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RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS

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1 
 
 
RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS 
 
AULA 1: SINDICALISMO 
 
A Revolução Industrial 
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra e foi favorecida pelo fato de o País possuir 
grandes reservas de carvão mineral. Com o advento da energia a vapor, o carvão mineral 
tornou-se o grande combustível do século XVII , permitindo, então, o avanço das máquinas 
movidas a vapor. 
Alguns fatores favoreceram o surgimento da indústria na Inglaterra, tais como: 
• A burguesia inglesa teve a capacidade de adquirir equipamentos e de contratar mão de obra 
abundante na época; 
• o País possuía um mercado interno que favorecia o crescimento do parque industrial; 
• o País possuía, também, grandes reservas de minério de ferro (matéria-prima importante da 
época). 
No século XVII, além do desenvolvimento das máquinas, ocorreu, também, o desenvolvimento 
dos transportes. Se, por um lado, esse desenvolvimento reduzia a utilização da mão de obra, 
por outro, permitia o avanço da produção industrial. 
Dessa forma, surgiram as locomotivas a vapor, que possuíam capacidade de transporte de 
mercadorias à grande distância e com baixo custo. 
As fábricas e oficinas do século XVII apresentavam péssimas condições de trabalho: lugares 
sujos, abafados e pouco iluminados. 
Para aumentar a força de trabalho nesses locais, empregavam-se mulheres e menores de 
idade. Além disso, os salários eram baixos, o que resultou em descontentamento geral – um 
clima propício para o surgimento das lutas por melhores condições de trabalho. 
Como se não bastasse, havia, também, poluição sonora e ambiental, além do êxodo rural. 
Tudo isso contribuiu para condições desfavoráveis de crescimento urbano, o que aumentou o 
clima de tensão entre os trabalhadores. 
A Revolução industrial permitiu mais eficiência de produção, barateando o preço final dos 
produtos, além de produzir maiores quantidades em menor espaço de tempo. 
Por outro lado, A Revolução Industrial aumentou o número de desempregados substituídos 
pelas máquinas, o que permitiu que os empresários utilizassem mão de obra mais bem 
qualificada. 
Esse cenário tornou-se ideal para o surgimento das lutas sindicais, que buscavam melhores 
condições de trabalho, melhores salários e a manutenção dos empregos. 
 
HISTÓRICO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL – 1ª FASE 
No Brasil, a Revolução Industrial teve início na segunda metade do século XVIII, com as 
indústrias têxtil e de ferro. 
Entretanto, em 5 de janeiro de 1785, D. Maria I, com medo da concorrência com Portugal em 
termos de custos, assinou um alvará fechando todas as manufaturas têxteis da colônia, com 
exceção da manufatura dos panos grossos para uso dos escravos e trabalhadores. 
 
2 
 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DOS GOVERNOS NA ECONOMIA BRASILEIRA 
Nos anos seguintes à década de 1950, inclusive no Governo Médici, houve o período do 
“milagre brasileiro”, mas surgiu, também, o aumento da dívida externa e a concentração de 
renda. 
No final de 1989 e durante a década de 1990, os Governos Collor e Fernando Henrique 
Cardoso marcaram o modelo neoliberal, com sérias repercussões no setor secundário da 
economia brasileira. 
Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, contribuiu, nos oito anos de seu mandato, para a 
desejada estabilidade nas regras da economia, o que gerou o crescimento do número de 
empresas e investimentos no País. 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
SINDICALISMO NO BRASIL 
No Brasil, o surgimento do sindicalismo não foi muito diferente do ocorrido em todo o mundo. 
O povo brasileiro foi conquistado e dominado por muitos anos, além de vivido sob o regime 
escravocrata. Esses elementos da história comprometem, até hoje, uma relação mais 
profissional entre o capital e o trabalho. 
Isso porque o domínio sobre a classe trabalhadora foi uma dura realidade que permaneceu 
durante muitos anos, até que os trabalhadores conquistassem seu espaço de lutas. Essa 
conquista ocorreu mais pela determinação de alguns do que pela vontade dos patrões, que 
sempre preferiram a condição de explorar, de forma radical, os direitos dos trabalhadores. 
Diferente do que ocorreu em outros países, a conquista desses direitos foi determinada por 
princípios legais, com a implantação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943. 
No governo populista de Getúlio Dornelles Vargas, surgiram os sindicatos e toda a sua 
estrutura. Tais sindicatos foram definidos nos artigos da referida legislação. 
Ao longo da história sindical do Brasil, sabe-se que a primeira greve ocorreu no século XVIII, 
por estivadores do porto de Salvador – classe que sempre foi muito prejudicada. 
Até hoje, essa classe de trabalhadores não recebe sequer uma estrutura humanitária; os 
profissionais desse segmento têm seu direito abandonado ou renegado a segundo plano. 
Sabe-se, também, de um movimento ocorrido em meados do século XIX, por tipógrafos do Rio 
de Janeiro – categoria que possuía um instrumento importante para a organização: os 
panfletos. 
As lutas sindicais continuaram durante o século XIX e ganharam força no século XX, 
acompanhando as tendências de todo o mundo. 
Como aliados dessas lutas, havia outras organizações sociais, como a própria Igreja, que 
passou a dar maior volume de informações para os operários, divulgando seus direitos e 
deveres. 
A classe dominante buscava sempre manter o povo na total ignorância para, com isso, 
aumentar seu domínio sobre o mesmo. Entretanto, com o apoio da Igreja, a situação mudou. 
Esse foi, sem dúvida, um dos fatores determinantes do progresso da sociedade e de uma 
melhor condição cultural do povo! 
 
 
 
 
4 
 
 
CONGRESSOS OPERÁRIOS 
Com a infiltração de socialistas da Europa (em especial, da França), o movimento socialista 
começou a evoluir no Brasil. Com esse movimento, surgiu, também, um forte avanço da classe 
dos trabalhadores, que tinha o apoio de artistas e intelectuais. 
Da mesma forma, surgiram, no Rio de Janeiro, os congressos operários. Esses congressos 
sofreram vários revezes por parte das autoridades constituídas, que procuraram dificultar a 
participação dos líderes sindicais, afastando-os de seus postos de trabalho. As ações da polícia 
repeliam, ainda, qualquer tipo de manifestação dos operários. 
Os referidos congressos foram adiados por diversas vezes, tendo, ainda, mudança dos 
membros que lideravam sua organização. Até que, após o apoio de diversas categorias que 
aderiram às greves, o movimento, finalmente, atingiu seu objetivo - em 23 de abril de 1920, os 
congressos foram realizados. 
 
GOVERNO DE GETÚLIO VARGAS 
Fatos marcantes ocorridos no governo de Getúlio Vargas dão contornos maiores ao 
movimento sindical no Brasil. 
O primeiro Ministro do Trabalho, Lindolfo Collor, era o avô do ex-Presidente da República 
Fernando Collor, que, através de um Decreto-Lei, criou as amarras do movimento sindical por 
meio do controle financeiro do Ministério do Trabalho sobre os sindicatos. 
Desse modo, os sindicatos foram criados como uma extensão do governo, fato que só deixaria 
de existir, de forma mais objetiva, na Constituição recente de 1988. Entretanto, ainda hoje, há, 
através do governo federal, o processo de controle financeiro dos sindicatos. 
Muitos sindicatos resistiram a essa legislação que, infelizmente, acabou prevalecendo. 
Contudo, muitas conquistas foram obtidas, como o limite de 8 horas diárias e o repouso 
semanal remunerado. 
Durante este governo, o movimento comunista reforçou o movimento dos trabalhadores, 
criando-se, assim, a primeira Central Sindical. Com isso, surgiu uma maior mobilização dos 
trabalhadores (usados como massa de manobra política). 
Percebendo suas reais intenções, o governo federal conteve esse movimento, criando o Estado 
de Sítio - um controle total do Estado que suprimia os direitos constitucionais dos cidadãos e 
conferia poderes especiais ao Executivo, submetendo os Poderes Legislativoe Judiciário a seu 
mando. 
 
LUTAS SINDICAIS E O GOLPE MILITAR 
 
5 
 
 
 
MOVIMENTO OPERÁRIO DURANTE O REGIME MILITAR 
Apesar de receber um duro golpe, os trabalhadores persistiram em suas lutas, criando, em 
1967, o Movimento Sindical anti-Arrocho (MIA). Esse movimento teve a participação especial 
dos metalúrgicos de São Paulo e dos municípios vizinhos. Seu objetivo era buscar melhoria 
salarial para os trabalhadores. 
No ano seguinte, vários movimentos grevistas ocorreram em diversas regiões do Brasil. 
Entretanto, todos foram abafados pelas forças militares. 
Somente 10 anos mais tarde, em 1978, os operários voltaram à luta e deram início, no Brasil, 
ao que se chama de jornada pela democracia. 
Em 1979 e 1989, surgiu a figura de um líder que se consagrou no País: Luís Inácio Lula da Silva. 
Com a campanha das “Diretas Já”, deu-se início a uma nova etapa no Brasil. Esse movimento 
voltou a destacar a força da classe operária, que, em conjunto com as lideranças políticas, 
principiou a retomada da democracia no Brasil e a reposição dos direitos cassados. 
 
