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Apostila de Obrigações

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Aula 1
Que é obrigação? 
“É o vínculo de direito pelo qual alguém (sujeito passivo) se propõe a dar, fazer ou não fazer qualquer coisa (objeto), em favor de outrem (sujeito ativo). Esta noção já se encontra, de resto, no conceito romano de obrigação.”
(Silvio Rodrigues, Direito Civil, Editora Saraiva, 2.º volume, n.º 1)
O que é uma relação obrigacional? Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento do uma prestação, podendo buscar no patrimônio deste último a satisfação do seu crédito. Em síntese, isso é uma relação obrigacional. Vamos estudar essa relação jurídica e todos os seus elementos.
A relação jurídica obrigacional sempre envolverá crédito
O objeto é a prestação. Prestação é um comportamento humano que permite você alcançar um bem da vida. Não é A televisão, O carro. Para eu pegar o carro alguém tem que me dar. O que se deseja na relação obrigacional é que o comportamento humano seja satisfeito. Esse comportamento humano recairá sobre 3 forma de agir: ou se terá um dar (ou restituir) ou um fazer ou um não fazer. 
Estado de sujeição - necessidade de suportar uma consequência jurídica, de exercício regular de direito potestativo alheio. Ex. art. 1.285 - direito de passagem forçada (oriundo de direito de vizinhança). É direito potestativo e não tem a ver com obrigação (é estado de sujeição). São potestativo dentre outros, o direito de resgate do foreiro, o do condômino de pedir a divisão da coisa comum e o do locador de despejar o locatário, o ônus jurídico, a necessidade de agir de certo modo para tutela de interesse próprio.[1: Art. 1 .285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. § 1ª Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2ª Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3ª Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.]
Ônus jurídico - necessidade de agir de certo modo para tutelar interesse próprio. Ex. registro da propriedade (não há sanção estatal); outros ex. "quem alega tem que provar"
Dever jurídico - estudar a obrigação é estudar o dever. O dever jurídico é a necessidade de se observar ordens, comandos, sob pena de sanção estatal (punitiva, compensatória). Difere do dever de ordem moral, que não possui sanção estatal; ex. não furar a fila do banco
Há vários deveres onde não existe sanção: são os deveres religiosos, sociais, etc..
Obrigação que interessa ao direito das obrigações relaciona-se ao "dever jurídico", no entanto este é mais abrangente. O dever jurídico que interessa a relação obrigacional são os referente as relações jurídicas que envolvam crédito.
Diferença entre direitos Reais e Obrigacionais:
Os direitos subjetivos patrimoniais dividem-se em direitos reais e direitos obrigacionais (pessoais e de crédito). Em ambos o vínculo se passa entre pessoas, uma vez que não há relação jurídica entre pessoas e coisas. Nos direitos reais o polo passivo é formado pela coletividade.
Os direitos reais são exercidos diretamente sobre o bem, não há intermediários, nos direitos pessoais o exercício se faz em face de alguém – o devedor.
Nos direitos materiais o objeto é sempre uma coisa, um bem material, os direitos obrigacionais consistem no poder de exigir do sujeito passivo da relação uma prestação em dinheiro ou capaz de ser convertida em dinheiro, consistente em dar, fazer e não fazer.
Nos direitos reais o titular do direito subjetivo tem poder sobre determinada coisa e pode persegui-la, reavendo com quem se encontre, é o chamado direito de sequela; já no direito obrigacional a garantia do titular é o patrimônio do devedor. 
Os direitos reais são absolutos pois são oponíveis erga omnes e os direitos obrigacionais são relativos possuem eficácia contra pessoas determinadas ou determináveis.
Resumindo os direitos reais distinguem-se dos direitos pessoais pela eficácia era omnes, por ter como objeto uma coisa, por não depender o seu exercício da presença de intermediários e pela figura da sequela.
Responsabilidade:
Segundo Brinz é possível dividir um obrigação em:
schuld - debitum ou débito. Dever jurídico primário (obrigação em sentido estrito)
haftung - obligatio ou responsabilidade patrimonial (o sujeito vincula o seu patrimônio ao cumprimento da dívida)
A regra é que quem deve responde. Existem, todavia, situações onde a regra não se aplica:
Schuld sem raftung - é a obrigação natural: existe, porém não pode ser exigida; ex. dívida de jogo, de aposta, dívida prescrita
Existe raftung sem shuld - responsabilidade sem ter débito. É o caso do fiador - o débito é do afiançado e a responsabilidade é do fiador. Hipoteca para garantir um débito de terceiro, empregador responde pelo ilícito do empregado, praticado em razão do trabalho; o mesmo se pode dizer do Estado em relação aos servidores. Nestas hipóteses há direito de regresso.
