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1 JULIO ROBERTO PELLENZ MANUTENÇÃO DO BANCO INSTITUCIONAL DE DADOS METEOROLÓGICOS DOS TRÊS ESTADOS DE ABRANGÊNCIA DA UFFS Relatório realizado para apresentação na VIII Feira do Conhecimento e Desenvolvimento Agrocientífico da Escola Estadual Técnica Fronteira Noroeste Orientador da escola: Rose Beatriz Antes Stein Orientador da instituição do estágio: Sidinei Zwick Radons Santa Rosa 2012 2 Dedico este projeto aos meus pais, por tudo que me ensinaram e me incentivaram durante todas as fases de minha vida, e também por todas angústias e preocupações que tiveram por minha causa. 3 AGRADECIMENTO Agradeço, primeiramente, a todos os professores que fizeram com que eu pudesse chegar até onde cheguei, em especial à professora Rose e a professora Marinês, pelo que batalharam para que eu conseguisse realizar meu estágio, e o professor Sidinei, que fez com que obtêssemos vários novos aprendizados e habilidades na área de execução do projeto. Também agradeço a todos meus amigos e amigas, que sempre me apoiaram e incentivaram para que eu conseguisse conquistar o que conquistei até hoje, não desprezando os futuros projetos que virão a se concretizar. 4 RESUMO Na busca da compreensão das mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta Terra nesses últimos anos, ramos de estudo como a Meteorologia e Climatologia vêm tendo bastante destaque. Para que possamos ter resultados fidedignos, é necessário que se tenha uma base de dados confiáveis, e é isso que viemos buscando com o desenvolvimento do projeto de iniciação acadêmica, a “Manutenção do banco institucional de dados meteorológicos dos três estados de abrangência da UFFS”, que servirá como base para futuros projetos e estudos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Temperatura, umidade do ar, radiação solar, precipitações, temperatura do ponto de orvalho e pressão atmosférica são alguns dos elementos meteorológicos medidos nas estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), sendo alguns deles descritos neste relatório, bem como alguns fatores meteorológicos que os influenciam, e ainda evapotranspiração e balanço hídrico, tendo em vista o uso consciente da água que se encontra escassa em nosso planeta, e indispensável a todos os seres vivos. Trabalha-se com 112 estações meteorológicas na região sul, mais o estado do MS. Os dados meteorológicos são disponibilizados de forma gratuita no site do INMET, podendo ser consultados apenas os dados dos últimos 90 dias, daí a importância de se armazenar esses dados em um banco, objetivo do nosso projeto. Esses dados ficam então armazenados em planilhas eletrônicas. Com empenho do grupo, alcançamos importantes conquistas, como a elaboração e divulgação de 11 boletins meteorológicos mensais, e o acesso ao Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP). 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................7 2 OBJETIVOS...........................................................................................................................7 2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................7 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................7 3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................................8 4 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................8 4.1 RELAÇÕES TERRA-SOL...................................................................................................8 4.1.1 Rotação e Translação.........................................................................................................8 4.1.2 Sistema de coordenadas geográficas..................................................................................9 4.1.2.1 Latitude...........................................................................................................................9 4.1.2.2 Longitude........................................................................................................................9 4.2 TEMPERATURA.................................................................................................................9 4.2.1 Temperatura do ar..............................................................................................................9 4.2.2 Temperatura do solo..........................................................................................................9 4.2.3 Influência da temperatura do ar nos seres vivos..............................................................10 4.3 A ATMOSFERA................................................................................................................10 4.4 UMIDADE DO