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1 Mariana Magalhães ATENÇÃO INTEGRAL AO ADOLESCENTE Prof. Renata Conceitos importantes Princípios do SUS: - Integralidade: Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. - Universalidade: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. - Equidade: O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. - Atenção primária à saúde: é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos. Prof. Mara Vasconcelos Promoção da Saúde/ Cuidado em saúde - Caderneta de Saúde do Adolescente produzida pelo Ministério da Saúde - A promoção da saúde, é o “Processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo”. – Carta de Ottawa, 1986. É o que podemos fazer para ter qualidade de vida. - Quem é o adolescente? o Tem de 13 a 21 anos; o É um cidadão que possui direitos e deveres; o É um corpo social e biológico; o Possui expectativas. - Equidade - Autonomia - Participação social (política) - Integralidade (saber encaminhar paciente) - Redes sociais (Amizades) - Intersetorialidade - Política Nacional de Promoção da Saúde - Alimentação saudável - Atividade física - Prevenção e controle do tabagismo - Diminuição da morbidade por uso abusivo de álcool e outras drogas e acidentes de trânsito - Prevenção da violência e estímulo da Cultura da Paz - Promoção do desenvolvimento sustentável - Diferença entre DOENÇA x SAÚDE - CUIDAR: Tratar do dente, da boca CUIDAR de pessoas - MOTIVAR PACIENTE: Informação -> conhecimento -> cuidado - Estética x Saúde - ATENDIMENTO: o Qualidade o Pontualidade o Respeito o Conhecimento científico / técnico o Biossegurança 2 Mariana Magalhães - Primeiro cuidado: o Postura profissional o Abordar paciente pelo nome o Apresentação da dupla de alunos o Horário de atendimento/pontualidade - Segundo cuidado: o Anamnese completa o Conduta de biossegurança o Material/instrumental completo o Paramentação pessoal correta e completa No Brasil existe uma Política Nacional de Promoção da Saúde: qual a sua importância para a saúde das pessoas? Ela é muito importante, pois visa deter o desenvolvimento das doenças crônicas no Brasil, com planejamento de ações voltadas para prevenção dos fatores de risco (tabagismo, sedentarismo e má alimentação) e investimentos na qualificação da atenção e da assistência aos pacientes. Prof. Lívia BIOÉTICA NA ODONTOLOGIA (Artigo) - A bioética pode ser definida como uma ciência que limita a intervenção do homem sobre a vida, identificando valores de referência e denunciando riscos e suas possíveis aplicações. - Possibilita o entendimento das relações do homem com a vida sob outro enfoque: ela responde pelas escolhas boas ou más, o que é justamente o ponto de vista ético. - O conjunto de normas baseadas na percepção de respeito ao dever e nas obrigações detectadas socialmente à profissão apresenta-se tradicionalmente na forma de código de ética. - Buscando-se guiar a conduta dos cirurgiões-dentistas no tocante aos aspectos éticos de sua prática profissional, construiu- se o Código de Ética Odontológica (CEO) vigente no Brasil, aprovado pela Resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO) 118 de onze de maio de 2012. - Quatro princípios éticos que deveriam interagir na relação do profissional e paciente, propostos por BEAUCHAMP & CHILDRESS: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. - Autonomia: Sua definição relaciona-se com o livre-arbítrio e a vontade do paciente reger seus próprios atos, a capacidade de se governar, além do direito moral e legal de adotar suas próprias decisões, sem restrição ou coação, por mais benfeitoras que possam ser as intenções do profissional cirurgião- dentista, com base em seu valor e convicção. O profissional deve respeitar a vontade, a crença e os valores morais do seu paciente. O direito à autonomia é limitado quando entra em conflito com o direito de outras pessoas, inclusive o do próprio profissional de saúde. Sendo assim, os valores morais pontuarão a conduta deste profissional. - Beneficência: significa fazer o bem, descrito como dever