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a diferença de pressão de vapor. Algumas aplicações de extração: • Recuperação de penicilina do caldo de fermentação pela extração com solvente como butil acetato, por exemplo; • Recuperação de ácido acético de soluções aquosas diluídas (ver propriedades físicas na tabela abaixo) Componente Temp. Ebulição (°C) Ácido acético 118 Água 100 Éter isopropílico 69 • Refino de petróleo: A maior aplicação da extração concentra-se na separação de produtos oriundos do petróleo que apresentam diferentes estruturas químicas e a mesma faixa de temperatura de ebulição, como por exemplo: óleos lubrificantes (Tb >300°C) são tratados com solventes polares com baixa temp. de ebulição como: fenol, furfural ou metil pirrolidona para extração de aromáticos, deixando no óleo componentes parafínicos e naftênicos; • Recuperação de óleo de líquidos residuais no processamento mecânico. Equipamentos para extração Os equipamentos para a extração podem operar em batelada ou contínua. Uma determinada quantidade de líquido (soluto + líquido diluente) é misturada convenientemente com o solvente extrator, como ilustra esquematicamente a Figura 1 a seguir. Figura 1- Esquema simplificado de uma unidade simples de extração batelada. Fase líquida I: diluente+soluto+solvente Fase líquida II: diluente+soluto+solvente 22 Figura 2− Torre spray como bico para a distribuição (A) do líquido leve ou light. Extrato: Fase líquida constituída, predominantemente, pelo solvente + soluto, ou de outra forma, a fase para onde o soluto se transferiu (usualmente é fase mais leve) Refinado: Fase líquida de onde se extraiu o soluto (usualmente é fase mais pesada) Geralmente vários estágios de extração são necessários para uma determinada separação; então pode-se utilizar misturadores e tanques de separação/decantação com fluxos contracorrentes como ilustra a Figura 3: Figura 3− Sistema de extração com misturadores e decantadores. 23 Equilíbrio líquido-líquido para misturas ternárias As coordenadas do triângulo eqüilátero são utilizadas para representar dados de equilíbrio para um sistema com três componentes, uma vez que precisamos de três eixos. O diagrama é a representação gráfica que mostra que os componentes A (solvente) e B (diluente) e C (soluto). A Figura 3 ilustra as coordenadas do diagrama triangular. 1) triângulo eqüilátero: Figura 3- Coordenadas do diagrama triangular. Características do diagrama ternário ou triangular: a) vértices do triângulo: componentes puros (A, B ou C) b) lados do triângulo: mistura binárias (A+B, A+C ou C+B) c) qualquer ponto no interior do digrama ternário: mistura ternária (A+B+C) Como determinar as composições do ponto genérico M ??? Traçar linhas paralelas ao lado oposto dos vértices do triângulo, passando pelo ponto M. A B Cx x x 0,40 0,20 0,40 1,0+ + = + + = (ver Figura anterior) A Figura 4 a seguir, mostra a curva ou envelope que divide região monofásica da região com duas fases. Mistura original representada pelo ponto M, após agitação, se separa em duas fases a e b e estão em equilíbrio. A linha de amarração, equilíbrio ou tie line passa por M a e b. O ponto P é denominado de plait point Exemplos: Methyl isobutyl ketone (A) Water (B) Acetone (C) Water (A) Chloroform (B) Acetone (C) Figura 4− Diagrama de equilíbrio líquido-líquido para os componentes A e B parcialmente miscíveis em C. Características da Figura 4: 24 a: composição da fase extrato (rica em A) em equilíbrio com b b: composição da fase refinado (rica em B) em equilíbrio com a aMb: linha de equilíbrio ou amarração que passa por M ponto P: plait point igualdade das composições das fases extrato e refinado 2) triângulo retângulo: (ver Figura 5 a seguir) Figura 