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CAMPUS MEIER LICENCIATURA EM HISTÓRIA A CULTURA ASTECA (13251518) O Reinado de Esplendor na América PréColombiana MÉLANI TIZZA MONÇÃO DAS NEVES MATRÍCULA: 212650153 ORIENTADORA: SHEILA CONCEIÇÃO SILVA LIMA RIO DE JANEIRO JUNHO /2015 A CULTURA ASTECA (13251518) Mélani Monção 1 Resumo: Este artigo relata a questão da análise acerca da cultura asteca, particularmente de sua religiosidade, produto das discussões e das novos aferramentos ligados à História Cultural. Cabe ressaltar a magnitude da cultura para compreender os processos de eclosão e ascensão desta sociedade préColombiana. Palavras Chaves: Astecas – Religiosidade Morte. SUMÁRIO: Introdução, A Sociedade Asteca, Os ritos e o ciclo da vida, A religião asteca, Considerações Finais. INTRODUÇÃO A Nova História Cultural instrumentalizou novas abordagens para os estudos historiográficos. Deste modo procurou romper com as interpretações estruturalistas, abrindo espaço para as análises em que envolvessem personagens alijados do discurso social e político, especialmente os sem voz, as mulheres e as minorias. Dessa forma, se estabeleceu a possibilidade de investigar novas direções, a partir da segunda metade do século XX. Ao mesmo tempo, esta historiografia permitiu que os historiadores reconsiderassem importantes questões tradicionais, especialmente, em relação à religiosidade de povos préindustriais, dentro de novas perspectivas (SCHWARTZ, 2009: 195196). A Nova História Cultural interessase pelos sujeitos produtores e receptores de cultura, o que abarca tanto a função social dos intelectuais até o público receptor, o leitor comum, ou as massas capturadas pela indústria cultural. Também analisa as agências de produção e difusão cultural como os sistemas educativos, a imprensa, os meios de comunicação, as organizações socioculturais e religiosas. Para além dos sujeitos e agências que produzem cultura, a Nova História Cultural se debruça sobre os meios pelos quais a cultura se produz e se transmite: as práticas e os processos. É também necessário ressaltar o estudo dos padrões que estão por trás dos objetos culturais produzidos: as visões de mundo, os sistemas de valores, os sistemas normativos, os modos de vida de vários grupos e suas concepções, além 1 Licencianda em História na Universidade Cândido Mendes – Campus Méier das ideias disseminadas por meio de correntes e movimentos de diversos tipos. (ASSUNÇÃO, 2003:148) A História Cultural dialoga diretamente com outros campos do saber, como a Antropologia, a linguística, a psicologia e a ciência política. Nessa perspectiva: (...) os antropólogos descobriram que as melhores vias de acesso, numa tentativa para penetrar uma cultura estranha, podem ser aquelas em que ela parece mais opaca. Quando se percebe que não se está entendendo alguma coisa – uma piada, um provérbio, uma cerimônia – particularmente significativa para os nativos, existe a possibilidade de se descobrir onde captar um sistema estranho de significação, a fim de decifrálo. (DARNTON, 1984, p.106) O envolvimento com a Antropologia proporcionou novas abordagens em relação à alteridade, oportunidades ímpares para expandir os estudos de História Cultural. Em princípio destes fundamentos da Nova História, que procura analisar a sociedade Asteca. A SOCIEDADE ASTECA A cultura dos povos mesoamericanos tem sido alvo de interpretações controversas, fundamentas em esparsas referências na literatura e pelas representações dos códices iconográficos do último período mesoamericano (OLIVEIRA, S/d: 114). Os estudos acerca do contexto da mitologia e da cosmologia sofrem maior distorção, especialmente, nas análises sobre a religiosidade mesoamericana, que deveria ser tratada como premente de seu contexto, é aspergida de simbolismos e adulterações anacrônicas. O que se tem escrito sobre os astecas evidencia o lado mais sombrio desta sociedade. Em análises que leva em questão a alteridade, fazse questão de ressaltarem os aspectos mais radicais dos rituais mais sanguinários evidenciando os sacrifícios humanos e a crueldade de seus guerreiros. O fascínio que esses aspectos exercem sobre alguns estudiosos, acabou por obscurecer ou silenciar outras características interessantes dessa sociedade, corroborando com a dificuldade de fontes para seu estudo. Segundo Oliveira: O estudo destas culturas tem sido uma espécie de desafio para os especialistas. Assim como em outras culturas ocidentais, as tradições mitológicas e históricas dos mesoamericanos estão almagamadas. Não se pode estudar o povo asteca sem relacionálo à religião, indissociável do seu caráter cultural. (S/d: 114) Para que se compreendam os povos astecas e ressaltar sua cultura, é preciso conhecer um pouco de sua cultura, religião, educação e política deste povo. Os Astecas são povos migrantes, assim como outros antes deles, na região mesoamericana. Segundo Sousa, Silva e Fontenele, os Astecas são povos originários do noroeste do México. A rivalidade entre os nativos da região promoveu o fim do império Tolteca e a migração de grupos vindos do norte, facilitando a fixação dos Astecas na região do lago Texcoco . Logo cresceu o centro da sociedade Tenochtitlán , com uma população com 500 mil habitantes. Outros centros se desenvolveram em torno da região central como Tlatelolco , Azcapotzalco , Tlacopán , Coyacán e Tepeyacac que juntos formavam um milhão de habitantes (2006: 2). Esta sociedade se estruturou sob rigorosa ética social e politica, que se hierarquizava em torno de uma aristocracia e do povo, com destaque para artesãos e agricultores. O comércio era domínio do imperador. As tarefas eram divididas: mulheres nos atributos domésticos – fiar, tecer e moer o trigo; homens trabalhavam no campo e exerciam o ofício de carpinteiros, marceneiros, pedreiros. A sociedade era rigidamente hierarquizada: o governante, semidivino, situavase no topo da pirâmide social, seguido pela aristocracia (chefes militares, sacerdotes e altos funcionários do estado), Artesãos de elite e comerciantes, camponeses e, por último, os escravos (prisioneiros de guerra, indivíduos que haviam sido punidos por crimes,