A doutrina costuma ainda diferenciar schuld de haftung, ou seja, débito e responsabilidade. Professor Guilherme Calmon fala que o fiador não tem dever principal, não tem schuld, mas possui responsabilidade. Assim, em algumas situações essa distinção terminológica ganha repercussão. 
A Relação Jurídica obrigacional deve ser cumprida espontânea e voluntariamente. Quando tal fato não acontece surge a responsabilidade. A responsabilidade é a consequência jurídica patrimonial do descumprimento do descumprimento da relação obrigacional. 
Figuras Híbridas:
Obrigações propter rem, também chamadas de ob rem, in rem ou reais:
Esse tipo de obrigação tem características reais e pessoais. “Trata-se de uma figura híbrida, com características de direito obrigacional e de direito real. Em verdade cuida-se de uma obrigação que se vincula a uma coisa, acompanhando-a em poder de quem quer que seja (o próprio STJ já admitiu, a exemplo do REsp 846187/SP). Por exemplo, a obrigação de pagar taxa de condomínio, pois se vincula ao imóvel. Se o proprietário alugou o apartamento e contrato estipulou que o locatário pagará as taxas, o condomínio pode e deve ir em cima do dono, do proprietário. Ela se vincula à coisa. O proprietário poderá ingressar com ação de regresso contra o locatário. O IPTU e o IPVA têm natureza propter rem, a despeito de serem tributos. 
A obrigação ambulatória foge à regra: independe da vontade das partes, já que o seu nascimento deriva da titularidade de um direito real; ex. taxa condominial, tapumes divisórios (direito de vizinhança - condomínio legal), solário em direito de superfície onerosa.
A obrigação propter rem (ob rem) é um ius in re e por isto segue a coisa. Lembrando Caio Mário, a obrigação ob rem é de natureza híbrida, pois vincula-se a determinada coisa, acompanhando-a em todas as suas mudanças de titularidade.
A obrigação propter rem não pode ser confundida com a obrigação com eficácia real. Esta última, nada mais é do que uma obrigação levada a registro que passa a ter eficácia erga omnes, a exemplo da situação prevista no artigo 8º da lei do inquilinato. Na obrgiação com eficácia real os efeitos do contrato não vinculam apenas as partes contratantes. Uma vez que essa obrigação é levada ao registro de imóveis (não é títulos e documentos) passa a vincular terceiros interessados. Como se a obrigação real tivesse um característica de direito real sem que o seja. Na obrigação com eficácia real, na forma da lei que a autoriza ela é levada na lei de registro de imóveis e passa a ter eficácia vinculativa. 
Alugo um imóvel. Posso vendê-lo? Posso, porque o contrato de locação gera uma relação obrigacional e o locatário não tem um direitoreal sobre a coisa. O adquirente do imóvel pode assinar um documento dizendo que em 90 dias o locatário deverá sair do imóvel, a não ser que a relação locatícia tenha sido averbada no registro de imóveis, passando a ter eficácia real. Se a obrigação locatícia estiver averbada junto a matricula do imóvel.
b) obrigação com eficácia real: é aquela de oponibilidade erga omnes, em virtude do registro público, v.g., cláusula de vigência da locação, registrada em registro público (art. 8º, lei 8.245/91) - ofício imobiliário (ato constitutivo; averbação junto à matrícula do imóvel) . Esta cláusula de vigência registrada é uma obrigação híbrida - obrigação com eficácia real. Outros autores incluem, ainda, a promessa irretratável de compra e venda.
c) ônus real: obrigação que limita o uso e o gozo da propriedade. Restringe assim o agir do titular do direito real e confere a ourem o direito sobre coisa alheia. Sendo esta validade contra 
todos. ex. Penhor, Hipoteca, Usufruto.
 
FONTES DAS OBRIGAÇÕES:
Concepção tradicional, clássica - Gaio, Direito Romano. Este autor escreveu sobre as fontes das obrigações; para ele são fontes o contrato, o quase contrato (negócios jurídicos unilaterais), o delito (que para Gaio era o ilícito doloso) e o quase delito (que para Gaio era o ilícito culposo).
O acordo de vontade, o mútuo consenso caracterizava o contrato.
A atividade lícita, sem consentimento gerava o quase contrato, Ex. gestão de negócios sem mandato, a tutela, a curatela, embora estas pertencentes ao direito de família importam na administração de bens alheios.
O dano voluntariamente causado a outrem era delito e provocado de modo involuntário era o quase delito, baseia-se na negligência, imprudência e imperícia do agente.