SINDICALISMO NO BRASIL 
No Brasil, os sindicatos foram criados através de uma legislação de 1943. Tais sindicatos 
possuem alguns aspectos que devem ser repensados. 
Um desses aspectos é a unicidade sindical, que não permite a concorrência de outro sindicato 
no mesmo município. Esses sindicatos permanecem, até hoje, vinculados a líderes da época 
indicados pelo governo. Além disso, os referidos sindicatos perpetuam-se, indicando seus 
pares e beneficiando-se de uma legislação já ultrapassada. 
Sendo assim, é possível acreditar que só haverá mudança com a reforma sindical a partir da 
retirada do imposto sindical e da criação de uma contribuição dos empregados, tendo, por 
base, os serviços prestados. 
A partir de 1970, considera-se que surgiu uma nova etapa no sindicalismo, com as greves do 
ABC e o surgimento de novos líderes, que influenciaram, de maneira marcante, os destinos 
políticos do Brasil. Apesar disso, entendemos que só teremos uma mudança, de fato, com a 
alteração do atual modelo e da atual legislação. 
Hoje, há um sindicato que sobrevive com a contribuição sindical, a taxa assistencial e a 
mensalidade de poucos associados. A taxa assistencial decorre do acordo ou convenção 
sindical, em que, normalmente, os sindicatos de trabalhadores fazem acordos de interesse dos 
empresários. O objetivo desses acordos é evitar o dissídio e fazer com que se consiga um valor 
maior sem a necessidade de prestação de contas. Isso torna o sindicato uma fonte de rendas 
para um grupo em detrimento de toda a categoria. 
Com as mudanças introduzidas pela Lei 13.467/17, a contribuição sindical deixou de ser 
obrigatória, tornando necessário, uma mudança na postura dos Sindicatos. 
 
 
 
6 
 
 
SINDICALISMO NOS DIAS ATUAIS 
Os tempos difíceis na relação entre capital e trabalho já estão ultrapassados. Hoje, os 
empresários têm uma maior necessidade em manter um relacionamento superior com suas 
equipes para obter melhores resultados e tornarem-se mais competitivos. Tais empresários 
buscam formas criativas de remunerar suas equipes, além de preocuparem-se com a 
qualidade de vida dos trabalhadores e com seu futuro. 
Atualmente, vive-se em uma economia mais estável, e os grandes índices de negociação que 
facilitavam a mobilização já não existem. Isso faz com que os argumentos transformem-se em 
valores diferenciados, como qualidade de vida e até mesmo uma melhor formação para os 
trabalhadores. 
Esses profissionais concorrem com mudanças de tecnologia nas empresas, o que acaba por 
tomar seus empregos. A robotização da indústria brasileira já é uma realidade; até mesmo na 
agricultura, há máquinas realizando o processo desde o plantio até a colheita. 
Tudo isso reduz as oportunidades de emprego, em especial, para os trabalhadores que não 
possuem uma formação mais adequada a esses novos tempos. 
Os sindicatos poderiam criar escolas técnicas de formação de mão de obra, preparando os 
trabalhadores para novos desafios; buscar assessoria de consultores especializados e investir 
fortemente em formação e reciclagem. 
Algumas bandeiras também devem ser conquistadas, tais como: 
• A redução da jornada de trabalho, que permite um aumento na oferta de oportunidades de 
emprego; 
• Uma melhor adequação de lazer para o trabalhador; 
• Uma valorização do salário mínimo, o que possibilita uma melhor distribuição de renda no 
Brasil; 
• Uma aposentadoria mais justa; 
• Uma adequação nas aposentadorias, a partir da criação de um equilíbrio de renda. 
 
AULA 2: DIREITO DO TRABALHO 
 
O DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
Definição e campo de atuação 
O Direito é, de fato, para ser da coletividade. Nesse caso em especial, o Direito Coletivo do 
Trabalho estuda as relações coletivas a serem observadas no contrato de trabalho, suas 
aplicações sobre esse pacto e as consequências advindas deste. 
Para o Direito Coletivo do Trabalho, todas as denominações atuais são válidas (como Direito 
Sindical ou Direito das Relações Coletivas do Trabalho). 
Sendo assim, o Direito Coletivo do Trabalho trata das regras coletivas que serão observadas 
pelas partes contratantes, em decorrência do contrato individual do trabalho e da Organização 
Sindical a que essa atividade venha a pertencer. Por isso, o Direito Coletivo do Trabalho está 
inserido no segmento do Direito do Trabalho. 
O Direito Coletivo do Trabalho passa a ser, portanto, um instrumento para a melhoria das 
condições de trabalho do empregado e para a segurança, inclusive patrimonial, do 
empregador. 
 
Princípios específicos do Direito Coletivo do Trabalho 
1. Princípio do pluralismo jurídico: o processo de produção de normas jurídicas não é 
monopólio do Estado. Há entidades autorizadas pelo Estado a produzir normas. As 
convenções coletivas atingem os trabalhadores já contratados e os que vierem a ser 
contratados durante sua vigência para aquela determinada categoria. Isso vale para os 
trabalhadores e para os empregadores. Sem o reconhecimento do pluralismo jurídico, não 
é sequer possível falar em Direito Coletivo do Trabalho. 
7 
 
 
2. Princípio da liberdade sindical: é genérico e compreende uma série de valores abstratos. 
Trata-se do princípio que deve ser observado em toda tarefa interpretativa do Direito 
Coletivo do Trabalho. 
3. Princípio da autonomia privada coletiva: é reconhecida a autonomia de vontade 
titularidade para os grupos de trabalhadores e de empregadores. A autonomia privada 
coletiva corporifica e complementa o princípio do pluralismo jurídico. 
 
Regras sobre o Direito Coletivo do Trabalho 
• Estática: conjunto de regras que disciplinam a organização, a criação e a extinção das 
entidades sindicais. Regras de natureza tanto constitucional quanto infraconstitucional ou 
administrativa. A estática refere-se ao sujeito do ponto de vista abstrato. 
• Dinâmica: conjunto de regras que disciplinam as atuações dos sujeitos coletivos. A dinâmica 
inclui a negociação coletiva do contrato de trabalho, que busca produzir a CCT (Convenções 
Coletivas, Acordos Coletivos, Contratos Coletivos e pactos sociais) e a legitimação processual. 
Veja um exemplo: 
A legitimação da ADIN está totalmente prevista (quem pode propor etc.) na Constituição 
Federal. 
A confederação sindical de âmbito nacional não é um simples sindicato nacional ou uma 
simples associação nacional, mas uma entidade constituída na forma da CLT. 
O STF afirma que só as confederações sindicais constituídas na forma da CLT podem produzir 
normas válidas. 
 
HISTÓRICO DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – DE 1700 A 1919 
 
 
 
 
 
HISTÓRICO DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – DE 1927 A 1958 
 
1927 
Na Itália, no governo de Mussolini, o sindicato era subordinado aos interesses do Estado e 
moldado de acordo com os interesses particulares do governante. A Lei Rocco(Lei nº 563/26) 
previu a unicidade sindical. Contudo, a Carta Del Lavoro de 1927, em sua parte III, determinava 
que a Organização Sindical ou profissional fosse livre. O sistema sindical era organizado por 
categorias. 
8 
 
 
1944 
Outro documento que pode ser destacado é a Declaração da Filadélfia de 1944, em que o 
princípio da liberdade Sindical foi reafirmado, incluindo programas da OIT. 
 
1948 
A liberdade sindical e a proteção do direito sindical são os principais postulados da OIT, 
definidos, em 09 de julho de 1948, na reunião da organização na cidade de São Francisco, nos 
Estados Unidos. Essa norma traça os parâmetros principais a respeito da liberdade sindical. 
Em 1948, o Artigo 4º, Inciso XXIII, da Declaração Universal dos Direitos do Homem determinou 
que todo homem tivesse direito a ingressar em um sindicato. Nesse mesmo ano, a 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), junto à Convenção nº 87/48, passou a 
determinar as linhas-mestras sobre o direito de livre sindicalização, sem qualquer ingerência 
por parte do Estado. 
 
1958 
Algumas constituições trazem em seu contexto a liberdade de filiação, como a da França, de 
1946, reafirmada em 1958, que prevê que todo homem pode defender seus direitos e seus 
interesses por meio do sindicato, além de aderir à agremiação de sua escolha. 
 
O DIREITO COLETIVO DO TRABALHO NO BRASIL 
No Brasil, essa convenção de liberdade de filiação ainda não foi ratificada pelo governo, 
inclusive porque a atual Constituição estabelece a existência do sindicato único e da 
Contribuição Sindical, o que torna a Convenção de São Francisco incompatível. 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem também assegura, em seu Artigo XX, o “direito 
à liberdade de reunião e associações pacíficas”. 
O conceito de liberdade sindical está expresso como o direito de os trabalhadores e 
empregadores se organizarem e constituírem, livremente, as agremiações que desejarem, no 
número por eles idealizado, sem que sofram qualquer interferência ou intervenção do Estado, 
nem uns em relação aos outros, visando à promoção de seus interesses ou de grupos que irão 
representar. 
Essa liberdade sindical também compreende o direito de ingressar e retirar-se dos sindicatos. 
Sendo assim, os interesses profissionais ou econômicos serão dos empregados, dos 
empregadores e dos trabalhadores autônomos, como se observa no Artigo 511da 
Consolidação das Leis Trabalhistas brasileira (CLT). 
Os trabalhadores em serviço público também têm direito de constituir, livremente, sindicato. 
A exceção à regra diz respeito aos membros das Forças Armadas. 
O direito de se filiar ao sindicato comporta dois aspectos: o de ingressar na agremiação e o de 
se retirar do sindicato. 
Conforme recepcionado no Artigo 8º, Inciso V, da Constituição Federal Brasileira, não pode, 
portanto, haver qualquer constrangimento ou coação para a pessoa ingressar ou não no 
sindicato. 
A liberdade sindical* implica a possibilidade de livre criação de sindicato, inclusive a criação de 
mais de um sindicato para a mesma categoria. Além disso, a liberdade sindical garante o 
direito de aderir ou não ao sindicato e à liberdade de auto-organização sindical, sem qualquer 
ingerência governamental. 
A liberdade sindical caracteriza-se pela impossibilidade de intervenção estatal na organização, 
criação e dissolução do sindicato. 
*Liberdade sindical é autonomia sindical. Portanto, não se impõe qualquer determinação de 
vontade à pessoa de se associar ou não ao sindicato. 
A liberdade sindical foi consagrada, universalmente, como direito fundamental da pessoa 
humana, por sua inclusão em várias constituições nacionais e, principalmente, em normas 
internacionais, tais como: 
9 
 
