, bibliografias, provas.
Trabalho prático em sala de aula, valendo ponto extra. Provas testes. 
Matéria não cumulativa, exceto a sub. 
2 – Site de apoio
www.marcobortolin.com.br
I –Introdução ao Estudo do Contrato
O que é um contrato, onde ele está. Conhecer o ordenamento jurídico. 
1 – Localização 
Direito Público – Direito Privado
Direito Privado: não patrimoniais (direito ao nome, filiação) e patrimoniais (posse, propriedade, crédito). 
Direitos patrimoniais: pessoais e reais
Pessoais: quando eles vêm a nascer de vínculos de pessoas que criam direitos
Reais: quando houver uma relação jurídica entre pessoa e coisas direito das coisas. Ex: propriedade de um carro, vínculo imaterial de relação jurídica entre a pessoa e o bem, que pode ser detenção, posse ou propriedade. 
Quase sempre há vínculos pessoais – vínculos obrigacionais: relações firmadas entre pessoas que determinam outros vínculos. Ex: pai não quer esperar morrer para passar o bem aos filhos. Transmissão de bens contrato (negócio) que dá poderes aos filhos a terem propriedade sobre os bens. Vínculo jurídico pessoal que tem como conseqüência o direito real. 
Formam-se o patrimônio jurídico dos filhos que se transmitirão aos herdeiros. Os bens que tinham vínculo jurídico com o proprietário que passará aos filhos através de outro vinculo jurídico sem contrato (direito sucessório).
Fato: alguns fatos são jurídicos. Outros não, por exemplo, nascer do sol. 
Fatos jurídicos são acontecimentos tratados pelo direito que podem vir da natureza ou do homem. Ex: erosão por enxurrada que causa diminuição de uma propriedade e aumento da outra (aluvião). 
Não Jurídico: não nos interessa. 
Jurídico:
+ Ato jurídico “stricto sensu”: decorrem da força humana. 
+ Negócio jurídico: composto por vontades que celebram um negócio reconhecido pelo Direito. 
Ex: o filho não pode invadir o terreno do pai em vida, não se consegue por ato próprio. Só se juntar a vontade de filho e pai através do contrato.
O leigo acha que o contrato é uma formalidade e que o direito é formado pela lei.
2 – Evolução
Na Antiguidade: o contrato surgiu pelo homem na necessidade dele de prolongar sua vida. Reunir-se em clãs para ficar mais forte perante a um animal a um inimigo. 
- Sociedades primitivas: regra de convivência estabelecida por contrato. Com o passar o tempo, conferiu-se ao chefe do clã um poder central para a manutenção daquele grupo organizacional. 
O contrato não começou com a troca e escambo, veio muito antes disso. Há vários registros de sociedades primitivas que se dissolviam porque não tinham organização, nem poder central.
As sociedades gregas e romanas desenvolveram os contratos, porque eram expansionistas. Exemplo do filme “O Gladiador” em que ele volta para a fazenda preservada pelo direito de propriedade. 
Estes povos desenvolveram o instituto jurídico da propriedade. Na idade média os direitos deixaram de ser reconhecidos e, descumpridos pela caída do Império Romano. Os contratos perdem valor jurídico e a sociedade de desorganiza como um todo. 
- Grécia
- Roma
Idade Média
Pensamento iluminista/ Código de Napoleão: Revolução Francesa Era necessário norma e lei com valor. O Código de Napoleão resgata os valores romanos dos contratos e informa todo o direito ocidental (Portugal, Espanha e os povos colonizados por estes). 
O Código Civil de 1916 foi feito à luz do Código Civil Frances, por esta influência. 
Revolução Industrial: permitiu que os contratos gerassem desenvolvimento.
Países são desenvolvidos porque os contratos são cumpridos, antes que a Justiça tenha que fazer o sujeito cumprir o contrato.
A ação de alimentos é uma vergonha.
A sociedade desorganizada gera uma desvalorização do contrato e um aumento das ações judiciais.
O contrato é um elo com a formação da sociedade.
Ex: tomada das fábricas da Petrobrás pelo presidente da Bolívia gerou perda de confiança naquele país. 
O contrato revela o nível de desenvolvimento da sociedade.
3 – Distinções
A – Contrato: via criadora da obrigação, possibilitando a constituição do negócio jurídico, cujos efeitos são perseguidos pelos celebrantes e, admitidos pelo Direito a empregar-lhe força jurígena (juris genus).
Jurígena: criação de direitos.
Os contratos criam direitos e obrigações.
B – Obrigação: vínculo de compromisso a fazer, não fazer ou prestar/ dar algo em favor de outrem, ou gerar responsabilização patrimonial em caso de descumprimento.
C – Contrato negócio e contrato instrumento
Negócio independe de instrumentalização (papel). 
Instrumento: materializador do negócio celebrado papel com cláusulas, valores. 
Contrato como indicativo do negócio.
A palavra contrato designa ou um instrumento (material) ou um negócio (imaterial/ relação jurídica).
4 – Conceito Doutrinário
“Negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes limitadas pelo princípio da função social e boa-fé objetiva, autodisciplina os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, seguindo a autonomia de suas vontades” (Stolze Gagliano e Pamplona Fº).
Efeito buscado através do negócio reconhecido pelo direito, se estiverem presentes os requisitos previsto em lei. 
III – Princípios (Gerais e Recorrentes)
Para quê o princípio? 
Usa-se de outras fontes do direito para dar sentido aquele dispositivo legal. Critérios de interpretação normativa princípios. 
1 – Princípios Tradicionais
A – Princípio da Autonomia da Vontade: recomenda o poderio que a personalidade jurídica do celebrante tem de criar um instituto que se baste que não fique a mercê da vontade emanada do querer posterior ao negócio jurídico celebrado.
Vontade jurídica autônoma ao querer posterior, para não poder se desligar da obrigação. 
B – Princípio da Força Obrigatória (ou princípio da Força Vinculante): 
“pacta sunt servanda”: os contratos devem ser cumpridos. 
O contrato é um vínculo obrigatório que se não cumprido dá ao credor o direito de exigir a responsabilização pela obrigação. 
C – Princípio da Relatividade Subjetiva dos Efeitos
Relativos aos sujeitos do contrato. Os efeitos têm que ficar adstrito aos celebrantes A e B. Há exceções a serem estudadas.
D – Princípio do Consensualismo
Os contratos se formam de maneira consensual, rápida e simplificada, com exceções exigidas pela lei. 
Vem do antigo formalismo.
 2 – Princípios atuais (contemporâneos)
A – Princípio da Função Social do Contrato
Art. 421, CC. (não estava no CC16)
O contrato faz lei entre as partes, mas não pode violar a função social. Ex: recusa de planos de saúde a fornecer equipamentos para o coração, só porque não constava no contrato. Saúde é direito fundamental, portanto, deve promover a função e o bem-estar social. A função do contrato é compartilhar um serviço de saúde e não a geração de lucros indiscriminados. 
2 – Princípio da boa-fé objetiva (não estava no CC16)
Art. 422, CC.
Comportamento em acréscimo. Ex: você aluga a casa e a pessoa vai ver se você está com algum problema na instalação. Comportamento de assistência pós-contratual.
Comportamento lícito que deve ser exigido do contratante: assistência, fidelidade.
Não confundir com boa-fé dos contratantes (subjetiva): é o mínimo que se deve ter. Ex: não ocultar defeitos do carro. 
3 – Princípio do Equilíbrio Material
Busca a ausência de lesão enorme existente dentro do contrato (desequilíbrio). 
AULA 2 – 04/02/16
I – Pressupostos do Negócio Jurídico Contratual
O contrato é sempre bilateral. Agentes que se ajustam em torno de uma vontade negocial e buscam isso no Direito. 
1 – Enfoque inicial
Repercussão do negócio no mundo jurídico.
Contratantes que almejam efeitos jurídicos válidos (aquisição, modificação, extinção de direitos e obrigações).
2 – Pressupostos de existência (negocial): 4 que sustentam um negócio:
Agentes contratantes/ celebrantes: pode existir uma pessoa só na sua elaboração, através de procuração outorgada.Vontades exteriorizadas: é necessário que estes agentes exteriorizem esta vontade de negociar, através de escrita, da fala, do gesto. 
Objeto da contratação: objeto negocial, dar, pagar, fazer, não fazer.
Forma instrumental: não necessariamente forma escrita, que pode ser verbal.
Referência – art. 104, CC.
Ex: uma pessoa tem uma carga de substâncias proibidas e ajusta compra e venda com outro por 1 milhão. Fecharam o negócio. O comprador não paga o traficante. Isso é um contrato, é um negócio jurídico? Sim, ele existe como negócio, mas não jurídico e sim, ilícito.
3 – Pressupostos de validade (jurídica)
O Negócio existente precisa ter validade, ou seja, ser reconhecido pelo Direito como negócio capaz de criar direitos e obrigações e, vincular seus celebrantes juridicamente; normalmente qualificam os de existência, a saber:
Se o negócio for válido ele pode buscar o judiciário para compelir a outra parte contratante a cumprir a obrigação.
Qualificam os elementos e existência, não estão todos no art. 104, CC. Por quê? No tratamento especifico de cada contrato, ele tira alguns elementos, porque ele não reconhece a validade para tais contratantes.
Agentes celebrantes: 
- Capazes: para alguns contratos específicos, pessoas capazes não têm legitimação material legitimidade para o negócio. Ex: os ascendentes não podem celebrar compra e venda com seus descendentes sem a anuência dos outros descendentes e sem a outorga do cônjuge. Ele pode até celebrar a comprar e venda, mas este negócio pode ser inválido. 
- legitimados materialmente para o negócio.
Ex: juiz/ peritos e serventuários não podem arrematar bens de leilão da sua comarca.
Art. 496/497.
Vontades exteriorizadas
- livremente: em correspondência com o querer.
- de boa fé
Você oferece seu celular para alguém e esta pessoa quer comprar/ emitiu vontade livre. Mas, ele negociou mal, sem refletir, mesmo assim, o negócio está firmado. Se ele não foi enganado e houve discrepância ou qualquer tipo de desconhecimento, então há boa fé subjetiva e essa vontade é válida na ordem jurídica. 
