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Gestão Financeira e Riscos Financeiros

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GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA 
 GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 1 
Prezado aluno, 
Esta apostila é a versão estática, em formato.pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do 
conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 2 
Gestão de riscos financeiros - Apostila 
Apresentação 
Esta disciplina abordará aspectos importantes dos riscos financeiros sobre 
decisões de gestão. As questões que envolvem as finanças corporativas 
participam de todas as decisões da empresa que tenham implicações financeiras. 
Essas questões influenciam todas as áreas e todos os departamentos das 
corporações e seus respectivos responsáveis. 
Neste conteúdo, definiremos, então, os conceitos financeiros mais relevantes, 
considerando que, nas estruturas modernas, na maior parte das sociedades e 
culturas, quase tudo é determinado pelo dinheiro. 
Além disso, estudaremos, aqui, os tipos de risco e suas principais formas de 
mensuração. Ao objetivar a maximização do valor das ações da empresa, o 
administrador financeiro deverá avaliar dois elementos fundamentais: o risco e o 
retorno. 
A disciplina abordará, também, temas como o orçamento de capital, com ênfase 
em sua estrutura ideal, em seus custos e em sua forma de análise. Afinal, essa 
noção é praticada pelas organizações e está relacionada aos investimentos em 
projetos e bens que, normalmente, geram retornos ao negócio em prazos longos. 
Por fim, trataremos da alavancagem e dos procedimentos mais adotados pelas 
empresas na gestão financeira de curto e longo prazos. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Definir os conceitos fundamentais da gestão de riscos financeiros; 
2. Identificar os procedimentos mais relevantes para o desenvolvimento de 
atividades de gestão sobre riscos financeiros; 
3. Calcular, elaborar e interpretar decisões de risco e retorno, de fluxo de caixa 
e de administração financeira de curto e longo prazos. 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 3 
Aula 1: Variação do dinheiro no tempo 
Introdução 
Você sabia que, nas estruturas modernas, na maior parte das sociedades e 
culturas, quase tudo é definido pelo dinheiro? 
Como parte essencial da obtenção do bem-estar, as pessoas vêm aprendendo e 
entendendo cada vez mais de que forma podem interagir para que o dinheiro 
recebido seja suficiente para suprir as necessidades básicas e outras até mais 
supérfluas da humanidade. 
A maioria das pessoas constata que o dinheiro tende a valer menos com o passar 
do tempo, mas muitos ainda não conseguiram associar esse fenômeno ao próprio 
sistema monetário adotado. 
Nesta aula, entenderemos por que ocorre essa desvalorização. 
Objetivo 
1. Definir os conceitos financeiros básicos e os efeitos dos sistemas de 
capitalização na variação do dinheiro no tempo; 
2. Aplicar as principais operações financeiras nos sistemas de capitalização 
simples e composto. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Vimos como o valor do dinheiro sofre a influência do tempo; 
• Conhecemos os conceitos financeiros básicos; 
• Compreendemos algumas das principais transações financeiras praticadas 
no mercado. 
Conteúdo 
Transações financeiras 
A variação do dinheiro no tempo é estudada pela Matemática Financeira. A base 
que orienta essa alteração e seus valores são as transações financeiras, que 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 4 
determinam de que forma o capital será tratado, quais serão os juros e as demais 
condições acordadas. 
Nesse universo, podemos definir alguns elementos da seguinte forma: 
Capital 
Quantia contratada nas operações financeiras e nas operações de aplicação ou 
de captação de recursos financeiros. 
Juros 
Remuneração do capital, ou seja, o preço do aluguel do dinheiro. 
Taxa de juros 
Forma usual de mensuração dos juros de uma operação financeira. A taxa de 
juros evidencia a relação entre os juros e o capital e pode ser determinada, de 
forma simples, pela seguinte equação: 
Taxa de juros = x 100 
Veja um exemplo. 
Spread 
Diferença entre os juros cobrados aos tomadores de recursos e aqueles pagos 
aos aplicadores de recursos. Do ponto de vista de uma instituição financeira, 
trata-se da diferença entre a taxa de juros paga na ponta da captação e aquela 
obtida pela instituição na ponta da aplicação. 
Diagrama de Fluxo de Caixa 
As questões de Matemática Financeira pressupõem, necessariamente, a 
movimentação de recursos financeiros – entradas e saídas de caixa –, que ocorre 
em diferentes instantes de tempo. 
É prática universalmente adotada a utilização de uma representação gráfica que 
possibilite a visualização do conjunto dessas entradas e saídas de caixa. Essa 
representação é feita pelo Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC) ilustrado a seguir: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 5 
 
Para ver um exemplo de DFC, docs/a01_t03.pdf clique aqui. 
Capitalização 
O capital empregado em uma operação financeira – denominado principal – 
evolui devido ao acréscimo infligido pelos juros efetuados ao longo de todo o 
prazo dessa operação. Esse capital cresce em função das sucessivas 
incorporações de juros que lhe são feitas em dada periodicidade. A esse processo 
chamamos de capitalização. 
O período de tempo compreendido entre tais incorporações chama‑se período de 
capitalização. 
Para realizar transações financeiras, é possível adotar os seguintes sistemas de 
capitalização: 
Sistema de juros simples 
Os juros simples são aqueles obtidos a cada período da operação financeira, 
quando a taxa de juros incide, unicamente, sobre o capital inicial. Em uma 
transação financeira em que os juros simples são contratados, apenas o principal 
produz juros ao longo do prazo da operação. 
Sistema de juros composto 
Os juros compostos são aqueles obtidos a cada período da operação financeira, 
quando a taxa de juros incide sobre o capital acumulado até o fim do período 
imediatamente anterior. 
Para ver um exemplo de evolução de capital. 
Descontos 
Imagine que, quando uma dívida é contratada, um documento é concebido, 
garantindo a operação financeira. Esse documento é um título de crédito, isto é, 
uma: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 6 
• Nota Promissória (NP); 
• Duplicata; 
• Letra de Câmbio etc. 
Tais títulos podem ser resgatados antecipadamente através de uma operação 
chamada de desconto, que representa a diferença entre o Valor Nominal(VN) 
e o Valor Atual (VA) desses títulos. 
Para conhecer os tipos de desconto, clique aqui. 
Sendo assim, o cálculo básico das operações de desconto é feito a partir da 
seguinte fórmula: 
D = VN - VA 
Onde: 
• VN = Valor Nominal, ou seja, a importância declarada no título de crédito, 
aquela a ser paga ao possuidor do título na data de seu vencimento; 
• VA = Valor Atual, ou seja, o Valor Presente do Valor Nominal do título. 
Juros simples e compostos 
A diferença fundamental entre os sistemas de capitalização simples e composto 
está no tratamento dos juros. Vejamos, então, como se realizam seus cálculos: 
Juros simples 
Nos juros simples, os juros são incorporados apenas ao valor do principal. Por 
isso, eles são calculados apenas sobre o capital inicial tratado ao longo de todo 
o prazo da transação financeira. 
Para ver exemplos de cálculos de juros simples. 
Juros compostos 
No sistema de juros compostos, os juros são aplicados a cada período sobre o 
montante do principal mais os juros calculados. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 7 
Aqui, os juros do mês são incorporados ao capital, constituindo um novo capital 
a cada mês para o cálculo de novos juros. Esse tipo de rendimento é muito 
vantajoso e utilizado pelo atual sistema financeiro. 
As instituições financeiras brasileiras valem-se desse método de capitalização 
nas aplicações e na elaboração de financiamentos. 
Para ver exemplos de aplicação do sistema de capitalização de juros 
compostos. 
Cálculos financeiros 
Vamos, agora, conhecer outros termos e expressões importantes dentro do 
campo da Matemática Financeira e aprender a realizar seus respectivos cálculos: 
Juros exatos e juros comerciais 
Para fins de determinação do número de dias do ano a ser considerado em 
cálculos financeiros, é possível adotarmos os anos: 
• Civil ou exato (365 dias) – cujos juros devidos a um capital são 
chamados de exatos; 
• Comercial ou ordinário (360 dias) – cujos juros devidos a um capital 
são chamados de comerciais ou ordinários. 
 
 Atenção 
 Quando as datas inicial e final de uma operação financeira são 
fornecidas, devemos sempre utilizar nas fórmulas o número exato 
de dias compreendido entre as duas datas. 
 
