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Apostila Adm Financeira

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Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
1 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
ALTA
ADMINISTRAÇAO
R H
FINANÇAS
PRODUÇÃO
MARKETING
P & D
COMPRAS
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A função financeira é quase tão antiga quanto o homem. A partir do momento 
em que começaram as trocas, iniciou-se a função financeira. Mesmo antes do 
surgimento da primeira moeda, já haviam ganhos e perdas nas trocas. Os povos 
utilizavam-se do escambo entre produtos como meio de pagamento. 
Finanças só foi reconhecida como ciência em função das conseqüências da 
Revolução Industrial (Séc. XVIII) e, mais precisamente, a partir do início do século XX. 
Isso não só mudou a escala em que as trocas vinham sendo efetuadas, como criou 
melhor controle sobre as operações com dinheiro. Com a Revolução Industrial, de um 
comércio de reis passamos a um comércio de massa. 
 Administração Financeira é um componente essencial não só do currículo 
escolar ou de um programa de treinamento profissional, mas em seu trabalho diário, 
não importa a posição. Finanças é importante e simples. 
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
2 
1 - O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
 Administrar um negócio, seja um modesto empreendimento ou uma grande 
sociedade anônima, envolve muitas funções diferentes. 
 Sem capital que atenda às necessidades da empresa, seja para financiar seu 
crescimento ou para atender às operações do dia-a-dia, não podemos desenvolver e 
testar novos produtos, criam campanhas de marketing, comprar alimentos, manter as 
atuais empresas ou abrir novas. O papel do administrador financeiro é assegurar que 
esse capital esteja disponível nos montantes adequados, no momento certo e no 
menor custo. Se isso não ocorrer, a empresa não sobreviverá. 
 A área de Finanças está muito mais complexa e avança a passos mais rápidos 
atualmente. Os mercados financeiros estão voláteis; as taxas de juros podem subir ou 
cair acentuadamente, num período de tempo muito curto. Essas mudanças afetam as 
decisões financeiras. Financiar projetos quando os juros estão a 14% é muito diferente 
de quando estão a 7%. Ademais, há hoje muito mais estratégias financeiras possíveis, 
e novos produtos financeiros surgem a todo instante. 
 Provavelmente, num horizonte de longo prazo, são as decisões de investimento 
de capital – isto é, a seleção de projetos visando ao crescimento da empresa – que 
causam um maior impacto no valor global da empresa. Se suas decisões de 
investimento de capital forem ruins, seu negócio não terá sucesso. 
 Por exemplo, nós avaliamos propostas de abertura de novos restaurantes, 
considerando um horizonte superior a vinte anos nos nossos cálculos de retorno sobre 
o investimento original e só aprovamos o projeto se este prometer uma rentabilidade 
acima de uma determinada taxa de retorno. Do contrário, ele não agregará nada ao 
nosso valor de longo prazo. Uma vez selecionados os projetos, passamos a escolher a 
melhor forma de financia-los. 
 
 
1.1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, ECONOMIA E CONTABILIDADE 
A Administração Financeira está intimamente ligada à Economia e à 
Contabilidade, já que se baseia amplamente em conceitos econômicos e aproveita 
certos dados da Contabilidade. 
 
A Administração Financeira e a Economia 
A importância da Economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e 
teoria financeira pode ser melhor descrita em função de suas áreas mais amplas - 
Macroeconomia e Microeconomia. A Macroeconomia estuda o ambiente global, 
institucional e internacional em que a empresa precisa operar, enquanto que a 
Microeconomia trata de determinação de estratégias operacionais ótimas para 
empresas ou indivíduos. 
Macroeconomia - estuda a estrutura institucional do sistema bancário, 
intermediários financeiros, o tesouro nacional e as políticas econômicas de que o 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
3 
governo federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica 
dentro da Economia. 
Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconômico, é importante 
que o administrador financeiro esteja ciente de sua estrutura institucional. Precisa 
também estar alerta para as conseqüências de diferentes níveis de atividade 
econômica e mudanças na política econômica que afetam seu próprio ambiente de 
decisão. 
Deve perceber as conseqüências de uma política monetária mais restritiva sobre 
a capacidade da empresa em obter recursos e gerar receitas. Precisa ainda conhecer 
as várias instituições financeiras e saber como estas operam, para poder avaliar os 
canais potenciais de investimento e financiamento. 
Microeconomia - fornece a base para a operação eficiente da empresa, visando 
definir as ações que permitirão à empresa obter sucesso. 
Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de 
maximização do lucro são extraídos da Teoria Microeconômica. Questões relativas à 
composição de fatores produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estratégias de 
determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias no nível 
microeconômico. 
A análise marginal (princípio econômico segundo o qual devem ser tomadas 
decisões financeiras e realizadas ações, somente quando os benefícios adicionais 
superarem os custos adicionais) é o princípio básico que se aplica em Administração 
Financeira - deve-se tomar decisões e adotar medidas quando as receitas marginais 
excederem os custos marginais. 
 
A Administração Financeira e Contabilidade 
Embora haja relação íntima entre essas funções, a função contábil é melhor 
visualizada como um insumo necessário à função financeira. Há duas diferenças 
básicas de perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade - uma se 
refere ao tratamento de fundos e a outra à tomada de decisão. 
Tratamento de Fundos - O Contador, cuja função básica é desenvolver e 
fornecer dados para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira 
e pagar impostos, difere do administrador financeiro na maneira como vê os fundos da 
empresa. O Contador, usando certos princípios padronizados e geralmente aceitos, 
prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas 
devem ser reconhecidas por ocasião das vendas, e as despesas, quando incorridas 
(regime de competência). 
O Administrador Financeiro está mais preocupado em manter a solvência da 
empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar suas obrigações 
e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da 
empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas, quando 
incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito e entradas e saídas 
de caixa. 
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
4 
Ex.: Cia. Gaúcha 
Demonstração do Resultado em 31/12 Demonstração do Fluxo de Caixa em 
31/12 
Receitas de Vendas $ 100.000,00 Entradas de Caixa $ 0,00 
(-) Despesas $ 80.000,00 (-) Saídas de Caixa $ 80.000,00 
Lucro Líquido $ 20.000,00 Fluxo de Caixa Líquido $ (80.000,00) 
 
Comparando as duas demonstrações, pode-se perceber que, enquanto sob o 
ponto de vista contábil a empresa é bastante lucrativa, de acordo com a ótica financeira 
é um fracasso. Sem entradas adequadas de caixa para saldar suas obrigações, a 
empresa não sobreviverá a despeito de seu nível de lucro. 
O administrador financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras de 
sua empresa para perceber problemas que estão surgindo ou já existem. 
Tomada de decisões - enquanto o Contador dedica-se à coleta e apresentação 
dos dados financeiros, o Administrador Financeiro desenvolve dados adicionais e tomadecisões com base em análises subseqüentes. 
 
Objetivos da Função Financeira 
O objetivo básico implícito nas decisões de administração financeira é a 
maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos ou 
instituições caracterizados como proprietários – acionistas ordinários, no caso 
de uma sociedade anônima. 
Entretanto, é feita uma ressalva: “a rentabilidade máxima, desde que não 
seja comprometida a liquidez da empresa”. 
 
O Papel da Administração Financeira na Empresa 
A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande parte, do 
tamanho da empresa. Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente 
realizada pelo departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, a 
importância da função financeira normalmente leva à criação de um departamento 
financeiro separado – uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao 
presidente da companhia, através de um vice-presidente de Finanças. 
Reportando ao vice-presidente de Finanças estão o tesoureiro e o controller. O 
tesoureiro geralmente é responsável por conduzir atividades financeiras, tais como a 
administração de caixa, a elaboração de planos e decisões sobre investimento de 
capital, administração das atividades de crédito e administração da carteira de 
investimentos. 
O controller geralmente conduz as atividades contábeis relacionadas com 
impostos, processamento de dados, contabilidade de custos e contabilidade financeira. 
 
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
5 
Meta da Administração Financeira 
Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em 
vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo 
risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. 
Assim, pode-se admitir que o objetivo primordial de cada empresa é o de 
maximizar o seu valor. Essa riqueza é representada pelo valor de mercado, ou 
seja, pelo preço que seria alcançado na venda dos direitos de participação no 
seu capital social, onde as decisões financeiras são orientadas para o aumento 
do valor de mercado da empresa. 
Stakeholders são grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, 
funcionários, governos, entidades representativas de classe e outros que 
possuem um vínculo econômico direto com a empresa. Exemplo: os empregados 
são remunerados pelo seu trabalho; os clientes compram os produtos da 
empresa; os fornecedores são pagos pelos materiais e serviços por eles 
fornecidos. 
Uma empresa atenta aos stakeholders evitará conscientemente medidas 
que possam ser prejudiciais a eles, ou seja, afetar sua riqueza, transferindo-a à 
empresa. 
 