Se a pessoa estiver sob coação moral irresistível e, sob essa circunstância ela emite a vontade. O contrato está viciado por coação vício de consentimento do negócio. 
Viciar a vontade é o mesmo que suprimi-la.
Erro: se houver comprovação que celebrou o contrato em erro, este contrato também pode ser anulado.
Objeto negocial: 
- lícito
- possível: para que se possa cumprir a obrigação. 
- Determinado ou determinável por algum critério e não ficar exclusivo da parte contratante. Ex: o objeto é sempre determinado (pagar, fazer, não fazer). Alguns campos negociais não permitem esta definição. Ex: comodities que estão sujeitas a cotação em bolsa (saca do milho, feijão). Pagar o carro em razão da tabela FIPE no futuro (determinável por algum critério). Terceiro que definirá o preço. O que não pode é fica totalmente sujeito ao primeiro contratante. 
Forma: quando a lei exige tem que ser cumprida. Ex: 108 CC: escritura pública para vender um imóvel com valor acima de 30 salários mínimos.
Ou não realizar uma forma que a lei proíba.
- Prescrita (exigida)
- Não defesa (não proibida)
** Pela lei
Se estes pressupostos de existência e de validade estiverem presentes, o ordenamento jurídico protege a existência e validade do contrato para que possa ser cumprido e gera efeitos.
4) Elementos de eficácia (negocial e jurídica)
Eficaciais
Os elementos de existência e validade são necessários para o contrato ser válido. Há elementos de eficácia que alteram a geração do efeito que as partes podem lançar mão.
- São acidentais para o negócio jurídico contratual (não obrigatórios).
Exemplo da criança que celebra um contrato de locação. É válido? Não Quem celebra são os pais ou responsável legal autorizado por alvará judicial. 
Art. 166, I, CC.: É nulo o contrato celebrado por absolutamente incapaz.
A criança tem capacidade de direito, mas não de exercício. 
4.1. Condição: subordina a geração de efeitos a um fato futuro e incerto.
a) Suspensivo: inicia o efeito
b) Resolutivo: cessa o efeito
4.2. Termo: subordina a geração de efeitos a um fato temporal futuro e certo.
a) termo inicial que impeça a geração automática dos efeitos.
b) termo final: faz cessá-los. 
4.3. Encargo ou modo: ônus ou restrição imposta, é uma liberalidade para que se faça, não faça ou dê alguma coisa. Ex: doação de um carro a uma pessoa, mas o encargo é que ele não passeie com ele, só trabalhe. Ou eu faço uma doação de um sítio para que nele se construa uma capela. 
** Não confundir com contraprestação!
II) Classificação dos Contratos (muito importante) – CAI NA PROVA
1 – Noção geral/ importância do tema/ linha adotada
- Divisão
Em 2 grupos de critérios (Stolze e Pamplona)
Contratos em sua essência: o que ele é; a partir dele mesmo.
Contratos em relação a outros contratos: relação de um contrato com outro contrato.
2. 1º Grupo/ 1º Critério: natureza da carga obrigacional
Contrato encerra cargas obrigacionais. Que obrigação eu tenho? O brasileiro só pensa no direito e não na obrigação.
2.1. Divisão da carga obrigacional nos pólos do contrato.
a) unilaterais: se a carga estiver atribuída a um dos pólos somente. Ex: doação pura. Quem doa tem carga obrigacional (doador), o donatário não.
b) Bilaterais: cargas obrigacionais aos dois pólos da contratação: compra e venda.
c) Plurilateriais: poucos mais de dois pólos. Ex: constituição de sociedade. Carga obrigacional dividida. 
Ex: Celso doa um imóvel para 4 pessoas? Unilateral.
2.2. Reconhecimento de reflexos patrimoniais negativos, não está atrelado à noção de lucro. Pode ser um deixar de ganhar. Ex: incapaz locou as quitinetes. Qual a carga obrigacional da criança? Ceder os imóveis aos locadores. 
a) gratuitos (ou benéficos): se sair só de um. Ex: contrato de doação.
b) Onerosos: se houver saída patrimonial dos dois pólos.
2.3. Certeza concreta e correlação exata das obrigações:
a) Comutativos: só se assume a carga obrigacional de um em função do outro. Ex: compra e venda.
A prestação nasce da contraprestação. 
Ex: venda da bicicleta. Contrato bilateral, oneroso e comutativo. 
b) Aleatórios: assume a prestação sem a certeza da contraprestação. Ex: apostar na Mega Sena. Contrato bilateral, oneroso, aleatório (não se sabe se vai ganhar). Ex: seguros.
2.4. Real elaboração da carga obrigacional.
a) Paritários: as partes elaboraram de comum acordo, elaboram a carga obrigacional. O tratamento jurídico na lei é bem rígido. Ex: venda da bicicleta. 
b) Adesivos ou de adesão: contratos pré-estabelecidos no formulário que a pessoa só vai anuir. Ex: contratos bancários. 
AULA 3
Dica: estar situado dentro do ordenamento jurídico. O contrato é o maior exemplo de negócio jurídico. 
Qual a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico?
Qual a diferença entre ato jurídico e ato ilícito?
Pressupostos do negócio jurídico: Escada Pontiana Pontes de Miranda
Analisa o negócio jurídico a partir da modificação que ele provoca na esfera jurídica, na esfera do direito das partes celebrantes e, isto é diferente do ato ilícito, do ato jurídico, do ato jurídico em sentido estrito.
Só o negócio jurídico é composto de vontades antagônicas não coincidentes que almejam reflexos jurídicos diferentes, que se complementam. Quando eles se juntam, buscam o efeito jurídico que cria, extingue ou modificam direitos e obrigações na ordem pessoal dos contratantes.
Pressupostos de construção dos negócios jurídicos, não do ato jurídico, nem dos atos que derivam da lei, são direitos construídos a partir de vontades antagônicas. Ex: comprar e vender.
Cumprimento de cargas obrigacionais exaurimento.
Pressupostos de existência
Agentes, partes, contratantes (2 ou mais pessoas com vontades emanadas).
Vontades.
Forma escrita ou verbal.
Objeto de contratação: fazer, não fazer, pagar.
Diferença entre doação (negócio jurídico) e testamento (ato jurídico). 
Pressupostos de validade
Contratantes capazes(de direito e de exercício).
Vontades livres, sem coação e de boa fé, não contaminadas por erro ou por dolo. 
Objeto lícito, possível, determinado (certo) ou possível de ser determinável (cotação, tabela).
Forma exigida pela lei ou não proibida por ela em alguns casos.
Negócio jurídico que existe e vale juridicamente. A mora e o inadimplemento são desdobramentos negativos do exaurimento da obrigação, mas é fator de repercussão jurídica, porque a partir dela se busca o direito da execução, caso o exaurimento não seja voluntário.
Desdobramento positivo: exaurimento das cargas obrigacionais voluntariamente.
Se estiverem presentes os pressupostos de existência e validade, temos a eficácia jurídica. Essa eficácia pode ser alterada, suspendida.
Elementos da eficácia: termo inicial/ final, modo, encargo. 
Critérios de classificação
Dependendo de como o contrato é visto pelo ordenamento jurídico, ele recebe um tratamento diferente.
Unilateral gratuito é diferente de bilateral e oneroso.
Todos os autores reúnem os critérios de divisão dos contratos.
Primeiro grupo: contratos a partir de sua essência.
Segundo grupo: eventuais relações jurídicas com outros contratos. 
1º Grupo: a partir de sua essência (isoladamente)
8 critérios: em cada critério vários prismas de análise. 
Em cada critério, 4 primas diferentes.
1º critério – Carga obrigacional: 
Prisma 1: como que as cargas obrigacionais se dividem nos contratos. Como se dividem entre os pólos da contratação. Numa doação a carga obrigacional de dar, fazer pertence ao doador. O donatário numa doação pura não tem carga obrigacional, pois só recebe contrato unilateral.
Pode ser que as obrigações sejam assumidas nos dois pólos da contratação (a maioria dos contratos) --: bilaterais. A carga obrigacional de um é correlata ao outro. 
Excepcionalmente nos contratos de constituição de sociedade, se houver mais de dois sócios aí todos assumiram as mesmas cargas obrigacionais plurilaterais, ramo do direito empresarial.
No direito civil: unilaterais e bilaterais.
Ex: Pai morreu e deixou um sítio para 4 filhos. O 4 filhos vendem o sítio para um casal. São 6 pessoas, mas o contrato é bilateral. Só há dois pólos de contratação, embora haja vários contratantes, mas há apenas dois pólos com relação de propriedade. 	
Prisma 2: como que se dividem os reflexos patrimoniais negativos nos pólos da contratação saídas patrimoniais.
Não pense em lucro. Se eu comprar um relógio de 100 reais por 2 reais eu tive um lucro de 98 reais, porém eu tive a saída patrimonial de 2 reais!
E para o vendedor teve saída patrimonial de 100 reais. 
Quando há saídas patrimoniais nos dois lados, independentemente da valoração destas, temos o contrato oneroso. 	
E quando não há saída patrimonial para os dois lados, só há para um dos pólos, temos o contrato gratuito ou benéfico. 
É correto dizer que toda vez que se tem saída patrimonial tem obrigação? Quase sempre. 
A obrigação gera saída patrimonial. 
Portanto, os contratos unilaterais normalmente são gratuitos e os bilaterais onerosos.
Há campos negociais em que as obrigações nascem uma em razão das outras. Isso se dá por uma verificação concreta. O campo negocial é comutativo. 
Verificação concreta da carga obrigacional prevista, fator de criação da carga obrigacional, os contratos se dividem em: 
Comutativos: bilaterais e onerosos. Porque a obrigação que eu assumo se dá em razão da obrigação do outro. Correspondência e equilíbrio das cargas obrigacionais (sinalagma contratos sinalagmáticos. 
Aleatórios: contratar seguro auto. Por dois anos você pagou e não houve sinistro. A carga obrigacional da seguradora está atrelada a um evento incerto. 
Ex: para alguns carros e para determinados lugares, as seguradoras não fazem seguro, ou ela aumenta o valor do seguro. Por quê? Porque o campo da aleatoriedade vai sumindo e é quando certo que a seguradora terá que pagar pela indenização. 