 
Montante 
Soma do Principal (P) com os Juros (J) que lhe são devidos. Por definição, o 
montante é calculado da seguinte forma: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 8 
S = P + J 
Quando são devidos juros simples ao capital, temos: 
S = P + P x i x n 
S = P x (1 + i x n) 
Para ver um exemplo, clique aqui. 
Valor Presente ou Atual 
Um valor disponível em uma data futura é chamado de Valor Futuro. Calcular seu 
Valor Presente é buscar o capital que, aplicado à determinada taxa de juros, a 
partir da data de hoje, produzirá, na data futura, um montante igual a aquele 
Valor Futuro. 
Sendo assim, da expressão S = P x (1 + i x n ), vem o cálculo do Valor Presente 
ou Atual, que pode ser feito a partir da seguinte fórmula: 
P = S x 
Para ver um exemplo. 
Taxa de juros efetiva 
Taxa de juros que, de fato, é recebida ou onera o cliente de uma operação 
financeira. 
Em várias situações e por diversas razões, mesmo tendo sido contratada uma 
taxa de juros nominal, verificamos que a taxa efetiva é diferente quando: 
• Os juros da operação são cobrados antecipadamente – para ver um 
exemplo. 
• As taxas de juros da operação indicam uma periodicidade de capitalização 
diferente daquela evidenciada na própria taxa de juros – para ver alguns 
exemplos. 
Séries uniformes 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 9 
O objetivo da série uniforme é obter fatores capazes de realizar a capitalização e 
o desconto de inúmeras prestações iguais. Seu cálculo pode ser feito a partir da 
seguinte fórmula: 
A = P x 
para ver alguns exemplos. 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 
As pessoas acreditam que, aos 65 anos, estarão ganhando determinado valor por 
mês e que, a partir da aposentadoria, uma fração desse valor – como, por 
exemplo, 80% ou 70% – seria o suficiente. Essa conta não fecha por certas 
razões relacionadas ao valor do dinheiro no tempo. 
Aponte alguns desses motivos e justifique sua resposta. 
Para ajudá-lo a explicar a questão, sugerimos que faça pesquisas sobre o tema 
aposentadoria, começando pela leitura da entrevista com Gustavo Cerbasi, 
intitulada Apostar só na previdência não é garantia de futuro tranquilo. 
Chave de resposta 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a variação do valor do dinheiro no tempo, leia o texto Um 
negócio lucrativo. 
Referências desta aula 
FARIA, R. G. de. A Matemática Financeira do mercado. Apostila do curso de 
MBA em Economia. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, jan. 2010. 
Disponível em: 
http://www.uff.br/mbaeconomia/sites/default/files/A%20MATEM%C3%81TICA
%20FINACEIRA%20B%C3%81SICA%20DO%20MERCADO.pdf 
http://www.uff.br/mbaeconomia/sites/default/files/A%20MATEM%C3%81TICA
%20FINACEIRA%20B%C3%81SICA%20DO%20MERCADO.pdf. Acesso em: 6 
jan. 2015. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 10 
PUCCINI, A. de L. Matemática Financeira objetiva e aplicada. 9. ed. São 
Paulo: Elsevier, 2011. 
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de 
investimentos. 4. ed. São Paulo: Pearson Education, 2006. cap. 1, 2, 3, 4 e 7. 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Suponha que você tenha solicitado um empréstimo com juros no valor de R$ 
1.350,00 e que o valor total do empréstimo tenha sido de R$ 16.875. Nesse caso, 
a taxa de juros dessa operação será de: 
a) 12% 
b) 8% 
c) 9% 
d) 10% 
e) 9,5% 
Questão 2 
Um título de valor nominal de R$ 48.400,00 será descontado dois meses antes 
do vencimento, com taxa composta de desconto de 10% a.m. Se D é o Desconto 
Comercial Composto e d é o valor do Desconto Racional Composto, a diferença 
D - d, em Reais, vale: 
a) R$ 896,00 
b) R$ 400,00 
c) R$ 204,00 
d) R$ 796,00 
e) R$ 1.296,00 
Questão 3 
Considere uma operação financeira com as seguintes características: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 11 
• Duplicata = R$ 10.000,00; 
• Vencimento = 45 dias; 
• Taxa de resgate antecipado = 6% a.m. 
Considerando, para o cálculo do referido desconto, as formas Racional Simples 
e Composto, os valores atuais da duplicata serão, respectivamente, iguais a: 
a) R$ 9.113,64 e R$ 10.113,64. 
b) R$ 10.234,80 e R$ 9.174,31. 
c) R$ 9.174,31 e R$ 8.113,64. 
d) R$ 9.163,07 e R$ 9.234,80. 
e) R$ 9.174,31 e R$ 9.163,07. 
Questão 4 
Considere uma aplicação com as seguintes características: 
• Valor = R$ 2.500,00; 
• Prazo = 6 meses; 
• Taxa de juros compostos = 4% a.m. 
Com base nessas informações, o valor de resgate dessa aplicação será: 
a) R$ 3.163,30 
b) R$ 2.163,30 
c) R$ 3.263,63 
d) R$ 2.263,63 
e) R$ 3.136,80 
Questão 5 
Uma pessoa está interessada em adquirir um título de crédito com as 
seguintes características: 
• Valor = R$ 10.000,00; 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 12 
• Vencimento = 4 meses; 
• Taxa de juros compostos = 3% a.m. 
Com base nessas informações, o valor a ser aplicado por essa pessoa será: 
a) R$ 8.664,28 
b) R$ 8.884,87 
c) R$ 7.664,28 
d) R$ 6.884,87 
e) R$ 7.887,64 
 
Questão 6 
O capital de R$ 1.000,00 aplicado à taxa de juros compostos de 10% a.m. 
proporcionou ao aplicador o rendimento de R$ 331,00 ao fim de determinado 
número de meses. Nesse caso, o referido capital esteve aplicado pelo tempo 
equivalente a: 
a) n = 6 
b) n = 5 
c) n = 4 
d) n = 3 
e) n = 7 
 
