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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 740.099 SÃO PAULO

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 740.099 SÃO PAULO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
RECTE.(S) :ALUMBRA PRODUTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS 
LTDA 
ADV.(A/S) :MIGUEL CALMON MARATA E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
DECISÃO
AGRAVO EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 
EXCUÇÃO FISCAL. OFERTA DE 
PRECATÓRIO COMO GARANTIA. 
MATÉRIA INFRACONSTICIONAL. 
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 
AGRAVO AO QUAL SE NEGA 
SEGUIMENTO.
Relatório
1. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso 
extraordinário interposto com base no art. 102, inc. II, alínea a, da 
Constituição da República.
O recurso extraordinário foi interposto contra o seguinte julgado do 
Superior Tribunal de Justiça:
“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
PENHORA DE PRECATÓRIO. RECUSA DA FAZENDA 
EXEQUENTE. POSSIBILIDADE. DESOBEDIÊNCIA À ORDEM 
LEGAL. 
1. É cediço nesta Corte que os créditos decorrentes de precatório 
judicial são penhoráveis. Contudo, podem ser recusados pela 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3786480.
ARE 740099 / SP 
exequente nas hipóteses previstas no art. 656 do CPC ou nos arts. 11 e 
15 da Lei n. 6.830/80, em razão de desobediência da ordem legal.
2. A Fazenda Pública não é obrigada a aceitar bens nomeados a 
penhora fora da ordem legal, uma vez que, não obstante o princípio da 
menor onerosidade ao devedor, a execução é feita no interesse do 
credor, nos termos do art. 612 do CPC.
3. Agravo regimental não provido”.
2. A Agravante alega que o Tribunal de origem teria contrariado as 
Emendas Constitucionais ns. 30/2000 e 62/2009 e o art. 5º, inc. LV da 
Constituição da República.
Sustenta que, “neste caso especifico, a possibilidade de indicar bens pelo 
artigo 9º e 11 da LEF deve ser interpretada sob o mando das ECs 30/00 e 62/09, 
que equipararam precatório a dinheiro, sendo legítima a cessão, até mesmo 
porque a ordem preferencial do artigo 11 da LEF deve ser harmoniosa com o 
disposto no artigo 620 do CPC, o qual restou igualmente violado” (grifos no 
original).
Argumenta que “o precatório equivale a dinheiro, não se olvidando do 
princípio da hierarquia das leis, o que impõe a aplicação imediata da norma 
constitucional. E a atual EC n.º 62/09, por seus artigos 5º e 6º, deixa claro que as 
cessões e a compensação foram convalidadas, portanto, não há justificativa para o 
Superior Tribunal de Justiça rejeitar os precatórios vencidos como garantia, sob 
pena de desobediência constitucional”.
3. O recurso extraordinário foi inadmitido pelo Superior Tribunal de 
Justiça ao fundamento de inexistência de ofensa direta à Constituição da 
República.
Examinados os elementos havidos nos autos, DECIDO.
4. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n. 
12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra decisão que inadmitiu 
2 
Supremo Tribunal Federal
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ARE 740099 / SP 
recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a 
necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso.
Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja 
decisão se terá, então, na sequência, se for o caso, exame do recurso 
extraordinário.
5. Razão jurídica não assiste à Agravante.
6. O que se põe em debate neste recurso é se, na execução fiscal, a 
indicação de precatório à penhora, pelas causas previstas no art. 656 do 
Código de Processo Civil ou por desobediência à ordem prevista no art. 
11 da Lei de Execução Fiscal, não pode ser recusada pela Fazenda Pública 
credora.
Este Supremo Tribunal assentou que a discussão sobre a matéria é 
infraconstitucional, pelo que incabível o recurso extraordinário:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. 
NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA. RECUSA DO CRÉDITO 
DE PRECATÓRIO. FUNDAMENTO 
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL 
INDIRETA. REEXAME DE PROVA. SÚMULA N. 279 DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO 
QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 782.952-AgR, de minha 
relatoria, Segunda Turma, DJ 21.11.2012).