AR...........................................................................................................10 4.5 RADIAÇÃO SOLAR........................................................................................................11 6 4.6 VENTO...............................................................................................................................11 4.7 PRECIPITAÇÕES..............................................................................................................11 4.7.1 Chuva...............................................................................................................................11 4.7.2 Geadas..............................................................................................................................12 4.7.3 Granizo.............................................................................................................................12 4.7.4 Neve.................................................................................................................................12 4.7.5 Orvalho.............................................................................................................................13 4.8 EVAPOTRANPIRAÇÃO..................................................................................................13 4.9 BALANÇO HÍDRICO........................................................................................................14 5 METODOLOGIA..................................................................................................................14 5.1 CRONOGRAMA................................................................................................................14 5.2 CUSTOS.............................................................................................................................16 6 RESULTADOS......................................................................................................................16 7 CONCLUSÕES.....................................................................................................................17 REFERÊNCIAS........................................................................................................................17 7 1 INTRODUÇÃO Meteorologia e climatologia são áreas que vêmdespertando bastante interesse da população mundial, na busca da compreensão das diversas alterações climáticas que vêm acontecendo nos últimos anos. No âmbito agrícola, a agrometeorologia e agroclimatologia buscam compreender o tempo e clima, respectivamente, e esclarecer quais das mudanças que vêm ocorrendo que podem vir a interferir nas produções agrícolas. Para que se possam obter conclusões concretas sobre esses assuntos, é necessário que haja uma base de dados confiável, e é isso que buscamos a partir do nosso projeto de iniciação acadêmica, a manutenção de um banco de dados meteorológicos atualizado, obtendo dados a partir das estações meteorológicas do instituto nacional de meteorologia (INMET), que disponibiliza os dados no site, ficando armazenados lá por um período de 90 dias, daí a grande importância de se manter um banco desses dados, a partir dos quais podem ser feitos diversos cálculos de importância agrícola, como a evapotranspiração potencial de uma cultura de referência, como também podem servir de base para diversos outros estudos. Ao longo deste relatório, são apresentados os objetivos e justificativa do projeto, bem como uma breve descrição de alguns dos elementos meteorológicos dos quais são registrados os dados em nosso banco, e alguns dos fatores meteorológicos que os influenciam. Ao final ainda encontra-se a metodologia utilizada durante a realização do projeto, juntamente com um cronograma de atividades, os resultados obtidos e algumas conclusões. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL A proposta desse projeto é criar um banco de dados meteorológicos da Região Sul do Brasil, área de abrangência da UFFS, que servirá como base para projetos da UFFS. Ainda, proporcionar aos bolsistas a habilidade no manuseio de conjuntos de dados meteorológicos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - realizar o download dos dados meteorológicos a partir do site do INMET; - arquivamento dos dados em planilhas eletrônicas (excel); 8 - elaboração de fórmulas em planilhas para cálculo da evapotranspiração potencial, segundo o método de Penman; - elaboração de boletins mensais, fazendo uma análise dos dados do mês antecedente, e uma projeção para os três próximos meses; - reajuste dos dados obtidos das estações desde o inicio de seu funcionamento; - realização de reuniões semanais para realização das tarefas. 