 
A Constituição de 1988, no inciso V, do art. 1º, consagra o pluralismo político, que é muito 
ampla, pois compreende até mesmo a ideia de pluralismo sindical. 
O sindicato pode ser organizado por grupo de empresas, por empresas, por categorias, por 
profissão; de âmbito municipal, distrital, intermunicipal, estadual ou nacional. No Brasil se 
adota uma forma de organização, que desprestigia a autonomia sindical, ao estabelecê-la por 
categoria, além de o sindicato não poder ter base territorial inferior á área de um município 
(art. 8º, II, da CF/88). 
Os sindicatos têm direito, também, de eleger livremente seus representantes, sem 
interferência de qualquer pessoa. Os órgãos do sindicato deverão ser determinados de acordo 
com seus estatutos, o que não impede segundo entendemos, que a lei estabeleça apenas 
quais são os órgãos do sindicato, com o faz legislação brasileira. O sindicato deve apenas tratar 
de questões profissionais ou econômicas, sendo desejável que não trate de política, para não 
se transformar em instrumento a serviço da política partidária. Poderá se filiar a outras 
organizações, inclusive a nível internacional. Não há violação da liberdade sindical ao se exigir 
conhecimento público ou outras regras que não sejam para determinar a autorização prévia 
para sua constituição. O mesmo se pode dizer do fato de a autoridade ter poder discricionário 
de negar o registro, equivalendo à exigência de prévia autorização. 
O principal diploma legislativo brasileiro, que regulamenta as relações de trabalho, é o 
Decreto-Lei nº 5.452/1943, a Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, que passou a vigorar a 
partir de 10.11.1943. O Direito Coletivo do Trabalho regula as regras coletivas oriundas dos 
contratos individuais de trabalho e da organização sindical, sendo desta forma um segmento 
do Direito do Trabalho. 
 
ORIGENS DO SINDICALISMO NO BRASIL 
A origem do Sindicalismo no Brasil remonta os últimos anos do século XIX e está vinculada ao 
processo de transformação de nossa economia, cujo centro agrário era o café. Nessa época, 
prevaleciam: 
• A substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; 
• A transferência do lucro do café para a indústria; 
• O poder político nas mãos dos cafeicultores. 
As primeiras formas de organização do Sindicalismo foram: as sociedades de socorro e ajuda 
mútua; e a união operária, que, com o advento da indústria, passou a se organizar por ramo de 
atividade, dando origem aos sindicatos. 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
NATUREZA JURÍDICA 
Para uma corrente, o sindicato é ente de direito privado, pois é criado em razão do interesse 
de um grupo de pessoas (trabalhadores ou empresários), com o objetivo de defender seus 
interesses. "O sindicato é pessoa de direito privado, que exerce atribuições de interesse 
público, em maior ou menor amplitude, consoante à estrutura política do país e segundo o 
papel, mais ou menos saliente, que lhe seja atribuído". 
Em geral, o sindicato tem natureza de pessoa jurídica de direito público nos regimes 
totalitários, em que há controle do Estado sobre as associações sindicais, pois essas são criadas 
pelo Estado e defendem os interesses deste: "Pela teoria do fim, o sindicato será de interesse 
público se destinado a cumprir interesses peculiares do Estado. 
Pela teoria da funcionalidade, leva-se em conta a atividade da pessoa: se toda ela estiver 
controlada pelo Estado, é inafastável a natureza pública da instituição. A teoria eclética 
combina caracteres das duas anteriores (vigilância e controle do Estado; atingimento de fins 
políticos etc.)". 
Na doutrina nacional, prevalece a opinião de considerar a natureza do sindicato como de 
direito privado. 
Quando o regulamento contiver disposições menos vantajosas do que a Convenção Coletiva, a 
sentença normativa ou a lei, não prevalecerão as cláusulas desfavoráveis, diante do princípio 
da hierarquia das normas jurídicas trabalhistas. 
 
O regulamento pode ser alterado pelo empregador, mas as cláusulas regulamentares que 
revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente só atingirão os trabalhadores 
11 
 
 
admitidos apósa revogação ou alteração do regulamento (Enunciado nº 51 do TST). No Brasil, 
os regulamentos de empresas são facultativos, privados, não dependem de homologação 
(embora os quadros de carreira sim) e, geralmente, unilaterais. 
 
ESTRUTURA SINDICAL. SISTEMA LEGAL BRASILEIRO 
A estrutura sindical brasileira é feita em um sistema confederativo, ou seja, em três níveis, 
com o sindicato em sua base, a federação em grau intermediário e a confederação em grau 
superior aos demais. 
CONFEDREÇÃO 
 
 
FEDERAÇÃO 
 
 
SINDICATO 
 
De acordo com o Artigo 534 da CLT, a federação é formada pela união voluntária de, no 
mínimo, cinco sindicatos representativos de uma determinada categoria. 
 
Conforme dispõe o Artigo 535 da CLT, a confederação é formada pela união de, no mínimo, 
três federações. 
 
 
Em termos políticos, a federação se forma para concretizar a força representativa de uma 
determinada corrente sindical presente em uma determinada categoria. O mesmo ocorre com 
relação à confederação, que tem representação nacional. Temos de observar que o princípio 
da unicidade sindical também é aplicável às entidades sindicais de grau superior, conforme 
prevê o Artigo 8º, Inciso II, da Constituição Federal. 
O sistema da unicidade sindical (prevista no Artigo 8º, Inciso II, da Constituição Federal) 
configura-se da seguinte forma: 
• As categorias profissionais e econômicas são representadas, em uma determinada base 
territorial, por seus respectivos sindicatos. 
Estes, em condições excepcionais, podem aglutinar atividades similares ou conexas, tornando-
os sindicatos multirrepresentativos; 
• Cada ramo de atividade pode formar a federação sindical, em regra estadual; 
• Cada ramo de atividade nacional pode formar a correspondente confederação sindical. 
 
12 
 
 
Em um nível externo ao do sistema sindical, surgiram as Centrais Sindicais, projetando a ideia 
da união geradora das associações de grau superior. As Centrais Sindicais não integram o 
sistema sindical, por isso, não possuem natureza sindical. Elas são associações civis (previstas 
no Artigo 5º, Incisos XVII e XXI, da Constituição Federal) que podem, inclusive, impetrar 
mandado de segurança coletivo, nos termos do Inciso LXX, Alínea b, do mesmo dispositivo 
constitucional. No entanto, "porque não são destinatárias da investidura sindical, não têm 
legitimidade jurídica para decretar greves, celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de 
Trabalho, instituir juízo arbitral ou representar categoria de trabalhadores em dissídio coletivo 
da competência da Justiça do Trabalho". 
 
No entanto, o estudo da evolução do Direito do Trabalho mostra que a criação dos sindicatos 
de trabalhadores se deu diante da grande diferença de força na negociação individual, o que 
torna necessária a participação sindical em uma negociação justa e equilibrada, fato 
confirmado pelo constituinte nos termos do Artigo 8º, Inciso VI, da Carta Magna. 
Hoje, entretanto, o sindicalismo de luta está sendo substituído pelo sindicalismo de 
negociação, que somente sobreviverá se atender aos desejos de seus representados, o que por 
sua vez, somente será possível com a pluralidade sindical. 
Contudo, enquanto perdurar o sistema da unicidade sindicato, os trabalhadores devem-se 
fazer representar por seu sindicato, opondo-se aos diretores, se necessário. Afinal, o sindicato 
deve representar os interesses dos trabalhadores, e não de sua diretoria, que são meros 
representantes de uma maioria. 
 
REPRESENTAÇÕES DOS TRABALHADORES NAS EMPRESA 
A representação dos trabalhadores no local do serviço é antiga instituição prevista em várias 
legislações estrangeiras, na qual temos as categorias sindicais. As categorias sindicais são 
criações do Direito Coletivo do Trabalho, fundado no modelo corporativista, segundo o qual os 
empregados ou empregadores que exercem atividades idênticas, similares ou conexas fazem 
parte, cada qual, de uma dada categoria – surgida, a princípio, da atividade desenvolvida pelo 
empregador. 
Em seu Artigo 511-A, nos Parágrafos 1º, 2º e 3º, a CLT prevê e define, respectivamente, as 
categorias econômica, profissional e diferenciada. Veja: 
 
 
13 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
No Brasil, a Organização Sindical já era estruturada desde a Constituição de 1824, conforme o 
Artigo 179, Parágrafo 25, que dizia: “ficam abolidas as corporações de ofícios, seus juízes, 
escrivães e mestres”. 
Entretanto, a Constituição de 1891, em seu Artigo 72, Parágrafo 72, dispunha apenas que: “a 
todos é lícito associarem-se e reunirem-se livremente e sem armas; não podendo intervir a 
polícia, senão para manter a ordem pública”. 
Essa foi a primeira ideia de garantia de associação sindical! 
 
