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Era Vargas e a História da Educação no Brasil

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ERA VARGAS
História da Educação no Brasil 
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Antecedentes
O Brasil era um país agrário dependente da exportação do café. Os governos oligárquicos preferiam manter a nação sob um regime econômico agro-exportador e não investiram no desenvolvimento da industrialização. 
Vigorava a política do café com leite. Arranjo político, por meio do qual alternavam-se no poder representantes dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
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Crise
Crise social: as camadas populares sofriam, cada vez mais, o impacto de governos que não criavam políticas sociais e, ao mesmo tempo, não dava devida atenção aos setores sociais emergentes (militares, classes média e operária).
As próprias oligarquias não conseguiam manter uma posição política homogênea mediante uma economia incerta e oscilante. 
 Crise econômica: 1929, “crash” da Bolsa de Nova Iorque. 
Crise política: devido à indicação do sucessor do paulista Washigton Luis.
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Descontentamento mineiro 
ALIANÇA LIBERAL: MG, RS, PB
Getúlio Vargas e João Pessoa (morto em 26/07/1930)
PARTIDO REPUBLICANO PAULISTA: 
Júlio Prestes (SP)
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O fim do café com leite
Com o impacto da crise de 1929, o presidente paulista Washington Luís resolveu apoiar a candidatura de seu conterrâneo Júlio Prestes.
Insatisfeitos com tal medida, um grupo de oligarquias dissidentes – principalmente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba – criaram uma chapa eleitoral contra a candidatura de Júlio Prestes. Conhecida como Aliança Liberal, a chapa encabeçada pelo fazendeiro gaúcho Getúlio Vargas prometia um conjunto de medidas reformistas. Entre outros pontos, os liberais defendiam a instituição do voto secreto, o estabelecimento de uma legislação trabalhista e o desenvolvimento da indústria nacional. MEDIDAS POPULISTAS
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João Pessoa († 26/07/1930)
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Getúlio Vargas
 (09/04/1882 a 24/08/1954) 
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Revolução de 30
 Júlio Prestes foi o vencedor das eleições. Com o assassinato do liberal João Pessoa, em julho de 1930, o movimento oposicionista articulou a derrubada do governo oligárquico com o auxílio de setores militares. 
Depois de controlar os focos de resistência nos estados, Getúlio Vargas e seus aliados chegam ao Rio de Janeiro, em novembro de 1930. Iniciando a chamada Era Vargas, Getúlio ficaria por quinze anos ininterruptos no poder (1930 – 1945). 
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Revolução de 1930
Forças oposicionistas - Aliança Liberal:
Marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. 
A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. 
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. 
Do Sul para o Rio: Miguel Costa, Góis Monteiro e Getúlio Vargas na Revolução de 1930.
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Governo Vargas: três fases
Governo Provisório – após a Revolução de 1930 até 1934
Presidente eleito pelo Congresso Nacional – de 1934 a 1937
Estado Novo – de 1937 a 1945
Duas constituições bem diferentes: 
 Constituição de 1934 mais democrática
 Constituição de 1937 de cunho autoritário
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Governo Provisório (1930 – 1934)
Mediante a decisiva importância que os militares tiveram na consolidação da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela forte presença dos “tenentes” nos principais cargos políticos. Vários militares passaram a controlar os governos estaduais. Tal medida tinha como propósito anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.
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Governo Provisório 
(1930 – 1934 ]
Fechamento do Congresso Nacional
Nomeação de Interventores Estaduais
Leis Trabalhistas;
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Governo Provisório 
(1930 – 34)
Criação dos Ministérios:
Educação
Saúde
Trabalho, Indústria e Comércio
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Governo Provisório: medidas educacionais em meio a uma série de instabilidades
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – 1932
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931. 
Conflitos entre liberais e católicos: os dois grupos tentam influenciar na elaboração da nova Carta Constitucional
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Reforma Francisco Campos
Em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. 
O Decreto 19.850, de 11 de abril de 1931, cria o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação (que só vão começar a funcionar em 1934). 
O Decreto 19.851, de 11 de abril de 1931, institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispõe sobre a organização do ensino superior no Brasil e adota o regime universitário.
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Revolução constitucionalista de 1932
Consolidou-se um clima de tensão entre as velhas oligarquias e os tenentes interventores. Tal conflito teve maior força em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas e exigir uma nova constituição.
Com a ocorrência desse conflito, Vargas se viu forçado a convocar eleições para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
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Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova - 1932
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o documento, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. 
Princípios gerais: educação como serviço público, que o Estado é chamado a realizar
Concebe uma escola comum para ambos os sexos;
Escola primária (sete a doze anos) gratuita e obrigatória
Expandir a obrigatoriedade progressivamente até os dezoito anos e a gratuidade a todos os graus.
