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FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DA PENA1 Paulo Augusto Rodrigues da Cruz2 SUMÁRIO: Resumo. Introdução. Teoria absolutista ou retributiva. Teoria relativista ou preventiva. Prevenção geral. Prevenção especial. Teoria mista ou unificadora. Conclusão. Referências bibliográficas. RESUMO O presente trabalho tem por objetivo dar enfoque nas principais características e funções da pena no Brasil além de demonstrar e enaltecer a importância de sua correta aplicação segundo as normas e princípios gerais do direito para a fomação e consolidação de uma sociedade justa, correta e democrática, ciente do seu papel junto aos semelhantes sociais e ao Estado, o qual possui o direito de punir com equidade e justiça, mantendo o foco principal de evitar quaisquer tipos de influências anárquicas e contrárias ao atual ordenamento jurídico brasileiro. PALAVRAS CHAVES: pena, teoria penal, retributiva, preventiva, unificadora... INTRODUÇÃO Até 1984 praticamente nenhum dos legisladores de direito penal brasileiro haviam se posicionado explicitamente em relação às finalidades ou funções da pena e de forma teórica, até um tanto tradicional, quase sempre fomos doutrinados a compreensão desta sempre levando em consideração as teorias ecléticas que fazem 1 Artigo científico apresentado como avaliação da disciplina de Metodologia Jurídica ministrada pela Professora Cristiane Costa. 2 Gaduando do Curso de Direito do Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson - UNAR. e-mail: pauloaugustocruz@live.com. 2 a junção das ideias de retribuição do crime, receber o mal da pena pelo mal praticado e as ideias de prevenção geral desencorajando outros a delinquir e prevenção especial evitando que o meliante volte a cometer outro crime. É devido a este posicionamento doutrinário que o nosso código penal vigente sofreu grande influência no tocante ao retribucionismo ao estabelecer um sistema de punição justo e merecido, isto é, da pena proporcional à gravidade objetiva do fato e à culpabilidade do seu autor. No artigo 59 do código penal encontra-se assumidamente um duplo sentido para a pena dizendo textualmente: "O juiz, atendendo à culpabilidade [...], estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime: as penas aplicáveis dentre as cominadas [...]". O fato é que atualmente a pena de prisão está muito aquém de cumprir sua finalidade no tocante a ressocialização dos indivíduos. A pena de prisão em nosso país hoje é cumprida de maneira totalmente inconstitucional, por se caracterizar como desumana, cruel e torturante. Os presídios não possuem condições mínimas para reeducar socialmente ninguém, pelo contrário, dessocializam, produzindo efeitos devastadores na personalidade ferindo o princípio da dignidade humana. [...] o direito penal deve pautar-se pela benevolência, garantindo o bem-estar da coletividade, incluindo-se o dos condenados. Estes não devem ser excluídos da sociedade, somente porque infringiram a norma penal, tratados como se não fossem seres humanos, mas animais ou coisas. (NUCCI, 2011, p. 85). Dentro deste complicado contexto social e a clara exposição da realidade humana contemplada por nossos olhos diariamente, conhecida e divulgada pela mídia nos veículos de informação encontram-se grandes inferências e inquietações provenientes do âmago humano, os quais nos atrelam de forma irrevogável às batalhas formais, filosóficas, doutrinárias e psicológicas extremamente desafiadoras, permeando de forma um tanto quanto significativa nossos pensamentos e conceitos mais obscuros, revelando-nos o desafiador processo de medir e galgar cada passo através da tênue linha limitadora posicionada entre o direito como ordenamento social jurídico e o desejo anárquico social fomentado através de seu subjetivo beneplácito e pelo impacto da triste realidade penal brasileira. 