SINDICATO 
No Direito Romano, a palavra síndico (do grego, sundyke) designava os mandatários 
encarregados de representar a coletividade. Em francês, o termo syndic designa o sujeito 
diretivo de grupos profissionais. 
A CLT não define o conceito de sindicato, apenas afirma, em seu Artigo 511, o seguinte: 
“[...] é lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses 
econômicos ou profissionais, de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou 
trabalhadores autônomos ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma 
atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas”. 
Dessa forma, podemos definir que sindicato é uma associação de pessoas físicas ou jurídicas 
que têm atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses coletivos e 
individuais de seus membros ou da categoria. 
Sindicato não se assemelha à associação desportiva, porque esta tem por atividade-fim a 
reunião de pessoas para a prática de esportes. 
O Artigo 8º, Inciso VI, da Constituição Federal de 1988 impõe participação obrigatória dos 
sindicatos, por ocasião das negociações coletivas. De acordo com o Artigo 22, Inciso I, da Carta 
Magna, cabe à União Federal a competência de legislar sobre o Direito do Trabalho. A Lei 
Complementar, entretanto, poderá autorizar os Estados da Federação a legislarem sobre 
questões específicas de Direito do Trabalho. 
Os sindicatos podem ser de empregados e de empregadores (ou patronais), caso seus 
associados sejam, respectivamente, da mesma profissão (sindicatos de determinada categoria 
profissional) ou empregadores do mesmo ramo de atividade. 
Os órgãos diretivos do sindicato são: a Diretoria, a Assembleia e o Conselho Fiscal. Conforme o 
disposto no Decreto-Lei nº 771/69, a Diretoria do sindicato terá mandato de 3 anos, permitida 
a reeleição. 
O dispositivo constitucional expresso no Artigo 8º, Inciso II, da Constituição Federal limita 
somente um sindicato por categoria na mesma base territorial – norma que recebe críticas de 
grande parte da doutrina, que a considera obstáculo à ampla negociação coletiva. 
Após a Constituição Federal de 1988, a representação do sindicato passou a ser de toda a 
categoria, independentemente de associação de todos os empregados ao sindicato – embora 
cada um pudesse intervir no processo, afastando o sindicato. Além disso, em seu Artigo 8º, 
Inciso VI, a Constituição Federal de 1988 tornou obrigatória a presença do sindicato nas 
negociações coletivas de trabalho. 
Nesse sentido, os sindicatos devem: 
• Colaborar com os Poderes Públicos no desenvolvimento da solidariedade social; 
14 
 
 
• Manter serviços de assistência judiciária para os associados; 
• Promover a conciliação nos dissídios de trabalho; 
• Manter se possível, um assistente social em seu quadro, para promover a cooperação 
operacional na empresa e a integração profissional na classe. 
Além dos deveres gerais, os sindicatos dos empregados têm a obrigação de criar cooperativas 
de consumo e de crédito, fundar e manter escolas de alfabetização e escolas pré-vocacionais. 
A competência para julgar as ações judiciais sobre eleiçõessindicais e dos conflitos dos 
sindicatos com seus associados é da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho. 
O empregado deverá efetuar o pagamento da Contribuição Sindical no mês de março de cada 
ano. Caso não esteja empregado nesse mês, a contribuição deverá ser paga no primeiro mês 
subsequente ao mês do reinício do trabalho. 
Os sindicatos que observam a unidade sindical são reconhecidos e constituídos na forma da lei, 
de modo que podem entrar com ação judicial e provocação administrativa. Trata-se da 
prerrogativa de impor contribuição para fiscal a todos os integrantes da categoria, associados 
ou não. Estes não podem se opor à contribuição. 
A partir da Constituição Federal de 1988, o sindicato foi constituído diretamente e registrado 
no arquivo das entidades sindicais. 
O Direito Coletivo do Trabalho tem sua referência básica nas relações grupais, coletivas, entre 
empregados e empregadores, cuja origem está no nascedouro do capitalismo e das relações 
industriais de produção. 
A consciência coletiva dos trabalhadores resultou na vontade coletiva e na ação coletiva, o que 
permitiu a estruturação do ser coletivo: o sindicato. 
Sendo assim, o conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho engloba princípios, regras e institutos 
que regem a existência e o desenvolvimento das entidades coletivas trabalhistas, suas inter-
relações e as regras criadas em decorrência de tais vínculos. 
 
AULA 3: A ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
SINDICATO, FEDERAÇÃO E CONFEDERAÇÃO 
A Constituição de 1988 manteve o sistema confederativo, que está presente desde a 
Constituição de 1930. Como visto na aula anterior, as formas determinadas pela legislação são: 
sindicatos, federações e confederações. 
De acordo com essa legislação, os sindicatos são considerados associações de base ou de 
primeiro grau. Por estarem diretamente ligados aos trabalhadores, compete aos sindicatos a 
negociação coletiva. 
As federações e confederações são as associações de segundo grau. Um grupo de 5 sindicatos 
pode fundar uma federação, assim como 3 federações podem formar uma confederação. 
As federações e confederações criam as pirâmides sindicais por categoria, sob a forma de uma 
hierarquia, tendo suporte nos sindicatos acima dos quais se construíram as federações. Sobre 
estas, por sua vez, estão as confederações, agora com ligações a uma das Centrais Sindicais, 
que, a partir de 2008, passaram a compor esse sistema oficialmente. 
As federações atuam, em regra, no território de um Estado Federado da República. Havendo 
uma federação estadual, nada impede que exista uma federação interestadual para os demais 
estados ou até uma federação nacional. Entretanto, se isso ocorrer, a federação nacional não 
prejudicará a federação estadual, pois a lei as privilegia por sua natural representatividade. 
16 
 
 
As confederações situam-se no terceiro degrau da Organização Sindical, sendo sua esfera de 
atuação nacional quando da transferência da capital federal para Brasília. 
As funções básicas das confederações são coordenar as federações e os sindicatos de seu 
setor. Hoje, as confederações dividem essa função com as Centrais Sindicais que, com maior 
capacidade de mobilização, devem manter essa coordenação. 
A federação e a confederação não têm legitimidade para atuar diretamente na negociação 
coletiva – competência originária dos sindicatos. Aquelas, todavia, exercem uma função 
subsidiária, segundo a qual, não havendo sindicato da categoria na base territorial, a federação 
(e, na falta desta, a confederação) pode figurar na negociação. 
 
CENTRAIS SINDICAIS 
Finalmente, uma Portaria do Ministério do Trabalho reconhece, oficialmente, as Centrais 
Sindicais, que sempre estiveram à margem de nossa legislação (mas sua importância nunca foi 
negada). 
Nas últimas eleições para presidência, todos os candidatos estiveram reunidos com as Centrais 
Sindicais, pedindo seu aval, que tem fundamental importância. 
Como exemplo, citamos as seguintes entidades (agora reconhecidas): 
• Central Geral dos Trabalhadores (CGT); 
• Central Única dos Trabalhadores (CUT); 
• União Sindical Independente (USI). 
O surgimento natural e espontâneo das Centrais Sindicais no Brasil ocupou um espaço que, 
infelizmente, não vinha sendo ocupado pelas entidades superiores, federações e 
confederações sindicais, da mesma forma que ocorreu em outros países. 
A Organização Sindical confederativa não conseguiu ter a unidade nacional, ficando vinculada 
a uma única categoria, diferente das Centrais Sindicais, que se organizaram intercategorias, 
tendo, com isso, mais capacidade de mobilização e ação conjunta em defesa de interesses 
comuns. 
Essa nova lei regulamenta e dá força às Centrais Sindicais. Após 25 anos de sua existência, as 
Centrais Sindicais devem aumentar sua capacidade de organização, mudando, de forma 
significativa, os rumos do movimento sindical no Brasil. Um grande exemplo disso é o atual 
movimento dos trabalhadores dos Correios e dos bancários, que conseguiram uma 
mobilização nacional jamais atingida. 
O Artigo 589 da CLT passa a vigorar com a seguinte redação direcionada aos trabalhadores: 
a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; b) 10% (dez por cento) para a 
Central Sindical; c) 15% (quinze por cento) para a federação; d) 60% (sessenta por cento) 
para o sindicato respectivo; e) 10% (dez por cento) para a Conta Especial Emprego e 
Salário”.As confederações não preenchem esse espaço. 
b) Colocamos em negrito o valor a ser arrecadado pelas Centrais Sindicais, que passam a ter 
uma participação na Contribuição Sindical, tornando ainda mais difícil sua extinção (o que 
muitos pretendem para que haja uma efetiva representação das entidades sindicais). 
c) Obviamente, nenhuma das Centrais Sindicais possui legitimidade junto aos trabalhadores 
pelas diversas ações praticadas em prol de todos. 
 
17 
 
 
Pela tabela apresentada anteriormente, podemos perceber que restam, ainda, 17,84% de não 
filiados às Centrais Sindicais. Com a legalização, esse grupo deverá aderir a uma dessas 
entidades para que tenhamos 100% de participação e uma nova realidade em torno da 
Organização Sindical no Brasil. 
As Centrais Sindicais representam as confederações, e não os trabalhadores diretamente, o 
que ainda trará alguns debates até que, de fato, tenhamos um melhor entendimento dessa 
nova lei, para que, a partir dela, possamos criar uma nova estrutura em nossa Organização 
Sindical e buscar novas conquistas para os trabalhadores. 
 
AULA 4: PRERROGATIVAS E DEVERES DOS SINDICATOS 
 
PRERROGATIVAS DOS SINDICATOS 
Pela tabela apresentada anteriormente, podemos perceber que restam, ainda, 17,84% de não 
filiados às Centrais Sindicais. Com a legalização, esse grupo deverá aderir a uma dessas 
entidades para que tenhamos 100% de participação e uma nova realidade em torno da 
Organização Sindical no Brasil. 
As Centrais Sindicais representam as confederações, e não os trabalhadores diretamente, o 
que ainda trará alguns debates até que, de fato, tenhamos um melhor entendimento dessa 
nova lei, para que, a partir dela, possamos criar uma nova estrutura em nossa Organização 
Sindical e buscar novas conquistas para os trabalhadores. 
 