3 JUSTIFICATIVA O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mantém em funcionamento na Região Sul do Brasil 112 estações meteorológicas de superfície, mais 24 estações no MS, as quais também estão abrangidas dentro do nosso projeto de pesquisa. Os dados dos últimos 90 dias de coleta dessas estações são disponibilizados de forma gratuita no site do INMET para download. Contudo, caso não seja realizado o download, os dados tem que ser solicitados posteriormente, muitas vezes de forma não gratuita, ao INMET e o sucesso na obtenção não é garantido. Um banco de dados foi criado no projeto de iniciação acadêmica desenvolvido no segundo semestre de 2010, vindo a findar no segundo semestre de 2011, porém estamos mantendo o banco voluntariamente. 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 RELAÇÕES TERRA-SOL 4.1.1 Rotação e translação Conforme Varejão-Silva, o Sol se movimenta em direção a uma estrela chamada Veja, sendo que a Terra realiza um movimento de espiral no espaço. Porém, como aqui somente nos interessam os movimento relativos da Terra com o Sol, esse movimento pode ser desprezado. Os dois principais movimentos que a Terra realiza em relação ao Sol, afirma Oliveira, são rotação e translação. 9 O movimento de rotação é o que a Terra realiza em torno de um eixo imaginário, que atravessa o interior da mesma, saindo pelos pólos, definindo o dia e a noite. O movimento de translação ocorre quando a Terra realiza seu giro em torno do Sol, definindo as estações do ano, que ocorrem devido à uma inclinação do eixo da Terra. 4.1.2 Sistema de coordenadas geográficas 4.1.2.1 Latitude A latitude geocêntrica é o ângulo correspondente entre uma linha que parte do centro da Terra, cortando um ponto x na superfície da Terra, com o plano do Equador. A latitude possui grande importância na definição do clima global, pois a radiação irá incidir em diferentes ângulos nos diferentes paralelos, em diferentes épocas do ano. 4.1.2.2 Longitude A partir de um meridiano de referência, que foi definido como sendo o meridiano de Greenwich, Varejão-Silva define longitude como sendo o ângulo formado pela posição do ponto x na superfície terrestre e o meridiano de Greenwich. Os meridianos possuem pouca influência no clima global, porém definem os fusos horários de cada região do planeta. 4.2 TEMPERATURA 4.2.1 Temperatura do ar A temperatura utilizada geralmente em Climatologia é a temperatura do ar à superfície ou à sombra, referindo-se a temperatura do ar que ocorrendo rente a superfície do solo, ou de referência. A medição da temperatura nas estações meteorológicas geralmente é realizada a 1,5 metros de altura a partir da superfície do solo, que é relacionada com a temperatura da superfície, que é de aproximadamente 4°C a menos que a registrada a 1,5 metros de altura. 4.2.2 Temperatura do solo Scöffel afirma que a temperatura do solo influi em diversos processos que ocorrem no solo, como a germinação de sementes, desenvolvimento do sistema radicular, absorção de água e nutrientes e decomposição de matéria orgânica. 10 O processo de transferência de calor no solo, segundo Schöffel, é realizado através de condução, entre uma partícula de solo e outra, sendo que no ar esse processo se dá por convecção, sendo o ar um mal condutor de calor, sendo esse processo mais lento. 4.2.3 Influência da Temperatura do ar nos seres vivos “A temperatura do ar desempenha um papel muito importante dentre os fatores que condicionam o ambiente propício aos animais, às plantas e ao próprio Homem.” (Varejão- Silva, 2005) Ainda segundo Varejão-Silva, cada raça ou cultivar possui seu ótimo de temperatura para que haja um desenvolvimento favorável. Determinadas espécies de animais, que não possuem regulação térmica, e quase a totalidade de plantas, dependem da temperatura externa para que haja um bom desenvolvimento. O ciclo de certas culturas é determinado pelo número de graus-dia, e não o número de dias, o que torna indispensável o estudo da temperatura. Outra influência em determinadas culturas é o número de horas-frio que certas plantas necessitam para quebra de dormência e uma produção favorável. 4.3 A ATMOSFERA A atmosfera, conforme Varejão-Silva, é um sistema aberto, sob um ponto de vista termodinâmico, havendo troca de massa com a superfície terrestre, constituindo-se por um conjunto de gases, vapor de água e partículas, que envolve a superfície da Terra. 