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ESTABILIDADE DE TALUDES Introdução e Principais causas de deslizamentos Definições Básicas O Talude: superfície que forma um ângulo com o plano horizontal de referência, definindo fronteira entre o interior do solo e a atmosfera. O Talude também pode ser definido como uma superfície inclinada que delimita um maciço terroso ou rochoso Geometria de um Talude Tipos de Taludes Definições Básicas O Ruptura: ocorre quando a tensão cisalhante atuante no maciço é maior do que a resistência ao cisalhamento do solo. O Deslizamento: deslocamento de massa de solo em relação a uma superfície (superfície de ruptura). Atingida a ruptura, o solo pode se deslocar por gravidade. Situação 1 – Colapso iminente τ é maior ou igual a tensão cisalhante atuante no maciço Situação 2 – Colapso consumado τ é menor que a tensão cisalhante atuante no maciço Tipos de Ruptura Superficial: quando a superfície de deslizamento fica contida no talude, passando acima do pé do talude. Tipos de Ruptura Profunda: quando a superfície de deslizamento não fica contida apenas no talude, mas também atinge o solo abaixo do pé do talude. Formato das superfícies de ruptura O Existem diversas formas: Reta, Circular, Logarítmica ou com uma forma qualquer. O Por simplificação matemática, a maioria dos métodos de análise de estabilidade adotam superfície circular ou reta. Formato das superfícies de ruptura Em Solos Argilosos, na superfície é profunda e circular. Formato das superfícies de ruptura Em Solos Arenosos, a superfície é reta. Instabilização e Ruptura do solo O Quando a tensão cisalhante atuante no maciço é maior do que a resistência ao cisalhamento do solo? O Quando a resistência ao cisalhamento do solo diminui; O Quando a tensão cisalhante atuante aumenta. O E quando uma dessas situações acontece? Instabilização de Taludes O Há diversos fatores que podem instabilizar o talude, sendo os mesmos divididos em dois grupos: instabilidade devido a mudanças no carregamento externo e devido a redução da resistência ao cisalhamento do solo; O Quando talude se encontra instável, a probabilidade de ocorrer movimentos de massa no mesmo é bem maior. Tensões atuantes na superfície de deslizamento Tensões atuantes na superfície de deslizamento Ponto 1: o talude é estável. Ponto 2: equilíbrio limite Ponto 3: o talude é instável, não satisfaz. Principais causas de deslizamentos O Mudanças no carregamento externo: O Escavações no pé do talude; O Construções no topo do talude; O Elevação do lençol freático. Mudanças no carregamento externo O Escavações no pé do talude: O Fase 1 : sem o Corte Mudanças no carregamento externo O Escavações no pé do talude: O Fase 2 : pensando no Corte Mudanças no carregamento externo O Escavações no pé do talude: O Fase 3 : depois do Corte Mudanças no carregamento externo O Escavações no pé do talude: O Fase 4: saudades do que foi cortado... Mudanças no carregamento externo O Escavações no pé do talude: Mudanças no carregamento externo O Construções no topo do talude: Mudanças no carregamento externo O Elevação do Lençol Freático: O Aumenta as tensões atuantes no maciço terroso; O Pode contribuir para a diminuição da resistência ao cisalhamento de duas formas: O Pode acarretar a perda de sucção; O Aumenta a poro-pressão (u) e , consequentemente, diminui a tensão efetiva (σ’). Mudanças no carregamento externo O Diminuindo a tensão efetiva (σ’), diminui também a capacidade do solo de suportar tensões cisalhantes. Lembre-se: Principais causas de deslizamentos O Redução da resistência ao cisalhamento do solo: O Por saturação do maciço (perda da sucção); O Variação cíclica da poro-pressão; Redução da resistência ao cisalhamento do solo O Saturação do Maciço: O Além de aumentar o peso próprio do solo e, consequentemente, as tensões atuantes no maciço, a saturação pode: O Ocasionar a perda SUCÇÃO que age na zona capilar; Redução da resistência ao cisalhamento do solo Redução da resistência ao cisalhamento do solo O Saturação do Maciço : O Equação de Resistência ao Cisalhamento dos Solos: Redução da resistência ao cisalhamento do solo O Saturação do Maciço: O Se a SUCÇÃO é uma tensão de tração, é negativa; O Se a SUCÇÃO age nos poros do solo, é poro- pressão; O LOGO : a SUCÇÃO é uma poro-pressão negativa (-u). Redução da resistência ao cisalhamento do solo O Como σ* é maior quando há sucção, τ aumenta... O Quanto maior τ, maior a estabilidade do talude! Redução da resistência ao cisalhamento do solo O Variação cíclica da poro-pressão: O Pode causar a ruptura em encostas com valores de poro-pressão inferiores às que levariam o maciço ao colapso; O A variação cíclica do nível piezométrico pode levar o solo a uma espécie de “fadiga”, provocando deformações no maciço; O O acúmulo de deformações pode causar a quebra da ligação das partículas de solo, levando a perda da coesão, ou seja: FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES 1. Definição da Topografia do Talude Estudado 2. Prospecções Geotécnicas 3. Coleta de Amostras para Análise Geotécnica 4. Ensaios de Laboratório 5. Análise de Estabilidade FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Definição da Topografia do Talude Estudado: FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Definição da Topografia do Talude Estudado: • Declividade do Talude; • Tamanho do Talude (Rampa); • Altura do Talude; • Estimativa da massa de sólidos. FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Prospecções