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INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca tecer algumas considerações referentes ao Projeto Político Pedagógico e sua utilização prática no contexto escolar.Com esse intuito busca sistematizar os itens que o compõem e seu sentido para a organização para o trabalho pedagógico. Objetivando discorrer sobre essa temática e entende-la ‘’in loco’ ’buscou-se contato com a diretora e pedagoga da escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti, localizada na Rua dos Manacás, sem número, no Bairro de Mirassol, na cidade de Natal. A escola conta com 64 professores e 1669 alunos do ensino fundamental e ensino médio. Foi fundada em 8 de fevereiro de 1979 pelo então governador Tarcísio Vasconcellos Maia, que governou no período de 1975 a 1979. O Governo do Rio Grande do Norte, é o mantenedor da escola que está em funcionamento de acordo com o decreto de número 7.548-79, artigo 1, 2 e 3 da Constituição Federal. Assim com o intuito de realizar-se um paralelo entre teoria e prática se teve a possibilidade de perceber como o projeto é utilizado no contexto institucional. O projeto foi elaborado, nos anos de 1997 de acordo com as exigências Nacionais de Educação e envolveu a participação de diversos atores da sociedade .Ressalta-se que para elaboração do trabalho contou-se com um diálogo a respeito do tema com a diretora da escola; nessa conversa a diretora discorreu a respeito de sua práxis, dos professores, alunos e a realidade escolar. Tratou também, de aspectos conjunturais, sociais e comportamentais, para explicar a atual situação da escola no que se refere ao Projeto Político Pedagógico e sua aplicação. Ao ler-se o projeto ver-se que teoricamente esse contém os princípios necessário para contribuir com o binômio ensino-aprendizagem, porém na prática a diretora relata na escola o projeto não cumpre seu papel, atendendo apenas a exigências burocráticas curriculares.
Ressalta-se que para a construção do texto que se segue, foram utilizadas referências bibliográficas de autores que tratam o tema, o conteúdo discutido ao longo do semestre, e o estudo do projeto da escola em tela em conjunto com as falas da diretora a qual também é pedagoga da escola.
DESENVOLVIMENTO
O Projeto Político Pedagógico constitui-se em um instrumento fundamental para a organização do trabalho pedagógico na escola. Serve como peça fundamental para o planejamento escolar, traçando metas, objetivos, e os caminhos para atingi-los .Em sua elaboração o projeto deve considerar a parceria entre equipe escolar, alunos, familiares e comunidades, prezando assim, pelo respeito a diversidade e opiniões, permitindo um crescimento coletivo de todos os envolvidos.
Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-1996, intensificou-se a elaboração de Projetos Políticos Pedagógicos, já que essa lei a partir dos artigos 12, 13 e 14 estabeleceu a obrigatoriedade de uma proposta pedagógica para as escolas .Diante dessa realidade, a escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti elaborou seu Projeto Político Pedagógico buscando dialogar com diversos atores para a construção de um projeto democrático que contribuísse para um avanço na qualidade de ensino.
A escola em tela, buscou prioritariamente na construção do seu projeto enfatizar a importância do conhecimento, o qual é considerado o instrumento mais eficiente para a construção e transformação da realidade. Assim a escola em seu projeto ,aponta para uma educação voltada para a formação de um cidadão crítico capaz de entender e interferir na realidade vigente. Para tanto, busca-se utilizar de princípios como: democracia, ética e igualdade, considerando também questões de cunho social, político e tecnológico no binômio de ensino aprendizagem. Nesse sentido a escola busca firmar-se como polo político de interação entre os saberes científicos e populares, objetivando a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres .Assim ainda de acordo com o projeto da escola o aluno tem a possibilidade de enxergar essa instituição como um espaço crítico e democrático. Porém em diálogo com a diretora essa afirmou que a concretização desses princípios na prática torna-se um grande desafio, pois diz que os próprios alunos e seus familiares não enxergam a escola como um espaço de construção de valores e conhecimentos e não demostram interesses quando abordados sobre esse assunto. Assim sendo, essa realidade reflete-se diretamente nos professores que desestimulados acabam litando-se a conteúdos meramente didáticos.