A maximização do valor da empresa envolve os seguintes aspectos: 
1º) Perspectiva de longo prazo 
 A empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar 
investimentos em tecnologia, novos produtos etc. que poderão 
sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no 
futuro. 
2º) Valor do dinheiro no tempo 
 Os projetos de investimento envolvem fluxos de desembolsos e 
de entradas de caixa. Existem diversas técnicas para avaliar tais 
projetos e algumas delas transformam os fluxos futuros de caixa 
em valores atuais, através da aplicação de determinada taxa de 
desconto. Essa taxa de desconto deve refletir um custo de 
oportunidade dos recursos a serem investidos. Tal custo de 
oportunidade corresponde a uma taxa mínima de retorno 
exigida do projeto para que o valor de mercado da empresa não 
se altere. Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção 
dos projetos a serem implementados visará aumentar ou, pelo 
menos, manter o valor de mercado da empresa. 
3º) Retorno do capital próprio 
 Os acionistas esperam ser remunerados através de dividendos e, 
principalmente, pela valorização de suas ações. 
 A administração financeira deverá atender a essas expectativas. 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
6 
4º) Risco 
 O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco 
implica a expectativa de maior retorno. 
5º) Dividendos 
 Deve ser adotada uma política de distribuição regular de 
dividendos, independentemente das flutuações dos lucros, 
minimizando os efeitos negativos que possam afetar as cotações 
das ações. 
 A empresa não deve desapontar aqueles acionistas que apreciam 
receber dividendos periódicos. 
 
Áreas de Decisões Financeiras 
De forma bastante abrangente, podemos identificar quatro áreas de decisões 
financeiras: 
 decisões de investimento; 
 decisões de financiamento; 
 decisões de capital de giro e 
 decisões relativas à destinação do lucro. 
 
DECISÕES FINANCEIRAS NAS EMPRESAS E MERCADOS
BALANÇO PATRIMONIAL
DECISÕES DE 
FINANCIAMENTO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DECISÕES DE 
INVESTIMENTO
AS DECISÕES ESTRATÉGICASAS DECISÕES ESTRATÉGICASAS DECISÕES ESTRATÉGICAS
DECISÕES DE 
CAPITAL DE GIRO
ATIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL DE 
LONGO PRAZO
ATIVO PERMANENTE
EXIGÍVEL DE 
LONGO PRAZO
PASSIVO CIRCULANTE
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
7 
Decisões de Investimento 
Referem-se tanto à administração da estrutura do ativo quanto à implementação 
de novos projetos. 
A grande concorrência existente nas modernas economias de mercado 
obriga as empresas a se manterem tecnologicamente atualizadas. Nenhuma 
empresa pode sentir-se segura em uma boa posição conquistada, porque a 
qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e 
mais barato. 
Deste modo, as empresas são impelidas a desenvolverem continuamente 
novos projetos e a tomarem decisões sobre sua implantação. Normalmente isto 
significa a necessidade de vultosas somas adicionais de recursos e uma 
elevação no risco do empreendimento. 
 
Afinal, investimentos em novos ativos fixos têm efeitos prolongados sobre 
a vida da empresa e uma decisão inadequada poderá comprometer 
irremediavelmente o seu futuro. Além disso, tais investimentos geralmente 
implicam aumentos de aplicações de recursos no capital de giro. 
 
 
Decisões de Financiamento 
Enquanto as decisões de investimento envolvem importantes aspectos de 
natureza não financeira, as decisões de financiamento constituem 
responsabilidade exclusiva do administrador financeiro. 
As decisões de financiamento visam montar a estrutura financeira mais 
adequada às operações normais e aos novos projetos a serem implantados na 
empresa. 
As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à 
composição das fontes de recursos, como segue: 
 Qual deveria ser a proporção entre recursos permanentes e 
temporários? 
 Quanto de recursos próprios e quanto de financiamentos a longo 
prazo? 
 O reinvestimento de lucros seria suficiente para atender às 
necessidades de recursos próprios? 
 Qual seria o impacto dos custos financeiros provocados pelos 
financiamentos a longo prazo e pelos empréstimos a curto prazo? 
 Em vez de comprar ativos fixos, não deveríamos arrendá-los? 
 
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
8 
Decisões de Capital de Giro 
 Capital de Giro é o total de valores “circulantes” na empresa para sustentar suas 
operações (compras, produção, estocagem e vendas); são classificados no Ativo 
Circulante (investimentos correntes) e no Passivo Circulante (financiamentos 
correntes). 
 Se o saldo do CCL é muito elevado, o risco de iliquidez das operações diminui, 
mas também se reduz a capacidade de investimentos fixos da empresa, 
comprometendo sua lucratividade futura (médio/longo prazos). 
 
Destinação do Lucro 
O lucro obtido em cada exercício social representa a remuneração do 
investimento dos proprietáriosda empresa. Quanto desse lucro deveria ser 
distribuído aos acionistas e quanto seria retido para financiar a expansão dos 
negócios? Essa indagação revela que a política de distribuição de dividendos 
está diretamente relacionada com as decisões de financiamento. 
Distribuindo apenas uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará 
menos dependente das fontes onerosas de recursos e ampliará a participação 
do capital próprio na estrutura financeira. 
Quando a empresa pertence a reduzido número de pessoas, essas 
decisões são tomadas por consenso ou por imposição do sócio majoritário. A 
dificuldade surge quando existe grande número de acionistas e as ações são 
negociadas nas bolsas de valores. Neste caso, a política de dividendos estará 
orientada para a maximização das cotações, devendo basear-se na avaliação 
das expectativas do mercado acionário que são influenciadas por diversos 
fatores conjunturais. 
Uma empresa bem sucedida sempre terá novos planos de investimentos 
que implicam na necessidade de recursos adicionais. Parte dessas 
necessidades poderá ser atendida com a retenção de lucros e o restante terá de 
ser financiado através de outras fontes. 
 
 
1.2 – AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
1- Análise e Planejamento Financeiro - esta função envolve a transformação 
dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição 
financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e 
determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito. 
 
2- Administração da Estrutura de Ativo da Empresa - o Administrador 
Financeiro determina composição e os tipos de ativos encontrados no Balanço da 
empresa. A composição refere-se ao valor em dinheiro dos ativos circulantes e fixos. 
Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar 
certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também 
detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
9 
ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou 
substituídos. 
A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo 
simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras da empresa e a 
compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. 
 
3- Administração de sua Estrutura Financeira - esta função é relacionada com 
o lado direito do Balanço da empresa. Duas decisões importantes precisam ser feitas a 
respeito da estrutura financeira da empresa. 
Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e 
longo prazos precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto 
a lucratividade da empresa como sua liquidez global. 
Um segundo problema é saber quais as melhores fontes de financiamento a 
curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. 
Nas empresas de pequeno e médio portes, as atividades relac ionadas 
com a função financeira geralmente ficam sob a responsabilidade de um dos 
sócios. Não é raro essa pessoa acumular outras funções e relegar a área 
financeira a um segundo plano, preocupando-se basicamente com a 
administração das disponibilidades. 
 
 
Estrutura Organizacional Típica da Função Financeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Caixa e Bancos Contabilidade Geral e Custos 
 Contas a Pagar e Receber Elaboração e Controle Orçamentário 
 Investimentos Auditoria Interna 
 Fluxo de Caixa Relatórios Financeiros 
 Preparação de Relatórios Financeiros Análise Econômico-Financeira 
 Aplicações Financeiras Controle dos ativos fixos e seguros 
 
Diretor Financeiro 
 é o principal executivo da área financeira, reportando-se 
diretamente à Presidência; 
 formula a política financeira global da empresa e das suas 
subsidiárias; 
Diretor Financeiro 
Tesoureiro Controller 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
10 
 coordena as atividades do Tesoureiro e do Controller; 
 Representa a empresa: 
 perante os órgãos públicos e instituições ligadas ao mercado de 
capitais; 
 na assinatura de grandes contratos de compra, de venda, de 
financiamento etc. 
 
O Tesoureiro 
 desenvolve funções executivas (é um “homem de linha”); 
 mantém relações externas com banqueiros e outros credores; 
 administra os fluxos de recursos financeiros; 
 é responsável pela liquidez da empresa. 
 
 
O Controller 
 desenvolve funções de assessoria (é um “homem de staff”); 
 mantém relações internas, envolvendo-se com todas as áreas; 
 é o inspetor dos assuntos financeiros (não se confundindo com o 
auditor interno); 
 está constantemente preocupado com a rentabilidade. 
 
