Buscar

ONLINE_Educacao_Aplicada_aos_Cuidados_da_Crianca_04_1p

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Educação Aplicada aos 
Cuidados da Criança
Autoria: Maria Clotild
e Pires Bastos
Tema 04
Compreendendo as Características da Criança: Cognição e Linguagem
Tema 04
Compreendendo as Características da Criança: Cognição e Linguagem
Autoria: Maria Clotilde Pires Bastos
Como citar esse documento:
BASTOS, Maria Clotilde Pires. Educação Aplicada aos Cuidados da Criança: Compreendendo as Características da Criança: Cognição e Linguagem. 
Caderno de Atividades. Anhanguera Educacional: Valinhos, 2016.
Índice
© 2016 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
Pág. 17
Pág. 19 Pág. 22
Pág. 18
Pág. 15Pág. 13
ACOMPANHENAWEB
Pág. 3
CONVITEÀLEITURA
Pág. 3
PORDENTRODOTEMA
3
Como compreender o desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivo e linguístico, é o tema central desta 
aula. Para melhor compreender o desenvolvimento cognitivo, é necessário que o professor conheça as teorias do 
desenvolvimento. Conforme você verá nesta aula, dois são os teóricos que no Brasil mais se destacaram como 
referência para a construção de propostas de ensino e aprendizagem: Piaget e Vygotsky. Embora suas teorias tenham 
muitos aspectos diferentes, principalmente em função da base epistemológica que orienta os seus estudos, o fato é 
que possibilitaram uma interpretação diferente do desenvolvimento, uma vez que mudam o enfoque para a interação 
entre o sujeito e o objeto, e nesta aula você terá a possibilidade de compreender essas características. Você verá como 
Piaget descreve o processo de desenvolvimento a partir de categorias tais como organização, assimilação, equilibração, 
acomodação e a relação disso com as fases do desenvolvimento. Já Vygotsky compreende o desenvolvimento dentro de 
um processo histórico e social, e você conhecerá os conceitos centrais da sua teoria, tais como zona de desenvolvimento 
proximal, andaimes e o papel da linguagem no desenvolvimento. Verá também que a linguagem decorre dos processos 
de interação entre a criança e o adulto sendo uma experiência que incentiva a capacidade de expandir habilidades para 
lidar com os desafios. Outro aspecto diz respeito à alfabetização emergente, que não deve ser vista como uma nova 
abordagem, mas como uma forma de conceber o desenvolvimento da criança em sua relação com o meio.
CONVITEÀLEITURA
Compreendendo as Características da Criança: Cognição e Linguagem
O período da infância, como se viu nas aulas anteriores, constitui-se num período muito distinto, com um significado 
especial para o estabelecimento das bases da idade adulta. Com relação ao desenvolvimento das crianças, é importante 
compreender que isso ocorre de diferentes maneiras, uma vez que existem aspectos que são comuns a todas as crianças 
e aspectos que são muito específicos de cada uma. Isso você pode constatar mesmo em se tratando de irmãos gêmeos. 
PORDENTRODOTEMA
4
Esse é um processo altamente complexo, uma vez que envolve muitos fatores: biológico, cognitivo e socioemocional.
O desenvolvimento pode ser definido como “[...] o padrão de mudanças socioemocionais, cognitivas e biológicas que 
começam na concepção e continuam durante toda a vida de uma pessoa. A maior parte do desenvolvimento envolve o 
crescimento, embora também envolva a decadência (morte)” (SANTROCK, 2010, p. 67).
Os aspectos que envolvem o desenvolvimento, embora possam ser compreendidos individualmente, ocorrem de maneira 
integrada e relacionada, sendo possível afirmar, com base nos estudos desenvolvidos no âmbito da neurociência, que é 
a partir das ações e dos processos de exploração do mundo que o desenvolvimento acontece. Os aspectos biológicos 
têm relação com as mudanças físicas da criança, que influenciam na altura, peso, tamanho do cérebro e habilidades 
motoras. Os aspectos cognitivos dizem respeito às mudanças que ocorrem no pensamento, inteligência e linguagem. 
Os aspectos socioemocionais envolvem as relações, emoções e personalidade. 
Uma discussão presente entre os teóricos sobre o desenvolvimento é em relação às experiências iniciais e posteriores. 
Você acredita que as experiências negativas no início da vida do indivíduo podem ser superadas? Não há um consenso 
entre os estudiosos sobre isso; alguns afirmam que a criança dificilmente terá um bom desenvolvimento se suas primeiras 
experiências forem num ambiente hostil e sem proteção. Por outro lado, existem teóricos que afirmam que a qualidade 
das experiências posteriores ao período inicial de vida é tão importante quanto. Isso é relevante no sentido de romper 
com visões preconcebidas de que as crianças maltratadas no início da vida estão destinadas a um desenvolvimento 
comprometido, principalmente o cognitivo, mesmo que sua condição de vida se modifique, além disso a qualidade do 
aprendizado também tem relação com as expectativas do adulto sobre a criança. Em que pesem essas considerações, 
efetivamente todos os envolvidos nos cuidados com a criança devem buscar as melhores condições para que elas 
possam desenvolver-se plenamente, e existem estudos que demonstram que crianças submetidas a situações de risco 
tais como fome e desnutrição têm seu desenvolvimento cerebral comprometido.
Entender como o desenvolvimento cognitivo ocorre é condição necessária para organizar o currículo da educação infantil. 
Para isso é necessário buscar as teorias que expliquem como esses processos ocorrem. Há diferentes maneiras de se 
agrupar as teorias. Alguns estudiosos as agrupam em: teorias behavioristas, teorias de transição entre o behaviorismo 
clássico e o cognitivismo, teorias cognitivas, teorias humanistas e teorias socioculturais (OSTERMANN; CAVALCANTI, 
2010). Outros teóricos adotam uma divisão mais simplificada: comportamentalista, cognitivista e humanista. 
Independentemente da forma como as teorias estão organizadas, é importante destacar que elas representam maneiras 
de compreender o modo como a criança se desenvolve e respondem às condições objetivas existentes nos momentos 
históricos em que foram construídas. 
