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Paper V Escola da Ponte

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VIVÊNCIAS EDUCATIVAS
 
ESCOLA DA PONTE
PRÁTICAS E VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Autores
Carina Melo Nonato Santos	Comment by Manoela Lopes Fontanella: Boa Tarde professora, Você poderia nos passar o que devemos arrumar no nosso paper? Obrigada
Jucelia Laura Pilatti Barbosa
Manoela Lopes Fontanella
Rúbia Machado de Oliveira
Tutor Externo: Sandra Resner Manhães 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso Pedagogia – PED 1694 – Seminário Interdisciplinar V– Vivências Educativas
05/07/2018
RESUMO 
 A educação é um direito de todos, mas garantir a gratuidade e qualidade do ensino com democracia, cidadania, e autonomia do educando é um desafio que na realidade do nosso país parece inconcebível, devido às grandes dificuldades enfrentadas em nosso atual sistema de ensino. A Escola da Ponte é uma proposta de educação que foge do tradicional, reunindo autonomia, responsabilidade e consciência cívica do educando. No presente trabalho, vamos compreender o currículo que norteia essa forma de aprendizagem, explorar a concepção de espaço, analisando o desenvolvimento da aprendizagem e examinar como é colocado em prática esse fazer pedagógico. Essa proposta inovadora aborda uma nova perspectiva de educação, nova forma de pensar as práticas pedagógicas e a formação integral do aluno.
 
Palavras-chave: Escola.Educação.Autonomia.Democracia.
1 INTRODUÇÃO 
A educação é um direito garantido a todos, sejam crianças ou adultos, porém sabemos que nem todos possuem acesso a uma educação de qualidade. Pensando em qualidade, nas transformações que a educação pode proporcionar aos indivíduos, abordaremos a “Escola da Ponte” como um modelo de escola e ensino diferenciado. Tal modelo consiste em transformar a criança em um cidadão: autônomo, responsável, democrático, participativo, solidário e comprometido com o meio em que convive. 
A formação humana da criança está associada ao conhecimento prévio, e ao que será construído nessa jornada em que o ‘aluno’ passa na instituição. Por não haverem séries, turmas ou classe escolar, esse aluno vai ao longo de sua permanência, mostrando o seu conhecimento prévio e buscando novos saberes, de acordo com seu interesse ou do grupo ao qual pertence fazendo novas descobertas. Assim, conforme necessidade, solicita um tutor, professor ou orientador, para auxiliá-lo, e também podendo auxiliar outros colegas conforme seus conhecimentos. Esse espírito de busca e de solidariedade, vai construindo um caráter cidadão e democrático, com real valor e fundamento para seguir na vida. 
A realidade mostrada em exames como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)) que foi formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino, apresenta que em escolas particulares o acesso a uma educação mais qualificada não condiz com a realidade em escolas públicas, que por vezes, está desassociada com a realidade do aluno que a frequenta, pois sua realidade muitas vezes é dura e dramática. 
Cria-se assim, um abismo entre professor- aluno- aprendizagem, pois o professor não reflete sobre o conteúdo dos livros e materiais didáticos, ou transmite algo que para o aluno não tem nenhum significado, e não lhe desperta interesse, surgindo com isso as dificuldades do avanço e do sucesso escolar que estão vários fatores, como a desmotivação e a indisciplina. 
Sabe-se que a indisciplina faz parte da realidade de muitos alunos, devido a vários motivos e também está ligado a questão hormonal, maturação física e psicológica. Sendo assim é um processo presente em geral na vida humana, mais evidente em alguns adolescentes. Pode ser pelo “abismo” entre professor - aluno - aprendizagem, pois não há nenhum interesse ou entusiasmo, visto que, o que o professor transfere está nos livros e material didático da escola, mas não está contextualizado com a realidade do aluno, não há investigação, o aluno não é instigado a descobrir, conhecer ou transmitir o que já sabe. Por vezes o que já sabe nem é considerado no cotidiano escolar, aumentando ainda mais o “abismo”. 
Cada pessoa, aluno ou funcionário é responsável pelo funcionamento da escola, no sentido de estarem todos envolvidos em busca da qualidade do ensino e da convivência, na construção dos valores que fundamentam seu cotidiano. O professor não é o centro do saber e do conhecimento e o aluno não se torna um analfabeto funcional, um simples copistas, como é a realidade de algumas escolas públicas, salvo exceções. 
Este estudo busca mostrar que a estrutura, a organização pedagógica, o método, enfim, tem papel fundamental na realização dessa transformação educacional e nos resultados obtidos. 
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HISTÓRICO DA ESCOLA DA PONTE
 	A Escola Básica da Ponte ou Escola da Ponte é uma escola da rede pública de Portugal, fundada por José Pacheco em meados dos anos de 1970, mais precisamente em 1976. Neste período o país passava por um momento difícil, saindo de uma ditadura de quase 50 anos, as escolas estavam sucateadas e o nível de violência interna era enorme, desmotivando e desmoralizando os profissionais da educação.
