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Antidepressivos FACULDADE DA CIDADE DO SALVADOR CURSO: PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOFARMACOLOGIA PROF.ª ANGELITA PEIXOTO � O transtorno depressivo afeta de 3 a 11% da população ao ano, acomete duas a três vezes mais sexo feminino, exerce considerável impacto econômico devido ao prejuízo funcional associado e Considerações Iniciais econômico devido ao prejuízo funcional associado e custos com o tratamento. (TENG e DEMETRIO, 2011) � O humor deprimido e perda de interesse são manifestações clínicas imprescindíveis ao diagnóstico segundo os sistemas de classificação – DSM-IV e CID-10.* Outros sintomas, não essenciais são incluídos Considerações Iniciais � Outros sintomas, não essenciais são incluídos nesses sistemas de classificação: alteração de apetite, mudança no padrão de sono, redução da capacidade em se concentrar, fatigabilidade, planejamento suicida, ideias de culpa e inutilidade.* *(TENG e DEMETRIO, 2011) Considerações Iniciais O DSM-IV adiciona agitação ou retardo psicomotor, enquanto a CID- 10 inclui autoestima e autoconfiança reduzidas como complementos aos critérios mencionados.*mencionados.* A etiologia dos transtornos depressivos ainda não está bem estabelecida. Teorias mais aceitas associam fatores biológicos, hereditários e ambientais.* *(TENG e DEMETRIO, 2011) Antidepressivos: Introdução � Nas últimas cinco décadas, a psicofarmacologia da depressão evoluiu muito e rapidamente. Os primeiros antidepressivos – os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monaminoxidase (IMAOs) – foram descobertos através da observação clínica. (MORENO, MORENO e SOARES, 1999) � A nova geração de antidepressivos é constituída por medicamentos que agem em um único neurotransmissor (como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou de noradrenalina) ourecaptação de serotonina ou de noradrenalina) ou em múltiplos neurotransmissores/ receptores. (MORENO, MORENO e SOARES, 1999) Usos de antidepressivos � Anorexia Nervosa � Ansiedade/pânico � Bulimia � Cataplexia/narcolepsia � Déficit de atenção/hiperatividade � Distúrbio obsessivo compulsivo � Distúrbio do pânico� Distúrbio do pânico � Distúrbio do estresse pós- traumático � Enurese � Enxaqueca (profilaxia) � Parar de Fumar � Náusea com quimioterapia � Dor crônica � Urticária *(MORENO, MORENO e SOARES, 1999) Antidepressivos: Classificação Os antidepressivos podem ser classificados de acordo com a estrutura química ou as propriedades farmacológicas. (MORENO, 1999) Todos os antidepressivos conhecidos afetam aTodos os antidepressivos conhecidos afetam a neurotransmissão de monoaminas. (LIBERMAN e TASMAN, 2008) MONOAMINAS Fonte:http://proavirtualg15.pbworks.com/w/page/18665830/fatores%20 neuroqu%C3%ADmicos%20(neurotransmissores%20cerebrais) Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=153 Classificação dos principais antidepressivos: � Inibidores da monoamina oxidase (IMAO) � Antidepressivo Tricíclico (ADT)� Antidepressivo Tricíclico (ADT) � Inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) � Inibidores seletivos da recaptura de noradrenalina (ISRN) � Inibidor seletivo da recaptura de 5-HT/NE � Inibidores da recaptura de dopamina Inibidores de monoaminoxidase -IMAO � Mecanismo de ação Os IMAOs inibem a atividade da monoaminoxidase, resultando na redução da degradação da dopamina, serotonina,degradação da dopamina, serotonina, noradrenalina na sinapse, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis para liberação e neurotransmissão sináptica. � Os primeiros compostos utilizados clinicamente atuavam como inibidores irreversíveis. (GRAEFF, GUIMARÃES, 2012) � Exemplos: Tranilcipromina e a