ATENÇÃO: Embora legalmente registradas, as prerrogativas atribuídas ao sindicato não podem 
ser usadas pelas associações profissionais. Somente os sindicatos têm esse privilégio! 
Embora legalmente registradas, as prerrogativas atribuídas ao sindicato não podem ser usadas 
pelas associações profissionais. Somente os sindicatos têm esse privilégio! 
A prerrogativa que a lei confere ao sindicato é representar, perante autoridades 
administrativas e judiciárias, os interesses gerais de uma categoria ou profissão liberal, ou os 
interesses individuais dos associados, relativos à atividade ou profissão exercida. 
O sindicato representa emnome não apenas de seus associados, mas de todos aqueles que 
integram a mesma categoria, ao passo que, em relação aos interesses individuais, só poderá 
fazê-lo quando o interessado for seu associado. 
Vamos conhecer melhor o Artigo 513 da CLT? Clique nos títulos para ver os conteúdos. 
Artigo 513 da CLT – Alínea a 
Artigo 513 da CLT – Alínea b 
Artigo 513 da CLT – Alínea c, d, e 
 
ARTIGO 8º DA COSNTITUIÇÃO FEDERAL 
A atual Constituição Federal, em seu Artigo 8º, Inciso IV, afirma que a Assembleia Geral do 
sindicato fixará contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada 
em folha para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei. 
Esse Artigo também deve ser seguido pelos sindicatos patronais! 
Sobre a questão, a Justiça do Trabalho vem-se orientando, na maioria das vezes, em como se 
assenta na ementa do Acórdão proferido pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, da seguinte 
forma: 
Infere-se do Artigo 8º, Inciso IV, da Constituição da República, que a contribuição 
confederativa para custeio do sistema confederativo da representação sindical independe de 
norma coletiva de trabalho, bastando à deliberação da Assembleia Geral, considerando-se os 
Estatutos das entidades sindicais, para o custeio respectivo. Recurso a que se dá provimento 
para excluir a cláusula. De outra parte, trata-se de matéria que se coloca ao largo da 
competência normativa da Justiça do Trabalho. 
18 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
A doutrina e a jurisprudência presente nos Tribunais do Trabalho sempre entenderam que o 
mandado de segurança é impetrável perante a Justiça do Trabalho. 
 Em outras palavras, a Constituição Federal, em seu Artigo 5º, Inciso LXX, alude ao mandado de 
segurança coletivo, que pode ser impetrado por: 
 Partido político com representação no Congresso Nacional; 
Organização Sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há, pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados. 
Por ser nova, temos de discorrer sobre essa matéria, embora em termos sucintos! 
Dois são os pressupostos da legitimidade do pedido de segurança por uma entidade sindical: 
essa entidade tem de existir há mais de um ano e os beneficiários da medida hão de ser todos 
os membros da categoria ou associados da entidade. 
 A Lei nº 1.533/51 dispõe de todos os elementos para sua imediata aplicabilidade. Isso é 
simples decorrência do fato de uma Organização Sindical existir para defender os interesses de 
seus associados ou dos membros da categoria que representa como trabalhadores que são. 
Essa matéria também se encontra na Constituição Federal, Artigo 5º, Inciso XXI. 
 
OS DEVERES DOS SINDICATOS 
Assim como têm prerrogativas conferidas por lei, os sindicatos também têm deveres, tanto 
que o legislador teve o cuidado de inserir na lei artigos que protegem os trabalhadores com 
relação ao cumprimento de suas funções assistenciais e jurídicas por parte dos sindicatos. 
 O Artigo 514 da CLT, em sua Alínea a, confronta-se com esse tipo de relação. Esse dispositivo 
indica que o sindicato tem o dever de promover a solidariedade social, a compreensão entre 
as classes e, consequentemente, está negociando e impedido de fomentar lutas entre os 
diversos grupos que o compõem. 
Assim como têm prerrogativas conferidas por lei, os sindicatos também têm deveres, tanto 
que o legislador teve o cuidado de inserir na lei artigos que protegem os trabalhadores com 
relação ao cumprimento de suas funções assistenciais e jurídicas por parte dos sindicatos. 
O Artigo 514 da CLT, em sua Alínea a, confronta-se com esse tipo de relação. Esse dispositivo 
indica que o sindicato tem o dever de promover a solidariedade social, a compreensão entre 
as classes e, consequentemente, está negociando e impedido de fomentar lutas entre os 
diversos grupos que o compõem. 
 
NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 
O texto constitucional apresenta-se clarividente em seu Artigo 5º, Inciso LXXIV, quanto à 
necessidade de auxílio de assistência judiciária, prestado pelo próprio Estado, àqueles que 
carecem de recursos financeiros para arcar com os gastos que da atividade jurisdicional 
decorre. Veja: 
Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
LXXIV − o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; 
[...] 
Especialmente no que toca à assistência judiciária que os sindicatos efetuam junto a seus 
associados, tal norma se apresenta prevista na CLT, em seu Artigo 514, Alínea b, como um dos 
vários deveres outorgados às entidades de representatividade de classe. 
Ainda com relação à Alínea b do mesmo dispositivo, temos a ementa do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), na qual os sindicatos deverão manter serviços de assistência judicial para os 
associados. Veja: 
19 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. SINDICATO. PESSOA JURÍDICA SEM 
FINS LUCRATIVOS. POSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA 
MISERABILIDADE JURÍDICA. PRECEDENTES. 
1. O entendimento firmado nesta Corte é no sentido de ser possível conceder às pessoas 
jurídicas o benefício da assistência Judiciária gratuita, conforme os ditames da Lei nº 
1.060/50. 
2. Tratando-se de pessoas jurídicas sem fins lucrativos − tais como entidades filantrópicas, 
sindicatos e associações − a concessão poderá se dar em havendo requerimento e 
independentemente de prova. 
3. Agravo regimental desprovido. 
AGRG NO REECESP 916.638 – SC (2007/0007576-7) – STJ – Ministra Laurita Vaz – Relatora. DJU 
de 28/04/2008 (DT – Maio/2008 – vol. 166, p. 59). 
Aos sindicatos, então, confere-se o dever de assistir a seus associados com as questões 
relativas à Justiça, utilizando-a para tal. 
Em outras palavras, caso um ou mais membros de determinado órgão de representatividade 
de classe necessite da prestação jurisdicional para reclamar seus direitos trabalhistas, o 
sindicato assegurará toda a assistência judiciária para que tais membros não tenham seus 
direitos constrangidos, conferindo-lhe(s) a segurança e o amparo indispensáveis durante o 
litígio processual trabalhista. 
Os sindicatos devem manter a assistência judiciária, na forma da lei, àqueles que se 
apresentam na qualidade de associados, desde o início da fase processual até o término da 
prestação jurisdicional, convalidado com o intento da determinação legal do Artigo 514, Alínea 
b, da CLT. 
 
JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA: REPRESENTAÇÃO E FILICAÇÃO SINDICAIS 
Os conceitos de representação sindical e filiação sindical são diversos e expressam realidades 
distintas. 
Representação é o ato derivado da representatividade, que confere ao sindicato o poder de 
atuar em nome de toda uma categoria, independentemente da outorga de poderes ou da 
vontade individual de cada um dos trabalhadores ou empresas representadas. 
Já filiação é o ato voluntário do representado de participar da organização sindical, seja de 
trabalhadores ou de empregadores, o que lhe confere direitos e lhe acarreta obrigações 
específicas, tais como votar, ser votado, pagar a contribuição associativa etc. Isso vale para 
todo tipo de associação sindical, seja de categoria profissional, autônoma ou econômica. 
Recurso provido para julgar procedente a ação de cumprimento. (TRT/SP - 
00366200703002004 - RO - Ac. 12ªT 20090955212 - Rel. DAVI FURTADO MEIRELLES - DOE 
13/11/2009) 
Legitimidade: defesa dos direitos dos trabalhadores 
Veja, a seguir, o que a lei afirma sobre a defesa dos direitos e dos interesses coletivos dos 
trabalhadores: 
SINDICATO. ARTIGO 8º, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEGITIMIDADE.SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS OU 
INDIVIDUAIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
O Artigo 8º, Inciso III, da Constituição Federal estabelece a legitimidade extraordinária dos 
sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos 
integrantes da categoria que representam. Essa legitimidade extraordinária é ampla, 
abrangendo a liquidação e a execução dos créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se 
tratar de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos 
substituídos. Recurso conhecido e provido. 
(STF - RE 193503 - SP - TP - Rel. Min. Carlos Velloso - DJU 24.08.2007 - p. 00056) 
A previsão contida no Artigo 514, Alínea c, da CLT, inclui, entre os deveres do sindicato, 
“promover a conciliação nos dissídios de trabalho”, sem a intervenção do Poder Judiciário. Por 
20 
 
 
certo, a presença da entidade de representação dos trabalhadores garante a proteção que a 
eles deve ser outorgada. 
A Lei nº 9.958/00, por sua vez, possibilita a constituição de Comissões de Conciliação Prévia no 
âmbito das empresas ou dos sindicatos, com composição paritária e precípua atribuição de 
tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho (Artigo 625-A da CLT), sem que seja 
acionada a estrutura judiciária. 
O Artigo 625-E, Parágrafo Único, da CLT estabelece que o termo de conciliação lavrado perante 
a Comissão é título executivo extrajudicial (reprisado no Artigo 876 da CLT) e terá eficácia 
geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
Em alguns casos, o êxito da Conciliação pode significar a extinção integral das controvérsias 
oriundas de uma determinada relação laboral pelas próprias partes, o que enseja 
consequências importantes, reduzindo a litigiosidade submetida ao Poder Judiciário. 
 
