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CASO CONCRETO O Banco Money S/A, em liquidação extrajudicial, demitiu, sem justa causa, após 10 anos e 9 meses de prestação de serviços, a gerente de uma de suas agências, Cláudia, ocasião em que percebia o salário de R$6.500 (seis mil e quinhentos), mais gratificação de função correspondente a 1/3 9 um terço do salário. Por ocasião do pagamento das verbas rescisórias, o Banco não conseguiu descontar o valor de empréstimo de R$ 30.000,00 (cinquenta mil reais) anteriormente concedido à ex-empregada, uma vez que outros descontos já haviam atingido o valor de um salário. Faltando um mês para se vencer o biênio prescricional, a ex-empregada, assistida por advogado de seu sindicato de classe, sem apresentar declaração de insuficiência financeira, ajuizou reclamação trabalhista, pretendendo, já que sempre laborara, de segunda a sexta-feira, 8 ( oito) horas diárias, a condenação do Banco, no pagamento de 2 horas extras diárias com os acréscimos legais, bem como de sua integração em férias, 13º salários, descansos semanais, FGTS e aviso prévio, tudo acrescido de juros e correção monetária, além da condenação em honorários advocatícios à razão de 20%. Deu à causa o valor líquido de R$ 58.500,00 (cinquenta e oito mil e quinhentos reais), sendo R$ 52.500,00 (cinquenta e dois mil e quinhentos reais) pelas horas extras e R$ 6.000,00 (seis mil reais) pelas integrações. Contratado pelo Banco elabore sua defesa. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ _ª VARA DO TRABALHO De VITÓRIA ESTADO DO ESPIRITO SANTO. Processo no. Reclamante: Banco Money S/A, Reclamada: Cláudia RECLAMADA, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe que lhe move a RECLAMANTE, por meio de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência com fulcro no art. 336 CPC e ss c/ 847 da CLT, apresentar CONTESTAÇÃO pelos motivos de fato e de direito que seguem abaixo. FATOS Ajuizou a Reclamante reclamação trabalhista em face desta Reclamada pleiteando o pagamento de horas extras e suas integrações. A Reclamante prestou serviços à Reclamada durante 10 anos e 9 meses, na função de gerente e percebeu, como último salário, a quantia de R$6.500,00, mais gratificação de função correspondente a 1/3 do valor citado. Durante seu pacto laboral, celebrou contrato de mútuo com a Reclamante, tomando emprestado o montante de R$30.000,00, o qual não conseguiu ser reavido pela mesma uma vez que, quando do pagamento das verbas rescisórias da Reclamada, outros descontos já atingiram o valor total devido, motivo pelo qual vem apresentar esta reconvenção. PRELIMINAR – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL Argui-se inicialmente a prescrição qüinqüenal trazida pelo artigo 7º, XXIX da CF e artigo 11 da CLT, para que sejam considerados extintos com resolução de mérito nos termos do art. 487, II do NCPC. DO MÉRITO Caso ultrapassada as preliminares arguidas, o que não se acredita, discute-se no mérito. DAS HORAS EXTRAS E REFLEXOS A Reclamante pleiteia duas horas extras, afirmando a Reclamada não respeitou sua carga horaria conforme prevê o artigo 224 da CLT trabalhando mais que 6 h diárias. Observa-se que mesmo a Reclamante trabalhasse 8h diárias, não o que falar de horas extras e reflexos, devido sua função ser cargo de confiança. O artigo 62, II da CLT deixa claro que alguns são excluídos da proteção da jornada de trabalho, inclusive o cargo de gerente. Por fim, a súmula 102, II, esclarece que o bancário terá que seguir as regras do art. 224, § 2º da CLT e recebendo gratificação inferior a 1/3 do seu salário, considera remunerado as duas horas extras excedidas as 6h. Portanto, não deve prosperar o pedido de horas extras e reflexos. NÃO CABE OS HONORÁRIOS A Reclamante pleiteia os honorários advocatícios no valor de 20 %, no entanto a mesma está sendo representado pelo advogado do seu sindicato, onde e ainda não apresentou a declaração de insuficiência financeira. E no caso assistido pelo sindicato os honorários serão revertidos para o sindicato assistente respeitando o limite de 20%. Ademais a Reclamante não apresentou a declaração de insuficiência financeira para que fosse juntado aos autos. Assim acerca dos honorários advocatícios esses não são devidos, uma vez que a Reclamante está sendo assistido por profissional credenciado á sua entidade sindical, situação que afasta qualquer possibilidade de deferimento do benefício em debate nos termos da lei. Pela improcedência do pedido. CABE RECONVENÇÃO A Reclamada reconvém alegando que a Reclamante é devedora de empréstimo de R$30.000.00 concedido, e não podendo ser descontado na rescisória, uma vez que outros descontos já haviam atingido o valor do salário. Traz nos autos onde consta o recibo feito parte da Reclamante. Assim, a Reclamada deve a esta Reclamante o valor de R$30.000,00, tomado através do contrato de mútuo celebrado entre as partes e neste sentido dispõe o art. 586 do Código Civil: Art. 586. O mútuo é empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Ora, se a Reclamada celebrou contrato de mútuo e obteve o montante acima indicado em virtude de contrato de trabalho, tendo cessado o mesmo, é certo que deve a Reconvinda restituir a quantia tomada. Assim sendo, pelos motivos acima expostos, espera esta Reclamante que seja condenada da Reclamada a restituir a quantia tomada a título de mútuo, nos termos do art. 343, do CC. REQUERIMENTOS FINAIS Diante o exposto supracitado requer a reclamada; 1- que seja acatada a preliminares arguidas com extinção do processo sem julgamento do mérito; 2- no mérito a improcedência de todos pedidos alegados na peça inicial, 3ª condenação da Reclamante a restituir a quantia tomada a título de mútuo á Reclamada no valor..... 3. notificação da Reclamante para apresentar defesa da reconvenção. 4- Protesto por todo meio de provas em direito admitidos, notadamente o depoimento pessoal e as provas documentais e testemunhais. Termos em que, Pede deferimento. Local, data Advogado. ...OAB nº. ...
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