Buscar

O periodo entreguerras 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

O período entre as guerras: o retorno do Padrão Ouro, a Crise de 29 e a Grande depressão
Período que antecede o período de turbulências (1873-1914)
Estabilidade do nível geral de preços, prosperidade e vigorava o padrão ouro;
Período 1918-1945
Deflação, pois o regime ainda é o padrão ouro;
Crise de 1930 se tornou grave por causa do funcionamento do padrão ouro;
DEFLAÇÃO
Tão grave quanto a inflação: os preços se movendo pra baixo se a economia estiver com falta de demanda agregada isso se agrava  melhor guardar dinheiro do que investir em qualquer coisa (empresários, trabalhadores, consumidores)  desemprego;
Defensor radical da TQM: Se o nível geral de preços cai = nos sentimos mais ricos (EFEITO RIQUEZA) = vamos consumir mais (Efeito Pigou nunca verificado) = equilíbrio;
Pigou era um economista inglês reagindo às críticas do Keynes pra o funcionamento de uma economia capitalista com moeda;
Crise (1930-1939)
Duração e gravidade da Crise (desemprego, produção)
Kindleberger – “Tese da responsabilidade”
Resultado do mal funcionamento do Padrão Ouro: decorrente da perda de hegemonia da Inglaterra e, portanto, do Banco da Inglaterra (papel crucial na operação do mecanismo do padrão ouro) e relutância dos Estados Unidos ocupar esse papel;
Banco da Inglaterra: garantia liquidez para que os eventuais desequilíbrios dos balanços de pagamentos dos países não gerasse Crise;
Fim da Guerra: Inglaterra sai com uma dívida da guerra e não consegue operar mais como líder que foi durante o padrão ouro anterior à guerra;
Crise (1930-1939)
Para Kindleberger, a estabilidade do padrão-ouro do período anterior à I Guerra Mundial foi resultante da capacidade de liderança da Grã-Bretanha e do Banco da Inglaterra;
Uma vez que esta capacidade de liderança foi abalada, o padrão-ouro deixou de funcionar como mecanismo de estabilização da economia internacional, facilitando os mecanismos de transmissão dos problemas econômicos, monetários, financeiros ou reais de um país para outro;
Crise (1930-1939)
Eichengreen – “Tese de credibilidade e cooperação”
A estabilidade do PO ouro (antes da guerra) não se deve à existência de uma liderança nacional e sim a um sistema de cooperação e liderança num mundo descentralizado e multipolar. 
A crise de 1930 é grave e duradoura por causa da insistência das autoridades do mundo inteiro na recuperação do regime do padrão ouro  resultado da tentativa de recuperar o “etos” do padrão ouro que não poderia funcionar mais depois da guerra;
“Etos”: conjunto de regras, valores, comportamentos associados ao regime de padrão ouro;
Saída da I Grande Guerra com a criação da Liga das Nações, do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e com a proposta para reconstruir a economia do mundo era retornar ao padrão ouro para voltar à prosperidade;
Propostas de política econômica
A cada momento da história há um conjunto de regras consensuais, na maioria dos casos conservadoras, que nas arenas internacionais sugerem que todos os países devem adotar;
Proposta do inicio do século XXI: regras de liberalização da economia e controle do déficit público;
Período posterior ao fim da I Guerra a regra/proposta consensual era: corrija o câmbio, fixe essa taxa de câmbio nova e garanta conversibilidade de sua moeda em ouro e a economia voltará a crescer  volta do Padrão Ouro
Era preciso voltar ao padrão ouro
Volta ao padrão ouro, pois com a guerra os países da Europa estavam endividados e não podiam ter uma reserva em ouro para garantir uma conversibilidade da moeda  Regime de padrão ouro estava suspenso durante a guerra
Alemanha (derrotada): por causa dos pagamentos de reparação
França: dívidas a receber da Alemanha e dívidas a pagar com Inglaterra e EUA
Inglaterra: dinheiro pra receber da França e dívida pra pagar para os EUA
EUA: credor do mundo inteiro (créditos a receber de todos)  demais finanças dependem dos EUA
Países se prepararam pra guerra acumularam ouro para pagar soldados, comprar armas e com a guerra esse ouro se foi;
Período pós guerra: movimento dos diversos países para recuperar a conversibilidade da sua moeda
Voltando a conversibilidade
Alemanha: passa pela hiperinflação
França: fixa uma taxa cambial bem alta e acumula muito ouro
Inglaterra: fixa a taxa de câmbio num valor que não consegue ter equilíbrio no balanço de pagamentos
EUA: fixa a taxa de câmbio e como credor dos demais países tem uma grandes reservas de ouro
EUA: o país mais importante do mundo
Finanças dos demais países do mundo dependem dos EUA;
Grandes exportadores de produtos agrícolas (alimentam o mundo de alimentos e matéria-prima);
Grandes exportadores de produtos industriais;
Mercado financeiro de Nova York substitui o mercado financeiro inglês;
Diagnósticos sobre a duração da crise
Kindleberger: o mercado financeiro NY é o mercado financeiro de uma economia muito grande (economia doméstica muito grande) e não tem experiência na operação do sistema financeiro internacional e isso fez com que a crise fosse duradoura  se soubessem operar o sistema a crise não ocorreria;
Eicheengreen: o diagnóstico sobre a duração da crise não era o mesmo de Kindleberger. Assim, o autor levanta alguns pontos que mostra o “etos” do Padrão Ouro antes de 1914  tinha que mudar de pensamento, mudar o “etos” para sair da crise;
Debate Eichengreen
Nesse mundo o padrão ouro funcionou: Eichengreen
O Banco da Inglaterra foi importante no período em que o Padrão Ouro funcionou e conseguiu ser importante e operar o mecanismo do Padrão ouro por várias condições:
Havia cooperação entre Banco da Inglaterra, Federal Reserve Americano, Banco da França e Banco da Alemanha (“isso era um clube de amigos que confiavam um nos outros”)  cooperação e evitavam grandes movimentações de ouro  financiavam uns aos outros  tinham credibilidade
Credibilidade: o que é?