 
Questão 7 
O gerente de um banco oferece a um cliente a possibilidade de aplicar seu 
dinheiro em um título com as seguintes características: 
• Valor de resgate= R$ 1.157,63; 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 13 
• Prazo = 90 dias; 
• Taxa de juros compostos = 5% a.m. 
Para adquirir o papel com essa taxa auferida na operação, o cliente deverá aplicar 
o seguinte valor: 
a) R$ 1.500,00 
b) R$ 1.000,00 
c) R$ 1.200,00 
d) R$ 1.100,00 
e) R$ 1.300,00 
Questão 8 
Um veículo foi comprado com um sinal de R$ 15.000,00 e 24 prestações mensais 
iguais de R$ 3.436,62. Sabendo que os juros são de 2% a.m., o preço à vista 
desse veículo é: 
a) R$ 76.000,00 
b) R$ 79.000,00 
c) R$ 80.000,00 
d) R$ 81.000,00 
e) R$ 82.000,00 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 14 
Aula 2: Risco e retorno e decisões de investimento 
Introdução 
Entre as atribuições dos administradores financeiros, destacamos a missão de 
estimar o valor de propostas de investimentos. 
Um aspecto relevante dessa atividade é a determinação do retorno exigida de 
uma proposta de investimento não financeiro, que deve, no mínimo, ser tão 
elevada quanto a que podemos obter quando adquirimos ativos financeiros de 
risco semelhante. 
O fato é que sempre haverá riscos no orçamento de capital. Portanto, a principal 
tarefa dos analistas e gestores de investimentos é definir os projetos que serão 
aceitos sob condições de incerteza. 
Nesta aula, veremos como essa tarefa é executada. 
Objetivo 
1. Identificar os aspectos mais relevantes da relação entre o risco e o retorno de 
investimentos e do modelo de precificação de ativos; 
2. Discutir sobre as decisões de investimento de longo prazo e o orçamento de 
capital. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Vimos como o valor do dinheiro sofre a influência do tempo; 
• Conhecemos os conceitos financeiros básicos; 
• Compreendemos algumas das principais transações financeiras praticadas 
no mercado. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 15 
Conteúdo 
Retorno 
Vamos tratar, agora, do retorno: uma variável-chave na decisão de investimento, 
que permite ao investidor comparar os resultados reais ou esperados de várias 
aplicações com os níveis de retorno que delas se espera obter. 
Para comparar o resultado de um investimento, o investidor deve medir o retorno 
real ou esperado. Esse resultado pode ser expresso em termos monetários ou 
percentuais da seguinte forma: 
Retorno monetário 
Retorno = quantia recebida - quantia aplicada 
Retorno percentual 
Taxa de retorno = quantia recebida - quantia investida x 100 
quantia investida 
O retorno total de um investimento pode ser calculado de duas formas, quais 
sejam: 
1ª fórmula: 
Retorno total ou absoluto = rendimentos correntes + ganhos ou perdas 
de capital 
Retorno total ou absoluto 
Valor que evidencia o desempenho do investimento. 
Rendimentos correntes 
Valor formado pela remuneração do capital investido em dinheiro, que é recebido 
periodicamente como resultado do investimento, como, por exemplo: 
Os dividendos – no caso de investimento em ações; 
Os juros – no caso de investimento em cadernetas de poupança ou em um título 
de dívida; 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 16 
O lucro realizado (receitas - despesas) – no caso de investimentos em ativo fixo. 
Ganhos ou perdas de capital 
Diferença entre o preço do investimento – ativo – no início e no fim de um período 
em que foi avaliado. Se o ativo estiver sendo vendido, trata-se do valor pelo qual 
o preço de venda desse ativo excedeu – ou foi menor – que seu preço de 
aquisição original, ou seja, a diferença do valor do investimento entre a data de 
aquisição e a data de venda. 
2ª fórmula: 
Kt = [(Pt + 1 - Pt + Ct + 1) ÷ Pt) x 100 
Onde: 
Kt = taxa de retorno do investimento, que traduz o retorno em percentual; 
Pt = valor inicial do ativo no tempo t; 
Pt + 1 = valor do ativo no final do período t - 1; 
C = fluxo de caixa do investimento no período de t até t + 1. 
Para ver exemplos de cálculos do retorno de um investimento. 
Retorno 
Vamos tratar, agora, do retorno: uma variável-chave na decisão de investimento, 
que permite ao investidor comparar os resultados reais ou esperados de várias 
aplicações com os níveis de retorno que delas se espera obter. 
Para comparar o resultado de um investimento, o investidor deve medir o retorno 
real ou esperado. Esse resultado pode ser expresso em termos monetários ou 
percentuais da seguinte forma: 
Retorno monetário 
Retorno = quantia recebida - quantia aplicada 
Retorno percentual 
Taxa de retorno = quantia recebida - quantia investida x 100 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 17 
 quantia investida 
O retorno total de um investimento pode ser calculado de duas formas, quais 
sejam: 
1ª fórmula: 
Retorno total ou absoluto = rendimentos correntes + ganhos ou perdas 
de capital 
Retorno total ou absoluto 
Valor que evidencia o desempenho do investimento. 
Rendimentos correntes 
Valor formado pela remuneração do capital investido em dinheiro, que é recebido 
periodicamente como resultado do investimento, como, por exemplo: 
Os dividendos – no caso de investimento em ações; 
Os juros – no caso de investimento em cadernetas de poupança ou em um título 
de dívida; 
O lucro realizado (receitas - despesas) – no caso de investimentos em ativo fixo. 
Ganhos ou perdas de capital 
Diferença entre o preço do investimento – ativo – no início e no fim de um período 
em que foi avaliado. Se o ativo estiver sendo vendido, trata-se do valor pelo qual 
o preço de venda desse ativo excedeu – ou foi menor – que seu preço de 
aquisição original, ou seja, a diferença do valor do investimento entre a data de 
aquisição e a data de venda. 
2ª fórmula: 
Kt = [(Pt + 1 - Pt + Ct + 1) ÷ Pt) x 100 
Onde: 
Kt = taxa de retorno do investimento, que traduz o retorno em percentual; 
Pt = valor inicial do ativo no tempo t; 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 18 
Pt + 1 = valor do ativo no final do período t - 1; 
C = fluxo de caixa do investimento no período de t até t + 1. 
Para ver exemplos de cálculos do retorno de um investimento. 
Risco de um ativo individual 
Para avaliarmos o nível geral de risco associado ao ativo ou o risco de um ativo 
individual, devemos utilizar recursos da estatística, que envolvem a: 
Distribuição de probabilidades 
Recurso que, aplicado à análise de risco, oferece uma visão quantitativa do 
risco de um ativo. Esta distribuição pode ser apresentada em gráficos de barras, 
que demonstram somente um número limitado de combinações entre eventos e 
probabilidades. 
Análise de sensibilidade 
Aplicação de cenários estimada para os retornos possíveis que permite uma 
noção da variabilidade dos resultados. Em regra, atribuímos as seguintes 
estimativas dos retornos de um ativo: 
• Pessimistas – pior cenário para o retorno; 
• Mais prováveis – esperadas; 
• Otimistas – que apresentam melhor retorno. 
Quando esta análise é aplicada, o risco do ativo é mensurado pela amplitude 
dos retornos. Quanto maior for a amplitude, maior será a variabilidade e, 
consequentemente, maior será o risco do ativo. 
Para ver um exemplo de mensuração do risco de um ativo pela 
amplitude, docs/a02_t04a.pdf clique aqui. 
O indicador mais comum de risco de um ativo é obtido através do cálculo do 
desvio-padrão, que pode ser efetuado a partir da seguinte fórmula: 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 19 
Onde: 
• Kj = retornos conhecidos; 
• N = número de retornos conhecidos; 
• K= média dos retornos verificados. 
Para ver um exemplo de cálculo do desvio-padrão de um ativo 
individual. 
Esse cálculo é muito utilizado quando existe a necessidade de decidir sobre que 
investimento optar entre mais de um ativo que apresente amplitudes e retornos 
ponderados iguais. Nesse caso, o ativo que apresenta o menor desvio-padrão 
indica menorrisco. 
Como regra geral para tal análise, os ativos que apresentam maiores retornos 
médios tendem a apresentar, também. 
Risco de carteira de investimentos 
Na prática, o risco de um investimento individual não é considerado independente 
de outros ativos. 
O investidor precisa avaliar um eventual novo investimento à luz do impacto 
sobre os riscos e o retorno de sua carteira de ativos. O objetivo é buscar a carteira 
mais eficiente possível, de modo a maximizar seu retorno global. 
O retorno de uma carteira deve ser obtido através do cálculo da média ponderada 
dos retornos individuais dos ativos que a integram, que é realizado a partir da 
seguinte fórmula: 
Kp = (W₁ x K₁) + (W₂ x K₂) ... (Wn x Kn) 
O cálculo do desvio-padrão de uma carteira é feito da mesma forma que o cálculo 
do ativo individual. 
Para ver um exemplo de cálculo do desvio-padrão de uma carteira de 
investimentos. 
Para administrar o risco, o investidor deve diversificar seus investimentos em um 
conjunto de ativos. Dessa forma, mesmo que surjam retornos insuficientes 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 20 
proporcionados por um ativo, eles podem ser compensados por retornos maiores 
de outros ativos. 
Combinando os ativos, o investidor pode obter o maior retorno possível com o 
menor risco. Mas, para construir uma carteira de investimentos eficiente e 
desenvolver essa combinação, o investidor tem de buscar ativos que possuem 
retornos com movimentações diferentes. 
Isso é possível por meio da correlação (ρ). Seu objetivo é reduzir o risco geral, 
ou seja, buscar a melhor combinação ou adição de ativos à carteira de 
investimentos. 
Quando relacionamos ativos com baixa correlação ou covariância 
inversa, é possível reduzirmos o risco total da carteira. 
A avaliação da carteira de investimentos pela correlação é feita através de seu 
coeficiente, que pode variar entre + 1 e - 1. Quando esse valor é zero, não há 
relação entre os ativos. Sendo assim, existem os seguintes tipos de correlação: 
Correlação positiva perfeita 
Aquela que ocorre quando as duas séries variam na mesma direção, ou seja, 
quando os ativos aumentam e diminuem juntos. 
Correlação negativa perfeita 
Aquela que ocorre quando as duas séries variam em direções opostas. 
Diversificação e tipos de riscos 
Para auxiliar a gestão eficiente de riscos dos investimentos, os riscos são 
classificados da seguinte forma: 
Risco diversificável ou não sistemático 
Tipo de risco que pode deixar de existir com a diversificação de investimentos 
em ativos diferentes. Trata-se da parte do risco de um ativo que se origina de 
causas aleatórias. 
Nas organizações, esse tipo de risco está associado a fatos como alterações ou 
problemas no nível de gestão da empresa e greves ou modificações nos padrões 
de consumo relativos aos produtos da organização. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 21 
Além disso, o risco diversificável é fruto do erro de administração ou da decisão 
empresarial, que podem levar a corporação a um estado de insolvência. 
O risco financeiro de uma companhia, por exemplo, é uma das fontes do risco 
não sistemático, pois se relaciona ao nível de endividamento da empresa, e o 
risco não se dissolve. 
Risco não diversificável ou sistemático 
Tipo de risco que não pode ser eliminado com a diversificação da carteira 
de investimentos. Trata-se de um conjunto de eventos que podem representar 
grandes ameaças, mas essa ocorrência independe da gestão, da vontade ou da 
ação da empresa. 
Como exemplos, podemos citar as guerras, as mudanças políticas e as catástrofes 
– os conhecidos riscos sociais, políticos e macroeconômicos. 
O risco sistemático incide sobre todo e qualquer tipo de investimento. 
 Atenção 
 A mensuração do risco geral de continuidade e manutenção do 
negócio é obtida pela seguinte soma: 
Risco total = risco diversificável + risco não diversificável 
 
Modelo CAPM de precificação 
Para contribuir com o problema de equilibrar os aspectos de retorno e de risco 
das carteiras de ativos, os economistas Sharpe e Lintner desenvolveram um 
modelo denominado Capital Assets Pricing Model (CAPM) ou Modelo de 
Precificação de Ativos de Capital. 
A equação do CAPM procura identificar o retorno esperado de um investimento 
que conduza a uma situação de equilíbrio, atribuindo um critério que não 
dependa de um arbitramento do mercado para a definição desses parâmetros. 
O modelo CAPM pode ser obtido com a aplicação da seguinte equação: 
ke = Rf+ [Bj * (Rm - Rf)] 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 22 
Onde: 
• ke = taxa de retorno exigida pelo capital próprio; 
• Rf = taxa livre de risco; 
• Rm = taxa de retorno representativo do mercado; 
• βj = Beta da empresa (retorno da ação da companhia). 
Para ver um exemplo de cálculo do retorno com base no modelo CAPM. 
(Rm - Rf) 
Essa diferença representa o acréscimo de retorno exigido pelos investidores para 
assumir o risco do mercado, ou seja, o prêmio por esse risco. 
Gastos e orçamento de capital 
Os investimentos de longo prazo estão geralmente relacionados a dispêndios que 
exigem comprometimento da empresa com determinada linha de ação. Em 
muitas situações, tais investimentos demandam projetos específicos que 
implicam análise e processos seletivos, de modo que possamos adotar a melhor 
opção para o negócio. 
Como resultados dessas decisões, há aquisições de imobilizado ou projetos que 
geram outros ativos fixos a partir de gastos de capital previstos em orçamento 
próprio. 
As decisões de investimento de capital envolvem a seleção das propostas de 
investimentos de recursos financeiros, que serão considerados para projetos de 
longo prazo em prazos superiores a um ano, cujo objetivo é propiciar retorno 
desse capital investido a seus proprietários – acionistas e investidores. 
Dentro desse contexto, estão as noções de orçamento e gastos operacional 
e de capital, sobre as quais vamos discutir a seguir. 
Vamos conhecer, agora, os conceitos de estrutura de capital que envolvem as 
decisões de investimentos: 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 23 
Orçamento de capital 
O orçamento de capital pode ser representado por um amplo demonstrativo 
de recursos e procedimentos dispensados na tentativa de organizar projetos de 
aquisição de ativos de longo prazo – como, por exemplo, máquinas, instalações 
e equipamentos. 
Como regra, desde os primórdios, os recursos para investimento de capital são 
escassos. Portanto, eles devem ser eficientemente geridos com um processo de 
exigências para a utilização de fundos limitados. 
Para conhecer as características do orçamento de capital. 
Gastos operacional e de capital 
O conceito financeiro de gasto de capital é caracterizado pela saída de recursos 
com os quais a empresa espera obter benefícios em um período superior a um 
ano. Como exemplos, podemos citar os gastos com aquisição de ativos 
imobilizados, tais como máquinas, equipamentos, edificações etc. 
Já o gasto operacional corresponde aos desembolsos que geram benefícios em 
prazo inferior a um ano. 
Para conhecer os elementos que motivam gastos de capital. 
Tipos de projeto 
Para contribuir com a geração de fluxos de caixa livres para a empresa, os 
projetos podem ser classificados em: 
Projetos independentes 
Projetos cujas propostas não possuem relação entre si. Nesse caso, os fluxos de 
caixa não estão relacionados ou independem um do outro, de modo que a 
aceitação de um deles não exclui a consideração dos demais. Logo, sua 
aprovação ou negação podem ser avaliadas separadamente. 
Exemplo 
A Smart Copiadoras S/A está avaliando uma proposta para construir um novo 
galpão e para comprar um novo sistema de gerenciamento administrativo. Nessa 
situação, as duas propostas podem ser aprovadas simultaneamente,já que são 
independentes. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 24 
Projetos mutuamente exclusivos 
Projetos que têm a mesma função. Em caso de aceitação de um deles, exclui-se, 
automaticamente, o outro. 
Exemplo 
A fábrica de brinquedos Estrela está avaliando como resolver o problema de 
aumentar sua produção. A empresa precisa decidir sobre os seguintes projetos: 
• Ampliar uma de suas fábricas; 
• Comprar outra fábrica; 
• Contratar a produção terceirizada junto a outro fabricante. 
Ao aceitar uma das opções, as demais são excluídas. 
Projetos dependentes 
Projetos que estabelecem uma relação de dependência clara – normalmente 
financeira ou operacional – entre as propostas. 
Exemplo 
A fábrica de cimento Mauá está avaliando a construção de uma nova empresa, o 
que depende de investimentos em obras para capacitar a exploração da matéria-
prima do minério de calcário na mesma localidade. Nesse caso, um projeto 
depende da aceitação do outro, de tal forma que sua análise deve ser feita em 
conjunto. 
 Atenção 
 Uma das premissas básicas da teoria econômica é a de que os 
recursos são escassos. Em outras palavras, a renda e os recursos 
são limitados, independente da intenção ou necessidade de 
consumirmos ilimitadamente tal produto. 
No campo da avaliação de viabilidades, haverá restrição 
orçamentária quando ocorrer limitações decorrentes do fluxo de 
caixa associado ao projeto. Caso essas limitações não existam, 
será muito mais fácil definir a fonte de recursos para o projeto. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 25 
 