Se você contrata um seguro com doença terminal, a seguradora pode cancelar, porque você quebrou a aleatoriedade, o fator de risco. 
Outros exemplos: jogo e aposta.
Contratos de adesão
Quando a elaboração das cláusulas contratuais é feita por uma das partes, este contrato é chamado de contrato de contrato de adesão. 
Contratos paritários
Houve paridade entre partes na elaboração das cláusulas contratuais. 
2º Critério do 1º grupo
Critério que analisa a disciplina geral, onde o contrato se situa. 
Em razão das pessoas dos contratantes: contratos de direito privado, norteados pelo direito civil.
Antes, tínhamos os contratos civis (de pessoas) e os contratos entre sociedades (contratos comerciais). 
Ambos os contratos são do direito privado (formado por particulares). 
3º Critério: 
Divisão em razão da forma.
2 prismas de análise:
Pela validade do contrato: quando a forma é exigida pela lei e quando a forma não é exigida pela lei. 
Quando a lei exigir forma de validade: formal ou solene.
Ou então, não formal e não solene.
Ex: art. 108, CC (ver).: para compra e venda de imóvel, exige-se escritura pública. Mas, se o terreno valer menos de 30 salários mínimos, a lei não exige forma.
Não se pode infirmar que a compra e venda de imóvel é solene. 
 Ou a lei exige uma forma, ou a lei não exige (ex: comprar um carro de 300 mil reais, por contrato particular). 
Portanto, a forma dos contratos varia de acordo a natureza da coisa (móvel ou imóvel) e o seu valor. 
Venosa: a solenidade escritura pública é da essência do negócio (forma ad solemnitaten da solenidade do ato, sem a qual não se tem validade jurídica). 
Existem contratos não solenes que continuam sendo formal, aí a solenidade não é da essência é da prova. Art. 227, CC: negócios não solenes que tem como piso de valor 10 salários mínimos, para serem provados em juízo precisam de um indício de prova escrita (ATENÇÃO! CAIU COM O NOVO CPC).
O contrato formal pode ser solene ou não solene. Há algumas formas que são da prova ad probationem tantum.
	
Contratos que não exigem forma nem na essência e nem na prova contratos não formais ou de forma livre VENOSA. 
Em razão do perfazimento do contrato 
Alguns contratos exigem a entrega do bem para começar valer, outros não. A maior parte dos contratos no direito brasileiro não exige a entrega do bem. São contratos consensuais porque eles se formam pelo sollo consensu apenas pelo consenso.
Alguns contratos para geração de eficácia exigem que a coisa seja transmitida são os chamados contratos reais. 
Exemplos: você compra uma coisa móvel hoje que lhe vai ser entregue daqui a 5 dias e você vai pagar em 10 dias. No outro dia você desiste da compra. É válido isso? 
Se o vendedor amanhã desfizer o contrato que já está em vigor, tudo bem. Se ele bater o pé, o contrato vige, porque este tipo de contrato de bem móveis para ter validade, basta o consentimento entre as partes. 
Mas, nos contratos de comodatos, é exigível a entrega do bem. Enquanto a pessoa não entrar no imóvel o contrato não está gerando efeitos.
Segurança jurídica: preocupação para quem está na posse da coisa, então a lei transforma estes contratos em reais, o que há antes é apenas um pré-contrato. 
4º Critério – 1º grupo
Em razão da designação e da disciplina legal específica
São critérios totalmente diferentes, mas estão juntos porque são bem próximos. 
Disciplina legal específica: é tratamento dado pela lei. Se CC trata de regras (compra e venda; doação), temos um contrato classificado como típico. São contratos com tratamento jurídico. 
Há contratos que não tem tratamento jurídico na lei, mas estão presentes os pressupostos de existência e validade contratos atípicos.
Os contratos típicos têm designação, nome jurídico contratos nominados.
Os contratos típicos são sempre nominados. 
O contrato misto sem nome jurídico conhecido todos esses contratos.
No âmbito civil as pessoas celebram negócios jurídicos e depois a lei regulamenta diferente do âmbito penal. São atípicos (sem nome jurídico) transformados em típicos. 
Osnominados às vezes são atípicos, porém nominados e o Direito transformou em típico. Ex: leasing.
O contrato de hospedagem não é regulamentado pelo CC, tem nome é nominado e atípico.
5º Critério – 1º grupo
Em razão dos contratantes
2 prismas de análise:
Pessoa do contratante:
Alcance do negócio
Atribuição do negócio à pessoa do contratante 
Ex: 4 herdeiros vendem um sítio para um casal. São 6 pessoas num contrato bilateral. Não é um contrato coletivo, porque os direitos são individualizados. Eram 4 pessoas com 25% do imóvel cada uma que passou para duas pessoas com 50% do imóvel cada. 
Você tem vários contratantes com direitos individualizados.
O contrato coletivo é aquele que regula o direito de uma classe ou categoria.
Quando os direitos são individualizados este contrato é chamado individual.
Portanto, os contratos podem ser individuais ou coletivos.
Quando uma obrigação se dá em razão da pessoa do contratante são chamados de contratos personalíssimos. São contratos de prestação de serviços. Ex: show de cantor famoso. 
Quando não estão vinculados à pessoa do contratante, são chamados de contratos impessoais. Ex: contrato de compra e venda. 
Você firmar contrato com a pessoa porque você conhece ou confia não torna o contrato personalíssimo.
Se o contrato for personalíssimo só o contratante poderá cumprir a obrigação. Mas quando a obrigação pode ser cumprida por outra pessoa este contrato é impessoal. 
Fator temporal
Como se classificam os contratos diante de um critério temporal. 
Como se vai cumprir a carga obrigacional no tempo:
- de forma única: instantâneo a obrigação se exauri em uma única parcela. 
Os contratos instantâneos podem ter execução imediata ou diferida no tempo. 
- de forma parcelada: contrato de trato sucessivo ou contrato de obrigação. 
Os contratos de trato sucessivo podem ter duração determinada ou indeterminada.
7º Critério
Alguns contratos estão atrelados a uma causa negocial determinante. Outros contratos não. Esta causa negocial determinante tem que estar no contrato, porque quando esta causa negocial deixa de existir o contrato deixa de existir. 
Causal: quando tem causa negocial determinante.
Abstratos: quando não tem causa negocial determinante. A maior parte dos contratos é assim.
Causas negociais paralelas. Ex: vai ter show na arena do Corinthians. As pessoas fazem contrato de locação com Jose para vender cachorro quente naquele dia do show naquele Box específico. Se o show for cancelado, o contrato de locação do Jose é extinto. 
Quando a causa é pessoal, aí não se extingue. Por exemplo, a pessoa está empregada e compra uma moto financiada e perde o emprego. O contrato de financiamento não deixa de existir. Este contrato, portanto é abstrato.
8º Critério
2º Grupo
Critérios que avaliam relações jurídicas entre contratos. 
- Relação de dependência entre os contratos: alguns contratos dependem de outros contratos para existir no mundo jurídico. São chamados de contratos acessórios. Ex: fiança. Não existe contrato de fiança sem locação. 
O contrato principal existe sem o acessório, mas o acessório não vive sem o principal. Ex: pode fazer contrato de locação sem fiança. 
- Relação de definitividade entre os contratos: alguns contratos preparam outros contratos. São os contratos preliminares que preparam o contrato definitivo que é o principal.
O contrato vive junto com o contrato principal,
O contrato preliminar vive sozinho, sem nenhum contrato definitivo. O objeto do contrato preliminar é as partes fazerem outro contrato. Ex: jogador de futebol faz contrato até x meses. Outro time quer cativar este contrato. Mas, ele fez um pré-contrato.
O objeto do contrato preliminar não é o jogador jogar futebol. É ele fazer o contrato definitivo com o outro time (fazer contrato de prestação de serviço).
Ex: comprar imóvel na planta compromisso particular de compra e venda (pré-contrato.
Escritura: contrato definitivo.
Nas relações de dependência, os contratos nascem e morrem juntos. Na relação de definitividade um contrato nasce e o objeto dele é fazer outro e, o anterior fica exaurido.
Critério – Função econômica
Compra e venda troca de direitos
AULA 4 – 18/02/16
I – Disposições preliminares no Código Civil
1 – Dispositivos legais que positivam princípios contemporâneos.
A – Função Social do Contrato (Art. 421, CC)*.
AIDS – o que diziam os contratos de planos de saúde que não cobriam a doença? A pessoa pagava 10 anos de plano de saúde, se a pessoa ficava doente, ia para o SUS. Àquela época não se tinha previsão legal para alterar as cláusulas contratuais dos planos de saúdes, porque era o que dizia o CC/16.
Esse contrato não exercia função para a sociedade função social.
B – Boa fé objetiva (Art. 422, CC)*.
É um comportamento que mostra a assistência recíproca e parceira com o seu contratante. Ex: contrato de seguro de vida era pago e renovado pelo banco anualmente. Depois de certo tempo, a pessoa foi envelhecendo e a seguradora não quis mais renovar a apólice. Falta boa fé objetiva, se a pessoa é idosa ela não pode ser descriminada. 
Estes princípios foram importados do direito do consumidor.
Até 1990, antes do CDC: previa a total rigidez dos contratos.
A lei é soberana, mas não alterará o ato jurídico perfeito, a coisa julgada. Quando uma lei nova é criada ela incide sobre os contratos novos. 
No Brasil até a CF/88 se tinha a idéia de que a propriedade e os contratos eram absolutos, o que muda com o direito do consumidor. 
O contrato faz lei entre as partes.
Enorme importância/ problemas redacionais. Como ler estes artigos escritos erradamente.
Art. 421, CC: projeto de lei tramitando para alterar a redação dele. Ninguém tem liberdade de contratar em razão função da social, pois a vontade de contratar é ilimitada. O que é limitado pela função social é a liberdade contratual de conteúdos (UNIMED não pode criar um contrato que exclua a AIDS).
Art. 422, CC: Direito do consumidor, a probidade (espécie) é um dos fatores da boa fé objetiva (gênero). Os contratantes também têm que observar este princípio na formação do contrato e não só na conclusão e na execução. 
 2 – Contratos de adesão
O código traz duas regras de contratos de adesão.