Todos acreditavam no que os bancos afirmavam poder fazer;
Inglaterra com déficit no Balanço de Pagamentos: o Banco Inglês não precisa aumentar muito os juros. Aumentando um pouco e os capitais já se movimentam para a Inglaterra e financiam seu balanço de pagamento;
Há episódios que não precisa nem aumentar os juros: dado a crise do BP, o mercado sabe que vão aumentar e transferem seus capitais/ faz aplicações na Inglaterra;
O mesmo acontece com o Banco Francês, Alemão e Americano;
Essas operações exigiam uma situação homogênea (experiência econômica recente homogênea  nenhum muito endividado, nenhum passando por uma grande inflação, não havia tido guerra entre os países  cenário antes de 1914)
O cenário pós guerra revela outras características: Alemanha carregando uma dívida externa imensa que a Inglaterra e França que querem receber com pressa  países que passam por hiperinflações (Alemanha e França), enquanto outros não (EUA e Inglaterra);
Nesse mundo o padrão ouro funcionou: Eichengreen
O desemprego não era um conceito político, era uma questão individual (homem sem religião, homem deprimido, homem sem educação, homem preguiçoso  o governo não era responsável pelo desemprego);
A maior parte das receitas tributárias dos países vinha de impostos sobre importação: não existia imposto de renda e outros impostos, se existia era apouco relevante;
Sindicatos fracos
Após a I Guerra o mundo mudou radicalmente: Eichengreen
EUA assume uma liderança que antes era da Inglaterra;
Sindicatos mais fortes: foram fortalecidos pelos governos envolvidos na guerra para que cooperassem com ela;
Nasce a consciência de que o desemprego era um problema social/ sistêmico;
Como se gerou a crise?
O Padrão Ouro após o final da I Guerra é um Padrão Ouro onde conta como ouro, nas reservas do banco central, o ouro e as moedas conversíveis;
Pela ausência de ouro, valia como ouro moedas lastreadas em ouro;
Quando há uma crise: pega os depósitos e coloca onde há confiança  cada países se defende movimentando depósitos (moeda ou ouro) para o país que tem ouro;
Exemplo: a Inglaterra tem o déficit do BP e o indivíduos pensam “o negócio aqui nãovai funcionar”  tira o dinheiro do Banco da Inglaterra e coloco no Banco dos EUA que é conversível em ouro  isso gera escassez de crédito 
Antes de 1914: Inglaterra tem o déficit do BP, sabia-se que os outro bancos iam ajudá-la, que ela ia elevar a taxa de juros, havia confiança no sistema Bancário Inglês = fazia depósitos na Inglaterra de outra moedas e resolvia a crise na Inglaterra;
O começo da Crise de 1930
Regime padrão ouro baseado em divisas estrangeiras gera instabilidade: fuga para o centro que tem ouro ao invés de fugir para os países que estão com o Balanço de Pagamento em Crise ;
Não havia cooperação entre os bancos devido as dívidas, experiência heterogêneas de inflação;
Anos 1928 e 1929: Bolsa de Valores americana estavam subindo e os EUA já não estavam crescendo mais rápido;
Opinião Pública americana: irritada com a elevação da bolsa (acha que é um movimento especulativo pouco duradouro que reduz oferta de crédito para atividades produtivas)  bancos carregados de empréstimos para especuladores que estão comprando ações;
Europa via os EUA enxugando o capital financeiro do mundo;
O começo da Crise de 1930
FED quer acabar com a especulação na Bolsa e enfrenta um dilema
Pedir aos bancos privados não dirigirem seus créditos aos especuladores, mas ao setor produtivo;
Súbita elevação da taxa de juros (de 3% para 10%): assim a bolsa cairia e depois voltariam com uma taxa de juros compatível com os EUA e o resto do mundo;
Elevou a taxa de juros e gerou uma queda abrupta da Bolsa de Valores: Bancos esperavam receber dos corretoras os empréstimos  com a queda da bolsa os corretores não tinham mais dinheiro para arcar com os empréstimos, pois suas ações que valiam muito estavam valendo nada  bancos tiveram perdas e contraiu empréstimos iniciando a recessão  começa em 1929 e permanece; 
Crise de 1930
Deflação e desemprego
Solução Keynesiana em palestra na Inglaterra: se não tem demanda, vamos gera-la  expandir créditos (empréstimos = expandir a liquidez)  livrar-se dos grilhões de ouro;
Enquanto isso, os teóricos conservadores permaneciam presos à barreira mental: não era natural ter uma moeda sem lastro em ouro  dificuldade em reconhecer a necessidade de sair do padrão ouro;
Resolução para Eichengreen: romper com essa barreira mental!