Após esta divisão quadripartida Pothier acrescentou a lei como fonte das obrigações, já que certas obrigações emanam da lei como a obrigação alimentar resultante do parentesco e do casamento, a que concerne ao direito de vizinhança.
Estudos realizados pelos romanistas alemãs culminaram por modificar o critério anteriormente aceito pela doutrina, abandonando a distinção entre delito e quase delito no direito privado substituindo-os por ato ilícito.
No Direito contemporâneo as fontes das obrigações são os contratos, as declarações unilaterais de vontade, os atos ilícitos civis e criminais e a lei.
Contrato – Ex. Mútuo Nascem as obrigações decorrentes de um acordo de vontades.
Declaração Unilateral de Vontade – Ex. Promessa de Recompensa e Testamento. Nsetas duas espécies a obrigação nasce de uma declaração unilateral de vontade do indivíduo mas fica na dependência da aceitação pelo beneficiário.
Ato ilícito – trata-se de relação jurídica extracontratual Ex. Indenização, abuso de direito.
Lei – Ex. obrigação alimentar, obrigação dos contribuintes
O Código Civil/02 estipulou 3 paradigmas: 
Socialidade, que alguns autores chamam de princípio da socialidade. Essa é a função social. 
O termo função significa finalidade. O ordenamento jurídico concede a alguém um direito subjetivo para que satisfaçam um interesse próprio, mas com a condição de que não lesem expectativas coletivas. Existem então limites ao exercício dos direitos subjetivos e eles serão dados pela sociedade.
O Estado está a serviço da pessoa, ele existe para possibilitar as nossas relações e cada um de nós deve atuar em cooperação e solidariedade com os semelhantes.
A socialidade nos direitos das obrigações se dá mediante a cooperação dos indivíduos para a satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem comprometimento dos direitos da personalidade e da dignidade de credor e devedor, a fim de que seja possível a consecução do bem comum da relação jurídica que é o adimplemento. Tal se verificará da forma mais satisfativa ao credor e de forma mesmos onerosa ao devedor.
O direito das obrigações é trabalhado com crédito e crédito forma o patrimônio, se é proprietário do crédito. O direito de crédito deverá ser sempre exercido, analisado, interpretado com fundamento na socialidade, o que não quer dizer que função social se traduz em hegemonia da tutela da sociedade em detrimento do indivíduo. Para ter um exercício legítimo há uma função social a se cumprir com o crédito. 
Eticidade. 
É o ideal para o qual o homem deve ser orientado. O ordenamento jurídico é um elemento de luta e afirmação da justiça.
Através das cláusulas gerais que transforma o ordenamento jurídico privado em um sistema aberto capaz de manter a eficácia social e possa solucionar problemas inexistentes ao tempo da edição do CC.
São normas que não prescrevem uma conduta, mas definem valores e parâmetros hermenêuticos, servem assim, como pontos de referência interpretativo.
No direito das obrigações o princípio da eticidade será concretizado principalmente na cláusula geral da boa-fé, função social, abuso de direito, equidade e bons costumes. 
Operabilidade ou concretude.
O objetivo atual do ordenamento jurídico é alcançar a pessoa como destinatária direta da norma. As desigualdades materiais e o contexto real da pessoa serão da decisivos para que a sentença possa “dar a cada um o que é seu”. Teremos a chamada norma do caso que propiciará a verdadeira segurança jurídica.
É hora de se observar cada relação e observarmos que cada vínculo obrigacional guarda influxos distintos de boa-fé objetiva e dos deveres de conduta, merecendo um exame em sua concretude.
Caberá ao magistrado a valoração do fato, mediante ponderação das características dos seus artistas e a natureza da atividade econômica desempenhada.
AULA 2
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO:
Elemento Subjetivo: elemento pessoal da relação obrigacional. Toda pessoa pode figurar no polo ativo da relação obrigacional, assim inclusive os incapazes podem ser credores.
O elemento subjetivo da obrigação é dúplice, encontram-se em posições contrapostas, credor e devedor (sujeitos ativo e passivo, respectivamente).
Sujeito ativo - credor ou accipiens
Sujeito passivo - devedor ou solvens
O credor é quem pode exigir de outrem um determinado comportamento, enquanto o devedor é quem deve cumpri-lo. Em regra as partes são credoras e devedoras reciprocamente.
Os sujeitos das relações obrigacionais podem ser pessoas naturais ou jurídicas, independentemente da capacidade.
Não se tratando de obrigação personalíssima é possível a substituição do sujeito, através por exemplo da cessão de crédito, a sub-rogação, a novação, etc.
