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Aula 4 Ética e Responsabilidade Social

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
Ética e Responsabilidade Social 
Profa. Olívia Carolina de Resende 
Aula 4
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nas aulas anteriores vimos que viver em sociedade é um ato complexo 
de respeito mútuo, e que a ética é um tema importantíssimo para uma 
convivência em sociedade com equidade e harmonia. Vimos também que, no 
ambiente empresarial, essa convivência também é assunto primordial, uma 
vez que uma organização nada mais é que um conjunto de indivíduos vivendo 
a maior parte de suas vidas em busca de um objetivo. 
Nos dias atuais a preocupação com questões éticas nas organizações 
tem proporcionado várias discussões e estudos também na área acadêmica. 
Outros temas surgiram, como: desenvolvimento econômico, desenvolvimento 
sustentável, responsabilidade social empresarial, sustentabilidade dentre 
outros. E apesar do foco, a premissa do lucro nas organizações ainda é 
determinante, uma vez que é esta a finalidade de uma empresa. 
A partir desta rota de aprendizagem, iremos discutir questões éticas 
nas empresas como um negócio, discussão que abrange a ética em si, a 
responsabilidade social, o código de ética e seus desdobramentos. 
Vamos à videoaula? Ela está disponível no material on-line! 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Nesta aula, refletiremos sobre o discurso ético apresentado pelas 
empresas e o desenvolvimento de mecanismos que proporcionem olhares 
críticos para a problemática. Também vamos analisar se as empresas que se 
dizem éticas desenvolvem, de fato, essa característica com responsabilidade 
ou se apenas aproveitam esse discurso para obter mais lucro. 
Conforme afirma SOUSA (2005), o sistema capitalista, no qual nossa 
sociedade vive nos dias atuais, apresenta-se deficiente, necessitando recriar-
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
3 
se constantemente. As organizações, com a finalidade de obtenção de lucro, 
dotavam-se da confiança de que recursos naturais e humanos eram capazes 
de suprir todos os insumos para a produção demandada e receber todos os 
refugos de produção e lixos dessas demandas. A problemática da degradação 
ambiental não era levada em consideração em estudos econômicos. 
Na medida em que a exploração de recursos naturais e humanos não 
estava sendo tratada com a devida seriedade, houve necessidade de o 
sistema de produção capitalista se reinventar, se adequando às limitações 
impostas. Inovações foram implementadas na tentativa de gerar resultados 
positivos sobre a problemática, uma vez que, cada vez mais, a opinião pública 
tem cobrado posicionamento das empresas. 
No âmbito social, o sistema capitalista também se mostrou deficiente. 
De acordo com o Banco Mundial, em 2008 cerca de 1,29 bilhão de pessoas 
viviam abaixo da linha da extrema pobreza, ou seja, viviam com menos de 
US$1,25 dólar por dia; 1,18 bilhões de pessoas vivem na fronteira, entre 
extrema pobreza e pobreza, que são os que vivem com US$1,25 à US$ 2,00; 
e no total 2,471 bilhões de pessoas viviam abaixo do patamar de US$2,00. 
Isso implica dizer que mais de um terço da população mundial encontra-se 
em condições indignas de sobrevivência, passando por privações de toda 
espécie. Esse estado de privação e marginalização dá origem a tensões 
sociais e violência (BANCO MUNDIAL, 2008). 
Desemprego, subnutrição, crises econômicas e fragilidade nos 
sistemas educacional, de saúde, previdenciário etc. são fatores que têm sido 
agravados pela crescente desigualdade social e econômica, não apenas em 
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, mas na realidade de cada 
nação. Esse quadro tem sido evidenciado anualmente pelos relatórios do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2004, 2005, 
2006, 2007, 2008, 2009). 
Para SACHS (2008), o desenvolvimento sustentável pressupõe a 
existência de critérios de sustentabilidade social, ambiental e de viabilidade 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
4 
econômica, entendendo que apenas soluções que abarcam esses três 
elementos podem obter denominação de desenvolvimento. A relevância do 
papel das organizações na sociedade e, mais especificamente, nos dias 
atuais, forçam-nas a buscar formas de amenizar as externalidades negativas 
sobre a sociedade e o meio ambiente, empregando conceitos e práticas do 
Desenvolvimento Sustentável, mediante a implantação de atributos de 
Responsabilidade Social Empresarial (RSE), em sua estratégia de gestão. 
A RSE “é a forma de gestão que se define pela relação ética e 
transparente da empresa com todos os públicos com as quais ela se relaciona 
e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o 
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais 
e culturais e promovendo a redução das desigualdades sociais” (INTITUTO 
ETHOS, 2012). 
Para que possamos verificar essa questão, veremos os fatores que 
englobam a responsabilidade social nas empresas em sua dimensão 
ecológica, social e humana, apontando também para as relações 
interpessoais dentro dessas instituições. Como ferramenta de aplicação, 
apresentaremos uma proposta sobre o código de ética e suas funções. Vamos 
lá? 
 