Art. 54, CDC (lei 8.078/90): o contrato de adesão está conceituado neste artigo. O teor e a carga obrigacional são aprovados diretamente pela autoridade competente quando se trata de serviço público (telefonia, energia elétrica). No setor privado, as cláusulas são criadas apenas por uma das partes. 
Interpretação
+ Ambigüidade de cláusulas: má interpretação, porque foi mal redigida. Dupla interpretação que pode causar um litígio. 
Art. 423: se for ambígua a interpretação que prevalece é do aderente (aquele que aderiu ao contrato). 
+ Contrariedade de cláusulas: prevalecerá a mais favorável ao aderente (aquele que aceitou a adesão)
Art. 54, CDC – Lei 8.078/90.
Art. 423 e 424, CC.
Proibição de renúncia a direitos (art. 424): o contratante renuncia a direito de... (a cláusula que estabelece uma renúncia não tem validade.
Cuidado! Isso só se aplica a contratos de adesão, nos contratos paritários não. 
Contratos atípicos: são aqueles que não são tratados na legislação civil. Ex: a compra e venda tem tratamento no CC, assim como a locação e o empréstimo. 
Há liberdade de celebrar contratos atípicos (que não estão tratados na lei) ou mistos (art. 425).
Proibição de objeto: negociação de herança de pessoa viva. Vender a posição de futuro herdeiro. Por um caráter moral não se pode transferir para contrato aspectos de pessoa viva. Depois de morto, pode cessão de direitos herdados, antes mesmo de concluir o inventário (art. 426, CC).
Percebe-se que um artigo não tem relação com o outro. Estão esparsos no CC.
Contratos aleatórios e preliminares caem na prova.
II – Contratos aleatórios
1 – Localização: 1º grupo (analisa os contratos a partir de si mesmo)/ 1º critério (analise pela carga obrigacional – com 4 fatores) 
I - Divisão da carga obrigacional:unilaterais, bilaterais e plurilaterais.
II - Atribuição de reflexos patrimoniais negativos: uma obrigação se reflete na outra contratos comutativos.
III - Certeza destes reflexos: incerteza quanto à exigibilidade concreta da obrigação prevista no contrato a cargo da outra parte. Ex: mega sena cálculo atuarial (é mais fácil ganhar na loto fácil do que na mega sena). Outro exemplo é o seguro de carro, que deixa de ser segurado pelo cálculo atuarial. Quando há certeza contratos comutativos, se há incerteza contratos aleatórios. 
III - Criação da carga obrigacional
2 – Conceito: vínculos jurídicos onde a carga obrigacional está num campo de incerteza. Ex: prêmio da mega sena, seguro de veículos. A certeza é só de pagar. 
3 – Modalidades no Código Civil de contratos aleatórios: 
3.1 – Incerteza repousa sobre todo o objeto da contratação para ambas as partes ou para um só (o que ocorre normalmente, a incerteza é para um) / da verificação concreta da carga obrigacional atribuída a um ou ambos os contratantes (art. 458, CC). Normalmente a incerteza favorece uma das partes, da qual se extrai o lucro. 
Se a incerteza fosse para ambas as partes, seria um contrato atípico. 
458: obrigação do contratante, independente da obrigação do outro, porque está ligada à incerteza. 
Culpa ou dolo do outro contratante. Ex: eu faço um seguro de vida e escondo uma doença terminal. Deveria estar num campo aleatório, mas eu tenho a certeza de que vou morrer, então estou quebrando a aleatoriedade e o contrato pode ser invalidado. Objeto todo.
3.2. Incerteza quanto ao fator quantitativo do objeto da contratação/ carga obrigacional atribuída a um (ou ambos) os contratantes.
Variação de quantidade: no contrato aleatório não se consegue dimensionar qual a quantidade que se vai extrair do contrato, do que o outro vai suportar, mas independente desta variação de quantidade, a minha obrigação é certa. Ex: arrendamento de jazida mineral particular. Não se sabe quanto vai se extrair de minério, mas se tem a certeza de quanto se vai pagar pelo arrendamento. Outro exemplo: pesca em local privado. 
Se o contratante não quiser assumir o risco desta variação, estabelece-se outro tipo de contrato, que seria o comutativo, o qual se tem a certeza da carga obrigação em ambas as partes.
 art. 459, CC
Nenhuma quantidade? O que não vale é nenhuma quantidade. Nenhuma quantidade não é um risco assumido. Zero não é variação aí não existe este tipo de contrato. Se já se pagou o dinheiro é devolvido, se não pagou, também não se pagará. 
Se não houver variação de quantidade tudo bem, mas se está variação for zero a carga obrigacional de quem explora a jazida deixa de existir. 
Culpa/ dolo do outro contratante
3.3 – Incerteza quanto à manutenção da existência de um bem exposto a risco.
 Art. 460 e 461, CC.: objeto de uma compra e venda sujeita a risco e as partes assumem o risco. Haverá a diminuição do preço. Se a coisa perecer, a obrigação de pagar continua, a não ser que seja do conhecimento do vendedor. Ex: carga marítima que vem de Portugal sem seguro. Se no momento da contratação, a coisa não existe mais e a outra parte não sabe, continua a obrigação. Se o vendedor sabia que o navio tinha afundando e fez o contrato de compra e venda, este contrato não tem validade. 
Perecimento do bem em razão do risco (obrigação reflexa de pagar mantida)
Culpa/ dolo do contratante: anulação do negócio caso o perecimento já fosse do conhecimento do contratante. 
III – Contratos Preliminares
Ex: a pessoa tem um terreno e vai abrir um posto de combustíveis. Fecha com a empresa Ipiranga. Pelo contrato estabelece um preço para o fornecimento de compra e venda de combustíveis (principal) e contrato de comodato (cede o tanque, a bomba, a conveniência). Se a pessoa coloca na bomba outro combustível, a justiça lacra o posto, porque o contrato acessório foi vilipendiado. 
Ex: jogador de futebol. Celebram contrato preliminar obrigação de fazer que não é jogar bola, mas celebrar o contrato definitivo no futuro. 
1 – Localização
2 – Enfoque: encerra obrigação de fazer, qual seja a celebração do negócio principal.
3 – Conteúdo (art. 462, CC).: compromisso de compra e venda do imóvel na planta (contrato preliminar). Depois de quitado o apartamento, se faz a escritura (contrato definitivo). 
4 – Exigibilidade da obrigação: arts. 463 e 466, CC.
5 – Registro público: validade perante terceiros.
6 – Execução coativa (arts. 464 e 465, CC).
Obrigação impessoal: pode ser suprida por decisão judicial. Ex: comprar um apartamento na planta. Faço contrato preliminar, pago 25 anos e morro. Meus herdeiros herdam, pagam 5 anos e quitam. A construtora pode passar a escritura para meus filhos e se ela se negar, a sentença supre, porque a obrigação é impessoal.
Obrigação personalíssima: resolve-se em perdas e danos. Ex: você contrata com um cantor que não vem à festa cantar. 
AULA 5 – 03/03/16
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
1 – Introdução
Em regra, os contratos se formam bilateralmente, excepcionalmente plurilateralmente (empresarial).
Esse bilateralmente não tem nada a ver com o contrato bilateral. Não confundir. 
Contrato Bilateral: dois pólos da contratação com cargas obrigacionais divididas.
Até os contratos unilaterais se formam bilateralmente, depende da força da vontade dos contratantes. 
Unilateralmente não se faz contrato, se faz declaração unilateral de vontade. 
Como se forma um contrato? A lei não fala porque ela entende que não é necessário e é falado em outra parte do Código.
Fases da formação de um contrato de acordo com a Doutrina:
Negociações preliminares; proposta ou oferta; aceitação ou oblação.
2 – Negociações preliminares
Não integram o campo inicial, não geram vinculação jurídica contratual ou quem iniciou uma tratativa sem vinculação, esta pessoa não pode ser cobrada por suas sondagens.
Sondagens, tratativas que interessados fazem e que não geram vinculação contratual
Podem gerar dever de reparar no campo extracontratual
Doutrina: se no momento da sondagem uma parte induz a outra a ter despesas na futura contratação na expectativa de que haveria uma proposta teria direito à reparação (art. 186, CC). 
Ex: você vai a uma concessionária de carros e pede informações ao vendedor apenas. Prospectando um futuro negócio incerto. “Só estou dando uma olhada”. 
Ex: grande construtora ganha uma licitação no norte do país e precisar contratar uma terceirizada para contratar mão-de-obra. Inicia uma sondagem, gera custo para a empresa terceirizada que fez pesquisa de mercado e de campo e depois a construtora desiste do negócio, porque só especulou a outra parte, explorou para obter vantagem e informações privilegiadas e causou prejuízo à terceirizada. Esta empresa prejudicada poderia argüir a reparação do dano por ato ilícito previsto no artigo 186, CC. 
Isso acontece nos contratos paritários e complexos. 
Há um momento que a sondagem passa a ser início de contratação. Isso se dá quando se assume uma propositura séria. 
B) Proposta (Prolatação ou Oferta) 
A parte já está disposta a celebrar o negócio. Sai da sondagem, especulação. 
Propositura com seriedade em torno do objeto do negócio e completa, porque está pronta para ser aceita pelo outro, o contrato está celebrado e neste momento já há uma vinculação jurídica pelo proponente. 
Gera vinculação do proponente ao teor da proposta (art.427, CC). Já há uma vinculação jurídica contratual do proponente ao objeto do negócio.
O objetivo da aula é saber em qual momento o proponente pode se livrar desta vinculação. 
 Num contrato complexo, por exemplo, construção de barragem, a empresa não pode tirar “o time de campo” por pura e simplesmente não ter assinado o contrato acabado. Se, por exemplo, aparece proposta mais barata e mais favorável.
Art. 427: vinculação do proponente ao teor da proposta mesmo sem ter o contrato acabado. 
É o tempo entre a proposta e aceitação em que o proponente já está vinculado ao teor da proposta. 
O proponente fica vinculado a sua proposta,independente da resposta do outro. 
Vai existir um tempo entre a proposta e a aceitação em que o proponente já está vinculado ao teor dela.