fundamental do cirurgião-dentista no CEO. Entende-se desta forma como a promoção do bem-estar dos outros, levando-se em consideração os desejos, as necessidades assim como os direitos de outrem. O cirurgião-dentista deve zelar pela saúde e pela dignidade do paciente. Na visão odontológica, beneficiar o paciente significa ter cuidados desde a prevenção de danos à saúde bucal até a reabilitação oral. - Não maleficência: se refere a não causar dano e pode ser entendido de duas maneiras diferentes. A primeira foca a prioridade de limitar a ação para não provocar dano. A segunda está relacionada a obrigação de não causar dano ao paciente, o que é diferente da obrigação de ajudar o paciente, caracterizada nas decisões embasadas na habilidade clínica. Para alguns filósofos a não maleficência deveria preceder a bene- ficência. - Justiça: visa dar às pessoas o que lhe é de direito, agindo com equidade na distribuição dos bens e benefícios e com responsabilidade na sociedade - Na Odontologia as questões éticas afetam diretamente o exercício profissional quando são abordados assuntos sobre o comportamento bioético nas relações profissional-paciente. Entretanto, esta reflexão ética/bioética deve se relacionar 3 Mariana Magalhães também ao desenvolvimento do ensino odontológico e à condução das pesquisas científicas. - Nos dias atuais, através da bioética, o cirurgião-dentista se conscientiza de que é necessário dar garantias à vida humana, apresentar um comportamento responsável em relação ao paciente que possui plena autonomia, ou em relação ao representante legal daquele com autonomia reduzida, e também ao profissional, que interage com a sociedade em que está inserido, enfrentando e solucionando os problemas que são apresentadospor ela. - O cirurgião-dentista ao se formar se compromete a atuar de forma ética embasado nos princípios bioéticos. - A manutenção do sigilo profissional não revelando segredos do paciente, não permitir a entrada de pessoas estranhas ao atendimento em andamento, constituem importantes princípios éticos do cirurgião- dentista. - É muito importante realizar um diagnóstico correto, propor alternativas de tratamento, e não fazer uso de técnicas ainda não reconhecidas e sem domínio do cirurgião- dentista, e nem propor tratamentos des- necessários. - Um dos fatores mais importantes na relação paciente/profissional é a relação de poder que o profissional exerce sobre o paciente, já que somente ele detém o conhecimento científico. Ele deve abordar a condição bucal inicial do paciente, as opções de técnicas e as alternativas de tratamento para o seu caso e os esclarecimentos sobre riscos e benefícios de cada alternativa de for- ma clara e no nível cognitivo do paciente, para que esse possa avaliar correta e adequadamente o serviço prestado, mesmo sem possuir o conhecimento técnico e científico que o profissional detém. - Nas relações dos cirurgiões-dentistas com seus pacientes, o princípio da autonomia pode ser caracterizado através do consentimento esclarecido do paciente e formalizado no “plano de tratamento” inserido no prontuário. O valor do con- sentimento expresso pelo paciente, depois de devidamente esclarecido, traz tanto a comprovação de que não houve negligência, imperícia e imprudência por parte do profissional, quanto o desenvolvimento da consciência crítica das pessoas sobre os seus problemas de saúde. Quando se dá à pessoa a liberdade de optar é que se reconhece a sua autonomia. - Caracteriza-se como infração ética o ato de iniciar o tratamento odontológico sem o consentimento prévio do paciente ou de seu representante legal, exceto em caso de urgência ou emergência. - Os avanços tecnológicos e os progressos científicos criaram possibilidades de interferência na vida humana podendo representar uma vantagem ou um risco, o que torna necessário refletir sobre essas inovações e seus efeitos. - As pesquisas não deverão desatender às normas do órgão competente que se concretiza com a análise dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) criada pela Resolução