Fluxos de caixa 
Na projeção de um cash flow ou fluxo de caixa de recebimentos e 
pagamentos de um projeto, recomendamos seguir este roteiro: 
• Escolher um período de tempo para o projeto; 
• Reunir os valores totais dos recebimentos – inflow ou entradas – 
obtidos para cada período do total de períodos do fluxo; 
• Reunir o total de pagamentos – outflow ou saídas – para o projeto nos 
períodos correspondentes aos estudados no segundo passo; 
• Efetuar a soma dos valores de entradas do segundo passo com os valores 
de saídas do terceiro passo; 
• Apurar a soma de valores acumulados do fluxo obtido no quarto passo. 
A informação fornecida pelo fluxo de caixa relaciona-se à avaliação da 
utilização dos recursos no projeto. 
Para determinar o Fluxo de Caixa do Acionista (FCA), devemos utilizar como 
parâmetro de taxa de atratividade o custo do capital próprio (K), que 
demonstra o valor das ações e incorpora os juros. O FCA representa o que 
esperamos pagar aos detentores do patrimônio líquido da empresa. 
Já para determinar o Fluxo de Caixa da Empresa (FCE), devemos utilizar o 
Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), que, adicionalmente, incorpora 
os credores e demonstra o valor da empresa. 
Analise, por meio da tabela a seguir, as estruturas do FCA e do FCE: 
Fluxo de Caixa do Acionista (FCA) 
Receitas 
- Despesas operacionais 
- Depreciação e amortização 
= Lucros antes do pagamento de juros e impostos (EBIT) 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 26 
- Despesas com juros 
= Lucro antes dos impostos (LAIR) 
- Impostos 
= Lucro líquido 
+ Depreciação e amortização 
- Desembolso de capital 
- Variação de capital de giro 
- Pagamentos de principal (amortização de dívidas) 
+ Entradas de caixa decorrentes de novas dívidas 
= Fluxo de Caixa do Acionista 
Fluxo de Caixa da Empresa (FCE) 
Receitas 
- Despesas operacionais 
- Depreciação e amortização 
= Lucros antes do pagamento de juros e impostos (EBIT) 
= Lucro antes dos impostos (LAIR) 
- Impostos 
+ Depreciação e amortização 
- Desembolso de capital 
- Variação de capital de giro 
= Fluxo de Caixa da Empresa 
Os fluxos de caixa de projetos de investimentos podem ser classificados como: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 27 
• Convencionais – fluxos formados por um gasto inicial seguidos somente 
por uma série de entradas; 
• Não convencionais – fluxos derivados de um desembolso inicial 
seguidos por uma série de entradas e saídas. 
Algumas questões são fundamentais na avaliação financeira de projetos, como a 
determinação adequada dos elementos que formarão o fluxo de caixa. 
Para a correta definição desses itens, é comum discutir sobre: 
• A delimitação dos melhores critérios de rateio de despesas administrativas; 
• A forma de tratamento dos gastos com pesquisas; 
• A destinação de eventuais benefícios partilhados decorrentes da venda de 
produtos ou serviços. 
Essas questões influenciam a organização do fluxo de caixa atribuído a um 
projeto, adicionando novos valores – caso sejam aceitos. 
Para ver exemplos de fluxos de caixa convencionais e não 
convencionais. 
Para avaliarem alternativas de gasto de capital, as empresas precisam determinar 
os seguintes fluxos de caixa: 
Fluxo de caixa livre 
Fluxo de caixa líquido do projeto, resultado dos ajustes de gastos que não 
envolvem saída efetiva de caixa, tais como aqueles com: 
• Depreciação; 
• Amortização ou exaustão; 
• Ativos dados em pagamento; 
• Financiamentos não onerosos etc. 
No cálculo do investimento total de um projeto, são somados os aumentos de 
ativos imobilizados e o acréscimo relativo ao capital de giro necessário. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 28 
Fluxo de caixa irrelevante 
Fluxo geral da empresa decorrente da decisão direta de aceitar o projeto, aquele 
que representa as mudanças ocorridas no fluxo de caixa livre. 
Fluxo de caixa incremental ou marginal 
Fluxo que representa as mudanças no projeto adotadas como consequência de 
incrementos dos fluxos de caixa da empresa. 
Para ver um exemplo de fluxo de caixa de uma empresa. 
Depreciação linear 
Os bens operacionais ou imobilizados das empresas têm um prazo determinado 
de vida útil finito e, em decorrência de seu uso ou mesmo de sua obsolescência, 
eles se desgastam. Essa diminuição de utilidade e de valor deve ser reconhecida 
através da depreciação. 
Esse é um importante componente da formação dos resultados das corporações 
– principalmente daquelas que optam pelo lucro real –, pois auxilia a 
determinação de impostos e de contribuições. 
A depreciação demonstra o quanto um bem adquirido para uso pela entidade foi 
usufruído, trazendo retorno ao negócio. 
Para fins de apuração de impostos, o Regulamento do Imposto de 
Renda atribui um tempo máximo de vida útil que as empresas utilizam na 
orientação de seus cálculos de depreciação. 
No Brasil, praticam-se os seguintes métodos aliados a esse conceito: 
• Método linear; 
• Método da soma dos dígitos; 
• Método das unidades produzidas. 
Para ver um exemplo de cálculo da depreciação de um bem. 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 29 
 Atenção 
 O papel da depreciação é especialmente importante na 
organização dos fluxos de caixa, pois embora figure no grupo de 
despesas das empresas, não representa uma saída de caixa. 
Dessa forma, ela pode ser retirada da apuração do fluxo de caixa. 
 