4.4 UMIDADE DO AR A umidade do ar consiste na água que se encontra no estado de vapor na atmosfera, correspondendo à parte do ciclo hidrológico que cabe o estudo a meteorologia. A transferência de vapor d'água para a atmosfera é causada pela evaporação da água do solo e das superfícies líquidas (oceanos, lagos, cursos d'água, rios e reservatórios), bem como pela sublimação do gelo (existente nos campos de neve e nas geleiras). (Varejão-Silva, 2005) Essa umidade volta para a superfície quando ocorrem precipitações, sejam elas no estado líquido (chuva) ou estado sólido (neve, granizo, etc.). Ao entrar na atmosfera, o vapor d’água leva consigo o calor latente utilizado na evaporação da água, resfriando-se ao entrar nas camadas mais altas da atmosfera, voltando a precipitar, gerando assim, uma parte do ciclo hidrológico. 11 Varejão-Silva ainda afirmaque a umidade do ar possui grande influência de microrganismos que atuam como patógenos, e define também o grau de conforto ambiental de muitos animais. 4.5 RADIAÇÃO SOLAR “Denomina-se radiação, ou energia radiante, à energia que se propaga sem necessidade da presença de um meio material. O termo radiação é igualmente aplicado para designar o próprio processo de transferência desse tipo de energia.” (Varejão-Silva, 2005) “O sol emite para o espaço uma grande quantidade de energia radiante, proveniente das reações que ocorrem na própria superfície do astro. Esta é a fonte primária de energia para os processos termodinâmicos que ocorrem na superfície da terra.” (Vieira; Piculi, 2009) A radiação solar que atinge a superfície terrestre é conhecida como radiação solar global incidente, e pode ser dividida em duas componentes: - a radiação solar direta, que incide diretamente sobre um ponto na superfície; - e a radiação solar difusa, que resulta da difusão da radiação na atmosfera, atingindo pontos na superfície onde não há incidência de radiação solar direta, afirma Varejão-Silva. Os gases presentes na atmosfera interagem com a radiação solar, sendo que cada gás absorve em uma região específica do espectro solar, gerando o chamado efeito estufa. Conforme Varejão-Silva, durante o dia a radiação solar na superfície terrestre é positiva, devido à incidência de radiação solar, caracterizada por ondas curtas, e a noite ela se torna negativa, pois a superfície perde energia na forma de radiação de ondas longas para atmosfera, que pode ser minimizada devido à ação do efeito estufa, daí a grande importância desse efeito na vida do planeta. 4.6 VENTO O vento se caracteriza por massas de ar em movimento na atmosfera, devido às diferenças entre a incidência de radiação em diferentes pontos da superfície. Segundo Varejão-Silva, o vento interfere nas mais variadas atividades humanas, desde a evapotranspiração de culturas agrícolas, até a ocorrência de grandes catástrofes nas diferentes regiões do globo terrestre. 4.7 PRECIPITAÇÕES 4.7.1 Chuva 12 Segundo Varejão-Silva, é a precipitação de gotas de água com diâmetro maior que 0,5 cm. Conforme Freitas, elas podem ser de três tipos diferentes: - orográficas: ocorrem quando massas de ar são barradas por obstáculos mecânicos, como elevações no relevo, forçando essa massa de ar a subir, fazendo com que o vapor d’água que nela se encontra se condense, vindo a precipitar; - convectiva: ocorre quando há um aquecimento da superfície, fazendo com que a água que nela se encontra evapore, subindo para as camadas mais altas da atmosfera, pelo processo de convecção, se condensando ao se resfriar nessas camadas, sendo precipitado. Essas chuvas são também conhecidas como pancadas, podendo ser de intensidade alta, porém bastante isoladas; - frontais: se origina a partir do encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente, fazendo com que a massa de ar quente suba, condensando o vapor que nela se encontra. 4.7.2 Geadas Sob um ponto de vista meteorológico, geada é toda vez que há deposição de gelo sobre a superfície, ou quando é atingido a temperatura de 0°C no abrigo meteorológico. Já para o ponto de vista agronômico, geada é um fenômeno atmosférico que provoca dano aos tecidos vegetais devido à baixa temperatura. Segundo Abreu, conforme o tipo de formação da geada, ela pode ser classificada como radiativa ou convectiva. A geada advectiva, ou de vento frio, ocorre devido a ocorrência de ventos fortes com temperatura baixa, acarretando danos na parte do vegetal atingida pelo vento. Já a geada radiativa, é a que ocorre mais comumente no estado do RS, é provocado pela perda intensa de radiação durante noites de céu límpido, sem vento e com baixa umidade, sob o domínio de um anticiclone, gerando o processo chamado de inversão térmica. 4.7.3 Granizo Segundo Freitas, é a precipitação de pedras de gelo, que se formam em camadas da atmosfera onde a temperatura é muito reduzida, podendo causar grandes prejuízos em diversas culturas agrícolas. 4.7.4 Neve 13 Esse tipo de precipitação, conforme Freitas, ocorre devido à sublimação do vapor de água nas nuvens, quando a temperatura nas mesmas for igual ou inferior a 0°C, formando pequenos cristais de gelo. Esse tipo de precipitação ocorre mais frequentemente em climas temperados e polares. 