3 Diante do exposto torna-se praticamente impossível não cobrar os devidos resultados daquele que tem por princípio a execução legal dos seus direitos, no caso o Estado, sob forma e princípio ético, derivando em sua direção o questionamento popular e doutrinário que infere de forma categórica contra sua atual realidade, afinal se o direito de punir lhe pertence e este não pode ser negado sob nenhuma circunstância, por conseguinte o dever de reeducar e socializar novamente o delinquente da mesma forma não deve ser negado. A prisão é uma exigência amarga, mas imprescindível. A história da prisão não é de sua progressiva abolição, mas a de sua reforma. A prisão é concebida modernamente como um mal necessário, sem esquecer que a mesma guarda em sua essência contradições insolúveis. (BITENCOURT, 2010, p. 505). TEORIA ABSOLUTISTA OU RETRIBUTIVA O desenvolver do Estado absoluto teve início com o surgimento do movimento comercial denominado mercantilismo, que culminou na revisão da teoria até então aceita no que concernia a correta característica de representatividade e poderio perante a sociedade regulamentada por seu portifólio de normas e relacionamento intínseco com Deus. A partir desta revisão surge o Estado burguês, tendo como alicerce a teoria do contrato social, ou seja, o Estado recebe como definição de seu caráter uma concepção liberal, a qual é reconhecida como a expressão soberana do povo e a sua divisão de poderes. O Estado, tendo como objetivo político a teoria do contrato social, reduz sua atividade em matéria jurídico-penal à obrigação de evitar a luta entre os indivíduos agrupados pela ideia do consenso social. O indivíduo que contrariava esse contrato social era qualificado como traidor uma vez que com sua atitude não cumpria o compromisso de conservar a organização social, produto da liberdade natural e originária. Passava a não ser considerado mais como parte deste conglomerado social e sim como um rebelde cuja culpa podia ser retribuída com uma pena. (BITENCOURT, 2010, p. 100). 4 A teoria absolutista atribui ao Estado a função de detentor da justiça em princípio conceituada e embasada na ideologia filosófica, na fé e nos princípios éticos e morais resguardando o intento principal de exercer o controle e manter a ordem reconhecida pela maioria democrática dos seus indivíduos como procedimentos corretos frente os inevitáveis conflitos, choque de interesses, respeito aos direitos alheios e relacionamentos entre pessoas e suas inerentes peculiaridades desenvolvidas pela individualidade de cada integrante. Dentro deste modelo ideológico fica caracterizado, principalmente em uma sociedade já concebida há décadas no seio da democracia que o Estado é amigo e protetor de todos aqueles que nutrem e desenvolvem sua vida cotidiana em plena conformidade e cumpridora de suas obrigações junto a este soberano. [...] o Estado detém o monopólio do jus puniendi, devendo somente ao poder estatal, em regra, o direito de punir. As únicas exceções legalmente postas ao exercício desse jus puniendi são quando o Estado não pode estar presente à tutela do indivíduo, concedendo a ele o benefício da autotutela (p.ex., legítima defesa, desforço imediato para defender a posse, apreensão de bens com penhor legal para garantir o pagamento da hospedagem, colheita dos frutos das árvores limítrofes). (OLIVEIRA, 2011, p 22). Devido o fato real e reconhecido em sua forma etimológica de ser, o Estado se torna a representação subjetiva da somatória de consciência humana como seu fundamento principal, ou seja, é a absoluta vontade da maioria que rege as normativase regras de relacionamento equacionando objetivamente o bem estar de todos os indivíduos, colaborando assim no culminar da retribuição penal contra qualquer ato prejudicial a sua ordem ou ética universal. TEORIA RELATIVISTA OU PREVENTIVA Enquanto as teorias absolutivas visam retribuir ao infrator o mal causado ao ordenamento jurídico social, as teorias relativistas visam a aplicação da prevenção da sociedade aos atos que culminem na perturbação de sua paz. Para as teorias preventivas a pena não visa retribuir o fato delitivo cometido, e sim prevenir a sua prática. Se o castigo ao autor do delito 5 se impõe, segundo a lógica das teorias absolutas, somente porque delinquiu, nas teorias relativas à pena se impõe para que não volte a delinquir. (BITENCOURT, 2010, p. 106). As teorias relativistas demonstram, em sua síntese principal, uma certa preocupação em dissolver de forma prática e simples os atos constituintes de condutas criminosas, tentando de certa forma resolver o problema social excluindo o indivíduo meliante do convívio sob forma de prevenção de novas ilicitudes. Ainda segundo consta, considera-se em tese muito melhor trabalhar em conceitos preventivos aos conceitos retributivos, uma