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07/08/2018 1 Ligações Químicas Ligações Químicas – Ligações Iônicas. Ligações Covalentes. Prof. Dr. Marcos R. A. Alves Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 1 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Introdução A partir de fundamentos teóricos da estrutura atômica, deduzimos as configurações eletrônicas dos átomos Realizado a partir da relação entre teoria e prática Ex.: efeito fotoelétrico, espectro do hidrogênio e etc. 2 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Introdução Do ponto de vista didático, as ligações entre os átomos são classificadas em: Ligação iônica Transferência total de e- de A para B. Ligação metálica Ligação covalente Compartilhamento de e- entre A para B. Os metais envolvidos perdem e- de suas valências, com os e- livres para se deslocarem pelo material. 3 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Introdução Na prática o correto é falar em: Caráter predominante iônico Pode ser determinado pela diferença de eletronegatividade Caráter predominante covalente Lembrando que a ligação ocorre através dos elétrons mais externos. 4 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ligação iônica É a ligação formada pela atração eletrostática entre íons de cargas opostas. O que implica essa definição? Ela acontecerá quando for “fácil” formar cátions e ânions. Maior estabilidade do composto 5 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ligação iônica Sendo mais formal... Quanto menor for a energia necessária para formar os íons (cátions e ânions) Menor for a energia necessária para “arrancar” o elétron de um átomo para formar um cátion Maior for a energia liberada quando um dos átomos receber o elétron ↓ Energia de ionização (EI) ↑ afinidade eletrônica (AE) 6 07/08/2018 2 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ligação iônica Quais elementos apresentam estas características? ↓ Energia de ionização (EI) ↑ afinidade eletrônica (AE) Metais representativos Não metais Grupos I e II Grupos XVI e XVII Alcalinos e alcalinos terrosos Calcogênios e halogênios 7 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estabilidade de um composto iônico CsF → fluoreto de césio Energia de ionização (Cs(g)) = 375,7 kJmol-1 Afinidade eletrônica (F(g)) = -328,0 kJmol-1 ∆E = EI – AE = 47,7 kJmol.-1 Processo endotérmico → não favorável!! 8 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estabilidade de um composto iônico Além disso há mais energia a ser fornecida para atomizar tanto o Cs(s) e o F2(g) Energia de Atomização (Cs(s)→ Cs(g)) = 76,1 kJmol-1 Afinidade eletrônica (½F2 (g) → F(g)) = 79,0 kJmol-1 ∆ETot = 47,7 kJmol.-1 +155,1 kJmol-1 = 202,8 kJmol-1 ∆E = 155,1 kJmol-1 9 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estabilidade de um composto iônico Qual a justificativa para formação dos compostos iônicos? É necessário uma energia compensatória, negativa. Que é a energia eletrostática liberada quando os íons se unem. Derivada da Lei de Coulomb 20 2 4 1 r qq r qqkFElet (1) 10 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estabilidade de um composto iônico A partir de (1) pode-se deduzir Z = carga dos íons; e = carga do elétron (1,6 x 10-19 C); ε0 = permissividade no vácuo (8,85 x 10-12 C2J-1m-1) r = distância dos íons r eZZEElet 2 04 1 (2) Todas as constantes ou variáveis são positivas exceto a carga do ânion Eelet = negativa 11 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estabilidade de um composto iônico Cálculo a energia de interação eletrostática para o composto CsF. Dado = r (medida experimental) = 2,35 x 10-10m r eZZEElet 2 04 1 1 1011212 219122 590 10352108581434 106111100226 kJmol mmJCx CxmolxEElet ).,).(,).(,.( ),).().(.(, Esse valor é suficiente para compensar os 202 kJmol-1. 12 07/08/2018 3 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas A interação eletrostática Porém, a interação eletrostática é não direcional, ou seja, ocorre em todas as direções Não há somente uma interação cátion-ânion e varias interações cátion- ânion (atrativa), cátion-cátion (repulsiva) e ânion-ânion (repulsiva) r eZZEElet 2 04 1 + - - - - - - Eelet é ainda maior! 13 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas A interação eletrostática Como está organizado então 1 mol de composto iônico, por exemplo de NaCl? Esta organização mostra que a interação é não-direcional. Porém essa interação é diferente para os vários pares. Será que está como a união de vários pares? 