Os deveres dos sindicatos 
As prerrogativas e os deveres legais dos sindicatos (previstos nos Artigos 513 e 514 da CLT) 
decorrem do ato estatal que formaliza o reconhecimento e a investidura sindicais. Embora 
sejam entidades privadas, os sindicatos são órgãos que atuam em cooperação com o Poder 
Público. 
O Artigo 514, Alínea d, da CLT também tem a redação dada pela Lei nº 6.200, de 16 de abril de 
1975 (DOU de 17/4/75) sobre o dever de assistência por parte dos sindicatos. 
A CLT, também em seu Artigo 514, Parágrafo Único, determina aos sindicatos o dever de 
promover a fundação de cooperativas de consumo e crédito e de fundar e manter escolas de 
alfabetização e pré-vocacionais. 
A assistência nas rescisões dos empregados com mais de um ano de emprego (prevista no 
Artigo 477 da CLT) e dos empregados estáveis demissionários (prevista no Artigo 500 da CLT) é 
prestada também pelo sindicato, mas não em caráter obrigatório. 
Além desses deveres, o sindicato também tem função social, de integração social do 
trabalhador à sociedade. Determinados sindicatos têm programas de recolocação profissional 
do trabalhador no mercado de trabalho, além de manter programas sociais. 
 
Proteção aos princípios da atividade sindical 
Veja, a seguir, alguns instrumentos para a garantia ao pleno exercício das prerrogativas 
constitucionais de liberdade de associação e sindicalização: 
• As prerrogativas e os poderes sindicais; 
• O estabelecimento das relações jurídicas internas; 
• A proteção do trabalhador sindicalizado na empresa; 
• O controle contra a discriminação antissindical 
A principal função (e prerrogativa) dos sindicatos é a representação, no sentido amplo, de suas 
bases trabalhistas. 
Além das prerrogativas tratadas pela legislação nacional, é importante mencionar as garantias 
oriundas de normas internacionais e fixadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
Essas prerrogativas condenam atos que possam prejudicar o trabalhador por qualquer forma, 
tendo em vista sua participação em atividades sindicais, como as atividades das Convenções nº 
98 e nº 135 da OIT. 
O Brasil é signatário dos referidos diplomas internacionais, que passaram a integrar o 
patrimônio normativo nacional, visando à proteção dos princípios de livre exercício da 
atividade sindical. 
Os sindicatos devem permitir aos associados os direitos de: 
• Serem convocados e assistirem às assembleias da organização; 
• Voz, voto e inscrição de chapas; 
• Expressão das próprias ideias sobre o sindicato (inclusive crítica) nos congressos e fora deles; 
• Informação (publicidade dos atos sindicais); 
21 
 
 
• Divulgar os critérios para desligamento ou expulsão da organização. 
No âmbito internacional, as prerrogativas e os deveres dos trabalhadores são protegidos 
conforme dispõe a Convenção nº 98 da OIT, promulgada pelo Decreto nº 33.196/53, com 
vigência nacional a partir de 18 de novembro de 1953. 
Sobre a proteção ao exercício da atividade sindical, essa lei afirma o seguinte: 
Artigos 1º e 2º 
 
Funções negocial e assistencial dos sindicatos 
A função negocial dos sindicatos está prevista no Artigo 513 da CLT. O Artigo 8º, Inciso VI, da 
Constituição Federal, por sua vez, determina a necessidade de o sindicato participar das 
negociações coletivas quando da celebração de Acordos Coletivos de Trabalho ou de 
Convenções Coletivas de Trabalho. 
Já a função assistencial dos sindicatos está prevista no Artigo 514 da CLT. Referida função 
incumbe aos sindicatos manter serviços de assistência ou por conta própria para a integração 
profissional da classe. 
Atualmente, a norma coletiva prevalece sobre a estatal, quando a primeira é mais favorável ao 
obreiro ou nos casos em que a legislação permite a estipulação de regra diferente da estatal 
(quando a norma estatal é dispositiva e não indisponível). 
Veja o que Nascimento (2000) fala sobre a questão: 
Ao sindicato devem ser garantidos os meios para o desenvolvimento de sua ação destinada a 
atingir os fins para os quais foi constituído. De nada adiantaria a lei garantir a existência de 
sindicatos e negar os meios para os quais suas funções pudessem ser cumpridas. 
Nesta aula, você verificou a importância que os sindicatos têm na vida de seus associados, 
principalmente em sua formação social e econômica. Por isso, os sindicatos possuem não 
somente prerrogativas mas também deveres para com a sociedade e o Estado. 
 
AULA 5: A REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS 
 
REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES 
A representação dos trabalhadores nas empresas foi definida pela Resolução nº 135 da OIT 
com o objetivo de facilitar o entendimento com os empregadores. 
Sempre houve muita preocupação por parte de empregadores em relação à representação de 
empregados que pudessem, com a autorização dos demais, debater, aberta e livremente, 
sobre as decisões que implicassem diretamente a relação capital versus trabalho. 
De modo geral, as empresas não estão preparadas para isso e não possuem profissionais 
capazes de manter esse diálogo em nome do empresário, sem que haja um estremecimento 
no clima interno da empresa, que pode prejudicar o moral e o normal andamento do trabalho. 
Quando abrimos um canal direto de comunicação com os trabalhadores, procurando ouvir 
suas reivindicações e expectativas, tudo caminha de forma normal e tranquila. 
Entretanto, quando criamos dificuldades em estabelecer, de forma natural e espontânea, uma 
relação superior de entendimentos, criamos, também, um ambiente ruim e propício para que 
um sindicato atuante realize, de modo mais radical, esse papel. 
Muitas vezes, ficamos surpresos com as decisões propostas pelos trabalhadores, tendo em 
vista seu grau de conservadorismo, o que supera nossas expectativas. 
Quando promovemos esse tipo de encontro entre empregador e empregado, de forma a 
buscar uma melhor relação entre ambos sem que tenhamos qualquer tipo de reserva ou 
preconceito, conseguimos, de forma tranquila, atingir os objetivos organizacionais e até 
superá-los. 
 
22 
 
 
Analisando as definiçõesda Constituição Federal quanto ao disposto na Resolução nº 135 da 
OIT, chegamos à conclusão de que não há definição clara de como ocorreria essa 
representação nem de qual seria sua proporcionalidade. 
Em suma, podemos considerar que pensar CRM como algo exclusivamente tecnológico ou 
exclusivamente estratégico parece não ser o raciocínio ideal. O CRM precisa ser pensado e, 
principalmente, executado como uma conjunção de fatores estratégicos e tecnológicos. 
Uma coisa é certa: a implantação de um software de CRM ou uma estratégia focada em um 
banco de dados de marketing, por si só, não lhe trará nenhum dos resultados esperados pela 
empresa. 
 
Objetivo das representações internas de trabalhadores 
O principal objetivo das representações internas de trabalhadores nas empresas é dirimir 
conflitos oriundos das relações de trabalho no âmbito da empresa, minimizando os processos 
a serem ajuizados na Justiça do Trabalho. 
O representante poderá exercer a fiscalização trabalhista dentro da empresa, verificando o fiel 
cumprimento da legislação e das normas coletivas de trabalho da respectiva categoria. 
A representação torna possível a negociação direta dos trabalhadores com a empresa para 
propor e debater possíveis melhorias nas condições de trabalho e nos salários a serem pagos. 
Por isso, essa representação funciona como um fator de solução dos conflitos, que visa 
melhores resultados nas relações trabalhistas e sindicais. 
Os trabalhadores ganham um novo fórum e têm a possibilidade de fiscalizar, no âmbito 
trabalhista, o cumprimento por parte do empregador da legislação e das normas coletivas de 
trabalho da respectiva categoria. 
Há, ainda, a possibilidade de negociação direta dos trabalhadores com os empregadores, com 
o objetivo de se efetivarem, de modo definitivo, as condições satisfatórias, abrigando as 
relações trabalhistas. 
 
O DELEGADO SINDICAL 
De acordo com a Constituição Federal, o delegado sindical seria a representação interna não 
sindical dos trabalhadores. 
Muitos entenderam que essa regra não se aplicaria, mas a norma constitucional contrariou a 
todos, pois é autoaplicável e não necessita de nenhum outro instrumento para regulamentá-
la. 
Sendo assim, o representante eleito pelos trabalhadores tem como atribuição o entendimento 
direto com o empregador na defesa dos interesses do grupo que tenham relação com seus 
direitos em relações trabalhistas. 
Dessa forma, as empresas devem facilitar o trabalho do representante sindical, para que ele 
possa cumprir, com eficiência, suas atividades. 
 
ATENÇÃO! 
No Brasil, esse representante não conta com a garantia de emprego, fato que inibe sua 
implantação em muitas empresas. 
 
FUNÇÕES DO DELEGADO SINDICAL 
Veja, a seguir, algumas funções que, normalmente, são destinadas ao delegado sindical: 
• Dar apoio integral às lutas dos trabalhadores; 
• Participar de eventos e atividades promovidas pelo sindicato; 
• Representar os trabalhadores junto ao sindicato; 
• Todas as suas decisões tomadas com os trabalhadores deverão ser encaminhadas ao 
sindicato; 
23 
 
 
• Estar pronto para debater individual e coletivamente, organizando as listas de reivindicações, 
críticas ou sugestões, que devem ser encaminhadas ao sindicato e aos empresários ou a seus 
representantes legais, para obter melhores condições de trabalho; 
• Fazer a distribuição interna de todas as comunicações que sejam do interesse dos 
trabalhadores. 
Em seu Artigo 523, a CLT trata do delegado sindical da seguinte forma: 
Os delegados sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma 
estabelecida no segundo parágrafo do artigo 517 serão designados pela diretoria dentre os 
associados radicados no território da correspondente delegacia. 
Em função de tudo o que já estudamos, podemos medir a importância do papel exercido pelo 
delegado sindical na manutenção do equilíbrio da relação capital versus trabalho. É o delegado 
sindical que interpreta e defende, junto à empresa, os interesses dos trabalhadores, reduzindo 
a possibilidade de conflitos. 
 