4.7.5 Orvalho Segundo Varejão-Silva, é o depósito de gotas de água em superfícies expostas ao ar livre, gerado pela condensação do vapor de água no ar adjacente. O orvalho possui grande importância agrícola, pois pode atuar diminuindo a evapotranspiração, sendo que Baladón também o conceitua como precipitação oculta, sendo a principal fonte hídrica para plantas de clima muito seco, como em muitos desertos. 4.8 EVAPOTRANSPIRAÇÃO Vieira e Piculi definem evapotranspiração como sendo a junção dos processos de evaporação e transpiração, sendo que os dois ocorrem simultaneamente. Esse termo foi introduzido em 1944 por Thornthwaite, e é controlado pela disponibilidade de energia, pela demanda atmosférica, e pela disponibilidade de água disponível no solo para as plantas. Varejão-Silva (2005, p. 459) destaca a grande importância do estudo da evapotranspiração. Em um planeta em que a água potável está se tornando cada vez mais escassa e (conseqüentemente) cara, o estudo das perdas hídricas assume importância crescente. Para o solo vegetado e para os reservatórios de água doce, a evapotranspiração e a evaporação representam, respectivamente, uma demanda considerável de água, justificando-se todos os esforços para quantificá-la e tentar minimizá-la. As perdas por evaporação ou evapotranspiração, exatamente por subtraírem uma substancial fração dos recursos hídricos disponíveis, não podem ser negligenciadas a nível de planejamento e tampouco de execução, em inúmeras atividades humanas. Neste contexto enquadra-se o abastecimento de água para as populações, a agricultura e a indústria. Segundo Vieira e Piculi, vários são os fatores que determinam a evapotranspiração, como quantidade líquida de radiação, a temperatura, a umidade relativa do ar, o vento, e fatores característicos das plantas também, como a espécie, o albedo ou refletividade do vegetal, o índice de área foliar (IAF), a altura das plantas, e também a profundidade das raízes. Vários são os métodos que podem ser utilizados para o cálculo da evapotranspiração, como o método de Penman e de Thornthwaite, pelos quais se pode calcular a evapotranspiração potencial, que é a evaporação máxima que pode ser obtida para uma cultura de referência quando existe disponibilidade suficiente de água no solo, afirmam Vieira e Piculi. 14 Os mesmos autores ainda descrevem alguns métodos pelos quais se pode medir a evapotranspiração, como lisímetros de drenagem e de balança, e também o método do tanque classe A. Para que se possa obter o valor para cada cultura em determinado estádio de desenvolvimento, deve se aplicar um fator de conversão chamado kc da cultura em questão. 4.9 BALANÇO HÍDRICO “No contexto agronômico, entende-se por balanço hídrico a determinação de todos os ganhos e perdas hídricas que se verificam em um terreno com vegetação, de modo a estabelecer a quantidade de água disponível às plantas em um dado momento.” (Varejão- Silva, 2005) Para se calcular o balanço hídrico de uma determinada cultura, leva-se em consideração a água que circula na parte do solo onde se encontram as raízes da cultura, fazendo uma soma do acumulado mensal hídrico, levando-se em consideração principalmente as precipitações pluviométricas e a irrigação, se houver, comoentradas, e a evapotranspiração real como saída, sendo esta última diferenciada da evapotranspiração potencial quando existe um déficit hídrico no solo, de acordo com o que explicam Vieira e Piculli. 5 METODOLOGIA Uma equipe ficará responsável pelo download dos dados, cálculo de médias e/ou somatórios (diários, mensais e anuais) e arquivamento destes em planilhas eletrônicas. Também será criado um endereço eletrônico para o projeto, o qual se pretende divulgar na página da instituição. Caso algum participante de projeto na UFFS necessite ter acesso aos dados meteorológicos da estação mais próxima ao local de seu interesse, bastará especificar: o título do projeto, o período de dados, o tipo (ex: médias diárias de temperatura do ar), o local e solicitá-los por meio de correio eletrônico, fazendo uma breve justificativa da necessidade da utilização dos dados. Então, os dados serão remetidos em formato digital ao solicitante. Os bolsistas participarão de reuniões semanais com o orientador, onde será discutido o andamento do projeto. 