vez que em tese o Estado pelo fato de ser laico não possui manifestação de escolhas, sentimentos ou preferências, mas sim é um agente e reagente lógico e racional em concordância com suas diretivas ideológicas, portanto torna-se um tanto quanto estranho dentro desta concepção etimológica considerar em nossa razão que este elemento universal retribui ao infrator um mal causado a outrem. Quais as doutrinas ou correntes que, no campo da Jurisprudência, correspondem à posição do racionalismo? Racionalistas, na tela do Direito, são muitos autores, antigose modernos, que sustentam que, acima ou ao lado de um direito empírico, desenrolado na experiência, existe um Direito Ideal, um Direito Racional, ou um Direito Natural, em razão de cujos ditames seria possível afirmar-se a validade ou a obrigatoriedade das regras jurídicas positivas. (REALE, 2002, p. 128). Portanto torna-se necessária um aprofundamento de ordem paterna na ação estatal para com o ser humano em uma profunda relação concomitante de proteção de direitos, isto é, a sociedade judicialmente ajustada protege os direitos do Estado e este reciprocamente protege os diretos sociais num perfeito ciclo de equilíbrio e sustentação de interesses nobres. Fica no entanto evidente que a maldade disseminada por alguns, sob a forma de rebelião, é caracterizada como ação claramente nociva, pois causa o desequilíbrio da balança judicial, daí surge a necessária proteção recíproca pessoa-Estado, afinal sendo o estado a união universal da razão humana, qualquer ação contra um ou outro culmina em desrespeito a ambos tornando-se assim necessárias sanções que visem também a prevenção de tais acontecimentos. 6 PREVENÇÃO GERAL Esta teoria possui em seus alicerces dois fundamentos básicos sendo um deles de natureza psicológica e o outro de natureza racional. A natureza psicológica se vale do sentimento de medo inerente a todos os seres vivos e é utilizado como fator de intimidação, levando o delinque a refutar qualquer tipo de ação ameaçadora à ordem social e a soberania do Estado. A natureza racional reflexiva e ponderativa do homem é também reconhecida como a outra estaca desse alicerce na aplicação das indumentárias filosóficas comorientes oriundas do relacionamento recíproco entre a sociedade e o Estado. Para a teoria da prevenção geral, a ameaça da pena produz no indivíduo uma espécie de motivação para não cometer delitos. Ante esta postura encaixa-se muito bem a crítica que se tem feito contra o suposto poder atuar racional do homem, cuja demonstração sabemos ser impossível. Por outro lado essa teoria não leva em consideração um aspecto importante da psicologia do delinquente: sua confiança em não ser descoberto. Disso se conclui que o pretendido temor que deveria infundir no delinquente, a ameaça de imposição de pena, não é suficiente para impedi-lo de realizar o ato delitivo. A teoria ora em exame não demonstrou os efeitos preventivos gerais proclamados. É possivel aceitar que o homem médio em situações normais seja influenciado pela ameaça da pena. Mesmo assim, a experiência confirma, isso não acontece em todos os casos, estando aí, como exemplos, os deinquentes profissionais, os habituais ou os impulsivos ocasionais. Resumindo, cada delito já é, pelo só fato de existir, uma prova contra a eficácia da prevenção geral. (BITENCOURT, 2010, p. 108). PREVENÇÃO ESPECIAL Esta teoria tem sua aplicação também fundamentada na prevenção dos atos ilícitos, porém com especial aplicação exclusiva ao meliante, no intuito de impedí-lo a praticar novos crimes. 7 A prevenção especial não busca a intimidação do grupo social nem a retribuição do fato praticado, visando apenas aquele indivíduo que já delinquiu para fazer com que não volte a transgredir as normas jurídico-penais. Os partidários da prevenção especial preferem falar de medidas e não de pena. A pena, segundo dizem, implica a liberdade ou a capacidade racional do indivíduo, partindo de um conceito geral de igualdade. Já medida supõe que o delinquente é um sujeito perigoso ou diferente do sujeito normal, por isso, deve ser tratado de acordo com a sua periculosidade. Como o castigo e a intimidação não tem sentido, o que se pretende, portanto, é corrigir, ressocializar ou inocuizar. (BITENCOURT, 2010, p. 111). Desta forma fica esclarecido a justa forma de tratamento atribuída ao infrator, segundo