PORDENTRODOTEMA
5
Dois teóricos bastante conhecidos e citados nas referências sobre o desenvolvimento cognitivo e da linguagem são Piaget 
e Vygotsky. Ambos enfatizam uma visão de desenvolvimento no qual a ação do sujeito sobre o objeto é determinante 
para a construção do conhecimento. Embora existam aspectos bem diferentes entre as teorias, o fato é que representam 
formas inovadoras de compreender o desenvolvimento cujos resultados foram impactantes nas propostas educacionais. 
Vejamos cada uma das abordagens de maneira mais detalhada. 
Piaget foi um teórico que tinha como preocupação central estudar como o indivíduo aprende. Na sua teoria os processos 
cognitivos são necessários para compreender como a criança se desenvolve e destaca os seguintes como fundamentais: 
esquemas, assimilação, acomodação, organização e equilibração. Os esquemas são interpretados como a forma 
pela qual o indivíduo organiza o conhecimento do mundo. Matos (2008, p. 11) define como “uma estrutura cognitiva, 
com padrões organizados de comportamento”. Na teoria de Piaget, o esquema se faz presente em todas as fases do 
desenvolvimento da criança e uma forma de compreender como funcionam é a partir do comportamento. A sequência 
de comportamentos faz parte de uma totalidade organizada porém, é modificada pelo funcionamento intelectual. 
Um exemplo de como os esquemas são construídos você pode observar quando uma criança começa a pegar os objetos 
que estão ao seu alcance. A criança já nasce com o reflexo de preensão de maneira que qualquer objeto colocado na 
palma de sua mão é agarrado. Com a maturação biológica e os estímulos oferecidos pelo ambiente, a criança terá uma 
infinidade de objetos que poderão ser pegos e assim ela desenvolve o esquema de preensão. Observeque o esquema 
não é apenas um ato reflexo, uma vez que exige a vontade da criança e sua movimentação para alcançar seu objetivo. 
Aqui você verifica o esquema constituído, de forma que ele será utilizado sempre que ela desejar pegar um objeto. Porém 
os objetos ao redor da criança são diferentes, requerendo a modificação do esquema em função das particularidades 
do objeto.
Um aspecto importante e que você já deve ter compreendido em relação aos esquemas é que são muito maleáveis e 
estão em contínuo desenvolvimento para que o indivíduo possa melhor se adaptar à realidade. Essa adaptação decorre 
de dois processos complementares: a assimilação e a acomodação.
Piaget (1975 apud FERREIRA; LAUTERT, 2003, p. 548) explica que:
A assimilação [...] diz respeito à integração de novos elementos à estrutura já existente ou construída, seja ela 
inata, como no caso dos reflexos no recém-nascido, ou adquirida a partir das modificações do conteúdo da 
estrutura inata inicial. No entanto, a assimilação não é um mecanismo suficiente para garantir o desenvolvimento 
de novas estruturas, já que não lida com a assimilação de conteúdos completamente novos ou não reconhecidos 
pelas estruturas existentes. Para possibilitar a integração de novos conteúdos, existe o processo complementar 
da assimilação: a acomodação, que se caracteriza pela modificação de um esquema ou estrutura de assimilação 
pelos elementos assimilados[...]. Ou seja, quando os elementos não se integram às estruturas existentes, as 
mesmas são modificadas para acomodá-las. 
PORDENTRODOTEMA
6
Você pode verificar como isso acontece quando, por exemplo, observa uma criança brincando com uma bola e que, 
portanto, ela já possui o esquema de manusear a bola. Quando recebe a bola mesmo que tenha diferenças daquelas 
já conhecidas, irá manuseá-la da mesma maneira, aqui verifica-se a assimilação. Porém se a bola tem características 
diferentes – o tamanho, por exemplo –, irá modificar sua maneira de apreendê-la, verificando-se aqui a acomodação.
A organização corresponde ao processo de regulação das informações por meio da constituição dos esquemas. Santrock 
(2010, p. 77) explica que “[...] é o agrupamento de comportamentos e pensamentos isolados dentro de um sistema de 
ordem superior. O refinamento contínuo dessa organização é parte inerente do desenvolvimento”.
A equilibração pode ser considerada como um mecanismo autorregulador para que o indivíduo tenha uma interação 
eficiente com o meio. Piaget explica que o processo de equilibração ocorre por meio da passagem de um estado de 
menor equilíbrio para outro superior, transitando por múltiplos desequilíbrios e reequilíbrios. Pádua (2009, p. 26) explica 
que: 
É um processo dialético que envolve equilíbrio – desequilíbrio – reequilíbrio, e é por esse motivo que ele preferiu 
o termo equilibração, e não equilíbrio, que daria a impressão de algo estável, justamente para sugerir a ideia de 
algo móvel e dinâmico.
Uma preocupação de Piaget foi explicar de que forma e em que ordem as capacidades cognitivas são construídas 
e nesse sentido identifica que a formação das estruturas não acontece de maneira linear estabelecendo os estágios 
de desenvolvimento. Nesses estágios a inteligência muda de qualidade, e o desenvolvimento da inteligência passa 
necessariamente por esses estágios, os quais subdividem-se em quatro: sensório-motor, pré-operatório, operatório 
concreto e operatório formal.
O primeiro estágio – sensório-motor – dura do nascimento até aproximadamente 2 anos de idade. Nessa fase o bebê 
constrói uma compreensão do mundo a partir da coordenação entre as experiências sensoriais e motoras. Isso fica 
evidenciado quando se observa um bebê bem pequeno e a maneira como se utiliza de padrões reflexos para adaptar-se 
ao mundo, porém aos 2 anos aproximadamente já se utiliza de outros padrões bem mais complexos e elaborados. Ao 
nascer as crianças são dotadas de alguns reflexos tais como chupar, agarrar e com isso vão estabelecendo relações 
com a realidade externa. Nessa fase, por exemplo, a criança chora por ter fome e com isso atrai a atenção da mãe, mas 
não tem condições de identificar que seu incômodo é devido à falta de alimentação. Aos 2 anos, já dispondo de recursos 
cognitivos mais elaborados não só irá pedir para comer quando sentir fome, como irá escolher o que mais a agrada. 
