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ANOTAÇÕES DE AULA – TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I

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ANOTAÇÕES DE AULA – TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I 
 
CAPÍTULO I – PROJETO E CÓDIGO DE OBRAS 
 
Definição de "construir": 
Construir é colocar os materiais de modo ordenado em sua posição, compatibilizando-os 
química, física e mecanicamente, para dar origem aos resultados desejados na Engenharia 
Civil, além de organizar esforços pessoais, de forma que as pessoas se mantenham 
estimuladas e organizadas, atingindo os objetivos desejados. = compatibilizar ideias, 
materiais e os mais diversos ramos de conhecimento da Engenharia. 
 Recursos fundamentais para construir: Humanos, materiais e econômicos. 
 Objetivo da disciplina: Definir os procedimentos (passo-a-passo) necessários para 
compatibilizar os materiais e dar origem às obras de Engenharia Civil, esclarecendo 
o porquê de cada situação. 
 Passos para definir uma obra: 
1) imaginar o resultado final desejado. 
2) definir as condições de contorno: finalidade da construção, localização, 
imposições de municipalidade definidas pelo Plano Diretor do Município (gabarito, 
recuos...), condicionantes do solo (capacidade, profundidade das camadas... → 
importância das sondagens). 
* Consulta de viabilidade: é a solicitação de um documento junto à Prefeitura - pode 
ser pedido pelo proprietário de um terreno ou por um representante legal do 
proprietário → resulta em um documento, a viabilidade, que define o que pode ser 
construído no terreno (afastamentos, gabarito máximo, taxa de ocupação, parecer 
para o uso requerido, etc....). 
3) anteprojeto: representação da ideia do que se vai construir - é o projeto que é 
feito antes do projeto final, com as ideias iniciais (ainda inacabadas), delimitados 
pela municipalidade, pelos fatores econômicos e pelos condicionantes do solo. 
4) projeto: definições finais, com todos os detalhes (parte mais onerosa) → será 
posteriormente analisado pela Prefeitura (geralmente o arquitetônico). 
 
 Projeto = Parte gráfica + Parte escrita (descritiva) 
- Parte gráfica = desenhos, dimensões, esquemas, representações do produto final 
(plantas, cortes, fachadas). 
- Parte escrita (descritiva) = descrição dos materiais a serem utilizados (marcas, 
modelos, cores...) e métodos de execução (essa parte do projeto é composta de tudo 
aquilo que não coube no projeto gráfico). 
* Projetos efetuados em curtos prazos, sem atenção aos pequenos detalhes dão 
origem a obras incompatíveis, que geram insegurança e elevados custos. 
* Compatibilizar projetos: harmonizar todos os projetos desenvolvidos, de modo a 
não surgirem problemas futuros durante a execução. 
* Durante a execução da obra, deve ser respeitado o Código de Obras do município, 
que explora o código de condutas a serem tomadas durante a execução de uma 
obra. 
* Importância do detalhamento em projetos que serão repetidos várias vezes: 
economia imensurável gerada pela inexistência de erros e desperdícios. 
 
 Solicitações junto à Prefeitura de Florianópolis para iniciar uma obra: aprovação 
de projeto + alvará (requer o pagamento de um imposto de construção). → podem 
ser solicitados ao mesmo tempo ou não. 
 Alvará de Licença: depende da aprovação dos projetos (não é necessário apresentar 
o projeto estrutural) → esse documento garante a liberação para construir em 
determinado local. 
 ART: Anotação de Responsabilidade Técnica (cada projeto tem uma ART, que deve 
ser assinada pelo responsável e reconhecida pelo CREA). 
 Sondagem: 
- Quando se encontra, em um ponto de sondagem, material impenetrável, deve-se 
fazer furos adjacentes auxiliares, para determinação da existência ou não de platôs. 
- O processo de sondagem não é caro → dá origem a grandes economias ao evitar 
problemas graves durante a execução da obra. 
 Validade da Viabilidade: é válida durante todo o período em que se mantiver o 
mesmo plano diretor do município; 
 Validade do Alvará de Construção: 1 ano. 
 Projeto elétrico: é muito importante desde a instalação do canteiro de obras, para 
que possam ser reaproveitados os cabos e outros materiais depois da edificação 
pronta (esses materiais são caros). 
 Projeto lumino-técnico: é comum em casas de alto padrão - define o 
posicionamento e o tipo de cada lâmpada, criando cenários para cada situação. 
 Documentos importantes: 
1) Plano diretor (norteia a execução do projeto); 
2) Código de obras (dispõe sobre como construir - disciplina os procedimentos 
executivos e as regras gerais para efetuar a obra). 
 Plano Diretor: define qual a ocupação das áreas do município (finalidade), altura das 
edificações/gabarito (objetivo: limitar a ocupação do local, a sombra, a circulação 
de ar), afastamentos, n° de pavimentos, vagas de estacionamento, tamanho de 
sacadas, entre outros fatores que norteiam a execução do projeto. 
- Em Florianópolis: 
1) um plano de 70°, partindo do centro da via pública, não deve interceptar a 
construção (objetivo: diminuir a sombra); 
2) Edificações com altura de até 2 pavimentos, implantadas com testadas iguais ou 
superiores a 15m, devem respeitar afastamentos mínimos de 1,50m em ambas as 
laterais; 
Quando a testada é de 12 até 15m, esse afastamento é reduzido para 1,50m em 
apenas uma lateral; se a testada for menor que 12 m, não é necessário reservar 
espaço para afastamentos. 
3) Caso exista na frente do edifício uma obra de arte, ganha-se a possibilidade de se 
construir uma determinada área adicional. 
4) Até 2 pavimentos de garagem e pilotis não contam como área construída (facilita-
se a construção de garagem para evitar que os carros se acumulem nas ruas). 
 Índice de aproveitamento (IA - decimal): é a soma das áreas construídas dividida 
pela área total do terreno (não são computados na soma de áreas construídas: 
subsolos e pilotis para garagem, parques e jardins a nível do terreno, 2 pavimentos 
de garagem, casa de máquinas, heliportos na cobertura, sacadas privativas com até 
10% da área do pavimento, etc.). 
 Taxa de ocupação (TC - percentagem): é a projeção das áreas construídas sobre a 
área total do terreno (não são computados na projeção da área construída: piscinas, 
parques, beirais de até 1,20m, garagens no subsolo, etc.). 
 Código de obras: dispõe, por exemplo, de como devem ser feitos os andaimes e 
tapumes (define a altura, posição, até a cor desses elementos). 
* Altura máxima entre lajes no município de Florianópolis: 3,60m. 
* Pilotis: é um pavimento que contém no máximo 20% de sua área fechada, entre 
outros requisitos que assim o caracterizam. 
* Definição da cota de construção: é feita em relação ao perfil natural do terreno, e 
não em relação ao terreno já escavado. 
* Sistema de esgoto de Florianópolis: muito deficiente, menos de 50% da população 
tem acesso ao sistema adequado. 
 
CAPÍTULO II – CANTEIRO DE OBRAS E EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO 
 
Introdução: o que é, quais as partes, tipos e normativas que o engenheiro deve lembrar na 
hora de projetar o canteiro de obras. Elementos do canteiro, o que se encontra nele e 
aplicado a isso, o que as normativas de segurança falam a respeito de cada etapa. E por fim, 
como organizar o canteiro da melhor forma possível para ter uma boa racionalização da obra 
em si. 
 
CANTEIRO DE OBRAS: 
 
O que é? 
“Área de trabalho temporária, em que se desenvolvem operações de apoio e execução de 
uma obra” (NR18): Não existe obra sem um canteiro de obra, nesta área estarão sendo 
executadas ao mesmo tempo, em diversas fases, todas as etapas da obra. Encontrando-se 
desde o processo de transporte, logística de material, mão de obra sendo executada, 
fornecedor entregando material. Ou seja, múltiplos acontecimentos ocorrendo ao mesmo 
tempo. 
Podemos definir o canteiro de obras como a fábrica que produz o edifício, várias 
coisas acontecem ao mesmo tempo para no final chegar a edificação. A indústria da 
construção civil foi vista por muito tempo como a indústria que possuíamuito desperdício de 
recursos porque hora os operários não sabiam o que estavam fazendo ou não tinham o 
suporte para executar os seus serviços de maneira adequada e também em função da falta 
de planejamento. Antigamente era difícil ter um canteiro de obra pensado, planejado, 
racionalizado para agilizar os processos que estavam acontecendo ali dentro. Então, por 
muito tempo, essa visão do canteiro de obra foi um pouco negativa, mas nos últimos tempos, 
principalmente com a questão das normas de segurança que passaram a exigir que essas 
condições de obra fossem modificadas e a questão da economia exigir obras com qualidade 
maior para poder vender. A visão foi mudando com o tempo e o canteiro de obras foi 
passando a ter mais importância na construção civil. Pensando na analogia da fábrica, uma 
empresa de automóveis precisa pensar no: 
 produto final (o carro), 
 o projeto do produto (características físicas desse carro, vai ser vermelho, ter duas 
portas..), 
 no projeto de processo (como ele vai ser feito, como vai ser feito o vidro automático, 
com qual dispositivo, vai ter alarme? Como vai ser feito) e por fim 
 o projeto da fábrica (organização do processo de fabricação do carro). 
Na construção civil é exatamente a mesma coisa, o nosso produto é a edificação, o 
projeto do produto são as características da edificação (1 bloco, 2 blocos de pavimento, 
quantos andares, vai ter elevador), o processo de construção (corresponde a como essa obra 
vai ser feita, quais os materiais construtivos que vão ser utilizados, qual a mão de obra que 
vai ser usada, vou precisar transportar os materiais, enfim, todo o processo envolvendo a 
construção do edifício) e o projeto da fábrica que é o nosso canteiro de obras (o que o 
canteiro precisa para que eu consiga atingir o meu objetivo de construção da edificação, eu 
preciso ter uma central de concreto ou vou fazer na betoneira? Eu preciso ter uma central de 
armação para preparar as armaduras ou vou pegar do fabricante pré-pronto porque meu 
cronograma de obra é pequeno?). Precisamos pensar e analisar esses aspectos na hora de 
fazer o canteiro de obras. 
 
QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS? 
 
(Essa primeira parte em itálico foi meio que uma discussão que ela abriu para as pessoas 
falarem sobre a importância do planejamento). 
 
Material: sem grandes desperdícios. 
Segurança: se não pensarmos na segurança de quem está trabalhando, a empresa pode 
sofrer problemas trabalhistas em função da segurança, além que a questão da segurança vai 
permitir que a mão de obra trabalhe de forma mais qualificada. Um operário que tem suporte 
na obra, tanto quando ele está ou não trabalhando, vai ser mais produtivo, a qualidade da 
mão de obra vai ser muito maior. 
Transporte: planejar como vai ser feito o transporte. 
 
Se o canteiro não está planejado, está tudo acontecendo meio que por conta 
própria. Caso chegue um caminhão para fazer a concretagem de uma laje, mas a laje está 
interditada porque deu um problema na execução das formas, como fazer? O canteiro de 
obras tem uma série de recursos que precisam ser pensados, principalmente logística de 
material (preciso saber desde a etapa do fornecedor, quem vai me fornecer, onde o material 
vai estar depositado na obra, quem vai fazer a checagem desse material porque se não vier 
o especificado vai dar problema, como o material vai chegar até o ponto onde será usado), 
logística de transporte (quantos caminhões estarão entrando, saindo, o que estará 
acontecendo no mesmo tempo, isso tudo é importante principalmente para impedir 
ociosidade, porque deu problema em um laje um caminhão esperando, não pode-se ter 
material ocioso em obra, preciso que esses processos estejam acontecendo sempre sem 
parar porque material, mão de obra e equipamento parado é custo para a empresa. 
 
 Impedir a ociosidade de equipamentos e de mão-de-obra: (locação $$) 
 Diminuir os tempos de deslocamento e evitar que operações semelhantes estejam 
em locais espaçados: Perda de produtividade. 
 Racionalizar as atividades: Otimizar processos de produção - menor tempo de 
preparo e execução (cumprimento do cronograma de obra); 
 Minimizar as interferências entre materiais x mão-de-obra: entendimento da 
logística - falta de material implica em mão-de-obra parada, e vice-versa. 
 Melhoria das condições de trabalho: Mobilidade, logística e segurança. 
 
Além de garantir eficiência e qualidade, não será oferecido um produto final adequado 
com as exigências do cliente se não houver um canteiro de obra legalizado, a probabilidade 
de se conseguir o produto final é bem pequena. 
O canteiro de obras é como um organismo vivo, vai se modificando de acordo com as 
etapas construtivas, não é algo fixo que ficara da mesma forma até o final da obra. Então, ele 
vai ser modificado em função: 
 Dos serviços a serem executados; 
 Dos materiais presentes (que estão sendo transportados na obra, os 
materiais mudam no decorrer da obra, os do início são diferentes dos do 
fim); 
 Dos equipamentos disponíveis (de acordo com a etapa construtiva vamos 
ter equipamentos diferentes); 
 Da mão de obra alocada para os serviços pertinentes; 
Este é um processo dinâmico e mutável ao longo do tempo. Planejar o canteiro em 
função dessas etapas ao longo do tempo é importante porque se não, o sistema não 
funcionará no final. 
 
FASES DO CANTEIRO 
 
 FASE INICIAL: Limpeza do terreno, movimentações de terra, fundações, interferem 
com as áreas onde será implantado o canteiro (como se fosse uma etapa preliminar 
da obra). Não haverá muita movimentação de material e equipamentos, como na 
etapa intermediaria. 
 FASE INTERMEDIÁRIA: grande volume de construção, a estrutura está sendo feita, 
processo de vedação, escoras, instalações. Muitos processos ocorrem ao mesmo 
tempo. 
 FASE FINAL: grande diversidade de serviços menores, pintura, revestimento, 
acabamento. Processos mais específicos. 
 
TIPOS DE CANTEIRO DE OBRA 
 
A questão do terreno é muito importante, porque não adianta o engenheiro ter na cabeça 
uma concepção do canteiro ideal e chegar na obra e se deparar com problemas de terreno. 
Nem todo terreno é igual e o projeto do canteiro deve ser mudado. Pode se ter então: 
 CANTEIROS RESTRITOS: a obra ocupa grande parte do terreno. Geralmente há 
pouca disposição de espaço e obras de pequeno porte (áreas urbanas, 
ampliações ou reformas). Não há espaço para colocar maquinário. É comum 
nesses casos o uso do térreo da edificação ou os pavimentos vão se tornando, 
ao decorrer da obra, espaço para o canteiro (deposito de material...) por não 
haver outros locais para isso. 
 CANTEIROS AMPLOS: o terreno é grande e as obras são geralmente de médio 
e grande porte, com espaço para a instalação do canteiro, sem muita restrição. 
Normalmente em áreas menos urbanizadas, assim, podem haver problemas de 
não acesso a água e energia elétrica, devido ao afastamento das áreas 
urbanizadas. Ex: usinas, indústrias, barragens, complexos educacionais. 
 CANTEIROS LONGOS OU ESTREITOS: A obra ocupa apenas uma das dimensões 
com acessos possíveis em poucos pontos do canteiro. É literalmente longa e o 
canteiro acaba sendo subdividido com o passar da obra, é por isso que por 
exemplo, pode-se achar um banheiro no meio do nada em uma obra de rodovia, 
pois o operário precisa ter um suporte perto de si. Deve-se pensar no que se 
tem a favor e contra para o planejamento desse canteiro. Ex: obras de ferrovias 
e rodovias, obras de saneamento. 
 
ÁREAS DO CANTEIRO DE OBRAS 
 
Conforme a necessidade essas áreas serão divididas pelo engenheiro em função 
da logística do canteiro. 
 
 ÁREAS OPERACIONAIS: pensando no organismo vivo que é o canteiro de obras, 
pode-se dizer que essas áreas são como o coração, precisam estar sempre 
funcionandopor serem áreas ligadas diretamente a produção: Central de 
concreto, Central de argamassa, Central de preparo de armaduras, Central de 
produção de formas, Oficina de montagem de instalações, Esquadrias, Central 
de pré-moldados. É a parte bruta, de volume da obra. 
 AREAS DE APOIO À CONSTRUÇÃO: servem de suporte para as áreas 
operacionais, como artérias do organismo, coração precisa delas para 
funcionar. Ocupadas em horários específicos. São elas: Almoxarifado, Depósitos 
de materiais, Garagem de máquinas e veículos pesados, Manutenção de 
equipamentos, Escritório administrativo e Recepção da obra. Ou seja, áreas que 
precisam estar no canteiro pois se não, ele não anda. 
 ÁREAS DE VIVÊNCIA: Suprem as necessidades básicas humanas de alimentação, 
higiene, descanso, lazer. Se os operários não tiverem boas condições de 
trabalho a obra não sai do papel. Ex: Vestiário, Alojamento*, Lavanderia*, Área 
de lazer*, Local de refeição, Cozinha**, Ambulatório***. Nem sempre a obra 
vai ter todas essas áreas, depende de como ela estará sendo feita e do tamanho. 
 
* Caso haja trabalhadores alojados 
** Caso haja preparo de alimentos no local 
*** Acima de 50 operários 
 
Todos esses aspectos têm impacto no orçamento da obra. 
 
RISCOS EM CANTEIROS DE OBRAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
 
Nos últimos anos aconteceram muitos acidentes em obra e a construção 
civil precisou mudar seus conceitos e estratégias na obra. 
 
QUE RISCOS O CANTEIRO DE OBRAS PODE OFERECER? 
 
Trabalho em altura (queda), materiais pontiagudos, ergonomia (carregar sacos de 
cimento nas costas, perde produtividade com o passar dos dias), queda de materiais, 
não uso de equipamento de segurança (fuligem entrando no sistema respiratório). 
 
 16 principais riscos no canteiro de obras: fogo (materiais combustíveis, 
faísca solda), uso de máquinas sem proteção, poços abertos sem proteção 
(elevador), plataforma de trabalho sem segurança (não adianta instalar a 
plataforma sem os devidos cuidados de manutenção), equipamentos com 
choque elétrico, tombamento de caminhão e gruas mal dimensionadas, 
entre outros. 
 
Devido a quantidade de acidentes na construção civil foi criada a NR-18. Ela 
possui várias diretrizes, tanto administrativas como de planejamento e organização 
do canteiro. Desde a fundação até o final da obra. 
Nela são encontradas todas as especificações dos sistemas preventivos, tudo o 
que pode acontecer ou ser evitado. Toda obra deve levar em consideração a NR-18, 
se não tiver pode-se atribuir multa a obra ou até embargo da mesma. 
Dentro da NR 18 lançou-se o PCMAT: PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO 
AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. O PCMAT é um conjunto 
de diretrizes, medidas e condições que a obra deve atender como medida de 
segurança do trabalho, leva em consideração todas as etapas da obra. É obrigatório 
em construções com 20 ou mais trabalhadores, e é composto por memoriais onde 
o engenheiro diz as condições de trabalho de todo o canteiro de obra, as principais 
operações que estarão sendo desenvolvidas, o projeto de todo o canteiro, o que a 
obra vai adotar para prevenir acidentes, de acordo com a área de risco, tanto do 
terreno como da construção em si, é necessário também Layout inicial e atualizado 
do canteiro de obras e/ou frente de trabalho. As especificações de EPI devem ser 
fornecidas de acordo com a necessidade de cada operário e a atividade que estrará 
exercendo. 
Fiscalização: essa papelada deve ser entregue a prefeitura. Caso a obra seja 
denunciada, ela pode ser embargada pelo ministério do trabalho, caso não cumpra 
com a norma. 
PCMAT deve ser elaborado por profissional habilitado. O Eng. Civil só pode 
elaborar se tiver especialização nisso. 
 
DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO E CRITÉRIOS DE PROJETO 
 
 Layout de canteiro de obras: O objetivo do planejamento do layout é obter 
uma melhor otimização possível, visando produtividade, segurança e 
transportes. Se a fábrica não estiver organizada e levando em conta as 
normas, não temos o produto final que é a edificação. 
 Noção de estoque, conhecimento do terreno, número de trabalhadores, 
cronograma da obra, acesso a obra para carga e descarga. 
 
O melhor layout é definido de acordo com as condições em que se está 
trabalhando. Algumas características podem ser observadas para essa melhor 
definição, são elas: logística de transporte funcionando (se o material está 
sendo descarregado), canteiro evitando ociosidade (operário não precisa andar 
muito para pegar o material e levar ao local de uso), fornecendo segurança, 
cumprindo a NR 18, flexibilidade para mudança ao passar da obra, diminuição 
de risco. 
 
O QUE DIFICULTA O PLANEJAMENTO DO CANTEIRO? 
 Falta de formalização ou planejamento: obra funcionando sem planejamento 
finalizado; 
 Realização tardia: começar o planejamento muito tarde, achando que antes não 
precisava disso e começam a aparecer problemas depois; 
 Realizada de forma isolada: dividir quem vai ficar responsável por cada etapa 
(formas, concretagem, revestimento...) e não ter comunicação entre eles, 
planejamento deve ser pensado no coletivo; 
 Desconhecimento da real natureza dos custos: a instalação do canteiro chega entre 
3 e 5% do total da obra e os serviços técnicos administrativos operacionais de 10 a 
20%. 
Sistemas executivos do canteiro a serem utilizados 
1. Sistema tradicional em chapas de compensado: 
- Vantagem: custo, velocidade para ser feita/alternativa simples (cortado e moldado 
facilmente pelos próprios funcionários da obra, método de execução e de domínio 
de qualquer carpinteiro); Produção in loco; Versatilidade - Pode assumir diversas 
formas e dimensões conforme necessidades do canteiro. 
Desvantagens: não é tão durável (baixa industrialização), vai precisar de proteção 
contra intempéries (pintura de proteção), não pode reutilizar o material depois (uso 
de materiais com baixa resistência às intempéries diminuem as chances de 
reaproveitamento), processo de montagem lento. 
2. Sistema racionalizado em chapas de compensado: 
Feito em chapa de compensado resinado, apesar de vir em módulos e não ter tanta 
possibilidade de moldagem como o anterior, é mais durável, resiste mais as 
intempéries e na maior parte dos casos pode ser desmontado e usado 
posteriormente. É um pouco mais caro que o outro. 
Assim, se por ex: se tem uma obra com o cronograma curto, não se pretende usar 
em outra obra e os operários sabem fazer usa-se o mais barato garantindo 
economia. Mas se a obra vai durar mais tempo pode-se optar por escolher um 
sistema melhor para durar mais e não ser preciso replanejar e refazer o canteiro no 
meio da obra. 
3. Sistema pré-fabricado de madeira: mais durável que compensado e menos que 
alvenaria, mais rápida que alvenaria, boa resistência a intempéries e conforto 
4. Sistema de contêineres metálicos: pode ser reutilizado, desvantagem é o custo de 
aluguel, mas se for uma empresa grande é vantajoso comprar um para usar em 
várias obras. Algumas desvantagens: dependendo do tipo não tem um conforto 
térmico muito bom, é bom colocar uma proteção em cima para evitar a incidência 
direta do sol e não esquentar tanto. 
5. Construções metálicas desmontáveis: pode ser montado e desmontado, tão durável 
e facilidade de transporte quanto contêineres. O problema é que precisam de 
aterramento para evitar choques. 
6. Construções em alvenaria: inconveniente é precisar demolir, mas é o com mais 
durabilidade e conforto, assim, dependendo do prazo da obra pode ser vantajoso. 
Se a obra já for usar alvenaria facilita bastante também. 
7. Aproveitamento de construções antigas: as vezes o local já possui construções 
antigas e vale apena não demolir eusá-las como canteiro de obra. 
Qual o melhor SISTEMA CONSTRUTIVO a utilizar? 
É necessário analisar qual o melhor para sua obra 
 
SERVIÇOS PRELIMINARES DO CANTEIRO DE OBRAS 
LIMPEZA DO TERRENO: 
 Retirar todos eventuais entulhos e obstáculos para construção; 
 Remover a camada vegetal; 
 Na remoção das árvores é preciso verificar com antecedência o procedimento 
com os órgãos florestais competentes. 
MOVIMENTO DE TERRA: 
 Adequação das condições do terreno para a implantação da obra; 
 Corte e/ou escavações devem ser executados após a intervenção topográfica, 
definindo as cotas e marcos necessários (se por exemplo o terreno for muito 
inclinado deixar ele mais plano). 
COLOCAÇÃO DE TAPUMES: obrigatório pela NR 18 para proteção do pedestre e para 
que nem pessoas e animais indesejados entrem na obra. 
 Painel contínuo, construído em torno do canteiro de obras; 
 Protegem o público contra possíveis danos, impedem a entrada de animais e 
pessoas estranhas na obra. 
 Não devem invadir a calçada; 
 Deve ser feito por materiais com resistência adequada e que garantam a 
segurança e o conforto dos pedestres e que não se desfaça durante a obra 
podendo ser de qualquer material desde que tenha a altura mínima de 2,20m. 
Quando não for possível colocar tapume sobre o alinhamento da obra ou a obra 
estiver sobre o alinhamento é obrigatório a colocação das galerias (proteção de 
madeira sobre os passeios). 
GALERIAS (sobre o passeio): 
 Obrigatório em obras de reformas com mais de dois pavimentos, executadas 
próximas ao alinhamento do logradouro. 
 As galerias devem ser mantidas sem sobrecargas - estabilidade da estrutura. 
 Contar com rede de proteção em caso de queda de material. 
 Pode ser de madeira ou de metal 
 ALTURA MÍNIMA: 3,00 m 
ACESSOS DE PESSOAS: 
 Passagem obrigatória (entrada e saída) 
 Coberto com delimitação lateral; 
 Começa no portão e até uma área coberta; 
 Trajeto deve desviar das áreas de produção e estoque de materiais; 
 Capacetes para visitantes; 
 Placas de identificação; 
Quando o acesso está muito longe do escritório ou da parte administrativa deve ser 
coberto para o pedestre chegar até o escritório geral. Todo mundo que entra na 
obra deve usar EPI então o trajeto até o escritório para pegar esse EPI deve ser 
seguro se possível com rede de proteção para evitar que o pedestre saia do caminho 
ACESSOS DE VEÍCULOS: 
 Facilitar carga e descarga de materiais e equipamentos; 
 Portão de pelo menos 3,2 m de largura – passagem de equipamentos e 
máquinas; 
 Placas de identificação; 
 Se possível guarita de controle para carros e caminhões ser próxima para o 
controle de tudo o que sai e entra da obra. As vezes por logística é preferível 
que o canteiro tenha mais de uma entrada de caminhão de serviço. 
PLACA DA OBRA: 
 Identificação profissionais responsáveis por cada serviço – responsabilidade 
técnica. 
 Resolução Nº 015, de 21 de julho de 1937 
 “Regula o uso e tipo das placas profissionais”. 
 Fixada no tapume porque se acontecer algum problema na obra e precisar 
especificar quem é o responsável técnico por alguma operação desenvolvida na 
obra essa informação está de fácil acesso para todo mundo. 
 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS DE INFRA - ESTRUTURA: 
 O terreno deve ser abastecido por: Rede de água, Rede de luz e Rede de esgoto, 
se não, não tem como fazer funcionar os equipamentos que vão estar ali. 
 
O que fazer se meu terreno não tem a INFRA-ESTRUTURA necessária? 
Se não tem acesso a essas coisas? 
 
 
Caminhão pipa, gerador de eletricidade, foça para esgoto, banheiro químico. É importante 
analisar se vale a pena ou não algumas das opções, como locar o caminhão pipa ou um 
gerador. As vezes o canteiro tem poço de agua, talvez fazer um poço no terreno pode gerar 
mais economia. 
DEMOLIÇÕES: 
Ter certeza que precisa demolir, se não dá para usar como canteiro de obra. 
As instalações de energia, água e esgoto precisam ser desligadas para evitar problemas, 
cuidar para não afetar as construções vizinhas, umedecimento dos materiais é importante 
para não ter muita poeira para os terrenos vizinhos e nem afetar os operários e para remover 
estudos usar calha fechada não só na demolição, mas em todas as etapas. 
ELEMENTOS DO CANTEIRO DE OBRAS E O PCMAT 
ÁREAS DE VIVÊNCIA 
VESTIÁRIO: 
 Obrigatório para obras cujos trabalhadores não residam no local; 
 Deve estar próxima aos alojamentos ou à entrada da obra, sem ligação direta 
com o refeitório; 
 Primeiro local de acesso dos funcionários e último local antes de deixar a obra; 
 EPIs básicos são guardados no vestiário. 
 
 Proteção contra intempéries: não ter goteiras; 
 Armários individuais com cadeado: o operário precisa ter onde deixar os seus 
pertences. Metálico para garantir segurança; 
 Paredes: resistência mínima para garantir que a estrutura não vá se desmanchar. 
Piso de cimento para garantir estabilidade. 
ALOJAMENTO: 
 Obrigatório para obras tenham mais do que 50 operários; 
 Deve ter área mínima de 3 m² por módulo de cama/armário; 
 Não devem ser localizados em subsolo ou porão; 
 
 Cama e armário individual: proibido o uso de treliche. 
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS: 
 Devem sem localizadas próximas aos vestiários, estarem em locais de fácil e seguro 
acesso, distante no máximo a 150m de distância do posto de trabalho; 
 Nunca devem estar ligados aos refeitórios; 
 Deve ter portas de acesso e ser construído de forma que seus usuários não fiquem 
expostos a quem está do lado de fora do ambiente; 
 Mantido em perfeito estado de conservação e higiene. 
 
Sanitário não deve ser local de depósito, deve ser mantido limpo e sem entulho para que a 
pessoa possa usar. Pisos laváveis e regulares que não tenham nenhuma possível região para 
acumular sujeira. 
REFEITÓRIO: 
 Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não de 
cozinha, é obrigatória a existência de local adequado para refeições; 
 Proibida em subsolos ou porões; 
 Não pode ter comunicação direta com as instalações sanitárias; 
 É proibido preparar, aquecer e tomar refeições fora dos locais estabelecidos. 
 