 
 
1.3 A FUNÇÃO FINANCEIRA DO FUTURO 
 
De acordo com a coluna “Gestão Esperta” da Revista Exame, os executivos financeiros 
terão um papel cada vez mais atuante no crescimento das empresas e, para isso, 
deverão ampliar suas atividades tradicionais. Os executivos acreditam que a sua área 
está se tornando mais importante nas seguintes atividades estratégicas: 
 
 agregar valor às análises de negócios; 
 
 gerenciar riscos e identificar oportunidades; 
 
 avaliar e medir a performance da empresa; 
 
 melhorar os processos financeiros fundamentais; 
 
 produzir análises que ajudem os acionistas a aumentar sua lucratividade; 
 
 elevar o resultado global da empresa; 
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
11 
 2. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 
Dentre as aplicações de fundos por uma empresa, uma parcela ponderável 
destina-se ao que, alternativamente, podemos chamar de ativos correntes, ativos 
circulantes, ou capital de giro. 
O Capital de Giro Líquido resulta da subtração de todos os compromissos a 
curto prazo da empresa para com fornecedores, funcionários, fisco etc., do total de 
itens que compõem o Capital de Giro Bruto, isto é, Disponibilidades + Investimentos 
Temporários + Contas a Receber + Estoques. 
Poderíamos dizer que os ativos correntes constituem o capital da empresa que 
circula até transformar-se em dinheiro dentro de um ciclo de operações. Em vista dessa 
formulação, o curto prazo como duração desse ciclo de operações realmente varia 
conforme a natureza das operações da empresa considerada. 
Ele é, na verdade, o tempo exigido para que uma aplicação de dinheiro em 
insumos variáveis gire inteiramente, desde a compra da matérias-primas e o 
pagamento de funcionários até o recebimento correspondente à venda do produto ou 
serviço proporcionado ao cliente, a partir do emprego de tais recursos. 
Para compreender melhor, temos a seguinte representação gráfica: 
ESTOQUE DE
MATÉRIA-PRIMA
CAIXA
VALORES 
A RECEBER
PRODUTOS
PRONTOS
VENDAS
À
VISTA
RECEBIMENTOS
DE CLIENTES
COMPRAS 
DE MATÉRIAS-
PRIMAS
VENDAS 
À PRAZO
PRODUÇÃO
CICLO DE CAIXA
 
 
 
2.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
 
Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro. Os ativos 
circulantes da empresa devem ser suficientemente consideráveis de modo a cobrir 
seus passivos circulantes, garantindo-se com isso a margem razoável de segurança. 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
12 
O objetivo da administração do capital de giro é administrar cada um dos ativos 
circulantes e passivos circulantes da empresa, de tal forma que um nível aceitável de 
capital circulante líquido seja mantido. 
A definição mais comum de Capital Circulante Líquido (CCL) é a diferença entre 
os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Se o ativo circulante 
exceder o passivo circulante da empresa,tem CCL. A maioria das empresas precisa 
operar com um certo montante de CCL, mas a quantidade exata depende muito do 
setor em que atuam. 
A aplicação do CCL (bem como outros índices de liquidez) para determinar a 
liquidez da firma baseia-se num fundamento teórico que estabelece que, quanto maior 
for a margem com a qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem as suas 
obrigações a curto prazo (passivos circulantes), maior será sua capacidade de pagar 
suas contas na data de vencimento. 
Embora os ativos circulantes não possam ser convertidos em caixa exatamente 
no momento desejado, quanto maior for o montante de ativos circulantes, será mais 
provável converter-se alguns ativos circulantes em caixa, para se pagar uma dívida na 
data de seu vencimento. 
É necessário um certo nível de CCL, já que quase todas as entradas e saídas de 
caixa não são perfeitamente sincronizadas. As saídas de caixa resultantes do 
pagamento de obrigações correntes são relativamente previsíveis. Em geral, no 
momento em que se incorre numa obrigação, fica-se sabendo quando as contas 
vencem. 
 
2.2 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 
 
A administração de caixa e títulos negociáveis é uma das áreas-chave da 
administração do capital de giro, já que ambos são os ativos mais líquidos da empresa 
e possibilitam pagar as contas no vencimento, reduzindo, assim, a crise de liquidez. 
Caixa é a moeda corrente à qual todos os ativos líquidos podem ser 
convertidos.
Item Jan Fev >>> Nov Dez
Recebimentos
Pagamentos
Fluxo de Caixa Líquido
Saldo de Caixa Inicial
Saldo de Caixa Final
Saldo de Caixa Mínimo
Financiamento Total Necessário
Excesso de Saldo de Caixa
ORÇAMENTO DE CAIXA
 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
13 
Títulos Negociáveis representam investimentos a curto prazo no mercado 
financeiro, que proporcionam juros, feitos pela empresa para obter retornos sobre 
recursos temporariamente ociosos. Quando uma empresa reconhece que um montante 
grande demais de caixa foi acumulado, ela muitas vezes converterá uma parte de caixa 
num título de renda fixa. Há inúmeros títulos de renda fixa altamente líquidos que 
possibilitam à empresa obter um lucro sobre seu caixa ocioso, sem sacrificar sua 
liquidez. 
As estratégias básicas que devem ser empregadas pela empresa na 
administração de seu caixa são: 
a) Retardar, tanto quanto possível, o pagamento de DPL sem prejudicar o 
conceito de crédito da empresa, aproveitando, porém, quaisquer descontos 
financeiros favoráveis; 
b) Girar os estoques com a maior rapidez possível, evitando faltas de estoques 
que podem resultar na interrupção da atividade da empresa; 
c) Receber o mais cedo possível as duplicatas a receber, sem perder vendas 
futuras, devido a técnicas rígidas demais de cobrança. Os descontos 
financeiros, se economicamente justificáveis, podem ser usados para realizar 
esse objetivo. 
COMPRAS VENDAS
ESTOQUES
CTAS A PAGAR CTAS A RECEBER
CICLO DE PRODUÇÃO
CICLO FINANCEIRO
MATÉRIA-PRIMA PROD. EM ELABORAÇÃO PROD. ACABADOS
CICLO FINACEIRO
 
 
Estratégias de Administração de Caixa 
a) Retardar o Pagamento de Duplicatas - Muito dependente da situação que 
envolve a negociação da empresa, esta estratégia só deve ser utilizada 
quando não for prejudicial ao conceito de crédito da empresa, pois embora 
possa parecer financeiramente atraente, ela levanta uma importante questão 
ética, uma vez que pode levar a empresa a violar um acordo com o 
fornecedor. 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
14 
b) Administração eficiente do estoque produção - outra maneira de minimizar a 
necessidade de caixa é aumentar o giro do estoque, podendo ser obtido das 
seguintes maneiras: 
- Aumentando o giro de matérias-primas = através de técnicas mais 
eficientes no controle de estoque, a empresa poderá aumentar seu giro 
de matérias-primas; 
- Diminuindo seu ciclo de produção = introduzindo melhor planejamento, 
programação e técnicas de controle da produção, a empresa pode 
diminuir a extensão do ciclo da produção. A redução no ciclo da 
produção acarretará um aumento no giro do estoque de produtos em 
fabricação; 
- Aumentando o giro de produtos acabados = a empresa pode aumentar 
o giro de seus produtos acabados, aperfeiçoando a previsão da 
demanda e o planejamento da produção, na tentativa de levar esta a 
coincidir com as previsões. Um controle mais eficiente do estoque de 
produtos acabados contribuirá para um giro de estoque mais rápido 
destes produtos. 
c) Aceleração do processo de recebimento - a empresa emprega dinheiro em 
duplicatas a receber, do mesmo modo que em estoque. Duplicatas a receber 
são um custo necessário para a empresa, já que a concessão de crédito a 
clientes é uma “ferramenta” de vendas. As políticas de crédito são os critérios 
da empresa usados para determinar a quem se deve conceder crédito; as 
políticas de cobrança determinam o esforço despendido pela empresa para 
receber prontamente as duplicatas a receber. As mudanças nas condições de 
crédito, nas políticas de crédito e nas políticas de cobrança podem ser 
usadas como recursos para diminuir o prazo médio de cobrança, enquanto 
mantém ou aumentam os lucros globais. 
 
Títulos Negociáveis 
Títulos negociáveis são instrumentos a curto prazo do mercado monetário, que 
podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Os títulos negociáveis são muitas vezes 
considerados parte dos ativos líquidos da empresa. 
Motivos para manter Títulos Negociáveis: Uma empresa deve tentar obter um 
retorno sobre recursos temporariamente ociosos. O tipo de título negociável que uma 
empresa compra dependerá muito do motivo da compra. Os motivos básicos incluem o 
motivo de transação, o motivo de precaução e o motivo de especulação. 
a) Motivo de transação - de modo a obter algum retorno sobre tais fundos, 
investe-se num título negociável com uma data de vencimento que coincida 
com a data exigida de pagamento de compromissos. 
b) Motivo de precaução - são usados como um anteparo de conta caixa. Esses 
títulos precisam ser de grande liquidez, já que são comprados com o dinheiro 
que será necessário algum dia. Por isso, protegem a empresa da 
possibilidade de não poder satisfazer as demandas inesperadas de caixa. 
c) Motivo de especulação - às vezes algumas empresas têm caixa em excesso 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
15 
e até que ela ache um destino adequado para esse dinheiro, ela o investe em 
certos tipos mais especulativos de títulos negociáveis. 
 
2.2.2 Fluxo de Caixa 
 
É o conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período 
orçamentário. Representa de forma dinâmica a situação financeira de uma empresa, 
considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações efetuadas. 
 
Objetivos do fluxo de caixa: 
a) Facilitar análise e cálculo na seleção das linhas de crédito a obter; 
b) Detectar antecipadamente as carências de recursos; 
c) Planejar desembolsos evitando acúmulo de compromissos vultosos em época de 
pouco encaixe; 
d) Quantificar os recursos próprios disponíveis para investimentos; 
e) Intercambiar os diversos departamentos com área financeira; 
f) Usar eficientemente/eficazmente recursos disponíveis; 
g) Financiar necessidades sazonais ou cíclicas da empresa; 
h) Prover recursos para expansões (planta, operacional, etc.). 
i) Manter determinado nível de caixa em função do capital de giro; 
j) Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para verificar sua conveniência; 
k) Aplicar os excedentes de caixa 
l) Programar convenientemente empréstimos ou financiamentos 
m) Projetar plano efetivo de resgate de débitos 
n) Integrar os controles financeiros da empresa. 
 