PORDENTRODOTEMA
7
O estágio seguinte, pré-operacional, dura dos 2 anos até os 7 e corresponde à fase na qual a criança utiliza muito de 
representação simbólica e isso significa um grande desenvolvimento das estruturas mentais. Essa fase é razoavelmente 
extensa e nela a criança passa por duas etapas, uma que corresponde à função simbólica e outra que corresponde 
ao pensamento intuitivo. A função simbólica é a etapa, dentro do estágio pré-operacional, na qual a criança passa a 
representar mentalmente um objeto que não está presente. Um exemplo disso é observado nas brincadeiras de faz de 
conta e nos desenhos que tentam representar objetos e pessoas. Nessa etapa o pensamento da criança apresenta duas 
limitações: o egocentrismo e o animismo. 
Na fase que corresponde ao pensamento intuitivo a criança começa a utilizar raciocínios primitivos e a buscar as 
respostas para as coisas, é a etapa dos “porquês”. Nessa fase também, a criança começa a vivenciar as regras, valores, 
noção de certo e de errado, embora ainda não compreenda o sentido dessas regras. 
No estágio operatório-concreto que vai dos 7 até os 11 anos aproximadamente, o raciocínio lógico substitui o pensamento 
intuitivo, porém os problemas abstratos ainda não são resolvidos pela criança. Nessa etapa se efetiva a reversibilidade, 
que significa a capacidade de a criança poder antecipar ações e projetá-las, distinguindo nesse processo o que pode 
ser modificado. Um exemplo clássico desse processo é a massa de modelar que, inicialmente em forma de bola, é 
transformada pela criança em forma de salsicha. A criança nessa fase já compreende que a quantidade de massa se 
mantém mesmo com a modificação do formato, o que não acontece quando está no pré-operatório. Outro exemplo é 
quando a criança coloca água em um copo que possui um determinado formato, ao transferi-la para outro copo com 
formato diferente terá a compreensão de que se trata da mesma quantidade de líquido, ainda que em vasilha diferente.
O estágio operatório-formal corresponde à etapa posterior aos 11 anos, podendo ter início um pouco mais tarde até os 
15 anos em conformidade com as características individuais e experiências vivenciadas pelo adolescente. Nessa fase 
o indivíduo passa a poder realizar as operações a partir de hipóteses e não somente a partir dos objetos concretos. É, 
portanto, a partir dessa fase que os indivíduos começam a pensar de forma mais abstrata.
No que tange a abstrações, Piaget dividiu-as em dois tipos: Abstração Empírica e Abstração Reflexiva. As 
informações retiradas do objeto de conhecimento pelo sujeito são abstrações empíricas; ao passo que, as 
informações retiradas das ações do sujeito sobre o objeto são abstrações reflexivas (PÁDUA, 2009, p. 33).
Uma observação interessante feita por Piaget é a de que, ao final do desenvolvimento das etapas, ocorre uma libertação 
do pensamento do mundo real e concreto, superando essa forma e partindo para aquelas mais complexas.
PORDENTRODOTEMA
8
Em que pesem as contribuições oferecidas pela teoria de Piaget, a evolução dos estudos sobre o desenvolvimento 
colocou em debate muitas das suas teses. Vários teóricos questionam a divisão do desenvolvimento em etapas unitárias 
e também o fato de que o teórico deu pouco valor para a cultura como fator determinante para o desenvolvimento.
A teoria de Vygotsky buscou analisar o desenvolvimento cultural do ser humano mediado por instrumentos entre os 
quais se destaca a linguagem. Na concepção do teórico, o desenvolvimento só pode ser compreendido comoum 
processo inserido num determinado contexto cultural, sendo portanto necessário compreender os indivíduos como seres 
históricos e não como mera abstração.
A teoria do desenvolvimento vygotskyana parte da concepção de que todo organismo é ativo e estabelece contínua 
interação entre as condições sociais, que são mutáveis, e a base biológica do comportamento humano. Ele 
observou que o ponto de partida são as estruturas orgânicas elementares, determinadas pela maturação. A partir 
delas formam-se novas e cada vez mais complexas funções mentais, dependendo da natureza das experiências 
sociais da criança (LUCCI, 2006, p. 7).
Alguns conceitos são de fundamental importância na teoria desenvolvida por Vygotsky: zona de desenvolvimento proximal, 
andaimes, linguagem. A zona de desenvolvimento proximal é explicada como aquelas tarefas muito difíceis para que 
a criança domine sozinha, mas que podem ser realizadas caso esteja com um adulto ou outra criança mais habilidosa. 
Pode-se afirmar que a ZDP é um “espaço cognitivo” no qual o indivíduo consegue realizar uma tarefa graças à ajuda de 
outro, de uma forma que não seria capaz de fazer sozinho. Nesse sentido, a interação com o outro é de fundamental 
relevância. É importante destacar que não é a tarefa em si que provoca o desenvolvimento do indivíduo, mas as ações 
que deverá desenvolver para realizá-las e que têm relação direta com as funções psicológicas necessárias para o seu 
desenvolvimento.
O teórico explica que não existe uma única forma de identificar a ZDP que se aplique a todas as crianças indiscriminadamente, 
uma vez que, embora as crianças se desenvolvam seguindo os mesmos padrões da espécie, existem características 
específicas, experiências vivenciadas e influência do contexto cultural.
O conceito de andaimes na teoria de Vygostky está profundamente articulado ao de zona do desenvolvimento proximal, 
pois significa o ajuste necessário para que a interferência feita produza os resultados. Esse ajuste implica um diálogo 
entre os indivíduos para que o mais apto possa contribuir com o entendimento de alguns conceitos que levarão o outro 
ao conhecimento. Muitas vezes esse diálogo é substituído pela demonstração e funciona da mesma forma uma vez 
que o objetivo é auxiliar o indivíduo a desenvolver habilidades de pensamento mais elaboradas. Williams (2002 apud 
MONTENEGRO, 2012, p. 35) explica andaime “como sendo um suporte verbal fornecido pelo tutor ao aprendiz que dá 
ao aprendiz a possibilidade de completar uma nova tarefa” e acrescenta que os recursos não verbais também podem 
cumprir a mesma função.