No que se diz respeito a figura do professor e aluno, durante a leitura do projeto ver-se que ambos são tidos como fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, mostrando que a interlocução destes resulta em um conhecimento flexível e não centralizado. Para a construção desse conhecimento o professor deve buscar criar mecanismos dinâmicos que estimulem seus alunos a criarem métodos próprios para a organização de sua aprendizagem no sentido de relacionar os conteúdos com a realidade vigente, e que o aluno se mostre disposto e interessado a adquiri-los. Contudo, mais uma vez, é percebida a lacuna entre o projeto e a realidade que é destacada em conversa com a diretora, a qual relaciona a dificuldade de efetivar essas condições de aprendizagem em um ambiente escolar permeado por problemas de cunho comportamental. Para ela, esses conflitos acabam interferindo na construção e sintetização dos conceitos dos alunos que passam apenas a adquirir conhecimentos fragmentados ,resultado da prática de profissionais desestimulados já que os alunos dificultam essa atividade que torna-se mecânica.
Um ponto de importância em um Projeto Político Pedagógico concerne no planejamento ,o qual é tratado no projeto da escola como sendo ferramenta educativa de relevância , apresenta uma concepção dialética que concerne em um planejamento de ações de acordo com a realidade. O planejamento é enxergado no projeto como o caminho para pensar as ações e práticas levando em conta saberes críticos ,criativos, reflexivos e transformadores. A escola contém um planejamento elaborado antes de iniciar-se o ano letivo que contempla metodologia, atividades a serem desenvolvidas, recursos, tempo, entre outros. Propôe um planejamento quinzenal entre a equipe técnica escolar para discursões e possíveis alterações decorrentes do cotidiano escolar. Porém, a utilização dessa ferramenta quase não ocorre e nem mesmo as reuniões quinzenais, como relata a diretora ver-se assim que as atividades desenvolvidas não seguem conteúdos previamente discutidos e nem estratégias não permitindo a organização sistemática de ações e decisões. Com isso o planejamento acaba se tornando uma ferramenta apenas componente do projeto, não tendo sua real utilidade nas atividades escolares já que os profissionais da escola alegam que as atitudes rebeldes de seus alunos os mantém sobre estado constante de estresse.
A avaliação é um outro ponto enfatizado no projeto e se desenvolve no sentido de avaliar para melhorar a qualidade de ensino, ou seja, a partir dos resultados busca-se melhorias para o processo de ensino-aprendizagem. A escola utiliza apenas a avaliação somativa, ou seja, no final do processo educativo para verificar como foi o aprendizado de seus alunos em relação ao conteúdo repassado. Percebe-se que seja qual for o resultado obtido mesmo esse não sendo satisfatório a escola não propõe outras alternativas para reinterar esse aprendizado. Devido a tal fato, a avaliação acaba sendo um processo burocrático já que não ficou claro um referencial ou um objetivo a ser atingido.
Junto a necessidade de criação de um Projeto Político Pedagógico ver-se a importância de considerar-se as diversidades encontradas na nossa realidade, para a partir daí trabalhar-se um projeto inclusivo que considere as diferenças e opiniões. Quanto ao projeto a diversidade foi discutida e sistematizadano sentido de levar em conta os diferentes interesses e ritmos individuais, objetivando a inclusão de toda a comunidade escolar. Contudo no cotidiano escolar não há praticamente diálogo e intercâmbio de informações pois segundo a diretora, a convivência entre professores e alunos torna-se complicada devido aos problemas acima citados e problemas mais amplos ligados a conjuntura que vão desde questões salariais até condições de trabalho, esses fatos acabam refletindo-se diretamente na qualidade de ensino, que não acaba priorizando as características culturais e realidade distintas.
Durante todo o diálogo a fala mais enfatizada pela diretora que tem formação em pedagogia ocorre no sentido de relatar o cotidiano escolar como algo dificultador de ações, admite que na verdade o Projeto Político Pedagógico limita-se apenas a função de atender as exigências das leis educacionais nacionais, praticamente quase não sendo utilizado. Continua discorrendo a respeito do assunto dizendo que o projeto em sua opinião é a chave para uma educação de qualidade, além de possibilitar as escolas autonomia e criação de uma identidade própria, sendo um instrumento de interação da comunidade e de intervenção na realidade escolar. Mesmo sabendo dessa importância diz que desde que foi criado nos anos de 1997 o projeto só foi realimentado uma única vez em 2011por ela mesma ,por uma questão formal já que não houve uma reunião da equipe técnica escolar para realizar tal atividade, pois os profissionais alegam falta de tempo já que constantemente são absorvidos por questões referentes a falta de disciplina de seus alunos. Por fim, a diretora conclui observando que permanecerá na escola até o final do ano letivo já que não conta com a colaboração dos alunos e nem com atitudes por parte dos professores no sentido de reunirem-se para buscar soluções para os problemas,, discutir e utilizar o Projeto Político Pedagógico no cotidiano além de não procurarem outros caminhos para aprendizagem.