Causasda falta de recursos na empresa 
a) Expansão descontrolada de vendas (maiores compras) 
b) Insuficiência de capital próprio e utilização do capital de terceirosa. 
c) Ampliação exagerada do prazo de vendas. 
d) Compras de porte de caráter cíclico ou para reserva; 
e) Prazos de recebimentos e de pagamentos inadequados 
f) Rotação de estoques e produtos prontos lenta 
g) Ociosidade do capital fixo pela retração de mercado 
h) Distribuir lucros além das disponibilidades 
i) Altos custos financeiros pelo fluxo irregular de caixa. 
 
Alterações nos saldos de caixa por Fatores Externos: 
 declínio das vendas 
 expansão ou retração do mercado (alteração nos níveis normais de estoques e 
suas conseqüências em termos de desembolsos) 
 elevação do nível de preços (inflação) 
 concorrência 
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16 
 Alterações nas alíquotas de tributos 
 Inadimplência (controle rigoroso das duplicatas a receber em termos de valores 
e condições/forma de cobrança) 
 
 
Fatores Internos que afetam os saldos de caixa decorrem de decisões tomadas 
quanto às políticas de: 
 Produção (aquisição de máquinas, expansão da fábrica/linhas de produtos, 
manutenção do nível de produção em períodos de quedas de demanda e suas 
conseqüências). 
 Vendas (prazos de entrega e vencimento das duplicatas; propaganda, 
publicidade e promoção; comissões de vendas; descontos e abatimentos a 
conceder, etc.). 
 Distribuição (entrega própria ou transportadora, frete pago ou a pagar, rodovia, 
ferrovia, marítimo, aéreo, etc.) 
 Compras (Prazos obtidos x prazos concedidos; descontos concedidos pelo 
fornecedor em função de à vista/a prazo em relação à taxa de juros do mercado, 
etc.) 
 Pessoal (as contratações, dispensas e treinamento). 
 
 
 
As empresas equilibradas financeiramente caracterizam-se por: 
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17 
 
 Equilíbrio entre ingressos e desembolsos em termos de valor 
 Aumento do capital próprio em relação ao seu Custo. 
 Rentabilidade do capital empregado é satisfatória 
 Menor necessidade de capital de giro 
 tendência de aumento no índice de rotação de estoques 
 Prazos médios de recebimentos e de pagamentos estáveis 
 Inexiste imobilização excessiva 
 Não há falta de produtos prontos ou mercadorias para o atendimento das 
vendas; etc. 
 
Desequilíbrio Financeiro 
 
O Desequilíbrio Financeiro da empresa pode ser segregado em Sintomas, Causas e 
Conseqüências. 
 
Quanto aos Sintomas o administrador financeiro deve tentar aliviar os mesmos. São 
considerados sintomas do desequilíbrio financeiro: 
a) Insuficiência crônica de Caixa; 
b) Captação sistemática de recursos através de empréstimos; 
c) Sensação de esforço desmedido; 
d) Sensação de quebra repentina; 
e) Perda do controle empresarial. 
 
Quanto às causas, o administrador deve tentar eliminá-las. Ou seja, eliminar: 
a) Excesso de investimentos em estoques; 
b) Prazo Médio de recebimento é maior que o prazo médio de pagamentos; 
c) Excesso de imobilizações; 
d) Inflação monetária (eliminar?) 
e) Recessão econômica (eliminar?) 
 
Em termos de consequências (que devem ser evitadas), o desequilíbrio financeiro 
traz: 
a) Vulnerabilidade ante as flutuações de mercado; 
b) Atrasos nos pagamentos de dívidas; 
c) Tensões internas 
d) concordata ou falência. 
 
Para equilibrar financeiramente a empresa devem ser tomadas Medidas Saneadoras 
como: 
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18 
1. Aumento de capital próprio através da entrada de novos sócios ou do reinvestimento 
dos lucros; 
2. Redução do ritmo de atividade operacional; 
3. Adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis; 
4. Contenção dos custos e despesas operacionais; 
5. Desmobilização de recursos ociosos 
6. Planejamento e controle financeiros. 
 
 
2.3 ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER 
Na economia moderna a utilização do crédito tanto como método de venda e 
pagamento quanto sob a forma de arma de concorrência entre empresas é um dos 
mecanismos mais corriqueiros. 
A Administração Financeira de Contas a Receber preocupa-se com o crédito 
concedido aos compradores de produtos e serviços da empresa, e interage com a área 
de marketing, já que a política de crédito, compreendendo diretrizes e procedimentos 
de seleção de clientes, cobrança e descontos, constitui importante elemento para a 
consecução dos objetivos de venda, como instrumento de atração de procura para o 
que a empresa oferece no mercado. 
Contas Correntes - estamos tratando dos clientes permanentes da empresa 
que efetuam pagamentos periódicos. Nesta situação especial o problema da 
delimitação do prazo de crédito é resolvido pela não fixação de um período limitado. O 
prazo é indeterminado, em outras palavras. Aplica-se, como deve estar evidente, aos 
clientes sobre cujas compras a empresa acredita haver constância, regularidade e 
segurança. 
Crédito Parcelado – estamos nos referindo a vendas de acordo com planos de 
pagamentos diferentes, conforme auxiliem ou seja permitido à empresa pela procura 
dos seus produtos ou serviços não só em face da concorrência como pelas 
necessidades dos clientes e pelos custos de investimento em Contas a Receber. 
Contratos de Venda a Prazo e de Venda Condicional - são utilizados 
principalmente nas vendas de bens ou serviços previamente encomendados e de 
execução ou instalação demorada, com pagamentos parciais que podem ocorrer antes, 
durante e/ou após a execução ou instalação. Como se pode notar referem-se com mais 
propriedade a bens de capital e prédios, bem como a serviços de assessoria e 
consultoria. 
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19 
 
Fatores condicionantes do investimento em Contas a Receber 
Numa empresa qualquer, o volume de recursos “empatados” no saldo médio de 
Contas a Receber é afetado pelas seguintes variáveis ou fatores condicionantes: 
a) o volume de vendas a prazo; 
b) a proporção entre o custo direto do produto e o valor de venda faturado; 
c) a sazonalidade das vendas; 
d) as regras do ramo de atividade quanto a limites de crédito; 
e) as políticas de prazo de crédito da empresa; 
f) as políticas de desconto da empresa. 
A política de concessão de crédito envolve um equilíbrio entre os lucros nas 
vendas a prazo e o custo de manutenção de valores a receber adicionado aos 
possíveis prejuízos decorrentes de dívidas incobráveis. 
São elementos da administração financeira do contas a receber: 
 
a) a fixação de prazos para pagamentos pelos clientes (prazo de crédito); 
b) fixação de critérios para a aceitação (seleção) de clientes; 
c) estabelecimento de limites para a concessão de crédito, ou seja, os valores 
máximos financiáveis pela empresa a cada cliente; 
d) formulação da política de cobrança, incluindo métodos de cobrança 
(instrumentos, agressividade relativa etc); 
e) estabelecimento de descontos por pagamento antecipado, visando acelerar o 
recebimento de valores devidos pelos clientes da empresa. 
 
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20 
Políticas de Concessão de Crédito e Cobrança 
Políticas de Crédito 
Fundamentalmente a primeira questão a ser resolvida é quanto à fixação do 
prazo geral de crédito. Dado um volume geral de vendas a prazo, além da relação entre 
o custo direto e o preço unitário de venda, o prazo concedido determina não só a 
rotação do investimento em Contas a Receber, como também o valor aproximado 
desse investimento. É evidente que, quanto mais longo for o prazo concedido, maior 
tenderá a ser o investimento em Contas a Receber. 
 
Os parâmetros para as decisões de aceitação ou rejeiçãode clientes assumem a 
forma de padrões rígidos ou liberais. A relativa rigidez ou liberalidade dos padrões de 
concessão de crédito reflete a atitude da administração quanto ao risco que está 
disposta a assumir nesta área, mas não apenas isso. Tende também a ser afetada pelo 
estágio do ciclo econômico que esteja sendo atravessado e pela concorrência 
enfrentada. 
 
Política de Cobrança 
A finalidade da política de cobrança está refletida exatamente nessas 
observações: ela existe para que as vendas já efetuadas efetivamente transformem-se 
em recebimentos. 
Em princípio, é evidente que a empresa não deve gastar mais com o seu esforço 
de cobrança do que tem a receber. O que é realmente importante é considerar se os 
gastos com a cobrança produzem alguma contribuição igual ou superior em termos de 
perdas com devedores insolventes. 
Além disso, não deixa de haver uma certa relação entre vendas 
(conseqüentemente, lucros) e esforço de cobrança; na verdade, os esforços de 
cobrança não afetam apenas o volume extraído de um dado cliente mas as vendas 
futuras a esse cliente, bem como as cobranças de outros clientes. 
 