ÁREAS DE LAZER: 
 Espaço obrigatório quando há trabalhadores alojados: as vezes a empresa faz 
pesquisa para saber o que os funcionários querem para área de lazer; 
 Se o canteiro for pequeno, a construtora pode utilizar o próprio refeitório como 
área de recreação - instalação de televisões ou jogos. 
LAVANDERIA 
 Espaço obrigatório quando há trabalhadores alojados; 
 Deve ser dotado de tanques individuais ou coletivos; 
 Ser bem ventilado e iluminado; 
 A empresa poderá contratar serviços de terceiros para atender à exigência. 
AMBULATÓRIO: 
 Prestação de serviços de primeiros socorros - conforme atividades 
desenvolvidas em obra; 
 Obrigatório para obras com mais de 50 trabalhadores, mas se tiver menos 
trabalhadores pode ter também; 
 Em alguns tipos de obra é obrigatório ter profissionais de saúde, como em obras 
de tubulão com ar comprimido, por ser uma situação de alto risco. 
 
ÁREAS OPERACIONAIS 
São aquelas que fazem o edifício andar. 
CENTRAL DE ARGAMASSA E CONCRETO 
 Local destinado ao preparo e produção de concretos e argamassas; 
 Dimensionada em função do serviço demandado; 
 Betoneira próximo ao guincho, para facilitar transporte; 
 Vias de acesso em boas condições; 
 Pode ter ou não, vai depender do caso. Se o canteiro não tiver espaço pode 
terceirizar o serviço de produção de concreto, não precisa planejar espaço para 
estocar isso. 
Quanto a central de concreto também são especificações da NR 18: 
 
Vibradores:Equipamentos dever passar por revisão e manutenção toda vez que forem 
colocados para serviço. 
Enquanto está se executando uma fundação é importante que o operário esteja com o cabo-
guia para não ter risco de cair na fundação. 
 
CENTRAL DE ARMAÇÕES DE AÇO 
 Local coberto; 
 Bancadas estável, resistente, de qualidade e sem irregularidades; 
 Lâmpadas de iluminação devem estar protegidas contra impactos provenientes 
da projeção de partículas; 
 Uso de EPI’s. 
SERVIÇOS DE CARPINTARIA: 
 Local destinado ao corte e montagem de formas e esquadrias 
 Deve ser coberto e próximo ao estoque; 
 As lâmpadas de iluminação devem estar protegidas contra impactos 
provenientes da projeção de partículas; 
 Piso resistente, nivelado e antiderrapante; 
 Uso de EPI’s; 
 Próximo ao estoque para facilitar a logística. 
 
OPERAÇÕES DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE 
 Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser aterrados; 
 Os fios condutores dos equipamentos devem ser mantidos longe de locais com 
óleo, graxa ou umidade; 
 Devem ser deixados em descanso sobre superfícies isolantes. 
ÁREAS DE APOIO À PRODUÇÃO 
ALMOXARIFADO 
 Armazenamento e controle de materiais e ferramentas; 
 Seu dimensionamento depende do porte da obra e o nível de estoques (volume 
de materiais e equipamentos estocados); 
 Por que é importante manter organizado? 
Como a obra vai estar passando por vários processos ao mesmo tempo e 
quando o operário necessitar de algo, ele pode ir tranquilamente lá buscar. É 
interessante ter alguém para controlar o fluxo de materiais na obra, podendo 
repor o que falta e sem o risco de faltar algo necessário. Normalmente cada 
operário recebe um número e com ele pode-se controlar quem está com qual 
equipamento. Quanto mais organizado melhor. 
 Almoxarife 
- Aconselha-se situar-se próximo: 
1. Ponto de descarga de caminhões 
2. Elevador de carga 
3. Escritório 
DEPÓSITO DE MATERIAIS 
 Não devem prejudicar o trânsito de pessoas, a circulação de materiais e acesso 
à equipamentos; 
 Não obstruir portas ou saídas de emergência; 
 Não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas de 
sustentação, além do previsto em seu dimensionamento: não sobrecarregar a 
estrutura com cargas não previstas; 
 Devem ter forma e altura que garantam a sua estabilidade e facilitem o seu 
manuseio; 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – ESTOQUE AREIA e BRITA 
 Próximo à betoneira; 
 Fácil acesso pelo caminhão; 
 Dimensionamento com base no consumo e frequência de entrega; 
 Não ter contato com o solo, separado por baia; 
 Piso nivelado; 
 Não misturar com os outros materiais da obra; 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – ESTOQUE CIMENTO 
 Próximo à betoneira; 
 Fácil acesso pelo caminhão; 
 Espaço coberto; 
 Evitar contato com o solo e paredes – uso de pallet (o que dá para pegar com 
empilhadeira) e/ou estrado de madeira; 
 Seguir recomendações de fabricante quando ao número máximo de 
empilhamento; 
 Disposição que permita a rápida contagem e rotação dos estoques; 
 Fluxo: quem entra primeiro sai primeiro, usar primeiro os que chegaram 
primeiro. 
 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – ESTOQUE AÇO 
 Barras separadas em compartimentos, conforme o diâmetro; 
 Em canteiros com restrições, recomenda-se estocar as barras em ganchos nas 
paredes; 
 Evitar contato com o solo; 
 Proteger as pontas horizontais e verticais dos vergalhões. 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – BLOCOS E TIJOLOS 
 Fácil acesso pelo caminhão; 
 Mínimo de transporte possível; 
 Proteção contra intempéries; 
 Piso nivelado de concreto / pallets; 
 De preferência em área coberta, sobre pallet. 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – MADEIRA 
 Fácil acesso; 
 Locais cobertos e ventilados; 
 Evitar contato com o solo – umidade; 
 Separar por tamanho para fácil manuseio. 
DEPÓSITO DE MATERIAIS – CERÂMICAS, AZULEJOS, TUBOS e CONEXÕES 
 Materiais não-perecíveis, porém, de alto custo e fragilidade; 
 Armazenados em locais cobertos e em certos casos fechado. 
ESCRITÓRIO DA OBRA 
 Espaço de trabalho isolado para o trabalho do mestre-de-obras, tecnólogo, 
engenheiro; 
 Contém os arquivos de documentação técnica da obra disponível no canteiro: 
o Projetos 
o Cronograma e avisos 
o Licenças da prefeitura 
o Documentos técnicos diversos 
o Mapas de risco 
Manter organizado e atualizado, consequentemente reduzindo o custo da obra. 
COLETA DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO 
 Sustentabilidade, reciclagem e economia; 
 Organização do canteiro; 
 Diminui riscos de acidente; 
 É optativa e parte do bom senso, dependendo da quantidade de resíduo da obra é 
economicamente viável a separação dos materiais; 
 Gestão de resíduo pode gerar recurso para a obra: aço e cobre tem bastante valor, 
políticas para incentivar a separação desse material. Ex: venda de prego volta para 
trabalhador. 
PLANTÃO DE VENDAS 
 Prática “atual” - comum nas obras; 
 Geralmente posicionado na divisa frontal do terreno e ocupando um espaço 
substancial. 
GUARITA E PORTARIA 
 Controle de entrada e saída - pessoas e caminhões; 
 Não obrigatório; 
 Deve ser localizado junto aos portões de entrada de pessoas e veículos; 
 Suficientemente ampla para manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos 
visitantes; 
 Controle de o que entra e sai, se não está sendo roubado materiais. 
Tudo visto até agora é imprescindível para a definição do canteiro de obras, é impossível a 
implantação de um canteiro sem o conhecimento da NR 18. Instalação de canteiro é de 
primeiro nível dentro da obra. 
Agora apresentados os equipamentos da construção, se você não souber e conhecer os 
equipamentos que pode ter, não tem como planejar, não tem como optar por equipamentos 
com maior produtividade, não sabe como prever o canteiro para o equipamento entrar lá. 
É importante lembrar que essas etapas/ áreas precisam ser repensadas durante todo a obra 
pois serão necessárias modificações conforme avanço da construção. 
ÁREAS DE TRANSPORTE 
Desde equipamentos mais simples como escadas até gruas e elevadores. 
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS 
 Obrigatória em transposição de pisos com diferença de nível superior a 40cm; 
 Dotadas de corrimão e rodapé; 
 Estar sempre desobstruídas; 
 Devem ter capacidade de suportar o tráfego de pessoas e materiais. 
 
 
GRUAS 
 É proibida a utilização para o transporte de pessoas; 
 É proibido qualquer trabalho sob intempéries: chuva, tempestade: risco de 
choque; 
 Deve dispor de alarme sonoro – ventos superiores a 42 Km/h; 
 Movimentação vertical - obrigatório o uso de dispositivo trava-quedas; 
 Prever a área de cobertura da grua – (limite da obra), afastamento de 3m 
obstáculos e rede elétrica; 
 Montagem, manutenção e ancoragem: empresa responsável – laudo (quanto 
ela ergue de carga e quanto suporta). 
 
 
 Menos de 90° para garantir estabilidade. 
Grua no poço do elevador vai sendo desmontado quando não é mais útil. A grua não é 
apoiada em baixo. 
 