 
 
PESQUISE 
 
Ética como negócio 
Tratar de questões éticas nas organizações é um assunto 
demasiadamente delicado, por envolver interesses pessoais e sociais. Em um 
contexto que envolve ética versus lucro, a ética, como dito antes, é um jogo 
com regras nem sempre claras e objetivas e uma competição em que os 
 
 
 
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5 
interesses pessoais muitas vezes se sobrepõem aos interesses comuns. 
Nesse sentido, algumas práticas vêm sendo desenvolvidas para minimizar a 
sobreposição destes interesses. 
Com relevância, o tema Responsabilidade Social é uma dessas 
práticas que decorre de um crescente envolvimento das organizações com a 
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) nos últimos anos. A capacidade 
de determinar a relação, as características das empresas socialmente 
responsáveis e os fatores internos e sistêmicos que podem influenciar o 
resultado é um pré-requisito para o desenvolvimento e análise de políticas que 
visem a incentivar o desenvolvimento sustentável. 
Porém, podemos perceber que algumas empresas podem construir 
uma imagem eticamente correta, dando visibilidade à dimensão ambiental, 
social e, ao mesmo tempo, esconder suas transgressões. A bandeira ética 
pode ser um grande slogan para marqueteiros e empresários mal-
intencionados. 
Neste contexto, a ética no ambiente organizacional adquiriu uma 
posição peculiar no campo da ética aplicada. Além disso, falar sobre a ética e 
seus dilemas não é algo novo, porém, hoje tenta-se aplicá-la ao contexto 
empresarial. Inicialmente Sócrates já tentava desenvolver o senso ético nas 
pessoas a partir da seguinte pergunta: 
Como devemos viver nossa vida? 
O ser humano tenta responder a essa mesma pergunta há muitos 
séculos. Podemos inferir que essa pergunta é feita desde que o ser humano 
se entende como parte de uma sociedade. Contudo, hoje a ética ultrapassa 
os limites da filosofia, da sociologia, da psicologia e da teologia e vem 
ganhando cada dia mais espaço no campo empresarial. O que de fato intriga 
é o fato de não sabermos se a dimensão ética nas empresas é mesmo 
desenvolvida e respeitada ou se é puro discurso de marketing para alcançar 
o lucro. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
6Algumas empresas podem construir uma imagem eticamente correta, 
dando visibilidade à dimensão ambiental, social e, ao mesmo tempo, esconder 
suas transgressões. A bandeira ética pode ser um grande slogan para 
marqueteiros e empresários mal-intencionados. 
As questões éticas e de Responsabilidade Social Empresarial no 
âmbito das organizações devem ser muito mais do que uma propaganda 
empresarial ou uma ação de marketing, bem-remunerada e segura: devem 
possibilitar a realização de um trabalho em equipe com cooperação e 
integridade de indivíduos capazes de se motivarem para agir de maneira 
correta, com atitudes voltadas para o bem e para fazer o que é correto. 
A ética nas empresas deve estar associada à integridade da pessoa 
física com a pessoa jurídica, pois uma empresa ética, harmoniosa, bem-
sucedida e estável é constituída por pessoas exercendo sua liberdade. 
Para entendermos uma mudança comportamental nas organizações, o 
colaborador deve agir como membro ativo do seu ambiente de trabalho, ou 
seja, da empresa, fazendo a opção pelo que é bom, justo e correto. 
Segundo a Terceira Lei de Newton (1643-1727), “para cada ação há 
uma reação igual e em sentido contrário” (NEWTON, 1687). O indivíduo que 
exerce ações éticas deixa visível em sua atuação profissional os valores 
cultivados em sua vida pessoal e vice-versa. Isso vale também para as 
empresas: toda ação empresarial implica em uma reação ou uma 
consequência, ou seja, para cada ato ético ou antiético praticado, haverá uma 
consequência. Essa é uma asserção muito forte, pois se aplica a cada ação 
em qualquer lugar e em qualquer tempo. 
Assim, é imperativo que a empresa não trate a ética apenas como mais 
um negócio, mas como uma atitude que irá desencadear benefícios para os 
stakeholders, para a própria empresa e para a sociedade como um todo. 
 
 
 
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7 
Para fixar o conteúdo desta aula, façamos a leitura do capítulo que trata 
sobre ética no livro de Mário Alencastro: “Ética Empresarial na prática: 
liderança, gestão e responsabilidade corporativa”. 
Boa leitura! 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/548.html 
Percebemos, ao final deste tema, que muitas empresas se dotam de 
atitudes éticas apenas se valendo dos benefícios que vão adquirir. Por isso, 
entender questões como humanização, relacionamento interpessoal e ética é 
importantíssimo. Assista à videoaula que está disponível no material on-line 
para analisar estas questões. 
 
 
 
Ética e RSE 
A educação ética dos funcionários é uma responsabilidade da 
empresa. Sendo assim, caso os colaboradores não tenham tido uma 
formação para a ética na vida pessoal, também é responsabilidade da 
empresa encontrar um caminho para que se possa colaborar no cultivo de 
valores, por meio de treinamento e formação apropriados. Já que os 
indivíduos são parte viva da organização, os colaboradores deverão se 
comprometer com o código de ética da empresa. 
Assim, é importante a relação ética com as práticas de 
Responsabilidade Social Empresarial. Segundo SROUR (2003), essas 
práticas, vão além ao afirmar que a responsabilidade social acontece dentro 
e fora da empresa, pois representa a constituição de uma cidadania 
organizacional dentro da empresa e com a realização de direitos sociais fora 
dela. 
 
 
 
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8 
CARROLL (1979) define RSE como uma prática que incorpora 
categorias econômicas, legais, éticas e discricionárias de desempenho do 
negócio. Essas quatro categorias básicas refletem uma visão de 
responsabilidade social empresarial que está relacionada com algumas das 
definições oferecidas anteriormente, mas que classifica as responsabilidades 
sociais das empresas de uma forma mais exaustiva. Divide-se, assim, a RSE 
em quatro níveis: econômico, legal, ético e discricionário, iniciando pela 
obrigatoriedade e chegando à responsabilidade assumida pela própria 
vontade e escolha. 
 