2.4 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 
Os estoques são ativos circulantes necessários que possibilitam o 
funcionamento dos processos de produção e vendas com um mínimo de distúrbio e, 
como as duplicatas a receber, representam um investimento significativo por parte da 
maioria das empresas. 
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21 
 
a) Tipos de Estoque: 
Os três tipos básicos de estoque são matérias-primas, produtos em 
elaboração e produtos acabados. O estoque de matérias-primas consiste de 
itens adquiridos pela empresa (geralmente, materiais básicos como parafusos, 
aço ou rebites) para uso na elaboração de seus produtos. Nos casos em que 
uma empresa fabrica produtos bastante complexos com inúmeros componentes, 
o estoque de matérias-primas pode consistir de itens já processados, que foram 
comprados de outras empresas ou transferidos de outra divisão da mesma 
empresa. O estoque de produtos em elaboração engloba todos os itens que 
estão passando pelo processo de produção. Eles são, em geral, produtos 
parcialmente acabados que estão em algum estágio intermediário de 
acabamento. O estoque de produtos acabados consiste de itens que foram 
produzidos, mas ainda não vendidos. 
 
b) Diferentes Pontos de Vista em Relação ao Nível de Estoques: 
Os executivos das áreas financeiras, de marketing, de produção e de 
compras de uma empresa normalmente têm pontos de vista divergentes quanto 
aos níveis adequados de estoque. Cada uma dessas áreas visualiza os níveis de 
estoque em função de seus próprios objetivos. A disposição geral do 
Administrador Financeiro é no sentido de manter os estoques em níveis baixos, 
assegurando-se de que o dinheiro da empresa não esteja investido 
inadequadamente em excesso de recursos. 
 
Estoques como um investimento 
O estoque é um investimento, no sentido de que exige o comprometimento de 
recursos que a empresa poderia aplicar em outras alternativas rentáveis. Em geral, 
quanto maiores forem os saldos médios dos estoques, maiores a quantia investida e os 
custos envolvidos e vice-versa. Ao avaliar alterações planejadas nos níveis de 
estoques, deve considerá-las do ponto de vista de custo / benefício. 
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22 
 
 
2.5 FONTES DE FINANCIAMENTO A CURTO PRAZO GARANTIDOS 
 
Um empréstimo a curto prazo com garantia é aquele pelo qual o credor exige 
alguns ativos como colaterais (qualquer ativo sobre os quais um credor passa a ter 
direito legal se o tomador falhar no cumprimento do contrato), geralmente duplicatas a 
receber ou estoques. O credor adquire o direito de uso do colateral mediante a 
execução de um contrato (contrato de garantia) firmado entre ele e a empresa 
tomadora. 
Uma cópia desse contrato é registrada em cartório público – geralmente um 
cartório de registro de títulos e documentos. O registro do contrato fornece aos futuros 
credores informações sobre quais ativos de um tomador potencial estão indisponíveis 
para serem usados como colateral. O registro em cartório protege o credor, 
estabelecendo legalmente seu direito sobre a garantia. 
 
a) Caução de Duplicatas a Receber - Uma caução de duplicatas é muitas vezes 
usada para garantir um empréstimo a curto prazo. Uma vez que as duplicatas 
apresentam normalmente bastante liquidez, são uma forma atraente de colateral. 
 
As duplicatas são normalmente caucionadas numa base seletiva. O credor 
potencial analisa os registros de pagamento passados das duplicatas com o objetivo de 
determinar quais as duplicatas representam colateral aceitável para empréstimos. 
Um segundo método é vincular todas as duplicatas da empresa. Esse tipo de 
contrato de alienação flutuante é normalmente usado quando a empresa possui muitas 
duplicatas que, em média, tem apenas um pequeno valor. Neste caso não se justificaria 
o custo de avaliar cada duplicata separadamente a fim de determinar se ela é aceitável. 
 
b) Factoring de Duplicatas a Receber - O factoring de Duplicatas a Receber envolve 
a venda direta de duplicatas a um capitalista (factor) ou outra instituição financeira. O 
factor é uma instituição financeira que compra duplicatas a receber de empresas. O 
factoring de duplicatas não envolve realmente um empréstimo a curto prazo, porém é 
semelhante ao empréstimo garantido por duplicatas. 
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23 
FACTORING
ADERENTE
(Fornecedor)
ADERENTE
(Fornecedor)
FACTORFACTOR DEVEDOR
(Cliente)
DEVEDOR
(Cliente)
AdiantamentoAdiantamento PagamentoPagamento
Cedência de CréditoCedência de Crédito
VendasVendas
 
Uso de Estoque como Colateral 
Nos ativos circulantes da empresa, o estoque é o colateral mais desejável após 
as duplicatas. Isto porque normalmente tem um valor de mercado maior do que seu 
valor contábil, que é usado para fixar seu valor como colateral. 
A característica mais importante do estoque a ser considerado como colateral 
para empréstimo é a sua negociabilidade, a qual deve ser analisada à luz de suas 
propriedades físicas. 
 
Empréstimos com Alienação 
Um credor poderá estar disposto a garantir um empréstimo com alienação de 
estoque, se uma empresa tiver um nível estável de estoque que consista num conjunto 
diversificado de mercadorias, e desde que cada item não tenha um valor muito alto. 
Empréstimos com alienação são muitas vezes exigidos pelos bancos comerciais 
como garantia extra, sem o que o empréstimo seria sem garantia. Eles podem ser 
obtidos também junto a financeiras. 
 
Empréstimos com Alienação Fiduciária 
Nestes casos o tomador recebe a mercadoria e o credor adianta algo em torno 
de 80 a 100% do valor de seu preço. O credor obtém uma alienação sobre os itens 
financiados, que contém uma listagem de cada item financiado, bem como sua 
descrição e número de série. O tomador fica liberado para vender a mercadoria, mas 
se responsabiliza por enviar ao credor o montante tomado em empréstimo para cada 
item, acrescido dos juros, imediatamente após a venda. O credor, então, libera a 
alienação respectiva. 
 
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24 
Empréstimos com Certificado de Armazenagem 
É um contrato pelo qual o credor, que poderá ser um banco ou uma financeira, 
assume o controle do colateral caucionado, que poderá ser estocado ou armazenado 
por um agente designado pelo credor. Após selecionar o colateral aceitável, o credor 
arrenda uma empresa armazenadora para tomar posse do estoque fisicamente. 
A empresa de armazenagem toma conta do estoque. Só mediante aprovação 
escrita do credor,pode-se liberar qualquer parcela do estoque garantido. 
 
FONTES DE FINANCIAMENTO 
 
2.6 EMPRÉSTIMOS 
Empréstimo a Longo Prazo pode ser caracterizado como dívida que tem 
maturidade superior a um ano. Empréstimos a longo prazo propiciam alavancagem 
financeira, sendo um componente desejável na estrutura de capital, desde que tenda a 
um menor custo de capital médio ponderado. De modo geral, o empréstimo a longo 
prazo de um negócio possui vencimento entre cinco e vinte anos. 
Inúmeras cláusulas padronizadas de empréstimos são incluídas nos contratos de 
empréstimo a longo prazo. Essas cláusulas especificam certos critérios a respeito de 
registros e relatórios contábeis satisfatórios, do pagamento de impostos e de 
manutenção geral do negócio por parte da empresa tomadora. As cláusulas 
padronizadas mais comuns são: 
a) Exige-se que o tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, de 
acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos; 
b) Exige-se que o tomador apresente periodicamente demonstrações 
financeiras auditadas, as quais são usadas pelo credor para monitorar a 
empresa e forçar o cumprimento do contrato de empréstimo; 
c) O tomador deve pagar os impostos e outras obrigações no vencimento; 
d) O credor exige que o tomador mantenha todas as suas instalações em bom 
estado, garantindo a continuidade de seu funcionamento. 
Além das cláusulas acita citadas, há as cláusulas restritivas, que mantém-se em 
vigor durante a vida do contrato de financiamento. As mais comuns são: 
a) Exige-se do tomador a manutenção de um nível mínimo de capital circulante 
líquido. 
b) Os tomadores são proibidos de vender contas a receber para gerar caixa, 
pois tal operação poderia causar um problema de caixa a longo prazo. 
c) A fim de evitar a liquidação de ativos devido ao pagamento de altos salários, 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
25 
o credor pode proibir ou limitar o aumento salarial de determinados 
funcionários. 
d) O credor pode incluir restrições administrativas, exigindo que o tomador 
mantenha certos funcionários-chaves, sem os quais o futuro da empresa 
seria incerto. 
Montante do Empréstimo 
O montante do empréstimo afeta de maneira inversa o custo dos juros sobre o 
empréstimo. Os custos de administração de empréstimos provavelmente decresçam, 
quanto maior for o montante do empréstimo. Por outro lado, o risco do credor aumenta, 
pois empréstimos maiores resultam em menor grau de diversificação. O montante do 
empréstimo que cada tomador procura obter precisa, portanto, ser avaliado para se 
determinar a relação custo líquido administrativo versus o seu risco. 
 
Risco Financeiro do Tomador 
Quanto maior a alavancagem operacional do tomador, maior o grau de risco 
operacional. Também, quanto maior o seu grau de endividamento ou o seu índice 
exigível a longo prazo, maior o seu risco financeiro. A preocupação do credor é com a 
capacidade do tomador para reembolsar o empréstimo solicitado. Essa avaliação global 
do risco operacional e financeiro do tomador, bem como informações sobre os padrões 
históricos de pagamentos, são usadas pelo credor, ao determinar a taxa de juros sobre 
qualquer empréstimo. 
 