ELEVADORES 
 Torre de madeira ou metálica, fixa na estrutura da obra para garantir 
estabilidade; 
 Monta-se a torre à medida que a obra for aumentando em altura; 
 Proibido o uso em dias de condições meteorológicas não favoráveis - chuva, 
relâmpagos, ventanias. 
Especificações de acordo com o tipo de elevador: 
ELEVADORES – CREMALHEIRA 
 Obrigatórios em edificações com mais de 8 pavimentos (passageiro); 
 Montagem, manutenção e ancoragem: empresa responsável - laudo; 
 Deve dispor de dispositivo de emergência – impedir queda livre da cabine e 
freios (ultrapassar a velocidade de descida); 
 Material transportado – menor que asdimensões do elevador (ser 
acondicionado para tal). 
ANDAIMES (geral) 
 Possibilitam o acesso de pessoas e equipamentos a locais de trabalho em altura; 
 Os trabalhadores devem receber treinamento para cada tipo de andaime em 
operação; 
 Montagem, manutenção e ancoragem: empresa responsável - laudo; 
 Os andaimes de madeira somente podem ser utilizados em obras de até três 
pavimentos; 
 Andaimes metálicos devem possuir travamento contra o desencaixe acidental; 
 Devem apresentar piso antiderrapante, nivelado e fixado; 
 Devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, em todo o perímetro - com 
exceção do lado da face de trabalho; 
 É proibida a utilização de escadas e outros meios para se atingirem lugares mais 
altos; 
 Se tiver soda trava com trava de segurança, em alguns casos prende na 
estrutura; 
 A plataforma de serviço não pode se estender além do andaime. 
ANDAIMES FACHADEIROS 
 Devem ser apoiados sobre base sólida e nivelada capazes de resistir ao esforço; 
 É proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com trabalhadores 
sobre os mesmos; 
 Ponto de instalação de aparelho de içar materiais – não pode comprometer a 
estabilidade e segurança do andaime; 
 Devem ser fixados à estrutura da construção. 
ANDAIMES SUSPENSOS / BALANÇO 
 Pode ser do tipo cadeirinha e usando um cinto ou até mesmo um andaime que 
sobe e desce. Cabo deve ser de aço; 
 O trabalhador deve usar cinto tipo paraquedista, fixado em estrutura 
independente do andaime; 
 A sustentação deve ser feita por meio de vigas, afastadores ou outras estruturas 
metálicas – x3 esforço solicitante. Deve ter estrutura própria, não usar da 
construção; 
 Andaime não pode dormir suspenso; 
 Utilização somente de cabos de aço, dotados de travas de segurança, 
dispositivo de subida e descida. 
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO SISTEMA UTILIZADO: 
 Custo x benefício: não adianta colocar uma grua se ela não tem a área de 
cobertura que você precisa; 
 Viabilidade da tecnologia; 
 Custos indiretos (aluguéis); 
 Produtividade; 
 Manutenção; 
 Segurança; 
 Qualidade; 
 Sistemas que sejam capazes de suprir a demanda da obra. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS 
PLATAFORMAS DE PROTEÇÃO (obrigatório): 
 Obrigatória em obras com mais de 4 andares; 
 Retém queda e desprendimento de materiais; 
 Estruturas metálicas ou de madeira; 
 Precisa ter uma dimensão mínima, conforme a altura colocar bandejas com 
dimensões maiores. 
REDES DE SEGURANÇA (obrigatório): 
 Colocadas justapostas às fachadas a fim de impedir a queda de materiais para 
fora do alcance das bandejas. 
GUARDA-CORPOS (obrigatório): 
 Permitido utilizar materiais como metal, madeira ou mesmo uma composição 
entre materiais diversos. 
 
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 
 
 
EPI’S – INDIVIDUAIS 
 A empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, EPI 
adequado ao risco em que está exposto e em perfeito estado de conservação e 
funcionamento; 
 Obrigatório - treinamento de segurança aos trabalhadores, boas práticas e 
medidas preventivas. Principalmente no decorrer da obra com as mudanças das 
etapas, deixar claro quais são os riscos que o funcionário passa em cada uma 
delas. 
 
Qual o melhor layout para o um canteiro de obras? Varia de caso a caso. 
Algumas instruções ou ponto de partida para o planejamento, tópicos que podem ser 
seguidos para achar um bom layout: 
TERRENO E CONDIÇÕES LOCAIS: se o caminhão consegue acessar. 
ETAPAS CONSTRUTIVAS: organizar o canteiro por etapa construtiva, se o cronograma é curto 
e não se tem tempo de sentar planejar a obra como um todo é comum realizar em etapas. 
Vê como o canteiro se comporta em cada uma delas e vai alterando para as próximas. 
EQUIPAMENTOS: se tem espaço, organizar o canteiro para facilitar o fluxo de materiais e 
pessoas. Colocar cimento, areia perto de betoneira, manter as formas para concretagem mais 
afastadas já que se tem espaço e essas duas áreas não vão interagir diretamente. 
Desenhar a área de abrangência de uma grua, colocar o material dentro dessa área para não 
precisar ser retransportado. 
AREAS EXIGIDAS: pode começar pela NR 18, vê a quantidade de operários e analisa quais são 
as áreas exigidas, a partir dessas áreas vai dimensionar e ver o espaço que precisa no canteiro 
para coloca-las. Então começa pelas coisas maiores e depois vai colocando o resto das coisas. 
Apontadoria: escritório da pessoa que vai medir a quantidade de trabalho que uma pessoa 
realizou e vai fazer o pagamento, como no caso de colocação de azulejo. Faz medição de 
serviço. 
LOGÍSTICA DE ESTOQUE: pode organizar as áreas em função dos materiais. O que tiver mais 
uso deixar mais próximo. 
LOGÍSTICA DE TRANSPORTE: pensar se vale a pena a obra ter mais de um acesso para o 
caminhão sair. 
LOGÍSTICA DE MATERIAIS: estimar toda a movimentação de material no canteiro, se essa 
movimentação tem algum conflito, se o cimento passa no mesmo fluxo dos blocos, tem o 
espaço para passar os dois ao mesmo tempo? 
Quanto mais coisa pensar nessa logística, menor é a chance de dar problema depois. 
Diferentemente das normas ABNT que não são lei, a NR-18 é lei. A NR-18 trata dos 
aspectos de segurança e higiene dentro das obras de construção civil. Ela trata 
exclusivamente de obras de construção civil. A NR-35 anda junto com a NR-18. A NR-35 trata 
sobre os aspectos de trabalho em altura. 
Trabalho em altura, segundo a norma, é toda atividade executada acima de 2 
metros do nível inferior, onde haja risco de vida. 
 
Canteiro de obras: 
 
 Porque precisamos saber dos equipamentos e dos detalhes dos equipamentos para 
poder fazer o planejamento do projeto de um canteiro de obras? 
Porque no canteiro de obras vamos precisar definir quais equipamentos queremos, 
por quanto tempo ele tem que ficar lá, para evitar desperdícios (Gruas e guinchos 
tem um valor de aluguel diário muito elevado). Fundamental para que definamos o 
canteiro de obras é termos o cronograma físico-financeiro da obra. 
 
Cronograma físico: Define o que será feito em cada período da obra. É fundamental 
para a definição de um canteiro bem feito, canteiro racionalizado. 
Cronograma financeiro: Saber quanto eu posso gastar na obra, quais equipamentos 
posso contratar. 
 
 Considerar capacidade dos equipamentos. 
Duração ou tempo de ciclo: é o tempo de ciclo desde que o equipamento se 
encontra pronto para ser carregado, até quando ele é descarregado e está pronto 
para ser carregado novamente. Esse tempo depende do equipamento utilizado. 
Capacidade do ciclo: capacidade do equipamento de transportar alguma coisa. Essa 
capacidade depende do equipamento. Exemplo: Retroescavadeira tem a capacidade 
de movimentar x m3 de volume de solo por ciclo, 
 
Exemplo: Um elevador, por ciclo, transporta no máximo 0.25 m3 de concreto, ou 1 
m2 de alvenaria, 100 kg de aço e 0.3 m3 de argamassa. Em uma concretagem de 54 
m3, com duração de 6 horas, quantos elevadores são necessários? 
R: 3 elevadores. 
 
Obs.: Se essa demanda for muito pontual, ao invés de colocar 1 elevador a mais, eu 
posso aumentar o tempo de trabalho, para 8 horas, por exemplo. 
 Cronograma físico-financeiro de barras: cronograma mensal, semanal, quinzenal ou 
diário. Depende da necessidade da obra. 
 Número de mão-de-obra necessária: é possível fazer um cálculo para chegar ao 
número necessário. Precisa definir a mão-de-obra em função dos picos de 
atividades, quantas pessoas são necessárias para cada atividade e qual o tempo de 
duração da atividade. Precisa definir quantas pessoas estarão alojadas na obra, se é 
que alguém ficará alojado na obra. 
 Chegamos a esses números através da composição unitária de custos (O mais 
clássicoé um livro chamado TCPO, da editora PINI, que catalogou composições de 
custo de todo tipo de serviço). Realizando um levantamento de produtividade nas 
obras, eles definiram qual é o consumo de material necessário para fazer 1 unidade 
de alguma coisa. Se você precisa executar 54 m3 de concreto, você pega todos os 
materiais, equipamentos e mão de obra e multiplica por 54. Assim você também 
consegue estimar a sua demanda de trabalhadores para a obra e chegamos ao 
número de mão de obra. 
 Prestar atenção as etapas da obra que podem estar ocorrendo juntas no mesmo 
período de tempo (cronograma físico-financeiro) pois talvez sejam necessários mais 
equipamentos, como elevadores, para transporte de material. Quando o que você 
tem em obra não atende à demanda daquele período de tempo. 
 Todo o planejamento é feito ANTES da obra, depois são feitos somente ajustes. 
 Os elevadores não devem ser instalados na frente do edifício, mesmo que esse seja 
o menor caminho, porque estamos pensando na venda da obra (estética). O 
elevador é o último que sai, por isso você não poderá acabar a fachada de venda do 
seu edifício, porque tem o elevador lá. Não se deve sair com o elevador em 
corredores, devido ao pouco espaço para movimentação. É bom sair em um quarto, 
porque você sai do elevador e tem espaço. Não colocar elevadores em banheiros, 
porque você não consegue acabar os banheiros, banheiro leva tempo para ser 
construído, é um trabalho muito intenso de mão-de-obra. É legal onde tem 
esquadria grande, porta ou janela. Não atrapalha fazer alvenaria, fazer acabamento, 
só coloca a janela no final. Geralmente não temos espaço para 3 elevadores juntos 
em obras de edifícios. Após a retirada dos elevadores, o acabamento da fachada é 
feito com balancinho, por exemplo. 
 As empresas fornecem catálogos de andaimes. 
 Andaimes fachadeiros se encontram em toda a fachada, encontra-se “amarrado” a 
fachada. Eles são interessantes porque te dão bastante mobilidade. Eles são 
seguros, não tombam, chumbadores fixados a fachada. Ele é um andaime caro, 
porque todo o andaime vai ficar muito tempo na fachada, tem que ver se vale a 
pena, tem que programar serviços para que eles aconteçam rápido, para você 
desmobilizar o andaime. O andaime deve estar instalado conforme a norma, tem 
que ter tela, guarda-corpo, rodapé (importante para que se a pessoa escorregar, o 
pé dela não vá para fora do andaime). Trabalho intensamente em todos os andares 
que eu quiser. 
 A tábua do andaime precisa ter uma trava, porque se a tábua virar, a trava segura. 
 Balancinho é o andaime que balança. Ele é tem um comando elétrico que faz ele ir 
para cima e para baixo. Tem muito acidente com balancinho. O balancinho, no final 
do dia deve dormir embaixo, para não ter risco de acidente. O soalho mais adequado 
para elementos em altura é uma grelha, tela metálica, porque se você enche a sua 
bota com argamassa e pisa em uma placa, você pode escorregar. Com a tela, a 
argamassa não fica ali e passa pela tela, evitando acidentes. São dois níveis de piso, 
ele passa pela grelha e para mais embaixo. O segundo nível é fechado. Os 
balancinhos são fixos lá em cima, e isso já deve ser previsto no projeto estrutural, 
previsão de ganchos para a fixação de balancinho. Inclusive é interesse manter isso, 
para limpeza, mudança, etc. posteriores. A pessoa deve estar com um trava-quedas. 
Não pode fixar na alvenaria, pois tem cargas de momento que ela não suporta. Preso 
na laje, no concreto. 
 