A responsabilidade econômica é a base para todas as outras e 
reflete a necessidade de a empresa zelar por sua saúde financeira e 
estratégica para garantir sua sobrevivência e crescimento. 
Já a responsabilidade legal significa que a empresa deve ser 
responsável pela adequação de suas ações à legislação vigente, incluindo 
sua relação com o governo, consumidores, fornecedores e outros 
stakeholders, em especial aqueles cujas relações sejam regulamentadas pela 
lei. Atender a esses dois níveis de responsabilidade significa cumprir os 
Responsabilidade 
descricionária
Responsabilidade ética
Responsabilidade legal
Responsabilidade 
econômica
 
 
 
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requisitos da sociedade, de suas normas e leis para viabilizar o funcionamento 
da organização. 
A responsabilidade ética não é exigida, mas é algo esperado da 
empresa pela sociedade como um todo. Traduz-se em escolhas 
organizacionais que estejam de acordo com princípios éticos e morais 
vigentes na cultura social onde a empresa está inserida, levando-a a atuar 
num patamar acima do mínimo requerido por lei, no que se refere ao 
atendimento dos interesses coletivos. 
O quarto e último nível, responsabilidade discricionária, abriga as 
iniciativas da empresa em se envolver e buscar soluções para os problemas 
sociais de maneira voluntária, que depende de sua escolha e vontade. Não é 
um envolvimento exigido e nem sempre é esperado, mas é desejado pela 
sociedade. É no nível discricionário que a empresa aporta, voluntariamente, 
recursos humanos, materiais e financeiros para a melhoria das condições 
sociais coletivas. Esse nível é também denominado de filantropia. 
Responsabilidade Social Empresarial é uma forma de gestão que se 
define pela relação ética e transparente da empresa com todos os 
públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de 
metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável 
da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as 
gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução 
das desigualdades sociais (INSTITUTO ETHOS). 
Assim, entendemos que o conceito de responsabilidade social 
empresarial tem na ética seu fundamento, delimitando ações e relações com 
todos os stakeholders − representados por cada pessoa ou grupo de pessoas 
com interesse nas ações e no desempenho de uma organização, ou seja, 
colaboradores, funcionários, clientes, consumidores, acionistas, fornecedores 
etc. 
Porém, este fundamento não é simples e cabe a pergunta: 
Como é praticada a Responsabilidade Social Empresarial nas 
relações entre as organizações e seus stakeholders? 
 
 
 
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Não podemos deixar de lado, o aspecto mais importante das práticas 
de Responsabilidade Social Empresarial, estas ultrapassam o aspecto legal 
da empresa, do uso da filantropia ou de uma ação social, podendo 
proporcionar uma mudança de atitude significativa por meio da gestão 
empresarial, em uma perspectiva sobre os valores sociais, ambientais e 
econômicos para além dos muros da instituição. 
A Responsabilidade Social Empresarial pressupõe consciência e 
compromisso das empresas com mudanças sociais. Impõe que elas 
reconheçam sua obrigação não só com acionistas e clientes, mas 
também com os seres humanos, com a construção de uma sociedade 
mais justa, honesta e solidária, uma sociedade melhor para todos. 
Assim, ela é uma prática orientada pela ética, que vai além das 
obrigações legais e econômicas, rumo às sociais, respeitando-se a 
cultura e asnecessidades e desejos das pessoas (PASSOS, 2004, p. 
166). 
Assim, quando abordamos o assunto, Responsabilidade Social 
Empresarial, não devemos nos esquecer do tema que está em destaque 
atualmente em todos os empreendimentos: o desenvolvimento sustentável. 
Três pilares do Desenvolvimento Sustentável: 
 
 
 
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FONTE: elaborado a partir de CMMAD (1987) 
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMMAD) apresentou os três pilares para o Desenvolvimento Sustentável: 
Ambiental, Econômico e Social. Na ocasião da publicação do Relatório 
Brundtland − documento intitulado “Nosso Futuro Comum” −, definiu 
desenvolvimento sustentável da seguinte forma: “satisfazer as necessidades 
das gerações presentes sem comprometer as possibilidades das gerações 
futuras para atender as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1987). 
Para que uma empresa atenda aos pilares do Desenvolvimento 
Sustentável, deve ser economicamente viável, socialmente justa e 
responsável ambientalmente. Para tanto, deve adotar a ética como parâmetro 
e prática, bem como a Responsabilidade Social Empresarial. 
Já fez a leitura do livro de apoio desta disciplina, o “Ética Empresarial 
na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa”? Aproveite o 
momento! 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/548.html 
 
 
 
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Entenda um pouco mais sobre Ética e Responsabilidade Social 
Empresarial com a professora Olívia Resende. A videoaula correspondente a 
esse assunto está disponível no material on-line! 
 
