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Neuroanatomia - Nucleos da base

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Gabriella Puiati Pelluso Página 1 
 
Neuroanatomia 
Estrutura e funções dos Núcleos da Base e do Centro Branco Medular do 
Cérebro – CAP 24 
 Núcleos da Base: claustrum, corpo amigdaloide, núcleo caudado, putâmen, globo 
pálido, núcleo basal de Meynert e o núcleo accumbens. 
 Possuem função motora e não motora (processos cognitivos, emocionais e 
motivacionais). 
 Claustrum: situado entre o putâmen e o córtex da ínsula, têm conexões recíprocas com 
praticamente todas as áreas corticais. Sua função ainda é desconhecida, mas acredita-
se que ele teria uma ação sincronizadora da atividade elétrica de várias partes do 
cérebro, integrando-as e participando assim da regulação de comportamentos 
voluntários. 
 
1. Organização geral: 
O corpo estriado é constituído pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido. 
 
 
Núcleo Caudado + Putâmen Estriado 
 + Corpo Estriado (Dorsal) 
 Globo Pálido Núcleo Lentiforme 
 
 
Pode-se dividir o Corpo Estriado em duas partes: 
 - Paleoestriado: Mais antiga; constituída pelo globo pálido 
 - Neoestriado: Mais recente; constituída pelo putâmen e o núcleo caudado 
 
Existem muitas fibras ligando o núcleo caudado e o putâmen ao globo pálido, e são elas que, 
ao convergirem para o globo pálido, lhe dão cor mais pálida. 
De modo geral: 
 
 Chegam 
Impulsos aferentes Neoestriado Paleoestriado (globo pálido) 
 do corpo estriado 
 
 
 fibras eferentes do 
 corpo estriado 
 
 
Obs: Corpo Estriado Ventral e Dorsal 
 Estruturas do corpo estriado ventral têm conexões com áreas corticais do sistema 
límbico, participando da regulação do comportamento emocional, possui como principal 
componente o núcleo accumbens 
 Estruturas dorsais do corpo estriado são motoras somáticas 
 
 
2. Conexões 
Ao contrário dos outros componentes do sistema motor, o corpo estriado não tem 
conexões aferentes ou eferentes diretas com a medula. Suas funções são exercidas por 
meio de circuitos que integram áreas diversas no córtex a áreas específicas do corpo 
estriado, o qual por sua vez, se liga ao tálamo e, através deste, às áreas corticais de 
origem. As fibras córtico-estriatais originam-se em todas as áreas do córtex cerebral, 
enquanto as tálamo-corticais convergem para a área motora do córtex, onde tem origem o 
tracto córtico-espinhal. 
 
Gabriella Puiati Pelluso Página 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, fecha-se a alça córtico-estriado-tálamo-cortical. 
 
 
Já foram identificados cinco tipos: 
a. Circuito motor: participa da regulação da motricidade voluntária 
b. Circuito oculomotor: está relacionado com os movimentos oculares 
c. Circuito pré-frontal dorsolateral 
d. Circuito pré-frontal orbitofrontal 
e. Circuito límbico: está relacionado com o processamento das emoções. 
 
 
 Circuito Motor 
 
Origina-se nas áreas motoras do córtex e na área somestésica. Projeta-se para o putâmen 
(neoestriado) de maneira somatotópica, ou seja, para cada região do córtex há uma região 
correspondente no putâmen. A partir dai, o circuito motor pode seguir por duas vias, a direta 
(conexão do putâmen diretamente com o pálido medial) e a indireta (a conexão se faz através 
do pálido lateral, que por sua vez projeta-se para o núcleo subtalâmico e deste para o pálido 
medial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Córtex Cerebral  Neoestriado 
Globo 
Pálido Núcleos VA e VL do 
tálamo 
Fibras córtico‐estriatais
Fibras pálido‐
talâmicas 
Impuslos nervosos 
Fibras tálamo‐corticais
Córtex cerebral
(diversas áreas) 
Neoestriado
Pálido lateral
Núcleos subtalâmicos
Palido medial e 
parte reticular da 
substância negra  Tálamo
Córtex Cerebral 
(áreas motoras) 
Parte compacta 
da substância 
negra 
Estímulo 
inibitório (GABA) 
Estímulo 
inibitório 
(GABA) 
Estímulo inibitório (GABA)
Estímulo inibitório (GABA)
Estímulo excitatório (gutamato)
Estímulo 
excitatório 
(gutamato) 
Estímulo excitatório (diversos 
neurotransmissores) 
Estímulo excitatório para alça direta
Estímulo inibitório para a alça indireta 
(nos dois casos = DOPAMINA) 
ALÇA DIRETA 
ALÇA INDIRETA 
Gabriella Puiati Pelluso Página 3 
 
 Na via direta: facilitação dos movimentos 
 Na via indireta: inibição do córtex e dos movimentos 
 
 
 
 Circuito Subsidiário 
 
Se liga ao circuito básico, por meio de fibras nigro-estriato-nigral 
 
Obs: 
 As fibras nigro-estriatais são dopaminérgicas e exercem ação moduladora sobre o 
circuito básico, fazendo sinapse com os chamados neurônios espinhosos do 
neoestriado. Esses neurônios recebem as fibras córtico-estriatais e seus axônios 
constituem as fibras estriato-palidais. Lesões das fibras nigro-estriatais causam a 
síndrome de Parkinson. 
 