fenelzina O uso dos IMAOs ficava comprometido em função do Inibidores de monoaminoxidase -IMAO � O uso dos IMAOs ficava comprometido em função do risco da interação com tiramina e o risco de crises hipertensivas potencialmente fatais. (MORENO, MORENO e SOARES, 1999) Alimentos ricos em tiramina http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/confira-11-itens-comuns-que-podem-causar- dor-de-cabeca,dd38649804e27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html Inibidores de monoaminoxidase -IMAO � Em geral, a tiramina ingerida é degradada pela MAO, presente de forma abundante nas paredes intestinais e no fígado. No entanto, a inibição da enzima impede essa degradação, e a grande quantidade de tiramina que atinge a circulação sistêmica pode causar aque atinge a circulação sistêmica pode causar a reação de “queijo e vinho”, com a ativação do sistema simpático, e o aparecimento de crises hipertensivas. (GRAEFF, GUIMARÃES, 2012) Fonte: http://neuromed92.blogspot.com.br/2011/01/inibidores-das-enzimas-mao.html � A moclobemida é o principal medicamento disponível com a ação seletiva de inibição reversível de MAO-A, com eficácia comparável a todos os tipos de antidepressivos convencionais. (TENG e DEMETRIO, 2011) Inibidores de monoaminoxidase -IMAO (TENG e DEMETRIO, 2011) Inibidores de monoaminoxidase -IMAO Farmacocinética, segundo (MORENO, MORENO e SOARES, 1999): � Os IMAOs são bem absorvidos pelo trato� Os IMAOs são bem absorvidos pelo trato gastrointestinal � Inicio da ação: entre 7 a 10 dias � Efeito terapêutico pleno: pode levar de 4 a 8 semanas Inibidores de monoaminoxidase -IMAO Nome Químico Nome Comercial Tranilcipromina Parnate, StelaparTranilcipromina Parnate, Stelapar Moclobemida Aurorix Selegilina Elepril, Jumexil http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=209 Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) O mecanismo de ação � Os ADT bloqueiam a recaptura de serotonina, noradrenalina e, em menor grau, dopamina. Além disso, bloqueiam receptores colinérgicos muscarínicos, histaminérgicos H1 e alfa 1muscarínicos, histaminérgicos H1 e alfa 1 adrenérgicos. � A ação antidepressiva parece estar relacionada ao bloqueio da recaptura de serotonina e noradrenalina. (TENG e DEMETRIO, 2011) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) http://neuromed87.blogspot.com.br/2008/05/antidepressivos-e-seus-mecanismos-de-ao.html Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) � Mecanismo de ação Embora eficazes, suas ações não-seletivas nos receptores colinérgicos, histaminérgicos e adrenérgicos pré-sináptico resultam em umaadrenérgicos pré-sináptico resultam em uma série de efeitos colaterais. (LIBERMAN e TASMAN, 2008) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Mecanismo de ação Bloqueio alfa 1 adrenérgicos (hipotensão ortostática, tontura)ortostática, tontura) Ações anticolinérgicas (boca seca, visão borrada, retenção urinária e constipação) Bloqueio histaminérgico (sedação e ganho de peso). (TENG e DEMETRIO, 2011) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Farmacocinética � Meia-vida de 10 a 40 horas � São absorvidos pelo intestino delgado, alcançando o� São absorvidos pelo intestino delgado, alcançando o pico de nível plasmático entre 2 a 6 horas após a administração oral. � Possuem um índice terapêutico relativamente estreito existe um risco significativo de toxicidade com níveis sanguíneos de apenas 2 a 6 vezes o nível terapêutico. (LIBERMAN e TASMAN, 2008) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Alguns exemplos desses antidepressivos são: imipramina, clomipramina e nortriptilina, amitriptilina. Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) � Devido sua ação em vários receptores não envolvidos diretamente com a sintomatologia depressiva: a imipramina, amitriptilina, nortriptilina são consideradas drogas nãonortriptilina são consideradas drogas não seletivas. (AGUIAR, et al. 2011) Inibidores seletivos de recaptura de serotonina Desenvolvidos a partir dos ADTs, os ISRS foramassim classificados devidos a sua baixa afinidade conhecida por receptores adrenérgicos, colinérgicos e histaminérgicos e maior afinidade pelo bloqueio das proteínas de recaptação dapelo bloqueio das proteínas de recaptação da serotonina. (BALDESSARINI, 2006 apud AGUIAR et al 2011) Inibidores seletivos de recaptura de serotonina � São medicamentos de primeira escolha e têm a seu favor um perfil de boa tolerância e doses iniciais já terapêuticas, o que favorece a adesão ao tratamento. De maneira geral, são fármacos preferidos para pacientes sem tratamento prévio pela boa relaçãopacientes sem tratamento prévio pela boa relação custo-benefício. (CORDIOLI, 2011) Inibidores seletivos da recaptura de serotonina As superdosagens são mais seguras que as dos ADT, contudo pode ocasionar a síndrome serotoninérgica.* � Síndrome serotoninérgica – uma urgência médica caracterizada por uma elevação exacerbada decaracterizada por uma elevação exacerbada de serotonina na fenda sináptica ocasionando: agitação, nervosismo, náuseas, vômitos, tremor, convulsões e em caso mais grave levar a morte do doente.* *(AGUIAR, et al. 2011) � Farmacocinética � Os ISRSs são rapidamente absorvidos, sofrem menos efeito do metabolismo de primeira passagem se ligam Inibidores seletivos da recaptura de serotonina fortemente a proteínas plasmáticas. (MORENO, MORENO e SOARES, 1999) Inibidores seletivos da recaptura de serotonina ANTIDEPRESSIVOS ISRS Nome Químico Nome Comercial Fluoxetina Prozac, Daforim, Deprax, Fluxene, Nortec, VerotinaNortec, Verotina Nefazodona Serzone Paroxetina Aropax, Cebrilim, Pondera, Benepax Sertralina Zoloft, Tolrest, Novativ, Assert Citalopram Cipramil, Procimax, Cittá http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=209 Inibidor seletivo da recaptura de 5- HT/NE � Inibe o mecanismo da bomba da recaptura da noradrenalina, dopamina (fracamente) e serotonina. � A venlafaxina é considerada um inibidor duplo de recaptação da serotonina e noradrenalinarecaptação da serotonina e noradrenalina Inibidor seletivo da recaptura de 5- HT/NE � A venlafaxina é rapidamente absorvida, sua biodisponibilidade é de 45%, e a ingestão com alimentos retarda porém não compromete a sua absorção. A venlafaxina sofre metabolização hepáticaabsorção. A venlafaxina sofre metabolização hepática com importante efeito de primeira passagem. (MORENO, MORENO e SOARES, 1999) � Reações adversas mais comuns: � Náusea, insônia, tremor, disfunção sexual, sudorese e boca seca. Inibidores seletivos da recaptura de noradrenalina (ISRN) � Reboxetina � Tem fraca afinidade por sítios de captação de serotonina e dopamina e pequena afinidade, não significativa, com receptores muscarínicos e adrenérgicos. � A reboxetina apresenta boa margem de segurança e é tolerada� A reboxetina apresenta boa margem de segurança e é tolerada em doses superiores às terapêuticas, sendo pouco tóxica em superdose. A intoxicação (...) pode produzir vômitos, confusão e taquicardia. � Reações adversas mais comuns: boca seca, cefaléia, constipação, hipotensão, insônia, sudorese, tremor , visão turva. � Mostrou eficácia no transtorno de pânico e depressão maior. (CORDIOLI, 2011) Inibidores da recaptura de dopamina � BUPROPIONA � Age como uma inibidora não seletiva dos transportadores da dopamina e da noradrenalina, inibindo a recaptação desses neurotransmissores . � Tem ação antagonista nos receptores