Já as obrigações intuito persoane não admitem a modificação do sujeito, eis que são constituídas para vincular aquelas pessoas específicas. Ex: mandato
Elemento Objetivo (a prestação):
Esse objeto pode ser positivo ou negativo.que consiste invariavelmente numa conduta humana.
A prestação se reveste das características da licitude, da possibilidade física e jurídica, determinabilidade e patrimoniabilidade.
O objeto se apresenta tendo sempre conteúdo econômico ou conversibilidade patrimonial.
O objeto da obrigação (que é a ação humana) não se confunde com o objeto da própria prestação. Ex: Contrato de compra e venda de um livro, o objeto da obrigação é a prestação, ou seja, a conduta do adquirente de pagar o preço e do alienante de entregar o livro. Por outro lado o objeto da prestação do alienante é o livro propriamente dito.
A prestação é o objeto imediato da relação obrigacional, enquanto a própria coisa é o objeto mediato.
O objeto tem que ser lícito não pode aventar contra a lei, sob pena de sanção. Ex. contrato de transporte para substância entorpecente. Não sendo lícita a obrigação não produzirá efeitos jurídicos, não podendo as partes exigir quaisquer consequências.
A impossibilidade física ou jurídica da prestação também implicará nulidade. Física é a impossibilidade que deriva das leis naturais ou físicas. Já a impossibilidade jurídica ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe que determinados negócios jurídicos tenham um objeto específico. A impossibilidade deve existir no momento de constituiçãoda obrigação.
O objeto da obrigação deve ser determinado ou determinável, ainda que originariamente indeterminado é preciso que seja determinável no momento da execução. 
Elemento abstrato ou espiritual (vínculo jurídico)
O elemento imaterial é o vínculo jurídico estabelecido entre os sujeitos. Trata-se do liame abstrato que une as partes possibilitando a um deles exigir do outro o objeto da prestação, sob pena de se submeter ao poder judiciário.
É o vínculo jurídico que confere coercibilidade a obrigação.
Todo vínculo jurídico-obrigacional consubstancia-se na sujeição do devedor ao credor que é marcado pela patrimonialidade. Por isso outros vínculos que não apresentam estas características não podem ser chamados de obrigação.
Por força do vínculo jurídico, a obrigação importa a sujeição do devedor no sentido de que, uma vez, não cumprida espontaneamente a prestação, surgirá a pretensão e poderá o credor exigir em juízo o esperado adimplemento.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS EM SI MESMAS
i.      Quanto ao vínculo obrigacional:
Moral: são obrigações que decorrem apenas de deveres de consciência ou princípios morais. 
Natural: são aquelas cuja execução o devedor não pode ser constrangido a realizar, uma vez que seu pagamento é voluntário. Constitui relação de fato sui generis, uma vez que em determinadas situações pode gerar efeitos jurídicos. 
Civil: é o vínculo jurídico transitório que confere ao credor o direito de exigir do devedor uma determinada prestação. 
i.     Quanto ao objeto em relação à sua natureza:
Dar: tem por objeto a entrega de uma coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta, pelo devedor ao credor. 
Fazer: tem por objeto a realização de um ato ou a confecção de uma coisa pelo devedor no interesse do credor. 
Não fazer: tem por objeto a abstenção lícita de um ato pelo devedor da qual resulta benefício patrimonial ao credor. 
ii.     Quanto à liquidez
Líquida: são certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto. 
As partes têm ciência do quantum debeatur, ou seja, do objeto da prestação. 
Ilíquida: são obrigações cujo objeto depende de apuração (prestação incerta). Deve converter-se em líquida para que seja possível o seu cumprimento. 
Na obrigação ilíquida o quantum será definido, não tem logo o valor definido.
iii.     Quanto à estrutura
Simples: é aquela que possui um único devedor; um único credor e uma única prestação. 
Complexa: é obrigação em que há mais de um devedor; mais de um credor ou mais de uma prestação. 
iv.     Quanto ao modo de execução
Simples: são obrigações cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou ato, ficando o devedor liberado ao cumpri-la. 
Cumulativa: são obrigações em que o devedor se compromete a várias prestações, só ficando liberado ao cumprir todas elas. 
Alternativa: são obrigações que têm por objeto duas ou mais prestações, estando o devedor desobrigado a cumprir qualquer uma delas. 
Facultativa: confere ao devedor a possibilidade de alterar o objeto da prestação. 
v.     Quanto ao tempo de adimplemento
Instantâneas ou momentâneas: se exaurem com um só ato ou fato. São cumpridas imediatamente após a sua constituição. Ex. contrato de transporte.