Gastos com investimentos 
Agora, vamos conhecer outros gastos que também envolvem os investimentos. 
São eles: 
Custos irrecuperáveis 
Originalmente chamados de sunk costs, trata-se dos gastos passados que já 
foram desembolsados e, por isso, NÃO têm efeito sobre os fluxos de caixa 
relevantes para a decisão de aceitação ou não do projeto. Como resultado, tais 
custos não devem ser incluídos em seu fluxo de caixa marginal. 
Custos de oportunidade 
Fluxos de caixa que poderiam ser gerados, mas não foram, a partir da melhor 
alternativa de um ativo que a empresa possui. Como tais fluxos ainda não 
existem, devemos considerar o fluxo de caixa marginal do projeto. 
Para ver um exemplo de situação que envolve os conceitos de custos 
irrecuperáveis e de oportunidade.Investimento inicial 
Nos fluxos de caixa convencionais, o investimento inicial ocorre na data zero, 
no momento em que o gasto é efetuado, e é determinado pela subtração entre 
todas as entradas e saídas de caixa desse período. 
Para ver um exemplo de determinação do investimento inicial de 
projetos. 
Valor contábil 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 30 
Para o caso de ocorrer uma venda de um bem usado que pode resultar no ganho 
de capital, a contabilidade das empresas deve calcular seu valor contábil, que 
determina o custo desse bem e o cálculo desse ganho. 
Logo, o valor contábil e o ganho de capital podem ser obtidos a partir das 
seguintes fórmulas: 
Valor contábil = valor de aquisição do bem - depreciação acumulada 
Ganho de capital = valor de venda - valor contábil 
Para ver um exemplo de cálculo do valor contábil e do ganho de capital 
de um investimento. 
Valor terminal 
Conceito relevante na avaliação da viabilidade de projetos, o valor terminal é 
obtido com a determinação do valor futuro do fluxo de caixa, a partir do qual 
atribuímos o valor inicial do investimento mais os juros capitalizados a seu 
término e eventuais encargos. 
Esse valor terminal pode ser decisivo na aceitação ou rejeição de uma proposta 
de projeto. 
Para ver um exemplo de cálculo do valor terminal de um projeto. 
Despesas de capital e variação do capital de giro 
Você sabe a diferença entre as despesas CAPEX e OPEX? 
A aquisição de um equipamento pode ser considerada como uma despesa CAPEX, 
enquanto o gasto com sua manutenção é um custo OPEX. 
O CAPEX tem grande influência na avaliação de projetos e de empresas e 
participação representativa na variação de elementos financeiros. 
Um desses elementos é o Capital de Giro (CG) do negócio, obtido pela 
diferença entre o total de Ativos e Passivos Circulantes (AC e PC) do projeto, ou 
seja: 
CG = AC - PC 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 31 
Agora, vamos admitir que os ACs e PCs são formados por realizações e 
exigibilidades de curto prazo, considerando, aqui, até o término do exercício 
seguinte para esse fim. 
Nesse caso, todas as operações que representam a aquisição de itens 
permanentes com recursos de curto prazo são ruins para o negócio. Já as 
ações que utilizam recursos de longo prazo são benéficas. 
Para ver exemplos de ações que influenciam o capital de giro. 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 
Primeiro, conheça As 100 maiores empresas do Brasil - 2012 e analise suas 
demonstrações contábeis. 
Como você percebeu, todas essas empresas efetuaram investimentos de longo 
prazo no decorrer dos anos. 
Agora, faça uma pesquisa e identifique seus principais investimentos, apontando 
se tais entidades empresariais apresentaram algo em comum quando optaram 
por suas aplicações de capital. 
Chave de resposta 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o risco, leia o texto Estrutura de capital e tomada de 
decisões. 
Para saber mais sobre a aplicação do modelo CAPM de precificação, saiba como 
é possível fazer uma Interpretação do coeficiente Beta. 
Referências desta aula 
GITMAN, L. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2010. cap. 5 e 8. 
LEMES JÚNIOR, A. B. et al. Administração financeira – princípios, 
fundamentos e práticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010. cap. 7. 
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. Corporate finance. São Paulo: 
Atlas, 1995. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 32 
SAYED, S.; TANCINI, G. R.; BALDIVIESO, T. N. IFRS Brasil.com. Ativos. Ativo 
imobilizado. Vida útil estimada e depreciação: comentários e exemplo. 
Publicação: 6 jan. 2011. Disponível em: http://ifrsbrasil.com/ativos/ativo-
imobilizado/vida-util-estimada-e-depreciacao-comentarios-e-exemplo. Acesso 
em: 18 mar. 2015. 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Determinada empresa está analisando um projeto que exige um investimento de 
R$ 2.000.000 em 1º de maio de 2014. Considere que esse investimento tenha 
sido resgatado pelo valor de R$ 3.050.000 em 31 de maio de 2020. Com base 
nessas informações, seu retorno monetário e sua taxa de retorno anual, em 2020, 
serão, respectivamente, iguais a: 
a) R$ 1.050.000,00 e 8% 
b) R$ 1.150.000,00 e 9%. 
c) R$ 950.000,00 e 6%. 
d) R$ 1.050.000,00 e 9%. 
e) R$ 1.100.000,00 e 8%. 
Questão 2 
Há um ano, um investidor comprou 100 ações da Vale do Rio Bonito por R$ 51,92 
cada uma. Durante o ano, ele recebeu dividendos no valor de R$ 172,00. 
Atualmente, a ação da Vale está sendo cotada por R$ 71,81 
Com base nessas informações, seu ganho corrente (I), seu ganho de capital (II), 
seu retorno total (III) e seu retorno percentual (IV) serão, respectivamente, 
iguais a: 
a) a = R$ 172,00; b = R$ 2.161,00; c = R$ 1.989,00; d = 12% 
b) a = R$ 1.989,00; b = R$ 172,00; c = R$ 2.161,00; d = 12% 
c) a = R$ 172,00; b = R$ 1.989,00; c = R$ 2.161,00; d = 11% 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 33 
d) a = R$ 172,00; b = R$ 1.989,00; c = R$ 2.161,00; d = 41,62% 
e) a = R$ 172,00; b = R$ 2.161,00; c = R$ 1.989,00; d = 11% 
Questão 3 
Certo investidor mantém seus recursos em um fundo que rende 9% a.a., livre de 
risco, mas ele estuda uma mudança para outro tipo de investimento. O investidor 
pretende aplicar seu capital em um ativo que apresenta β = 0,70. Considerando 
que o retorno do mercado é de 12% a.a. e utilizando o modelo CAPM, o retorno 
exigido desse outro ativo será de: 
a) 10,5% 
b) 9,75% 
c) 11,5% 
d) 12,70% 
e) 11,75% 
Questão 4 
O departamento de controladoria de uma indústria de sapatos está avaliando um 
projeto para substituir uma máquina de corte e costura de couros industrial por 
uma nova tecnologia. Mas, para começá-lo, é preciso identificar seu investimento 
inicial. 
As informações de que a empresa dispõe são de que a máquina é importada, e 
seu valor, já convertido em Reais para o fornecedor, é de R$ 320.500,00. Para 
adquiri-la, serão necessários um frete internacional de R$ 120.600,00 e impostos 
de importação – que incidem sobre todos os gastos de aquisição – de 14%. 
A empresa tem como vender a máquina antiga por R$ 141.300,00 após o Imposto 
de Renda (IR), mas, pelos cálculos preliminares do valor contábil, ela terá de 
desembolsar R$ 50.000,00 de IR sobre o ganho de capital. 
Considerando que a operação vai consumir R$ 60.000,00 do capital de giro 
líquido, o investimento inicial desse projeto será de: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 34 
a) R$ 284.670,00. 
b) R$ 234.670,00. 
c) R$ 294.670,00. 
d) R$ 375.970,00. 
e) R$ 114.070,00. 
Questão 5 
Um projeto de montagem de uma nova unidade fabril recebeu um investimento 
inicial de R$ 1.300.000,00 e terá seu retorno representado pelo seguinte Fluxo 
de Caixa: 
Ano Fluxo de Caixa 
0 - 1.300.000 
1 + 210.000 
2 + 360.000 
3 + 380.000 
4 + 400.000 
5 + 430.000 
 