PORDENTRODOTEMA
9
Como se observa, a linguagem exerce função fundamental no desenvolvimento da criança. Para Vygotsky “[...] as 
crianças utilizam a fala não só como comunicação social, mas também para ajudá-las a resolver tarefas” (SANTROCK, 
2014, p. 89). A linguagem e o pensamento, explica o autor, se desenvolvem inicialmente de maneira independente, 
juntando-se posteriormente. Quando pequenas, as crianças utilizam da linguagem para regular seu comportamento 
e ações, a isso o teórico denomina “discurso privado”. Esse fato pode ser observado quando as crianças conversam 
consigo próprias sobre coisas do seu interesse, tais como brinquedos, atividades que estejam realizando, dentre outras. 
É uma forma de utilizar a linguagem para se guiar. 
A linguagem é um instrumento construído socialmente, com a função de comunicação e serve ao pensamento por 
facilitar a sua organização e a interação social. Essa fala privada da criança não tem o objetivo social de comunicação, 
mas possibilita a organização do pensamento e das ações. Quando a criança passa a pensar as palavras sem precisar 
dizê-las, passa para o discurso interior e, embora o pensamento se constitua em um processo muito mais complexo 
que a linguagem, corporifica-se nela uma vez que é por meio da linguagem que os indivíduos podem transmitir seus 
pensamentos.
Para Vygotsky, existe uma interdependência entre pensamento e linguagem. Afirma que sem a palavra não 
há conceito abstrato, pois ela é o signo mediador. Portanto, o desenvolvimento do pensamento é determinado 
pela linguagem, ou seja, pelos instrumentos linguísticos do pensamento e pela experiência sociocultural 
(RODRIGUERO, 2000, p. 107).
Para Piaget a linguagem não desempenha um papel tão relevante na construção do conhecimento, uma vez que para 
o teórico o pensamento decorre da ação e nesse sentido a linguagem é uma condição importante, mas não suficiente. 
O que provoca o desenvolvimento são as abstrações empíricas decorrentes das ações sobre os objetos, e a linguagem 
representa uma forma de organização dos processos realizados pela abstração, mas não ocasiona uma nova operação 
cognitiva. 
Quando começam a perceber que seus sinais estão sendo recebidos, os bebês vão se tornando melhor na forma de 
comunicá-los. É, portanto, a resposta do adulto que fará com que a criança adquira consciência de que seus sinais estão 
sendo recebidos. Os bebês utilizam do chamado mapeamento rápido para adquirir a linguagem de forma mais ágil. “O 
mapeamento rápido é um processo no qual a criança pequena utiliza dicas contextualizadas para adivinhar rápido e 
racionalmente o significado de uma palavra desconhecida” (GONZALES-MENA; EYER, 2014, p. 185). 
Não há necessidade de ensinar regras gramaticais às crianças e tampouco ficar corrigindo os erros linguísticos, uma vez 
que elas aprendem participando das conversas que tenham sentido e vivenciando ambientes letrados.
PORDENTRODOTEMA
10
A aquisição da linguagem pela criança envolve alguns aspectos tais como determinadas estruturas mentais e a interação 
com outras pessoas, levando-a à imitação. Desde o nascimento os bebês reagem quando um adulto fala com eles, 
aos sons do ambiente e isso é denominado linguagem receptiva. Já as primeiras expressões ou uso de palavras é 
denominada linguagem expressiva. A aquisição da linguagem avança em estágios. O quadro a seguir ilustra bem esses 
marcos.
Quadro 1 – A aquisição da linguagem pela criança
Infância 
O balbucio começa pelos três meses, a 
primeira palavra aos dez meses, juntam 
palavras aos dezoito meses.
Primeira infância 
A transição de frases simples para sentenças 
complexas começa aos três anos.
Infância 
intermediária e 
infância final
O desenvolvimento do vocabulário é 
acelerado durante o ensino fundamental, 
sendo capazes de compreender e utilizar uma 
gramática complexa. Também são capazes 
de um discurso conectado e com sentido.
Adolescência
Desenvolvimento de habilidades mais 
sofisticadas e sutis com as palavras, 
melhora na capacidade de compreensão de 
metáforas.
Fonte: Santrock (2014, p. 98-106)
O educar e cuidar requerem a constante interação da criança com o professor, sendo um fator importante a forma de 
reatividade do adulto uma vez que, em não havendo respostas aos choros e primeiras vocalizações, a criança não 
será incentivada a emitir sinais. Isso ocorre porque esse tipo de interação afeta as redes neurais. “O desenvolvimento 
da linguagem é dependente de conexões neurais primárias (sinapses) que são estimuladas por meio de relações 
reativamente positivas com outras pessoas” (GONZALES-MENA; EYER, 2014, p. 187). Quanto mais a criança vai 
desenvolvendo sua linguagem, mais o cérebro vai se tornando especializado nessa função.
Novamente a experiência e a oportunidade de vivências enriquecedoras funcionam como possibilidades de ampliação do 
vocabulário das crianças. Para incentivar o desenvolvimento da linguagem, os professores devem conversar normalmente 
PORDENTRODOTEMA
11
com a criança sem precisar “infantilizar” a fala. Outras oportunidades são muito úteis nessa aquisição, principalmente 
nos momentos de brincadeiras entre as crianças em que eventualmente o professor poderá inserir algum tipo de diálogo 
incluindo várias crianças, de várias idades.Atividades prazerosas tais como cantar músicas com diferentes tipos de rimas, contar histórias e imitar os sons dos 
personagens, criar rimas com palavras e com os nomes das crianças e também uma particularidade nem sempre 
considerada, dar espaço para que a criança possa participar, mesmo as crianças menores. Utilizar perguntas é uma 
forma de incentivar a linguagem. Mostrar dois brinquedos e perguntar qual deles a criança prefere, num passeio perguntar 
o que a criança gostou mais, questionar algumas coisas sem pressionar a criança, favorecendo diálogos espontâneos e 
permitindo que a criança pergunte.
Numa abordagem pedagógica em que as experiências são incentivadas – com a mediação do adulto e não sua interferência 
–, em que as crianças têm oportunidades de resolver os problemas experimentando possibilidades e alternativas de 
solução autônomas, as relações de apego são estabelecidas pelas devolutivas reativamente positivas, favorecendo o 
desenvolvimento integral da criança. Você já pensou que isso pode estar relacionado com a alfabetização?