CNS nº 196/96. Além disso, há preocupação sobre a regulamentação do uso de animais para fins científicos e didáticos. Desse modo, os estudos devem ser planejados de forma a obter o máximo de informações utilizando-se o menor número possível de animais. Todos os animais usados devem ser criados em biotérios que assegurem boa qualidade. - Não apenas os animais, mas também o cadáver humano tem sido utilizado como material de ensino por muitos anos e isso levou a sociedade a realizar inúmeros questionamentos. Deve ser seguida a legislação que regula a utilização do cadáver para estudo e/ou exercícios de técnicas cirúrgicas, no entanto, ele deve ser visto como “res-humana” e não objeto qualquer de uso. A bioética surge levantando novas te- máticas relacionadas aos valores éticos, porém existe uma grande importância do cadáver na construção do conhecimento científico. - Outra questão de grande relevância é a respeito dos transplantes de órgãos devido à necessidade de doação dos mesmos. Entretanto, esse processo é permeado por conflitos morais e éticos. Desta forma, o elemento dentário, sendo um órgão que constitui o corpo humano, está de acordo com a lei de transplantes brasileira, onde torna proibida a comercialização e prevê no Artigo 5 pena de 3 a 8 anos de reclusão e 4 Mariana Magalhães multa para quem remover, post mortem, órgãos, tecidos e partes do corpo humano de pessoas não identificadas. Com um olhar bioético dos relatos acima, uma reflexão pode ser feita na questão da necessidade de obter um banco de dentes de acordo com a lei vigente. De acordo com os princípios bioéticos, a doação sendo realizada de forma consciente, livre e esclarecida respeita a autonomia do paciente. A beneficência está implícita, uma vez que esta doação poderá ajudar o doador e toda a sociedade. O princípio da não maleficência surge quando ocorre extração indicada não trazendo prejuízo a ninguém e por fim a justiça estará presente, pois a doação é universal. - A declaração de Helsinki é referência fundamental e tem a finalidade de propor medidas que garantam a adequação dos aspectos éticos envolvendo pesquisas em seres humanos. - O Código de Ética Odontológica seria uma forma de normalizar a classe odontológica à qualidade profissional competente principalmente na relação profissional/paciente. Em contrapartida, a bioética unida ao CEO ajuda a Odontologia permanecer no papel de entendimento dos desafios, assegurando os benefícios para a saúde geral, agindo na prevenção e no tratamento das doenças bucais, contribuindo significantemente na qualidade de vida humana. A bioética torna-se um norteador quando ajuda uma ciência mecanicista, tradicionalmente, a ter um caráter humanitário perpassando pelos avanços tecnológicos com o objetivo de aumentar e melhorar a qualidade de vida da sociedade. Prof. Loliza DOENÇA PERIODONTAL Exames e procedimentos - Sondagem periodontal: Inserir a sonda paralela ao longo eixo do dente. Examinar a gengiva em torno de cada dente percorrendo todas as superfícies. - Objetivo: Detectar cálculo/tártaro, sangramento gengival e determinar a profundidade das bolsas periodontais. - Superfície rugosa/arenosa: Cálculo - Sondagem periodontal na clínica de adolescentes: - Será utilizado o ICP (CPI) - Sondagem de todos os dentes presentes. - Registrar o código de maior gravidade, se houver sangramento e bolsa, irá registrar o código relativo à bolsa. - Computar o maior código encontrado em cada sextante. - Sextantes: o 18 ao 14; 13 ao 23; 24 ao 28 o 48 ao 44; 43 ao 33; 34 ao 38 Código 0: Sadio - Boa condição de higiene bucal - Indicação: Limpeza com polimento coronário, escovação orientada e instrução sobre o uso do fio dental. - Gengiva normal: Não sangra à sondagem - Medida do sulco: o 0 à 2mm Vestibular e Lingual o 0 à 3mm Distal e Mesial 5 Mariana Magalhães Código 1: Sangramento - Indica a necessidade de melhorar a higiene bucal - Indicação: Limpeza, polimento coronário, escovação orientada e fio dental. Código 2: Cálculo - Indica a necessidade de realizar procedimento clínico - Indicação: Raspagem supragengival e/ou subgengival com curetas manuais e/ou ultrassom Código 3: Bolsa 4 a 5mm - Indica a necessidade de realizar tratamento periodontal - Indicação: Raspagem subgengival com curetas ou ultrassom Código 4: Bolsa profunda (acima de 6mm) - Indica a necessidade de realizar tratamento periodontal - Indicação: Raspagem subgengival com curetas ou ultrassom Instrumentais para raspagem: - Avaliar a anatomia do dente com cada foice/ cureta - Empunhadura correta de curetas (segurar igual se segura a caneta) - Afastar bochechas e língua - Apoio dos dedos nas superfícies dos dentes vizinhos ou outras estruturas, como o queixo - Raspagem supragengival:Foices/ Curetas McCall - Cortante dos dois lados - Raspagem sub e supragengival: Curetas Gracey - Apenas um lado é cortante Cureta McCall Dentes 1 -10 Anteriores 11-12 Posteriores interproximais 13-14 Anteriores cervical 17-18 Posteriores cervical Cureta Gracey Dentes 1-2 e 3-4 Anteriores 5-6 Anteriores e pré- molares 7-8 e 9-10 Posteriores V e L 11-12 e 15-16 Posteriores M 13-14 e 17-18 Posteriores D - Condições de Higiene Bucal: - Avaliar faces V e L dos dentes - Registrar ausência/presença de placa na superfície 6 Mariana Magalhães - Avaliar IPV uma semana após o polimento coronário. Cálculo do IPV: Nº DE SUPERFÍCIES ---- 100% Nº DE SUPERFÍCIES COM PLACA – X - Até 30% não precisa mudar a técnica de escovação, basta fazer um aperfeiçoamento. - Paciente apresenta mais de 30%: Introduzir técnica de Bass - Paciente com recessão gengival: usar técnica de Stillman (varredura) - A evidenciação de placa com corante, serve para motivar o paciente a melhorar sua higiene bucal. - Papila interdental: - Regiões anteriores: Forma piramidal - Regiões posteriores: Forma trapezoidal - Área do COL: pré-molares e molares, depressão entre as papilas V e L - Tem formato de acordo com o ponto de contato do dente em questão - Gengivite: - Inflamação gengival devido à presença de placa bacteriana (biofilme dental) - Diagnóstico é feito através de sangramento a sondagem (OMS: 30 a 60 segundos de sondagem) - Alterações na cor: Mais vermelha, mais pálida - Alterações de consistência: o Flacidez :Predominância de alterações destrutivas (inflamação aguda) o Firme: Fibrosamento (inflamação crônica) - Alterações na textura superficial: perda do pontilhado - Gengivite aguda: Condição dolorosa que aparece de repente - Gengivite sub-aguda: fase menos severa da condição aguda - Gengivite crônica: Instala-se lentamente, tem longa duração e não é dolorosa - GUNA: Pseudomembrana e muita dor - De acordo com a sua distribuição: Localizada: restrita a gengiva correspondente a um único dente ou grupo de dentes (menos de 30%) Generalizada: envolve toda a boca (+ de 30%) Marginal: envolve a margem gengival, podendo incluir parte da gengiva inserida Papilar: Envolve as papilas e pode estender para a margem gengival Difusa: Envolve papila interdental, a margem gengival e a gengiva inserida Diagnóstico e gravidade da DP: - Gengivite: Sangramento a sondagem (SS) em pelo menos um sítio periodontal. - Periodontite leve a moderada: Profundidade de sondagem (Ps) maior ou igual a 4mm em pelo menos um sítio, com no mínimo um sítio com perda de inserção de 5 mm. - Periodontite grave: Profundidade de sondagem (Ps) maior ou igual a 6mm, com no mínimo um sítio com perda de inserção maior que 5mm - A profundidade da sondagem é a medida que vai da margem da gengiva até o fundo da bolsa ou sulco - O limite clínico de inserção é a medida que vai do limite amelocementário até o fundo da bolsa (PADRÃO OURO). Extensão da doença periodontal: - Localizada: Até 30% dos sítios acometidos por perda de inserção clínica - Generalizada: Acima de 30% dos sítios acometidos por perda de inserção clínica OBS.: Periodontite agressiva: Actinobacillus Actinomycetemcomitans (AA) – pouca presença de placa (invade o tecido conjuntivo gengival) Crescimento gengival: Crescimento inflamatório: - Crônico: má higiene oral, respirador bucal (não sela a boca) - Agudo: abscesso gengival e periodontal 7 Mariana