 
 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social 
Empresarial 
Vamos entender um pouco mais sobre esses dois conceitos muito 
importantes e que têm como premissa a ética? O Desenvolvimento 
Sustentável e a Sustentabilidade ainda confundem muitas pessoas, pois 
parecem ser conceitos parecidos, mas têm significados diferentes. 
A sustentabilidade se apresenta na atualidade como conceito 
fundamental para um desenvolvimento econômico, social e ambiental 
equilibrado, requerendo transformações em diversas esferas da sociedade. 
Nas empresas a sustentabilidade se destaca na forma de objetivos a serem 
alcançados e valores a serem criados. 
Para haver um Desenvolvimento Sustentável efetivo, as empresas e 
organizações têm um papel fundamental no que tange a adoção de medidas 
que minimizem os impactos de suas operações, seja na dimensão econômica 
– reduzindo custos e aumentando lucros – ou na social, reduzindo as 
externalidades negativas oriundas de suas operações sobre as comunidades, 
e ainda, na dimensão ambiental, contribuindo efetivamente com a redução 
dos níveis de extração, poluição e rejeitos. Às empresas, caberá a 
implementação de inovações na gestão que visem ao uso racional das 
matérias-primas, à eliminação do desperdício e à utilização de práticas 
responsáveis em relação aos stakeholders e shareholders. 
Para ELKINGTON (1994), tornou-se cada vez mais claro que as 
empresas devem desempenhar um papel central na concretização de 
 
 
 
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objetivos e de estratégias para o desenvolvimento sustentável, enfatizando 
que a opinião pública tem sido determinante nessas iniciativas. Como 
exemplo, ele aponta que, em 1992 uma pesquisa de opinião pública, realizada 
em 22 países com cerca de 22.000 pessoas mostrou que “a preocupação com 
o meio ambiente se tornou um fenômeno mundial”. 
Porém, como já vimos, isso não é tão simples, uma vez que a empresa 
visa o lucro e adotar estas práticas pode se tornar inviável para a organização. 
HART e MILSTEIN (2004), no trabalho intitulado “Criando Valor 
Sustentável”, apresentam um modelo baseado na criação de valor ao 
acionista, no qual esse valor é um construto multidimensional. O modelo é 
fundamentado em duas dimensões bem conhecidas que são fontes de tensão 
criativa para as empresas. 
Se você tiver a oportunidade, não deixe de fazer a leitura desse 
trabalho! 
Observe os três pilares do Desenvolvimento Sustentável: 
 
Fonte: elaborado a partir de HART e MILSTEIN (2004) 
Para HART e MILSTEIN (2004), o eixo vertical no modelo reflete a 
necessidade simultânea que a empresa tem de manter os negócios atuais e 
 
 
 
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de criar a tecnologia e os mercados de amanhã. Essa dimensão captura a 
tensão experienciada pela necessidade de alcançar resultados de curto prazo 
ao mesmo tempo em que pensa no crescimento futuro. 
O eixo horizontal reflete a necessidade de crescimento da empresa e 
de proteger as habilidades e os potenciais organizacionais internos, e, ao 
mesmo tempo, de infundir na empresa novas perspectivas e conhecimentos 
vindos de fora. Essa dimensão reflete a tensão experienciada pela 
necessidade de proteger a essência técnica a fim de que ela possa operar 
sem interferência, ao mesmo tempo em que permanece aberta a novas 
perspectivas e a novos modelos e tecnologias. 
Em cada quadrante do modelo, HART e MILSTEIN (2004) especificam 
um foco que a empresa deve dar: 
 No quadrante inferior esquerdo, o foco se direciona em fatores de 
desempenho interno como redução de custo e risco. 
 Já o quadrante inferior direito foca no desempenho ampliado, inserindo os 
stakeholders externos como fornecedores e clientes na cadeia de valor 
imediata, bem como órgãos de regulação e comunidades. 
Nos quadrantes superiores, o futuro é vislumbrado não apenas a curto 
prazo: 
 No quadrante superior esquerdo do modelo, a empresa deve não apenas 
ter um desempenho eficiente nos negócios atuais, mas também deve estar 
constantemente preocupada com a criação de produtos e serviços do 
futuro. 
 O quadrante superior direito foca nas dimensões externas associadas ao 
desempenho futuro e atuação em camadas sociais menos favorecidas 
economicamente. 
 
 
 
 
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Para que haja maximização da Criação de Valor ao Acionista ao longo 
do tempo, as empresas devem ter um bom desempenho simultâneo em todos 
os quatro quadrantes do modelo e em uma base contínua. 
Percebe-se que a implementação das estratégias abordadas no 
modelo propicia a criação de valor ao acionista e exige inovações que devem 
pensar o Desenvolvimento Sustentável em todos os quadrantes. Assim, para 
atingir o ponto central, as organizações necessitam, inicialmente, considerar 
em seus planejamentos e estratégias para o atual momento em que se 
encontram e também para o futuro, bem como para seus ambientes internos 
e externos. A adoção das estratégias que compõem o modelo possibilitará às 
organizações criar valor sustentável aos seus stakeholders, a partir de 
processos de conscientização, assimilação, acomodação, adaptação, 
experimentação e aprendizagem da organização com relação às estratégias 
componentes do modelo. 
Em resumo, a sustentabilidade é um conceito complexo, 
multidimensional, que não pode ser equacionado por meio de uma única ação 
corporativa. A criação de valor sustentável requer que as empresas levem em 
conta cada um dos quatro conjuntos abrangentes de motivadores. 
1. Primeiro, as empresas podem criar valor reduzindo o nível de consumo de 
matéria-prima e de poluição, associado com a rápida industrialização. 
2. Segundo, as empresas podem criar valor ao operar com níveis mais 
amplos de transparência e responsabilidade, uma vez que são 
impulsionadas pela sociedade civil. 
3. Terceiro, as empresas podem criarvalor por meio do desenvolvimento de 
novas e revolucionárias tecnologias que tenham o potencial para reduzir 
os danos do homem ao planeta. 
4. Finalmente, as empresas podem criar valor ao atender às necessidades 
dos indivíduos localizados no extremo inferior da pirâmide de renda do 
 
 
 
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16 
mundo – e isso de uma forma que facilite a criação e distribuição de renda 
inclusiva. 
A criação de valor é um fator de extrema relevância para a 
sobrevivência das empresas e contribuição ao Desenvolvimento Sustentável. 
Podemos entender que a responsabilidade Social Empresarial, conforme 
conceituada anteriormente, vem ao encontro de necessidades primordiais do 
Desenvolvimento Sustentável. 
A videoaula correspondente a esse assunto está disponível no material 
on-line! 
 