Esse tipo de abordagem pedagógica auxilia o surgimento da alfabetização, conforme explicado por Gonzales-Mena e 
Eyer (2014). O contato com a linguagem oral e escrita são práticas naturais e conduz ao desenvolvimento das habilidades 
relacionadas à alfabetização e os comportamentos compartilhados são muito significativos para a emergência dessas 
habilidades. Nesse sentido um aspecto se mostra fundamental: a intencionalidade. Ela ocorre nos momentos nos 
quais o professor reconhece a importância das experiências e intencionalmente oportuniza as vivências às crianças. 
O compartilhamento de livros é uma prática que pode ser realizada inclusive com as crianças bem pequenas. Locais 
nos quais os livros estejam expostos de modo que a criança possa alcançá-los, leitura de histórias cotidianamente, 
utilização de ilustrações são algumas das possibilidades que o professor pode utilizar para criar ambiente e atividades 
estimuladores para as crianças. 
Gonzales-Mena e Eyer (2014) evidenciam que as crianças desenvolvem a consciência da linguagem oral e escrita de 
forma associada sendo que esse processo tem início não quando a criança entra no ensino fundamental, mas desde 
que nasce. A esse processo denominam de alfabetização emergente. Antes mesmo de entrarem no ensino fundamental 
as crianças aprendem as formas linguísticas que utilizam nos ambientes culturais nos quais vivem; no seio de sua 
família elas têm a oportunidade de conviver com a linguagem oral e escrita. Isso é fundamental uma vez que a escrita 
é decorrente da oralidade, realizada em momentos espontâneos de comunicação e interação das crianças. Não há 
necessidade da criação de situações artificiais, a escrita emerge dos desenhos e das atividades lúdicas conectadas aos 
interesses da criança.
PORDENTRODOTEMA
12
O conhecimento das teorias de Piaget e Vygotsky ajuda os professores a compreenderem o desenvolvimento cognitivo 
e como as crianças podem tornar-se independentes e autônomas na construção do conhecimento. Ambos os teóricos 
sustentavam que a criança é quem constrói seu entendimento sobre o mundo, agindo constantemente sobre ele. Por 
meio das teorias propostas os professores podem compreender as influências do ambiente sobre as crianças e como 
auxiliá-las de forma apropriada.
Gonzales-Mena e Eyer (2014, p. 168) afirmam que “[...] o pré-requisito para promover o desenvolvimento cognitivo 
é segurança e apego”. As teóricas acrescentam que o sentimento promovido pelo apego leva a criança a se sentir 
confortável e segura para explorar o ambiente, construir formas para brincar da maneira como desejarem, resolver 
os problemas livremente. O que Piaget e Vygotsky fazem é reforçar a importância do outro no desenvolvimento dos 
indivíduos, por meio da interação, porém não há necessidade de criar experiências controladas e dirigidas, pois as 
atividades cotidianas têm grande potencial de propiciar o desenvolvimento das crianças. As brincadeiras, a utilização de 
vários tipos de materiais, exploração ao ar livre, ambientes ricos para que possam experimentar, tudo sob o cuidado dos 
professores são oportunidades de aprendizagem.
PORDENTRODOTEMA
13
A Zona de Desenvolvimento Proximal na Análise de Vygotsky Sobre Apren-
dizagem e Ensino, Artigo de Seth Chaiklin
• No artigo, traduzido por Juliana Pasqualini, o autor busca responder a questão sobre o tipo 
de ensino mais adequado a uma criança a partir da opção por uma teoria. Sua análise parte 
da compreensão da relação entre o ensino de um conteúdo e suas consequências para o 
desenvolvimento psicológico e a abordagem utilizada por Vygotski para resolver o conflito daí 
decorrente. Nesse sentido o autor busca explicar o que é a zona de desenvolvimento proximal 
expondo o entendimento comum e as críticas a esse pensamento revelando as concepções 
limitadas sobre o conceito. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v16n4/a16v16n4.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015.
Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem, Texto de Roberto Vatan 
dos Santos
• Nesse texto, o autor apresenta algumas das abordagens sobre o processo de ensino e a 
aprendizagem mais comumente encontrados nos textos a respeito do tema. Um aspecto 
interessante no texto é que ao final o autor disponibiliza um quadro sintetizando as características 
diferentes e semelhantes das abordagens. 
Disponível em: <http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/177895/mod_resource/content/1/Texto%20Proc%20
ens-aprend.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015.
ACOMPANHENAWEB
14
Desenvolvimento Cognitivo
• Vídeo produzido pela UNESP/UNIVESP, voltado ao curso de pedagogia no qual a professora 
Zélia Ramozzi do curso de psicologia da USP explica o desenvolvimento cognitivo a partir da 
teoria de Piaget focando na cognição. Ela esclarece que o conhecimento em Piaget aplica-se 
somente ao conhecimento necessário e universal, que é constituído pela matemática e física. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=U1gvFJ99C-A>. Acesso em: 23 out. 2015. 
Tempo: 20:01.
Lev Vygotsky, Coleção Grandes Educadores
• Vídeo produzido por Atta Mídia e Educação que traz as principais ideias e conceitos 
desenvolvidos pelo estudioso. Com apresentação de Mata Kol o vídeo é dividido em temas 
e tem as explicações necessárias para melhor compreender conceitos tais como zona de 
desenvolvimento proximal, a importância da linguagem e o desenvolvimento. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KwnIKDXeEdI>. Acesso em: 23 out. 2015. 
Tempo: 44:37.
ACOMPANHENAWEB
15
Questão 1
Observando a realização das brincadeiras numa turma de alunos com 4 e 5 anos de idade, a professora verificou que a colabora-
ção entre as crianças é muito favorável à resolução de problemas. Muitas vezes uma criança estava às voltas tentando encaixar 
um brinquedo, ou levantar um objeto, ou arrumar um livro e conseguia resolver a situação com a ajuda de outra criança maior ou 
mais habilidosa. Como ela pode utilizar-se desse conhecimento para favorecer o aprendizado da criança?
Questão 2
Para Piaget e Vygotsky as interações com objetos ou outras pessoas promovem o desenvolvimento cognitivo. Analise as situa-
ções abaixo e identifique aquelas nas quais isso fica evidenciado:
I. Numa brincadeira de encaixar peças nos buracos de uma caixa, duas crianças procuram encaixar as peças e, embora 
pareçam estar envolvidas com as suas peças, uma ajuda a outra a buscar formas de encaixar todas.
