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Formação de Professores no Império Brasileiro

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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO IMPÉRIO
História da Educação no Brasil
Introdução 
As Instituições Escolares, na sociedade brasileira ao longo do tempo, passaram por diversas formas de subsistência e também por períodos de variadas formas de produção (como primitiva, escravistas, feudalismo, capitalismo e socialismo).
A Instituição Escolar não é feita apenas de professores, alunos e métodos, embora eles sejam importantes. Ela se constitui a partir de interesses que identificam os marcos que são a identidade da sociedade.
			(LOMBARDI, JC; SAVIANI, D; NASCIMENTO, MIM; 2006)
Introdução 
A Identidade da Sociedade se dá através de princípios em uma comunidade, dirigida por um governo, estabelecendo as relações dominantes em cada momento da história.
Os dois períodos aqui apresentados (Colônia e Império) caracterizam as Instituições Escolares de cada época identificando o desenvolvimento e os conflitos de um Estado, marcado pelo predomínio de interesses particulares normalmente destinados a posições de comando, poder e prestígio. 	
Fase de transição
Na segunda metade do século XIX ocorre no Brasil uma transição de uma sociedade onde a educação se fazia por uma impregnação cultural para uma sociedade de um sistema complexo de ensino estatal.
Mesmo assim, por muito tempo iriam conviver várias formas de transmissão de conhecimentos e várias instituições (públicas ou privadas) se ocupariam dessa tarefa.
Fase de transição
Século XVIII e início do XIX: envio de professores régios portugueses consolidou o movimento de secularização da profissão docente.
Em 1827: a Lei Geral do Ensino estabeleceu a obrigatoriedade da instrução de primeiras letras e definiu a formação dos professores pelo método lancasteriano.
1834: primeiras iniciativas apenas depois do Ato Adicional e a descentralização para as províncias.
Fase de transição
1830-1840: surgem as primeiras Escolas Normais brasileiras institucionalizando a formação docente. Primeira Escola Normal do Brasil, na província do Rio de Janeiro em 1835;
Entretanto, por mais de uma década a Escola Normal funcionou com um único professor, número reduzido de alunos e conteúdo rarefeito. Um processo de formação moroso.
Funcionamento das Esc. Normais : Um único professor/conteúdo rarefeito e poucos alunos/preparo individual/ desistências (1ª metade do sec.XIX)
Fase de transição
Grande número de alunos em formação docente desistiam e isto era constantemente referidos pelas assembléias provinciais e presidentes de províncias. O investimento do Estado estava aquém das expectativas.
Primeira metade do seculo XIX: desfavorável para consolidação da formação dos professores nas poucas Escolas Normais que existiam por conta das reformas sucessivas, extinções, transformações, mudanças de prédio etc.
Fase de transição
Segunda metade do seculo XIX: reflorescimento das Escolas Normais devido as profundas mudanças estruturais:
Diversificação dos investimentos anteriormente destinados ao lucrativo comércio de escravos e passando para viabilização das comunicações (estradas de ferro, navegação a vapor, cabos telegráficos, iluminação pública) que formando novos hábitos na população estimulavam uma variedade de serviços ampliando a demanda por instrução.
Clara preparação da substituição do trabalho servil
Contexto da profissão de professor-Transição educação por impregnação cultural para ensino estatal
Fase de transição
Participação da mulher na esfera pública: no rol das profissões femininas socialmente aceitas, a de professora agregava uma representação positiva tornando-se uma posição digna. 
Lei do Ventre livre (1871): liberta os filhos dos escravos a partir desta data. O que fazer com eles?
Reforma eleitoral: Voto alfabetizado preocupava educadores, políticos e jornalistas. Necessidade de uma cidadania esclarecida.
Voto do alfabetizado- preocupação com a cidadania esclarecida melhorar os estudos era o importante- incentivo a formação de professores.
“Um povo sem instrução chamado para nomear seus mandatários ou escolhe a quem lisonjeie as suas paixões grosseiras, ou curva-se às argúcias despóticas de seus pretensos mentores.” 