Se gerar vinculação e o proponente “tirar o time de campo”, a outra parte pode entrar em juízo para exigir a fixação/ formalização do contrato por meio de sentença. 
Basta que a outra parte aceite, não é necessário comprovar prejuízo.
Requisitos caracterizadores:
+ Séria
+ Completa
Quando não pode recuar: por sentença dar o contrato formalizado.
Recapitulando:
Negociação preliminar não gera vinculação do contratante ao teor da proposta, porque ainda se está apenas na fase da sondagem. Porém, se houver indução de despesas de cunho doloso, pode-se exigir a reparação extracontratual.
Sai da sondagem e passa a uma propositura séria e completa, bastando que a outra parte apenas aceite há a vinculação do proponente a esta proposta. 
b.1 Exceções a essa vinculação: condições em que o proponente consegue se desvincular.
O proponente fica vinculado a sua proposta, independentemente da resposta do outro. 
Desvinculação do proponente – art. 427; 2ª parte e art. 428. 
2 naturezas:
Causas ligadas à essência da proposta (art. 427, CC): natureza da proposta.
Causas ligadas ao tempo e prazo da proposta (art. 428, CC).
Quando ele não pode recuar?
De que forma o proponente pode sair da proposta? 
7 exceções abaixo.
A1) Ressalva em seus termos: ressalva na proposta (exemplo: minuta, e-mail falando/reservando tempo que “vai pensar”). 
Ressalva na essência da proposta. Ex: cláusula de arrependimento.
A2) Matéria do negócio: negócio exige desvinculação.
A3) Características peculiares (reconhecimento judicial pela desvinculação)
Quando o negócio exige desvinculação. Ex: mercado cambial, oscilação. O juiz pode reconhecer a desvinculação da proposta. 
Isso dá segurança jurídica. 
Exemplo da sala de aula: enchente na região serrana do Rio de Janeiro estragou sua plantação de tomates e você estava vinculado a várias propostas. Isso é uma circunstância peculiar que pode fazer o juiz reconhecer a desvinculação. 
B) Tempo/ Prazo (art. 428, I a IV, CC)
As propostas podem ser feitas entre presentes (quando há fala simultânea) ou entre ausentes (mensageiro, e-mail, fax, carta). 
B1) entre presentes, sem resposta imediata. Se não houver resposta imediata, o proponente está desvinculado dela. Não quer dizer que ele não vai contratar, só não está vinculado juridicamente. 
Quando a pessoa aceita fora do prazo, aí é contraproposta, não é aceitação.
A vinculação do proponente se dá numa contratação entre presentes e a resposta é imediata. 
B2) entre ausentes, sem prazo, sem resposta em tempo razoável. Também não vincula o proponente. Campo subjetivo: tem que mostrar que a resposta se deu ou não em tempo razoável.
Quando a contratação é entre ausentes e não se coloca prazo e a resposta não vem em tempo razoável. 
B3) Entre ausentes, com prazo, sem resposta no prazo. Mas, se a proposta tinha prazo, e cumpriu o prazo com resposta, o proponente está vinculado. 
B4) retratação prévia ou simultânea considerando-se a chegada da proposta. Ex: postou uma carta proposta, mas faço chegar um telegrama de retratação antes de chega esta carta. 
Postei uma carta para um distribuidor de bananas no Acre, mas consegui mandar um telegrama antes da proposta me retratando. 
3.2 Proposta ou oferta ao público em geral (art. 429, CC).
- alinhamento ao Direito do Consumidor. Exemplo quando eu faço uma proposta em um classificado de jornal numa relação de consumo e a proposta é dirigida a qualquer pessoa, eu estou vinculado a contratar com qualquer pessoa no prazo que eu fixei, que queira contratar comigo. 
- possibilidade de retratação desde que:
a) Ressalvada na proposta;
b) Ou faça a retratação pelo mesmo mecanismo. Feita pelo mesmo método de veiculação. Se, foi por um classificado, se faz a retratação por outro classificado. 
4 – Aceitação/ oblação
Em tempo adequado, torna-se perfeita e acabada a formação do contrato.
Pode ser que o contrato tinha vinculação, mas nem se formou.
Se o aceitante aceitar a proposta, o contrato se faz. 
Quando a oblação é feita corretamente ela se acopla e forma o contrato.
4.1 Regras gerais e esparsas
a) Aceitação expedida no prazo, mas com chegada tardia ao proponente gera o dever deste de avisar o aceitante sobre a não contratação, sujeitando o proponente a arcar com perdas e danos (art. 430, CC). Cai na prova.
Quando o aceitante aceitar no prazo que o proponente propôs, mas ela chega tardiamente ao proponente, não vincula o proponente. 
Exemplo: mando a carta dizendo que compro 3 mil kg de banana do distribuidor de frutas no Acre. No prazo de 10 dias o distribuidor de banana posta outra carta com a resposta. Põe no correio, mas ela chega muito depois do prazo que eu fixei, correio atrasou. Quando ela chega depois do prazo eu não estou vinculado. Mas, para me desvincular, eu preciso comunicar o distribuidor do Acre que não vai se celebrar o contrato porque a resposta chegou tardiamente. Se eu não fizer a comunicação, respondo por perdas e danos. 
Recapitulando: Você manda uma carta para um distribuidor de bananas no Acre e fixa prazo de 10 dias. No prazo de 10 dias o distribuidor posta resposta, mas o correio atrasa. Você não está vinculado. Você precisa comunicar o distribuidor avisando que a resposta chegou depois do prazo, estando sujeito a perdas e dano se não o fizer. 
b) Resposta ao aceitante fora do prazo ou com modificações é contraproposta e não aceitação (art. 431, CC).
Se aceitação foi feita entre presentes, aí eu tenho que aceitar a aceitação porque ela é contraproposta, entre presentes, imediatamente, sem prazo com tempo razoável, com prazo, durante o prazo (volta-se a regra).
Eu de proponente passo para o outro pólo. 
Se houver resposta de simples aceitação fora do prazo é nova proposta ou contraproposta. 
c) Dispensa de aceitação/ aceitação tácita (art. 432, CC). Costumes, teor da proposta a exigir recusa.
Quando eu faço a proposta eu espero uma aceitação expressa, mas é possível que eu faça a proposta a exigir recusa. Isso acontece normalmente nos contratos de compra e venda de trato sucessivo. Dou um período de gratuidade e após este período se a parte silenciar é aceitação automática/ tácita.
Exemplos de contrato de cumprimento de trato sucessivo. Após o período de gratuidade e a pessoa não recusa o serviço (aceitação tácita). O silêncio tem valor jurídico. Ex: assinatura de jornais e revistas. 
Retratação prévia/ simultânea da aceitação (art. 433, CC).
Se o aceitante conseguir fazer chegar uma retratação simultaneamente ou, antes da aceitação, ele também se livra da vinculação.
Você manda uma proposta para o distribuidor de bananas do Acre, e o aceitante aceitou, mas postou uma carta com a retratação da aceitação e conseguiu fazê-la chegar antes ou simultaneamente a aceitação, ele está desvinculado da aceitação.
4.2 Aceitação entre ausentes (art. 434, CC). Momento em que o contrato é aceito realmente.
A) Opção do direito brasileiro em torno do momento exato da formação do contrato. 
2 teorias que explicam em que momento o contrato é realmente aceito. 
- Teoria da Cognição do Proponente em relação à aceitação: conhecimento do proponente sobre a aceitação. O contrato se forma quando ele concretamente sabe que aceitante aceitou.
Teoria da Agnição do Proponente em relação à aceitação: não se exige este conhecimento (que o proponente saiba que o aceitante aceitou), basta que exista um momento que a contratação foi feita, para que a lei defina em que momento o contrato se forma. 
Para explicar a teoria da agnição há 3 subteorias (não é necessário que o proponente saiba, o contrato já está formado. 
+ Declaração: redige a aceitação. 
+ Expedição (art. 434, “caput”, CC): posta no correio.
+ Recepção (art. 434, I a III, CC): quando a resposta de aceitação chega ao prédio, portaria e, o proponente não a viu (quando o correio marca a data de entrega do AR). 
A1) Regra: expedição daaceitação: O CC adotou esse (art. 434, “caput”).: quando o aceitante expede a resposta. 
A2) Exceções: deslocam o momento do contrato para a recepção.
- Hipótese de retratação prévia ou simultânea (art. 434, I, cc. 433, CC). Ex: o distribuidor do Acre aceitou, mas se ele conseguiu fazer chegar uma retratação, aí o momento contratual muda da expedição lá no correio para quando chega até o proponente. Deslocamento da expedição para a recepção.
- Proponente admite esperar a chegada da resposta/ aceitação (art. 434, II, CC).
Proponente fixa um prazo ou quando ele faz sem prazo, mas na proposta ele se dispõe a esperar chegar. Ele muda, porque para o proponente, é bom ele já ter o contrato formado, então, a lei dá para ele o momento da expedição e aí o aceitante não pode mais voltar atrás. Mas, se o proponente mudar o momento contratual para a chegada ele abre mão da expedição e opta pela recepção. A lei também admite isso neste artigo 434, II, CC.
- Chegada tardia, mas expedida no prazo (art. 434, III, cc. 430, CC).
Isso é por segurança jurídica. É a regra do art. 434, III, CC que combina com o art. 430 que obriga a informar sobre a não vinculação. O aceitante aceitou, postou no prazo, mas não teve o cuidado de imaginar o quanto demoraria a chegar ao proponente. Se ela chegar depois, a lei desloca da expedição para a chegada. Se não fosse assim, o proponente ficaria travado na atividade comercial, pois eu fixo o prazo, mas não sei quanto tempo o correio vai demorar a me trazer a resposta. Então a lei inteligentemente deslocou a regra da expedição para a regra da recepção.
AULA 6 – 10/03/16
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Há fatos e acontecimento que não são jurídicos, ou seja, não são tratados pelo Direito.
E há fatos que são considerados jurídicos porque suas repercussões são tratadas pelo ordenamento.
No campo dos fatos há em menor escala, fatos naturais jurídicos, atos humanos jurídicos e negócios jurídicos, estes em grande escala. 
Os negócios jurídicos se diferenciam dos atos e fatos jurídicos porque eles se constroem pela vontade das partes, que detém autonomia, capacidade e personalidade que constroem, modificam e extinguem obrigações entre os contratantes e atingem até terceiros.