 
 
Código de ética 
Como desenvolver atitudes éticas e práticas de Responsabilidade 
Social Empresarial dentro das organizações? 
“Só uma moral que reconhece normas válidas sempre e para todos, 
sem qualquer exceção, pode garantir o fundamento ético da 
convivência social tanto nacional como internacional” (Encíclica 
Veritatis Splendor, João Paulo II). 
Com estas palavras do Papa João Paulo II vamos começar nossa 
reflexão sobre a importância de se definir uma norma de conduta ética para 
as organizações. 
A relevância de se adotar normas nas organizações advém do conflito 
de interesses. A incorporação de elementos e princípios sociais e ambientais 
nas práticas organizacionais podem gerar conflitos de interesses políticos, 
culturais, econômicos, entre outros. 
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH, 2010), a 
contribuição à diminuição das desigualdades socioeconômicas, da redução 
da pobreza é dever de diferentes organizações da sociedade, 
 
 
 
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independentemente de seu caráter público ou privado, incluindo governos que 
desempenham papel fundamental na elaboração de políticas públicas. 
Atualmente, muitas empresas – e até mesmo conselhos profissionais – 
estabelecem códigos de ética (ou códigos de conduta 
empresarial/profissional). Esses códigos têm por objetivo concretizar os 
princípios, a visão e a missão da empresa ou da profissão. 
O Código de Ética é um instrumento/norma/documento elaborado em 
formato de texto com diversas diretrizes que norteiam os indivíduos quanto a 
suas posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas pela 
empresa e sociedade como um todo. Essa norma enquadra os indivíduos a 
uma conduta aceita e alinhada com a boa imagem da entidade ou da profissão 
a qual pretende ocupar. Visa, dentre outras atitudes, o incentivo à 
voluntariedade e à humanização, em vista da criação de algumas atividades 
profissionais. É redigido, analisado e aprovado pela sua entidade de classe, 
organização ou governo competente, de acordo com as atribuições da 
atividade desempenhada, proporcionando benefícios éticos para a sociedade. 
Para o Instituto de Ética nos Negócios, o Código de Ética pode ser 
definido como 
“a declaração do conjunto de direitos, deveres e responsabilidades 
empresariais para com os stakeholders, refletindo a cultura, os 
princípios, os valores, a atuação socioambiental e o conjunto das 
normas de conduta para dirigentes, executivos e colaboradores, bem 
como para as empresas integrantes da cadeia produtiva, mediante os 
quais atuam as premissas que enriquecem os processos decisórios da 
empresa e orientam o seu comportamento. Além disso, deve ser o 
principal instrumento da Governança Corporativa e da gestão 
estratégica para se tornar um aliado das empresas no caminho que 
levará ao Desenvolvimento Sustentável”. 
No sentido de orientar as pessoas, o Código de Ética determina normas 
que fixam alguns regulamentos acerca dos comportamentos dos 
colaboradores dentro de uma organização. Apesar de a ética não implicar em 
penas legais, o código de ética supõe uma normativa interna de cumprimento 
obrigatório. Essa norma dá respaldo aos gestores para identificarem possíveis 
falhas na conduta dos indivíduos. 
 
 
 
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Embora não sejam normas que implicam em penas legais, podem estar 
vinculadas às normas legais como por exemplo, discriminar que é um crime 
punido por lei. Essas normas têm como principal objetivo determinar uma linha 
de conduta uniforme, dentro de determinado setor, categoria ou empresa. 
Existindo instruções por escrito, não há necessidade de os dirigentes 
explicarem constantemente quais são as obrigações que têm os funcionários. 
Um código de ética deve levar em consideração o setor de atuação da 
empresa, a categoria dos profissionais que ali trabalham e os anseios da 
própria empresa. Assim, respeitando os interesses do setor, das categorias e 
da empresa, o código de ética apresenta proibitivos com a intenção de orientar 
ações que colaborem na atitude social da empresa frente aos diferentes 
públicos com os quais se relaciona. 
Para a construção do código de ética, além das considerações já 
mencionadas, é de extrema importância que seu conteúdo suscite reflexão e 
participação de todos os envolvidos, envolvendo desde a diretoria geral até o 
último colaborador contratado, pois todos têm a responsabilidade de colocá-
lo em prática em seu dia a dia. O conteúdo deve ser claro e objetivo, facilitando 
a compreensão de todos e reduzindo o risco de interpretações errôneas ou 
subjetivas no que se refere ao caráter moral e ético. 
O Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios publicou em sua revista 
Ética nos Negócios, Ano IV – n. 13 de março de 2014, um artigo que faz a 
seguinte pergunta: 
Para que servem os códigos de ética? 
A professora Maria Cecília Coutinho de Arruda argumentou alguns 
fatores justificam o código de ética. Segundo ARRUDA (2014), programas de 
educação, sensibilização e incentivo à atuação ética estão sendo cada vez 
mais desenvolvidos nas empresas. Os executivos do topo começam a 
perceber que o custo de controles, auditoria e compliance, assistência 
jurídica, prevenção à lavagem de dinheiro, corrupção e risco ultrapassam 
 
 
 