Magalhães Crescimento hiperplásico sem inflamação (hiperplasia gengival): - Induzida por drogas: o Fenitoína (Dilantin) - Anti-epilético; o Ciclosporina – Imunossupressor; o Nifedipina - Anti-hipertensivo - É preciso uma remoção cirúrgica - Fibromatose gengival idiopática (Sem causa aparente): - Tratamento: Orientação de escovação (entrar com clorexidina para controle químico da periodontite), controle da placa e gengivectomia - Crescimento combinado: - Mais de um fator é responsável pela hiperplasia gengival - Ex: medicamento + inflamação - Crescimento condicionado: - Crescimento hormonal (Na gravidez, na puberdade) - Crescimento leucêmico - Crescimento associado a deficiência de vitamina C - Crescimento condicionado não-especifico (granuloma piogênico) - Crescimento neoplásico (Tumores gengivais): - Tumores benignos: o Epulide o Fibroma o Nevus o Mioblastoma o Leucoplasia o Cisto gengival o Hemangioma o Papiloma o Granuloma periférico de células gigantes o Granuloma central de células gigantes - Tumores malignos o Carcinomas (epitelial) o Sarcomas (mesenquimal) - Crescimento evolucionário: - Devido à erupção dentária - É fisiológico 8 Mariana Magalhães Prof. Viviane CARIOLOGIA - A cárie é uma doença multifatorial. - Processo dinâmico que ocorre nos depósitos bacterianos (placa bacteriana) sobre a superfície dos dentes, resultando em alterações do equilíbrio entre a superfície do dente e o fluído da placa, que com o passar do tempo, leva a perda de minerais. - A cárie como uma doença BIOFILME- AÇUCAR dependente não pode ser considerada “curável”, mas sim “controlável”; tendo em vista o padrão de alimentação e higiene das sociedades modernas. Processo saúde-doença: - Para ter cárie é necessário a desmineralização dos dentes por placa bacteriana (biofilme), carboidratos fermentáveis (flutuações de pH) - Streptococos Mutans: Grande capacidade de aderência (devido a produção de polissacarídeos extracelulares) além de serem acidúricos e acidogênicos. - Acesso ao flúor: o Tópico o Sistêmico (cai na corrente sanguínea e volta para a cavidade bucal através da saliva) - Sem flúor, com pH de 5,5 já começa a ter perda mineral (de hidroxiapatita) - Com flúor com pH 4,5 começa a ter perda de hidroxiapatita (antes disso quem sai do dente é o fluoreto) -> Aumenta a resistência ao abaixamento do Ph Diagnóstico: - Diagnóstico precoce: Campo limpo seco e bem iluminado - Secagem prolongada (5segundos); sondagem; exames complementares (radiografia interproximal) - Diagnóstico diferencial: o Opacidades: Difusas/Demarcadas o Hipoplasia o Lesões não cariosas o Manchamento por tetraciclinas o Manchas extrínsecas - Observar no diagnóstico diferencial: o Formato das lesões (desenho) o Distribuição (localizada, generalizada) o Presença de placa bacteriana o Presença de gengivite o Possível remoção - Meios de diagnóstico: o Visual o Tátil o Tátil-visual (é melhor olhos afiados do que sonda afiada) – mais importante com RX complementar o Instrumentos eletrônicos (laser, etc) o Instrumentos sociais - “Quem está doente?” – A oclusal do 36? O dente 46? O indivíduo? O grupo social no qual ele se insere? o Inspeção do campo visual com campo limpo, seco e bem iluminado - CPI → Raspagem (caso tenha cálculo) → Polimento → IPV→ Levantamento de necessidades - Atividade da doença = doença presente - Condições desfavoráveis = doença pode acontecer “Risco” 9 Mariana Magalhães - Atividade da lesão cariosa: o Ativa: - Esmalte: manchas brancas, rugosas e opacas - Dentina: Tecido de consistência amolecida e cor marrom-clara o Inativa: - Esmalte: Manchas brilhantes ou pigmentadas (cor escurecida) e lisas - Dentina: Cavidades com tecido dentinário escurecido e duro - Processo DES-RE: -Saturante: Desmineralização = Remineralização - Não saturante: Desmineralização > Remineralização - Super saturante: Desmineralização < Remineralização - Normalmente a condição da boca é SUPER SATURANTE, por isso, nós mineralizamos a placa formando os cálculos Controle da Doença: - Alimentação saudável: Fibras, muita água, comer de 3 em 3 horas - Controle de placa - Boa higienização - Remoção da placa estagnada (cervical dos dentes, oclusal dos dentes que estão em erupção) - O paciente que tem mais risco de cárie é o que deve usar mais flúor. - Fluorterapia: o Mineralizar lesões o Feita em pacientes de risco o Tempo de aplicação: 1 minuto o Pode lavar e comer após a aplicação o Deve-se evitar alimentos ácidos no dia - Toxicidade do flúor: Crônica: 20 a 36 meses de idade – formação dos incisivos centrais permanentes. Excesso de creme dental - Equilíbrio: Remoção de todos os nichos que prevalecem a formação de placa o Orientação informática o Orientação educativa o Raspagem e polimento o Aplicação de flúor o Selamento de cavidades Decisão de tratamento: - O profissional deve julgar o risco e a atividade da doença - Planejar a freqüência e o tipo de tratamento - Tipos de abordagem: o Nenhum tratamento o Medidas profiláticas o Tratamento não invasivo o Tratamento invasivo - Atividade da lesão: quantidade e qualidade da placa, morfologia dental, etc. - A placa deve ser controlada para paralisar lesões existentes e prevenir novas lesões - Promoção da saúde - Tratamento das causas - Realização de preparos biomecânicos e restaurações fundamentados na conservação da estrutura dental. - Analisar histórico médico-odontológico - Descrever a extensão de todas as lesões: - Considerar se a lesão é ativa, cavitada ou não, presença de placa - Listar as opções de tratamento Objetivo dos selantes: - Remineralizar lesões de cárie nas superfícies oclusais localizadas em esmalte. - Pode ser terapêutico ou preventivo - Indicado para molares em erupção - Tem retentores e liberadores de flúor Ciclo restaurador repetitivo: - Alta probabilidade de o dente ser perdido. 10 Mariana Magalhães Prof. Ênio DIAGNÓSTICO PULPAR - Classificação das pulpites: o Irreversível sintomática o Irreversível assintomática o Reversível - Teste de vitalidade pulpar: fluxo sanguíneo Aparelho utilizado: Doppler - Teste de sensibilidade pulpar: terminação nervosa (Gelo) - Pode ocorrer perda da sensibilidade, mas permanecer a vitalidade. - A recuperação nervosa é mais lenta que a vascular. - Quanto mais “velho” é o dente, menor é o número de células. - Baixa complacência pulpar = não tem como expandir durante inflamação. - A inflamação pulpar leva à estagnação da mesma, podendo levar ao processo de degeneração. - Como avaliar se tem excesso de movimentação de líquido ou diminuição de líquido? Através de testes termoelétricos para ver o grau de vitalidade e sensibilidade pulpar - Fibra Adelta: o Mielinizada o Não resiste a hipóxia e anóxia o Dor provocada (dor rápida) o Aguda, fincada o Removido estímulo, dor cessa - Fibra C: o Amielinizada, Substância P na terminação nervosa o Resistente a hipóxia e anóxia o Dor espontânea o Pulsátil, lacinante, contínua o Mesmo com uso de analgésicos usuais, dor NÃO cessa Para a realização dos Testes de sensibilidade e vitalidade é necessário: - Isolamento relativo (campo seco) - Iluminação adequada - Acesso/ Visão/ Conveniência - Sugador - Dente limpo: Sem placa e sem cálculo (atrapalham o teste de sensibilidade) - Testes térmicos: Teste com frio: - Gases comprimidos: Cloreto de etila, propano e butano (névoa carbônica CO2 e tetrafluoretano não são mais utilizados) - Fazer no dente, no seu homólogo e no seu antagonista - Estimula fibras adelta - Utilizar cotonetes: Superfície vestibular de anteriores e superfície oclusal de posteriores (pela proximidade da polpa) - Testes com frio levam a contração do volume de água, provocando uma compressão nervosa. Aparece a dor rápida, pontual; removendo-se o estímulo a dor cessa - Dente inflamado: dor mais intensa, que demora a cessar - Pacientes irradiados (cabeça e pescoço), que fazem quimioterapia: pode mascarar o teste de sensibilidade, pela queda do fluxo sanguíneo. É reversível. Não quer dizer que tem necrose. - Pacientes que possuem aparelho ortodôntico: teste deve ser feito na superfície lingual - Caso o teste frio responda, não é necessário fazer os outros testes Teste com calor: - Feito com