nACh, pode colaborar� Tem ação antagonista nos receptores nACh, pode colaborar para sua ação no tratamento do tabagismo. � Não possui efeitos sobre os receptores serotonérgicos, muscarínicos, histaminérgicos e alfa-adrenérgicos. (CORDIOLI, 2011) Inibidores da recaptura de dopamina � BUPROPIONA � É normalmente bem-tolerada devido a seu perfil de efeitos colaterais. Raramente produz sedação, e costuma causar pouca ou nenhuma disfunção sexual. � Reações adversas mais comuns: boca seca, cefaleia, fadiga,� Reações adversas mais comuns: boca seca, cefaleia, fadiga, perda de peso, taquicardia, vertigens, inquietude, náuseas entre outras. � Eficácia: depressão maior, TDAH, e cessação do tabagismo. (CORDIOLI, 2011) Qual o antidepressivo que se pode escolher? �A escolha do antidepressivo vai depender de inúmeros fatores: tipo de sintomatologia, idade, uso concomitantes de outras medicações, história anteriorconcomitantes de outras medicações, história anterior de tratamento farmacológicos entre outros. (AGUIAR, et al. 2011) Fases do tratamento farmacológico � O modelo predominante na literatura de planejamento da farmacoterapia da depressão separa 3 fases distintas: o tratamento farmacológico da fase aguda, a continuação do tratamento e a manutenção. � FASE AGUDA� FASE AGUDA � Inclui os 2 a 3 primeiros meses de tratamento e tem como objetivo a diminuição dos sintomas depressivos (resposta) ou idealmente sua eliminação completa (remissão). (CORDIOLI, 2011) � Diante de uma resposta insatisfatória ou ausente, as opções de manejo incluem: aumento da dose, troca para outro antidepressivo, potencialização com o lítio, associação de antidepressivos, entre outros. Fases do tratamento farmacológico � FASE DE CONTINUAÇÃO � O objetivo é a prevenção de recaídas. Por esse motivo, recomenda- se manter a medicação antidepressiva durante 16 a 20 semanas após a remissão. A dose utilizada na fase aguda geralmente é mantida durante a estabilização, embora existam variações na prática clínica corrente. (TENG e DEMETRIO, 2011)prática clínica corrente. (TENG e DEMETRIO, 2011) � Ao final dessa fase, se o paciente permanece com a melhora obtida após o tratamento da fase, é considerado recuperado do atual episódio. (CORDIOLI, 2011) Fases do tratamento farmacológico � FASE DE MANUTENÇÃO � Tem por objetivo evitar que novos episódios ocorram (recorrência) e, em geral, sua duração é longa. A terapia nessa fase, portanto, é recomendada para aqueles pacientes com probabilidade de recorrência. (CORDIOLI, 2011) � Geralmente, a dose que foi eficaz nas fases aguda e de continuação� Geralmente, a dose que foi eficaz nas fases aguda e de continuação é mantida durante esta fase. A redução da dose ainda não está bem estabelecida. (TENG e DEMETRIO, 2011) Referências � AGUIAR et al. Drogas Antidepressivas. Artigo de revisão. Acta Med Port 2011. Disponível em: http://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/33 9/109 � CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicofármacos consulta rápida. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. � LIEBERMAN, Jeffrey A. e TASMAN, Allan. Manual de Medicamentos Psiquiátricos. Porto Alegre: Artmed, 2008Psiquiátricos. Porto Alegre: Artmed, 2008 � MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld and SOARES, Márcia Britto de Macedo.Psicofarmacologia de antidepressivos.Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 1999, vol.21, suppl.1, pp. 24-40. ISSN 1516- 4446. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500006. � TENG, Chei-Tung e DEMETRIO, Frederico Navas. Psicofarmacologia Aplicada – Manejo Prático dos Transtornos Mentais. 2ª Ed. São Paulo: Atheneu.
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