 
3. ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS PERMANENTES 
 
3.1. DISPÊNDIO DE CAPITAL: AUTORIZAÇÃO, ORIGEM E TRÂMITES DE 
PROPOSTAS DE DISPÊNDIOS 
Uma vez que os investimentos a longo prazo representam desembolsos 
consideráveis de fundos que obrigam a empresa a seguir um determinado curso de 
ação, são necessários certos procedimentos para analisá-los e selecioná-los 
adequadamente. Deve-se dar atenção à mensuração dos fluxos de caixa relevantes e à 
aplicação de técnicas apropriadas de decisão. Com o passar do tempo, os ativos 
permanentes podem ficar obsoletos ou precisar de reparos; nesses casos, decisões 
financeiras também podem ser necessárias. 
 
Orçamento de Capital 
É o processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos a longo prazo, 
que sejam coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus 
proprietários. As empresas costumam fazer uma série de investimentos a longo prazo, 
mas o investimento mais comum em uma empresa industrial é em ativos imobilizados, 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
26 
os quais incluem imóveis, instalações e equipamentos. Esses ativos muitas vezes são 
denominados de ativos rentáveis, porque geralmente fornecem a base para a geração 
de lucro e valor à empresa. 
 
Razões para o Dispêndio de Capital 
Dispêndio de Capital é um desembolso de fundos feito pela empresa, com a 
expectativa de gerar benefícios após um ano (Ex.: aquisição de equipamentos para 
produção). Dispêndio corrente é um desembolso que resulta em benefícios obtidos em 
prazo inferior a um ano (Ex.: campanhas publicitárias de promoções temporárias). 
Desembolsos efetuados em ativos imobilizados são dispêndios de capital, mas nem 
todos os dispêndios de capital são classificados como ativos imobilizados. 
Um desembolso de $ 60.000,00 em propaganda, a qual gera benefícios em um 
longo período também é um dispêndio de capital. Contudo, um dispêndio com 
propaganda raramente seria registrado como ativo imobilizado nos balanços da 
empresa. 
Os dispêndios de capital são feitos por muitas razões. Os motivos básicos para 
dispêndios de capital são: 
a) Expansão: o motivo mais comum para fazer dispêndio de capital é expandir o 
nível de operações (usualmente através da aquisição de ativos imobilizados). 
Uma empresa em crescimento acha muitas vezes necessário adquirir novos 
ativos imobilizados rapidamente; às vezes, isso inclui a compra de infra-
estrutura adicional, como imóveis e instalações fabris; 
b) Substituição: à medida que o crescimento da empresa diminui e ela atinge a 
maturidade, a maior parte de seus dispêndios de capital será para substituir 
ou renovar ativos obsoletos ou gastos. Toda vez que uma máquina precisa 
ser consertada, é preciso avaliar o desembolso exigido para seu reparo em 
relação ao desembolso que seria necessário para substituir a máquina e aos 
benefícios de sua substituição (Ex.: atualização de softwares, manutenções 
preventivas com consumo de peças etc.); 
c) Modernização: é freqüente uma alternativa à substituição. A modernização 
pode incluir a reconstrução, o recondicionamento ou a adaptação de uma 
máquina ou das instalações existentes (Ex.: instalações elétricas, de ar 
condicionado, reconstrução de aeronaves etc.); 
d) Outras Finalidades: Alguns dispêndios de capital não resultam na aquisição 
ou transformação de ativos imobilizados tangíveis constantes do balanço 
patrimonial da empresa; antes, envolvem um comprometimento de recursos 
a longo prazo, na expectativa de um retorno futuro. Tais dispêndios incluem 
gastos com propaganda, pesquisa e desenvolvimento, serviços de 
consultoria à administração e novos produtos. 
 
Tipos de Projetos de Investimentos de Capital 
 Independentes: concorrem entre si na disputa de um montante limitado de 
recursos. Serão selecionados aqueles que economicamente forem mais atraentes. 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
27 
Mutuamente Excludentes: são aqueles que possuem a mesma finalidade ou 
atendem ao mesmo objetivo. A aprovação de um eliminará automaticamente os 
demais. 
Colidentes: também são mutuamente excludentes, embora tenham objetivos 
diferentes. 
Contingentes: são as que dependem da aprovação de outras ou cujos 
resultados são afetados por outros projetos. 
As propostas de gastos de capital envolvem: 
 a) Benefícios não monetários que são apreciados subjetivamente; 
b) Aspectos monetários que devem ser mensurados tecnicamente; 
c) Riscos que precisam ser avaliados da melhorforma possível. 
 
 
Taxa Mínima de Atratividade de Investimento: 
Taxa Mínima de Atratividade: A taxa de retorno que a empresa precisa obter 
obre os seus projetos de investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações 
e atrair os recursos necessários para a empresa. 
Custo de capital: Preço que a empresa paga pelos fundos obtidos junto as suas 
fontes de capital. 
Custo de oportunidade: valor de custo decorrente da opção de investimento, 
ou seja, gasto para atender a uma melhor opção de investimento em detrimento de 
outro custo de capital. 
 
 
Dinâmica da Taxa Mínima de Atratividade (TMA) 
1) - Risco do negócio/risco operacional: é o risco que a empresa corre de ser 
incapaz de cobrir os custos operacionais - supõe-se que não se altere. Essa premissa 
significa que a aceitação de um determinado projeto pela empresa mantêm sua 
capacidade de saldar os custos operacionais inalterada. 
2) - Risco financeiro - é o risco que a empresa corre de ser incapaz de cumprir 
com os compromissos financeiros exigidos (juros, pagamento de empréstimos, 
dividendos de ações preferenciais) - supõe-se que não se altere. Essa premissa 
significa que os projetos são financiados de tal forma que a capacidade da empresa 
para saldar os custos financeiros exigidos mantenha-se inalterada. 
 
 
Etapas do Processo de Orçamento de Capital 
 O processo de orçamento de capital consiste em cinco etapas distintas, porém 
interrelacionadas. Começa com a geração de propostas. É seguido pela avaliação e 
análise, tomada de decisão, implementação e acompanhamento. 
a) Geração de Propostas: As propostas para dispêndios de capital são 
elaboradas por todos os níveis da organização, com vários objetivos: redução 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
28 
de custos, maximização das receitas, resultados e implementação de novos 
projetos. Para estimular um fluxo de idéias que possa resultar em benefícios, 
muitas empresas oferecem prêmios em dinheiro aos empregados cujas 
propostas sejam adotadas. As propostas de dispêndio de capital 
normalmente vão da pessoa que as elabora a um revisor que está em um 
nível superior na empresa; 
b) Avaliação e Análise: As propostas são formalmente avaliadas para se 
assegurar de que elas são apropriadas tendo em vista os objetivos e planos 
globais da empresa e, o mais importante, para verificação de sua validade 
econômica. Os custos e benefícios propostos são estimados e então 
convertidos em uma série de fluxos de caixa relevantes, aos quais várias 
técnicas de orçamento de capital são aplicadas para aferir o mérito do 
investimento associado ao potencial desembolso. Além disso, os vários 
aspectos de risco inerentes à proposta são incorporados à análise econômica 
ou classificados e agregados às mensurações econômicas; 
c) Tomada de Decisão: A magnitude do desembolso, em valores monetários, e 
a importância do dispêndio de capital determinam em qual nível hierárquico 
da organização a decisão será tomada. As empresas normalmente delegam 
autoridade, no que se refere a dispêndios de capital, com base em certos 
limites monetários. Geralmente, o conselho de administração reserva-se o 
direito de tomar as decisões finais sobre dispêndios de capital que exigem 
comprometimentos de recursos acima de um certo valor, delegando 
autoridade nos casos de dispêndios menores a outros níveis organizacionais. 
d) Implementação: Uma vez que uma proposta tenha sido aprovada e os fundos 
necessários estejam disponíveis, inicia-se a fase de implementação através 
dos cronogramas de obras e desembolso de capital. Nos casos de 
desembolsos pequenos, a implementação é questão de rotina; o dispêndio é 
feito, e o pagamento é efetuado. Quando se trata de dispêndios elevados, 
um controle maior é exigido, com o objetivo de se assegurar que o que foi 
proposto e aprovado seja adquirido aos custos orçados; 
e) Acompanhamento: Envolve a monitoração dos resultados durante a fase 
operacional do projeto. A comparação dos resultados reais, em termos de 
custos e benefícios, com os valores estimados, bem como com projetos de 
investimentos anteriores é vital. Quando os resultados reais diferem dos 
resultados projetados, ações devem ser tomadas, visando o corte de custos, 
à melhoria dos benefícios, ou até mesmo a suspensão do projeto. 
 
 
Fluxo de Caixa de Projetos de Investimentos de Capital 
Fluxo de Caixa: Caixa gerado pela empresa e pago aos credores e acionistas. 
Pode ser classificado em: fluxo operacional, de investimento, de financiamento e 
incremental. 
Fluxo de Caixa Operacional: lucro antes de juros e depreciação menos 
impostos. Mede o montante de dinheiro gerado pelas operações, ignorando os 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
29 
gastos de investimentos ou as necessidades de capital de giro ou diretamente 
relacionados à produção e venda dos produtos e serviços da empresa. 
Fluxo de Caixa de Investimentos: fluxo de caixa associado com a compra e 
venda de ativos imobilizados e participações societárias. 
Fluxo de Caixa de Financiamentos: fluxo de caixa resultante de operações de 
empréstimos e capital próprio. Inclui a obtenção e a quitação de empréstimos, entradas 
de caixa por venda de ações e saídas de caixa por recompra de ações ou pagamento 
de dividendos em dinheiro. 
Fluxo de Caixa Incremental: fluxo de caixa obtido com o resultado de novos 
projetos, que compreende as saídas líquidas de caixa ou investimento líquido e 
entradas líquidas de caixa ou benefícios monetários líquidos. 
 