“EMENTA Embargos de declaração no recurso extraordinário 
com agravo. Conversão dos embargos declaratórios em agravo 
regimental. Execução fiscal. Penhora. Precatório. Recusa. Ordem legal 
de nomeação. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. 
Precedentes. 1. Embargos de declaração recebidos como agravo 
regimental. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o exame de 
ofensa reflexa à Constituição Federal e a análise de legislação 
3 
Supremo Tribunal Federal
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ARE 740099 / SP 
infraconstitucional. Incidência da Súmula nº 636/STF. 3. Agravo 
regimental não provido” (ARE 655.712-ED, Relator o Ministro 
Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 26.10.2012).
“Embargos de declaração no agravo regimental no recurso 
extraordinário com agravo. 2. Execução fiscal. Discussão acerca da 
nomeação e/ou recusa de bens à penhora. Precatório. Matéria 
infraconstitucional. Precedentes. 3. Embargos protelatórios. Imposição 
de multa. 4. Embargos de declaração rejeitados” (ARE 664.466-AgR-
ED, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 
6.5.2013).
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. NOMEAÇÃO À 
PENHORA DE PRECATÓRIOS. RECUSA DA FAZENDA 
PÚBLICA. OBSERVÂNCIA À ORDEM DE PREFERÊNCIAS 
ESTABELECIDA NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL. MATÉRIA 
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. AGRAVO 
IMPROVIDO. I – A discussão acerca da possibilidade de a Fazenda 
Pública recusar a nomeação de precatórios à penhora, em razão da 
desobediência à ordem de preferências estabelecida na legislação 
processual de regência (CPC e Lei 6.830/1980), restringe-se ao âmbito 
infraconstitucional. II – Agravo regimental improvido” (ARE 
694.229-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, 
Segunda Turma, Dje 24.9.2012).
A alegação de contrariedade ao art. 5º, inc. LV, da Constituição da 
República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional (na 
espécie vertente, Código de Processo Civil e Lei n. 6.830/1980), não 
viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional 
seria indireta. 
7. Ainda que se considere o advento da Emenda Constitucional n. 
62/2009, como sugerido pela Agravante, na assentada de 14.3.2013, o 
Plenário deste Supremo Tribunal declarou inconstitucionais os §§ 9º e 10º 
do art. 100 da Constituição da República, os quais cuidavam da 
4 
Supremo Tribunal Federal
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ARE 740099 / SP 
compensação de precatórios com débitos fiscais:“Em conclusão, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente 
procedente pedido formulado em ações diretas, propostas pelo 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e pela 
Confederação Nacional das Indústrias - CNI, para declarar a 
inconstitucionalidade: a) da expressão “na data de expedição do 
precatório”, contida no § 2º do art. 100 da CF; b) dos §§ 9º e 10 do 
art. 100 da CF; c) da expressão “índice oficial de remuneração básica 
da caderneta de poupança”, constante do § 12 do art. 100 da CF, do 
inciso II do § 1º e do § 16, ambos do art. 97 do ADCT; d) do fraseado 
“independentemente de sua natureza”, inserido no § 12 do art. 100 da 
CF, para que aos precatórios de natureza tributária se apliquem os 
mesmos juros de mora incidentes sobre o crédito tributário; e) por 
arrastamento, do art. 5º da Lei 11.960/2009; e f) do § 15 do art. 100 da 
CF e de todo o art. 97 do ADCT (especificamente o caput e os §§ 1º, 
2º, 4º, 6º, 8º, 9º, 14 e 15, sendo os demais por arrastamento ou 
reverberação normativa) — v. Informativos 631, 643 e 697. ADI 
4357/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz 
Fux, 13 e 14.3.2013. (ADI-4357)” (Informativo STF n. 698, grifos 
nossos). 
Não há, pois, nada a prover quanto às alegações da Agravante.
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II, alínea 
a, do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n. 12.322/2010, e 
art. 21, § 1º do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).
Publique-se.
Brasília, 7 de maio de 2013.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora 
5 
Supremo Tribunal Federal
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