Geotécnicas (Sondagens): O Usadas para: O Descrever e classificar os elementos geológicos; O Determinar a estratigrafia e distribuição geológico- geotécnica das camadas; O Estimar a espessura das camadas de solo e/ou rochas; O Saber resistência da camada investigada; O Determinar a posição do nível d’água. FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Coleta de Amostras para Caracterização Geotécnica: O Para os estudo de encostas, as amostras devem ser: O Individuais, para o estudo de cada estrato de solo seja feito de forma separada; O Para caracterização do solo, devem ser deformadas; O Para a determinação da resistência ao cisalhamento dos solos, devem ser indeformadas, que permite o estudo do maciço em suas condições naturais. FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Coleta de Amostras para Caracterização Geotécnica: O As amostras devem ser coletadas de acordo com NBR 9604 – Abertura de poço e trincheira em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas. Suzuki, 2004 Suzuki, 2004 FASES DO ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TALUDES O Ensaios de Laboratório a serem realizados: O Ensaios de Caracterização : O Granulometria ; O Limite de plasticidade e liquidez. O Determinação de resistência ao cisalhamento O O mais utilizado é o Ensaio riaxial. Determinação da resistência ao cisalhamento O A determinação da resistência ao cisalhamento dos solos consiste basicamente em determinar os parâmetros c e ϕ, definidoresda resistência interna ao cisalhamento dos solos; O Para isso, utiliza-se de ensaios de laboratório, utilizando condições mais desfavoráveis previstas para o período de utilização de cada projeto específico; O Os ensaios buscarão representar o rompimento de uma seção em relação a uma outra contígua, medindo as tensões de ruptura capazes de identificar, nas condições do projeto, sua resistência ao corte. Ensaio de compressão triaxial O O ensaio é dividido em duas fases: O Fase de consolidação; O Fase de corte. O Consiste na aplicação de um estado hidrostático de tensões (fase de consolidação)e de um carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico do solo (fase de corte); O A pressão confinantes atua em todas as direções do corpo de prova; O Aplica-se uma carga acima do corpo de prova; O Durante o carregamento, medem-se, a diversos intervalos de tempo, o acréscimo de tensão axial que esta atuando e a deformação vertical do corpo de prova; O Na base do corpo de prova e no cabeçote superior são colocadas pedras porosas, permitindo-se a drenagem, se for o caso. Ensaio de compressão triaxial Ensaio de compressão triaxial O No que se refere as condições de drenagem, os 3 tipos descritos a seguir são básicos: O Ensaio adensado drenado: há permanente drenagem do corpo de prova. Aplica-se a pressão confinante e espera-se que o corpo de prova adense. A seguir, a tensão axial é aumentada lentamente, para que a água possa sair; O Desta forma, durante o ensaio a poro-pressão é praticamente nula, e as tensões totais aplicadas indicam as tensões efetivas que estavam ocorrendo. Ensaio de compressão triaxial O Ensaio adensado não drenado: aplica-se a pressão confinante e deixa-se dissipar a pressão neutra correspondente, adensando o corpo de prova sob esta pressão; O A seguir, carrega-se axialmente sem drenagem; O Este ensaios indica a resistência não drenada em função da tensão de adensamento; O Se as pressões neutras forem medidas, a resistência em termos de tensões efetivas também é determinada. Ensaio de compressão triaxial O Ensaio não adensado não drenado: o corpo de prova é submetido a pressão confinante e, a seguir, ao carregamento axial, sem que se permita qualquer drenagem; O O teor de umidade permanece constante, e, se o corpo de prova estiver saturado, não há variação de volume; O O ensaio geralmente é interpretado em termos de tensões totais. ANÁLISE DE ESTABILIDADE O Existem vários métodos de análise de estabilidade, dentre eles: O Método de Culmann (1866); O Método de Fellenius (1938). O O objetivo da análise de estabilidade é avaliar a possibilidade de ocorrência de escorregamento de massa de solo presente em talude natural ou construído. O Em geral, as análises são realizadas comparando-se as tensões cisalhantes mobilizadas (τm) (ou atuantes) com a resistência ao cisalhamento do solo. ANÁLISE DE ESTABILIDADE Hipóteses básicas: 1) Assume-se a existência de uma superfície de ruptura bem definida; 2) A massa de solo ou rocha encontra-se em condições de ruptura generalizada iminente (i.e., em um estado de equilíbrio limite); 3) Assume-se um critério de ruptura (em geral Mohr-Coulomb), o qual é satisfeito ao longo de toda a superfície de ruptura; 4) Assume-se um coeficiente ou fator de segurança (FS constante e único ao longo da superfície potencial de ruptura). ANÁLISE DE ESTABILIDADE ANÁLISE DE ESTABILIDADE O De um modo geral, não se deve trabalhar na condição de equilíbrio limite. O Para evitar esta condição, usa-se fatores de segurança: onde: FS = 1,0, tem-se o EQUILÍBRIO LIMITE; FS ≥1,5, considera-se o talude ESTÁVEL; FS < 1,5, considera-se o talude INSTÁVEL. ANÁLISE DE ESTABILIDADE O Por definição, FS é o fator pelo qual os parâmetros de resistência podem ser reduzidos de tal forma a tornar o talude em estado de equilíbrio limite ao longo de uma superfície. FS = c + σ tg φ τm c + σ tg Ф = FS . τm τm = c/FS + (σ tgφ)/FS = cm + tgφm
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