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Cap. 2 - Gestão Ambiental

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Contabilidade Ambiental 
Profª Maria Mariete Aragão Melo Pereira 
Capítulo 2 
Gestão ambiental 
2.1 A mudança no ambiente dos negócios 
 
A pressão da sociedade sobre as empresas que não respeitam o meio ambiente, o reflexo 
nas vendas, os riscos sobre o capital de seus acionistas e o risco sobre sua própria 
continuidade têm levado as empresas a adotar uma política de controle, preservação e 
recuperação ambiental. Uma organização pode ser desafiada a demonstrar seu 
comprometimento com o meio ambiente e nesse aspecto, a implementação de um 
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ajudar de várias maneiras. A integração das 
questões ambientais ao sistema de gestão global da organização pode contribuir para a 
efetiva implementação do sistema de gestão ambiental, bem como para a eficiência e 
clareza de suas atribuições. 
 “A expansão da consciência ambiental se dá na exata proporção que percebemos o 
meio ambiente como algo que começa dentro de cada um de nós, alcançando tudo 
o que nos cerca e as relações que estabelecemos com o universo” Sirkis (2003, 
p.13). 
 
2.2 Conceito de gestão ambiental 
 
Tinoco e Kraemer (2011, p. 89) conceituam gestão ambiental como um sistema que 
inclui “estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, 
práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, 
analisar criticamente e manter a política ambiental”. Ou seja, é o conjunto de ações com 
o intuito de reduzir ou eliminar o impacto ambiental de uma atividade. 
 
De acordo com Antonius (1999) a gestão ambiental tem como objetivo permitir: 
1. O controle e a redução dos impactos no meio ambiente devido ás operações ou 
aos produtos; 
2. O cumprimento de leis e normas ambientais; 
3. O desenvolvimento e o uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou 
eliminar resíduos industriais; 
4. O monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais; 
5. A eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem; 
6. A utilização de tecnologias limpas (clean Technologies), visando a minimizar os 
gastos de energia e materiais; 
7. A melhoria do relacionamento entre a comunidade e o governo; 
8. A antecipação de questões ambientais que possam causar problemas ao meio 
ambiente e, particularmente, à saúde humana. 
 
 
2.3 Princípios de Gestão Ambiental 
 
Com base no relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(ONU, 1987), denominado “Nosso Futuro Comum”, a Câmara de Comércio 
Internacional (1990), entre outras ações visando o Desenvolvimento Sustentável, 
estabeleceu 16 princípios para a Gestão Ambiental de qualquer tipo de negócio a saber: 
 
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1 - Prioridade Organizacional - estabelecer políticas, programas e práticas no 
desenvolvimento das operações voltadas para a questão ambiental. Reconhecer que ela é 
a questão-chave e prioridade da empresa. 
 
2 - Gestão Integrada – integrar as políticas, programas e práticas ambientais em todos 
os negócios como elementos indispensáveis de administração em todas suas funções. 
 
3 - Processos de Melhoria – continuar melhorando as políticas corporativas, os 
programas e performance ambiental, tanto no mercado interno quanto externo, levando 
em conta o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento científico, as necessidades 
dos consumidores e os anseios da comunidade, como ponto de partida das 
regulamentações ambientais. 
 
4 - Educação do Pessoal – educar, treinar e motivar o pessoal no sentido de que 
possam desempenhar suas tarefas de forma responsável com relação ao ambiente. 
 
5 - Prioridade de Enfoque – considerar as repercussões ambientais antes de iniciar 
nova atividade ou projeto e antes de instalar novos equipamentos e instalações ou de 
abandonar alguma unidade produtiva. 
 
6 - Produtos e Serviços – desenvolver e produzir produtos e serviços que não sejam 
agressivos ao ambiente e que sejam seguros em sua utilização e consumo, que sejam 
eficientes no consumo de energia e de recursos naturais e que possam ser reciclados, 
reutilizados e armazenados de forma segura. 
 
7 - Orientação ao Consumidor – orientar e, se necessário, educar consumidores, 
distribuidores e o público em geral sobre o correto e seguro uso, transporte, 
armazenagem e descarte dos produtos produzidos. 
 
8 - Equipamentos e Operacionalização – desenvolver, desenhar e operar máquinas e 
equipamentos levando em conta o eficiente uso da água, energia e matérias –primas, o 
uso sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos negativos ao 
ambiente e a geração de poluição e o uso responsável e seguro dos resíduos existentes. 
 
9 - Pesquisa – conduzir ou apoiar projetos de pesquisas que estudem os impactos 
ambientais das matérias-primas, produtos, processos, emissões e resíduos associados ao 
processo produtivo da empresa, visando à minimização de seus efeitos. 
 