a gravidade de seus atos e prevenção contra seus intentos pessoais reconhecidamente nocivos. Um exemplo bastará para pôr em evidência o alto significado da distinção acima apontada entre ser e dever ser nos domínios da Jurisprudência. Um homicídio pode ser estudado segundo dois ângulos distintos, dois processos diversos: pode ser analisado por um psicólogo, que poderá indagar dos motivos determinantes do ato; por um sociólogo, que o enquadrará em função de outros fatos de ordem social, na procura de uma lei geral, compreensiva de esquemas diversos de comportamento; por um médico, que levará em conta outros fatores determinantes, ligados a problemas de ordem fisiológica ou biológica. As chamadas ciências naturais procurarão, pois, estabelecer nexos de antecedente e conseqüente, de causa e efeito e de coexistência sobre o fenômeno referido. (REALE, 2002, p. 193). O conceito concreto de igualdade judicial se aplica a todos evidentemente, mas ao considerar a realidade de que as diferenças são inerentes às características não somente fisiológicas mas principalmente e mais profundamente, diga-se de passagem, no âmbito racional, consciente e subconsciente da personalidade humana, faz-se necessário que sejamos tratados justamente com respeito a essas diferenças, ou seja, partindo do pressuposto das diferenças pessoais supracitadas, seria injusto 8 sermos tratados todos da mesma forma, isto é, justiça para os justos e restrição de direitos aos defraudadores do direito. A retirada de meliantes transgressores de normas e princípios éticos e socialmente morais do convívio com os indivíduos de boa índole possui, em tese, a função de varrer o lixo social e paternalizar a proteção estatal sobre todos os indivíduos constituintes e formadores deste último. A dinâmica do direito resulta, aliás, dessa polaridade estimativa, por ser o direito concretização de elementos axiológicos: — há o "direito" e o "torto",o lícito e o ilícito. A dialeticidade que anima a vida jurídica, em todos os seus campos, reflete a bipolaridade dos valores que a informam. Não é por mera coincidência que existe sempre um autor e um réu, um contraditório no revelar-se do direito, dado que a vida jurídica se desenvolve na tensão de valores positivos e de valores negativos. O direito tutela determinados valores, que reputa positivos, e impede determinados atos, considerados negativos de valores: até certo ponto, poder-se-ia dizer que o direito existe porque há possibilidade de serem violados os valores que a sociedade reconhece como essenciais à convivência. (REALE, 2002, p. 189). Punir alguém que violou as regras (na verdade são também as regras dos indivíduos socialmente ordenados, pois é formado pela consciência racional humana universal de forma coexistente no compartilhar de normas de conduta eticamente adequadas concomitantemente recíprocas) é um ato de direito exercitado pelo Estado em conexão com seu ordenamento jurídico democraticamente escolhido e representa o direito de proteção da sociedade, em uma linguagem mais clara e direta diríamos que os que fazem as suas próprias regras particulares fora das limitações legais não possuem capacidade de interação social, e por isso necessitam ser isolados dos demais, o que culmina em justificação e prevenção da ordem social através da retirada de tais indivíduos. TEORIA MISTA OU UNIFICADORA Constitui-se no intento de agrupar as principais características destacadas dos conceitos retributivos e preventivos visando a teórica e hipotética universalização conceitual da pena. 9 Pena é a sanção do Estado, valendo-se do devido processo legal, cuja finalidade é a repressão ao crime perpetrado e a prevenção a novos delitos, objetivando reeducar o delinquente, retirá-lo do convívio social enquanto for necessário, bem como reafirmar os valores protegidos pelo direito penal e intimidar a sociedade para que o crime seja evitado. (NUCCI, 2011, p. 401). Denota-se claramente nas prefigurações de suas diversas teses o intento de extrair o melhor das características possíveis e previsíveis para correta aplicação e função penal brasileira, muito embora sejam conceitos correlatos e conexos entre si, cada qual possui uma certa particularidade inerente de ser e representar os princípios gerais do direito. As penas privativas de liberdade são: reclusão, detenção e prisão simples. As