instrumentos de aço (esquentar com lamparina) - Guta-perchs: Passar vaselina na superfície dentária antes - Testes com calor levam a dilatação do volume de água, provocando um estiramento da fibra nervosa 11 Mariana Magalhães Teste elétrico: - Cobrir a ponta ativa (que vai no dente) da caneta com um pouco de pasta profilática, para facilitar a passagem do estímulo elétrico e a outra ponta, o paciente segura com os dedos para fechar o circuito. - Quanto maior o volume de esmalte/dentina maior o tempo de resposta ao estímulo. - Dente inflamado: sente dor mais rápido - Dente hígido: 30/40 - Chegou a 80 sem resposta: Necrose pulpar Teste Cavidade: - Feito quando não houve resposta nos 3 testes anteriores - Remoção do tecido cariado/ lesionado até paciente sentir dor - É feito da periferia para o centro, e de cima para baixo - Utilizar curetas/colher de dentina maiores para evitar que haja exposição, e brocas de maior volume - Se chegar até a câmara pulpar e o paciente não sentir dor, há necrose pulpar. Teste FLP (Fluoretometria laser-doppler) - Presente em poucos locais pelo seu alto valor $$$ - Teste de vitalidade pulpar Diagnóstico pulpar - Pulpite reversível: - Consegue avaliar o padrão de resposta e retornar ao estado inicial. - Etiologia: Cárie e hipersensibilidade dentinária, perda óssea, exposição da raiz. - Características Clínicas: Dor provocada; precisa de analgésicos? Não, pois se tira o estímulo, a dor cessa. - Testes: Frio: exacerba dor ++++ Calor: ++ (não altera tanto, pois a câmara pulpar já estava quente pela inflamação) Elétrico: baixos estímulos Cavidade: + Dor que atinge fibra Adelta (camada + externa) = dor provocada. - Pulpite irreversível sintomática: Fase inicial: - Características Clínicas: Dor provocada por estímulos externos (frio, calor) ou dor espontânea (à noite, ao deitar - aumenta pressão intracraniana: pulsátil). Uso analgésicos pode aliviar. Removido estímulo, não cessa dor. 12 Mariana MagalhãesFibra C não foi atingida. - Tratamento: abertura da cavidade. - Testes: Frio: ++ Calor: ++++ Elétrico: baixos estímulos Cavidade: + Fase final: - Características clínicas: Dor espontânea à noite (Aumenta a noite, porque, aumenta a pressão craniana), ao deitar, durante dia, qualquer horário; Uso analgésicos não alivia dor; Removido estímulo, não cessa dor; Dor pulsátil, lancinante, contínua. - Tratamento: só abertura da cavidade. Pode ser tratamento endodôntico conservador ou radical. - Testes: Frio: + Calor: ++++++ Elétrico: baixos estímulos Cavidade: + Pulpite irreversível assintomática: - Características clínicas: Ulcerativa ou hiperplásica. Estabelecimento de uma via de drenagem. Dor provocada: estímulos externos; Pode ocorrer dor espontânea: noite, ao deitar; Uso de analgésicos pode aliviar; Removido estímulo, não cessa dor. Quantidade de sangramento = mostra o grau de inflamação. - Tratamento: radical (canal). - Testes: Frio: ++ Calor: ++ Elétrico: abaixo do normal Cavidade: + Necrose pulpar: Sem resposta aos testes térmicos e elétricos. Morte somática do tecido pulpar Limpeza do canal. - Gangrena - Liquefação (mais comum) Prof. Mauro Henrique PLANEJAMENTO INTEGRAL - Diagnóstico: Quem é o adolescente que atendo? Onde ele vive? O que faz da vida? Do que ele adoece? - Morbidade – hoje em dia não é mais por doenças e sim por violência DST – AIDS Álcool e drogas - Para ver se o paciente usou alguma droga é só passar a luz do refletor pelo olho do paciente e vê se ocorre miose, se não sofrer miose é, porque, o paciente está sob o efeito de drogas - Fatores biológicos, sociais, psicológicos - Diagnóstico integral, temos que conhecer o paciente como um todo - Cárie: Sociais Moradia adequada Psicológicos Comportamento favorável Biológicos Placa bacteriana Planejamento integral - 1ª fase: Urgências e emergências -Condições sistêmicas - Condições agudas: pulpares, periapicais, periodontais - Condições estéticas: “emergência social” - Desejo, necessidades percebidas - 2ª fase: Controle da doença – adequação do meio bucal - Educação em saúde - Exodontia - Controle profissional