14 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas A interação eletrostática Ou seja um cristal que cresce nas três dimensões com várias interações repulsivas e atrativas entre cátions e ânions. Em um mol de NaCl a interação entre os cátions e ânions é a mesma e isso significa que temos um estrutura tridimensional organizada 15 16 A interação eletrostática Para um mol de um composto iônico n 11 r eZZ 4 ANE 2 0 A tRe Onde NA é o número de Avogadro = 6,022 x 1022, ERet – Energia reticular, A constante relacionada a geometria do cristal, n é o expoente de Born, um número entre 5 e 12, determinado experimentalmente pela medida de compressibilidade do sólido ou derivado teoricamente. Equação de Born-Landé Que fornece a energia liberada quando um mol de um composto iônico é formado Energia de rede cristalina Energia responsável pelaestabilização do composto iônico Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 17 O ciclo de Born-Haber A energia de formação de um composto iônico pode também ser determinada através do ciclo de Born-Haber utilizando a lei de Hess Lei de Hess → a energia não pode ser criada e nem destruída Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 18 O ciclo de Born-Haber Calcular a energia de formação de um mol de NaCl sólido. Etapa Processo ∆H / kJmol-1 A Na(s)→Na(g) +108 (Energia absorvida) B ½ Cl2(g)→ Cl(g) +121 (Energia absorvida) C Na(g) → Na+(g) +495 (Energia absorvida) D e- + Cl(g) → Cl-(g) -348(Energia liberada) E Na+(g) + Cl-(g) → NaCl (s) -787 (Energia liberada) Total Na(s) + ½Cl2(g) → NaCl(s) -411 (Energia líquida liberada) Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 07/08/2018 4 19 O ciclo de Born-Haber )()()():():()( retículoAEEIClDissNaSub o f HHHHHNaClH 2 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Propriedades dos compostos iônicos • Maus condutores de eletricidade no estado sólido – Os íons estão “presos” na estrutura • Bom condutores quando em solução ou fundidos – Os íons estão livres para se moverem • Elevados ponto de fusão e ebulição – Fortes ligações e por serem não-direcionais Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 20 Propriedades dos compostos iônicos • Solúveis em solventes polares 2 04 1 r qqFElet εH2O = 85 vezes maior ε0 ε = constante dielétrica εNH3 = 25 vezes maior ε0 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 21 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Propriedades dos compostos iônicos • São duros e quebradiços - - - - + + ++ + - - + - - - - + + ++ + - - + Força - - -+ ++ - + - - -+ ++ - + - ++ - - ++ - Ruptura 22 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Os compostos iônicos ÍONS Cátions Ânions Metais do grupo I e II Não metais grupo XVI e XVII Poliatômicos NH4+ Poliatômicos CO32-, SO42- 23 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Representação de Lewis • O que são elétrons de valência? • Exemplospara átomos e íons de um elemento. • Exemplos de compostos iônicos Representação de Lewis 24 07/08/2018 5 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 25 Ligações Covalentes Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 26 Ligação covalente Diferentemente da ligação iônica, na ligação covalente, ou melhor predominantemente covalente, não há “transferências total” e sim compartilhamento de elétrons Exemplos: Gases atmosféricos: N2, CO2, O2, H2O Combustíveis: CH4, CH3CH2OH Íons compostos: CO32-, SO42-, CN- , NH4+ Todos são não-metais 27 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ligação covalente É possível a formação de compostos covalentes metais-não metais? SIM → Apesar da maioria ser formada por ligação entre não metais. ZnS, SnCl2 Exemplos: 28 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ligação covalente Diferença de eletronegatividade Exemplo de ligação Tipo de ligação Caráter covalente Caráter iônico Zero Cl-Cl Covalente Apolar Intermediário P-Cl Covalente Polar Grande Na+ Cl- Iônica 29 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas A teoria do octeto Uma forma simples de prever ou descrever uma ligação covalente. Gilbert Newton Lewis (1875-1946) Proposta em 1916 “...cada átomo em um composto covalente tende a adquirir o octeto através do compartilhamento de elétrons.” Octeto s2 p6 Configuração de um gás nobre 30 Estruturas de Lewis • As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos elementos: • Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons em uma ligação é representado por uma única linha: Cl + Cl Cl Cl Cl Cl H F H O H H N H H CH H H H Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 07/08/2018 6 31 Ligações múltiplas • É possível que mais de um par de elétrons seja compartilhado entre dois átomos (ligações múltiplas): • Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2); • Dois pares de elétrons compartilhados = ligação dupla (O2); • Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2). • Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de elétrons compartilhados aumenta. H H O O N N Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 32 Eletronegatividade • Eletronegatividade: é a habilidade de um átomo de atrair elétrons para si em certa molécula . • Pauling estabeleceu as eletronegatividades em uma escala de 0,7 (Cs) a 4,0 (F). • A eletronegatividade aumenta: • ao logo de um período e • ao subirmos em uma família. Polaridade da ligação e eletronegatividade Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 33 Eletronegatividade e polaridade de ligação • A diferença na eletronegatividade entre dois átomos é uma medida da polaridade de ligação: • as diferenças de eletronegatividade próximas a 0 resultam em ligações covalentes apolares (compartilhamento de elétrons igual ou quase igual); • as diferenças de eletronegatividade próximas a 2 resultam em ligações covalentes polares (compartilhamento de elétrons desigual); • as diferenças de eletronegatividade próximas a 3 resultam em ligações iônicas (transferência de elétrons). Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 34 Eletronegatividade e polaridade de ligação • Não há distinção acentuada entre os tipos de ligação. • A extremidade positiva (ou polo) em uma ligação polar é representada por + e o polo negativo por -. Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 35 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Exceções a regra do octeto Octeto incompleto – Em alguns compostos, o número de elétrons que rodeia o átomo central numa molécula estável é menor do que oito. Moléculas com um número impar de elétrons – É necessário um número par de elétrons para haver emparelhamento completo. Octeto Expandido – Em alguns compostos existem mais do que oito elétrons de valência em torno do átomo. Octeto incompleto Moléculas com um número impar de elétrons Octeto expandido Exceções a teoria do octeto 36 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Exceções a teoria do octeto NO e NO2 Geralmente são muitos reativos N O N O Octetos incompletos Compostos de Berílio (BeH2, BeF2) Compostos de Boro (BF3, BH3) Compostos de Alumínio ( AlCl3, AlI3) Moléculas com um número impar de elétrons Óxido Nítrico (NO) Óxido de Azoto (NO2) Octetos Expandidos Compostos de Enxofre (SF6) Compostos de Fósforo (PF5) 07/08/2018 7 37 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas • Exemplo: experimentalmente, o ozônio tem duas ligações idênticas, ao passo que a estrutura de Lewis requer uma simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais curta). O O O Estruturas de ressonância • Algumas moléculas não são bem representadas pelas estruturas de Lewis. • Normalmente, as estruturas com ligações múltiplas podem ter estruturas similares às ligações múltiplas entre diferentes pares de átomos. 38 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estruturas de ressonância O O O O O O 39 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Estruturas de ressonância • As estruturas de ressonância são tentativas de representar uma estrutura real, que é uma mistura entre várias possibilidades extremas. 40 Estrutura de ressonância – cada um de duas ou mais estruturas de Lewis para uma molécula particular que não possa ser descrita adequadamente por apenas uma estrutura de Lewis. O símbolo indica que as estruturas representadas devem ser entendidas como formas de ressonância. 41 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Propriedades das Ligações: ordem, comprimento e energia 42 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Ordem, comprimento de uma ligação e Energia O que é ordem de uma ligação (OL)? Mas como é definido o comprimento e a energia de uma ligação? É o número de par de elétrons compartilhados. Maior OL mais forte, mais curta e maior a energia necessária para rompê-la. 07/08/2018 8 43 Como ocorre a formação de uma ligação covalente? 44 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas • A energia necessária para quebrar uma ligação covalente é denominada entalpia de dissociação de ligação, D. Isto é, para a molécula de Cl2, a D(Cl-Cl) é dada pelo H para a reação: Cl2(g) 2Cl(g). • Quando mais de uma ligação é quebrada: CH4(g) C(g) + 4H(g)H = 1660 kJ • A entalpia de ligação é uma fração do H para a reação de atomização: D(C-H) = ¼ H = ¼(1660 kJ) = 415 kJ • As entalpias de ligação podem tanto ser positivas como negativas. Forças das ligações covalentes 45 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 46 Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Entalpias de ligação e entalpias de reação • Podemos usar as entalpias de ligação para calcularmos a entalpia para uma reação química. • Admitimos que em qualquer reação química as ligações precisam ser quebradas para que novas ligações sejam formadas. • A entalpia da reação é dada pela soma das entalpias de ligações quebradas menos a soma das entalpias das ligações formadas. • Ilustramos o conceito com a reação entre o metano, CH4, e o cloro: CH4(g) + Cl2(g) CH3Cl(g) + HCl(g) Hrxn = ? 47 kJ 104 Cl-HCl-CCl-ClH-C DDDDHrxn • O resultado acima é consistente com a lei de Hess. Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas 48 Propriedades dos compostos moleculares Compostos iônicos Compostos moleculares ou covalentes Sólidos Sólido, líquidos e gasosos. Prof. Marcos R. A. Alves – Ligações Químicas Altos e baixos pontos de fusão e ebulição Bons e maus condutores de eletricidadeÁgua, N2, diamante Grafite (bom), água (mau), HCl aquoso (bom). Duros e macios Diamante, grafite. Solubilidade variada Dependerá da polaridade da ligação
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