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valores que se classificariam como aceitáveis. Assim, entendem que a ética 
vale a pena. 
Ainda para ARRUDA (2014), o código de ética dá visibilidade à 
empresa, indica que há valores sobre os quais se estruturam premissas e 
compromissos para com diferentes grupos de interesse, dentro e fora da 
organização. Esse registro sempre configura ou pressupõe relações de 
seriedade e responsabilidade – condições favoráveis a bons negócios. 
Em 2006, o Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, apresentou três 
funções básicas do código de ética, que são: 
 Função de legitimação moral 
Os direitos e as responsabilidades da empresa para com os stakeholders, 
expressos no Código de Ética, oferecem os termos com base nos quais 
todos os stakeholders podem reconhecer que as suas legítimas 
expectativas serão tratadas equitativamente. O critério de equilíbrio das 
expectativas torna-se a base para um acordo e uma cooperação 
mutuamente vantajosa. 
 Função cognitiva 
Através da enunciação de princípios abstratos e gerais e de regras de 
comportamento preventivo, o código de ética, permite reconhecer os 
comportamentos não éticos (oportunistas) e esclarecer o exercício 
apropriado (não abusivo) da autoridade, da arbitrariedade, da delegação e 
da autonomia decisória de cada participante da empresa e de cada 
stakeholder. 
 Função de incentivo 
O Código de Ética geraincentivos à observância dos princípios e dos 
valores corporativos e também das normas de conduta nele contidas, pois 
da sua observância depende a formação da reputação da empresa e o 
 
 
 
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estabelecimento de relações de confiança reciprocamente vantajosas 
entre a empresa e os seus stakeholders. 
Podemos perceber que a ética empresarial proporciona a difusão de 
diversos valores dentro do mundo empresarial, em uma perspectiva quase 
sempre comportamental, sendo capaz de assegurar o sucesso com bons 
resultados de maneira clara e determinada. Diversas empresas adotaram um 
código de ética, com o intuito de agir frente a valores éticos, especificando seu 
exemplo de conduta em sua estrutura organizacional. 
A videoaula correspondente a este tema está disponível no material on-
line! 
 
 
 
Pacto Global 
Aprendemos, no tema anterior, que a ética empresarial proporciona a 
difusão de diversos valores dentro do mundo empresarial em uma perspectiva 
quase sempre comportamental; porém, ela necessita de instrumentos para 
avaliar e mobilizar a comunidade empresarial no que diz respeito a suas 
práticas de Responsabilidade Social Empresarial. Neste sentindo, o Pacto 
Global vem ao encontro de necessidades éticas e de Responsabilidade 
Social Empresarial. 
Em meio ao cenário de crescente inquietação sobre os efeitos dos 
aumentos dos mercados, do consumo, da população mundial e de um mundo 
cada vez mais globalizado, o ex-Secretário-Geral da Organização das Nações 
Unidas (ONU), Kofi Annan, propôs o Pacto Global no Fórum Econômico 
Mundial, em 31 de janeiro de 1999, com o objetivo de mobilizar a comunidade 
empresarial internacional para adoção, em suas práticas de negócios, de 
valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos 
 
 
 
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humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção 
refletida em 10 princípios. 
Para tanto, convocou líderes empresariais, de sindicatos, de ONGs e 
outros atores da sociedade civil a se unirem e criarem ações e parcerias em 
prol de um mercado global mais inclusivo, igualitário e sustentável, 
contribuindo para o avanço das práticas de Responsabilidade Social 
Empresarial. 
Hoje, há mais de 5.200 organizações signatárias articuladas por 150 
redes ao redor do mundo. (OLIVEIRA et al, 2008). Porém, o Pacto Global não 
tem como objetivo ser um instrumento regulador, ele não vigia e não gera 
obrigações comportamentais ou de ações e práticas gerenciais das empresas, 
apenas visa a ser uma iniciativa de ação voluntária de cidadania empresarial, 
que procura fornecer diretrizes para a promoção do crescimento sustentável 
e da cidadania, mediante lideranças corporativas, comprometidas e 
inovadoras. 
“o Global Compact confia no interesse próprio e esclarecido das 
empresas, das entidades do trabalho e da sociedade civil para iniciar e 
compartilhar uma ação substantiva na busca dos princípios nos quais 
se baseia o Global Compact” (REDE BRASILEIRA DO PACTO 
GLOBAL, 2012). 
Os princípios a seguir são baseados na Declaração Universal de 
Direitos Humanos, na Declaração da Organização Internacional do Trabalho 
sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, na Declaração do Rio 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento e na Convenção das Nações 
Unidas Contra a Corrupção. 
A partir dessas declarações, definiram-se dez Princípios Universais 
para o Pacto Global, estando relacionados “às quatro áreas de direitos 
humanos, direitos do trabalho, proteção ao meio ambiente e combate à 
corrupção, escolhidas por possuírem um potencial efetivo para influenciar e 
gerar mudança positiva” (REDE BRASILEIRA DO PACTO GLOBAL, 1999). 
 