	(Jornal A Instrução Pública, n.1, 13/04/1872 por Alambary Luz¹)
¹ jornalista e diretor da Escola Normal de Niterói entre 1868 e 1876 
Primeira Escola Normal no Brasil em Niterói (capital da província do RJ)
2ª metade séx XIX
Mudanças estruturais na sociedade:
questão dos escravos
financiamento de obras
novos hábitos na população
libertação aos poucos da mulher
educação para os libertos
Melhor organização das escolas normais
Escola Normal - período Alambary Luz
Modelo inovador de formação muito diverso do que se experimentara até então:
Conduta profissional, o Conteúdo intelectual e o Domínio da metodologia deveriam se pautar por regras definidas .
SABER SE PORTAR
SABER OQUE ENSINAR
SABER COMO ENSINAR
A Escola Normal deveria formar professores para além do ensinar a ler e escrever, contar e rezar. Era necessário instruir e educar, mas também formar o cidadão produtivo ao país.
Escola Normal - período Alambary Luz
A escola da província sob a direção de José Carlos de Alambary Luz atravessou um período de reformas curriculares e metodológicas, tanto na teoria quanto na prática dos futuros professores.
Rejeição aos castigos corporais como recurso disciplinar;
Introdução do método de “lições de coisas” ¹;
Prática de alunos(as) mestres;
Nova organização do espaço-temporal na dinâmica escolar;
Novos materiais didáticos do cenário internacional (EUA);
Modelo de escolas protestantes americanas.
Escola Normal – LIÇÃO DE COISAS
Forma pela qual o método de ensino intuitivo foi vulgarizado é, na realidade, a primeira forma de intuição – a intuição sensível. O termo foi popularizado e empregado oficialmente durante a Exposição Universal de Paris, em 1867.
As coisas antes das palavras, a educação pelas coisas e não a educação pelas palavras. Despertar e aguçar o sentido da observação, em todas as idades, em todos os graus de ensino, estar na presença das coisas, fazê-las ver, tocar, distinguir, medir, comparar, nomear, enfim, conhecê-las.
Escola Normal – LIÇÃO DE COISAS
PESTALOZZI também é apontado como  referência em lições de coisas, pelo fato deste ter captado os pontos essenciais da renovação pedagógica que as lições preconizavam.
Pedagogo suíço e educador (1746-1827) foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.
1860- reformas no ensino Normal/ curricular e de método
Ir além do ler, escrever,contar e rezar
Instruir , educar e formar cidadãos produtivos
-Sem castigos físicos,lição das coisas (despertar e aguçar o sentido da observação, em todas as idades, em todos os graus de ensino, colocar a criança na presença das coisas, fazê-las ver, tocar, distinguir, medir, comparar, nomear, enfim, conhecê-las), alunos-alunas mestres, uso de livros e outros materiais didáticos.
- Em 1876 a Escola Normal do RJ- imensa lista de instrumentos pedagógicos, biblioteca, espaços para aulas práticas.
Escola Normal - período Alambary Luz
Últimas décadas do séc.XIX: mercado editorial de livros didáticos no Brasil torna-se um negócio lucrativo.
Questões educacionais: jornais de grande circulação passam a divulgar notícias relativas a experiências pedagógicas.
Nesse clima de euforia pedagógica que Alambary Luz objetiva transformar a Escola Normal numa instituição modelo de formação de professores no país.
Reforma Couto Ferraz - 1850
Valorizou a o ingresso dos professores através de concursos e a fiscalização do serviço em detrimento da formação institucional do professor;
Refreou o impulso inicial de organização das Escolas Normais. Muitas escolas se extinguiram ou agonizaram a partir de então.
Professores
despreparados ascendiam ao magistério por concurso ou nomeação muitas vezes fraudulentos.
Situação da carreira de professor no final do Império:
-Preenchimento de cargos- favores , concessões e clientelismo desconsiderando a formação.
-Instabilidade de enfoques que mostrava as necessidades materiais de cada época.
-Popular X Liberal
Até hoje- formação aligeirada
"A vida educa.
Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação.
É atividade.“
Johann Heinrich Pestalozzi
Referências
Historias e memorias da educação no Brasil. Vol. II: século XIX. 2ªed/2005. Maria Stephanou (orgs.) e Maria Helena Camara Bastos (orgs)

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