10 - Enfoque Preventivo – modificar a manufatura e o uso de produtos ou serviços e 
mesmo os processos produtivos, de forma consistente com os mais modernos 
conhecimentos técnicos e científicos, no sentido de prevenir as sérias e irreversíveis 
degradações do meio ambiente. 
 
11 - Fornecedores e Subcontratados – promover a adoção dos princípios ambientais 
da empresa junto aos subcontratados e fornecedores encorajando e assegurando, sempre 
que possível, melhoramentos em suas atividades, de modo que elas sejam uma extensão 
das normas utilizadas pela empresa. 
 
12 - Planos de Emergência – desenvolver e manter, nas áreas de risco potencial, planos 
de emergência idealizados em conjunto entre os setores da empresa envolvidos, os 
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órgãos governamentais e a comunidade local, reconhecendo a repercussão de eventuais 
acidentes. 
 
13 - Transferência de Tecnologia – contribuir na disseminação e transferência das 
tecnologias e métodos de gestão que sejam amigáveis ao meio ambiente junto aos 
setores privado e público. 
 
14 - Contribuição ao Esforço Comum – contribuir no desenvolvimento de políticas 
públicas e privadas, de programas governamentais e iniciativas educacionais que visem 
à preservação do meio ambiente. 
 
15 - Transparência de Atitude – propiciar transparência e diálogo com a comunidade 
interna e externa, antecipando e respondendo a suas preocupações em relação aos riscos 
potenciais e impacto das operações, produtos e resíduos. 
 
16 - Atendimento e Divulgação – medir a performance ambiental. Conduzir auditorias 
ambientais regulares e averiguar se os padrões da empresa cumprem os valores 
estabelecidos na legislação. Prover periodicamente informações apropriadas para a alta 
administração, acionistas, empregados, autoridades e o público em geral. 
 
2.4 Níveis de gestão ambiental 
 
Macedo (1994) subdivide a gestão ambiental em quatro níveis: 
 
 Gestão de processos: envolve a avaliação da qualidade ambiental de todas as 
atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de 
insumos, matérias-primas, recursos humanos, recursos logísticos, tecnologias e 
serviços de terceiros; 
 Gestão de resultados: envolve a avaliação da qualidade ambiental dos 
processos de produção, por meio de seus efeitos ou resultados ambientais, ou 
seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, odores, 
ruídos, vibrações e iluminação; 
 Gestão de sustentabilidade (ambiental): envolve a avaliação da capacidade de 
resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele são 
realizados e que o afetam, por meio da monitoração sistemática da qualidade do 
ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano; 
 Gestão do plano ambiental: envolve a avaliação sistemáticae permanente de 
todos os elementos constituintes do plano de gestão ambiental elaborado e 
implementado, aferindo-o e adequando-o em função do desempenho ambiental 
alcançado pela organização. 
 
 
2.5 Principais instrumentos da gestão ambiental 
 
Os instrumentos de gestão ambiental têm como objetivo melhorar a qualidade ambiental 
e a tomada de decisão das empresas. Esses instrumentos são aplicados em todas as fases 
dos negócios e têm caráter preventivo e corretivo. Os principais instrumentos de gestão 
ambiental são: 
 
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a) Estudo de Impacto Ambiental (EIA); 
b) Avaliação do Impacto Ambiental (AIA); 
c) Auditoria Ambiental; 
 
 
2.6 Benefícios da gestão ambiental 
 
De acordo com North (1992), os benefícios da gestão ambiental são de natureza 
econômica e de natureza estratégica. 
 
Os benefícios econômicos se apresentam como economia de custos e como incremento 
de receita. Ocorre economia de custos quando há: 
 
 Redução do consumo de água, energia e outros insumos; 
 Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes; 
 Redução de multas e penalidades por poluição. 
 
O incremento de receita, por sua vez, pode ser exemplificado por meio de: 
 
 Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser 
vendidos a preços mais altos; 
 Aumento da participação no mercado devido à inovação de produtos e 
diminuição de concorrência; 
 Linhas de novos produtos para novos mercados; 
 Aumento da demanda por produtos que contribuam para a diminuição da 
poluição. 
 
Como benefícios estratégicos da gestão ambiental, podem ser listados: 
 Melhoria da imagem institucional; 
 Renovação do portfólio de produtos; 
 Aumento da produtividade; 
 Alto comprometimento do pessoal; 
 Melhoria nas relações de trabalho; 
 Melhoria e criatividade para novos desafios; 
 Melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidades e grupos 
ambientalistas; 
 Acesso assegurado ao mercado externo; 
 Melhor adequação aos padrões ambientais. 
 
 
Atividades desta unidade 
1. Consultar sobre cada instrumento de gestão ambiental (conceito, objetivo, 
obrigatoriedade). 
 
REFERÊNCIAS 
Este capítulo é parte do fascículo de Contabilidade Ambiental. Pereira, Maria Mariete 
Aragão Melo. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012. 
Referências completas estão no fascículo.

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