5− Diagrama de equilíbrio (triângulo retângulo). Características da Figura 5: a: composição da fase extrato (rica em C) em equilíbrio com b b: composição da fase refinado (rica em B) em equilíbrio com a aMb: linha de equilíbrio ou amarração que passa por M ponto P: plait point igualdade das composições das fases extrato e refinado Exemplos: Sistema 1: Acetona + metil isobutil cetona (MIK) + água à 25 °C, ver Figura 6 a seguir. diluente: água; soluto: acetona e solvente extrator: MIK. Figura 6- Sistema acetona, MIK e água à 25C. 25 Sistema 2: Anilina + n-heptano + metilciclohexano (MCH) à 25 °C, ver Figura 7 a seguir. diluente: n-heptano; soluto: MCH: solvente extrator: analina Figura 7− Sistema anilina, n-heptano e MCH à 25 °C Exercício Provão 2003 De modo a evitar danos ao meio ambiente, um efluente contendo inicialmente 30% e massa de acetona e 70% de água é submetido a um processo de extração com metil isobutil cetona (MIBK). A mistura produzida apresenta 20% de acetona, 47% de água e 33% de MIBK. a) Calcule a fração de acetona recuperada no extrato, considerando-se um único estágio de equilíbrio. b) O que você recomenda para reduzir o teor de acetona no refinado? Solução: Localização do ponto M no diagrama ternário 2H Ox 0,4= acetonax 0,20= 337 e MIBKx 0,= 26 linha de amarração que ponto M (linha contínua não precisa interpolar) e localiza os pontos a e b composição do ponto a (extrato): 0,25 de acetona; 0,71 de MIK e 0,04 de água composição do ponto b (refinado): 0,15 de acetona; 0,04 de MIK e 0,82 de água Fração de acetona no extrato: 25% (pequena recuperação) a relação entre as quantidades de Solvente puro (S) e solução F (30% de acetona 70% de água) pode ser obtida pela regra da alavanca: S MF 2,9 0,5 F SM 5,8 = = = . Para reduzir a o teor de acetona no refinado, o ponto M deve descer um pouco ou devemos aumentar a quantidade de solvente extrator na mistura. Como funciona essa Regra da Alavanca (arm rule) Balanços matéria no extrator simples: Global: (a) V L M+ = Componente A: (b) A A AV y L x M x+ = M MComponente C: (c) C C CV y L x M x+ = Combinado as Eqs. (a) e (b), teremos: A A AM A L y x V x x −= − M (d) 27 Combinado as Eqs. (a) e (c), teremos: C CM CM C y xL V x x −= − (f) Igualando as Eqs. (d) e (f) teremos: C CM A AM CM C AM A y xL y V x x x x − −= =− − x (g) Assim, L, V e M estão alinhados numa LINHA RETA. Utilizando propriedades de semelhança de triângulos retângulos, teremos: ( ) ( ) L kg seg(VM) V kg seg(LM) = Extração líquido-líquido em estágios com fluxos contracorrentes Considerando N extratores com fluxos contracorrentes como ilustra a Figura 8 a seguir: Figura 8− Sistema de extração com estágios e fluxos contracorrentes. Definições preliminares relevantes: V = taxa mássica ou volumétrica de extrato (soluto+diluente+solvente) L = taxa mássica ou volumétrica de refinado (soluto+diluente+solvente) Ay = fração mássica ou volumétrica de soluto (A) no extrato Ax = fração mássica ou volumétrica de soluto (A) no refinado A Linha de Operação para a bateria de extratores é obtida de forma clássica, balanço material nos n primeiros estágios de equilíbrio: i) global: 28 (1) n 1 a a nV L V+ + = + L ii) para o soluto: a a a ann 1 n n 1 n 1 V y L xL y x V V+ + + ⎛ ⎞ −= +⎜ ⎟⎝ ⎠ (2) Na extração líquido-líquido: b nL L L≤ ≤ a a e b n 1V V V+≤ ≤ Procedimento de McCabe-Thiele para obter o número Ideal (N) de estágios (ver Figura 9): Do diagrama ternário de equilíbrio: Acetona + metil isobutil cetona (MIK) + água à 25 °C Figura 9− Diagrama McCabe-Thiele para a extração. Exemplo: Planta de extração com fluxos contracorrentes para extração: A acetona (A) deve ser extraída de uma solução aquosa utilizando meti isobutil cetona (MIK) como solvente extrator