II. Duas crianças organizam, numa brincadeira de faz de conta, como ficará o ambiente para atender o objetivo que pretendem; 
elas discutem a melhor forma para essa organização.
III. Um grupo de crianças brinca com massinha de modelar, uma outra criança se aproxima e pede um pedaço, como ninguém 
a ajuda, a professora intervém pedindo um pedaço de massinha para cada criança. Com isso elase sente satisfeita, senta 
perto delas e segue conversando com sobre o que estão fazendo.
IV. Uma criança tenta alcançar um brinquedo subindo num objeto. O objeto não é muito alto, mas representa um desafio para a 
criança, após algumas tentativas ela olha em volta pensando como pode resolver a situação, porém a professora prontamente 
pega o brinquedo e o coloca na sua mão.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORAÉASUAVEZ
16
Estão corretas:
a) I e III
b) II e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I e IV
Questão 3
João é uma criança de 3 anos, está matriculado numa turma de Educação Infantil, permanecendo pelos menos seis horas na 
instituição. A professora tem grande preocupação com ele uma vez que interage pouco com outras crianças, embora goste de 
ficar observando. Quando a professora se aproxima e oferece algum brinquedo ele larga em seguida, desinteressado, ele gosta 
de ouvir as histórias que a professora conta, mas não gosta que ela lhe faça muitas perguntas. Diante da situação que atitudes 
a professora deve adotar?
Questão 4
Na teoria de Piaget, para que a criança possa construir seu conhecimento sobre o mundo, utiliza processos cognitivos. Ele orga-
nizou esses processos de maneira a melhor elucidar como isso acontece em esquemas, assimilação e acomodação, organização 
e equilíbrio. Assinale a alternativa que explica o que são os esquemas:
a) São representações mentais e a forma pela qual o indivíduo organiza o conhecimento do mundo.
b) São as formas como a criança incorpora uma nova informação ao esquema existente.
c) É o ajuste por meio do qual os esquemas são adaptados para se ajustar a novas informações.
d) É a mudança por meio da qual a criança passa de um estágio para outro.
e) Maneira de agrupar os comportamentos isolados formando um sistema.
AGORAÉASUAVEZ
17
Questão 5
Na teoria de Vygotsky andaime é um conceito dos mais importantes. Eles correspondem a formas de ajuda oferecida à criança 
para que ela possa alcançar níveis mais altos de entendimento por meio de instruções diretas. Como o professor pode utilizar-se 
desse conhecimento para proporcionar situações interativas durante a realização das atividades?
AGORAÉASUAVEZ
Nesta aula você teve oportunidade de conhecer mais sobre as teorias de desenvolvimento, condição essencial 
para que possa atuar de forma mais adequada com crianças da educação infantil. Dois teóricos foram estudados: 
Piaget e Vygostky. Em ambos você pode compreender a importância das interações com o outro e com o ambiente 
para favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento. Contudo cada teórico tem uma concepção diferente sobre o 
desenvolvimento, dentro das perspectivas teóricas por eles definidas. Piaget defende a importância de se compreender 
os estágios de desenvolvimento, uma vez que em seus estudos esses estágios aparecem como aspecto comum ao 
desenvolvimento de todas as crianças permitindo identificar suas características e as melhores formas de intervir para 
que a criança possa desenvolver-se plenamente. Vygostky desenvolveu vários conceitos em sua teoria, que permite 
identificar a importância das mediações para o desenvolvimento. Um dos conceitos mais importantes, principalmente 
quando se trata da educação, é o de zona do desenvolvimento proximal. O papel da linguagem no desenvolvimento 
cognitivo também é destaque nessa teoria. A importância da linguagem e as melhores formas de interferência foram 
também temas dessa Unidade, e você pôde observar de que maneira, em atividades rotineiras, elas podem ser melhor 
desenvolvidas. 
FINALIZANDO
18
CHAIKLIN, Seth. A zona de desenvolvimento próximo na análise de Vigotski sobre aprendizagem e ensino. Psicologia em 
Estudo, Maringá, v. 16, n. 4, p. 659-675, out./dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v16n4/a16v16n4.pdf>. 
Acesso em: 23 out. 2015.
D-11 – DESENVOLVIMENTO cognitivo. Univesp TV. 2010. Duração: 20:01. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=U1gvFJ99C-A>. Acesso em: 23 out. 2015.
FERREIRA, Sandra Patrícia Ataíde; LAUTERT, Síntria Labres. A tomada de consciência analisada a partir do conceito de 
divisão: um estudo de caso. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 16, n. 3, p. 547-554, 2003. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722003000300013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 4 dez. 2015.
GARCIA, Sônia Maria dos Santos. A construção do conhecimento segundo Jean Piaget. Ensino e Re-vista, n. 6, v. 1, p. 17-
28, jul. 97/jun. 98. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/índex.php/emrevista/article/download/7833/494>. Acesso em: 23 out. 
2015.
GONZALES-MENA, Janet; EYER, Dianne Widmeyer. O cuidado com bebês e crianças pequenas na creche: um currículo de 
educação e cuidados baseado em relações qualificadas. Trad. Gabriela W. Link. Ver. técnica Tânia Ramos Fortuna. 9. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2014.
LEV VYGOTSKY Coleção Grandes Educadores. Atta Mídia e Educação. 2015. Duração: 44:37. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=KwnIKDXeEdI>. Acesso em: 23 out. 2015.
LUCCI, Marcos Antonio. A proposta de Vygotsky: a psicologia sócio-histórica. Profesorado. Revista de currículum y formación 
del profesorado, 10, 2, 2006. Disponível em: <http://www.ugr.es/~recfpro/rev102COL2port.pdf>. Acesso em: 18 out. 2015.
MATOS, Auxiliadora Aparecida de. Fundamentos da teoria piagetiana: esboço de um modelo. Revista de Ciências Humanas, 
Universidade de Taubaté (UNITAU), v. 1, n. 1, 2008. Disponível em: <http://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/article/
viewFile/192/99>. Acesso em: 17 out. 2015.
MONTENEGRO, Ana Josil Sá Barreto. Estratégias de andaimagem em textos pedagógicos orais e escritos. Dissertação 
(Mestrado em Linguística), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, CAC, 2012. Disponível em: <http://www.
pgletras.com.br/2012/dissertacoes/diss-ana-josil-sa-barreto-montenegro.pdf>. Acesso em: 18 out. 2015.