Critérios para Montagem de Fluxo de Caixa Incremental: 
Na nova proposta não devem ser computadas as perdas sofridas com um 
projeto fracassado que seria por ela substituído, uma vez que tais perdas decorreram 
de decisões anteriores. 
Se a proposta envolver a utilização de um bem atualmente ocioso (por exemplo, 
terreno ou galpão industrial), deve-se considerar o valor de mercado correspondente 
como parte do investimento. 
No lançamento de um novo produto que concorrerá com outros produtos 
tradicionais da empresa deve-se abater das receitas de vendas do novo produto as 
quedas previstas nas vendas dos produtos antigos devidas à referida concorrência 
interna. 
Os acréscimos de desembolsos com despesas operacionais devem ser 
subtraídos das entradas de caixas adicionais. 
Os recursos da venda de ativos fixos a serem substituídos com a implementação 
da proposta devem ser abatidos dos desembolsos projetados com as novas aquisições. 
Do mesmo modo deve ser subtraído o valor residual dos novos ativos fixos (no final da 
vida útil do projeto). 
 
 
 
3.2. TÉCNICAS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL: RISCO E INCERTEZA 
Por causa de diversos fatores fora do controle da administração da empresa, os 
retornos prometidos por um projeto de investimento estão sujeitos a incerteza: 
modificação de tecnologia, surgimento ou desaparecimento de novos concorrentes ou 
produtos complementares ou substitutos, o comportamento da economia nacional e 
internacional, mudanças de política governamental de controle de preços ou de custos 
de insumos utilizados etc. Simplesmente, não se pode dizer com certeza que em um 
dado período, por exemplo, as vendas do produto alcançarão exatamente $ 
500.000,00. 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
30 
Costuma-se dizer que se passa de uma situação de incerteza a uma situação de 
risco quando se pode fazer estimativas das probabilidades de ocorrência de 
determinados eventos (fluxos de caixa, por exemplo). De qualquer modo, o que é 
importante é que na comparação de dois ou mais projetos de investimento, projetos 
com o mesmo retorno esperado poderão ser distinguidos, pelo administrador financeiro, 
em função da dispersão dos fluxos de caixa em tornodos valores esperados. 
Porém, existem métodos para avaliar propostas de investimento de capital as 
quais auxiliam no processo de tomada de decisão. 
 
 
3.2.1. Períodos de Recuperação do Investimento (Payback) 
Sendo talvez o método mais simples de avaliação, o período de Payback é 
definido como sendo aquele número de anos ou meses, dependendo da escala 
utilizada, necessários para que o desembolso correspondente ao investimento inicial 
seja recuperado, ou ainda, igualado e superado pelas entradas líquidas acumuladas. 
A empresa deverá ter um padrão de aceitação que, neste caso, tenderá a ser 
um prazo limite. Em outras palavras, uma regra de decisão poderá ser: “aceitar e 
executar todos os projetos que recuperem o investimento inicial em, no máximo, três 
anos”. 
 
Exemplifiquemos um caso fictício: 
Empresa XPTO - Fluxo de Caixa Acumulado 
ANO FLUXOS DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS DE CAIXA ACUMULADOS 
0 (-) $ 180.000,00 (-) $ 180.000,00 
1 + $ 25.400,00 (-) $ 154.600,00 
2 + $ 57.900,00 (-) $ 96.700,00 
3 + $ 129.400,00 + $ 32.700,00 
4 + $ 96.900,00 + $ 129.600,00 
5 + $ 126.400,00 + $ 256.000,00 
SOMA + $ 436.000,00 
 
Verifique-se, portanto, que o projeto seria aceito, pois até o fim do terceiro ano o 
fluxo acumulado seria positivo. Note-se, ainda, que ele supera o investimento inicial 
durante o terceiro ano. Admitindo-se de que as entradas líquidas ocorram de maneira 
uniforme durante o terceiro ano, teríamos uma estimativa mais exata do período de 
recuperação, a saber: 
 
ano) 0,75(ou meses 8,96 
129.400,00 R$
meses 12 x 96.700,00 R$
 Período 
 
 
Portanto, a recuperação do investimento completar-se-ia em, aproximadamente, 
2 anos e 9 meses. 
Caso a administração da empresa desejasse introduzir a noção de risco ao 
avaliar esse projeto, uma possibilidade seria fixar um limite de variação entre o período 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
31 
payback calculado e o prazo limite fixado. Digamos que a administração estabelecesse 
que a margem de risco seria de 20% do prazo calculado. Então: 
Se 1,2 (prazo calculado) for maior ou igual ao prazo limite, o projeto deverá ser 
aceito, caso contrário, deverá ser rejeitado. 
No citado exemplo, obteremos 1,2 x 2,75 anos = 3,30 anos; isso significa que os 
dois períodos estão excessivamente próximos para o gosto da empresa. Ou seja, uma 
variação real de entradas e/ou saídas conduzindo a um aumento do prazo efetivo, 
tornaria o projeto inaceitável. Já uma empresa cujo limite de variação do prazo 
calculado fosse de 5% aceitaria o projeto. 
Algumas objeções básicas costumam ser feitas ao método do período de 
recuperação do investimento. Uma delas, talvez a principal, já foi apresentada: o 
método não leva em conta a distribuição dos fluxos de caixa no tempo dentro do 
próprio período calculado. 
Além disso, o método não se interessa pelos fluxos que ocorrem após a 
recuperação do investimento, não proporcionando assim uma visão do projeto como 
um todo. 
Entretanto, o método pode ter alguma utilidade quando a empresa preocupa-se 
mais com a velocidade de retorno do investimento ou com a exigência de dispor de 
certos montantes em datas nas quais devam ser feitos alguns pagamentos importantes, 
ou seja, quando há uma preocupação maior com os efeitos do projeto sobre a liquidez 
da empresa. 
 
 
3.2.2. Taxas Médias de Retorno 
Neste caso, ainda sem levar em conta o conceito de valor do dinheiro no tempo 
(ou seja, não é um método de fluxo de caixa descontado), temos um método que exige 
o cumprimento das seguintes etapas: 
a) determinação do fluxo líquido médio por período, dividindo-se o fluxo líquido 
total do projeto pelo seu número de períodos; 
b) divisão do fluxo líquido médio, pelo investimento exigido. O resultado será 
uma porcentagem - a taxa média de retorno – indicando, aproximadamente, 
que x% do investimento retornam à empresa por ano ou período. 
Mais uma vez é indispensável a comparação a um padrão. Digamos que no caso 
ilustrativo ele seja de 35% a.a.. A tabela a seguir apresenta o cálculo da taxa média de 
retorno desse caso ilustrativo. 
 
 (*) Fluxo Líquido Total (tab. anterior) (A) $ 436.000,00 
Número de anos (B) 5 anos 
Fluxo líquido Médio (C) = (A) / (B) (C) $ 87.200,00 
Investimento Exigido (D) $ 180.000,00 
Taxa Média de Retorno (E) = (C) / (D) (E) 48,44% a.a. 
(*) Considerando os fluxos acumulados, ou seja, $ 25.400,00 + $ 57.900,00 + $ 129.400,00 + $ 96.900,00 
+ $ 126.400,00 = $ 436.000,00 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
32 
 
O padrão de 35% a.a. fixado pela empresa exigiria um retorno líquido médio de 
$ 63.000,00 ao ano. O fluxo efetivamente calculado segundo as previsões do projeto é 
de $ 87.200,00 ao ano, levando a uma taxa de retorno de 48,44% a.a.; assim, o projeto 
deveria ser aceito. 
As observações feitas em relação ao período de payback, a título de limitações e 
deficiências, são válidas no caso da taxa média de retorno. Pode ser excetuada, 
porém, a observação relativa à visão do projeto como um todo, pois esse problema 
existente no método anterior deixa de ser encontrado em função do cálculo do retorno 
médio, que abrange o número total de períodos. 
Entretanto, surge neste caso um outro tipo de problema. Embora saibamos que 
a taxa corresponda a uma média, poderíamos ser levados à impressão errônea de que 
como a taxa é de praticamente 50% a.a. o investimento é recuperado em cerca de dois 
anos, o que não é verdade, pelo próprio fluxo de caixa elaborado. Aliás, o cálculo do 
período de payback indicou qual seria o prazo efetivo de recuperação. 
Com a determinação do fluxo líquido médio, este método ignora a distribuição 
efetiva dos componentes do fluxo total dentro do período do projeto. 
 A fórmula para se calcular a Taxa Média de Retorno é a seguinte: 
 
Exigido toInvestimen
Médio Líquido Fluxo
 TMR 
 
 
 