 	A escola era igual a tantas outras, com ensino tradicional e não atendia mais os interesses daquele grupo quediante de tantas dificuldades questionava os problemas e buscavam soluções para uma educação eficiente e de qualidade. Era necessário repensar a escola e um modelo de educação que pudesse atender às mudanças e trazer uma revolução pedagógica. 
 Essa sede de mudança encontrou força nas ideias do então professor José Pacheco e após inúmeras discussões surgiu então esse novo modelo de ensino abolindo as provas, séries e salas de aulas tradicionais e trazendo uma nova proposta de educação baseada na autonomia e liberdade. 
 O tempo passou e diante dos resultados positivos deste novo modelo de educação em 2008 a escola conseguiu se tornar autônoma do Ministério da Educação e Ciência (MEC) de Portugal, através de um contrato vigente até 2016 onde atendia algumas metas e observações para analisar se este modelo é capaz de inspirar outras instituições e quem sabe reformular o sistema de ensino.
 	No Brasil, não há Escola da Ponte, mas encontramos um modelo semelhante na Escola Projeto Âncora, uma ONG localizada em Cotia SP, apoiada pelo fundador José Pacheco e também a Escola Desembargador Amorim Lima e a Escola Municipal Presidente Campos Sales, todas localizadas em São Paulo. Estas escolas usam um modelo semelhante, buscando desenvolver a autonomia da criança, com a aprendizagem desenvolvida por meio de projetos e com os professores atuando como auxiliares.
2.2 MOVIMENTO DA ESCOLA MODERNA
	 Célestin Freinet foi um pedagogo que serviu na primeira guerra mundial, tendo seus estudos interrompidos para servir ao exército. Voltando da guerra tornou-se um pacifista, começando a lecionar em uma escola primária, onde começou a desenvolver seus métodos de ensino. 
 Na década de 1930 a escola Freinet é oficialmente aberta. Depois seus seguidores fundaram a Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (FIMEM), com educadores do mundo todo. E no Brasil a Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas da Pedagogia Freinet (ABDEPP- Freinet). 
 O movimento da Escola Moderna foi organizado em 1966, por um grupo de professores de Portugal. Justamente no ano da morte de Freinet. Esses professores debateram práticas, teorias e instrumentos pedagógicos visando uma educação democrática.
 A estrutura pedagógica é embasada nas ideias do francês Célestin Freinet, que aborda a valorização da solidariedade, autonomia e responsabilidade, principalmente do aluno. È o marco pedagógico do método tradicional para essa proposta inovadora MEM (Movimento Escola Moderna).
 A Escola da Ponte é uma estrutura pública, que atende alunos do 1º ao 9º ano com idade de 5 a 13 anos. Seu diferencial é a valorização do aluno. Sem séries e ciclos, se organizam por interesses no assunto a ser pesquisado, com um professor para orientação, com um tempo determinado para pesquisa em grupo e individual, ao final é feita uma avaliação do aprendizado. A colaboração dos pais é indispensável. Segundo Folque:
A aprendizagem é impulsionada mais pelo grupo do que pelo professor ou por cada criança individualmente. Comunicação e trocas entre o professor e as crianças e entre as crianças são uma maneira de construir a aprendizagem através de processos cooperativos. O conhecimento nas salas de aula do MEM não é visto como propriedade privada. Em vez disso, a aprendizagem individual é sistematicamente estendida a todo o grupo onde as crianças são encorajadas a comunicar (FOLQUE, 2006, p. 06)	Comment by Manoela Lopes Fontanella: arrumar a estrutura
2.3 ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA
O desenvolvimento de cada aluno perpassa por três núcleos diferentes: a iniciação, consolidação e o aprofundamento. Em sua iniciação, ele passa ser tutorado com uma assiduidade maior, aprende as regras de convivência coletiva e seu compromissos com os demais e no seu processo de aprendizagem. Na consolidação, o acompanhamento com seu tutor passa a diminuir, ele passa a transitar nos espaços da escola e adquire seu conhecimento de forma autônoma proposto ao 1º ciclo do ensino básico do currículo nacional. No aprofundamento, os alunos assumem seu comportamento e suas escolhas passam a ser autônoma, participando contribuindo no gestão das atividades individuais e coletivas, seu conhecimento passa para o 2º ciclo do currículo nacional. No final do dia e da quinzena, proceda-se à avaliação dos planos referidos, quanto ao seu grau de concretização, para definição dos planos ações subsequentes.