Tipo de ancoragem para o balancinho e atividades que exigem pessoas suspensas. 
 
 Em um acidente em condomínio, quem é o responsável é o síndico 
 Elevadores: Cremalheira e pistão: O cremalheira é um sistema que não é por cordas, 
ele é por engrenagens e tem uma capacidade de carga maior que o cabo e uma 
manutenção menor. No cremalheira você consegue colocar até dois, três elevadores 
por torre. É bem mais barato. Elevador a pistão é pouco utilizado em obra. Todos os 
elevadores devem ter proteção lateral, velocidade controlada e acionamento 
interno. 
 Gruas: podem ser móveis, fixas ou ascensionais. A grua tem um sistema de 
telescópicos com pistões, que levanta, insere fixo e se move para cima de novo, e aí 
vai levantando. São equipamentos muito versáteis. A grua interna aos prédios não 
compromete a resistência da laje (já é algo pensando e calculado antes). Gruas 
custam muito caro. 
 Gruas móveis são muito utilizadas em barragens 
 
 
CAPÍTULO IV – OBRAS DE CONTENÇÃO 
 
Introdução 
Para realizar uma escavação ou um aterro adequado, sem causar danos aos vizinhos, 
é necessário que sejam feitas obras de contenções. 
 
Contenções são elementos estruturais, provisórios ou permanentes, que dão 
estabilidade e proporcionam segurança, aos movimentos de terras, sejam eles de corte ou 
aterro. 
 
As obras em áreas urbanas tendem a ocupar todo o espaço disponível no terreno. 
Por isso, existe a necessidade de utilizar-se dos elementos de contenção. A linha de 
contenção é feita antes da escavação, visando não prejudicar as edificações vizinhas. 
 
Em algumas situações de aterro, a linha de contenção é feita antes de aterrar. 
 
Uma das formas mais baratas de fazer-se contenções é com taludes. Muito comum 
em obras de estradas. Em áreas urbanas, geralmente não temos espaço para fazer taludes, 
por isso a solução entrada são as contenções. 
 
 
 
A inclinação do talude é função do terreno que eu tenho. Ex: areia fina, pouco atrito 
interno, talude com ângulo de inclinação pequeno. Se for rocha, o ângulo de inclinação pode 
ser maior. 
 
O que nós utilizamos, na verdade, são paredes, como elementos de contenção. Ela 
é feita ANTES de ser realizada a escavação. As paredes podem chegar a ter de 30 a 40 metros 
de profundidade. Ela deve ser resistente, deve ser durável. Dentre todos os sistemas de 
contenção, o mais utilizado no Brasil é o sistema de paredes diafragma. 
 
 
 
Quando você começa a escavar, estruturalmente a parede começa a sofrer uma 
força aplicada pelo solo e a ter tensões atuando sobre a sua superfície. Isso provoca uma 
deformação na parede. O material deve ser calculado para suportar essas tensões atuantes. 
 
Existem duas opções de estruturação da parede (elemento em flexão): 
 Parede muito armada e espessa: aumenta a resistência a flexão (técnica muito cara) 
ou uma parede mais esbelta, menos armada, mas com apoios externos. 
 
Apoios: Permitem que a parede seja mais esbelta. 
Estroncas: são elementos estruturais discretos, que apoiam a parede, as mais 
econômicas dos dois lados. Quando o solo exerce uma pressão, a estronca entra em 
compressão. 
 Tirantes: são feitos somente de um lado da escavação, de forma a ancorar a parede, 
transferido para o bulbo (cabeça) do tirante, o esforço da parede. Tem-se um cabo (barra) 
inserido e concretado na ponta, que depois de endurecido, você puxa ele e cria uma força de 
tração 
Construção tradicional: uso de tirantes ou estroncas. Escava primeiro e depois 
constrói e estrutura. 
Construção inversa: São feitas as fundações, e vai se escavando e construindo a laje. 
A laje é calculada para dar suporte a parede de contenção, e assim sucessivamente. É um 
processo raro. É um processo lento 
 
Estronca Tirante 
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens 
Processo mais 
rápido 
Restringe o espaço 
de construção 
dentro da obra 
Espaço dentro da 
escavação é livre 
Processo mais lento 
Não é um processo 
tão especializado 
Em distâncias muito 
grandes, ela se 
torna muito cara 
Não flamba Equipamento e 
mão-de-obra 
especializada 
 Em grandes 
distâncias, necessita 
de estruturas 
intermediárias de 
apoio para segurar 
a estronca 
(flambam) 
Podem existir 
grandes distâncias 
entre as duas 
paredes de 
escavação (auto 
suportam) 
Precisa deautorização do 
terreno vizinho para 
a colocada dos 
tirantes (o solo não 
é seu) 
 Não consegue ser 
colocado em 
terrenos sem 
coesão (tirante não 
terá capacidade de 
carga) 
 
 Estroncas tem no máximo 10 metros, a partir disso ela não se torna mais viável para 
a obra. A não ser que sejam feitas estroncas inclinadas ou apoios intermediários 
(região de trabalho fica cheia), ode tornar complicado o processo de escavação das 
fundações, pois as vezes são necessários que equipamentos desçam por onde foi 
escavado e não há espaço disponível. 
 
Estroncas (Apoios pontuais) Distribuição dos esforços na parede Longarina (Viga 
que distribui esforço para a parede) 
 
As vezes não é necessário e nem comum que se tenha tirantes apoiados em longarinas. 
 Tirante: máquina faz a perfuração, injeção da calda de cimento, espera endurecer e 
traciona. 
 
 
Você pode tirar o tirante do seu vizinho, se ele estiver no seu terreno. Ele não deveria 
estar lá, pois são obras provisórias. 
 
Na hora que você faz a estrutura do subsolo, você deve calcular para que o carregamento 
do solo seja absorvido posteriormente pela sua estrutura, de forma que possa ser tirado os 
tirantes do terreno vizinho, com uma escavação qualquer. A parede que você fez não pode 
mais depender do tirante. 
 
 Tirante não é provisório somente em estradas. Área dentro da reserva da estrada. 
 
Quando você vai construir em um terreno em que o vizinho já fez uma parede de 
contenção, você não precisa fazer a parede (escavação mais barata). Não tem carga de solo 
para segurar. 
 
As estroncas podem ser incorporadas na estrutura, posteriormente. Elas podem ser 
dimensionadas para serem vigas de uma laje. Dilui o custo dela na incorporação com a 
estrutura. 
 
Estronca pode ser feita de aço (principalmente), mais fácil de manipular, e de concreto. 
Madeira, eventualmente. Estroncas de madeira: obras provisórias ou pequenas. Ex: obras de 
instalações de tubulação de esgoto. 
 
 Podemos misturar tirantes e estroncas. 
 
 Tirante é tracionado com um macaco hidráulico. Quando não se tem espaço (cantos) 
utiliza-se estroncas. 
 
 Podemos misturar elementos de contenção com fundação. 
 
 As estacas são feitas antes da escavação e as paredes de concreto são feitas 
concomitantes a escavação. 
 
Parede de contenção mista: madeira e aço. Perfil I, com um bate estaca, crava ele até lá 
em baixo. Caso necessário, serão soldados os perfis. Com eles cravados, escava-se, coloca as 
longarinas e os tirantes, e no meio dos perfis, coloca-se painéis de madeira ou de concreto. 
 
 Antes de começar qualquer parede de contenção, você deve fazer um laudo do 
prédio vizinho. Descrição de tudo, fissuras e registra com a data em cartório. 
 
 Pode fazer posteriormente uma parede de concreto, retirar e reaproveitar à estaca 
prancha. 
 
CAPÍTULO V: ESCAVAÇÕES E CONTENÇÕES 
 Tirante 
 Tirante é composto por: cabeça de ancoragem que está ou sobre a longarina ou 
sobre o painel da parede de contenção, possui inclinação de 30º; trecho livre que 
liga a cabeça de ancoragem ao trecho ancorado (bulbo); trecho de ancoragem que 
efetivamente descarrega o esforço no solo; Tubo de injeção que é por onde o 
material é injetado, o material é composto por cimento e muita água (calda de 
cimento). Válvulas manchetes que são válvulas que estão inseridas em tubo envolto 
por um plástico que à medida que a pasta de cimento realiza pressão estoura e libera 
o material. As válvulas vão abrindo sequencialmente. 
 