Assumindo que o projeto apresenta um custo de capital determinado por juros 
de 5%, devido a suas condições, o valor terminal será: 
a) R$ 1.586.498,88. 
b) R$ 2.057.598,75. 
c) R$ 1.836.698,75. 
d) R$ 1.769.979,75. 
e) R$ 2.037.998,88. 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 35 
Questão 6 
A empresa Karrega Tudo S/A está substituindo sua frota de caminhões em um 
projeto de aquisição para substituição. A frota antiga foi adquirida há 4 anos por 
R$ 1.340.000,00 e poderá ser vendida por R$ 560.000,00. Considerando que o 
tempo de vida útil da frota de caminhões e que a base para sua depreciação é 
de 5 anos, seu ganho de capital será igual a: 
a) R$ 268.000,00. 
b) R$ 292.000,00. 
c) R$ 262.000,00. 
d) R$ 278.000,00. 
e) R$ 298.000,00. 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 36 
Aula 3: Técnicas de orçamentode capital 
Introdução 
Você já parou para pensar que todos nós praticamos um pouco de gestão 
financeira com nosso próprio dinheiro? 
Fazemos isso quando definimos os móveis que teremos em casa, quando 
decidimos se vamos trocar de carro, se devemos fazer uma pintura nova em 
nosso apartamento ou aquela viagem de férias etc. 
Para isso, estamos sempre fazendo uma listinha do que teremos de pagar ou a 
receber, não é mesmo? 
Mas, assim como algumas pessoas administram muito bem seus recursos 
financeiros, também é comum que algumas pessoas apresentem dificuldades 
para cumprir seus compromissos. 
Quando aumenta o volume de recursos a ser administrado, a situação necessita 
de técnicas, de ferramentas e de métodos, porque usar somente nossa 
experiência não é o suficiente. 
O mesmo vale para as empresas: a organização de um empreendimento passa 
pelo estágio inicial de definição de algumas metas e de alguns parâmetros que 
fundamentam a evolução dos negócios. Nesta aula, vamos conhecê-los. 
Objetivo 
1. Identificar a importância das técnicas de análise de orçamento de capital; 
2. Analisar a formação dos custos e da estrutura de capital nas organizações. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Conhecemos os principais critérios adotados na análise de investimentos; 
• Compreendemos a estrutura do capital das organizações; 
• Aprendemos a mensurar os custos de capital. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 37 
Conteúdo 
Novas organizações: decisões sobre os negócios 
Quando observamos a evolução da humanidade, as novidades da informação 
apresentam posição de grande destaque. 
Se analisarmos mais esse tema, recordaremos que a comunicação vem vencendo 
barreiras que, até um tempo atrás, pareciam ser intransponíveis e que vêm sendo 
rompidas com invenções, como a telefonia celular e a internet. 
Atentas a essas evoluções, as organizações modernas também já concluíram que 
o mundo corporativo vem sendo colocado à prova. 
Os stakeholders envolvidos nesse contexto demandam cada vez mais 
informações sobre: 
• A situação das empresas; 
• As decisões corporativas; 
• A estrutura colocada à disposição do negócio, que pode influir 
decisivamente em seus investimentos. 
Para ilustrar, quando um negócio está sendo concebido, surgem perguntas como: 
• O que e para quem venderemos ou produziremos? 
• Que maquinário, instalações e equipamentos serão necessários para 
desenvolvermos nossa atividade? 
• Como financiaremos nossa organização? Usaremos os recursos dos sócios 
apenas ou também teremos participação de interessados investidores? Em 
que proporção? 
Aos poucos, vamos desenvolvendo um aprendizado: nem sempre, uma boa ideia 
de negócio será, necessariamente, uma oportunidade – só quando existir 
interesse de alguém pelo produto ou serviço a ser oferecido. 
Com a maturidade e a experiência que vamos adquirindo ao longo de nossa vida, 
a maioria de nós começa a definir melhor os parâmetros de poupança e de 
endividamento que se adéquam melhor a nossos respectivos perfis. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 38 
As empresas adotam raciocínio semelhante aos nossos. A diferença é que, na 
maioria das vezes, a direção do negócio e envolve a decisão de muitas pessoas. 
Análise de projetos 
O orçamento de capital praticado pelas organizações está relacionado aos 
investimentos em projetos e bens que, normalmente, geram retornos ao negócio 
em prazos longos. 
A maior parte desses investimentos se refere a projetos para compra de 
máquinas, de equipamentos, de imóveis, de veículos e de outros itens 
semelhantes. Os projetos devem ser analisados com base nos objetivos de 
avaliação. 
Entre os critérios de análise de projetos, estão: 
Análise de Viabilidade 
Critério que determina as condições mínimas que envolvem o retorno de 
investimentos, o breakeven ou o Valor Presente. 
Análise de priorização 
Critério que analisa as prioridades de projetos normalmente relacionadas: 
• À lucratividade; 
• Ao Valor Presente Líquido; 
• A comparações temporais – anuidades. 
Análise de performance 
Critério que mensura os diversos aspectos de desempenho de um projeto. O mais 
comum é aquele relacionado à avaliação do capital nele empregado. 
Os principais parâmetros de análise de projetos envolvem a utilização de: 
• Payback Simples; 
• Payback Descontado; 
• Taxa Interna de Retorno (TIR); 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 39 
• TIR Modificada; 
• Valor Presente Líquido (VPL); 
• Anuidades equivalentes; 
• Índices de Lucratividade (IL); 
• Ponto de Equilíbrio (breakeven); 
• Economic Value Added (EVA) – Valor Econômico Adicionado; 
• Market Value Added (MVA) – Valor Adicionado de Mercado. 
Outros critérios podem ser adicionados à análise de projetos, representando 
outros aspectos estratégicos – tais como aqueles ligados ao risco e ao Fluxo de 
Caixa. 
As técnicas mais usuais, que procuram identificar a análise do investimento por 
óticas diferentes, são: 
• Payback – tempo de recuperabilidade de aplicação dos recursos; 
• TIR – taxa de retorno mínimo a ser adotado na aplicação do investimento; 
• VPL – viabilidade financeira dos investimentos, quando estes são trazidos 
a Valor Presente. 
Payback 
A avaliação de um investimento determina que ele deve ser aceito se o período 
de Payback calculado for inferior ao número de anos predeterminado. Essa 
análise se preocupa em definir por quanto tempo o recurso empregado ficará 
empatado no investimento. 
Por exemplo, se determinássemos um Payback de quatro anos, aqueles projetos 
em que a recuperação do capital inicial ocorresse após esse prazo deveriam ser 
recusados, enquanto os que propiciassem retorno em menor prazo seriam 
aceitos. 
Se comparada à regra do VPL, a análise do Payback possui algumas limitações 
como: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 40 
• O período é calculado simplesmente se adicionarmos os fluxos de caixa 
futuros – não existe nenhum procedimento de desconto, e o valor do 
dinheiro no tempo é desconsiderado; 
• O fato de não considerar diferenças de risco – nesse caso, a avaliação 
pode ser aplicada tanto a projetos muito arriscados quanto àqueles muito 
seguros; 
• A falta de um critério claro para a definição do período de corte – 
acabamos usando um número escolhido de forma arbitrária. 
Apesar de suas limitações, a regra do período de Payback é utilizada com muita 
frequência em decisões menos importantes. Em muitas situações, não vale a 
pena fazer uma análise tão detalhada, pois seu gasto superaria o custo de um 
possível erro. 
Essa regra tende a favorecer investimentos que liberam caixa para outros 
investimentos mais rapidamente. Trata-se de um tipo de medida de Ponto de 
Equilíbrio. 
Vamos destacar dois tipos de Payback: 
Payback Simples 
Payback Descontado 
Valor Presente Líquido 
O método do Valor Presente Líquido (VPL) ou Valor Líquido Atual (VLA) 
fundamenta-se no conceito da equivalência monetária do valor atual do Fluxo de 
Caixa. 
O VPL de um projeto de investimento pode ser expresso pela seguinte equação: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 41 
 
Onde: 
FCj = Fluxo de Caixa; 
i = custo de capital do projeto; 
n = período considerado (0, 1, 2...). 
Na avaliação de um VPL positivo, a atualização dos benefícios supera os 
investimentos. Seu valor representa o quanto a empresa ganhará se realizar o 
projeto em comparação a sua não realização. Em outras palavras, trata-se do 
ganho esperado adicional à remuneração obtida pela aplicação do dinheiro ao 
custo de capital. Por isso: 
Quanto maior o VPL de um projeto, mais rentável ele é! 
Critério de decisão 
De acordo com Lemes Júnior et al. (2010, p. 159), o critério de aceitação ou 
rejeição do método VPL recomenda aceitar todos os projetos cujo VPL épositivo 
e rejeitar aqueles cujo VPL é negativo. 
Quando o VPL for igual à zero, a aceitação do projeto será indiferente, o que 
corresponde a investir o capital à TMA. 
Sendo assim, podemos resumir o critério de decisão na análise de projetos da 
seguinte forma: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 42 
 
Clique aqui para ver um exemplo: 
Taxa Interna de Retorno tradicional 
O objetivo de utilizar a Taxa Interna de Retorno (TIR) é produzir uma taxa 
de retorno única para sintetizar os ganhos de um projeto. Essa taxa é tratada 
como interna porque depende, unicamente, dos fluxos de caixa de determinado 
investimento em detrimento de outras taxas oferecidas em outro ambiente. 
Considerando uma regra de avaliação para a TIR, um investimento deve ser: 
• Aceito – caso essa taxa seja MAIOR do que o retorno exigido; 
• Rejeitado – caso essa taxa seja MENOR do que o retorno exigido. 
Veja, na tabela a seguir, quais são as vantagens e desvantagens de utilizar a TIR: 
De acordo com a maior parte dos pensadores da área econômica, como Ross 
(1973), as regras decisórias da TIR e do VPL sempre conduzem a decisões 
idênticas, desde que duas condições muito importantes sejam satisfeitas. São 
elas: 
O fluxo de caixa do projeto precisa ser convencional, isto é, o primeiro fluxo de 
caixa é negativo, e os demais são positivos; 
O projeto precisa ser independente, ou seja, a decisão de aceitá-lo ou rejeitá-
lo não deve afetar a o processo decisório referente a qualquer outro projeto. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 43 
Na avaliação pela TIR entre vários investimentos, a melhor proposta é aquela 
que tem a maior TIR: a taxa de juros que torna o Valor Presente das entradas 
de caixa igual ao das saídas do investimento. 
Para a análise pelo cálculo da TIR, é necessário projetar um Fluxo de Caixa que 
identifique as entradas e saídas de dinheiro provocadas pelo investimento. Em 
regra, os dados são os seguintes: 
• O programa de investimentos necessário → capital fixo + capital de giro; 
• O capital e o custo de capital utilizado para realizar o investimento; 
• Os benefícios estimados do investimento → receita - gasto do projeto; 
• A vida útil do projeto → geralmente expressa em número de anos; 
• O valor residual do investimento ao término da vida útil do projeto. 
De acordo com a maior parte dos pensadores da área econômica, como Ross 
(1973), as regras decisórias da TIR e do VPL sempre conduzem a decisões 
idênticas, desde que duas condições muito importantes sejam satisfeitas. São 
elas: 
O programa de investimentos necessário → capital fixo + capital de giro; 
O capital e o custo de capital utilizado para realizar o investimento; 
Os benefícios estimados do investimento → receita - gasto do projeto; 
A vida útil do projeto → geralmente expressa em número de anos; 
O valor residual do investimento ao término da vida útil do projeto. 
Clique aqui para ver um exemplo. 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 44 
 Atenção 
 Os problemas com o método de avaliação de projetos pela TIR 
surgem quando os Fluxos de Caixa do projeto são não 
convencionais ou quando se comparam dois ou mais projetos 
mutuamente excludentes. 
No caso de projetos não convencionais, a determinação da TIR 
pode-se tornar muito difícil de resolver. No caso dos projetos 
mutuamente excludentes, o método da TIR pode levar a decisões 
de investimento erradas. 
Ainda que as regras da TIR imponham alguns inconvenientes, 
representados pela possibilidade de geração de inúmeras taxas e 
pelo pressuposto da taxa de reinvestimento, o método é muito 
utilizado para a avaliação de alternativas de investimento. 
 