 
 
 
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Princípios do Pacto Global 
Os dois primeiros princípios dizem respeito aos direitos humanos. 
Desta maneira, o Pacto Global pretende promover o desenvolvimento humano 
sustentável focando atenções à vida longa e saudável, acesso ao 
conhecimento e padrão de vida decente. 
Direitos Humanos 
1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção 
dos direitos humanos reconhecidos 
internacionalmente; 
2. Assegurar-se de sua não participação em violações 
destes direitos; 
 
Na dimensão trabalho, observam-se quatro princípios: 
Trabalho 
3. As empresas devem apoiar a liberdade de 
associação e o reconhecimento efetivo do direito 
à negociação coletiva; 
4. A eliminação de todas as formas de trabalho 
forçado ou compulsório; 
5. A abolição efetiva do trabalho infantil; 
6. Eliminar a discriminação no emprego; 
 
No que diz respeito à dimensão sobre o meio ambiente, os princípios 
enumerados visam a promover maior responsabilidade ambiental, que não 
agrida a natureza, sendo uma abordagem preventiva e não corretiva, além 
de unir esforços no sentido de promover a gestão do ciclo de vida dos 
produtos. 
 
 
 
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Meio Ambiente 
7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva 
aos desafios ambientais; 
8. Desenvolver iniciativas para promover maior 
responsabilidade ambiental; 
9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias 
ambientalmente amigáveis; 
 
O princípio referente à última dimensão se posiciona contra a 
corrupção: 
Contra a Corrupção 
10. As empresas devem combater a corrupção em 
todas as formas, inclusive extorsão e propina. 
 
O PG é um instrumento de livre iniciativa das empresas, sindicatos e 
organizações da sociedade civil, que busca fornecer diretrizes para a 
promoção do desenvolvimento sustentável, por meio de lideranças 
corporativas comprometidas e inovadoras. A organização que adere ao PG 
admite voluntariamente o compromisso de implantar os dez princípios (que 
você acabou de conhecer) em suas atividades cotidianas e prestar contas à 
sociedade, com publicidade e transparência, dos progressos que está 
realizando no processo de implantação dos princípios mediante 
Comunicações de Progresso (COP). 
A adesão ao Pacto Global não configura obrigação e não é monitorada; 
contudo, alguns compromissos devem ser assumidos pelas empresas ao 
aderirem. A adesão de uma empresa ou entidade ao Pacto Global implica 
comprometer-se com a implantação gradual dos dez princípios. Espera-se 
que os signatários alcancem uma série de mudanças em suas atividades, de 
 
 
 
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modo que o Pacto Global e seus princípios façam parte de sua estratégia, 
cultura e atividades diárias. 
O signatário também deve ser transparente, ou seja, informar 
publicamente e de maneira contínua (anualmente) os progressos realizados 
na implantação dos princípios (por meio da apresentação de Comunicações 
de Progresso) e manter um diálogo com os grupos de stakeholders (grupos 
de interesse da empresa). 
O compromisso também sugere a seleção de fornecedores, de modo 
que todos aqueles que fornecem à empresa também cumpram com os 
princípios do Pacto Global. Em casos específicos de empresas grandes, 
médias ou pequenas que têm atividade global, o compromisso do Pacto é 
global, ou seja, para todas as suas operações no mundo. 
Entidades que participam do Pacto e não são empresas têm um papel 
específico, no qual se espera que promovam o Pacto em todo seu âmbito de 
influência. 
De acordo com o Pacto Global, as empresas, grupos de empresas e 
outras organizações participam da rede de forma voluntária e, por isso, terão 
que enviarao Secretário-Geral da ONU uma carta assinada pelo seu 
executivo principal e, quando possível, pelo Conselho de Administração, 
manifestando o compromisso empresarial com o Global Compact e seus 
princípios. 
Segundo Oliveira et al (2008), as empresas participantes deverão: 
 Impulsionar mudanças nas suas operações, de maneira que os 10 
princípios do Pacto Global se tornem parte da estratégia, da cultura e das 
operações rotineiras; 
 Defender publicamente o Pacto Global e seus princípios através dos meios 
de comunicação de que dispõe, tais como comunicados à imprensa, 
discursos, relatórios etc; 
 
 
 
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 Publicar em seu relatório anual (ou outro relatório similar) uma descrição 
das maneiras pelas quais a empresa está apoiando o Pacto Global e seus 
10 princípios (OLIVEIRA et al, 2008). 
O Brasil, em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística, IBGE (2012), em seus Indicadores de Desenvolvimento 
Sustentável, apresentava uma tendência de declínio no grau de desigualdade 
na distribuição de renda desde 1992. Porém, o índice de Gini – que, segundo 
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mede o grau de 
concentração de renda em determinado grupo, apontando diferenças entre os 
rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos – permaneceu elevado em 
2009 (0,524), indicando que, apesar da redução, as desigualdades 
socioeconômicas persistem. 
A proporção de domicílios com rendimento mensal domiciliar per capita 
de até ½ salário mínimo sofreu um decréscimo no período observado, 
passando de 24,4%, em 1992, a 19,1% em 2009; cerca de 9,7% da população 
de 15 anos de idade ou mais eram ainda analfabetos, correspondendo a, 
aproximadamente, 14,1 milhões de pessoas (IPEA, 2012). 
Por outro lado, por várias razões, o Brasil desponta como uma possível 
potência da economia verde e inclusiva. Mais de 48% da matriz energética 
brasileira eram de fonte renovável em 2009 (EPE/MME, 2010). O Brasil dispõe 
de mais de 20% do solo arável do planeta e felizmente conta com insolação e 
disponibilidade de água. Isso, somado a uma cultura colaborativa e a uma 
classe empresarial cada vez mais engajada, consciente das suas 
responsabilidades e que quer atuar como protagonista, permite ao país ir 
muito mais além, ou seja, desenvolver-se de forma sustentável (PACTO 
GLOBAL, 2012). 
Assim, as empresas brasileiras signatárias do Pacto Global cada vez 
mais percebem que são parte da solução para a promoção de uma economia 
verde e inclusiva! 
 