 
 Geralmente os tirantes possuem 10 metros de comprimento, sendo metade desse 
comprimento trecho livre (acomodações de movimentação=deixa mexer) e a outra 
metade trecho ancoragem. É realizado usando uma perfuratriz e macaco hidráulico. 
Utilizam-se centralizadores para não deixar o tirante encostar nos cantos do tubo. 
 Usa-se calda de cimento (cimento com muita água) para penetrar com facilidade nos 
solos. No caso a fluidez é mais importante que a resistência. Por esses motivos que 
a cabeça de ancoragem é grande. 
 Se tiver tirante vizinho invadindo o terreno que está sendo escavado pode cortar o 
tirante, pois já cumpriu seu papel. 
 
Parte de um artigo sobre tirantes retirado da revista Téchne: 
“O campo de utilização de tirantes na engenharia geotécnica é bastante amplo, mas 
de forma sintética os tirantes classificam-se em dois grupos: permanentes e 
provisórios. Tirantes permanentes são aqueles que se incorporam a uma estrutura 
definitiva, como é o caso das cortinas atirantadas, lajes de subpressão, fundação de 
torres etc. e que, portanto, deverão ter vida útil compatível com o fim a que se 
destinam. Tirantes provisórios são aqueles de utilização temporária, como é o caso 
das paredes de contenção das obras de infraestrutura de edifícios residenciais, 
comerciais, estações enterradas de metrô etc. em que, após a construção das lajes 
da estrutura do edifício, os tirantes são desativados e os esforços transferidos para 
a estrutura. Dentre essas aplicações, cabe destaque à de tirantes provisórios para 
contenção de maciços de terra, escavados para implantação de subsolos de edifícios 
residenciais e comerciais, aplicação comum nos centros urbanos e com as quais 
convivemos rotineiramente. ” 
http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/123/artigo286420-1.aspx 
 
Parede diafragma 
 Parede de contenção construída de concreto armado, não necessita de formas (o 
solo é a forma), podem possuir grandes profundidades, realizada em trechos. 
 
Execução a seco: 
 Para a escavação é usado um equipamento chamado de Clam-Shell, ele é composto 
por uma escavadora e uma massa guia (para dar peso). 
 Primeiramente é marcada a parede (locação) – não é execução ainda; depois é 
construída uma parede guia de concreto ou de aço (1 metro de profundidade), serve 
para direcionar o Clam-shell e proporcionar uma escavação linear. Clam-Shell realiza 
a escavação sem contenção, pois o terreno tem coesão suficiente para não colapsar 
com o peso próprio e também não tem água (lençol freático abaixo da parede). 
 
 Depois é colocada a armadura. Para descer a armadura é necessário ter atenção 
para não ficar arrastando no solo, para evitar isso se utiliza roletes espaçadores no 
estribo da armadura. Rolete espaçador garante a não contaminação da armadura 
com solo, o espaçamento e o cobrimento. As armaduras são geralmente uniformes, 
salvo em casos de linha de longarina ou em pontos de tirantamento ou 
estroncamento, onde elas são mais densas. 
 A chapa-junta lateral é uma chapa com um encaixe tipo macho-fêmea que garante 
a qualidade entre paredes sucessivas. É colocada em toda a profundidade da parede. 
É colocada após a escavação e antes da armadura. E é retirada após a concretagem. 
Somente utilizada se ao lado existir solo, se existir outra parede não é necessário 
utiliza-la. 
 Chapa frontal é utilizada caso queira utilizar o subsolo posteriormente (exemplo: 
garagem), só colocada na face de interesse e até a profundidade de interesse. 
 Concretagem (risco de colapso): concreto lançado pode carregar solo e bater na 
armadura. Para concretagem é utilizado o funil TREMONHA, concreto não precisa 
ser adensado e possui Slump elevado (>22 cm). Funil fica embocado, “dentro do 
concreto”, com uma altura de segurança de concretagem (1 metro), pois caso caia 
uma quantidade de solo no concreto, a sujeira sobe junto com o concreto e ela é 
retirada quando a parede chega à superfície. A altura de segurança de concretagem 
não possui método exato para se medir. 
 
 
Funil Tremonha 
 
 
Execução com água: 
 Quando a parede-diafragma ultrapassa o nível do lençol freático a execução sofrealgumas mudanças, pois à medida que se escava a água preenche o vazio. A água 
não interfere na concretagem, densidade menor que a do concreto. 
 Primeiramente é realizada a parede guia. A escavação no trecho seco é exatamente 
igual à anterior. Quando atravessa o nível da água, logo após a retirada do solo é 
lançado lama bentonítica ou uma mistura polimérica. A lama bentonítica possui um 
aspecto gelatinoso, densidade um pouco maior que a da água, estabilizada para 
manter certo pH, onde ela torna-se mais adequada para a utilização. Não deixando 
a água preencher o vazio. A lama se incorpora no solo (1-2cm de invasão), tomando 
o lugar da água, criando o cake que inibe a entrada da água nos arredores. A lama 
apresenta tixotropia, quando agitada (entrada do Clam-Shell) se torna líquida e 
quando deixada em repouso fica mais viscosa, com aparência gelatinosa, 
estabilizando o solo. A lama também é inerte em relação à armadura. 
 A concretagem é feita com o funil Tremonha, exatamente igual ao caso seco. A lama 
é menos densa que o concreto, logo fica em cima do concreto. Com a concretagem, 
vai se retirando a lama e filtrando para futuros usos. Reutilizável por 3 ou 4 vezes. 
 Como a lama é cara e ela tem características alcalinas estão impondo restrições 
quanto ao uso por impactos ambientais. Para a sua substituição estão utilizando 
uma solução polimérica que possui o mesmo desempenho que a lama bentonítica. 
 A parede-diafragma pode ser utilizada como elemento de fundação, conhecida 
como: estaca barrete. 
Estaca raiz: Estrutura para contenção e fundação. Consiste em cravar estacas umas ao lado 
das outras, formando uma cortina. Possuem diâmetro pequeno, longarinas, estroncas e 
tirantes. 
Estaca escavada: Pode ser projetada para contenção e fundação. Possuem um diâmetro 
grande e espaçamento de 1 metro. 
Jet Grouting: utilizado principalmente em reforço de solo, injeção de calda de cimento (pouca 
resistência) no solo e impregnar o solo, preenchendo os vazios do solo. Garantindo o corte 
do solo e necessitando menos contenção. 
Tubulões: elemento de fundação profunda que serve como elemento de contenção. 
MURRO DE ARRIMO 
Muros de Gravidade: empuxos são suportados pelo peso próprio (estrutura massiva). 
Possuem altura menor que 5 metros e a largura da base necessita ser 40% da altura (evitar 
tombamento e deslizamento de base). 
1. Muro de pedra seca: não é utilizado; 
2. Muro de pedra argamassada: assentamento de pedras com argamassa, não 
podem ser muito altos. Muito utilizado em Florianópolis. 
3. Muro de concreto ciclópico: concreto ciclópico é um concreto convencional que 
se lança pedras grandes dentro para torna-lo barato e aumentar o seu peso. 
4. Crib-walls: elementos empilhados por encaixe podendo ser de madeira ou 
concreto e são preenchidos por pedras grandes sem argamassar. Empilhamento 
de pedras. Não necessita de forma, mão-de-obra especializada e insensível à 
movimentação e recalques (não fissura). 
 
5. Muro de gabiões: gaiolas metálicas de arame galvanizado, preenchidas por pedras. 
Não necessita de forma, mão-de-obra especializada e insensível a movimentação 
e recalques (não fissura). Água não fica retida, estrutura auto-drenante. Para evitar 
que os finos do solo preencham os vazios entre as pedras coloca-se bidim. 
 
6. Muro de solo-cimento ensacado: alternativa para contenção de rios. Sacos de solo-
cimento seco e quando colocados nos rios, a água do rio endurece o cimento. 
MUROS DE FLEXÃO 
Completamente em concreto armado, necessita de formas. Apresentam Contrafortes 
que são elementos de compressão que apoiam o muro para ele não fletir 
excessivamente. Não são auto-drenantes, logo necessitam elementos de drenagem, 
como: Dreno principal (tubo corrugado com furos, colocado na base do muro), barbacã 
(evita acúmulo de água nos drenos), dreno de areia (entre o solo e a estrutura para 
captar águas subterrâneas), manta geotêxtil (bidim, filtro), canaletas (no topo e na 
base, capta e evita o acúmulo de água nos drenos). 
 
CAPÍTULO VI – FUNDAÇÕES 
 
 A norma que que especifica o projeto e execução de fundações é a NBR 6122. Ela 
pode ser consultada em: 
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-
edificios/nbr-06122-1996-projeto-e-execucao-de-fundacoes 
 
Para que serve um elemento de fundação? 
É o elemento da estrutura encarregado de transmitir as cargas da edificação ao solo. 
 
Quais são os principais elementos de fundação utilizados? 
Blocos de fundação, sapatas, radiers, tubulões e estacas. 
 
Como se classificam os elementos de fundações? 
Esses elementos são divididos em fundações diretas/indiretas, superficiais (rasas) / 
profundas, pré-moldadas/ moldadas no local. 
Fundação direta: é aquela que predominantemente transfere os esforços de carga da 
estrutura para o solo através da sua base. Ex: Sapatas. 
Fundação Indireta: é aquela que predominantemente transfere os esforços de carga da 
estrutura para o solo através do atrito lateral, porém também pode ter ajuda da base. Ex: 
estacas. 
Fundação superficial: quando a base de fundação está a uma altura menor que 3m de 
profundidade abaixo do nível do solo. 
Fundação profunda: é quando a base da fundação estiver a no mínimo 3m abaixo do nível 
do solo, devendo a sua ponta ou base estar apoiada a uma profundidade superior ao dobro 
da sua menor dimensão em planta. 
Ex: uma sapata em planta de 2x2 m. A menor dimensão é 2m, ou seja, para ser considerada profunda, 
a base da sapata precisa estar a uma altura de 4m (o dobro de 2m) abaixo do nível do solo. Caso a 
base esteja a 3m abaixo do nível do solo por exemplo, essa sapata será considerada rasa. 
Pré-moldada: elemento chega na obra pronto. 
Moldado no local: concreto chega fresco na obra, sendo o elemento feito na hora. 
 