Propostas de políticas econômicas que rompem essa “barreira mental”
Franklin Roosevelt: rompeu com essa barreira mental  cheio de ouro, em 1933, suspendeu a conversibilidade do dólar (deixou flutuar) e expandiu crédito;
Fez um programa de gastos que em 1937 teve uma recaída: cortou o déficit público num momento errado;
New Deal
Foi um conjunto de medidas econômicas e sociais tomadas pelo governo Roosevelt, entre os anos de 1933 e 1937, com o objetivo de recuperar a economia dos Estados Unidos da crise;
Teve como princípio básico a forte intervenção do Estado na economia;
 Fortes investimentos estatais em obras públicas (obras de infraestrurtura: pontes, rodovias, aeroportos, hidrelétricas, etc  gerar emprego);
Reforma do sistema bancário e monetário (poderes de controle e fiscalização do mercado financeiro);
Controle de preços e produção das empresas;
Incentivos agrícolas(subsídios, empréstimo e outra medidas visando o aumento da atividade agrícola);
Criação de medidas voltadas para a área social( Previdência Social, seguro desemprego, etc);
Redução da jornada de trabalho (aumentando o número de empregados);
Ilha da moeda de pedra
Ilha da moeda de pedra (livro Money Mischief do Friedman e termo utilizado por Keynes): antropólogos que estudando ilhas do Pacífico Sul, uma delas usavam como moeda grandes rochedos que estavam no fundo do mar não transportáveis, mas era base das transações (dava “metros cúbicos” de pedra verbalmente)  mostra como dinheiro é um fato cultural  importante para descrever quando após a guerra os EUA e a França tinham grandes reservas de ouro e o mundo estava sem crédito  ou seja, havia tanto trabalho para desenterrar o ouro debaixo da terra pra depois enterrar no FED e no Banco da França = ouro não circulava  era a situação dessa ilha de pedra;
Restrição histórica aos gastos públicos
Historicamente as finanças públicas são impedidas de funcionar nos momentos de crise pela restrição ao déficit público (significava prejuízo);
Sobre isso existe um artigo de Kalecki: teoria parecida com a de Keynes e inclui no modelo macro a questão distributiva  trabalhadores não poupam (massa de salários = consumo)  consumo dos ricos é irrelevante e não consomem e só investem (investimento = massa de lucros)  “os trabalhadores gastam o que ganham e os capitalistas ganham o que gastam”
Em um artigo escrito em 1939 (no início da II Guerra): hoje nós temos o conhecimento econômico e tecnológico  sabemos, devido Keynes como se resolve o problema de desemprego, entretanto ocorrerão barreiras políticas para a implementação e política de combate ao desemprego, pois se houver desemprego e o governo realizar gastos (subsídios, pagamento de seguro desemprego, etc) haverá uma oposição dos capitalistas a essa política porque ela derruba a disciplina do mercado de trabalho (contra a ética capitalista = empresário poupa e trabalhador trabalha);
O governo não pode expandir seus gastos! Somente os governos de direita  não expira receios a classe capitalista;
Quando for pra fazer gastos terão que ser em investimento e não em consumo;
Quem é culpado pela crise?
80 % dos países: culpa é do governo;
Toda sociedade precisa de um culpado e no século XX é o governo;
Porém, a recuperação da grande depressão só acontece com o início da II Guerra  surgiu um novo pensamento já não mais preso do “etos” do Padrão Ouro;
Eicheengreen: quando se livraram do etos do padrão ouro  moeda é conversível e o governo tem que equilibrar suas contas  o padrão ouro mantem a crise por tanto tempo;
Propostas práticas teriam livrado a economia da crise (sujariam o livre mercado): esperou que o mercado reagisse automaticamente, acreditava-se que o desemprego seria corrigido automaticamente;
Referências 
HELLER, C. “Convergências nas interpretações da Grande Depressão”. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2696071/mod_resource/content/1/Heller%2C%20C%20%282011%29.pdf (Página 9 a 12)
Complementar:
ECHENGREEN, B. A globalização do capital (Capítulo 3)
EICHENGREEN, Barry (1992) Golden Fetters – The Gold Standard and the Great Depression 1919-1939. Oxford University Press. 
KINDLEBERGER, Charles P. (1973) The World in Depression - 1929-1933. University of California Press, 1986.

Outros materiais