Financiamento:fundos próprios para a educação
Ampliam o debate educacional no plano político e pedagógico.
Influencia na Constituição de 1934
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População nas ruas de São Paulo
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Governo Constitucional 
(1930 – 1934)
Constituição de 1934:
Voto Secreto (inclusive para as mulheres)
Direitos Trabalhistas
Nacionalismo Econômico
Mandato Presidencial de 4 anos
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Governo Constitucionalista (1934-1939)
Getúlio Vargas convoca a Assembléia em 1933, e em 1934 a nova Constituição foi promulgada. Constituição de 1934:
o voto secreto (fim do coronelismo), voto feminino,
 ensino primário gratuito e obrigatório, 
leis trabalhistas (proibição da diferença salarial entre homens e mulheres, descanso semanal e férias remuneradas, permissão para organização sindical), 
o primeiro presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembléia Constituinte. Getúlio Vargas saiu vitorioso. Em 1938, eleições diretas deveriam ser convocadas.
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Governo Constitucionalista (1934-1939)
Criação do Salário Mínimo
Institutos de Assistência e Previdência Social
Partidos Políticos:
ANL: Aliança Nacional Libertadora (Luis Carlos Prestes)
AIB: Ação Integralista Brasileira (Plínio Salgado)
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Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação. 
Em função da instabilidade política deste período, Getúlio Vargas, num golpe de estado, instala o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, também conhecida como "Polaca". 
 
Governo constitucional – 
1934 a 1937
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Governo Constitucionalista (1934-1939)
Plano Cohen: suposto plano comunista para tomar o poder
1937:Golpe de Estado 
DITADURA DO ESTADO NOVO
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Constituição de 1937: a Carta do Estado Novo
Fase da ditadura
Inspirada nas constituições de regimes facistas europeus
Disposições finais e transitórias - outorgava poderes irrestritos ao presidente da República:
confirmar ou não os governadores eleitos, nomear interventores, 
dissolver o
Parlamento, assembléias estaduais e Câmaras municipais, 
aposentar ou demitir funcionários civis ou militares, “no interesse do serviço público ou por conveniência do regime”
cassar os direitos civis garantidos pela Constituição,
governar mediante decretos-lei
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O ESTADO NOVO
(1937 – 1945)
Constituição de 1937:
“A Polaca”
Mandato de 6 anos
Proibição de Greve
Sindicalismo Pelego
Interventores Estaduais
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O ESTADO NOVO
D.I.P.:Política Seletiva
 A ação do DIP ajudou Vargas a encobrir as perseguições do Estado Novo aos opositores políticos e a criar a imagem do governante afável, “pai dos pobres”. Grande parte da população que se informava pelos meios de imprensa censurados recebia apenas as notícias favoráveis ao governo. Ou seja, o DIP ajudou na manutenção da ditadura.
Departamento de Imprensa e Propaganda
O DIP era encarregado de:
organizar a propaganda das instituições governamentais: produzia notícias, filmes, cartazes, cartilhas elogiando a figura de Vargas e estimulando um “culto” à sua pessoa;
vigiar e censurar os órgãos de imprensa, para impedi-los de publicar notícias consideradas desfavoráveis.
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POPULISMO- “PAI DOS POBRES”
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O ESTADO NOVO
Criação do Cruzeiro
CLT: Consolidação das Leis do Trabalho
Companhia Siderúrgica Nacional
Partidos Políticos: UDN, PSD, PTB
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A Constituição de 1937 e a centralização da educação
Retrocessos na educação: reforçou a dualidade entre a escola de ricos e pobres
Competência da União não apenas traçar diretrizes para a educação, mas “fixar as bases e determinar os quadros da educação”
Mantém a liberdade de ensino
Dever do Estado em segundo plano: para aqueles a quem “faltarem recursos necessários”
Não se refere a gratuidade do ensino posterior ao primário 
Ensino religioso ganha maior espaço
Primeiro dever do Estado: ensino pre-vocacional e profissional
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O BRASIL NA 2° GUERRA MUNDIAL
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O BRASIL NA 2° GUERRA MUNDIAL
Luta ao lado dos “ ALIADOS”
Financiamentos CSN/ Modernização das Forças Armadas
EUA no nordeste extraindo matéria prima 
Alemanha afunda navios brasileiros
Brasil declara Guerra em 1942 à Alemanha.
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O BRASIL NA 2° GUERRA MUNDIAL
Imigrantes sofrem perseguições
Governo proíbe o ensino de línguas dos países do Eixo nas escolas
“Timinhos” de futebol mudam o nome. 