PROCEDIMENTOS PARA A ELEIÇÃO DE REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES 
Como já constatamos, a representação dos trabalhadores, prevista no âmbito constitucional, é 
eletiva. 
O representante é escolhido através do voto dos trabalhadores que compõem o quadro de 
pessoal de cada unidade produtiva. 
Para as empresas que possuem em seu quadro funcional mais de 200 trabalhadores, a eleição 
de seus representantes é assegurada pela Constituição. Para empresas com número de 
trabalhadores menor do que 200, a eleição não seria obrigatória. 
Alguns juristas entendem que, cada grupo de 200 trabalhadores, subdivididos em unidades ou 
até mesmo em setores de uma mesma empresa, deva eleger seu representante, não 
concordando em ter apenas um representante por grupo econômico. 
 
 
 
24 
 
 
Aula 6: A área de Relações Trabalhistas e Sindicais 
 
Surgimento da área de Relações Trabalhistas 
O surgimento da área de Relações Industriais (RI) dentro da área de Recursos Humanos 
ocorreu na década de 1940 a 1950. Esse foi o primeiro passo para a criação das Relações 
Trabalhistas. 
Coincidindo com o surgimento da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943, as 
empresas começaram a dar uma importância maior aos direitos dos trabalhadores. 
Afinal, a CLT: 
• Trouxe como novidade a Carteira Profissional; 
• Definiu e regulamentou os horários de trabalho na indústria e no comércio; 
• Instituiu as comissões mistas de conciliação; 
• Definiu que as férias devem ser remuneradas; 
• Estabeleceu as condições de trabalho dos menores na indústria. 
Já nas décadas de 1960 e 1970, surgiram as leis de segurança do trabalho e da saúde e as 
pensões, com o objetivo de diminuir a discriminação em relação a sexo, à religião, à idade e à 
própria origem dos empregados. Isso criou um fortalecimento das áreas de pessoal. 
Entretanto, diferente do que ocorria nos Estados Unidos – onde o movimento operário 
organizado implicava mudanças –, no Brasil, a intervenção do governo através de uma 
legislação social era um obstáculo ao movimento do operariado, o que dificultou um melhor 
entendimento entre patrões e empregados. 
Como situação especial, destacamos o regime da ditadura militar, instituído em 1964, que 
represou todo o movimento sindical do Brasil durante, pelo menos, 14 anos, sufocando as 
lideranças. 
Somente em 1978, começaram a surgir os primeiros movimentos de greve – como o 
movimento das Diretas Já! –, com um crescimento ainda tímido de uma abertura política. 
Em 1981, na comemoração de 1º de maio, no Riocentro, ficou comprovada a participação do 
próprio governo militar, cujos grupos radicais pretendiam, com essa ação, ter motivos para 
conter, de maneira mais intensa, o avanço dos movimentos dos trabalhadores. Entretanto, 
esse objetivo não foi atingido. 
Com isso, o movimento dos trabalhadores ganhou força e criou uma pressão para que 
ocorressem eleições diretas, para que, novamente, fossem estabelecidos os direitos de 
liberdade de expressão. O objetivo era possibilitar uma relação natural entre o capital e o 
trabalho, sem que o governo participasse, de modo mais formal, dessa relação. 
 
PERFIL DO PROFISSIONAIL DE RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS 
Diante do cenário atual e das visões apresentadas para os próximos anos, podemos afirmar 
que, para atuar na área de Relações Trabalhistas e Sindicais, o profissional deve possuir um 
profundo conhecimento da legislação trabalhista tanto na prática das empresas quanto na 
prática dos tribunais, identificando seus reflexos na organização. 
Para isso, esse profissional deve ter uma visão completa do negócio de sua empresa, da 
estratégia, do mercado e das implicações de qualquer alteração nos custos, para que possa 
decidir, com tranquilidade, junto às negociações com os sindicatos laborais. É necessário, 
também, queele tenha uma visão clara da competição que hoje ultrapassa as fronteiras, em 
razão da globalização da economia. 
O referido profissional deve, ainda, ter uma capacidade superior de relacionamento 
interpessoal para interagir em todos os níveis, buscando sempre a solução mais favorável de 
todos os conflitos que surgem no relacionamento capital versus trabalho. Isso possibilitará o 
desenvolvimento e o crescimento natural da empresa, neste momento de competição intensa 
e global que se avizinha. 
25 
 
 
Quanto à formação acadêmica, os profissionais do departamento de Relações Trabalhistas e 
Sindicais devem ser, de preferência, das áreas de Direito, Administração e até mesmo 
Economia. 
 
 
TRIBUNAL GERAL 
Este Tribunal que foi reconfigurado grandemente pelo Tratado de Nice tendo, ali, adquirido 
grande autonomia, tem por base dois principais objetivos: 
a)Aumentar a proteção jurisdicional aos cidadãos europeus, através da introdução do segundo 
grau de jurisdição; 
b)Bem como o de liberar o TJUE para se dedicar este a sua principal função, ou seja, a de 
interpretar o direito comunitário, de maneira a uniformizá-lo, conforme vimos acima. 
O processo de nomeação e renovação deste Tribunal é idêntico ao utilizado pelo TJUE, sendo 
que muitas de suas regras de organização muito se assemelham às do citado Tribunal de 
Justiça. 
 
TRIBUNAIS ESPECIALIZADOS 
Como já foi dito, são organismos encarregados de conhecer, em primeiro grau, algumas das 
categorias de recursos propostos em matérias específicas determinadas pelo Estatuto. Na 
prática vêm cumprir o papel de verdadeiros órgãos jurisdicionais que, no processo de 
construção de uma verdadeira estrutura judiciária na UE, evitarão, no futuro, o excesso de 
carga para o TJUE. 
Uma clara confirmação da autonomia e especialização desses órgãos deriva do fato de que a 
decisão destas câmaras possa ser objeto de impugnação e encaminhada ao Tribunal Geral, 
somente por motivos de direito. Aliás, não há previsão de que da decisão do Tribunal Geral 
possa haver recurso para o TJUE. Pode-se pensar na mesma, em via de excepcionalidade, tão 
somente se a decisão coloque em risco a unidade e coerência do direito comunitário. 
 
As atividades da área de Relações Trabalhistas e Sindicais 
Dependendo da distribuição geográfica da empresa e dos segmentos em que atua, a área de 
Relações Trabalhistas e Sindicais deverá manter estreito relacionamento com os sindicatos 
patronais e laborais de cada região, analisando as expectativas de cada um e interferindo, 
sempre que possível, em favor dos interesses de sua empresa. 
 
26 
 
 
Isso deve ser feito aliando o interesse geral ao particular, para que as decisões não conflitem 
com as estratégias que essa área deverá respeitar em sua organização. 
Portanto, uma das atividades desse departamento é participar de reuniões e encontros 
diversos de profissionais de Relações Trabalhistas das demais empresas que compõem o 
sindicato, buscando o alinhamento de interesses e a troca de experiências tão importantes 
nessa área. 
Sendo assim, o profissional que atua nessa área deve estar atento para ouvir as lideranças do 
setor, para que possa conciliar, também, suas expectativas em prol de acordos mais 
fortalecidos e representativos. 
Além disso, esse departamento deve incentivar uma maior representatividade nos sindicatos 
em que atua, para que esses sejam o reflexo do pensamento coletivo, e não o interesse de 
uma minoria – o que sempre trará reflexos negativos no futuro das Relações Trabalhistas. 
Essa área deve, ainda, acompanhar a evolução das diversas legislações que interferem no 
relacionamento capital versus trabalho, quais sejam: 
• Legislação Trabalhista e Previdenciária; 
• Legislação sobre Segurança, Medicina e Engenharia do Trabalho; 
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); 
• Convenções Coletivas de Trabalho de outros sindicatos; 
• Matérias em discussão no Poder Legislativo; 
• Prática dos tribunais que, muitas vezes, acompanham evoluções sociais e modificam as 
tendências. 
Por fim, o departamento de Relações Trabalhistas e Sindicais deve manter reuniões com as 
lideranças internas de sua empresa, as representações de trabalhadores, as comissões 
sindicais e a comissão interna de prevenção de acidentes, deixando sempre um canal aberto 
de comunicação para que todos participem e exponham, livremente, suas ideias, o que 
incentiva o debate. 
Dessa forma, busca-se atender aos anseios dos trabalhadores e evita-se a propagação de 
boatos que interferem negativamente no relacionamento dentro do ambiente de trabalho. 
 
Como atuar diante de uma greve 
Como sabemos, a greve não é um conflito, apesar de muitos admitirem que sim. Na realidade, 
a greve surge para resolver o conflito. Ela está prevista na legislação e, para que a 
consideremos como legal, há procedimentos que devem ser cumpridos. 
Um desses procedimentos é esgotar todas as etapas de uma negociação – o que seria a melhor 
forma de solução do impasse. Há ainda a alternativa de solicitar uma mesa redonda na 
Superintendência Regional do Trabalho. 
Quando esgotamos essas opções sem uma solução, os trabalhadores – representados por seu 
sindicato – podem informar à empresa que entrarão em greve. 
Iniciada a greve, o profissional de Relações Trabalhistas e Sindicais deve comparecer à 
Superintendência Regional do Trabalho munido de um ofício que dê notícia da condição de 
greve, para que um fiscal compareça ao local de trabalho. 
Esse fiscal fará a constatação da greve através da contagem física dos cartões de ponto ou da 
conferência do número de trabalhadores que ingressaram na empresa, tendo, como 
parâmetro, o quadro de horários. Se confirmar que mais de 50% dos trabalhadores não está 
presente no local de trabalho, o fiscal apresentará um documento que atesta o estado de 
greve, lançando essa informação no livro de fiscalização. 
Com esse documento, a empresa poderá ingressar no Tribunal Regional do Trabalho de 
segunda instância, buscando a instauração de um dissídio coletivo que irá julgar se a greve é 
legal ou ilegal, e porá fim ao movimento, salvaguardando os interesses do empresário. 
É evidente que, quando ocorre uma greve, o clima da organização é afetado. Por isso, durante 
muito tempo, devemos trabalhar as relações internas dentro das empresas, para que 
possamos ultrapassar esse lamentável episódio. Só assim, voltaremos a ter o ambiente ideal 
27 
 
 
para dar continuidade às atividades, com o exercício da colaboração e do comprometimento 
de todos. 
Muitos imaginam que, com o término da greve, os problemas terminam, mas é nesse 
momento que se inicia o processo de preparação para receber os grevistas. Trata-se do 
momento em que se busca uma nova motivação para que não haja perda de produtividade, 
em especial se os trabalhadores não conquistarem as reivindicações que motivaram a greve. 
 