1 – Enfoque inicial
- Necessidade de preservação do equilíbrio das cargas obrigacionais.
A conseqüência do negócio jurídico é a obrigação.
Os contratos determinam obrigações e se não houver cumprimento da carga obrigacional, vincula o patrimônio de quem causa o inadimplemento (responsabilização patrimonial) o que causa segurança jurídica para executar a carga obrigacional não cumprida. 
Responsabilização contratual: mora, perda e danos ou execução forçada.
Responsabilização extracontratual: perdas e danos.
Desequilíbrio interno das cargas obrigacionais que o direito antigo só reconhecia se analisado antes do negócio. 
Exemplo da compra do escravo doente.
Se eu não pagasse ou não recebesse o escravo do comprado, havia a responsabilização patrimonial.
Mas, se a pessoa me entregasse um escravo doente caracterizava um desequilíbrio da carga obrigacional. 
O Direito antigo só reconhecia esse desequilíbrio se detectado antes do negócio.
O direito moderno se desenvolveu para garantir o adimplemento e o equilíbrio das cargas obrigacionais ajustadas. Com isso, temos 2 problemas: vício redibitório possibilidade de extinção do contrato; evicção: perda do bem para terceiro reivindicado por este.
Essa proteção se estabelece por pura ciência jurídica, não é proteção o comprador. Está se estabelecendo um sistema de segurança em torno das cargas obrigacionais (princípio de garantia), essa é a função do contrato. A preservação do direito civil é para o contrato e não para o comprador. Exemplo da troca em lojas que é pura convenção do comércio. Se o bem vem com um problema imperceptível, aí há um desequilíbrio das cargas obrigacionais e vem o Direito para restabelecer o equilíbrio da carga obrigacional. 
Princípio específico da garantia dos contratos translatícios de posse ou propriedade: garantia de equilíbrio das cargas obrigacionais por justiça ou por segurança jurídica.
Já o Direito do Consumidor há uma garantia da lei para proteger o consumidor, são princípios diferentes.
No direito civil privado é diferente.
Só se desfaz um negócio pelos requisitos estabelecidos em lei ou se a outra parte aceitar (desfazimento por distrato segundo negócio jurídico, que só é possível pela vontade bilateral das partes) ou se houver cláusula específica de arrependimento. 
O Direito não protege quem compra ou contrata mal. 
O direito civil vê o comprador e o vendedor da mesma forma.
Só se desfaz o contrato por cláusula presente no contrato ou vontade bilateral das partes. 
- Hipóteses possíveis de desequilíbrio que refazem ao simples adimplemento.
Formas de restabelecimento do equilíbrio.
Garantia de equilíbrio das cargas obrigacionais: princípio jurídico nos contratos que transferem posse ou propriedade de um bem móvel ou imóvel. 
Fatores que alteram o equilíbrio das cargas obrigacionais: 
vícios redibitórios: vícios ocultos que extingue o contrato, vício não perceptível pela cautela mediana dos contratantes. Não dá para ser perito em tudo. Não pode ser aparente. 
Sobretudo se o vício desvalorizar o bem ou torná-lo impróprio ao fim que se destinava. Ex: casa com problemas estruturais que só aparecem depois (rachaduras nas paredes).
b) evicção
2.1 – Conceito: é um fator/problema que recai sobre um bem objeto de um contrato comutativo translatício de posse ou propriedade (compra e venda e/ ou troca), que já existe ao tempo da tradição (entrega) desse bem e, que acarreta a diminuição no seu valor, ou/e torna o bem impróprio (no todo ou em parte ao fim que se destinava), sendo esse problema oculto, ou seja, imperceptível para a cautela mediana do contratante. 
O vício deve ser oculto, porque se fosse aparente não dá pra saber se o contratante queria desfazer simplesmente o contrato perfeito e acabado ou se, realmente havia o defeito. 
Não dá pra saber se o preço pago já equivalia ao defeito aparente.
No direito do consumidor é diferente porque além da proteção do contrato, há a proteção do consumidor.
No direito civil privado, protege-se apenas o contrato.
O vício redibitório aplica-se apenas a contratos de compra e venda ou troca. Contratos comutativos que transferem posse ou propriedade de bem móvel ou imóvel. 
Comutativo: equilíbrio das cargas na onerosidade do contrato (bilateral e oneroso). 
Não vale para doação pura ou empréstimo do bem.
Excepcionalmente o vício redibitório se aplica às doações onerosas a favor do donatário com encargos (ônus). Ex: dôo um sitio com o encargo de a pessoa construir uma capela em um ano. 
Encargo não é contraprestação --: é ônus. 
Art. 441, CC.
2.2 Requisitos obrigatórios e cumulativos. 
a) deve ser oculto o vício; que incida sobre contrato comutativo de posse ou propriedade, excepcionalmente doação onerosa.
b) deve já existir sobre o bem até no máximo a data da tradição;
c) deve acarretar a diminuição do valor e/ou tornar impróprio o bem ao fim destinado;
d) deve estar presente em um contrato (bilateral oneroso) comutativo translatício de posse ou propriedade*.
* também excepcionalmente aplicável às doações onerosas.
3 – Conseqüências – direitos aplicáveis 
Redibição: desfazimento do negócio com restituição das partes ao estado anterior da contratação – “status quo ante”. Forma de extinção específica em função do vício redibitório. 
Art. 445 e 446: termo e prazo. 
Não houvesse a redibição não se pode extinguir o contrato comutativo unilateralmente. Só se a outra parte concordar, aí é outro negócio jurídico chamado distrato. 
A não ser que haja uma cláusula contratual específica por arrependimento.
- devolução do valor/ bem pelo comprador e valor corrigido monetariamente e despesas do negócio pelo vendedor (art. 441, CC);
Se ficar comprovado no processo que o vendedor tinha ciência do vício oculto, além do valor e das despesas, ele tem arcarcom perdas e danos. 
+ Perdas e danos se ficar provado que o vendedor agiu de má fé. 
- ação redibitória;
- comprovada a má fé: + perdas e danos (art. 443, CC).
Estimação: abatimento proporcionalmente ao preço;
O comprador vai buscar o reequilíbrio das cargas obrigacionais. A pessoa A compra um bem da pessoa B. A pessoa A entrega a coisa e a pessoa B lhe entrega o dinheiro. O equilíbrio está neste patamar. Mas se, por exemplo, o bem que pode ser uma casa tinha um defeito estrutural ela não valia este valor. Se B quer manter o negócio as partes precisam reequilibrar o negócio em outro patamar com preço menor e o mesmo bem (calcula-se o abatimento proporcional do preço). B vai escolher se desfaz o negócio ou então se B buscar o restabelecimento com a manutenção do vínculo jurídico com abatimento do preço em função do vicio, em outro patamar. 
Diferença da redibição e estimação:
Redibição: desfaz o contrato
Estimação: mantém o contrato.
Quem escolhe não é o juiz, é a parte atingida pelo vício redibitório, manifestada a vontade.
Esse abatimento (valoração) se faz por perícia. 
Esses dois institutos se buscam através de ação: 
-Ação redibitória 
-ação estimatória * (actio “quanti minoris”);
** Essas ações são consideradas ações edilícias, que são aplicáveis até na hipótese de perecimento do bem em razão do vício redibitório (art. 444, CC).
Ações edilícias são ações de proteção ao comprador atingido por vício redibitório.
São as ações de proteção ao comprador atingido por vício redibitório (que pode ser ação redibitória e ação estimatória). 
Se por acaso o vício redibitório determinar o perecimento do bem, o direito da parte atingida fica mantido nele totalmente. 
Ex: comprei um filhote aparentemente saudável, mas tinha uma doença fatal. Se ficar provado na perícia do processo que a doença surgiu depois da entrega, aí é azar do comprador, porque a coisa perece para o dono. Mas, se a perícia demonstrar que doença existia ao tempo da entrega do bem, aí então há um claro desequilíbrio das cargas obrigacionais.
Se o bichinho morrer por causa deste vício oculto, se for pela redibição, o vendedor tem que me devolver o dinheiro e, eu não tenho mais o animalzinho para devolver para ele, não tem problema (art. 444). 
Se o bem perecer na mão do dono, prejuízo do dono. A não se ser que o perecimento ocorra por vício oculto até a data da tradição. Exemplo da compra do filhote doente, se a perícia detectar que já estava doente. 
A coisa não se transfere pelo contrato. Bens móveis por tradição e registro imobiliário para imóveis.
Se o bem perecer antes da tradição, a coisa não perece para o dono, mesmo que já tenha contrato firmado.
3.1. Prazo para o exercício das ações edilícias (arts. 445 e 446, CC).
Prazo decadencial: 
Alienatário sem posse precedente sobre o bem:
A1) bens móveis: 30 dias para entrar com a ação.
A2) bens imóveis: 1 ano para entrar com a ação (art. 445, “caput”, CC).
Qual o termo inicial do prazo? Prazo começa a correr da entrega da coisa. 
- termo inicial: data da contratação/ tradição.
O termo inicial é mais importante que o prazo. 
 B) Alienatário na posse precedente do bem:
- prazos reduzem-se à metade (art. 445, “caput”, CC).
- 15 dias: móveis
- 6 meses: imóveis
Esse dois prazos se contam quando o adquirente não está na posse da coisa. Se ele está na posse, reduzem-se os prazos pela metade. Então seria 15 dias para móveis e 6 meses para imóveis.
Como assim na posse?
Exemplo: imagine um locatário que exerce direito de preferência e compra o imóvel que ele loca. Então ele está na posse. Se ele está na posse é muito fácil ele perceber vícios ocultos, então eu reduzo os prazos pela metade. 
 C) Com garantia contratual (art. 446, CC). Sem posse ou com posse: deslocamento do termo inicial dos prazos para o 1º dia após a cessação da garantia, mas só se denunciado o vício no prazo de 30 dias.
A parte tem que notificar o vício para o termo inicial se deslocar. 
Se por acaso houver garantia contratual (garantia como princípio jurídico). 
Garantia é um contrato acessório (por exemplo, assistência técnica) não é nenhum benefício. É um contrato como qualquer outro que não é regido pela lei, é regido pelo próprio contrato. 