duas primeiras constituem decorrência da prática de crimes e a terceira é aplicada a contravenções penais. As penas restritivas de direitos são as seguintes: prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos, limitação de fim de semana, prestação pecuniária e perda de bens e valores. A pena pecuniária é a multa. (NUCCI, 2011, p. 400). Embora alguns doutrinadores as considerem ineficazes individualmente, quando unificadas, atendem mais cabalmente sua função legal, principalmente frente ao atual cenário brasileiro, extremamente carente de uma reforma em nosso obsoleto código penal, o qual tem permitido que diversas atrocidades sejam levemente punidas, enquanto pequenos delitos rigorosamente apenados, evidentemente considerando suas proporcionalidades. Isso tem causado grande desconforto social e um notório senso subjetivo de injustiça prefigurando o Estado como incompetente na aplicação da norma penal. As teorias unificadoras partem da crítica às soluções monistas, ou seja, às teses sustentadas pelas teorias absolutas ou relativas da pena. Sustentam que essa unidimensionalidade, em um outro sentido, 10 mostra-se formalista e incapaz de abranger a complexidade dos fenômenos sociais que interessam ao direito penal, com consequências graves para a segurança e os direitos fundamentais do homem. Este é um dos argumentos básicos que ressaltam a necessidade de adotar uma teoria que abranja a pluralidade funcional da mesma. Assim esta orientação, estabelece marcante diferença entre fundamento e fim da pena. (BITENCOURT, 2010, p. 112). Neste cenário debuta a teoria unificadora, que tem por função estabelecer de forma justa, correta e eficaz a aplicação da pena concernente com a justiça racional democrática e universal, que representa a consciência social, e os princípios essenciais do direito penal versando sobre as garantias de direito aos justos de forma prática e ativa realizando a dissolução dos vários celeumas populares imputados no dia a dia da omissão legal. CONCLUSÃO Da leitura deste artigo extrai-se alguns dos conceitos fundamentais aplicados no direito penal brasileiro. É conveniente afirmar que ao analisar clinicamente todos os acontecimentos a nossa volta percebe-se a clara necessidade de atualizar estes conceitos de forma significativa e operante uma vez que como já mensurado nosso código penal sofre o declínio dos anos. Hoje temos o privilégio de conviver em uma sociedade mais avançada tecnologicamente, e o acesso à informação em tempo real faz com que toda notícia veiculada na mídia rapidamente se torne conhecida por todos, e devido a este fator, somado muitas vezes ao sensacionalismo jornalístico incita o questionamento a atual norma social vigente e com o agravante da lentidão judicial brasileira transmite a todos a sensação de impunibilidade. O que todos procuram observar e receber do seu supremo órgão regulamentador é a aplicação justa, rápida e eficaz das normas pelas quais somos diariamente regidos e protegidos. Contudo nossos doutrinadores tem se sobressaído na interpretação e correta aplicação das normas penais, as quais tem auxiliado toda jurisprudência no tecer de suas considerações e pareceres judiciais. 11 Ainda que existam novas teorias extremistas, a pena ainda é o fator primordial e culminante de adequação social e ordem jurídica e o Estado exerce poder sobre a sociedade através do jus puniendi e a sociedade sobre o Estado através da democracia. Sob essa ótica conclui-se ainda que a punição é extremamente importante no revide das investidas anárquicas, e que assim como todos os elementos do universo físico, químico e biológico são reféns da teoria de ação e reação, causa e efeito, bem como somente desenvolvem-se com ordem e organização, assim também nós só avançaremos enquanto sociedade vivenciando estes mesmos princípios universais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 15. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1 ISBN 978-85-02-08610-4. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 7. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. ISBN 978-85-203-3876-6. OLIVEIRA, Luis Santos de. Caderno de direito penal. 1. ed. Minas gerais: Universidade Federal de Minas Gerais, 2011. REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. ISBN 85-02- 01855-8.
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