Ao invés de terem apenas um professor, os alunos têm contato com todos os tutores que os acompanham. As tradicionais disciplinas passam a chamadas de projeto pedagógico e divididas em seis dimensões, acompanhadas por alunos, professores e psicológicos. São elas: linguística, lógico-matemática, naturalista, identitária, artística, pessoal e social.
O aluno tem o direito de eleger seu tutor, podendo ser qualquer cidadão da comunidade escolar - funcionários, pais, professores -, o mesmo passará a ser responsável por guiar e orientar o aluno no seu desenvolvimento pedagógico. Com essa aliança, o aluno e seu tutor passam a avaliar juntos o processo de aprendizagem, a forma como avaliar. 
A escola possui como pedagogia o “Fazer a Ponte” que propõe a formação do cidadão como indivíduo na sociedade, sendo autônomo, responsável pelas suas decisões individuais e coletivas, incentivando e estimulando a singularidade de cada um.
2.3.1 ESTRUTURA
 Para uma escola que foge do padrão tradicional, sua estrutura também é voltada para o novo, ou seja, possui espaços e ferramentas diferenciadas para estimular o interesse e a aprendizagem. Diferente das salas de aulas tradicionais, na Escola da Ponte, as aulas ocorrem em ambientes específicos designados como áreas para o convívio, onde é possível ter ferramentas que auxiliam na busca das soluções dos problemas.
 	A ideia central da escola é fazer com que o educando entenda o porquê e para quê estudar, e para que este processo funcione, o ambiente é organizado em uma área aberta, não possuindo paredes internas, apresentando uma organização de escola sem turmas, não existindo séries, turmas, anos ou ciclos e sim lugares onde o aluno busca pessoas, soluções e ferramentas. Os alunos são agrupados pelas suas preferências comuns, procurando intensificar seu desenvolver nos projetos de pesquisa.
 Ao invés de cada grupo ter um único professor, todos têm acesso aos tutores conforme sua área e preferência, que acompanham nas questões de aprendizagem quanto comportamentais. O aluno que decide quem será seu tutor, podendo ser qualquer membro da comunidade escolar, o mesmo será responsável pela orientação ao longo do percurso pedagógico estabelecido em comum acordo. As mesas são em formato redondo, não havendo carteiras em fila, o material didático fica exposto a disposição do aluno. Diante do exposto, nas palavras de Deleuze (1992):
Pode-se prever que a educação será cada vez menos um meio fechado, distinto do meio profissional – um outro meio fechado -, mas que os dois desaparecerão em favor de uma terrível formação permanente, de um controle contínuo se exercendo sobre o operário-aluno ou o executivo-universitário. Tentam nos fazer acreditar numa reforma da escola, quando se trata de liquidação. Num regime de controle nunca se termina nada (DELEUZE, 1992, p. 216). 	Comment by Manoela Lopes Fontanella: colocar espaçamento
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Para tanto, a instituição se fortifica em sua pedagogia, considerando cada aluno como um cidadão singular e incopiável, com tal característica integrante de uma cultura, origem e estrutura familiar. Sendo assim, a Escola da Ponte compreende que o papel do educador, da comunidade escolar e dos alunos é assegurar que cada sujeito se entenda e se conheça, a partir da convivência com os outros.
 A escola como o próprio nome diz “Escola da Ponte”, nos remete a uma educação que representa um “ponte” para o desenvolvimento da democracia, cooperação e respeito para com todos os cidadãos. A escola traz umaeducação inovadora em todos os sentidos, nos fazendo repensar o modelo de escola já existente, mostrando que pode sim existir uma educação de melhor qualidade criando um ser crítico, pensante, com a consciência de seus direitos e deveres.
 Por conseguinte, o conceito de currículo estabelece individualmente para cada aluno, o desejo de descobrir sobre o outro e o mundo em sua volta. A Escola da Ponte encarrega-se em trazer o currículo em uma dupla proposta: o objetivo e o subjetivo, com um sistema de qualidade adquirido de forma prazerosa e não imposta. 
REFERÊNCIAS
DELEUZE, G. Conversações 1972 – 1990. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. 	Comment by Manoela Lopes Fontanella: arrumar
https://www.ondda.com/noticias/2016/05/conheca-escola-da-ponte-exemplo-de-educacao-de-portugal-para-o-brasil.Acesso 01 de Maio de 2018
http://educacaointegral.org.br/experiencias/escola-da-ponte-radicaliza-ideia-de-autonomia-dos-estudantes/. Acesso 20 de Abril de 2018
https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-ponte. Acesso 20 de Abril de 2018
https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/escola-ponte.htm. Acesso 20 de Abril de 2018
https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-ponte.Acessoem:02 de Maio de 2018
https://pt.wikipedia.org/wiki/célestin_freinet#referências
.http://porvir.org/projeto-ancora-se-inspira-na-escola-da-ponte/Acesso em:27 de junho de 2018.

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