da placa - Raspagem supra e subgengival - Polimento e acabamento de restaurações - Fluoretos - Uso de selantes - Selamento provisório de cavidades - ART – tratamento restaurador atraumático - Tratamento conservador da polpa - Pulpectomias/ curativo de demora - 3ª fase: Reabilitadora ou cirúrgica - Restauradora - Tratamento endodôntico 13 Mariana Magalhães - Restaurações diretas e indiretas - Próteses - Cirurgias periodontais - 4ª fase: Manutenção - Avaliação de riscos e manutenção de retornos periódicos ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL - Conjunto de medidas que objetiva a recuperação do equilíbrio biológico perdido; não sendo apenas um procedimento isolado no controle das doenças da cavidade bucal; promovendo o retorno a homeostase (fisiológica, reabilitação e estética) Recuperação do equilibrio biológico perdido. - Eliminação todos os fatores retentivos de placa: - Lesões cariosas cavitadas - Excessos de restaurações - Restos radiculares - Dentes com necrose pulpar - Cálculos dentários - Placa ou biofilme – controle - Primeiramente temos que selar cavidades para diminuir o risco de uma possível infecção e septicemia - Remover restos radiculares, porque, tem uma inflamação crônica, pois é um centro de acumulo de placa – essa inflamação não deixa a glicose diminuir (Fator de risco para diabéticos) - Dentes com necrose pode gerar uma inflamação crônica podendo evoluir para osteomielite crônica (osteomielite é uma inflamação na medula do osso) GENGIVAS - Gengivas saudáveis não mostram vermelhidão ou inchaço. - A superfície parece levemente pontilhada. - Os espaços entre os dentes são cobertos por uma gengiva firme em forma de "V". - Os primeiros sinais da doença periodontal são percebidos através dos tecidos gengivais. - Muitas pessoas apresentam a gengiva inflamada, a qual se caracteriza pelo aumento de volume e sangramento. - Chamamos essa alteração de gengivite. - Com a progressão da gengivite, estruturas de sustentação e proteção dos dentes (ossos e ligamentos) são comprometidas, iniciando- se a periodontite. - A periodontite pode manifestar-se de forma assintomática, sem dor, sangramento ou retração gengival, passando muitas vezes desapercebida pelo seu portador e às vezes até pelo clínico geral. Controle de placa – Mecânico e químico: Escovação e Remoção de cálculos 14 Mariana Magalhães Cárie dentária: - A técnica da remoção da dentina necrosada, com a permanência da dentina desmineralizada,e o selamento da cavidade, impede o avanço da lesão em direção a polpa dentária, evitando a necrose pulpar. - A remoção da camada superficial da dentina (necrosada) permite a recuperação da condição pulpar e paralisação da lesão cariosa, promovendo na camada mais profunda e desmineralizada da dentina endurecimento (com obliteração dos túbulos na superfície externa) e mineralização ou esclorese nos túblos dentinários. - Remoção da cárie – Brocas esféricas 6 e 8 - Tratamento expectante/Selamento de cavidades: - O tratamento expectante representa um procedimento restaurador, baseado em conhecimentos biológicos sobre o processo de progressão da lesão de cárie, através do estudo da natureza e características das respostas dos tecidos dentários a esse processo destrutivo. Trata-se de uma forma de terapia que é prática e segura e que pode ser indicada na odontologia restauradora moderna. - Remoção de parte da dentina infectada durante a fase aguda do processo, colocação de um material forrador que promova ação bactericida ou bacteriostática e o selamento da cavidade com um material provisório, por determinado período de tempo. - Aguenta mais tempo em cavidade, sela melhor e aguenta mais pressão que o IRM (óxido de zinco e eugenol) - Cimento de Ionômero de Vidro (este tem a vantagem de liberar flúor) - Tratar canal e tratamento da polpa, também é adequação do meio bucal - Medidas Preventivas: - Flúor - Selantes - Polimento e acabamento de restaurações - Remoções excessos restaurações - Medidas Educativas (dieta, higiene, etc.)
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