3.2.3. Valor Atual Líquido (ou Valor Presente Líquido) 
Este é o primeiro dos métodos de fluxo de caixa descontado que iremos 
apresentar. Como já foi dito, estes métodos são superiores aos anteriores porque 
levam em consideração tanto a magnitude dos fluxos previstos para cada período 
quanto a sua distribuição efetiva durante o projeto analisado. 
Estes métodos procuram expressar os fluxos do projeto em termos de valores 
monetários de uma mesma data, ou mais especificamente, a data de início do projeto 
ou de análise, o “momento atual”, e daí serem esses fluxos transformados em “valores 
atuais”. 
Esse procedimento exige um fator para descontar os fluxos futuros. Deve ser 
usada, assim, uma taxa de desconto que corresponda à nossa noção de custo de 
capital. 
Portanto, o método de valor atual líquido envolve o cumprimento das seguintes 
etapas: 
a) depois de montada a série de fluxos de caixa do projeto, escolher uma taxa 
de desconto (conhecida também como custo de oportunidade ou custo de 
capital). Digamos que o custo de capital da nossa empresa fictícia fosse 25% 
a.a.. Em outras palavras, se os seus recursos não forem aplicados com um 
retorno pelo menos igual a esse índice, os proprietários da empresa 
conseguirão maior rentabilidade aplicando em outras alternativas de 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
33 
investimento fora da empresa e, no caso específico, a empresa deverá 
rejeitar a possibilidade de executar o projeto; 
b) com essa taxa de desconto, transformar os fluxos futuros de caixa em valores 
atuais, segundo a fórmula 1 / (1 + i) 
n 
 onde “i” é a taxa de desconto, e “n” é 
o número de períodos ao final dos quais ocorreum certo fluxo de caixa. 
Esses valores acham-se calculados e tabelados em qualquer livro de 
matemática financeira. Evidentemente, aqueles fluxos que já estiverem 
previstos para o ano zero já estarão expressos em termos de valor atual. Isto 
ocorre, no nosso exemplo, com o investimento de $ 180.000,00. Aliás, a 
própria fórmula do fator de valor atual indica-nos isso: 
 
Valor atual de $ 180.000,00, a 25% a.a., no ano zero: 
180.000,00 1 x 180.000,00 
0,25) (1
1
 x 180.000,00
o


 
 
c) comparar o valor atual das entradas ao valor atual das saídas. Se a diferença 
(o valor atual líquido) for positivo, o projeto deverá ser aceito, pois esse 
resultado estará indicando que a taxa (interna) de retorno (que veremos mais 
adiante), é superior ao custo de capital de 25% a.a., depois do IR. Em caso 
contrário, o projeto deverá ser rejeitado. 
 
 
Na tabela a seguir, apresentamos o cálculo do valor atual líquido de um projeto, 
à taxa de 25% ao ano. 
 
 
Empresa “X” 
Ano Fluxo de Caixa 
Fator de Valor Atual a 
25% a.a. 
Valor Atual do Fluxo 
a 25% a.a. 
0 (-) $ 180.000,00 1,0000 (-) $ 180.000,00 
1 + $ 25.400,00 0,8000 + $ 20.320,00 
2 + $ 57.900,00 0,6400 + $ 37.056,00 
3 + $ 129.400,00 0,5120 + $ 66.252,80 
4 + $ 96.900,00 0,4096 + $ 39.690,24 
5 + $ 126.400,00 0,3277 + $ 41.418,75 
Valor Atual Líquido + $ 24.737,79 
 
Com os resultados obtidos, o projeto deve ser aceito, pois o valor atual líquido é 
positivo. 
Em resumo, o Valor Atual Líquido é obtido subtraindo-se o valor atual das 
saídas, do valor atual das entradas de caixa. 
 
n
n
n
2
n
1
i) (1
Rec
 ... 
i) (1
Rec
 
i) (1
Rec
 toInvestimen - VPL






 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
34 
 Entretanto, o método do valor atual líquido não pode ser diretamente aplicado 
em dois casos, exigindo uma adaptação específica, sempre com base na noção de 
fluxo de caixa descontado. Esses casos envolvem a comparação de dois projetos 
alternativos; dois projetos podem ser alternativos, quando, em se tomando uma decisão 
de ser aceito um projeto, o outro deve ser rejeitado porque a sua rentabilidade 
estimada é menor. 
 
Critério de decisão: 
 Quando o VPL é usado para tomar decisões do tipo “aceitar / rejeitar”, adota-se 
o seguinte critério: 
- Se o VPL for maior que zero, aceita-se o projeto, pois a empresa obterá um 
retorno maior do que seu custo de capital. Com isto, estaria aumentando o 
valor de mercado da empresa e, conseqüentemente, a riqueza dos seus 
proprietários; 
- Se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto. 
 
IL = 1 VPL = 0 
IL > 1 VPL > 0 
IL < 1 VPL < 0 
 
 
3.2.4. Índice de Lucratividade (ou Índice Benefício Custo) 
Este método adiciona ao cálculo do valor atual líquido um denominador comum 
representativo do tamanho de dois ou mais projetos que sejamos obrigados a 
comparar. 
No exemplo citado anteriormente, a empresa havia realizado um investimento 
(saídas iniciais totais) avaliado em $ 180.000,00 (valor atual) e o valor atual das 
entradas era de $ 204.737,79, produzindo um valor atual líquido de $ 24.737,79. 
A esse projeto estávamos interessados em comparar um segundo projeto, de 
natureza e finalidade completamente diferentes, para o qual tínhamos o valor atual de 
saídas igual a $ 10.000,00, e o valor atual líquido igual a $ 2.500,00. Portanto, o valor 
atual das entradas desse projeto seria de $ 12.500,00. 
O índice de lucratividade é simplesmente o quociente entre o valor atual das 
entradas e o das saídas: 
 
Saídas das AtualValor 
Entradas das AtualValor 
 adeLucrativid de Índice 
 
 
Comparando-se os dois projetos, temos: 
Projeto “A”) 
1,1374 
180.000,00
204.817,00

 
 
Projeto “B”) 
1,2500 
10.000,00
12.500,00

 
Administração Financeira – Rodrigo Dullius 
 
35 
 
Nestas circunstâncias e admitindo-se que somente um dos projetos deva ser 
aceito, esse deverá ser o projeto “B”. 
Se IL >1  Aceitar o Projeto 
Se IL < 1  Rejeitar o Projeto 
toInvestimen
i) (1
Rec
 ... 
i) (1
Rec
 
i) (1
Rec
 IBCou IL
n
n
n
2
n
1





 
 
ou 
 
toInvestimen
VPL toInvestimen
 IBCou IL

 
 
 
 
 
 
3.2.5. Taxa Interna de Retorno 
A TIR nada mais é do que a taxa de desconto que iguala o valor atual líquido 
dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, a taxa que faz com que o 
valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas. 
Para fins de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada à taxa que representa 
o custo de capital da empresa e o projeto só deverá ser aceito quando a sua taxa 
interna de retorno superar o custo de capital, significando que as aplicações da 
empresa estarão rendendo mais do que o custo dos recursos usados na entidade como 
um todo. 
O processo de cálculo é o mesmo empregado no método do valor atual líquido, 
por tentativa e erro, a diferentes taxas, até ser obtida uma aproximação daquela que 
torna o valor atual líquido igual a zero. Este método não tem os mesmos problemas 
mencionados em relação ao método do valor atual líquido, mas pressupõe que os 
fluxos de entrada de cada período sejam reaplicados à taxa interna de retorno 
calculada. 
Voltando ao exemplo anterior da empresa “X”, já determinamos o valor atual 
líquido a 25% a.a., e obtivemos $ 24.737,79. Precisamos chegar a $ 0,00. 
 
Cálculo da TIR da empresa “X”. 
TAXA DE DESCONTO VALOR ATUAL LÍQUIDO 
20% + $ 53.786,91 
25% + $ 24.737,79 
30% + $ 667,89 
35% (-) $ 19.459,61 
40% (-) $ 36.432,91 
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36 
 
A tabela acima demonstra que o valor atual líquido passa por zero entre as taxas 
de 30% a 35% a.a.. 
 
Tomemos então a taxa de 31% a.a.. O valor atual líquido é de - $ 3.644,69. A 
partir deste ponto, como os valores podem não estar tabelados, podemos fazer uma 
aproximação linear da taxa interna de retorno: 
 
 31 % $ 3.644,69 
 30 % $ 667,89 
 1 % $ 4.312,58 -3.644,69 0 667,89 
 
 4.312,58 
 
X = 3.644,69 = 0,85 
 4.312,58 
 
Portanto, a taxa interna de retorno é 31,00 - 0,85 = 30,15% a.a., superior ao 
custo de capital de 25% a.a.; o projeto deve ser aceito. 
 
 
 
Exemplo 2: 
 
O lançamento de um sabonete líquido deverá ter sucesso, pois atenderá à 
expectativa de novidades do mercado de cosméticos. Os estudos de mercado, de 
produção e de engenharia, permitiram definir o fluxo de caixa do projeto de 
investimento após os impostos, registrados no DFC da figura seguinte, onde os valores 
monetários se referem a milhares ($ 000). Pede-se verificar se este projeto de 
investimento de capital deve ser aceito, aplicando o método da TIR, considerando que 
o custo de capital é igual a 10% a.a. 
 
 250 
 350 420 500 750 750 800 
 750 
 
 0 1 2 3 4 5 6 7 
 
 
 2.500 
 
Solução: 
Na expressão seguinte: 
 
0 = - 2.500.000 + 350.000 + 450.000 + 500.000 + .... + 750.000 + 250.000 
 (1 + k*)
1 
(1 + k*)
2 
(1

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