 
 
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Vamos a mais uma videoaula? Ela está disponível no material on-line! 
 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
O que você sabe sobre o “Projeto Ortópolis”? 
Pesquise sobre o contexto em que esse projeto foi desenvolvido e o 
que ele agregou à população de Barroso, município de Minas Gerais. Em 
seguida, compartilhe com seus colegas o resultado de sua pesquisa, pois 
esses dados serão muito importantes para o desenvolvimento prático de 
nosso estudo! 
 
 
 
NA PRÁTICA 
Uma empresa multinacional adquire uma planta de uma empresa 
brasileira em uma cidade do interior de Minas. Para a implementação de suas 
práticas, a reestruturação é necessária para a incorporação desta unidade 
fabril com as políticas e diretrizes da organização. Com a reestruturação, 
vários funcionários foram demitidos causando insatisfação na comunidade, 
uma vez que, essa empresa era o maior empregador da cidade. 
Vamos para Barroso, interior de Minas Gerais, em 2003. A população 
prepara uma carta para a direção da Holcim na Suíça e no Brasil, reclamando 
da nova política da companhia, principalmente quanto à redução de postos de 
trabalho e terceirização. A comunidade, unida pela primeira vez, questiona por 
que a Holcim não dá mais empregos aos barrosenses. Também reclama da 
retirada das chaminés da fábrica, consideradas símbolo local. As lideranças 
solicitam ações que visem fortalecer a sociedade. 
 
 
 
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Com a carta assinada e enviada aos diretores da empresa, a busca 
pela solução se inicia. O Professor e Consultor Edgar Ricardo von Buettner 
expõe a ideia de planejar e implementar, de forma sistêmica e participativa, 
uma “cidade correta”. 
Com a autorização para implementar o projeto, o consultor Edgar 
procurou o Sebrae RJ e posteriormente marcaram encontro com as lideranças 
da comunidade para solucionar os problemas e começar o planejamento da 
Ortópolis. Compartilha que gostaria de criar um programa para reduzir o 
impacto dessas ações e fomentar o desenvolvimento das comunidades locais: 
“Se nós queremos resolver todos os problemas da comunidade, precisamos 
mudar de comportamento. A comunidade tem que mudar o comportamento”. 
Neste encontro identificaram grandes problemas: geração de renda, 
saúde, educação, a questão do meio ambiente e, o principal, a comunidade 
precisava modificar o comportamento não só em relação à cidade, mas à 
dinâmica das mudanças que aconteciam. Ficou claro que todas as ações 
deveriam partir da própria população. Foram traçados os objetivos do projeto, 
os resultados a serem alcançados, as demandas da cidade. Surgiram os nove 
eixos temáticos: 
1. Mudança comportamental assumida e realizada; 
2. Modelos de políticas públicas elaborados; 
3. Empreendedorismo difundido e implementado; 
4. Agronegócio desenvolvido e implementado; 
5. Econegócio desenvolvido e implementado; 
6. Plano estratégico urbano elaborado e implementado; 
7. Melhoria da infraestrutura instalada; 
8. Gestão ambiental municipal implementada; 
 
 
 
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9. Cidade embelezada (arquitetura e paisagismo). 
Assim o Projeto Ortópolis teve como Visão ser um município formado 
por pessoas que detinham uma postura cidadã consistente e cooperativa, que 
constituíam os poderes públicos, instituições sociais e organizações 
empresariais de excelência, articulados e comprometidos com o 
desenvolvimento sustentável, que resultasse em resgate da autoestima, boa 
qualidade de vida e justiça social, com respeito ao meio ambiente, à cultura e 
aos valores éticos. 
E tinha como Missão possibilitar mudança comportamental que 
resultasse na participação de todos os setores da sociedade na construção 
de uma comunidade responsável, justa, solidária e ética, buscando boa 
qualidade de vida para todos. 
Com base nestas informações, reflita: esta seria a melhor opção para 
a comunidade? Teriam outras possibilidades? Confira, na videoaula 
disponível no material on-line! 
 
 
 
SÍNTESE 
Nesta aula estudamos alguns aspectos da ética como negócio, a ética 
e a responsabilidade social, o Desenvolvimento Sustentável e a 
Responsabilidade Social Empresarial, o código de ética e o Pacto Global. 
Segundo SOUSA (2006), o sistema capitalista, no qual nossa 
sociedade vive nos dias atuais, apresenta-se deficiente e necessita recriar-se 
constantemente. As organizações, com a finalidade de obtenção de lucro, 
dotavam-se da confiança de que recursos naturais e humanos eram capazes 
de suprir todos os insumos para a produção demandada e receber todos os 
 
 
 
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refugos de produção e lixos dessas demandas. A problemática da degradação 
ambiental não era levada em consideração em estudos econômicos. 
Na medida em que a exploração de recursos naturais e humanos não 
estavam sendo tratadas com a devida atenção, houve necessidade do 
sistemade produção capitalista se reinventar, se adequado às limitações 
impostas. Inovações foram implementadas na tentativa de gerar resultados 
positivos sobre a problemática, uma vez que, cada vez mais a opinião pública 
tem cobrado posicionamento das empresas. 
Nesta aula refletimos sobre o conceito e como se desenvolveram os 
estudos do Desenvolvimento Sustentável, da Sustentabilidade e da 
Responsabilidade Social Empresarial, na busca de mecanismos que 
minimizem os impactos negativos das empresas na sociedade. Vamos 
recapitular o conteúdo desta aula? Assista à videoaula disponível no material 
on-line! 
 
 
 
Referências 
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PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. 
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