Se houver garantia contratual, no prazo de garantia contratual, esse termo inicial se desloca do dia da entrega e vai para o primeiro dia posterior ao encerramento da garantia. 
Não flui o prazo para entrar com a ação durante a garantia. 
Mas, para esse termo inicial se deslocar é necessário que a parte atingida pelo vício oculto notifique a outra a existência do vício oculto com prazo de 30 dias contados da ciência do vício. 
Se não houver essa formalização da existência do vício oculto pela notificação, o termo inicial não se desloca e fica na data da entrega da coisa. Quando terminar a garantia, já caducou o direito de entrar com a ação de proteção do vício redibitório. Então, o comprador pode usar a garantia e depois da garantia, pode gozar do prazo para entrar com a ação redibitória ou estimatória, desde que notificado em 30 dias após a ciência que teve do vício. 
 
 D) Vícios latentes na coisa que se não se manifestam inicialmente. Os prazos se alteram e o termo inicial também. 
- bens móveis: muda de 30 dias para 180 dias;
- imóveis: 1 anos (art. 445, § 1º, CC).
E o termo inicial é contado do surgimento do vício. 
Esse vício latente não é vício adquirido. É vício que a perícia mostra que já existia ao tempo da tradição, mas ele não se manifestava com a utilização normal, só em determinadas situações ele se manifesta. 
Ex: compro uma casa que tem um defeito estrutural no alicerce e com o tempo aparece uma rachadura e a perícia constata que faltou ferro na estrutura da casa. Esse vício é latente e não é contado da data da entrega do bem, mas da data em que ele se manifesta, mas ele já existia!
É diferente do vício que surge depois da entrega como no caso do filhote. 
E) Animais: 180 dias (art. 445, § 2º, CC).: aplica-se o prazo do § anterior.
180 dias para móveis;
1 ano para imóveis.
Animal é semovente regime do bem móvel 180 dias. 
4 – OBSERVAÇÕES 
Hasta Pública: é a arrematação de bem de penhora judicial. O credor pode arrematar adjudicar ou vir qualquer outra pessoa e dar um lance e arrematar o bem. 
Se for bem móvel é leilão. Se for imóvel é hasta pública. No CC de 1916 havia uma proibição do vício redibitório para arrematação em hasta pública. Essa proibição caiu no CC de 2002. 
Bens conjuntos: Ex. vendo 3 bois e um boi está doente, eu não posso redibir. Mas, se eu compro uma coleção de selos e um está com vício. O desfazimento de um bem descaracteriza a coleção toda. É possível que o vício recaia sobre uma parte dos bens em conjunto, mas desde que eles sejam bens conjuntos como uma coleção. 
Erro sobre o objeto é diferente de vício redibitório. 
Direito do Consumidor: no direito do consumidor o princípio da garantia é muito mais amplo.
Cláusula de exclusão de proteção.
No CC revogado admitia-se que as partes expressamente no contrato estabelecessem cláusula de exclusão de vícios redibitórios. Essa previsão caiu no código novo. 
AULA 16/03/16
EVICÇÃO
1 – Enfoque inicial
A evicção é um efeito de perda. 
Vem junto com o vício redibitório e oculto.
Na relação contratual de direito civil, por exemplo, compra e venda de bem móvel. O direito não protege o comprador, mas a relação jurídica existente, do equilíbrio e da manutenção das cargas obrigacionais. Exemplo, eu comprei uma caneta por R$ 50,00 que valia R$ 5,00. Para o direito civil, o importante é o acordo de vontades e reconhece que ambas as partes podem entrar em inadimplemento. Não interessa se eu tive lucro ou prejuízo com a compra da caneta.
No vício redibitório a proteção não é do comprador, mas do equilíbrio contratual. Atenção, se o defeito (vício oculto) não diminuir o valor do bem, não há proteção nenhuma.
Já no direito do consumidor, o mesmo contrato do direito civil regula a relação de consumo. Ex: aquisiçãode bem móvel ou imóvel.
O CDC não regula nenhum contrato. É regulado pelo CC.
Se a relação é de consumo, o CDC vai proteger o comprador e vai criar uma proteção que nada tem haver com a carga obrigacional. 
Não se diferencia negócio de direito privado e de consumo pelo bem que é adquirido. Não é o objeto que determina o direito aplicado, mas a situação das partes.
Exemplo: a pessoa que compra madeira em uma madeireira para fazer uma casa relação de consumo com contrato no código civil, mas protegida pelas normas de consumo.
Fábrica de móveis que compra madeira em uma madeireira. A fábrica de móveis não é destinatária final do produto. É regido pelo CC sem a proteção do CDC. 
Ambas as relações envolvem contratos do direito privado e trata-se do mesmo bem madeira.
Se o vício já dá proteção, quem dirá a perda do bem. 
Se houver reivindicação justa e jurídica por meio de um terceiro, a parte que adquiriu o bem por meio de um contrato e, que suporta esta perda, tem direito ao ressarcimento. 
Exemplo: alienante (A) estabelece alienação jurídica com o alienatário (B), que lhe vende um imóvel. Uma vez que o imóvel é transferido para B que suporta a perda deste bem pela reivindicação de um terceiro (C) que vem a juízo dizendo que o imóvel que está com B lhe pertence.
Se o judiciário reconhecer o pedido de C, a perda desse bem se chama evicção. B é evicto e C é evictor. Cabe ação de B contra A. O evicto pode buscar ação de ressarcimento contra o alienante. 
Essa perda para terceiro de boa fé é muito comum, por exemplo, quando há nulidade do negócio entre A e B. 
Sujeito compra um carro, depois perde por ordem de bloqueio. 
Reconhecido por decisão judicial ou ato administrativo (ordem de bloqueio policial de automóvel, por exemplo).
Proteção para o leilão e a hasta: venda judicial forçada. O alienante passa a ser o devedor executado.
No CC de 16 não havia proteção para os bens adquiridos em hasta. A hasta é gênero e compreende o leilão (venda judicial dos bens móveis) e hasta dos bens imóveis. 
Exemplo: eu paguei um cheque para B e ele me executou. Eu não paguei e não consigo pagar na execução. Aí B pede a penhora dos meus bens, supomos um terreno que é avaliado e vai para a venda judicial forçada.
No dia da hasta, meu credor (b) pode adjudicar esse bem em pagamento da dívida. Se o bem passar o valor da dívida ele deposita a diferença, se faltar, a execução segue pelo saldo devedor remanescente. 
Extrai-se uma carta do processo que para efeitos de escritura, registro do terreno. 
O CC de 2002 estendeu a proteção destes bens em hasta pública para vícios redibitórios e evicção.
Só que aí, o alienante (que vende o bem) passa a ser o devedor executado. 
Conseqüências:
Rei: coisa
Vindicare: chamar a si. 
O evicto tem direito de ressarcimento. Ressalva:
Art. 457: se ficar demonstrado no processo que o evicto sabia que havia disputa judicial sobre a coisa entre C e A, não tem direito de ressarcimento nenhum.
A proteção é das cargas obrigacionais comutativas, portanto cabe ação de regresso.
Se a pessoa perde o bem, há o desequilíbrio da carga obrigacional. Mas, se a pessoa sabia que havia disputa judicial sobre o bem, assumiu o risco, a carga obrigacional comutativa se enfraquece e se aproxima de uma carga aleatória.
Mas, se não tem prova que ele sabia:
Art. 450: direito de reparação.
- direito do ressarcimento do valor que ele pagou (e não do valor do bem) com atualização monetária. 
Esse valor pago atualizado é o básico. Pode ocorre eventualmente, que o evictor peça o direito dos frutos civis do bem. E o evicto pode incluir os frutos civis que pagou ao evictor no ressarcimento contra o alienante. 
Se C é o proprietário também tem direito de receber de B todos os frutos da coisa do período da posse indevida. 
Então B pode cobrar de A na ação de ressarcimento os frutos civis que pagou para C.
Também comportam nesta ação de regresso de B contra A, despesas do contrato + perdas e danos, com demonstração. 
Custas + honorários advocatícios, na ação C contra B, que ele (B) perdeu, se volta contra A numa ação regressiva.
Cabe reparação por danos morais?
Cabem quando há valores pessoais subjetivos que externamente ou internamente sejam afetados.
Externamente: perante outras pessoas (honorabilidade).
Internamente: estima da pessoa. 
Perder uma casa pode gerar um dissabor apenas ou dano moral, vai depender do que é provado no processo (lesão à ofensa pessoal comprovada).
Custas e honorários advocatícios pedidos de B para A. Na ação que ele entrou? Não, na ação que ele perdeu para C.
A lei estabelece direito de reparação do valor pago. Mas, o CC também estabelece que este bem possa sofrer uma depreciação. 
Como a lei não protege parte, mas o equilíbrio da relação contratual, que vale para a lei é o valor pago. 
Art. 451; 452: o bem pode sofrer uma depreciação. A deterioração natural não integra fator de defesa para A. 
Exemplo eu comprei um carro de A por 10 mil e perdi por evicção para C após 1 ano. Como o carro agora pela tabela FIPE só vale 8 mil, então eu só poderia cobrar 8 mil de A em ação regressiva? Claro que não, porque se trata de uma depreciação natural.
Mas, se a deterioração for por ato doloso pelo evicto, aí sim, o fator de depreciação é abatido.
Exemplo: com a certeza de que perderei o carro para C, eu pego um martelo e quebro todo o carro. Aí sim, o valor da depreciação que eu dei causa, terá que ser abatido na indenização que eu receberei de A.
Mas, mesmo se for ato culposo do evicto, a deterioração não é abatida. Exemplo, eu raspei o carro sem querer.
Vantagens (situação muito hipotética) regra do artigo 452.
Se o evicto extrai vantagens da perda do bem, destas vantagens ele tem que abater da indenização pedida ao alienante. Exemplo: no sítio perdido por evicção, havia uma casa que ruiu. Se o evicto vendeu o material de demolição e recebeu lucros, tem que abater este valor da indenização pretendida.
Benfeitorias
Nos artigos 453 e 454, tem o tratamento jurídico das benfeitorias sobre o imóvel. Agora se fala em valoração. 