TIR Modificada 
Em um Fluxo de Caixa, a TIR calculada representa a taxa que remunera todos os 
valores – quer seja para trazer os fluxos a Valor Presente, quer seja para levá-
los a Valor Futuro. 
Em função disso, é possível modificar o Diagrama de Fluxo de Caixa e calcular a 
TIR Modificada (MTIR), aplicando os seguintes recursos: 
• Converter a Valor Presente (PV) – período zero – todos os fluxos negativos 
– investimentos – a uma taxa de financiamento compatível, obtendo um 
único PV; 
• Converter a Valor Futuro (FV) – período n – todos os fluxos positivos – 
retornos – a uma taxa de reinvestimento compatível, obtendo um único 
FV. 
Dessa forma, temos um novo Fluxo de Caixa – convencional e muito simples – 
com apenas um valor PV e outro FV. Como o período n continua o mesmo, então, 
calculamos a nova TIR a partir da seguinte fórmula tradicional de juros 
compostos: 
FV = PV (1 + i)n 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 45 
Onde i = TIR Modificada. 
Através desse artifício, chegamos a uma TIR, na qual os retornos são 
remunerados a uma taxa compatível com a realidade do projeto, e os 
investimentos são financiados a taxas compatíveis com as do mercado. Essa taxa 
de retorno de investimento é, portanto, mais realista. 
Clique aqui para ver um exemplo. 
TIR Incremental 
Quando são apresentadas alternativas diferentes de Fluxos de Caixa a partir de 
investimentos iniciais distintos, a diferença entre a opção não escolhida deve ser 
aplicada a uma taxa que seja, no mínimo, igual à TMA, que é a melhor opção do 
investidor. 
Esse tipo de investimento é conhecido por investimento incremental. 
Em caso de projetos que são mutuamente exclusivos e que têm custos iniciais 
diferentes, a maior TIR nem sempre reflete o melhor projeto de investimento. 
Clique aqui para ver um exemplo. 
Custo de capital 
Um dos conceitos financeiros mais importantes de uma organização, o custo de 
capital serve de referência às decisões de investimentos de longo prazo, a ponto 
de definir se determinado investimento aumentará ou reduzirá o valor de sua 
ação. 
Na estrutura contábil das empresas, o componente patrimonial ativo – formado 
pelos bens e direitos da entidade – representa, sob o aspecto financeiro, a 
destinação dada aos recursos aplicados ao negócio. Disso resulta sua 
denominação aplicação de recursos. 
Já o passivo é formado pelo passivo exigível – designado nas obrigações para 
com terceiros – e pelo patrimônio líquido – que representa o recurso dos sócios. 
Somado ao patrimônio líquido, o passivo exigível corresponde, então, à origem 
dos recursos utilizados pela entidade. 
Fontes do capital 
Quanto ao prazo de utilização, o capital das empresas pode ter origens entre 
recursos de curto e de longo prazos. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 46 
Como os recursos de curto prazo são trabalhados e estudados na gestão do 
capital de giro do negócio, a atenção das corporações volta-se para os recursos 
de longo prazo, que sustentam os investimentos correspondentes e trazem a 
longevidade do negócio. 
Os recursos de longo prazo têm quatro fontes distintas, conforme apresenta a 
tabela a seguir: 
 
Aula 4: Estrutura do capital e administração financeira 
Introdução 
A estrutura colocada à disposição do negócio influi decisivamente nos seus 
investimentos. O alvo principal do gerenciamento dos recursos de curto prazo é 
administrar cada um dos ativos circulantes (caixa, títulos negociáveis, duplicatas 
a receber e estoque) e passivos circulantes (duplicatas a pagar, títulos a pagar e 
contas a pagar) da empresa. Objetivando atingir um equilíbrio entre o binômio 
risco e retorno, sempre considerando uma contribuição à valorização da empresa, 
demonstrando índices satisfatórios. Atingindo bons índices, torna-se mais fácil 
analisar e indicar quais pontos na entidade precisam de maior ou menor atenção. 
Numa visão mais simples e objetiva da gestão pela ótica dos proprietários, uma 
organização pode ser conhecida como um sistema que gera lucros e maximiza 
os recursos nela investidos. A administração financeira se preocupa com a 
viabilidade financeira donegócio, fundamental para a sua existência. 
A maior parte das decisões tomadas dentro de uma organização é mensurada 
por medidas financeiras. Desta forma, o administrador financeiro desempenha 
um papel-chave na operação da organização. 
Objetivo 
1. Descrever os aspectos de gestão inerentes à estrutura ideal de capital 
considerando a alavancagem e seus riscos e retornos; 
2. Compreender o processo de administração financeira de curto prazo com foco 
na gestão de estoques e nos ciclos financeiros. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 47 
• Conhecemos os aspectos relevantes da Estrutura Ótima de Capital; 
• Compreendemos o conceito e a aplicação da Alavancagem num negócio; 
• Aprendemos técnicas de gestão dos recursos de curto prazo. 
Conteúdo 
Receituário da boa gestão 
Conhecimentos básicos da função financeira são considerados indispensáveis aos 
executivos responsáveis e empresários para a tomada de decisões em diversas 
áreas, como administração, contabilidade, pesquisa, marketing, produção, 
pessoal, etc. 
É razoável o pensamento de que os principais conceitos referentes às finanças 
corporativas são voltados para a estrutura de capital, seu ponto de equilíbrio, 
a alavancagem envolvida em suas operações, a análise contínua de empresas 
por meio de indicadores financeiros apropriados, a gestão eficiente e sob medida 
do capital de giro, decisões de investimento e de financiamento e gestão eficaz 
do fluxo de caixa. 
O cuidado e a atenção à determinação da estrutura de capital adequada ao 
negócio pode ser explicada pela combinação ideal de capital de terceiros e capital 
próprio, maximizando o valor da empresa e minimizando o custo total de capital. 
O passo seguinte no receituário da boa gestão está associado a consequências 
naturais de o gestor financeiro gerenciar seus custos e tomar decisões referentes 
aos preços de seus produtos ou serviços, uma vez que a competitividade entre 
as empresas é acirrada e a consequência direta é a redução de margens. 
A Estrutura Ótima do Capital e Alavancagem 
Consideramos como Estrutura Ótima de Capital aquela em que o custo médio 
ponderado de capital é minimizado de tal forma que possibilite a maximização do 
valor da empresa. Neste raciocínio, o valor da empresa é maximizado quando o 
custo do capital é minimizado, caracterizando uma relação inversamente 
proporcional desses elementos. 
Adotando uma variação do modelo de crescimento nulo de forma simples, o 
valor da empresa poderá ser obtido mediante a aplicação da equação: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 48 
 
Onde: 
V = Valor da Empresa 
LAJIR = Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda 
Ka = Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC) 
LAJIR x (1 – T) = Lucro Operacional excluído do Imposto de renda 
T = Alíquota praticada de IR 
Se considerarmos que o LAJIR é constante, o valor da empresa (V), será 
maximizado sempre quando o CMPC for minimizado. 
Alavancagem operacional 
A Alavancagem resulta da utilização dos ativos e fundos a um custo fixo de modo 
a simplificar o retorno para os acionistas (proprietários) da empresa. Já o conceito 
de Alavancagem Operacional, destaca o uso dos custos fixos e operacionais com 
o objetivo de ampliar os efeitos de variações das vendas sobre o lucro antes 
dos juros e do imposto de renda da empresa. 
Quando uma empresa tem custos operacionais fixos, existe a alavancagem 
operacional. A relação entre o Lajir e as Vendas é tão evidente que é possível se 
observar que quando ocorre um aumento das vendas, a contrapartida é um 
crescimento mais do que proporcional do Lajir e, em caso de redução de vendas, 
o resultado é uma queda mais que proporcional do Lajir. 
A Alavancagem Operacional se relaciona com o Ponto de Equilíbrio 
Operacional da empresa e suas bases e conceitos são aplicados da mesma 
forma. A Alavancagem poderá ser assim visualizada na DRE das empresas: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 49 
 
A Alavancagem Operacional pode ser encontrada através das equações: 
1) Pela variação percentual de LAJIR em relação às Vendas: 
 
Onde: 
GAO = Grau de Alavancagem Operacional 
Δ% LAJIR = Variação Percentual do LAJIR 
Δ% VENDAS = Variação Percentual das Vendas 
Clique aqui para ver exemplos. 
2) Pelo cálculo direto das variáveis: 
 
Onde: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 50 
GAO = Grau de Alavancagem Operacional numa determinada quantidade de 
vendas 
Q = Quantidade vendida 
PVu = Preço de Venda Unitário 
CVu = Custo Variável Unitário 
CF = Custo Fixo Total 
Alavancagem financeira 
A Alavancagem Financeira é um conceito que aplica os custos financeiros fixos 
para amplificar os efeitos de variações dos lucros antes dos juros e do imposto 
de renda sobre o lucro por ação da empresa. A Alavancagem Financeira pode ser 
encontrada pelas equações: 
1) Pela variação percentual do Lucro Por Ação em relação ao LAJIR: 
 
Onde: 
GAF = Grau de Alavancagem Financeira 
Δ% LAJIR = Variação Percentual do LAJIR 
Δ% LPA = Variação Percentual do Lucro Por Ações 
Clique aqui para ver exemplos. 
 
