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LICENCIATURA EM QUÍMICA PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO A DOCÊNCIA (PE:ID) POSTAGEM 2 - ATIVIDADE 2 REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO - O ALUNO PERFEITO (RUBEM ALVES) DÉBORA DE JEOVÁ FERNANDES - RA - POLO - SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SP 2018 2 SUMÁRIO 1 - Texto Selecionado - O Aluno Perfeito RUBEM ALVES ....................................................3 2 - Reflexões Sobre o Texto Selecionado ..................................................................................5 3 1 - TEXTO SELECIONADO O ALUNO PERFEITO Ele se chamava Memorioso, pois seus pais julgavam que a memória perfeita é essencial para uma boa educação. Era uma vez um jovem casal que estava muito feliz. Ela estava grávida, e eles esperavam com grande ansiedade o filho que iria nascer. Transcorridos os nove meses de gravidez, ele nasceu. Ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam ter! Por isso eles haviam rezado muito durante toda a gravidez, chegando mesmo a fazer promessas. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular. E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo que os professores ensinavam. Mas tudo mesmo. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Suas inteligências recusavam-se a aprender. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação. Isso não acontecia com Memorioso. Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair a raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, populações de países longínquos, datas de eventos históricos, nomes de reis, imperadores, revolucionários, santos, escritores, descobridores, cientistas, palavras novas, regras de gramática, livros inteiros, línguas estrangeiras. Sabia de cor todas as informações sobre o mundo cultural. A memória de Memorioso era igual à do personagem do Jorge Luis Borges de nome Funes. Só tirava dez, o que era motivo de grande orgulho para os seus pais. E os outros casais, pais e mães dos colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas em vermelho eles gritavam: “ por que você não é como o Memorioso?”. 4 Memorioso foi o primeiro no vestibular. O cursinho que ele frequentara publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura. Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para doutoramento no MIT. Depois da cerimônia acadêmica foi à festa. E estavam todos felizes no jantar quando uma moça se aproximou de Memorioso e se apresentou: “Sou repórter. Posso lhe fazer uma pergunta?” “Pode fazer”, disse Memorioso confiante. Sua memória continha todas as respostas. Aí ela falou: “De tudo o que você memorizou qual foi aquilo que você mais amou? Que mais prazer lhe deu?”. Memorioso ficou mudo. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas aquilo não lhe fora ensinado. Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto fumaça saia por suas orelhas. Memorioso primeiro travou. Deixou de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaram que seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória não tem respostas. É que tais respostas não se encontram na memória. Encontram-se no coração, onde mora a emoção.... 5 2- REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO O ALUNO PERFEITO - RUBEM ALVES O texto, “O Aluno Perfeito”, nos leva a reflexão de vários pontos relacionados à educação.Referentes aos educadores e também ao ambiente educacional. Em um primeiro momento vou fazer alusão ao conjunto educacional casa e aos educadores pais, afinal a escola, não é o único ambiente onde se dissemina conhecimentos, e nem tão pouco o professor é o único que transmite esses conhecimentos. Os pais citados no texto não fogem muito a regra do nosso atual modelo, para os pais o aluno perfeito é aquele que decora tudo, tira notas boas e é aprovado no final do ano. Mas será que esse é o comportamento ideal? Será que o futuro desse filho esta garantido, somente pelo fato de ter uma ótima memória? Digo que não, os pais não devem incentivar seus filhos a viverem mecanicamente, devem participar da educação de forma mais efetiva Comparar um filho que tira notas ruins, com um colega que tira notas boas não traz um resultado positivo, essa situação do tirar notas ruins precisa ser analisada com muita seriedade. O que está faltando para que essas notas sejam melhores? Será que esses pais já se perguntaram isso. Muitas vezes com a correria do dia a dia, os pais tem deixado de lado a educação dos filhos, é muito mais “fácil” colocar o filho diante de um aparelho eletrônico, do que incentivar a leitura, o desenvolvimento de raciocínio, o diálogo, a ensinar princípios para se viver em sociedade, etc... Nos dias atuais essa interação tem ocorrido cada vez menos, e isso de uma forma geral irá refletir no segundo conjunto educacional, que tem como ambiente a escola e os professores como educadores. Muitas vezes essa falta tem que ser suprida pelo professor, e como tem sido a postura dos educadores atuais diante dessa situação? Devemos parar para pensar, que tipo de aluno estamos formando. Quanto educadores será que estamos formando alunos com a capacidade de reflexão, de resolução, com capacidade para enfrentar situações coorporativas, ou será que estamos mecanizando a educação. Pois bem, na maioria das vezes o que temos visto, é exatamente um modelo que valoriza o tipo de aluno citado no texto, o aluno “Memorioso”, afinal o aluno decora o conteúdo, realiza a avaliação, acerta tudo e é aprovado sempre com notas boas, mas com isso, estamos somente nos iludindo e criando um problema social cada vez maior. Como futuros educadores temos que ter uma visão mais ampla, voltada em desenvolver no aluno a curiosidade de aprender, de fazer novas descobertas, de ter senso crítico diante dos fatos, e que saiba lidar com as emoções. 6 O que temos visto é uma geração tipo robôs, que sabem fazer somente aquilo para que foram programados, e pessoas doentes emocionalmente por não ter a capacidade de se reinventar e nem de lidar com situações adversas. O texto deixa bem claro que o sistema educacional mecanizado, não funciona, e que ter uma vasta memória não é o essencial para uma boa educação. A boa educação é um conjunto de fatores voltados ao desenvolvimento de uma sociedade melhor, mais humanitária e que saiba lidar com as diferenças. A função de um educador só fará sentido se um aluno ingressar nos estudos como uma pedra bruta e sair dele como um diamante lapidado. REFERÊNCIA RUBEM ALVES. O Aluno Perfeito. Folha de São Paulo, publicado em 01/2007. Acessado em 05/2018. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2301200704.htm
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