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A RENÚNCIA
INCOERÊNCIAS (DITADURA X PAÍSES ALIADOS)
UNE: MOVIMENTOS ESTUDANTIS
ELITES LIBERAIS PEDIAM O FIM DA DITADURA
PRESSÃO SOCIAL E MILITAR
RENÚNCIA
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Reforma Gustavo Capanema - Leis Orgânicas do Ensino
Lei Orgânica do Ensino Industrial – Decreto-Lei n. 4.073 de janeiro de 1942
Lei Orgânica do Ensino Secundário – Decreto-Lei n. 4.244 de abril de 1942
Lei Orgânica do Ensino Comercial – Decreto-Lei n. 46.141 de dezembro de 1943
Criação do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial por meio do Decreto-lei 4.048, de janeiro de 1942
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Significado ideológico e social da Reforma Capanema
Falta de articulação entre os níveis e ramos do ensino profissional, inviabilizando a mudança de curso por parte do aluno
Dificultava o ingresso no ensino superior
Naturalizava as diferenças sociais: ensino secundário para as elites e ensino profissional para as massas
Acentua o dualismo na educação brasileira
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Após a Queda de Vargas
Lei Orgânica do Ensino Primário – Decreto-Lei n. 8.529 de janeiro de 1946
Lei Orgânica do Ensino Normal – Decreto-Lei n. 8.529 de janeiro de 1946
Lei Orgânica do Ensino Agrícola – Decreto-Lei n. 9.623 de agosto de 1946
Instituído o SENAC –Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, pelos Decretos-leis 8.621 e 8.622 de janeiro de 1946
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CULTURA NA ERA VARGAS
No tempo em que Vargas esteve à frente do país, observamos que o rádio era o mais importante meio de comunicação existente. Além de diferentes ritmos musicais, o rádio também era muito utilizado na divulgação de notícias e também contava com a encenação de novelas que eram acompanhadas por milhares de pessoas. 
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CULTURA NA ERA VARGAS
O samba era o gênero musical mais prestigiado pela população brasileira, que esperava atentamente o lançamento das marchinhas que deveriam fazer grande sucesso durante o carnaval. Nessa época, o carnaval deixava de ser uma manifestação cultural espontânea e informal para, aos poucos, transformar-se em um evento competitivo integrado por várias escolas de samba. Francisco Alves, Mário Reis, Carmem Miranda, Sílvio Caldas e Orlando Silva foram os mais famosos intérpretes de samba dessa época. 
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CARMEN MIRANDA
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Aquarela do Brasil
Brasil Meu Brasil brasileiro Meu mulato inzoneiro Vou cantar-te nos meus versos Ô Brasil, samba que dá Bamboleio, que faz gingar Ô Brasil do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil, Brasil Prá mim, prá mim
Ô abre a cortina do passado Tira a mãe preta do cerrado Bota o rei congo no congado Brasil, Brasil 
Deixa, cantar de novo o trovador A merencória luz da lua Toda canção do meu amor Quero ver a Sá Dona caminhando Pelos salões arrastando O seu vestido rendado Brasil, Brasil Prá mim, prá mim
Prá mim, prá mim
Brasil Terra boa e gostosa Da morena sestrosa De olhar indiferente Ô Brasil, verde que dá Para o mundo admirá Ô Brasil, do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil, Brasil Prá mim, prá mim
Ô, esse coqueiro que dá coco Oi onde eu amarro a minha rede Nas noites claras de luar Brasil, Brasil Ô ouve estas fontes murmurantes Onde eu mato a minha sede E onde a lua vem brincar Ô, esse Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil Brasileiro Terra de samba e pandeiro Brasil, Brasil 
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CULTURA NA ERA VARGAS
No campo da literatura, observamos que vários dos nossos autores se concentravam em pensar a identidade do povo brasileiro. Os escritores de destaque dessa época enxergavam o Brasil como uma nação composta por diferentes indivíduos e costumes. Por essa razão, a literatura se concentrou na chamada literatura regionalista, que tentava criar personagens e histórias ocorridas em regiões específicas do território brasileiro. Entre os mais importantes autores podemos destacar os nomes de Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Veríssimo. 
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Saldos numéricos da Era Vargas
No início do Governo Vargas, 2/3 da população em idade escolar estava excluída da escola e o analfabetismo atingia 65% da população maior de 15 anos
Educação passou a ocupar o sexto lugar das despesas no âmbito da União e o segundo, dos Estados
Ampliação do número de escolas e de matrículas
Aperfeiçoamento no âmbito administrativo
No período de 1935-1946, as matrículas no ensino fundamental passam de 2.413.594 para 3.238.940
No ensino médio, passam de 202.886 para 465.612
Em 1940, o analfabetismo caiu para 56%
Incapaz de eliminar a seletividade da educação brasileira e romper com a contradição entre trabalho manual e intelectual
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Bibliografia
VIEIRA, S. L. e FREITAS, I. M. S. de. Política Educacional no Brasil. Brasília: Plano Editora, 2003. p. 85-102
SHIROMA, Eneida Oto; MORAES, Maria Célia M. de & EVANGELISTA, Olinda. Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.

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