3. Funções do corpo estriado 
Os núcleos da base têm um papel na preparação de programas motores e na execução 
automática de programas motores já aprendidos. Não se sabe exatamente como as vias direta 
e indireta do circuito motor interagem para o controle motor. Acredita-se que os sinais para um 
dado movimento sejam direcionados por ambas as vias para a mesma população de neurônios 
palidais. Assim, as aferências da via indireta podem frear ou suavizar o movimento, enquanto, 
a direta o facilitaria e ambas participariam juntas na gradação de amplitude e velocidade do 
movimento. Dessa forma, o comportamento motor normal depende do equilíbrio entre a 
atividade das vias direta e indireta. 
4. Considerações Funcionais e Clínicas 
 
 O corpo estriado agindo sobre as áreas motoras do córtex através do circuito básico 
exerce influência não só sobre a execução do movimento voluntário já iniciado, mas 
também sobre o próprio planejamento do movimento. Para isso, são importantes suas 
projeções para a área motora suplementar do córtex, também envolvida no 
planejamento motor. 
 Além disso, sabe-se que os neurônios do corpo estriado são ativados não só durante 
os movimentos, mas também antes deles se iniciarem. 
 
 Síndromes: 
Diversas síndromes clínicas que acometem o corpo estriado são devidas a alterações do 
equilíbrio entre a via direta e a indireta. 
1. Doença de Parkinson: os sintomas básicos são: 
a. Tremor: manifesta-se nas extremidades quando elas estão paradas e cessa com o 
movimento 
b. Rigidez: resulta de uma hipertonia de toda a musculatura esquelética. 
c. Bradicinesia: lentidão e redução da atividade motora espontânea, havendo uma grande 
dificuldade para se dar início aos movimentos. 
 
Na doença de Parkinson a lesão geralmente está na substância negra, resultando em 
diminuição de dopamina nas fibras nigro-estriatais. Assim, cessa a atividade moduladora que 
essas fibras exercem sobre a via direta e indireta, ao nível do neoestriado, resultando em 
aumento da inibição dos núcleos talâmicos. 
A substância negra 
mantém conexões 
recíprocas com o 
neoestriado. 
Gabriella Puiati Pelluso Página 4 
 
 A perda da aferência dopaminérgica para o estriado leva à diminuição de 
atividade da via direta, onde a dopaminatem ação excitatória, e ao aumento a 
via indireta, onde a dopamina possui ação inibitória. Essas alterações levam ao 
aumento na atividade do pálido medial e consequente aumento da inibição dos 
neurônios tálamo-corticais, ocasionando em hipocinesia. 
 No caso da via indireta, ocorre excessiva atividade do núcleo subtalâmico. Por 
isso, a lesão desse núcleo é algumas vezes indicada em pacientes com 
Parkinson e leva a melhora nos sinais da doença. 
 
2. Coréia: Caracteriza-se por movimentos involuntários rápidos e de grande amplitude, 
marcados pela imprevisibilidade. Assemelha-se a uma dança. Os sintomas são devidos 
ao comprometimento do circuito motor. 
3. Atetose: Caracteriza-se por movimentos involuntários lentos e sinuosos, lembrando os 
movimentos de um verme. 
4. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): deve-se principalmente ao comprometimento 
dos dois circuitos pré-frontais. 
5. Hemibalismo: Caracteriza-se por movimentos violentos, involuntários e de grande 
amplitude das extremidades. Resulta quase sempre de lesão vascular do núcleo 
subtalâmico, o que interrompe a atividade moduladora desse núcleo sobre o globo 
pálido. Assim, há uma diminuição do efeito inibidor do pálido medial sobre os núcleos 
talâmicos e áreas motoras do córtex. Assim, essas áreas respondem de maneira 
exagerada aos comandos corticais, aumentando a tendência dos neurônios de 
dispararem espontaneamente e dando origem aos movimentos involuntários. 
 
 Alguns quadros hipercinéticos, que ocorrem nas síndromes do corpo estriado, 
podem ser revertidos por lesões do globo pálido ou dos núcleos VA e VL do 
tálamo. (Tem sido usado no tratamento dos tremores observados na doença de 
Parkinson). 
 Sintomas: 
a) Hipercinéticos: aumento da atividade motora mediada pelo córtex. 
b) Hipocinéticos: diminuição da atividade motora mediada pelo córtex. 
 
 
 
 
 Núcleo Basal de Meynert 
 
 Constituído de um conjunto de neurônios colinérgicos grandes, situado na chamada 
substância inominata. 
 Recebe fibras de várias áreas do sistema límbico e dá origem à quase totalidade de 
fibras colinérgicas do córtex, que dele se projetam a praticamente todas as áreas 
corticais. 
 Doença de Alzheimer: os neurônios do NB de Meynert se degeneram, resultando na 
redução da acetilcolina no córtex cerebral. 
O núcleo basal de Meynert, através de suas conexões com o sistema límbico e com o córtex 
cerebral, parece ter um importante papel relacionado com a memória e com as funções 
psíquicas superiores. 
Mudanças operacionais no circuito básico estriado-
tálamo-cortical levariam ama excessiva inibição ou, no 
outro extremo, a uma desinibição do tálamo, resultando 
respectivamente nos quadros hipo e hipercinéticos.

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