 
 
ATUALIZAÇÃO PERMANENTE EM RELAÇÃO ÀS INFORMAÇÕES BÁSICAS 
O profissional da área de Relações Trabalhistas e Sindicais deve acompanhar a evolução de 
vendas e custos em geral de sua empresa e de todo segmento em que atua, bem como a 
evolução dos diversos índices econômicos, a pesquisa de salários e os benefícios. 
Dessa forma, ele terá argumentos suficientes quando participar de negociações. Hoje, os 
sindicatos são assistidos por economistas do Departamento Intersindical de Estatística e 
Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que possui uma memória importante de dados utilizados 
para apoiar as negociações. 
 
Preparação de líderes de equipe 
Compete ao gerente preparar, de forma adequada, a relação entre líderes e liderados, para 
que não existam conflitos desnecessários e não haja motivos para perda de motivação. 
Para isso, esse profissional deve: 
• Monitorar o relacionamento, mantendo encontros para discutir o posionamento dos líderes; 
• Manter diálogo aberto para com suasequipes; 
• Ter amplo conhecimento da legislação, para responder aos questionamentos; 
• Recorrer, sempre que houver dúvidas, ao profissional de Relações Trabalhistas e Sindicais; 
• Manter um canal aberto para facilitar o livre questionamento; 
28 
 
 
• Ser transparente em relação à legislação vigente, mantendo debates com os colaboradores 
sempre que necessário ou quando dúvidas maiores surgirem; 
• Informar os líderes sobre o andamento das negociações coletivas e as reivindicações dos 
sindicatos laborais, para que eles participem ativamente desse processo. 
 
Assessorar a alta administração da empresa 
A estratégia de uma empresa passa pelas Relações Trabalhistas e Sindicais. Nesse ponto, o 
profissional atua como um assessor, prestando todas as informações e apresentando estudos 
sobre as tendências do processo negocial nos diversos estados da federação. 
Dessa forma, busca-se facilitar a constituição das políticas e estratégias da empresa, pois o 
impacto dos custos trabalhistas é fundamental. 
O conhecimento desse profissional não poder ser dispensado pela alta gestão, que deve 
manter um contato frequente com ele, convidando-o a participar das reuniões de diretoria, e 
apresentando o andamento das negociações e as previsões de reajustes praticados pelo 
mercado. 
 
O processo de negociação 
A principal atividade da área de Relações Trabalhistas e Sindicais é a participação no processo 
de negociação, buscando conciliar os interesses de patrões e empregados. Trata-se de uma 
tarefa difícil e, muitas vezes, incompreendida. 
Se analisarmos que o profissional desse departamento é, normalmente, empregado e que, ao 
defender os interesses do patrão, contraria seus próprios interesses, já constatamos uma 
grande contradição. Entretanto, seu profissionalismo deve ultrapassar esses obstáculos. 
Sendo assim, o profissional dessa área sempre deve realizar a melhor negociação ou, como já 
estudamos, uma negociação do estilo ganha–ganha, em que todos saem com a sensação de 
que poderiam ter obtido um pouco mais, entretanto, em uma análise mais técnica, percebem 
que obtiveram um bom resultado. 
Portanto, o negociador deve: 
• Ser observador; 
• Ter um excelente controle emocional; 
• Não fazer promessas; 
• Respeitar a outra parte; 
• Estar muito bem preparado para poder realizar uma boa negociação. 
O domínio das relações interpessoais deve ser seu ponto forte. Por isso, o negociador precisa 
ter a percepção exata do que o outro quer e buscar o melhor meio de atendê-lo, sem 
ultrapassar os limites definidos por sua empresa. 
Além disso, ele deve-se relacionar, em todos os níveis, de forma superior, ouvindo mais do que 
falando e atendendo a todos os fatos que possam ser úteis no processo. Em suma, esse 
profissional precisa ter um excelente relacionamento com as lideranças sindicais e, sempre 
que possível, manter encontros e debates para compreender melhor suas necessidades. 
 
Aula 7: Políticas de Relações Trabalhistas 
 
 
 
 
29 
 
 
POLÍTICA PATERNALISTA 
Política caracterizada pela força que o sindicato dispõe sobre a organização. Nesse caso, 
reivindicações coletivas e até mesmo privativas de líderes sindicais são concedidas pelas 
organizações. 
A cada medida alcançada pelo sindicato, surge outra de mesma esfera ou até mesmo maior 
que a anterior. Isso enaltece o sindicato e enfraquece a base de liderança da organização, o 
que a torna refém de suas Relações Trabalhistas. 
Uma boa Relação Trabalhista tem de vir de ambas a as partes: empresa e sindicato. 
Entretanto, a política paternalista resguarda-se apenas a um dos lados – o do sindicalismo. 
 
POLÍTICA AUTOCRÁTICA 
Política caracterizada pela força que o sindicato dispõe sobre a organização. Nesse caso, 
reivindicações coletivas e até mesmo privativas de líderes sindicais são concedidas pelas 
organizações. 
A cada medida alcançada pelo sindicato, surge outra de mesma esfera ou até mesmo maior 
que a anterior. Isso enaltece o sindicato e enfraquece a base de liderança da organização, o 
que a torna refém de suas Relações Trabalhistas. 
 Uma boa Relação Trabalhista tem de vir de ambas a as partes: empresa e sindicato. 
Entretanto, a política paternalista resguarda-se apenas a um dos lados – o do sindicalismo. 
 
POLÍTICA DE RECIPROCIDADE 
Política baseada na correlação entre a Alta Cúpula da Administração e dos sindicatos. Em 
outras palavras, apenas os gerentes da organização e a direção do sindicato conversam entre 
si e resolvem os devidos problemas, excluindo parte importante do processo reivindicativo: os 
trabalhadores e supervisores. 
Essa política também é insustentável por um longo período de tempo, pela falta de confiança 
entre os trabalhadores e a direção do sindicato, e entre os supervisores e a direção da 
organização. 
 
POLÍTICA PARTICIPATIVA 
Política marcada pela mútua responsabilidade entre organização e sindicalismo. Ambos são 
responsáveis pela saúde da empresa e dos empregados. 
As reivindicações do sindicato conferem com as necessidades dos trabalhadores, o que não se 
caracteriza como um jogo de ego. As opiniões do sindicato e dos trabalhadores são muito 
importantes para que todos prosperem rumo ao desenvolvimento individual e organizacional. 
Essa política considera o empregado socialmente, politicamente e economicamente, e não 
mais como um mero fator de produção (CHIAVENATO, 2009) . 
A referida política é considerada a mais saudável de todas as políticas sindicais e requer muito 
preparo intelectual de todas as partes envolvidas. Cria-se, portanto, uma cultura 
organizacional voltada para o funcionário e para as ações preventivas e não corretivas. 
Para todas as situações ligadas às Relações Trabalhistas, existem instrumentos jurídicos a 
serem aplicados pela empresa, como a advertência, a suspensão e outros expedientes legais. 
 
POLÍTICA SINDICAL NO BRASIL 
Todas as empresas, sem exceção, são vinculadas a uma categoria sindical. Em virtude dessa 
sujeição obrigatória, as organizações devem observar as Convenções Coletivas de Trabalho da 
categoria e efetuar opcionalmente o pagamento anual da Contribuição Sindical. 
A política de relações adotada pela empresa reflete intimamente sua cultura, seus valores e 
ideais pregados pela Alta Administração. 
Como um movimento de revoluções internas e externas da classe operária, a política sindical 
do Brasil, ganhou, a partir da década de 80, novos contornos sociais – momentos em que o 
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sindicato pôde concentrar suas reivindicações durante o período (ou períodos consecutivos) 
de negociação coletiva. 
Um sintoma que mais encontramos durante as negociações é a imaturidade sindical – típica do 
Brasil –, inclusive na prática alternativa. Em outras palavras, trata-se de uma forte 
preocupação com a negociação de um bom acordo unida à indiferença com relação ao 
cumprimento dos termos do contrato coletivo decorrente desse acordo. 
Os trabalhadores aderem ao sindicato buscando, justamente na política de Relações Sindicais, 
a união, a segurança, a participação, o reconhecimento e os benefícios a que a classe tem 
direito, inclusive protegidos pela Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho e 
as demais normas jurídicas vigentes no País. 
 
PROBLEMAS DAS POLÍTICAS SINDICAIS 
Infelizmente, no Brasil, os sindicatos não possuem uma estrutura administrativa que reflete as 
próprias direções sindicais. A falta de informação ainda é grande entre as lideranças, seja em 
nível de política econômica, seja em nível de direitos trabalhistas ou mesmo da estrutura 
sindical. A experiência mostra que muitos diretores desconhecem até os estatutos do próprio 
sindicato. 
Nas bases, a desinformação também é grave. Muitos trabalhadores desconhecem como são 
eleitos os diretores de federações e confederações, o que é um importante fator de 
perpetuação de quadros dirigentes. 
Em várias situações,

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