Através de leituras e pesquisas a respeito do papel do Projeto Político Pedagógico somados ao conteúdo abordado no decorrer do semestre entende-se que esse documento deve ser elaborado pela própria escola levando em conta os seus alunos e a realidade que permeia essa instituição, bem como, adaptar-se a situações que venham surgir no seu cotidiano, por isso deve ser flexível. A construção desde deve ser norteado no sentido de abranger também as concepções de mundo, escola e sociedade; considerando o aspecto político , econômico e social. Assim sendo, a escola passa a ser vista como espaço de transformação e conscientização, onde os alunos passam a entender e obter capacidade de mudar a realidade, daí seu caráter político. Já o caráter pedagógico se configura a medida em que define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de aprendizagem.
O Projeto Político Pedagógico deve apresentar sua proposta buscando uma visão mais abrangente e contextualizada do processo de ensino-aprendizagem, prezando por atitudes refletidas, democrática e dinâmicas, tendo como objetivo diagnosticar as necessidades inerentes a instituição e todos que a compõem como também direcionar o espaço escolar ; é esse projeto que indica a direção, ou seja, os rumos da escola.
O Projeto Político Pedagógico possibilita a criação de uma identidade institucional, busca refletir sobre um novo modelo de gestão que tenha como intuito a formação de cidadaôs críticos e autônomos. Esse Projeto em uma escola deve buscar investir C em uma gestão participativa e que considere as diversidades para a construção de um conhecimento amplo e pleno. Com esse intuito as equipes técnicas escolares deve criar condições para o desenvolvimento do diálogo prezando pelo respeito as diferentes visões e a liberdade para a construção de projetos coletivos. A escola deve ter a preocupação de observar a realidade dos sujeitos envolvidos e procurar condições necessárias para o desenvolvimento de ações planejadas. Por fim, entende-se que o Projeto Político Pedagógico se constitui enquanto ferramenta de planejamento e avaliação, devendo ser consultado pelas equipes pedagógicas para a tomada de decisões a curto, médio e longo prazo.
 Conclusão 
 Diante do que se foi observado e discutido ao longo do trabalho percebe-se claramente um espaço significativo entre a prática pedagógica desenvolvida na escola e o processo sistematizado em seu Projeto Político pedagógico. Diante disso, ver-se que a construção de um documento desse cunho, muitas vezes, não tem reconhecido sua verdadeira importância sendo confudido apenas com uma exigência burocrática da Legislação Nacional e não despertando o interesse dos profissionais envolvidos por diversas questões como foi citado ao longo do texto. Quando a equipe pedagógica adota uma postura dessa natureza, o projeto adquire caráter burocrático e deixa de contribuir com a organização escolar, prejudicando o planejamento, a avaliação, o entendimento e a flexibilização de ações.
Obstante a isso, quando a equipe escolar nâo utiliza seu projeto para a tomada de decisões e para elaboração de um conhecimento transformador acaba que ´por se dissolver enquanto espaço político, limitando-se apenas a um polo de transmissão de conteúdos fragmentados e de ações imediatistas. Como se pôde ver, a escola discutida nesse trabalho passa a desenvolver uma visão reducionista que não considera a diversidade de culturas, pensamentos e ideias que seriam fundamentais para o processo de ensino- aprendizagem, limitando-se a uma prática permeada por acomodações e desestímulo, dessa forma há prejuízo a todos os envolvidos nesse processo que acabam limitando-se a uma realidade limitada e a um pensamento ausente de elementos que proporcionem sua própria visão de mundo, além de privarem-se de um intercâmbio e troca de informações entre si.
Referências bibliográficas.
VEIGA, Ilma Passos A.( ORG). Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível.3. ed. Campinas: Papirus editora, 1995.
ALVES, Zenair Consedi. Roteiro para elaboração do Projeto Político Pedagógico. Porto Nacional, 2002.
VEIGA, I. P. A. Perspectivas para reflexão em torno do Projeto Político Pedagógico. In: VEIGA, I. P. A e RESENDE, L. M. G de ( ORG): escola: espaço do Projeto Político Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.
LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação número 9.394-96. BRASÍLIA: MEC, 1996.
Projeto Político Pedagógico da escola estadual Desembargador Floriano Cavalcanti.
 
 
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Trabalho de educação física-licenciatura apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Organização do trabalho Pedagógico; Filosofia da educação e Pensamento Pedagógico; Psicologia de educação e da aprendizagem; Seminário da Prática 2.
Orientador: Prof. Marlizete Cristina Bonafini Steinle, José Aldair Lins Machado,Vilze Vidoti Costa, Mari Clair Moro Nascimento, Regina Célia Adamiz,Taíse Fereira da Conceição Nishikawa, Reinald Benedito Nishikawa.
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