Benfeitorias: necessárias, úteis e voluptuárias. 
Diferença conceitual: voltar na matéria do primeiro ano.
As benfeitorias abonadas na indenização são as necessárias e úteis. 
Se elas não forem abonadas e as benfeitorias necessárias e úteis foram implementadas pelo evicto, ele pode agregar no valor da indenização por perdas e danos o valor destas benfeitorias.
Já o inverso se aplica no artigo 454: se as benfeitorias foram implementadas pelo alienante e no ato da perda elas foram abonadas ao evicto, este deve abater o valor destas benfeitorias no valor da indenização contra o alienante.
As benfeitorias voluptuárias se móveis são retiradas pelo evicto, se não, se perdem.
Evicção total ou parcial
Evicção total: perde tudo.
Pode ser que sejam vários bens. Exemplo: uma fazenda de porteira fechada. Comprei a fazenda e o gado e eu perdi o gado. É uma evicção parcial.
No caso de evicção parcial se a perda for considerável (se aproximando do vício oculto, por diminuição do valor do bem), ou o evicto pode optar pela indenização parcial ou rescindir o contrato. Mas, para ele desfazer o negócio essa perda deve ser considerável. Se o imóvel valia 100 mil e ele perdeu 1 mil, ele deve buscar a indenização proporcional. REGRA DO ART. 455, CC.
Qual o prazo dessa ação indenizatória?
O CC não diz na parte de evicção qual é o prazo, Mas se observado o art. 206, o prazo para a ação de reparação de danos é de 3 anos e a Doutrina e jurisprudência considera esse prazo dominante 3 anos da data da sentença de evicção. 
Cláusulas contratuais de diminuição, exclusão dos efeitos da evicção do artigo 450.
Essa cláusula que exclui vale em termos. Se ela estiver escrita, ela só vai valer mesmo se o comprador tinha efetiva ciência dos efetivos problemas que existiam sobre o bem. Se ele não tinha ciência e era só uma cláusula jogada no contrato, mesmo ele aceitando essa cláusula, sem efetiva ciência, ele perde o direito de exigir despesas,perdas e danos, custas e honorários e frutos civis, mas o valor principal continua na indenização.
Essa cláusula só atende os direitos periféricos, o principal continua prevalecendo. 
Pode diminuir por cláusula e não renunciar totalmente? Pode. Uma cláusula que afaste frutos civis, por exemplo, desde que as partes aceitem.
Pode existir uma cláusula que aumente o art. 450? Pode. Exemplo: pode estipular cláusula penal moratória que antecipa perdas e danos. Pode cobrar tudo que está no artigo 450 mais a cláusula penal moratória. 
Denunciação da lide
B (evicto) sofrendo ação de reivindicação, pode se voltar em denunciação da lide contra o alienante. Ele não precisa suporta a ação, perder o bem e pagar um monte de coisa e, entrar com outra ação contra o alienante. Ele já pode denunciar a lide. Cria-se uma ação secundária.
 O evictor entra em ação reivindicatória contra o evicto. O evicto, no prazo de defesa, pode denunciar a lide. Fazendo isso, denuncia a lide o alienante. Por que isso? Porque ele já vai exercer o seu direito de regresso se ele perder a ação (Art. 70, CPC). 
Quando ele denuncia a lide no prazo de defesa esta ação reivindicatória fica suspensa até a citação do litisdenunciado (alienante). 
O litisdenunciado tem 3 comportamentos possíveis:
- Pode ficar revel (silenciar);
- Contestar a denunciação da lide. “Não cabe denunciação da lide porque o evicto sabia que o bem era litigioso”;
- O alienante no seu prazo de defesa, argumenta que o evictor não tem direito. Assim ele está assumindo a posição de litisconsórcio passivo e se acopla a posição do evicto e ambos contestam o evictor. 
O litisconsórcio é tratado na intervenção de terceiros.
Há 3 tipos de intervenção de terceiros:
- Nomeação à autoria;
- Denunciação da lide;
- Chamamento ao processo
- Oposição;
- Assistência: simples ou litisconsorcial. 
No CC de 16, o evicto tinha que ir até o final do processo. Agora, pelo artigo 456, CC 2002, quando evicto avalia que o direito do evictor é realmente forte, ele pode abolir as defesas e recursos e deixar que o evictor ganhe a ação reivindicatória (principal) para que ele ganhar a ação indenizatória, que é a lide secundária. 
AULA – 31/03/16
REVISÃO
I – Exercício práticos comentários.
Exercício 1
Considerar as variáveis possíveis:
Caio: vendedor (alienante)
Felipe: comprador (sofre ação de reivindicação) evicto
Mário: evictor
Direitos do (evicto)
Município pequeno e os personagens tinham relação de parentesco.
Se a prova demonstrar que o comprador tinha ciência de que o bem era litigioso, o evicto direito nenhum terá.
Em tese, teria direito decorrente da evicção. 
Se a prova não comprovar que o evicto sabia que o bem era litigioso ou alheio, aí tem direito aos efeitos da evicção (art. 450, CC: principal pago + verbas correlatadas).
A evicção era parcial: gado e tratores.
Tinha uma benfeitoria cerca.
Cláusula de renúncia exclusão da obrigação do alienante de se responsabilizar pela evicção, não exime todos os direitos do art. 450, CC (perdas e danos, despesas contratuais, frutos civis, honorários advocatícios, etc).
Se esta cláusula estiver presente no contrato, o evicto só terá direito ao valor do bem (principal pago), sem os penduricalhos do art. 450, CC (despesas contratuais, etc).
Mas, se ficar externalizado que o evicto tinha ciência desta cláusula, que não foi apenas assinada por acaso, não terá direito a nada, pois ele assumiu o risco.
A benfeitoria a evicção não tinha relação com a benfeitoria.
Na evicção parcial, o direito que o evicto tem é de receber os valores proporcionalmente pagos sobre os bens que ele perdeu. Por exemplo, se a fazendo valia 100 mil e o gado e os tratores 30 mil. 
Mas, às vezes a evicção parcial se aproxima do vício redibitório se a perda for considerável e assim, o evicto pode optar pelo desfazimento do negócio.
Neste caso, há de se observar se a benfeitoria (cerca) feita pelo evicto foi abonada pelo evictor, se não, o evicto pode incluir o valor da benfeitoria no valor de ressarcimento contra o alienante.
O que é considerável? Critério matemático (50% + 1 do valor pago).
Mas, se ficar destacado no contrato, que houve um fator preponderante para a aquisição daquele bem, ele pode ser considerável.
Exemplo: comprou o sítio por causa de uma mina de água, que foi perdida por evicção parcial.
Mesmo que aquele pedaço de terra em que ficava a mina valesse menos, se a mina foi fator preponderante para a aquisição do bem, ele é considerável e, pode-se pedir o desfazimento do negócio.
Os contratantes também podem estabelecer cláusula aumentando ou diminuindo alguma cláusula indenizatória.
Quando o evicto suporta a evicção proposta pelo evictor, ele pode iniciar lide secundária (denunciação da lide ao alienante).
O direito de regresso, portanto, pode ser exercido pela denunciação da lide. Aí o vendedor (Caio litisdenunciado pode 3 comportamentos: contestar a litisdenunciação, figurar como assistente ou silenciar. Se ele silenciar, o litisdenunciante (comprador ou evicto) pode abdicar de defesa no processo principal, já apostando na condenação do vendedor na ação secundária de ressarcimento. 
O alienante, contestando a ação pode provar que o comprador (evicto) sabia que o bem era litigioso.
Exercício 2
Era caso de vício oculto latente, onde o termo inicial se desloca para quando da manifestação do vício na coisa.
II – Breve revisão – pontos relevantes. 
1 – Noções Gerais
- Conceito e natureza jurídica do contrato na atualidade.
O contrato é um negócio jurídico, que é diferente do ato e do fato jurídico e do ato jurídico ilícito porque vem da formação da vontade bilateral das partes detentoras de personalidade jurídica que externalizam o seu querer jurígeno, que aliado ao seu patrimônio estas pessoas criam cargas obrigacionais numa relação contratual que, depois de formada, sai do seu querer e criam a partir dela obrigações e direitos.
A obrigação é que gera o direito e não o contrário. 
O contrato tem a natureza jurídica de negócio.
O contrato na atualidade segue o princípio do negócio jurídico aliado à função social e a boa fé objetiva. Os contratos precisam exercem um papel profícuo no meio social e não criar injustiças sociais porque faz leis entre as partes. Ex: movimento sem-teto.
O efeito que as pessoas buscam com a formação dos contratos é limitado pela função social.
2 – Princípios
A – Tradicionais
Critérios tradicionais aliados entre si: 
- Força obrigatória: se não houvesse força vinculante, o contrato seria facilmente descumprido. 
- Autonomia da vontade: que emana da personalidade jurídica dos contratantes através de sua capacidade de criar obrigações e direito de maneira autônoma.
B – Contemporâneos
- Boa fé objetiva
- Função social
3 - Distinção necessária
A – Direito Civil
B – Direito do Consumidor
Não existe contrato de consumo e contrato de direito privado. Os contratos são os mesmos e regidos pelo Código Civil. 
O que ocorre é que às vezes as partes estão numa relação de consumo tratada no CC e a norma muda. A regulação do contrato é pelo CC, mas com uma proteção do CDC. 
A compra e venda é a mesma, mas o CDC dá proteção a uma das partes.
Se você tem um adquirente como destinatário final e alguém que vende habitualmente como atividade remunerada, a relação é de consumo. Caso o contrário, a relação é do direito privado.
2 – Elementos 
- Existência: agentes, vontade, objeto e forma. 
Os elementos existentes do contrato se traduzem nos agentes que emitem vontade em torno de um objeto, observando forma prescrita ou não defesa em lei.
Esses elementos de existência precisam ter validade jurídica e ganham adjetivos qualificadores.
- Validade: agentes capazes; vontade emitida com liberdade e boa fé; objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável e a forma exigida por lei ou a não proibida por lei.
- Eficácia: efeitos obrigacionais reconhecidos pelo ordenamento e pela órbita jurídica. 
Essa eficácia é imediata em regra, mas pode ser modificada pelos

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