5.1 CRONOGRAMA 15 Atividades desempenhadas A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 semanas 01 a 07/05 X X 08 a 14/05 X X 15 a 21/05 X 22 a 28/05 X X X X X 29/05 a 04/06 X X X 05 a 11/06 X X X 12 a 18/06 X X 19 a 25/06 X X X X 26/06 a 02/07 X X X 03 a 09/07 X X 10 a 16/07 X 17 a 23/07 X 24 a 30/07 X X 31/07 a 06/08 X X X 07 a 13/08 X X 14 a 20/08 X X 21 a 27/08 X 28/08 a 03/09 X X X X 04 a 10/09 X X X 11 a 17/09 X 18 a 24/09 X 25/09 a 01/10 X X X 02 a 08/10 X X X X 09 a 15/10 X X 16 a 22/10 X X X 23 a 29/10 X X X 30/10 a 05/11 X X X X 06 a 12/11 X X X 13 a 19/11 X X X 20 a 26/11 X X 16 27/11 a 03/12 X X X X 04 a 10/12 X X X X 11 a 17/12 X X X X X 18 a 24/12 X X X 25 a 31/12 X X X A1 _ Reunião do grupo de pesquisa; A2 _ Divisão das tarefas; A3 _ Download e atualização dos dados meteorológicos; A4 _ Reunião com o orientador; A5 _ Digitalização das fórmulas ETP (Evapotranspiração Penman) em planilhas Microsoft Excel; A6 _ Elaboração do boletim informativo mensal; A7 _ Elaboração do resumo para o I SEPE ( Seminário de ensino, pesquisa e extensão); A8 _ Elaboração da apresentação para o I SEPE; A9 _ Apresentação do projeto no I SEPE; A10 _ Ajuste dos dados obtidos do BDMEP; A11 _ Elaboração do relatório final do projeto. 5.2 CUSTOS Os custos da realização do projeto são desconsideráveis, tendo em vista que os dados são obtidos gratuitamente no site do INMET, e todas as demais conquistas do projeto foram obtidas com muito empenho e dedicação. 6 RESULTADOS 17 Os resultados obtidos durante o projeto foram bastante positivos, conseguindo manter e aprimorar o banco de dados, com o acesso ao Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP), onde conseguimos dados das estações a partir do ano de 1961, a partir dos quais já conseguimos realizar diversos estudos, como algumas projeções para os próximos anos, se os dados seguirem a mesma tendência que vêm ocorrendo. Outro resultado conquistado foi a elaboração e divulgação, por correio eletrônico, de 11 boletins mensais, onde fizemos uma análise dos dados obtidos do mês anterior, e uma projeção para os próximos três meses, baseado no boletim divulgado pelo INMET, e nos dados da estação meteorológica convencional de São Luiz Gonzaga – RS. Ainda tivemos a oportunidade de apresentar nosso projeto no I Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), onde divulgamos nossos objetivos e conquistas para os demais discentes e docentes da UFFS. 7 CONCLUSÕES Após a conclusão do projeto de pesquisa, assim como deste relatório, pude compreender a necessidade que se tem em ter dados concretos para poder realizar estudos fidedignos, que possam apresentar resultados o mais próximo possível da realidade, podendo tirar conclusões de nossos próprios estudos, sendo que muitas vezes não se pode confiar em estudos divulgados apresentando tendências que não se enquadram com a realidade. Ainda é cedo para conseguirmos tirar conclusões concretas sobre as mudanças climáticas que vêm ocorrendo, e fazer projeções para o futuro, tendo em vista que não possuímos dados longínquos confiáveis, sendo várias as versões que nos são apresentadas sobre o futuro do clima global. Cabe a nós sermos críticos em relação a todas as informações que nos são apresentadas, mas é importante que mudemos nossos padrões de vida na Terra, antes que as consequências sejam irreversíveis. REFERÊNCIAS 18 BALADÓN, A. N. A. Precipitações ocultas e sua utilização na agricultura. Ornex, França: Agrometeorological Applications Associates, 1994. Disponível em: <http://www.anancy.net/documents/file_pt/738_Precipitacoes_ocultas_e_sua_utilizacao_na_agricu ltura.pdf> Acesso em: 29 mai. 2012. FREITAS, E. Chuvas e precipitações. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/chuvas-precipitacoes.htm> Acesso em: 28 mai. 2012. INMET. Rede de estações automáticas. http://www.inmet.gov.br/sonabra/maps/automaticas.php. INMET. Rede de estações convencionais. http://www.inmet.gov.br/sim/sonabra/convencionais.php. MELO E ABREU, J. P. As geadas. Lisboa, Portugal: Instituto Superior de Agronomia, 2005. Disponível em: <http://home.isa.utl.pt/~jpabreu/DownloadAgromet/AulaGeadas.pdf> Acesso em: 27 mai. 2012. OLIVEIRA, A. S. Fundamentos de Meteorologia e Climatologia. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0CFkQFj AD&url=http%3A%2F%2Fwww.ufrb.edu.br%2Fneas%2Findex.php%2Fdocumentos%2Fdoc _download%2F20-cap-02-orientacao-espacial-terra- sol&ei=eC3ET9u_NojJ6gH_jcC6Cg&usg=AFQjCNEKaTeA26mAJZrTqUtHyRekh8tR6g&s ig2=EKWRZ854a3u-hZHhMOaBhA> Acesso em: 27 mai. 2012. PELLEGRINO, G. Q. et al. Aquecimento global e a nova geografia de produção agrícola no Brasil. Cuiabá: Embrapa, 2008. Disponível em: 19 <http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/giampaolo_pellegrino.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2012. SCHÖFFEL, E. R. Temperatura do solo. Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/faem/agrometeorologia/Tsolo.pdf> Acesso em: 28 mai. 2012. VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e Climatologia. Versão digital. Recife, 2005. 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