OSTERMANN, Fernanda; CAVALCANTI, Cláudio José de Holanda. Teorias de Aprendizagem – texto introdutório. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Física, 2010. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/uab/informacoes/
publicacoes/materiais-de-fisica-para-educacao-basica/teorias_de_aprendizagem_fisica.pdf>. Acesso em: 16 out. 2015.
REFERÊNCIAS
19
PÁDUA, Gelson Luiz Daldegan de. A epistemológica genérica de Jean Piaget. Revista Facevv, 1º semestre de 2009, n. 2, p. 
22-35. Disponível em: <http://www.facevv.edu.br/Revista/02/A%20EPISTEMOLOGIA%20GENETICA.pdf>. Acesso em: 17 out. 
2015.
PINTO, Jorge. Psicologia da aprendizagem – concepções, teorias e processos. Instituto de Emprego e Formação 
Profissional. [s.l.]: Stória Editores Ltda, 2003.
RODRIGUERO, Celma Regina Borghi. O desenvolvimento da linguagem e a educação do surdo. Psicologia em Estudo, DPI/
CCH/UEM, v. 5, n. 2, p. 99-116, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v5n2/v5n2a08.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015.
SANTOS, Roberto Vatan dos. Abordagens do processo de ensino e aprendizagem. Integração, ano XI, n. 40, jan./fev./mai. 
2005, p. 19-31. Disponível em: <http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/177895/mod_resource/content/1/Texto%20Proc%20
ens-aprend.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015.
SANTROCK, Jonh W. Psicologia educacional. Trad. Denise Durante, Mônica Rosemberg e Tais Silva Monteiro Ganeo. 
Revisão técnica Paula Suzana Gioia e Sandro Almeida. 3. ed. Dados eletrônicos: Porto Alegre: AMGH, 2010.
REFERÊNCIAS
Animismo: na teoria de Piaget, o animismo corresponde à característica de a criança atribuir vida aos objetos, dando a 
eles fala e movimentação, como se fossem capazes de sentir e conversar com ela. Santrock (2010, p. 79) explica sobreo animismo:
[...] também caracteriza o pensamento pré-operacional. É a crença de que objetos inanimados 
têm qualidades “vitais” e são capazes de se mover. Uma criança pequena pode mostrar animis-
mo ao dizer ‘A árvore empurrou a folha para fora e ela caiu’ ou ‘A calçada me deixou bravo. Ela 
me fez cair’.
Cognitivista: as teorias cognitivistas focam os aspectos internos no processo de aprendizagem além dos externos. 
Nesse sentido são considerados os estímulos que atingem o indivíduo e também as atividades internas que ocorrem no 
sistema nervoso central. 
GLOSSÁRIO
20
A corrente cognitivista enfatiza o processo de cognição, através do qual a pessoa atribui significa-
dos à realidade em que se encontra. Preocupa-se com o processo de compreensão, transforma-
ção, armazenamento e uso da informação envolvido na cognição e procura regularidades nesse 
processo mental (OSTERMANN; CAVALCANTI, 2010, p. 19).
A psicologia cognitiva defende que a aquisição do conhecimento é um processo que passa pela percepção dos objetos 
existentes no meio e por meio das interações. Nessa perspectiva a aprendizagem é o processo de conhecimento, e o 
indivíduo é agente ativo que utiliza suas experiências acumuladas, buscam informações, analisam e resolver problemas 
no processo de construção do conhecimento.
Comportamentalista: o comportamentalismo é uma abordagem teórica, que analisa o desenvolvimento a partir dos 
comportamentos observáveis desconsiderando os aspectos mentais. Compreende-se, nessa abordagem, como com-
portamento tudo aquilo que o indivíduo manifesta e que pode ser observado. A origem do comportamentalismo explica 
esse tipo de concepção, uma vez que no início do século XX a psicologia buscava se estabelecer como ciência, e assim 
busca os parâmetros definidos no âmbito das ciências da natureza para definir o que poderia ou não ser considerado 
científico. O condicionamento operante é um dos conceitos principais no comportamentalismo e foi desenvolvido por 
Skinner. O condicionamento operante é uma forma de aprendizagem em que as consequências de um comportamento 
podem diminuir ou aumentar a probabilidade desse comportamento voltar a ocorrer. Reforço e punições são aspectos 
básicos nesse comportamento. Reforçar um comportamento significa estimulá-lo. Em sua forma positiva a resposta in-
centiva que o comportamento volte a acontecer, por exemplo, quando a criança dá uma resposta conforme o esperado 
pelo adulto, ao receber o incentivo tenderá a repetir o comportamento. Já no reforço negativo, a tendência a modificar o 
comportamento está na remoção do estímulo negativo. 
Egocentrismo: o termo na teoria de Piaget adquire um sentido diferente, uma vez que exprime uma característica do 
processo do desenvolvimento cognitivo da criança. O fenômeno é observável a partir da linguagem da criança, que 
ainda não está preparada para perceber a diferença entre ela e o universo que a cerca. No comportamento egocêntrico 
a criança acredita que todos pensam o mesmo que ela e que entende tudo o que ela diz (SANTROCK, 2010). Na fala 
egocêntrica a criança fala dela mesma e não se preocupa com o interlocutor, é como se a criança pensasse em voz alta, 
comentando também o que faz.
Humanista: nessa abordagem a personalidade do indivíduo é um dos aspectos mais importantes para o processo de 
aprendizagem. O indivíduo é construtor do seu processo de aprendizagem e deve buscar desenvolver suas potencialida-
des. Os aspectos cognitivos, motores e afetivos são fundamentais para a aprendizagem, enfatizando a autorrealização 
GLOSSÁRIO
21
do indivíduo. A abordagem humanista defende uma atitude concreta em favor do ser humano numa totalidade na qual 
pensamentos, sentimentos e ações se inter-relacionam de maneira inseparável. Conforme Pinto (2003, p. 46) explica, 
”[...] estas teorias centram seu estudo no ser humano perante uma dada tarefa. Acentuaram a complexidade, riqueza e 
singularidade da pessoa humana, nos seus motivos e interesses [...]”.
