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Em busca da educação e da saúde do povo... Os “olhares” se voltam para a educação física Nos últimos anos do império, a nova classe dirigente, mais identificada com as ideias de progresso e de desenvolvimento, passa a vincular a essas ideias a necessidade de uma educação publica e estatal para povo,uma vez que a ignorância deste impedia a entrada do país no mundo da modernidade. Uma economia urbano -comercial é desenhada,uma elite com ideias “burguesas”, europeias se projeta. A miséria e a prostituição crescem nas cidades; as doenças e as epidemias, de mãos dadas com morte, são o cartão de visita dos portos... O Capitalismo está nascendo no Brasil. Rui Barbosa como representante das elites ressaltava: A ideia de educação como algo capaz de transformar a sociedade. Surge a ideia da saúde e de como ser saudável. Para alcançar esse “ser”saudável seria necessário recorrer à HIGIENE e, sobretudo,acentuar a sua importância na escola. É importante ressaltar que por parte da elite Brasileira houve entendimento semelhante das teorias sociais que se encontravam plenamente desenvolvidas na EUROPA do século XIX. Nesse quadro de assimilação seletiva e hierarquizada do ideário europeu,o liberalismo representa a própria visão de mundo da burguesia e é traduzido por diferentes correntes tais como o positivismo,evolucionismo,organicismo, os quais tiveram maior ou menor espaço na construção da sociedade BRASILEIRA. A educação e a saúde, como práticas sociais, foram fortemente influenciadas por estas correntes de pensamento e receberam funções muito importantes no processo de transformação da sociedade brasileira. Para a elite dirigente a Educação física ministrada nas escolas contribuiria para forjar o indivíduo forte, robusto, saudável e disciplinado de que tanto necessitava a sociedade brasileira em formação. A educação física no Brasil, em suas primeiras tentativas para compor o universo escolar, surge como promotora da saúde física, da higiene física e mental, da educação moral e da reconstituição das raças. Para Rui Barbosa, os benefícios que se podia obter através da ginástica eram de enorme importância para a “educação” não apenas “física” do povo brasileiro, mas para a sua “educação plena”, ou seja, moral e intelectual. Das inúmeras reformas do ensino que buscaram incorporar a ginástica nos currículos escolares, é preciso destacar o decreto n 7.247 de 19 e abril 1879 assinada por Carlos Leôncio de Carvalho, trazia já em sua grade curricular o espaço obrigatório para o ensino da ginástica nas escolas primárias e secundárias do município da Corte . Em seu parecer de n 224 proferido pela câmara dos deputados em 2 de setembro 1882 sobre a reforma de Leôncio de Carvalho, Rui Barbosa sintetiza o conjunto de medidas que considera necessárias para que a ginástica se integre aos currículos escolares: Evidência o caráter obrigatório, distingue-a das horas de recreio,estende a ginástica a ambos sexos. A ginástica destinada as mulheres,devia acentuar suas formas feminis, pelo seu papel na sociedade “mulher/mãe” reprodutora da pátria. Rui Barbosa teve habilidade, diplomacia e “competência” para transformar a ginástica em conteúdo de ensino integrado aos currículos escolares. Procurou sempre, em nome do novo, do moderno, do científico, colocar a ginástica como potencialmente capaz desenvolver corpos saudáveis em meio á miséria física e social do povo, em meio a doenças, epidemias e morte. Spiess, contribuiu para o desenvolvimento científico da ginástica.
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