Periódicas, de execução continuada ou de trato sucessivo: se perfazem em atos reiterados num determinado espaço de tempo de forma ininterrupta ou sucessiva. Ex. compra a prestação.
De execução diferida: são obrigações cujo cumprimento deve ser realizado em um só ato, mas em momento futuro. Ex. compra programada de um veículo com pagamento ã vista.
A morte do réus debendi não antecipa o momento da execução. Os sucessores deverão adimplir o débito na data prefixada. 
vi.     Quanto aos elementos acidentais
Pura e simples: não estão sujeitas a termo, condição ou encargo. Produzem efeitos imediatos. 
Condicional:  estão subordinadas a eventos futuros e incertos, podendo a condição ser suspensiva ou resolutiva (estudadas em Direito Civil I). O credor antes que realize a condição não dispõe de medidas de cobrança, uma vez que a obrigação inexiste ainda.
A obrigação produzirá efeito se ocorrer o fato pendente. Ex. doarei um bem quando vc se casar Quando os efeitos cessam com a realização da condição, a obrigação é resolutiva. Ex. empresto o livro até que vc se forme 
A termo: são obrigações subordinadas a eventos futuros e certos (estudadas em Direito Civil I). 
O termo pode ser definido por uma data ou evento que certamente ocorrerá. Ex. Morte, maioridade.
Com encargo ou modal: é obrigação que se encontra onerada por cláusula acessória que impõe ônus ao beneficiário (estudadas em Direito Civil I). São próprias dos contratos gratuitos, como doação e testamento. Pode também se dá em contratos onerosos. Ex. o adquirente de uma propriedade rural pode assumir um encargo de abrir uma estrada em sua propriedade, a fim de ensejar servidão de passagem.
vii.     Quanto à pluralidade de sujeitos
Fracionárias ou parciais: são obrigações em que há pluralidade de sujeitos, respondendo cada um por parte da dívida ou podendo cada um só exigir a sua respectiva quota. Pressupõe, portanto, obrigação divisível. Ex. A, B e C se obrigam a pagar R$ 90,00 a D, E e F, poderá adimplir com o simples pagamento de R$ 30,00 em prol de qualquer um dos devedores. Em contrapartida D não poderá exigir mais de R$ 30,00 de cada um dos devedores. 
Conjuntas ou unitárias: são obrigações em que há pluralidades de sujeitos, respondendo todos os devedores por toda a dívida uma vez que não há divisão de responsabilidade. Ex. condomínio
Solidárias: são obrigações quem que há pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigado à dívida toda. 
Disjuntivas: são obrigações em que há pluralidade de devedores que se obrigam alternativamente. 
Nesta modalidade de obrigação, existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da dívida. Vale dizer, desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigação. Os outros estarão consequentemente exonerados, cabendo, portanto, ao credor a escolha do demandado.
De tal forma, havendo uma dívida contraída por três (A,B,C), a obrigação pode ser cumprida por qualquer deles: ou A ou B ou C. Observe-se, portanto que a conjunção “ou” vincula alternativamente os sujeitos passivos entre si.
Difere das obrigações solidarias, por lhe falar relação interna, , que como veremos, é própria do mecanismo da solidariedade, justificando, neste último, o direito regressivo do devedor que paga.
Obrigação pouco seguro para o credor, uma vez que, se pudesse cobrar todos os três, obviamente teria maior garantia patrimonial para satisfação do seu crédito.
Conexas: são obrigações que possuem uma causa comum, pela qual vários devedores devem satisfazer prestações distintas ao mesmo credor. 
viii.     Quanto ao conteúdo:
De meio: ocorrem quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para a obtenção de um determinado resultado, sem, no entanto, comprometer-se por este. 
De resultado: ocorrem quando o devedor apenas se exonera da obrigação quando o resultado prometido é alcançado. 
De garantia: é a que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor ou as suas consequências (pode se apresentar como subespécie de obrigação de resultado). 
Tem por finalidade atenuação de riscos do credor destinando-se a assegurar o cumprimento da obrigação principal. Ex. contrato de seguro e de fiança
ix.     Quanto ao objeto
Divisíveis: têm por objeto coisa ou fato passível de divisão 
Indivisíveis: têm por objeto coisa ou fato que não pode ser fracionado por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou por vontade das partes. 
OBRIGAÇÕES RECIPROCAMENTE CONSIDERADAS
I. Principais: são obrigações que subsistem por si só, sem depender de qualquer outra.
II. Acessórias: são obrigações que têm sua existência condicionada a outra relação jurídica (considerada principal).

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