Representação simbólica: o simbólico aparece na criança por volta dos 2 anos e se manifesta por meio dos jogos do 
faz de conta. A brincadeira simbólica na criança decorre do desenvolvimento de sua capacidade de representar e evo-
car objetos ausentes, e atribuir a outros as mesmas capacidades que ela possui. As ações demonstram planejamento, 
maior atenção ao brinquedo e organização de sequências. A brincadeira simbólica torna-se uma representação no mo-
mento em que a criança começa a utilizar substitutos para equivaler a objetos e pessoas. O uso de símbolos representa 
uma nova etapa no desenvolvimento da criança, pois é o momento no qual a inteligência sensório-motora predominante 
torna-se conceitual. Esse processo é gradual e paulatino e, para que a representação se consolide, faz-se importante à 
criança poder utilizar símbolos para evocar situações.
Reversibilidade: a reversibilidade é um fenômeno observado por Piaget no qual a criança representa uma ação de ma-
neira inversa a uma anterior, abrindo a possibilidade para entender que essa ação pode ser feita de maneira diferente. 
Segundo o teórico a inteligência evolui sempre num sentido universal que é o da reversibilidade cada vez mais precisa 
das estruturas que a compõem. A reversibilidade completa é denominada de reversibilidade por inversão, e que é a 
capacidade de anular uma ação por outra a ela contrária. A estrutura reversível possibilita à criança compreender que 
uma ação pode ser feita e refeita. Piaget (1957 apud GARCIA, 1998, p. 23) explica: “Chamaremos reversibilidade a ca-
pacidade de executar a mesma ação nos dois sentidos de percurso, mas tendo a consciência de que se trata da mesma 
ação”. Após adquirir a reversibilidade a criança pode abordar os fenômenos sob diferentes aspectos e pontos de vista.
GLOSSÁRIO
22
GABARITO
Questão 1
Resposta: As teorias desenvolvidas por Piaget e Vygotsky reforçam a importância do outro e do meio, como condições 
para a construção do conhecimento. Especialmente em Vygotsky o conceito de zona de desenvolvimento próximo 
possibilita compreender esse processo. No caso da professora em análise, as situações de brincadeiras ou cotidianas – 
visitas, passeios, momento da alimentação – são oportunidades para favorecer a construção do conhecimento por meio 
da resolução de problemas com o auxilio de outro que pode ser uma criança ou a professora. Como numa turma, cada 
criança estará numa zona de desenvolvimento próximo, ela terá que desenvolver um olhar investigativo para identificar 
as necessidades da criança. Ainda na teoria de Vygostky o conceito de andaimes permite compreender a forma de 
utilizar a linguagem para levar a criança a desenvolver sua compreensão a partir das respostas que vai criando para a 
solução dos desafios.
Questão 2
Resposta: Alternativa D.
A primeira afirmativa está correta, pois mesmo que a criança esteja brincando sozinha, o desafio colocado pelo objeto 
a levará a levantar hipóteses de solução, a presença da outra criança favorece pensar outras alternativas e ambas 
desenvolvem formas de resolver o problema. A segunda afirmativa está correta pois a elaboração do que fará na 
brincadeira favorece o debate e o desenvolvimento da linguagem, além de levar ambas as crianças a projetarem como 
desejam que a brincadeira se desenrole. A terceira afirmativa está correta pois cada criança estava envolvida com sua 
atividade, não estavam excluindo a outra criança deliberadamente, a interferência da professora de maneira adequada 
foi favorável a todo o grupo. A quarta afirmativa não está correta, pois a professora deveria dar mais tempo para que a 
criança pudesse buscar formas de resolução do problema. 
Questão 3
Resposta: A professora deve ter um relatório diário com as atividades desenvolvidas ou não pela criança, com isso 
poderá auxiliar no caso de a família buscar ajuda de outros profissionais. Deverá solicitara presença da mãe para que 
possam conversar sobre a situação da criança, ou aproveitar o momento em que a mãe deixa ou busca a criança na 
escola para discutir sobre o seu comportamento. Cuidar para não adotar uma atitude de crítica, mas mostrar interesse 
23
e preocupação com a criança procurando compreender a situação. Não rotular a criança, respeitar sua forma de ser 
e buscar alternativas para que ela possa interagir. A professora deverá elaborar um plano específico para João com 
atividades de massinha, areia, argila, com muitas experiências sensoriais de forma que ele possa seguir as instruções e 
demonstrações. A professora deverá dedicar atenção para com a criança mesmo que ela se mostre arredia, sem insistir, 
mas com respeito e carinho.
Questão 4
Resposta: Alternativa A.
A letra A está correta pois os esquemas são representações mentais e a forma pela qual o indivíduo organiza seu 
conhecimento do mundo. A letra B não está correta, pois a forma como a criança incorpora uma nova informação ao 
esquema existente corresponde ao processo de assimilação. A letra C não está correta, pois o ajuste por meio do 
qual os esquemas são adaptados para se ajustar a novas informações corresponde à acomodação. A letra D não 
está correta, pois a mudança por meio da qual a criança passa de um estágio para outro corresponde aos estágios 
de desenvolvimento. A letra E não está correta, pois a maneira de agrupar os comportamentos isolados formando um 
sistema corresponde à organização.
Questão 5
Resposta: O professor deve estar sempre atento ao que acontece durante a realização das atividades desenvolvidas 
pelas crianças para fazer as interferências adequadas, sem atrapalhar o processo individual do aluno. Evidentemente 
que ele necessita de tempo para refinar sua habilidade, além disso, precisa ter atenção ao que acontece com a turma, 
precisa conhecer cada uma das crianças e estudar para ampliar seu conhecimento sobre o desenvolvimento das crianças. 
Não há necessidade de dar respostas a elas, mas sim levá-las a pensar sobre o que estão fazendo com perguntas muito 
simples que as estimulem a pensar: “Pode ser feito de maneira diferente?”, “Isso tudo pode ser conectado?”, “O que 
você está achando disso?”, dentre outras. Organizar a sala agrupando as crianças em formatos diversos, modificando 
o ambiente, favorecendo trocas de parceiros na composição dos grupos e brincadeiras, utilizar jogos, propor atividades 
internas e externas, aproveitando as situações corriqueiras e rotineiras para incentivar o desenvolvimento das crianças.

Outros materiais