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ANÁLISE DO FILME “QUANTO VALE OU É POR QUILO? ”

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO
FACULDADE DE SAÚDE E CIÊNCIAS DA VIDA
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
MAYARA MEDEIROS NERES
ANÁLISE DO FILME “QUANTO VALE OU É POR QUILO? ”
ITU
		2017
MAYARA MEDEIROS NERES 103578
ANÁLISE DO FILME “QUANTO VALE OU É POR QUILO? ”
Trabalho de Psicologia Social I, do curso de Bacharelado em Psicologia, da Faculdade de Saúde e Ciências da Vida, apresentado como exigência parcial do primeiro bimestre, do quinto semestre de 2017, sob orientação da Prof.ª Doutoranda Ellen Taline de Ramos.
ITU
2017
O filme de Sérgio Bianchini “Quanto vale ou é por quilo? ” retrata as contradições da sociedade brasileira, o autor faz uma analogia com a sociedade escravista do século XVII com os dias atuais, apesar das épocas serem cronologicamente diferentes a forma de tratamento dos negros na época da escravidão se comparada hoje, não muda, estamos vivendo uma escravidão moderna, pois ainda há relações de dependência entre um sujeito opressor e um sujeito oprimido, quando falamos em escravidão pensamos em pessoas amarradas que são levadas a força de um ambiente para outro , e cada cena do filme prova que estamos enganados sobre isso. Ser escravo é o mesmo que ser subordinado a alguém por maneira não espontânea, de forma forçada, para ser escravo, não importa se estamos livres para ir e vir, o termo é muito mais amplo do que o sentido de liberdade de pensamento, somos pessoas libertas que nos aprisionamos constantemente naquilo que a sociedade julga como normal, “politicamente correto”. 
A tendência geral do capitalismo é constituir o homem como mero suporte do capital, que o determina, negando-o enquanto homem, já que se torna algo coisificado (torna-se trabalhador-mercadoria e não trabalha autonomamente; torna-se capitalista-propriedade do capital e não proprietário das coisas). (CIAMPA, 1984, p.72)
O filme mostra isso na história de Monica Silveira que fez um acordo de trabalhar em tempo integral com Noêmia. Em troca Noêmia faria a festa de casamento da sua sobrinha Clarinha e Monica pagaria a festa em um ano. O autor compara essa história com a de Maria Antônia e Lucrécia, em que Lucrécia tinha que juntar 34 mil reis para sua alforria, mas não conseguia, por esse motivo Maria Antônia comprou Lucrécia do Senhor Caetano Cardoso e em troca Lucrécia trabalharia durante um ano com juros para Maria Antônia. O juro renderia em torno de 2550 reis. Em três anos Lucrécia pagou Maria Antônia, que teve um lucro de 8238 reis, 5688 reis a mais que o esperado. Com isso podemos perceber que Maria Antônia deu uma falsa liberdade a Lucrécia. O que existe é a desigualdade social, é a marca da nossa sociedade capitalista, a concentração de riqueza está nas mãos de poucos e o empobrecimento e a vida difícil com a classe trabalhadora do povo pobre, esses trabalhadores precisam produzir mais do que aquilo que o patrão gasta para mantê-los, o empregado precisa produzir uma riqueza maior que o que recebe de volta, caso contrário não vale a pena ter escravos, o trabalhador só serve para o patrão porque na verdade gera riqueza extra. 
O filme mostra a construção de presídios como geradora de rendas, essa ideia tem a ver com a ideologia de falsa realidade, pois a construção de presídios como geradora de rendas é uma falsa consciência que acaba ocultando outros fatos e que gera ilusão nas pessoas, que não questionam sobre o assunto.
Nesse sentido, usaremos o termo ideologia como uma forma de ocultação e distorção, destinada a manter a hegemonia de determinados interesses, que se manifestam através da linguagem. Entretanto, não somente através da linguagem do sendo comum, como também da linguagem cientifica. (MONTERO, 1989 p.86)
O autor do filme nos revela a realidade dos asilos, em que os idosos são ignorados pela própria família e o trabalho de alguns funcionários é feito apenas por dinheiro.
O filme nos revela também que há interesse financeiro em muitas boas ações de solidariedade, sendo assim a instituição Sorriso de Criança (ONG) máscara a realidade da pobreza fazendo um vídeo em que as crianças têm brinquedos e são felizes. A propaganda fala que doar é um instrumento de poder e que faz dieta a consciência. Além desses benefícios ainda há o que as entidades ganham por fora de maneira ilegal.
De acordo com o filme há cerca de 10 mil crianças abandonadas nas ruas, sendo assim se dividíssemos o dinheiro arrecadado daria para comprar um apartamento pequeno de 2 em 2 anos e ainda pagaria escolas particulares até a faculdade e mesmo assim, o governo alega que não tem verba para ajudar essas crianças.
 O filme mostra a realidade brasileira que infelizmente é uma sociedade desigual e cheia de contradições. No entanto, não há dúvida que as histórias passadas e presentes apresentam diversas e importantes semelhanças, os momentos passados são experiências que devem ser resgatadas e utilizadas a todo e qualquer momento e, nesse sentido, o filme de Bianchini traz diversas semelhanças em variados momentos da história das sociedades e instiga a reflexão do quanto é importante mantermos a memória histórica da sociedade, pois é a possibilidade de não mais repeti-las.
REFERÊNCIAS
CIAMPA, Antonio da Costa. Identidade. In. LANE, Silvia Tatiana Maurer; CODO, Wanderley. (Orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2007. p.58-75.
Quanto vale ou É por Quilo? Produção de Sergio Bianchini, 2005. 1 DVD (104 min). son., color. Legendado. Port. 
MONTERO, Maritiza. Estratégias discursivas ideológicas. In. LANE, Silvia Tatiana Maurer; SAWAIA, Bader B. (Orgs.). Novas Veredas da Psicologia Social. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 83-96.

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