Resumo dessas classificações: 
 
Principais elementos de fundação: 
1) Blocos de fundação 
São elementos que transferem as cargas diretamente para o solo (fundação direta), podendo 
ser superficial ou profundo, porém na maioria das vezes é superficial. Nesse tipo de fundação, 
não é utilizada nenhum tipo de armadura, ou seja, todos os esforços são resistidos pelo 
concreto. Dessa forma, se trabalha com a geometria do bloco (deve ter uma altura elevada), 
para que este seja submetido apenas a esforços de compressão. Assim, a rigidez dessa 
fundação não é obtida por armadura, mas sim pela geometria do mesmo. Devido a essas 
características, não é possível que os blocos suportem muitas cargas, sendo muitas vezes 
necessário então o uso de sapatas (que levam armadura) como elementos de fundação. 
 
Técnica de construção: Faz- se a abertura de uma vala. O fundo da escavação deverá, ao final 
dos trabalhos, estar nivelado, sendo utilizado o método de apiloamento (compactação de 
material manual ou mecanicamente), com soquetes que pesem de 10 a 30 kg. O apiloamento 
não é feito com objetivo de aumentar a resistência do solo, mas sim compactar o material 
solto na escavação e uniformizar o fundo da vala. A seguir deve-se executar um lastro de 
concreto magro (baixo consumo de cimento) na espessura de 5cm, com objetivo de deixar 
uma área de trabalho limpa e homogênea para a transferência de cargas para o solo. Esse 
lastro é um material menos deformável do que o solo, porém mais que o concreto. Terminada 
essa fase, pode-se montar as formas, colocar travas e suspender a armadura do pilar e então 
lançar o concreto (muitas vezes se utiliza concreto ciclópico – que possui agregados maiores, 
a fim de preencher maior volume com agregado e diminuir o consumo de pasta de cimento, 
reduzindo o valor do concreto). Após o concreto endurecer, é só retirar as formas e preencherao redor com solo. 
Uso principal: estruturas com pequenas cargas. 
 
Nessa foto, pode-se ver o bloco pronto para a concretagem. As formas estão montadas e a 
armadura do pilar suspensa 
 
 
 
CUIDADOS COM GRANDES BLOCOS DE FUNDAÇÃO: grandes elementos de concreto podem 
apresentar fissuração devido ao gradiente térmico formado entre o meio e a superfície do 
bloco. Esse gradiente ocorre porque o calor provocado pela hidratação do cimento no centro 
do bloco não consegue ser dissipado, enquanto que a superfície do bloco consegue fazê-lo. 
Assim, a superfície ao esfriar passa a encolher, enquanto que no centro isso não ocorre, 
ocasionando então tensões de tração em toda a superfície do bloco. Se essa tensão for maior 
que a tensão de tração do concreto, ocorre então a fissuração. Usualmente, para que não 
haja problemas, esse gradiente não pode passar de 15º célsius. Para evitar esse problema há 
algumas alternativas: diminuir o percentual de cimento do concreto; diminuir a relação a/c, 
utilizando superplastificantes (isso aumenta a resistência a tração); utilizar cimentos com 
pozolanas ou escórias (CP IV). 
 
2) Sapatas 
São elementos capazes de transferir bastante carga para o solo, podendo ser isolada, de 
divisa ou associada. Além disso, possuem altura muito pequena em relação a base. 
 
Sapata isolada: quando a sapata suporta apenas um pilar, centrado no meio da mesma. 
Sapata de divisa: ocorre quando uma sapata está no limite com o terreno do vizinho e não 
pode ser construída por inteira, ou seja, passa a ter uma excentricidade. Dessa forma, essa 
passa a ter um momento e precisa ser amarrada a uma sapata adjacente, através de uma viga 
alavanca. Assim, toda sapata de divisa tem que ter alavancamento, para absorver o giro 
causado pela excentricidade. 
Sapata associada: Quando a sapata suporta a carga de mais de um pilar. 
 
Técnica de construção: a construção de sapatas é quase totalmente igual a de blocos de 
fundação, com duas grandes diferenças. A primeira é que será utilizado armadura e a segunda 
é que este elemento é feito com uma inclinação (para economizar concreto). Para fazer essa 
inclinação (geralmente 30º) não se usa formas, mas sim um concreto com slump bem baixo 
(6 ou 8 cm) de modo a se obter uma consistência plausível para fazer a inclinação. Vale 
lembrar ainda, da necessidade de espaçadores na armadura (usualmente espaçador roseta). 
Nessa foto é possível ver bem o que o professor fez em sala. É feita a forma embaixo (na 
base), então faz a inclinação com o concreto mais duro e depois se faz a forma ao redor da 
armadura do pilar, para que ele possa ser concretado. 
 
 
3) Radiers 
É uma laje de concreto armado, que transfere os esforços diretamente para o solo. 
Apesar de os radiers serem usualmente mais caros que as sapatas (pois utiliza mais 
concreto), são muitas vezes utilizados em locais com solo mole, ou em edifícios que 
possuem diferentes distribuições de cargas. Isso porque as sapatas produzem recalque, ao 
passe que os radiers não. Ainda, são utilizados em edifícios que não possuem cargas pontuais 
aplicadas na fundação, como por exemplo uma parede estrutural. Nesse caso não se tem 
um pilar levando os esforços até as fundações, mas sim toda uma parede. Assim, não 
tem como utilizar sapatas, pois estas não seriam capazes de absorver todas as cargas da 
parede. 
Técnica de construção: Utiliza-se a seguinte sequência de montagem: 
1.compactação e nivelamento do terreno; 
2. camada de areia nivelada ou lastro de concreto magro; 
3. camada de brita nº2 compactada; 
4. colocação da armadura (malha); 
5. sarrafos laterais; 
6. concretagem. 
Na foto, a estrutura de um radier. 
 
CAPÍTULO VII – LOCAÇÃO DE OBRA 
O que é a locação de uma obra? 
A locação da obra corresponde à operação de transferir para o terreno, na escala NATURAL, 
as medidas em planta baixa de um projeto elaborado em escala reduzida. Marcar ou locar a 
obra consiste em medir e assinalar no terreno a posição das fundações, paredes, colunas e 
outros detalhes fornecidos pelo projeto de arquitetura, marcando os principais pontos com 
piquetes. Antes de dar inícios as construções na obra, deve-se fazer a locação da mesma. 
 
Quais os requisitos para locar uma obra? 
1) Ter liberação da prefeitura para construir no espaço planejado. 
2) Ter todos os projetos da obra finalizados e em mãos. 
3) Estar com o terro limpo e nivelado. 
4) Os trabalhos de demolições e movimentação de terras devem estar concluídos. 
5) Ter definidos os locais de entrada e saída de veículos e pessoas da obra, além do 
local para armazenamento do material. 
6) Verificação dos limites reais do terreno. 
Quais os principais projetos para a locação da obra? 
1) Ter em mãos a planta de situação e implantação: na planta de situação se observa 
a localização do terreno no quarteirão e na planta de implantação a amarração de 
todo as partes do canteiro. 
2) Ter também a planta de fundações, para saber a dimensão dos pilares e dos 
elementos de fundação. 
3) Acesso a planta baixa para ter as dimensões e locação das paredes. 
Quais as ferramentas utilizadas para locar uma obra? 
Trena, linhas de nylon ou de arame, tábua e pontaletes de madeira, nível de bolha, nível de 
mangueira, prumo de pedreiro, esquadro, tinta pincel, martelos, pregos, e em obras maiores 
teodolitos. 
Por onde se inicia a locação da obra? 
Primeiramente, com a planta de implantação é preciso escolher um ponto de referência, que 
será utilizado como base de coordenadas x e y para locar os pontos da obra. Pode ser uma 
calçada ou um poste por exemplo. Caso não haja esse ponto ‘natural’ de referência, é então 
necessário que os pontos sejam cotados por um topógrafo. 
Quais os principais métodos de locação? 
1) Método de locação da tábua corrida ou gabarito: um gabarito de madeira com tábua 
e pontaletes é construído ao redor da obra, com cerca de 1m de afastamento da 
mesma. Para isso, faz-se uma medida a partir do ponto de referência e se coloca um 
primeiro pontalete. A seguir se estica um fio de nylon e a distâncias de 
aproximadamente cada 1,5m se coloca os outros pontaletes, de modo a circundar 
todo o perímetro da obra. Depois é só pregar as travessas nos pontaletes. Para saber 
se a estrutura está retinha, pode-se utilizar um esquadro, além de níveis de bolha 
ou de mangueira. É muito importante que esse gabarito não se mexa sob hipótese 
alguma, pois será tomado como referência para os eixos dos elementos da obra. 
Estando o gabarito pronto, se puxam linhas de nylon que passam pelo eixo das 
estruturas (pilares, fundações, paredes, etc). A seguir, ao saber onde passa o eixo de 
cada elemento (geralmente na intersecção de duas linhas), se usa um prumo de 
centro, que mostrará onde esse ponto bate no terreno. A seguir é só colocar um 
piquete com um prego, ou cal para indicar onde esse elemento será locado. 
 
2) Método de locação do cavalete: se assemelha ao método do gabarito, porém é um 
pouco mais simplificado. Nele, se usa cavaletes colocados em pontos estratégicos 
do projeto. O primeiro cavalete é colocado tomando medidas a partir do ponto de 
referência. A seguir coloca-se cavaletes nos quatro cantos da obra. A seguir é tudo 
feito da mesma forma que o método anterior. O método do cavalete é mais rápido 
e barato, sendo utilizado geralmente em obras menores. Para obras maiores 
geralmente se usa o método do gabarito. 
Cuidados a serem tomados nesses métodos: 
 Cuidar para não acumular erros de medição; 
 Utilizar materiais poucos deformáveis (nylon por exemplo pode se deformar); 
 Cuidar com o transporte perto do gabarito ou dos cavaletes, para não ter risco de 
mexer nessas estruturas.

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