2) Pelo cálculo direto das variáveis: 
Onde: 
GAF = Grau de Alavancagem Financeira num determinado nível de LAJIR 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 51 
LAJIR = Lucro Antes dos Juros e do IR (Q x (PVu – CVu) – CF) 
I = Juros (Encargos Financeiros) 
DP = Dividendos Preferenciais 
T = Alíquota de IR 
Alavancagem total ou combinada 
A Alavancagem Total ou Combinada alinha os conceitos da alavancagem 
operacional com a parte financeira sobre o risco da empresa usando um enfoque 
semelhante ao empregado para desenvolver os conceitos individuais de 
alavancagem. A alavancagem total representa então o uso dos custos fixos 
operacionais e financeiros na tentativa de se ampliar o efeito das variações do 
faturamento sobre o lucro por ação. Pode ser vista como o impacto total dos 
custos fixos presentes na estrutura operacional e financeira da empresa. 
A Alavancagem Total ou Combinada pode ser encontrada pelas equações: 
1) Pela variação percentual do Lucro Por Ação em relação ao LAJIR: 
 
Onde: 
GAT = Grau de Alavancagem Total 
Δ% VENDAS = Variação Percentual das Vendas 
Δ% LPA = Variação Percentual do Lucro Por Ações 
2) Pelo cálculo direto das variáveis: 
 
Onde: 
GAT = Grau de Alavancagem Total num determinado nível de Vendas 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 52 
Q = Quantidade vendida 
PVu = Preço de Venda Unitário 
CVu = Custo Variável Unitário 
CF = Custo Fixo Total 
I = Juros (Encargos Financeiros) 
DP = Dividendos Preferenciais 
T = Alíquota de IR 
Administração financeira de curto prazo 
A organização eficiente da estrutura de capital caracteriza as empresas com 
distribuição de recursos em grupos circulantes e não circulantes. De acordo com 
o tipo de negócio e seu ramo de atividades, a parcela de recursos em ativos 
circulantes pode ser significativa sendo fortemente influenciada pela gestão 
adequada de seus estoques, seu capital de giro ou seu fluxo de caixa. 
Capital de giro líquido 
Ciclo de Conversão de Caixa ou Ciclo de Caixa 
Administração das Contas a Receber 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 
Defina um segmento de atividades de mercado como, por exemplo, de comércios 
atacadistas, distribuidoras de energia etc. e execute uma pesquisa junto às notas 
explicativas divulgadas nas demonstrações contábeis destas empresas para 
identificar o modelo de administração de estoques mais adotado. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 53 
 
 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula: 
• Apostila de Matemática Financeira – Maurício Cury 
• Caso Enron - Os mais espertosda sala (2005) COMPLETO - Legendado em 
português pt-br 
• Gestão Eficaz – Gestão da Estrutura de Capital 
 
Referências desta aula 
GITMAN, Lawrence, Princípios da Administração Financeira. 12ª Ed, Editora 
Pearson Education do Brasil, 2010. Cap. 12 e 14. 
LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa, et all. Administração Financeira – 
Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 3ª edição, Editora Campus 
LV, Rio de Janeiro, 2010; Cap. 3, 11 e 12. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Uma firma comercial que adota uma política de variação de crescimento nulo 
apresentava os seguintes dados relativos as suas finanças 
• LAJIR = R$ 250.000 
• CMPC = 18% 
• Alíquota praticada de IR = 25% 
 Considerando os dados apresentados, determine o valor da empresa: 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 54 
a) R$ 1.041.667,00 
b) R$ 1.050.780,00 
c) R$ 2.066.717,00 
d) R$ 2.041.002,00 
e) R$ 1.478.911,00 
 
 
 
Questão 2 
Atualmente, a empresa de logística “Rodando Demais” vende o seu frete por R$ 
50,00 a tonelada/transportada. Seus custos operacionais fixos são de R$ 
80.000,00, e o custo operacional variável é de R$ 15,00 por ton./transportada. 
Considerando que as vendas estão, em média, em 10.000 toneladas e as 
informações apresentadas, determine o grau de alavancagem operacional. 
a) 1,45 
b) 1,30 
c) 1,50 
d) 1,60 
e) 1,70 
 
Questão 3 
Atualmente, a empresa de logística “Rodando Demais” vende o seu frete por R$ 
50,00 a tonelada/transportada. Seus custos operacionais fixos são de R$ 
80.000,00, e o custo operacional variável é de R$ 15,00 por ton./transportada. 
Tem empréstimos e financiamentos de longo prazo no valor total de R$ 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 55 
200.000,00 com juros médios de 24% de juros anuais, os dividendos anuais 
sobre as ações preferenciais são de R$ 1.500,00, e 3.000 ações ordinárias. A 
empresa encontra-se numa faixa de alíquota de 25% do Imposto de Renda. 
Considerando o Lajir de R$ 270.000,00 como padrão, determine o Grau de 
Alavancagem Financeira. 
a) 1,54 
b) 1,63 
c) 1,44 
d) 1,23 
e) 1,32 
 
 
Questão 4 
Atualmente, a empresa de logística “Rodando Demais” vende o seu frete por R$ 
50,00 a tonelada/transportada. Seus custos operacionais fixos são de R$ 
80.000,00, e o custo operacional variável é de R$ 15,00 por ton./transportada. 
Tem empréstimos e financiamentos de longo prazo no valor total de R$ 
200.000,00 com juros médios de 24% de juros anuais, os dividendos anuais 
sobre as ações preferenciais são de R$ 1.500,00, e 3.000 ações ordinárias. A 
empresa encontra-se numa faixa de alíquota de 25% do Imposto de Renda. 
Considerando o Lajir de R$ 270.000,00 como padrão, determine o Grau de 
Alavancagem Total. 
a) 1,63 
b) 1,54 
c) 1,72 
d) 1,59 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 56 
e) 1,46 
 
Questão 5 
Uma indústria de laticínios está adquirindo uma nova frota de caminhões de 
entrega no valor de R$ 1.100.000,00 com pagamento financiado em longo prazo. 
Com base nesta informação, num padrão regular de comportamento, podemos 
concluir o que esta transação trará de efeitos sobre o lucro e sobre o risco em: 
a) A operação resultaria num aumento dos Ativos Totais, precisamente nos 
Ativo Circulante, trazendo como efeito um aumento no Lucro sem alterar 
o Risco do negócio. 
b) A operação resultaria num aumento Passivo Total, precisamente no 
Passivo Circulante, trazendo como efeito um aumento no Risco do negócio, 
porém sem alterar o Lucro. 
c) A operação resultaria num aumento dos Ativos Totais, precisamente no 
Ativo Não Circulante, trazendo como efeito um aumento no Lucro e um 
aumento no Risco do negócio. 
d) A operação resultaria num aumento dos Ativos Totais, precisamente no 
Ativo Não Circulante, trazendo como efeito uma diminuição no Lucro e um 
aumento no Risco do negócio. 
e) A operação resultaria num aumento dos Ativos Totais, precisamente no 
Ativo Não Circulante, trazendo como efeito uma diminuição no Lucro e 
uma diminuição no Risco do negócio. 
 
Questão 6 
Uma empresa está avaliando vários planos de administração de caixa, 
envolvendo a Idade Média dos estoques (IME), o Prazo Médio de Cobrança (PMC) 
e o Prazo Médio de Pagamentos (PMP). Considerando que a empresa não recebe 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 57 
antecipadamente por suas vendas e não paga antecipadamente a seus 
fornecedores, determine qual seria o melhor dos planos, justificando-o: 
 
a) O plano A é melhor porque possui o menor Giro de Caixa. 
b) O plano C porque recebe a vista. 
c) O plano D porque tem o menor Ciclo de Caixa. 
d) O plano E porque tem a melhor condição de recebimento e pagamento. 
e) Qualquer plano poderia ser escolhido, pois possuem características 
particulares que os tornam ideais as necessidades da empresa. 
Questão 7 
 O Departamento Financeiro de uma firma apresentava os seguintes dados: 
• As vendas de Junho, Julho e Agosto foram recebidas, em média, em 30, 
60 e 90 dias respectivamente; 
• Os estoques se renovaram no mesmo período em 40, 60 e 70 dias. 
• Os fornecedores cobraram suas faturas em Junho, Julho e Agosto em 40, 
60 e 100 dias, respectivamente. 
 Considerando que a empresa pretende reduzir o prazo de cobrança de suas 
duplicatas em 10%, que medidas você poderia sugerir para que a empresa, após 
a redução do prazo de recebimento, melhorasse em cerca de 15% a 
administração do caixa? 
a) A empresa pode adotar uma das hipóteses: Tentar reduzir a Idade Média 
dos estoques em 14 dias ou tentar aumentar o Prazo Médio de 
Pagamentos em 7 dias. 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 58 
b) A empresa pode adotar uma das hipóteses: Tentar aumentar o Prazo 
Médio de Pagamentos em 7 dias ou combinar a IME com o PMP em 7 dias. 
c) A empresa pode adotar uma das hipóteses: Tentar reduzir a Idade Média 
dos estoques em 7 dias; ou tentar aumentar o Prazo Médio de 
Recebimentos em 7 dias. 
d) A empresa pode adotar uma das hipóteses: Tentar reduzir a Idade Média 
dos estoques em 7 dias; Tentar aumentar o Prazo Médio de Pagamentos 
em 7 dias; Ou combinar a IME com o PMP em 14 dias 
e) A empresa pode adotar uma das hipóteses: Tentar reduzir a Idade Média 
dos estoques em 7 dias; Tentar aumentar o Prazo Médio de Pagamentos 
em 7 dias; Ou combinar a IME com o PMP em 7 dias. 
 
 
Questão 8 
A Administração de Estoques pode ser realizada a partir de algumas técnicas de 
gestão conhecidas por algumas características próprias. Como se denomina a 
técnica de gestão de Estoques em que se considera o valor monetário dos 
investimentos nas mercadorias e na quantidade de itens distribuídos em 
categorias com regra geral na determinação dos pedidos de compra e controle 
de estoques? 
a) Sistema de Inventário Permanente 
b) Sistema ABC de Gestão de Estoques 
c) Sistema de Inventário Periódico 
d) Sistema de Gestão Simples de Estoques 
e) Sistema de Gerenciamento Complementar de Estoques 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 59 
 
 
Chaves de resposta 
Aula 4 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: Aplicando as variáveis na equação de cálculo de valor teremos. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: Pelas informações apresentadas, adotaremos o cálculo direto das 
variáveis: 
 
GAO = 1,2963 ≈ 1,30 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Cálculo dos juros: 200.000 x 0,24 = R$ 48.000,00 Cálculo direto 
da GAF pelas variáveis: 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS 60 
GAF = 1,2272 ≈ 1,23 (Lajir R$ 10.000) 
 
 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: Cálculo dos juros: 200.000 X 0,24 = R$ 48.000,00 Cálculo direto 
da GAT pelas variáveis: 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: Descrição contábil da transação: A operação resultaria numa 
redução do índice de Ativos Circulantes

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